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Camila Critislaine da Silva
Luan Fernando P. Nogueira
Marcieli Carolina Carrero da Silva
Tatiane Alves do Rosário
Thayna Trindade Machado
Atividade Avaliativa – Trabalho em Equipe
Acórdão
N° do Processo: TRT – RO – 00534-2011-104-03-00-4
Síntese dos Fatos
Ilda Maria de Souza Conde entrou com uma ação contra Leila Mendes de Sá, na 4ª Vara do Trabalho de Uberlândia, mas o Exmo. Juiz julgou improcedente os pedidos formulados na reclamação trabalhista.
A reclamante recorre dessa decisão para o Tribunal Regional do Trabalho – 3ª Região e renova o pedido de pagamento da indenização substitutiva do auxílio – doença, assim como por danos morais. 
Houve contrarrazões da parte de Leila.
É o relatório.
O recurso ordinário apresentado pela reclamante é próprio, tempestivo e a representação é regular, ou seja, está no prazo. Além disso ela é beneficiária da justiça gratuita, estando dispensada do recolhimento das custas processuais. 
Conheço o apelo, porque atendidos os pressupostos de sua admissibilidade.
Mérito
Na inicial, a reclamada afirmou que trabalhou de empregada doméstica para a recamada, nos períodos de 01/06/1996 a 16/10/1997, 02/10/2000 a 18/08/2004, 03/01/2005 a 29/10/2005 e 12/06/2009 a 12/02/2010. Ela tinha sido contratada para receber um salário mínimo mensal, porém sua última remuneração foi de R$548,35. Em novembro de 2010, ela fez uma cirurgia de traqueostomia permanente e tratamento para cura de hemangioma, encontrando-se incapacitada para o trabalho. Ela compareceu ao INSS para solicitar o benefício de auxilio – doença, o qual fora recusado, porque não comprovada a qualidade de segurada. A reclamante afirmou que pediu à reclamada para regularizar sua situação perante a Previdência Social, o que, todavia, não se verificou.
A demandada seria a responsável pelo indeferimento do benefício previdenciário, a obreira requereu que fosse ela condenada a efetuar o recolhimento do INSS relativo aos meses trabalhados, e também pagar indenização substitutiva do auxílio-doença. Se constatada a incapacidade definitiva, o pagamento da indenização substitutiva da aposentadoria por invalidez seria até o óbito e ainda pagaria indenização por danos morais sofridos.
A reclamada reconheceu o trabalho de Ilda nos períodos apontados na petição inicial, afirmou ter efetuado o recolhimento das contribuições previdenciárias nos períodos de outubro a novembro de 2000, janeiro a maio de 2001, outubro a dezembro de 2001, janeiro a dezembro de 2002, janeiro a maio de 2003, e ainda de 12/06/2009 a 12/02/2010 conforme os documentos juntados com a defesa, ela também não questionou o estado de saúde da obreira.
O juiz de origem declarou a incompetência da Justiça do Trabalho para julgar o pedido de recolhimento da contribuição previdenciária sobre os salários pagos no curso dos contratos de trabalho e indeferiu as indenizações postuladas. 
A reclamada recorreu da decisão e faz jus ao pagamento de indenização substitutiva do auxílio-doença e por danos morais.
Assiste-lhe razão, pois como se vê de f. 21, o pedido do auxílio-doença feito pela reclamante em 19/01/2011 foi indeferido pela Previdência Social, porque não foi comprovada a qualidade de segurada. Porém no “Art. 15 – Mantém qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
II- até 12 Meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração”, e no 
“Art. 9 – São segurados obrigatórios da previdência social:
II – Como empregado doméstico – aquele que presta serviço de natureza continua, mediante remuneração, a pessoa física ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos”.
Por outro lado, é incontroverso nos autos que a reclamante trabalhou para a reclamada nos períodos de 01/06/1996 a 16/10/1997, 02/10/200 a 18/08/2004, 03/01/2005 a 29/10/2005 e 12/06/2009 a 12/02/2010. 
O Art. 15, II, da Lei 8.212/1991 acima transcrito, a qualidade de segurado é mantida independentemente de contribuições até 12 meses após a cessação das contribuições, se a reclamada tivesse recolhido regularmente as contribuições referente ao contrato entre as partes no período 12/06/2009 a 12/02/2010, em 19/01/2011 quando Ilda requereu o benefício previdenciário, sua qualidade de segurada estaria mantida. Entretanto a reclamada só efetuou o recolhimento em maio de 2011, e o período de carência para a concessão do auxílio-doença equivale a 12 meses de contribuições mensais, “Havendo perda de qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da ova filiação à Previdência Social, com no mínimo, 1/3 do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido”.
A reclamada praticou ato ilícito ao deixar de recolher as contribuições previdenciárias relativas ao contrato de trabalho na forma exigida por lei, o artigo 186 do CC: “Aquele que, por ação ou omissão voluntaria, negligencia ou imprudência, violar direito ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Em consequência ela deve responder pelos danos ocasionados a reclamante em conformidade com o artigo 927 do CC.
Não resta dúvida que a reclamante faz jus ao pagamento da indenização, que será paga mês a mês, em parcelas equivalentes ao salário mínimo a partir da data do requerimento feito junto à Previdência Social e enquanto Ilda estiver incapacitada, caberá a Leila provar por meio de perícia técnica a ser requerida por juízo, que a reclamante está capacitada para o trabalho ou até que o INSS revendo a situação da trabalhadora, passe a conceder-lhe o benefício. 
Já os danos morais decorrem da situação de desamparo a que foi exposta a reclamante quando ela se encontrava impossibilitada de trabalhar. A conduta da reclamada traduz ofensa à dignidade da pessoa humana e descaso com a integridade física da empregada.
A fixação do valor devido a título de compensação por danos morais deve levar em conta diversos aspectos, como a gravidade de falta cometida, as condições sociais do infrator e o caráter pedagógico da parcela.
Sopesando todos esses aspectos, Leila terá que pagar por danos morais o valor de R$ 1.000,00, lembrando que ela efetuou o pagamento das contribuições referentes ao último contrato de trabalho em maio de 2011.
Conclusão
O pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 1.000,00 assim como o pagamento de indenização substitutiva do auxílio-doença. Ficam invertidos os ônus da sucumbência, custas, pela reclamada, no importe de R$200,00 calculadas sobre R$10.000,00 valor arbitrado a condenação.

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