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Análise das Demonstrações Financeiras

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Análise das Demonstrações Financeiras
Aula 1:
Conceito e objetivo da análise das demonstrações financeiras
A Análise das Demonstrações Financeiras, também conhecida como Análise de Balanços, Análise das Demonstrações Econômico-financeiras ou Análise Contábil, representa uma técnica contábil que consiste no exame e na interpretação dos dados contidos nas demonstrações financeiras.
O processo contábil inicia-se com os fatos administrativos, que, em seguida, são registrados pela Contabilidade através da técnica de escrituração; posteriormente, há as etapas do ciclo contábil até as demonstrações financeiras.
Sendo assim, as demonstrações financeiras representam o término do ciclo contábil e que, por sua vez, é a base de dados inicial para a Análise de Balanços.
A figura abaixo demonstra a sequência iniciada pelo registro contábil dos fatos administrativos até a produção de informações uteis ao processo decisório.
Conforme a NBC TG 26 (R4) – Apresentação das demonstrações financeiras, as demonstrações financeiras são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade.
O objetivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.
O conjunto completo de demonstrações financeiras inclui:
Para o êxito da Análise das Demonstrações Financeiras, faz-se necessário que o analista tenha conhecimento das normas e dos princípios de Contabilidade, como também da técnica contábil de escrituração, apuração do resultado do exercício e elaboração das demonstrações financeiras.
As Normas Brasileiras de Contabilidade classificam-se em Profissionais e Técnicas.
· As Normas Profissionais estabelecem regras de exercício profissional;
· As Normas Técnicas estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos aplicados de Contabilidade.
Ambas têm subdivisões. Observe o fluxograma ao lado para conhecê-las.
Objetivo 
Szuster et al. (2013) definem a Contabilidade como uma ciência social que tem por objetivo medir, para poder informar, os aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio de quaisquer entidades. Constitui um instrumento para gestão e controle, além de comunicar a sociedade sobre o resultado da aplicação dos recursos conferidos às entidades.
O trabalho do analista de balanços começa a partir das demonstrações financeiras e tem como finalidade transformar as demonstrações financeiras informações relevantes para as partes interessadas.
Nesse sentido, o objetivo da Análise das Demonstrações Financeiras é extrair, das demonstrações financeiras, informações uteis para a tomada de decisões aos usuários internos e externos da entidade.
Usuários da análise das demonstrações financeiras
A Análise das Demonstrações Financeiras pode ser interna ou externa:
Para cada tipo de usuário, há uma busca particular da posição da empresa, a saber:
Fornecedores O fornecedor da mercadoria necessita conhecer a capacidade de pagamento e o grau de liquidez de seus clientes. A extensão da análise do fornecedor depende da importância do cliente.
Clientes (Compradores) Precisam analisar a situação econômica e financeira de seus fornecedores, a fim de avaliarem que as condições estabelecidas no contratos sejam cumpridas. Geralmente, a análise, por parte do comprador, ocorre quando depende de fornecedores que não são do mesmo porte ou que, de alguma forma, venha oferecer risco. Ademais, pode ocorrer a análise quando há poucos fornecedores no mercado, há uma forte relação entre comprador e fornecedor, assim como considerar a capacidade de expansão, produção e investimentos em pesquisas e desenvolvimentos.
Instituições financeiras Têm interesse em conhecer a capacidade econômica e financeira das entidade que se relacionam. Entre as análises utilizadas destacam-se a verificação da liquidez, do grau e qualidade de endividamento, como também a análise de rentabilidade e lucrativa na concessão de financiamentos em longo prazo. Pela análise, pode-se conceder ou não empréstimos e determinar os critérios do crédito (volume, taxa, prazo e garantias).
Administradores O administrador pode utilizar a análise das demonstrações financeiras como um auxiliar no processo decisório e na formulação da estratégia. O conhecimento da situação econômica e financeira permite comparações com os concorrentes, análises futuras com o balanço orçado, assim como, uma prévia das ações dos bancos e fornecedores sobre o desempenho da empresa.
Investidores Ao analisarem as opções de compra de ações, no mercado de capitais, devem efetuar uma minuciosa análise das demonstrações financeiras a fim de decidir sobre investir ou não em bolsa de valores. A preocupação, basicamente, é com a rentabilidade da empresa, além da análise financeira, consideram os fatores de preço e a valorização das ações.
Governo Nos processos licitatórios, em que o governo tende a decidir sobre qual a empresa irá vencer a concorrência, a análise da situação financeira é fundamental para a escolha, pois a empresa com a melhor situação (nos casos de duas ou mais atenderem o edital) tende a cumprir os compromissos assumidos, como também é feito o acompanhamento da empresa vencedora, de modo a obter informações sobre a continuidade dos processos propostos inicialmente. O governo acompanha o desempenho da economia do país comparando empresas conforme as categorias econômicas, como também, por meio da análise em conjunto ou individualmente, das demonstrações financeiras, o governo consegue realizar um diagnóstico do setor, em especial, para as empresas públicas de interesse coletivo, a análise da rentabilidade é realizada.
Sindicato de classe A análise das demonstrações financeiras busca obter informações acerva da estabilidade e lucratividade de seus empregadores. Também é realizada a avaliação da capacidade da empresa quanto à remuneração, aos benefícios de aposentadoria e à oferta de empresas; além de comparações e estabelecimento de padrões com empresas do mesmo setor.
Empresas reguladas Normalmente, o órgão regulador acompanha a situação econômico-financeira das empresas reguladas cujo impacto de falência é considerado prejudicial à sociedade, como por exemplo, os danos causados pela insolvência de um banco, seguradora, plano de saúde e mercado de capitais.
Inicialmente, a Análise das Demonstrações Financeira era uma ferramenta predominantemente utilizada pelas instituições financeiras na intenção de avaliar o risco de crédito, no entendo, com o transcorrer do tempo, verificou-se o seu uso para os demais usuários interessados. Nesse sentido, a Análise de Balanços é fundamental para quem pretende relacionar-se com a empresa, pois permite uma visão da sua estratégia, de suas estimativas futuras e potencialidades.
Aspectos gerais e limitações da análise das demonstrações financeiras
A Análise das Demonstrações Financeiras baseia-se no raciocínio científico, a observar as seguintes etapas: 
Na Análise das Demonstrações Financeiras, deve-se se observar estas etapas, que serão posteriormente aprofundadas ao longo da disciplina.
O produto final da Análise das Demonstrações Financeiras é a elaboração do relatório, que normalmente, são produzidas as seguintes informações:
Técnicas de Análises
· Análise vertical (ou de estrutura);
· Análise horizontal (ou de comportamento);
· Análise por indicadores (ou quocientes).
A última, com as seguintes características:
Limitações da análise das demonstrações financeiras
Apesar das informações úteis para os diversos interessados da situação econômico-financeira de entidade, a análise por índices deve ser realizada de forma cautelosa, pois pode apresentar algumas limitações significativas, tais como:
Variação cambial Na comparação de um exercício, com períodos passados, os resultados podem ser distorcidos em função da valorização/desvalorização do câmbio, assim como, poderão surgir distorções com empresas do mesmo segmentoque não estejam sendo influenciadas pelo câmbio. Nesse contexto, recomenda-se distinguir o resultado operacional e o financeiro, como também o acesso às demonstrações financeiras convertidas na moeda estrangeira.
Os efeitos da inflação Para a análise comparativa entre os períodos atual e passado faz-se necessário atualizar os valores apresentados nas Demonstrações Financeiras. Um dos desafios, para os ajustes monetários necessários, é a escolha do índice de inflação que “melhor” represente a perda do poder aquisitivo.
Empresas que exploram simultaneamente diversos ramos de atividade Nesses casos, a falta de concorrentes, com o mesmo perfil econômico e a indisponibilidade de acesso às informações separadas, para cada atividade, impactam no trabalho do analista externo.
Adoção de práticas financeiras diferentes entre empresas do mesmo segmento No uso de critérios diversos na avaliação de itens de empresa diversas, do mesmo ramo de atividade, como por exemplo, estoque, taxas de depreciação, contabilização de contratos de leasing, exigem que o analista conheça os princípios e as convenções financeiras e seus respectivos impactos nos índices. 
Desse modo, o analista deverá se dedicar em complementar a análise com o estudo minucioso das notas explicativas, de leituras na mídia que identifiquem eventos subsequentes, assim como, analisar o relatório dos auditores independentes em relação à aderências às demonstrações financeiras aos princípios contábeis.
Dinâmica patrimonial das organizações A análise é realizada sobre a situação da empresa em dado momento. Uma vez considerando a dinâmica dos fatos, faz-se importante considerar os fatos que contribuíram para a sua formação estrutural, como também, dos fatos que poderão surgir da empresa.
A técnica de Análise das Demonstrações Financeiras também é aplicável, a informações e valores não expostos nas demonstrações, entretanto, as informações podem ser decompostas, comparadas e interpretadas.
Enfim, a Análise das Demonstrações Financeiras não é exigida por lei e surge da necessidade informacional dos usuários internos e externos das demonstrações financeiras tornando-se um instrumento indispensável no processo decisório, entretanto, a sua aplicação requer o estudo de suas técnicas, análise criteriosa de suas limitações e correlações de informações complementares as demonstrações financeiras que influenciam direta ou indiretamente as atividades da entidade.
Aula 2:
Conjunto completo das demonstrações financeiras
A Análise de Balanços começo a partir das demonstrações financeiras, e para êxito do trabalho do analista é indispensável dominar a estrutura do conjunto completo das demonstrações, pois a partir do entendimento quanto a sua elaboração e suas respectivas normas e princípios pode-se assim, interpretar os dados contidos nos demonstrativos e consequentemente, extrair informações proativas que auxiliam no processo decisório.
As principais normas brasileiras que disciplinam a publicação das Demonstrações Financeiras estão disponíveis pela NBCT 26 (R4), pela Lei nº 10.506/02 – novo Código Civil (NCC) e CPC PME (R1) – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas.
Conforme a NBC TG 26 (R4) – Apresentação das Demonstrações Financeiras, o conjunto completo de demonstrações financeiras inclui:
Pela Resolução CFC 1.373/11 a NBC TG Estrutura Conceitual – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira, no balanço patrimonial, são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido.
Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do desempenho na demonstração do resultado são as receitas e as despesas. Estão apresentam os seguintes conceitos:
Ativo Recursos controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para entidade.
Passivo Obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. 
Patrimônio Líquido É o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
Receitas Abrangem tanto as receitas propriamente ditas quanto os ganhos. A receita surge no curso das atividades usuais da entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos, royalties, aluguéis.
Despesas Abrangem tanto as perdas quanto as despesas propriamente ditas que surgem no curso das atividades usuais da entidade. Tais despesas incluem, por exemplo, o custo das vendas, os salários e a depreciação. Geralmente, tomam a forma de desembolso ou redução de ativos como caixa e equivalente de caixa, estoques e ativo imobilizado.
Estrutura das Demonstrações Financeiras: Balanço Patrimonial (BP)
As definições de ativo e de passivo identificam suas características essenciais, mas não procuram especificar os critérios que precisam ser observados para que eles possam ser reconhecidos no balanço patrimonial. Ao avaliar se um item se enquadra na definição de ativo, passivo ou patrimônio líquido, deve-se atentar para a sua essência subjacente e realidade econômica e não apenas para sua forma legal.
· O balanço patrimonial é composto em ativo e passivo, sendo seus totais sempre idênticos;
· O ativo é formado pelos bens e créditos;
· O passivo é formado pelo passivo exigível (dívidas com terceiros) e patrimônio líquido.
· O ativo e o passivo são divididos em grupos, subgrupos, contas e subcontas.
É o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal.
Ativo
No ativo, as contas são evidenciais em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registradas, isto é, dos itens de maior para os de menor liquidez. O grau de liquidez considera a expectativa de conversão dos bens e direitos em dinheiro.
O ativo é composto por dois grupos, circulante e não circulante e dividido em subgrupos, como veremos a seguir:
Ativo Circulante O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfazer qualquer dos seguintes critérios:
a. Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
b. Está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
c. Espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou
d. É caixa ou equivalente de caixa (conforme definido na NBC TG 03), a menos que sua troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após data do balanço.
Os planos de contas, tradicionalmente fazem a divisão do ativo circulante em quatro subgrupos:
1. Disponibilidades;
2. Direitos de curto prazo;
3. Estoques;
4. Despesas antecipadas.
Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulante.
Ativo não circulante O ativo não circulante deve ser subdividido em realizável em longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.
Ativo realizável em longo prazo De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, art. 179, II, o ativo não circulante realizável em longo prazo é composto por dois itens: 
1. Direitos realizáveis após o término do exercício seguinte;
2. Direitos realizáveis derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, direitos (administradores em geral), acionistas (ou sócio) ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto (atividade) da companhia.
Investimentos Conforme a Lei das S/A, são classificados como investimentos no ativo não circulante:
1. As participações permanentes no capital social de outras sociedades;
2. Os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante e, que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.
Para os bens não destinados a manutenção pode-se classificar em duas categorias:
a. Demais investimentos permanentes recebemos ativos que não podem ser classificados em outros grupos e subgrupos. Exemplos: Terrenos não destinados a aluguel e sim a futuras instalações; obras de arte mantidas na empresa por prazo indeterminado.
b. Propriedade para investimento é a propriedade (terreno ou edifício – ou parte de edifício ou ambos) mantida (pelo proprietário ou pelo arrendatário em arrendamento financeiro) para auferir aluguel, valorizar o capital ou para ambas as atividades.
Imobilizado No ativo imobilizado, classificam-se os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens. A Depreciação e Exaustão Acumuladas são contas retificadores, de natureza credora. Não se confundem com as contas que registram os bens do imobilizado.
Intangível No intangível, são classificados os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos (imateriais) destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comercio adquirido. Por exemplo, quando adquiridos para serem destinados às atividades usais da empresa, são do intangível: marcas, patentes, programas de computador e fundo de comercio. Para fins de amortização, é importante segregar os ativos intangíveis com a vida útil definida dos intangíveis com vida útil indefinida.
Ativo especiais Ativo especial é o bem, tangível ou intangível, vinculado à atividade principal ou fim da empresa, gerador de benefícios econômicos de forma continuada, que pode ser explorado sem que haja a transferência de seu controle. Assim, o ativo pode gerar receita em diversas transações, sem haver sua alienação. Por exemplos, programas de computadores e filmes cinematográficos destinados à cessão de direito de uso, não à transferência definitiva.
Ativos biológicos De acordo com o CPC 29, entende-se como ativo biológico um animal ou uma planta, vivos que produz produto agrícola. O produto agrícola é definido com o produto colhido ou, de alguma forma, obtido a partir de um ativo biológico de uma entidade. Transformação biológica é o processo de crescimento, degeneração, produção e procriação que altera, qualitativa e quantitativamente, o ativo biológico.
Passivo
O passivo é composto por três grupos:
Passivo circulante O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfazer qualquer dos seguintes critérios: 
a. Espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional norma da entidade;
b. Está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
c. Deve ser liquidado no período até doze meses após a data do balanço; ou 
d. A entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.
Os termos de um passivo que podem, à opção da contraparte, resultar na sua liquidação por meio da emissão de instrumentos patrimoniais não devem afetar a sua classificação. (Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.376/11).
Pode ser subdivido em: Obrigações a Fornecedores, Empréstimos e Financiamento, Obrigações Tributarias, Obrigações Trabalhista e Previdenciárias, Outra Obrigações e Participações e Destinações do Lucro Líquido.
Passivo não circulante No Passivo Não Circulante pode-se abranger todos os subgrupos do Passivo, exceto aquele relativo às Participações e Destinações do Lucro Líquido, pois normalmente, não ultrapassam o vencimento de curto prazo.
Patrimônio Líquido Basicamente, o patrimônio líquido é divido em:
1. Capital social;
2. Reservas de capital;
3. + ou (-) ajustes de avaliação patrimonial;
4. Reservas de lucros;
5. (-) ações em tesouraria;
6. (-) prejuízos acumulados.
Demonstração do Resultado (DRE)
É um relatório contábil com o proposito de evidenciar a composição do resultado da empresa, ou seja, o lucro ou prejuízo em um dado momento. Ao apurar o desemprenho econômico da empresa, a DRE é elaborada consagrando o Princípio da Competência.
Se a entidade apresenta a demonstração do resultado separada da demonstração do resultado abrangente, ela não deve apresentar a demonstração do resultado incluída na demonstração do resultado abrangente. (Incluído pela NBC TG 26 (R2)).
Se a entidade apresentar a demonstração do resultado em demonstração separada, ela apresentará a alínea (a) nessa demonstração. (Incluído pela NBC TG 26 (R2)).
Demonstração do Resultado Abrangente (DRA)
Demonstrativo contábil que se inicia a partir do resultado líquido do período e evidencia os outros resultados abrangentes, tais como: as demais despesas e receitas não divulgadas na DRE e que impactam no Patrimônio Líquido, como também, o efeito de reclassificação dos outros resultados abrangentes para o resultado do período.
A DRA pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou incluso da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), entretanto, mesmo que seja evidenciada na DMPL, há obrigatoriedade da elaboração da DRA em separado.
Outros resultados abrangentes compreendem itens de receita e despesas (incluindo ajustes de reclassificação) que não são reconhecidos na demonstração do resultado como requerido ou permitido pelas normas, interpretações e comunicados técnicos emitidos pelo CFC.
Agora, precisamos compreender alguns conceitos, como:
Quando os itens de receitas e despesas são materiais, sua natureza e montantes devem ser divulgados separadamente. (Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.376/11)
Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)
A DMPL expõe as variações ocorridas, durante o exercício, em todas as contas do patrimônio líquido, inclusive na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, sendo mais abrangente que a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DPLA).
Veja, a seguir, quais elementos devem ser apresentados no patrimônio líquido:
A DMPL constitui uma tabela em que as colunas se destinam a cada conta integrante do Patrimônio Líquido, sendo a primeira coluna utilizada para a descrição da natureza das transações que ocasionaram as mutações, e a última é destinada para os totais.
Já as linhas da DMPL referem-se às transações ocorridas e que devem ser destacadas em função da movimentação de cada conta; na primeira linha são apresentados os saldos iniciais e na última linha os respectivos saldos finais.
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
A informação sobre fluxos de caixa proporciona aos usuários das demonstrações financeiras uma base para avaliar a capacidade da entidade para gera caixa e seus equivalentes e as necessidade da entidade para utilizar esses fluxos de caixa. A NBC TG 03 (R3) define os requisitos para a apresentação da demonstração dos fluxos de caixa e respectivas divulgações.
Obrigatória para todas as companhias abertas e para as fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço, igual ou superior a R$2 2 milhões, a demonstração dos fluxos de caixa evidencia as modificações ocorridas no caixa e nos equivalentes de caixa da companhia, em um determinado exercício, por meio da exposição dos fluxos de recebimento e pagamentos (método direto) ou de forma indireta (método indireto ou da reconciliação).
A demonstração dos fluxos de caixa deve indicar, pelo menos, as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando essas alterações em, no mínimo, três fluxos:
Métodos de Elaboração (Método direto e Método Indireto)
Há dois métodos de elaboração da DFC: direto e indireto. As diferenças entre eles limitam-se, exclusivamente, aos fluxos das atividades operacionais. Os fluxos das atividades de financiamento e de investimentos são demonstrados de forma igual em ambos os métodos.
Como na DFC devemos evidencias o fluxo financeiro das atividades operacionais gerado pelo lucro ou prejuízo, são eliminadas do resultado, por adição ou exclusão, as receitas e despesas que não afetam as disponibilidades ou que representam atividades de financiamento ou investimento; e são acrescidas ou diminuídas do lucro ou prejuízo liquidoas disponibilidades geradas pelas atividades operacionais que não afetaram o resultado.
Desse modo, os ganhos e perdas na alienação de bens do ativo imobilizado que estejam embutidos no resultado do exercício devem ser eliminadas das atividades operacionais e apresentados no grupo das atividades de investimento, como parte integrante do valor total recebido da alienação dos bens.
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
Informa a riqueza gerada pela empresa, durante determinado período, sabendo que essa riqueza pertence a toda a sociedade (empregados, governo, financiadores e acionistas).
A DVA parte do conceito de Produto Interno Bruto (PIB) calculado pelos economistas. Enquanto o PIB retrata a riqueza gerada por um pais durante determinado período, isto é, o que o país produz menos o que ele compra pronto de outros países, a DVA retrata a riqueza gerada por uma entidade durante determinado período, ou seja, o que ela gera de receitas menos o que ela compra pronto de outras empresas.
A DVA deve proporcionar aos usuários das demonstrações financeiras informações relativas à riqueza criada pela entidade em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas.
Informações, relatórios e pareceres que acompanham as demonstrações financeiras
Relatório da Diretoria Representa a apresentação do Balanço Patrimonial e das demais demonstrações financeiras aos acionistas. Quando a sociedade tiver a obrigatoriedade de manter o conselho de administração, as demonstrações financeiras serão publicadas precedidas do relatório da administração.
Conselho de administração É composto por membros eleitos ou designados com a finalidade de supervisionar as atividades da entidade. Cada estatuto ou regimento interno irá destacar as autoridades e responsabilidades, bem como a duração de seus mandatos, os procedimentos de escolha e funcionamento do conselho.
Relatório da administração Tem como objetivo complementar as demonstrações financeiras com informações sobre contexto operacional da companhia a partir de fatos relevantes ocorridos ao longo do período e apresenta tendências para exercícios futuros. 
Opinião do Auditor Independente Vale enfatizar que a CVM emite sugestões, mas que se deve manter a criatividade dos administradores na elaboração do Relatório da Administração. 
Há seis tipos distintos de opinião. São elas:
· Opinião sem Modificação – Relatório sem Ressalva;
· Opinião com Modificação – Relatório com Ressalva;
· Opinião com Modificação – Relatório Adverso;
· Opinião com Modificação – Relatório com Abstenção de Opinião.
· Opinião com Parágrafo de Ênfase – Relatório com Parágrafo;
· Opinião com Parágrafo de Outros Assuntos – Relatório com Parágrafo.
Aula 3:
Padronização das Demonstrações Financeiras 
A partir das Demonstrações Financeiras iniciam-se os Processos de Análises, ou seja, o analista de balanços irá executar técnicas para obtenção de conclusões sobre a situação econômica e financeira da entidade e de outros assuntos vinculados a seu patrimônio com a finalidade de fornecer informações uteis no processo decisório.
(1) Inicialmente, o analista de balanços deve reconhecer as demandas informacionais dos usuários aos quais serão emitidos os relatórios de análises, pois assim, poderá determinar o nível de detalhamento dos exames.
(2) Logo em seguida, o seu primeiro passo será realizar um exame minucioso dos elementos que compõem as demonstrações.
Desse modo, faz-se necessário que, nesta análise inicial, o analista observe, entre outros itens:
Saldo da conta caixa Diferencias os valores em cheque e em caixa, bem como, destacar os valores ressarcidos imediatamente ou não;
Bancos conta movimento Verificar a conciliação das contas bancárias;
Aplicações financeiras Constatar que se trata de aplicações de curtíssimo prazo e como estão sendo contabilizadas (valor nominal);
Clientes Analisar o percentual das vendas à vista e a prazo, em relação ao volume total de vendas, vencimento das duplicatas, descontos previstos, duplicatas não recebidas e carteira descontada;
Estoque Verificar se o registro é misto ou não, os tipos de inventário, critérios da avaliação de Estoques, itens obsoletos e giro do estoque;
Fornecedores ou duplicatas a pagar Considerar o volume de comprar (pagamentos à vista e pagamentos a prazo), data de vencimentos e percentuais de descontos para pagamentos antecipados;
Reservas Destacar os valores de exercícios anteriores e os cálculos do exercício corrente.
(3) Após o exame das particularidades estruturais de cada uma das contas das Demonstrações Financeiras, o próximo passo é a elaboração da padronização das demonstrações de modo que a sintetização das contas e dos grupos de contas possam agilizar e facilitar o processo de análise dos analistas, conforme demonstrado na tabelas 1 e 2, a seguir:
Tabela 1: Modelo de Balanço Patrimonial padronizado para Análise de Balanço Patrimonial da empresa:
Tabela 2: Modelo de Demonstração do Resultado do Exercício padronizado para Análise Demonstração do Resultado do Exercício da empresa:
Conforme Perez Júnior e Begalli (2002, p. 231) a padronização em agrupamentos ou reagrupamentos de contas deve-se pela:
· Simplificação;
· Comparabilidade;
· Precisão na classificação de contas;
· Descoberta de erros;
· Intimidade do analista com as demonstrações financeiras.
Adicionalmente, cabe ressaltar que a padronização elaborada pelo analista deve levar em consideração o perfil da empresa no contexto de um determinado segmento.
Principais reclassificações nas contas do ativo, passivo e demonstração de resultado
Bruni (2014) afirma que para um estudo com mais confiabilidade, nos dados apresentados pelas demonstrações financeiras, alguns ajustes e algumas reclassificações são necessárias, a destacar:
Duplicatas Descontadas Caracterizam-se pela corresponsabilidade da empresa junto à instituição financeira pela liquidação do título, caso não haja o pagamento da dívida pelo cliente.
Grupo de Origem: Ativo Circulante
Reclassificação: Passivo Circulante (aumentado).
Despesas do Exercício Seguinte Referem-se a um direito a receber por um serviço prestado por terceiros durante o exercício seguinte, sendo assim, o saldo dessa conta representará um resultado e não uma disponibilidade. 
Grupo de Origem: Ativo Circulante
Reclassificação: Patrimônio Líquido (reduzindo).
Imobilizações em Andamento Por se tratar de recursos aplicados em bens que ainda não estão em fase de produção, não devem constar na análise de rentabilidade do Ativo.
Grupo de Origem: Ativo não circulante/imobilizado.
Reclassificação: Eliminado.
Bens obsoletos Bens sem valor de uso ou venda. 
Grupo de Origem: Ativo Circulante/Ativo Não Circulante
Reclassificação: Patrimônio Líquido (reduzindo).
Outros valores de difícil realização Eventuais bens e direitos de realização impossível ou improvável. 
Grupo de Origem: Ativo Circulante/Ativo Não Circulante
Reclassificação: Patrimônio Líquido (reduzindo).
Índices-Padrão
Também chamados de Quocientes-Padrão referem-se a índices mais frequentemente atingidos pelas empresas do mesmo segmento de atividades que atuam na mesma região.
Por meio da aplicação e análise de indicadores de forma isolada e em conjunto de um ou mais períodos, pode-se avaliar solvência, liquidez, endividamento e rentabilidade da empresa.
Entretanto, no diagnósticos criterioso da situação da empresa, faz-se necessária uma comparação com os índices (maior frequência) utilizados pelos concorrentes com características similares aos seus ambientes (internos e externos). Com isso, é possível avaliar se sua situação é ótima, boa ou regular.
Inicialmente, para se obter os índices da empresa basta utilizar as fórmulas especificas para cada tipo de analise a partir dos valores extraídos das demonstrações financeiras.
· Para uma analise comparativa da situação econômico-financeira entre as empresas, é necessário obter dados de uma maior quantidade possível de empresas que apresentem características semelhantes da sua atuação, tais como: ramo de atividade (exemplos: comércio, indústria,prestação de serviços e outros), mesmo porte (pequeno, médio ou grande porte), mesmo período, região e condições econômicas.
· Na análise do comportamento médio de um determinado segmento, o analista de balanços deve considerar os fatores que influenciam na situação econômico-financeira da entidade, como também, de aplicar as técnicas de estatística de modo criterioso para determinar a metodologia do cálculo do índice-padrão. Dentre as medidas mais utilizadas destacam-se as aritméticas, moda mediana, decis entre outras.
· Por fim, ressalta-se a importância da comparação dos índices da empresa com os Índices-Padrão para a Análise das Demonstrações Financeiras de forma completa, no entanto, no curso da disciplina, este estudo pode ser prejudicado pela ausência de dados dos quocientes padrões pelo docente.
Com a metodologia de cálculo do índice-padrão pretende-se interpretar se um determinado quociente está abaixo ou acima do ideal desejado para o mercado e, deste modo, revelar as fragilidades e/ou vantagens da empresa.
Nesse sentido, podem-se fixar alguns quocientes para fins de parâmetro dispensado assim, o modelo convencional dos procedimentos para o cálculo dos índices-padrão, como:
(1) Seleção do grupo de índices suficientes para retratar a posição econômico-financeira. Normalmente, pode-se assumir a análise de pelo menos 12 índices divididos em 4 quocientes por grupo de Estrutura de Capitais, de Liquidez e de Rentabilidade.
(2) Cálculo dos índices selecionados pela amostra do setor (maior quantidade possível da amostra);
(3) Elaboração de mapas com os respectivos índices obtidos na amostra;
(4) Cálculo dos decis por cada quociente.
Aula 4: 
Aspectos gerais da análise das demonstrações financeiras 
A Análise de Balanços é composta por, basicamente, três técnicas:
A Análise Vertical (ou de estrutura) e a Análise Horizontal (ou de comportamento) são técnicas da Análise de Balanços que permitem uma análise mais apurada, ou seja, demonstram qual a conta mais relevante do grupo investigado e sua variação ao longo do tempo.
Por exemplo, se foi identificado um nível elevado de endividamento, pode-se verificar qual o credor de mais impacto na estrutura das obrigações e seu comportamento (crescimento) ao longo dos anos.
· A Análise Vertical indica a importância, em percentual, de cada conta em relação ao conjunto. Na análise do Balanço Patrimonial, o valor base de 100% é a conta de Ativo. Já na análise da Demonstração do Resultado do Exercício, a conta de parâmetro é de Vendas.
· O acompanhamento da evolução de cada conta, de uma série das demonstrações financeiras, é realizado pela Análise Horizontal. Nesse sentido, o parâmetro base, normalmente, é a série das demonstrações mais antigas que serve de ponto de partida para a verificação do seu comportamento (aumento ou redução ao longo do período analisado).
Por intermédio da Análise Vertical/Horizontal, é possível conhecer detalhes das demonstrações financeiras que não são evidenciadas através da análise de indicadores, ou seja, a conta ou grupo de contas é investigado tanto no seu contexto estrutural da demonstração contábil (seu impacto na composição do parâmetro base) como no seu respectivo comportamento (aumento/redução) ao longo dos anos.
Desta maneira, pode-se conhecer o histórico dos dados econômico-financeiros e avaliar tendências futuras.
Análise Horizontal
A Análise Horizontal é utilizada para avaliar a relação, ao longo do tempo, de cada conta das Demonstrações Financeiras entre, no mínimo, dois períodos. Demonstra a evolução/involução de cada conta ou grupo das demonstrações financeiras e, pela comparação entre si, pode-se extrair conclusões sobre a evolução da empresa.
A evolução de cada conta demonstra os caminhos percorridos pela empresa e as suas prováveis tendências.
Como a análise horizontal compara valores em datas distintas, destaca-se como limitação desta técnica, o efeito da inflação nas demonstrações, pois a relação estabelecida envolve elementos de períodos diferentes.
A análise horizontal do Balanço Patrimonial, normalmente, considera a demonstração mais antiga como ano base (100%) e por meio de cálculos de regra de três são acompanhados os valores conforme apresentado nos quadros 1 e 2.
Quadro 1: Análise Horizontal do Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. – Ativo
Quadro 2: Análise Horizontal do Balanço Patrimonial da Raia Dograsil S.A. – Passivo
No Quadro 3, nota-se a Análise Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício. Os cálculos dos índices são realizados da mesma forma, ou seja, divide-se os valores de cada conta do ano posterior pelo valor da respectiva conta no período base e multiplica-se por 100.
Quadro 3: Análise Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício da Raia Drogasil S.A.
Recomenda-se que a análise horizontal seja utilizada em conjunto com a análise vertical, pois a relevância das variações ocorridas, no decorrer dos períodos, depende da magnitude de cada elemento na composição estrutural da demonstração contábil.
Análise Vertical
É calculada por meio da relação percentual entre itens pertencentes à demonstração financeira de um mesmo período. Os índices obtidos podem ser comparados entre si ao longo do tempo, assim como, entre empresas diferentes. 
A análise vertical do Balanço Patrimonial considera o Ativo total como 100%, afinal, este corresponde ao patrimônio total da entidade. Quando a análise vertical é aplicada ao Balanço Patrimonial, possibilita-se detectar a composição percentual dos tipos de aplicações e as origens de recursos que compõem o patrimônio da entidade, conforme analisado nos quadros 4 e 5.
Quadro 4: Análise Vertical do Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. – Ativo
Quadro 5: Análise Vertical do Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. – Passivo
A análise vertical da DRE considera a receita como 100%. É a partir da receita que todas as despesas são subtraídas até se chegar ao resultado do período (lucro ou prejuízo).
Quadro 6: Análise Vertical da Demonstração do Resultado do Exercício da Raia Drogasil S.A.
Quocientes de estrutura patrimonial
A Análise dos Quocientes de Estrutura de Capitais ou também chamado indicadores de Endividamento proporciona a evidenciação do grau de endividamento da empresa em função dos recursos de terceiros investidos no Patrimônio. O índice é obtido pela proporção entre os Capitais Próprios e os Capitais de Terceiros do valores extraídos do Balanço Patrimonial.
No confronto entre Capitais Próprios e de Terceiros, pode-se constar a maior proporção de investimentos na empresa.
A partis dos quadros 1 e 2, pode-se extrair os índices da Estrutura de Capitais: 
Quadro 1 – Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. – Ativo
Quadro 2 – Balanço Patrimonial da Raia Drogasil S.A. – Passivo
Participação de Capitais Terceiros
O índice de endividamento indica o quanto a empresa possui de dívidas com relação a terceiros (passivo circulante + passivo não circulante) por cada real de recursos próprios (patrimônio líquido) investidos. Este índice revela a dependência que a empresa possui em relação a terceiros para a tomada de decisões financeiras e o respectivo risco a que está submetida.
Outro aspecto relevante a considerar, na análise do endividamento, é a média do setor que a empresa pertence, pois pode-se analisar a normalidade do endividamento quanto operacionalidade da empresa, como também, é possível detectar um elevado nível de endividamento em períodos sucessivos como indicador no risco de falência.
Pela análise da Participação de Capitais de Terceiros da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Composição do Endividamento
A composição do endividamento corresponde à proporção entre as Obrigações de Curto Prazo e as Obrigações Totais. Este índice revela a qualidade do passivo da empresa quanto aos prazos, ou seja, o quanto da dívida total (passivo circulante + passivo não circulante) com terceiros é exigível no curto prazo (passivo circulante). Ou seja, quanto menor, melhor.
De modo geral, as empresas procuram financiaro Ativo Não Circulante com recursos de longo prazo, assim como, o Ativo Circulante com recursos de curto prazo, pois tende a obter maior espaço de tempo para gestão das dividas sem comprometer o seu financeiro com surpresas do negocio (uma crise, por exemplo) e, com isso, ser obrigada a tomar atitudes desforráveis como:
· Queima de estoque com preços abaixo do valor de venda;
· Descontos elevados para o recebimento de clientes;
· Outras fontes de recursos imediatos para honrar os compromissos atuais com remuneração onerosa para empresa.
Pela análise da Composição do Endividamento da Drogaria Raia, seguem os cálculos dos índices:
Imobilização do Patrimônio Líquido
O índice de Imobilização do Patrimônio Líquido demonstra o quanto do Ativo Imobilizado é financiado pelo Patrimônio Líquido, sendo assim, evidencia-se a dependência de aporte de recursos de terceiros para manutenção dos negócios que demandam por ativos fixos. Mais uma vez, quanto menos, melhor.
Pela análise da Imobilização do Patrimônio Líquido da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Uma adequada administração de recursos de um empresa pressupõe que os prazos de realizações das aplicações sejam coerentes com os prazos de exigibilidades das fontes. Sendo assim, é comum afirmar que o Ativo Imobilizado deve ser financiado pelo Patrimônio Líquido (recursos permanentes na empresa) ou por financiamentos de longo prazo.
No caso da Droga Raia, observa-se que o Índice se manteve constante em 2016, em relação a 2015, e que a política de fontes próprias é utilizada para aplicações no Ativo Fixo.
O ideal é que a empresa utilize a menor parcela possível de seus recursos próprios para investimento em ativos de baixa liquidez (imobilizado, investimentos e intangível), deste modo, haverá sobra de recursos para investir em Ativos Circulantes e consequentemente diminuir a dependência de terceiros para manter as atividades cotidianas.
No entanto, o analista deve levar em consideração os índices do setor, como também, avaliar os processos de investimentos em expansão, relocalização ou modernização de seus ativos.
Imobilização de Recursos Não Correntes
Este índice revela a parcela de recursos de longo prazo aplicados nos grupos de ativos de menor liquidez. Quanto menor, melhor.
Recomenda-se que o Patrimônio Líquido seja o suficiente para financiar os ativos de baixa liquidez (imobilizado, investimento e intangível) e mantenha uma folga financeira para financiar parte do Ativo Circulante a fim de possibilitar a liberdade na tomada de decisões da empresa.
Quando há o excesso de imobilização do Patrimônio Líquido (índices superiores a 1,00 ou se multiplicados por 100, forem superiores a 100%), nota-se que a empresa irá depender de recursos de curto prazo para financiar o Ativo Fixo, situação que representa dificuldades financeiras para a empresa.
Aula 6:
Quocientes de liquidez
Os quocientes de liquidez demonstram o grau de solvência da empresa de acordo com a situação da solidez financeira que garanta o pagamento dos compromissos assumidos com terceiros.
Tais quocientes revelam a proporção entre os Investimentos realizados no Ativo Circulante e no Ativo Realizável a Longo Prazo, em relação aos Capitais de Terceiros (Passivo Circulante e Passivo Exigível a Longo Prazo), e são calculados a partir de valores extraídos do Balanço Patrimonial.
Para a análise da liquidez faz-se necessário o estudo dos seguintes índices: Liquidez Correntes, Liquidez Seca, Liquidez Imediata e Liquidez Geral.
A partir dos quadros 1 e 2, pode-se extrair os índices de Liquidez.
Liquidez Corrente
O quociente de liquidez corrente identifica o quanto a empresa possui de recursos de curto prazo (ativo circulante) para cada real de dívidas de curto prazo (passivo circulante.
Desta maneira, se o índice de Liquidez for maior que 1, significa que o capital circulante (CCL) da empresa será positivo, ou seja, espera-se a compatibilidade entre os recursos a receber no curto prazo e o que se pretende pagar no curto prazo.
Interpretação: Quando maior, melhor.
O quociente de Liquidez Corrente que for igual a um, indicará que a empresa possui solvência suficiente para quitar com as dívidas de curto prazo.
Já quando este quociente for maior que 1, demonstrará a existência de uma folga financeira de curto prazo, que corresponde ao Capital Circulante Líquido.
Sendo assim, para fins de cálculos do Quociente de Liquidez Corrente alguns valores podem ser excluídos da análise.
Mesmo com as críticas deste quociente, nota-se que quando há necessidade de captação de recursos para cumprir compromissos imediatos junto às instituições financeiras e/ou mercado, normalmente, as empresas que apresentam um quociente superior a 1 não encontram dificuldades no momento de empréstimos/financiamentos.
Recomenda-se que este índice seja interpretado com os demais índices da empresa, como também sua comparação com empresas do mesmo ramo e a sua evolução ao longo do tempo.
Pela análise da Participação de Liquidez Corrente da Droga Raia, seguem os cálculos dos índice:
O índice é superior a 1, ou seja, os investimentos no Ativo Circulante são suficientes para cobrir as dívidas do Passivo Circulante.
Liquidez Seca
O quociente divulga a capacidade financeira liquida da empresa em honrar os compromissos de curto prazo, ou seja, quanto a empresa tem de Ativo Circulante Líquido para cada $1 do Passivo Circulante.
A rigor, a lógica da Liquidez Seca é a análise da capacidade de pagamento da entidade, excluindo-se os ativos de difícil capacidade de transformação em dinheiro
Interpretação: Quanto maior, melhor.
Recomenda-se a análise da Liquidez Seca em conjunto com a Liquidez Corrente, assim como deve-se observar os critérios dos prazos de pagamento das obrigações com as conversibilidades dos ativos.
Trata-se de um quociente também muito utilizado na análise de financiamentos de créditos, pois reflete um grau de solvência da empresa.
Pela análise da Liquidez Seca na Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Conforme Szuster et al. (2013) AC de difícil realização representa itens que cuja transformação em dinheiro seja improvável de ocorrer nos próximos 12 meses à data do Balanço. No exemplo, o Ativo Circulante é subtraído de Estoques, Tributos a Recuperar e Despesas Antecipadas.
Liquidez Imediata
Trata-se de um quociente que mede a capacidade da liquidez imediata da empresa em liquidar suas dívidas de curto prazo por meio de Caixa, Bancos e Aplicações Imediatas.
É um índice com uma medida mais rigorosa na avaliação da liquidez e que a rigor, a sua analisa esta ligada com empresas com a continuidade comprometida e no diagnostico da necessidade ou não de obtenção de recursos para cobrir Obrigações quem vencem no curto prazo.
Normalmente, este quociente é pouco utilizado pelos analistas, pois é raro as empresas manterem recursos nas disponibilidades, assim como, há divergências temporais entre Caixa e Equivalentes de Caixa (numerador) e Passivo Circulante (denominador).
Entre outra limitações da aplicação de elevados valores em Caixa e Equivalentes, destaca-se que a política financeira poderia ser utilizada na produtiva aplicação em estoques, no financiamento de vendas a prazo e demais atividades operacionais de curto prazo.
Pela análise da Liquidez Imediata da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
A empresa não dispõe de recursos imediatos para liquidar seu passivo de curto prazo.
NBC TG 03 (R3) – Demonstração dos Fluxos de Caixa
Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis.
Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.
Liquidez Geral
Este índice revela se os recursos financeiros aplicados no Ativo Circulante e no Ativo Realizável a Longo Prazo são suficientes para saldar os compromissos totais tanto a curto prazo (Passivo Circulante), como também, a longo prazo (Passivo Não Circulante) assumidos com Terceiros.
Representa umindicador que, mais do que os demais quocientes de liquidez, sofre os efeitos temporais dos componentes do numerador e denominador.
Nesse sentido, recomenda-se que a análise da liquidez geral seja complementada por liquidez seca e que além dos prazos entre Direitos e Obrigações, os componentes do Realizável a Longo Prazo sejam revisados quanto a sua velocidade de realização de dinheiro, assim como, que as Obrigações podem não representar compromissos que refletirão necessariamente a saída de recursos na sua liquidação.
Pela análise da Liquidez Geral da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
A empresa dispõe de recursos realizáveis para quitar seu exigível (curto e longo prazo).
Aula 7:
Quocientes de rentabilidade
São aplicados para evidencias a capacidade econômica da empresa, ou seja, demonstram o grau de êxito obtido pelo capital investido na empresa.
A rentabilidade do capital investido é conhecida pelo confronto entre contas ou grupos de contas da Demonstrações do Resultado do Exercício ou correlacionando-as com grupos do Balanço Patrimonial.
A partir dos quadros 1 e 3 a seguir, pode-se extrair os índices de Rentabilidade:
Quadro 1:
Quadro 2:
Quadro 3:
Gira do Ativo
O quociente do Giro do Ativo identifica a proporção existente entre o volume das vendas e os investimentos totais realizados na empresa, ou seja, o quanto a empresa vendeu para cada $1,00 de investimento total.
Interpretação: Quanto maior, melhor.
Pela análise da Participação do Giro do Ativo, da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Margem Liquida
O quociente demonstra a margem de lucratividade em função do seu faturamento, ou seja, o quanto a empresa obteve de Lucro Líquido para cada $1 vendido.
Interpretação: Quanto maior, melhor.
Uma vez analisada a Margem Liquida, em conjunto com o Giro do Ativo, pode-se perceber que, quando o Giro do Ativo for superior a 1 e a Margem Liquida estiver muito abaixo de 1, a aparente situação positiva da Margem Liquida pode não ser suficiente para cobrir os seus custos.
Outra observação da analise em conjunto dos quocientes de Giro de Ativo e Margem Liquida refere-se que, embora um Giro de Ativo revele que as vendas tenham sido baixar em relação ao Capital Total investido, essas foram suficientes para cobrir os custos necessários à sua obtenção e permitiram até uma margem de lucro.
Portanto, é importante analisar em conjunto, o Giro do Ativo e a Margem Líquida, de modo a diagnosticar se a venda foi suficiente para cobrir os investimentos, como também para cobrir os custos para margem de lucros.
Pela análise da Margem Liquida da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices: 
Margem de Lucro Genuinamente Operacional (MGO)
Esse quociente indica o ganho da empresa que efetivamente decorre da atividade operacional em relação a seu faturamento.
A MGO representa a competência da atividade verdadeiramente operacional da empresa em gerar resultado com suas vendas.
Interpretação: Quanto maior, melhor.
Pela análise da Margem de Lucro Genuinamente Operacional, da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Rentabilidade do Ativo
Refere-se ao potencial de geração de lucros, ou seja, para cada $1 de investimentos totais o quanto a empresa obteve de lucro líquido.
A interpretação deste quociente deve estar direcionada para apurar o tempo necessário a fim de que haja retorno dos Capitais Totais (Próprios e de Terceiros) investidos na empresa.
Pela análise da Rentabilidade do Ativo da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Rentabilidade do Patrimônio Líquido
 O quociente trata-se da taxa de rentabilidade obtida pelo Capital Próprio investido na empresa, ou seja, o quanto a empresa gerou de Lucro Liquido para cada $1 de Capital Próprio Investido.
Pela analise da Rentabilidade do Patrimonio Liquido da Droga Raia, seguem os cálculos dos índices:
Para uma análise mais apurada pode-se considerar, para fins de cálculo, o valor médio do Patrimônio Líquidos quando possível. A fórmula do Patrimônio Líquido Médio pode ser representada da seguinte maneira:
Não há critério certo nem errado, deverá ser adotado o critério que o analista se sentir mais “confortável”. Ressalta-se, entretanto, a necessidade de se atualizar o PL inicial pela taxa de inflação.
Alavancagem Financeira
Tem por finalidade medir a eficiência na aplicação dos recursos obtidos de terceiros e seus reflexos na melhora do retorno dos capitais próprios.
Geralmente, o que determina vantagem ou desvantagem, na utilização dos capitais de terceiros, são os encargos financeiros. A utilização dos capitais alheios deve gerar ganho suficiente para cobrir os encargos por eles originados.
EBITDA ou LAJIDA
Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, como sendo um parâmetro informativo de aproximação do caixa gerado pela atividade operacional e calculado a partir das informações contábeis do demonstrativo de resultado. Pode ser apurado de duas maneiras: de cima para baixo e de baixo para cima.
Algumas rubricas da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) podem ser visualizadas conforme o quadro 4.
O quadro 5 apresenta uma proposta de demonstrar o cálculo do EBITDA a partir da primeira linha da DRE (Receitas Liquidas):
Já o montante do EBITDA que considera a última linha da DRE, o Resultado Líquido do Período, como ponto de partida em sua elaboração pode ser verificado de acordo com o Quadro 6.
Apesar do EBITDA ser amplamente utilizado por diversas empresas e analistas, este indicador não deve ser utilizado como a mais importante ou exclusiva escolha para analisar o desempenho e a precificação das empresas.
Algumas avaliações devem ser feitas, especialmente no mercado acionário, em relação ao lucro líquido e à capacidade de pagamento de dividendos, que só devem ser repassados aos acionistas após o pagamento de juros e imposto.
Economic Value Added (EVA)
EVA (Economic Value Added): valor econômico agregado ou adicionado é o lucro operacional após o Imposto de Renda menos o custo tanto do capital próprio quanto de capital de terceiros.
Este índice revela a capacidade da empresa de arcar com todas as suas despesas, remunerar o capital próprio e geral resultados positivos. O EVA apura o desempenho da empresa, medido pelo resultado obtido menos o custo do financiamento de capital (próprio) da empresa.
O cálculo do EVA pode ser obtido a partir da fórmula:
NOPAT Resultado operacional líquido depois do imposto;
C% Custo percentual do capital total (próprio e de terceiros);
CT Capital total investido.
Aula 8:
Ciclo Operacional
Corresponde ao tempo decorrido entre a compra de mercadorias e o recebimento do dinheiro da venda. Já para uma entidade fabril, o Ciclo Operacional é medido desde a data da compra da matéria-prima, portanto, inclui-se o tempo despedindo na produção.
O Ciclo Operacional indica o tempo decorrido entre a compra e o recebimento da venda da mercadoria, ou seja, a soma do Prazo Médio de Rotação do Estoques (PMRE) e do Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV).
Prazo Médio de Estocagem e Prazo Médio de Fabricação
O Prazo Médio de Estocagem indica, em média, quanto tempo o Estoque permanece na prateleira, isto é, o tempo decorrido entre a compra e a venda da mercadoria.
Já em uma empresa industrial, o Prazo Médio de Fabricação indica, em média, quanto tempo decorre entre a aquisição da matéria-prima até a venda do produto acabado ao cliente, ou seja, inclui-se o tempo despedindo na produção.
A partir dos quadros 1 a 3, pode-se extrair os Quocientes de Rotatividade:
Pela análise do Prazo Médio de Estocagem da Raia Drogasil S/A, seguem os cálculos dos índices:
Sabe-se que o Estoque médio corresponde à média aritmética do Estoque da entidade, calculando em duas datas consecutivas: no início e no final do período contábil ao qual se refere o Custo das Mercadorias Vendidas utilizado como denominador.
Estoque inicial de 2015 = 1.340.199 (Estoque Final em 2014)
O estoque da data mais remota deve ser corrigido monetariamente até a data do Estoque da data mais recente.
Prazo Médio de Recebimento de Vendasou de Clientes
Tal prazo revela, em média, quanto tempo a empresa financia seus clientes, pelas vendas a prazo. Também refere-se a uma média ponderada, sendo o PMRC a média ponderada do tempo que cada $1,00 das vendas demora a ser recebida.
Normalmente, os prazos concedidos aos clientes são uma questão de mercado e não uma decisão unilateral da empresa.
Pela análise do Prazo Médio de Recebimento de Vendas da Raia Drogasil S/A, seguem os cálculos dos índices:
Sabe-se que Clientes médio corresponde à média aritmética de clientes da entidade, medida em duas datas consecutivas: no início e no final do período contábil ao qual se refere a Receitas Liquidas utilizadas como denominador.
Clientes inicial de 2015 = 465.990 (saldo final em 2014)
O saldo de clientes da data mais remota deve ser corrigido monetariamente até a data de Clientes da data mais recente.
A partir do Prazo Médio de Estocagem e do Prazo Médio de Recebimento de Clientes pode-se apurar o Ciclo Operacional, ou seja, a soma PME + PMRV:
Nesse sentido, a empresa leva, em 2016, 110 dias entre a compra de mercadorias, venda e recebimento dos clientes.
Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores
Indica, em média, quanto tempo a empresa é financiada por seus Fornecedores, por intermédio das compras a prazo. Geralmente, trata-se das maneiras de financiamento menos onerosa da entidade obter, pois, normalmente, não se cobra juros nessa transação, ou a taxa de juros é mais baixa que a praticada no mercado financeiro.
Refere-se, também, de uma média ponderada, sendo o PMPF a média ponderada do tempo que cada $1,00 das compras demora a ser pago ao fornecedor. Nesse cálculo, as compras a vista, por serem pagas imediatamente, tem PMPF igual a zero.
Como nos prazos de recebimentos, os prazos de pagamentos de compras não dependem exclusivamente da empresa, utiliza-se a prática do mercado.
Como nos prazos de recebimentos, os prazos de pagamento de compras não dependem exclusivamente da empesa, utiliza-se a prática do mercado.
Pela análise do Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores, da Raia Drogasil S/A, seguem os cálculos dos índices:
Sabe-se que os Fornecedores médio corresponde à média aritmética de Fornecedores da entidade, medido em duas datas consecutivas: no início e no final do período contábil ao qual se refere a Compras como denominados.
Fornecedores inicial de 2015 = 871.477 (saldo final em 2014)
O saldo de Fornecedores da data mais remota deve ser corrigido monetariamente até a data de Fornecedores da data mais recente.
Ciclo Financeiro 
O tempo decorrido entre o momento em que a empresa coloca o dinheiro (pagamento ao fornecedor) e o momento em que receber as vendas (recebimento de clientes) é o período em que a empresa precisa arrumar financiamento. É o Ciclo de Caixa, também chamado de Ciclo Financeiro.
Os gráficos a seguir ilustram duas situações possíveis:
a) Os fornecedores financiam totalmente os estoques e a uma parte das vendas:
b) Os fornecedores financiam apenas parte dos estoques: (PMPC = PMRE)
No caso em que os Fornecedores financiam apenas parte do Estoque, a empresa deve obter financiamentos para suas vendas e ainda para uma parte do tempo em que a mercadoria permanece em estoque.
Quanto maior for o ciclo financeiro, pior para a empresa, pois representa maior tempo de utilização de financiamento e, portanto, maior custo.
A partir do Prazo Médio de Pagamento ao Fornecedor e do Ciclo Operacional pode-se obter o Ciclo Financeiro, ou seja, o Ciclo Financeiro corresponde à diferença entre o Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores e o Ciclo Operacional:
Nesse caso, a entidade tem uma necessidade de Capital de Giro, ou seja, precisa obter recursos em fontes diferentes dos Fornecedores para financiar seu Ciclo Operacional, isto é, para financiar os Estoques e as Duplicatas a Receber de Clientes.
O problema é que, normalmente, essas outras fontes de recursos são onerosas, quer dizer, mais caras que as compras a prazo.
Aula 9:
Capital Circulante Líquido (CCL)
Este estudo tem por objetivo apresentar uma metodologia de analise de dois dos grupos mais importantes da demonstração contábil do Balanço Patrimonial: o Ativo e o Passivo Circulantes, sob o enfoque da Gestão de Capital de Giro, pela apuração das variáveis empresariais Necessidades de Capital de Giro (NGC) e o Salto da Tesouraria (ST).
Sem desconsiderar os pontos fortes da análise financeira tradicional, que estuda o Ativo e o Passivo Circulantes utilizando-se dos conceitos de solvência (medida pelos indicadores de Liquidez) e de folga financeira (medida pelo Capital Circulante Líquido – CCL), esses indicadores possuem pelo menos duas falhas:
1) Pressupões que, para pagar os compromissos de curto prazo (expresso no Passivo Circulante), a empresa deve realizar integralmente seu Ativo Circulante. Ora, essa situação somente ocorre quando da liquidação da empresa.
2) Avaliam o desempenho do passado, uma vez que os indicadores são o resultado das atividades anteriores em termos de política de estocagem, política de crédito, política de compras, taxas de rentabilidade e do nível da utilização de recurso de terceiros. Não são de grande utilidade, portanto, para uma avaliação da capacidade financeira da empresa para os períodos futuros.
O CCL indica a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante, ou a diferença entre o passivo não circulante somado ao patrimônio líquido e o ativo não circulante.
Um CCL positivo indica que a entidade possui mais aplicações que fontes de financiamento no curto prazo. Com isso, o passivo circulante financia parte do ativo circulante, o restante é financiado por passivos de longo prazo ou de patrimônio líquido. Cabe ressaltar que a análise de liquidez de curto prazo, de uma entidade, deve considerar a análise de seu ciclo operacional financeiro em uma análise mais apurada.
A partir dos quadros 1 e 2, pode-se analisar a CCL.
Pela análise do Capital Circulante Líquido (CCL), seguem os cálculos dos índices:
Necessidade de Capital de Giro (NCG)
O Ativo Circulante é dividido em duas partes:
1) Uma parte é relacionada com o giro próprio do negócio (operacional) e possui características permanentes (cíclicas), pois são inerentes à manutenção das atividades básicas da entidade.
2) Já a outra parte refere-se à sazonalidade, ou seja, não está direcionada às atividades operacionais.
Em relação ao Passivo Circulante, também há essa divisão entre os itens recorrentes da operação da empresa e outros onerosos que não estão diretamente envolvidos com a atividade operacional.
No estudo do CCL, faz-se necessário analisar a composição dos componentes operacionais e financeiros dos ativos e passivos, pois assim, pode-se identificar a necessidade de capital de giro e como ela é financiada.
Conforme Martins, Miranda e Diniz (2017, p. 153), normalmente, as contas representativas dos ciclos operacionais e financeiros são as seguintes:
Ativo Circulante Operacional Disponibilidades suficientes para manter as atividades, clientes, diminuídos da provisão de crédito de liquidação duvidosa, adiantamentos a fornecedores, estoque, impostos a recuperar (IPI, ICMS), despesas antecipadas.
Ativo Circulante Financeiro Disponibilidades ociosas, aplicações financeiras, créditos de empresas coligadas ou controladas, imóveis para venda, equipamentos desativados disponibilizados para negociação (ativos não circulantes disponíveis para venda) etc.
Passivo Circulante Operacional Fornecedores, impostos (PIS/COFINS, ICMS, IPI, IR, CSSL), adiantamento de clientes, salários e encargos sociais, participações de empregados, despesas operacionais a pagar etc.;
Passivo Circulante Financeiro Empréstimos e financiamentos de curto prazo, duplicatas descontadas dívidas com coligadas e controladas, etc.
A análise das Necessidades de Capital de Giro revela o nível de recursos necessários para manter o giro dos negócios, ou seja, com a diferença entre ativo operacional e passivo operacional, verifica-se a necessidade de capital de giro, o quanto que a empresa precisa de recursos para financiaro giro de negócios.
CCL Positivo indica que as Aplicações de Capital de Giro foram maiores que as Fontes de Capital de Giro, ou seja, necessita-se de recursos para financiar o giro operacional da entidade.
Por outro lado, com o CCL Negativo, verifica-se que o valor das Fontes de Capital de Giro é superior ao valor das Aplicações de Capital de Giro, nesse sentido, a empresa não necessita de recursos para o giro dos negócios, pois dispõe de fontes do próprio negócio para financiar outras aplicações.
Pela análise da Necessidades de Capital de Giro (NCG), seguem os cálculos dos índices:
· Para o Ativo Operacional foram consideradas que as contas de Contas a Receber, Estoques, Tributos a Recuperar e Despesas Antecipadas representam valores genuinamente das atividades operacionais da entidade;
· Já para o Passivo Operacional foram consideradas as contas de Obrigações Social e Trabalhistas, Fornecedores e Obrigações Fiscais representam as atividades genuinamente operacionais da entidade.
Saldo em Tesouraria (ST)
O ST é decorrente da diferença entre ativo financeiro e passivo financeiro e com isso, evidencia-se a política financeira. Pela análise do Saldo em Tesouraria (ST), seguem os cálculos dos índices:
O Saldo em Tesouraria (ST) pode ser obtido também pela seguinte formula:
Aula 10:
Conceito de relatório de análise
O Relatório de Análise refere-se a um documento elaborado pelo analista de Balanços com a finalidade de apresentar as conclusões do desenvolvimento do processo de análise.
A Análise de Balanços possui diversos usuários e com as demandas informacionais especificas em que o analista deverá manter seu direcionamento das informações apresentadas no parecer e que favorecem o processo decisório.
Normalmente, o Relatório de Análise apresenta as informações da situação econômico-financeira da empresa, como também do seu desempenho no decorrer dos períodos em análise e perspectivas futuras.
O Relatório deve conter informações sobre o grau de endividamento, liquidez e rentabilidade obtidos, mesmo que os resultados sejam negativos devem ser apresentados e preferencialmente, justificados.
Ademais, o analista de Balanços deve elaborar um relatório com uma linguagem compreensível para todos os tipos de usuários e que seja útil na tomada de decisões e podendo conter muitos quocientes calculados, comparação com a concorrência e informações complementares. 
Outro tipo de parecer da Análise das Demonstrações Contábeis pode destacar poucas informações, ou seja, pode-se apresentar um Relatório Breve baseando-se apenas os aspectos mais importantes da situação patrimonial e financeira.
Geralmente, se o relatório for completo, inicia-se com a contextualização da empresa, em seguida o propósito da análise, a fonte dos dados, os ajustes e as reclassificações, os índices de correção utilizados, os parâmetros de comparação e por fim os dados econômico-financeiros, tais como:
Como elaborar um relatório de análise
Vejamos a seguir, por meio de um relatório breve, as conclusões obtidas a partir da análise da situação econômico-financeira da companhia analisada ao longo das aulas, pois preferencialmente bancos, clientes, fornecedores e demais usuários se satisfazer com poucas informações.
Parecer da Análise horizontal BP – Droga Raia em 2011
O Patrimônio sofreu um aumento de 20,40% em 2016 (comparado com 2015), sendo que o Ativo Circulante aumento 27,6%. Realizável a Longo Prazo aumentou 14,3% e os Ativos Investimentos, Imobilizado e intangível juntos aumentam 26,1%.
Por outro lado, o Passivo Circulante aumentou 32,5%, o Passivo não Circulante aumento 36,8% o Patrimônio Líquido teve aumento de 10,5%.
Trata-se de uma Variação Nominal que desconsidera os efeitos da inflação. Recomenda-se que a inflação seja corrigida de acordo com índice determinado pela empresa e seu segmento de atuação.
Parecer da Análise horizontal DRE – Droga Raia em 2016
Percebe-se que a Receita teve aumento real de 26,5%. Esse aumento, associado ao aumento do CVM, 25,4% provocou o aumento real do Lucro Bruto em 29,1%. As Despesas com Vendas e Gerais e administrativas totalizaram um crescimento de 51,0%, o que contribui para um aumento do Lucro antes do Resultado Financeiro e dos Tributos de 40,9% e o Lucro Líquido com um crescimento de 32,8% em 2016 (comparado com 2015).
Trata-se de uma Variação Nominal que desconsidera os efeitos da inflação. Recomenda-se que a inflação seja corrigida de acordo com índice determinado pela empresa e seu segmento de atuação.
Parecer da Análise Vertical do BP – Droga Raia em 2011
Identificamos que, em 2016, 60,6% do patrimônio são aplicados em ativos realizáveis no curto prazo, 0,9% em ativos realizáveis no longo prazo e 38,5% em ativos que não se tem por expectativa transformar em dinheiro (Ativo Investimento, Imobilizado e intangível, somados). Em 2015, essas proporções eram 57,2% (AC), 0,9% (RLP) e 41,9%, o que nos permite identificar que a Droga Raia priorizou, nos últimos dois anos, aplicações em Ativos Circulantes.
Parecer da Análise Vertical do BP – Droga Raia em 2011
Esse mesmo patrimônio, em 2016, é financiado 38,6% com dívidas que vencem no curto prazo, 9,5% por dívidas que vencem no longo prazo e 51,9% por capitais próprios da entidade. Em 2015, essas proporções eram 35,1% (PC), 8,4% (PÑC) e 56,5% (PL) sugerindo que a Droga Raia priorizou a obtenção de recursos próprios nos anos de 2016 e 2015.
Parecer da Análise Vertical da DRE – Droga Raia em 2016
O Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) corresponde, em 2016, a 68,9% da Receita; o Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos corresponde a 6,3%, isto é, a empresa tem uma lucratividade liquida de 4,0% da Receita. Em 2015, o CMV correspondia a 69,5% da Receita, o Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos corresponde a 5,6% da Receita e a lucratividade liquida era 3,8%.
Parecer da situação econômico-financeira - Endividamento
A Raia Drogasil é mais financiada pelos acionista que por terceiros (Endividamento Geral = 0,93) e 80% de suas dívidas vencem no curto prazo. A empresa não precisa utilizar recursos de terceiros para financiar seu Imobilizado, pois o Patrimônio Líquido é suficiente para aplicar no Imobilizado (IPL=0,74). Em 2015, os indicadores de endividamento foram maiores que em 2015, demonstrando a Raia Drogasil estar melhor em 2016 que em 2015.
Parecer da situação econômico-financeira – Liquidez
A Raia Drogasil apresenta boa liquidez, tanto de longo prazo (Liquidez Geral = 2,08), quanto de curto prazo (Liquidez Corrente = 1,57), entretanto, essa figura se inverte, se não conseguir transformar em dinheiro os seus Estoques e outros Ativos Circulantes de difícil realização, como Despesas Antecipadas e Outros (Liquidez Seca = 0,53), e as Disponibilidades só cobrem 13% das dividas de curto prazo (Liquidez Imediata = 0,13). Em 2015, os indicadores de liquidez foram maiores aos de 2016.
Parecer da situação econômico-financeira – Rentabilidade
A Raia Drogasil remunerou seus acionista a 0,15% ao ano (Retorno do Patrimônio Líquido, RPL = 0,15%) e todos os recursos que financiaram o Patrimônio Total (Passivo e Patrimônio Líquido) a 0,08% (Retorno do Ativo = 0,08%). Em 2015, o RPL e o RA foram menores que em 2015
Parecer dos Prazos Médios
Em 2016, a Raia Drogasil operou com significativa Necessidade de Capital de Giro, pois apresentou um Ciclo Financeiro desfavorável em 49 dias. Afinal, seu Ciclo Operacional foi de 110 dias (Prazo Médio de Estocagem, PME = 88, mais Prazo Médio de Recebimento de Vendas, PMRV = 22 dias) e seu Prazo de Pagamento a Fornecedores, PMPF, foi de 61 dias. Em 2015, o Ciclo Financeiro (58 dias) foi melhor que o de 2016.

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