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AULA 05 – IMPERFEIÇÕES E DEFEITOS Química Geral e Ciências dos Materiais Prof. Dr. William Viana Links úteis O material da disciplina será disponibilizado no OneDrive: http://bit.ly/professorwilliamunifacs 3 Material de apoio http://cienciadosmateriais.org/ https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/materiais_2016.html 4 Defeitos nos Sólidos Microscopia de força atômica de uma amostra de silício 5 O que iremos estudar... • Quais são os tipos de defeitos que ocorrem nos sólidos? Tipo e número de defeitos pode ser alterado ou controlado? Como os defeitos afetam as propriedades dos materiais? Os defeitos são indesejáveis? Como os defeitos pontuais nas cerâmicas diferem daqueles nos metais? Nas cerâmicas, como as impurezas se acomodam nas retículo cristalino e como isso afeta as propriedades? Defeitos nos Sólidos 5 6 INTRODUÇÃO Os sólidos contém inúmeras imperfeições nas estruturas cristalinas e muitas propriedades são alteradas significativamente pela presença dos defeitos. Os defeitos cristalinos são classificados conforme a sua geometria. Defeitos nos Sólidos 6 7 • Vacâncias • Átomos intersticiais • Átomos substitucionais • Discordâncias • Contorno de grão • Contorno de macla Defeitos pontuais Defeitos em linha Defeitos de área Tipos de Defeitos 7 8 Defeitos Pontuais 8 9 Imperfeições em Sólidos: Impurezas em Sólidos Ligas Metálicas Um metal puro com 99,9999% apresenta entre 1022 a 1023 átomos de impureza presentes por m³ de material. A maior parte dos metais são ligas, em que as impurezas são adicionadas intencionalmente a fim de conferir propriedades e características específicas ao material. Na maior parte dos casos, o objetivo de adicionar elementos de liga é aumentar a resistência mecânica e resistência à corrosão. 9 10 • Vacâncias: -sítios atômicos vacantes na estrutura. • Auto intersticial: - átomos “extra” posicionados entre os sítios atômicos. Defeitos Pontuais distorção dos planos auto - intersticial vacância distorção dos planos 10 11 • A concentração de equilíbrio varia com a temperatura Defeitos Pontuais: Concentração no Equilíbrio No. de defeitos Energia de ativação constante de Boltzmann 1,38 x 10-23 J/átomo∙K 8,62 x 10-5 eV/átomo∙K Temperatura (k) No. de defeitos em potencial cada sítio do retículo é um sítio potencial para vacância 11 12 • Podemos obter Q a partir de dados experimentais. Energia de Ativação: determinação • Desenhamos isso... inclinação • Medimos isso... concentração de defeitos N D N T dependência exponencial concentração de defeitos 12 13 • Microscopia. eletrônico de baixa energia: vista da superfície (110) de amostra de NiAl • Aumento de T causa crescimento da “ilha de átomos” • Motivo? A concentração de vacâncias em equilíbrio aumenta por meio do movimento de átomos a partir da superfície do cristal, onde se juntam à ilha. K.F. McCarty, J.A. Nobel, and N.C. Bartelt, "Vacancies in Solids and the Stability of Surface Morphology", Nature, Vol. 412, pp. 622-625 (2001). Image is 5.75 m by 5.75 m.) Copyright (2001) Macmillan Publishers, Ltd. Observando a Concentração de Vacâncias em Equilíbrio As “ilhas” crescem/encolhem para manter a concentração de equilíbrio no seio da liga 13 14 Defeitos em Estruturas Cerâmicas Defeitos Pontuais Assim como nos metais, vazios e intersticiais podem existir, entretanto, como nas Cerâmicas contém pelo menos dois tipos de íons, defeitos de cada tipo de íon são possíveis. Exemplo: Para o NaCl, vazios e intersticiais de cada um dos elementos (Na e Cl) pode ocorrer. Existe baixa probabilidade de ocorrer intersticiais de ânions, uma vez que estes são grandes e tensões de distorção são geradas. 14 Defeitos em Estruturas Cerâmicas 15 16 • Defeito de Frenkel O defeito de Frenkel envolve um par, um vazio de cátion e um cátion intersticial. Pode ser pensado como o deslocamento de um cátion da sua posição normal para um interstício. Há balanço de carga uma vez que o número total de cátions é o mesmo. Um cátion fora de lugar. Adaptado da Fig. 13.20, Callister 5ed. (Fig. 13.20 is from W.G. Moffatt, G.W. Pearsall, and J. Wulff, The Structure and Properties of Materials, Vol. 1, Structure, John Wiley and Sons, Inc., 6ed. Defeitos em Estruturas Cerâmicas defeito de Frenkel • Concentração de equilíbrio dos defeitos 16 17 • Defeito de Schottky O defeito de Schottky ocorre em materiais Cerâmicos do tipo AX, e consiste de um vazio de um cátion e de um ânion. Uma vez que cátions e ânions apresentam a mesma carga, a neutralidade de carga do cristal é mantida. Adaptado da Fig. 13.20, Callister 5ed. (Fig. 13.20 is from W.G. Moffatt, G.W. Pearsall, and J. Wulff, The Structure and Properties of Materials, Vol. 1, Structure, John Wiley and Sons, Inc., 6ed. Defeitos em Estruturas Cerâmicas defeito de Frenkel defeito de Schottky 17 18 Geometria inicial Ca 2+ impureza geometria resultante Ca 2+ Na + Na + Ca 2+ de cátion vacância • Impurezas devem satisfazer o balanço de cargas • Ex: NaCl • Impureza substitucional - cátion Impurezas geometria inicial O 2- impureza O 2- Cl - vacância de ânion Cl - geometria resultante • Impureza substitucional - ânion 18 19 Adição de uma “impureza” B numa matriz de A: • Solução sólida de B em A (distr.randômica de def. pontuais) • Solução sólida de B em A mais partículas de uma nova fase (em geral para uma quantidade maior de B) OU Liga Substitutional (e.g., Cu in Ni) Liga Intersticial (e.g., C in Fe) Partícula da segunda fase - composição diferente - estrutura em geral diferente. Defeitos Pontuais em Ligas 19 IMPUREZAS NOS SÓLIDOS SERÁ QUE OS ÁTOMOS DE IMPUREZA TRAZEM BENEFÍCIOS ?? EXISTE UM METAL PURO FORMADO POR APENAS UM TIPO DE ÁTOMOS ?? SOLUÇÃO SÓLIDA SOLUÇÃO SÓLIDA Os átomos de soluto ou de impureza repõem ou substituem os átomos hospedeiros. 23 Soluções Sólidas Condições para formação de uma solução sólida (regra de Hume-Rothery) ΔR (raio atômico) < 15% Proximidade na tabela periódica i.e eletronegatividade similares Mesma estrutura cristalina em ambos os metais quando puros Valência: Se tudo o mais for semelhante, um metal tende a dissolver outro metal de maior valência do que um de menor valência. 24 Soluções Sólidas Defeitos pontuais de impurezas são encontradas na forma Substitucional e Intersticial. Existem alguns fatores que determinam a formação de Solução Sólida Substitucional, conforme segue: Tamanho Atômico Uma quantidade apreciável de elementos pode ser adicionado desde que a razão de diâmetros atômicos não ultrapasse ± 15%. Quando a diferença é superada, criam-se distorções na estrutura cristalina e uma nova fase é formada. Estrutura Cristalina Para maior solubilidade, as estruturas cristalinas dos dois metais devem ser as mesmas. 25 Soluções Sólidas Eletronegatividade Quando dois tipos de átomos são misturados, quanto mais para os extremos da tabela periódica estiverem os elementos (maior a eletropositividade de um e eletronegatividade do outro), maior a tendência à formação de Intermetálicos ao invés de solução sólida substitucional. Valência Átomos de um solvente apresentam maior tendência em dissolver um soluto que apresente maior valência. Exemplo: Na solução sólida substitucional de Cobre em Níquel, a solubilidade é total, com raios atômicos de 0,128 e 0,125nm, ambos com estrutura cristalina Cúbica de Faces Centradas, eletronegatividades de 1,9 e 1,8, com valências +1 (podendo ser +2) para o Cobre e +2 para o Níquel. 27 Soluções Sólidas Solução Sólida Intersticial Neste tipo de solução, os átomos de soluto ocupam os espaços vazios que existem entre os átomos de solvente. Uma vez que os metais apresentam elevados fatores de empacotamento atômico, o tamanho dos interstícios é pequeno, podendo alojar elementos de pequeno tamanho,muito menores que os átomos de solvente. A solubilidade intersticial é geralmente menor que 10%. Os átomos destes elementos pequenos são maiores que os espaços intersticiais, resultando em distorção no reticulado cristalino. Exemplo: Solução sólida de Carbono em Ferro, cujos raios atômicos são 0,071 e 0,124nm, com limite de solubilidade máxima de 2% em peso. 29 Ligas metálicas Soluções Sólidas Substitucionais 31 Soluções Sólidas Aplicação da regra de Hume-Rothery 1. Você prediria que o Zn dissolve mais Al ou mais Ag? 2. Você prediria que o Cu dissolve mais Zn ou mais Al? Tabela pag.106, Callister 7ed. Elemento Raio Estrutura Eletronega - Valência Atômico Cristal . tividade (nm) Cu 0.1278 FCC 1.9 +2 C 0.071 H 0.046 O 0.060 Ag 0.1445 FCC 1.9 +1 Al 0.1431 FCC 1.5 +3 Co 0.1253 HCP 1.8 +2 Cr 0.1249 BCC 1.6 +3 Fe 0.1241 BCC 1.8 +2 Ni 0.1246 FCC 1.8 +2 Pd 0.1376 FCC 2.2 +2 Zn 0.1332 HCP 1.6 +2 Elemento Raio Estrutura Eletronega - Valência Atômico Cristal . tividade (nm) Cu 0,1278 CFC 1,9 +2 C 0,071 H 0,046 O 0,060 Ag 0,1445 CFC 1,9 +1 Al 0,1431 CFC 1,5 +3 Co 0,1253 HC 1,8 +2 Cr 0,1249 CCC 1,6 +3 Fe 0,1241 CC 1,8 +2 Ni 0,1246 CFC 1,8 +2 Pd 0,1376 CFC 2,2 +2 Zn 0,1332 HC 1,6 +2 32 • são defeitos de linha, • causam deslizamentos entre planos cristalinos quando se movem, • produzem deformação permanente (plástica). Discordâncias: Zinc (HC): • antes da deformação • após alongamento por tração degraus Defeitos de Linha 32 33 Defeitos de Linha Monocristal de zinco após deformação por tração 33 34 Defeitos de Linha Defeitos em Linha (discordâncias) são defeitos uni-dimensionais ao longo dos quais os átomos estão desalinhados Discordância em aresta Meio plano de átomos inserido numa estrutura b perpendicular à linha da discordância Discordância em espiral (hélice, parafuso) Rampa espiral resultante de cisalhamento b paralelo à linha da discordância Vetor de Burgers, b = medida da distorção do retículo 35 Discordância em Aresta Vetor de Burgers linha da discordância em aresta 36 • As discordâncias provocam um deslizamento incremental... • A discordância (ponto vermelho em movimento)... ...separa o material “deslizado” da esquerda do material não “deslizado” à direita Simulação do movimento de uma discordância da esquerda para a direita quando o cristal é cisalhado Deslizamento Progressivo 36 37 • O movimento das discordâncias requer saltos sucessivos de meio plano atômico (da esquerda para a direita). • As ligações no trajeto da discordância são quebradas e refeitas sucessivamente. Vista atômica de uma discordância linear movendo-se da esquerda para a direita quando um cristal é cisalhado Ligações: ruptura e religação 37 Discordância em Espiral Screw Dislocation Adaptado da Fig. 4,4, Callister 7ed. Vetor de Burgers b Linha da discordância b Discordância Mista Adaptado da Fig. 4,5, Callister 7ed. 40 Contorno de Grão: • São as fronteiras entre cristais. • São produzidos no processo de solidificação, por exemplo. • Apresentam uma mudança na orientação cristalina entre um lado e outro. • Dificulta o movimento das discordâncias. Defeitos de Área: Contorno de Grão ~ 8cm Lingote metálico fluxo de calor fronteira de grão de alto ângulo fronteira de grão de baixo ângulo 40 Defeitos de Área: defeitos planares Maclas ou contorno de macla Essencialmente é a reflexão das posições atômicas em torno do plano de macla contorno de macla Adaptado da 4.9, Callister 7ed. Falhas de empilhamento Ex: CFC sem falhas: ABCABCABCABCABCABC com falha: ABCABCABABCABCABCA Defeitos em Sólidos núcleos cristais crescendo estrutura granular líquido Solidificação – resultado da moldagem de material fundido 2 Etapas forma-se um núcleo os núcleos crescem formando cristais – estrutura granular Início com material inteiramente líquido Cristais crescem até entrar em contato uns com os outros Adaptado da Fig.4.14 (b), Callister, 7ed. 43 • Permite ampliação de até 2000X. • Polimento é necessário por causa da pequena profundidade de foco • Ataque químico muda a reflectância da superfície, dependendo da orientação do cristal ou revela contornos de grão de outros defeitos. • Resolução máxima: ~100nm Micrografia de um latão(Cu:Zn) Microscopia Ótica 0,75mm microscope microscópio 43 44 Contornos de grão... • são imperfeições, • são mais susceptíveis ao ataque químico, • podem se mostrar como linhas escuras, • muda de direção num policristal Microscopia Ótica Fe-Cr alloy microscópio contorno de grão sulco superficial superfície polida no de tamanho de grão ASTM N = 2 n -1 no grãos/pol2 a 100x de ampliação 44 45 • Defeitos nos sólidos: Pontuais, de Linha e de Área • O número e o tipo do defeito podem ser controlados e/ou variados (e.g., T controla a concentração de vacâncias) • Defeitos afetam as propriedades dos materiais (e.g.: contorno de grão controla o deslizamento de planos cristalinos). • Defeitos podem ser desejáveis ou indesejáveis (e.g., discordâncias poder ser boas ou ruins dependendo se a deformação plástica é desejável ou não). Resumo 45 46 21 46 self- interstitial distortion of planes Vacancy distortion of planes Boltzmann's constant (1.38 x 10 -23 J/atom K) (8.62 x 10 -5 eV/at om K) ç ÷ N D N = exp - Q D k T æ è ç ö ø ÷ No. of defects No. of potential defect sites. Activation energy Temperature Each lattice site is a potential vacancy site ç ÷ N D N = exp - Q D k T æ è ç ö ø ÷ 1/ T N N D ln 1 - Q D /k slope I sland grows/shrinks to maintain equil. vancancy conc. in the bulk. e kT QD ÷ ø ö ç è æ - ~ Shottky Defect: Frenkel Defect Na + Cl - heat flow
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