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modelo de Reclamação Trabalhista

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Prévia do material em texto

MM. JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 NOME DA RECLAMANTE, brasileira, solteira (convivente), dona do lar, 
nascida em, filha de, natural de, portadora do RG nº, inscrita no CPF nº residente e 
domiciliada na, S/N, Bairro, CEP:, Cidade-Estado por seu advogado infra-assinado, 
legalmente constituído por meio do instrumento procuratório em anexo, residente e 
domiciliado, na Rua, Quadra, Lote Bairro, Cidade-Estado, onde recebe informações e 
notificações, vem perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 319 do NCPC e do 
artigo 840, § 1º da Consolidação das Leis do Trabalho, propor a presente: 
 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 em face de NOME DA RECLAMADA, inscrita no CNPJ sob o nº com sede 
na Rua, Nº, Bairro, Cidade-BA, pelos fatos e fundamentos que serão esclarecidos a 
seguir: 
1 - PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
A Lei 1.060/50 assegura a assistência judiciária gratuita, compreendendo custas 
processuais e honorários advocatícios, a todos aqueles que não têm condições de arcar 
com as despesas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família, 
conforme declaração de hipossuficiência em anexo, bastando para tanto que afirme em 
Juízo esta condição, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais, sendo 
este os termos do art. 4º da referida lei. 
A Súmula nº 463 DO TST diz sobre a ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA 
GRATUITA. COMPROVAÇÃO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 304 da 
SBDI-1, com alterações decorrentes do CPC de 2015) – Res. 219/2017, DEJT 
divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 – republicada – DEJT divulgado em 12, 13 e 
14/07/2017. I – A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária 
gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela 
parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos 
para esse fim (art. 105 do CPC de 2015). Ou seja, a declaração de hipossuficiência 
anexa a exordial garante a gratuidade de justiça ao Reclamante. 
O demandante ainda afirma, sob as penas de lei, não ter condições financeiras 
para custear o acesso ao Poder Judiciário, ao tempo que informa que o advogado 
 
 
 
 
 
subscritor desta inicial, e os constantes da procuração anexa atuam no presente processo 
como indicados, hipótese esta admitida no art. 5º, § 4º, da mesma Lei, que assegura tal 
direito ao autor. 
Assim, apresentando-se como direito fundamental assegurado 
constitucionalmente no art. 5º, XXXV, é certo que este Douto Juízo não negará ao autor 
seu legítimo direito de acesso ao Poder Judiciário, pelo que requer a concessão do 
benefício da Justiça Gratuita. 
 
2 - DA BREVE SINTESE DOS FATOS 
 
 A Reclamante foi contratada para laborar como consultora de vendas pela 
Reclamada na data de 17 de julho de 2019 e foi dispensada na data de 16 de agosto de 
2019, a contratação se deu por um contrato de experiência de 30 dias. A jornada de 
trabalho da Reclamante começava às 08:00h e encerrava as 13:00h de segunda a sexta e 
aos sábados de 08:00h as 12:00h. Contudo, na segunda quinzena de prestação de 
serviços houve uma mudança na jornada de trabalho de segunda a sexta que passou para 
o período da tarde, iniciando a jornada as 13:00h e encerrando as 17:00h, permanecendo 
os sábados com a mesma jornada diária. 
 Acontece que quando ocorreu a dispensa da Reclamante, a Reclamada não 
honrou com seu compromisso de arcar com as verbas rescisórias inerentes ao contrato 
de experiência que a Reclamante tinha por direito perceber. E ainda teve ao longo de 
trinta dias de trabalho prestado o recebimento irrisório de... a título de serviços de 
panfletagem, como mostra documentos anexado aos autos, sendo que mais nada foi 
pago a título de verbas rescisórias e sob outros títulos, motivo pelo qual recorre a justiça 
trabalhista para ter os seus direitos reconhecidos e atendidos. 
 
3 – DOS DIREITOS 
3.1 – DA SUPRESSÃO PARCIAL DO SALÁRIO 
 
 A Reclamante laborou durante trinta dias para a Reclamada, numa jornada de 
segunda-feira a sexta-feira das 08:00h até as 13:00h e aos sábados de 08:00h as 12:00h 
isso na primeira quinzena de labor. Contudo, na segunda quinzena de prestação de 
serviços houve uma mudança na jornada de trabalho de segunda a sexta que passou para 
o período vespertino, iniciando a jornada as 13:00h e encerrando as 17:00h, 
permanecendo os sábados com a mesma jornada diária. 
No final desse período laboral e com a consequente dispensa, a Reclamada 
pagou R$100,00 (cem reais) a título de serviços de panfletagem, suprimindo a maior 
parte do salário ao qual a Reclamante tinha por direito básico perceber. 
 A Reclamante postula pela parte do salário que lhe foi suprimida pela conduta 
leviana da Reclamada que é totalmente contra aquilo determinado pela nossa Carta 
Magna no seu artigo 7º, inciso IV, que determina: 
Art.7º: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além 
de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV -
 salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, 
capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de 
sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, 
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com 
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, 
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
 
 
 
 
 
 Como é assegurado pela nossa Carta Magna como direito dos trabalhadores 
urbanos e rurais. O salário mínimo não pode sofrer nenhum tipo de redução, salvo 
algumas exceções que claramente não se encaixam na situação da Reclamante, pois 
agindo dessa forma o empregador além de desrespeitar o seu empregado, afronta o 
princípio da irredutibilidade do salário mínimo, conforme assegura a Carta Magna em 
seu artigo 7º, inciso VI, que aduz: 
Art.7º: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além 
de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - 
irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou 
acordo coletivo; 
 Como dito anteriormente, a redução do salário mínimo do empregado pelo 
empregador é uma conduta que deve ser totalmente reprovada, pois coloca em situação 
de risco e vulnerabilidade a condição do empregado de manter o próprio sustento e da 
sua família, não podendo atender as suas necessidades básicas, tais como alimentação, 
habitação, vestuário, higiene, saúde e transporte, como assevera o artigo 76 da CLT: 
Art. 76 – Salário mínimo é a contraprestação mínima devida 
e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, 
inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia 
normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada 
época e região do País, as suas necessidades normais de 
alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. 
 Diante do exposto, a Reclamante pede a condenação da Reclamada ao 
pagamento da parte suprimida do seu salário, que equivale ao importe de ... além do 
juros e correção monetária aos quais faz jus. 
3.2 – DA SUPRESSÃO TOTAL DO INTERVALO INTRAJORNADA – HORAS 
EXTRAS 
 A Reclamante laborava de segunda-feira à sexta-feira de 08:00h as 13:00h, 
computando uma jornada de trabalho diária de 5 horas consecutivas, e aos sábados de 
08:00h as 12:00h, isso ocorria na primeira quinzena de labor, onde não desfrutava de 
um intervalo para o seu descanso e alimentação, tal intervalo foi suprimido pela 
Reclamada, obrigando a Reclamante laborar durante toda a jornada diária sem direito ao 
repouso. 
 A Reclamante postula pelo intervalo intrajornada totalmente suprimido pela 
Reclamada, já que a jornada de trabalho diária da Reclamante chegava a cinco horas 
sem o intervalo, situação que desrespeita aquilo que é determinado pela legislação 
trabalhista, que em seu texto defende o direito de um intervalo de quinze minutos para 
descanso e alimentação dos empregados que trabalham acima de quatro horas e menos 
de seis horas diariamente. 
 Esse direitoencontra-se previsto no artigo 71, §1º da Consolidação das Leis do 
Trabalho, que assevera: 
Art. 71: Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda 
de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo 
para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 
(uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em 
contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. § 1º - Não 
 
 
 
 
 
excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, 
obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a 
duração ultrapassar 4 (quatro) horas. 
 
Como a conduta da Reclamada claramente desrespeitou aquilo determinado pela 
CLT, deverá pagar uma indenização a Reclamante pela supressão total do intervalo 
intrajornada, essa indenização estar prevista no parágrafo §4º do mencionado artigo, 
como afirma: 
 
§ 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo 
intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a 
empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de 
natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com 
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da 
remuneração da hora normal de trabalho. (Redação dada pela 
Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) 
 
 Diante do exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento da verba 
de natureza indenizatória correspondente ao período que perdurou a jornada de trabalho 
diária de 5 horas consecutivas na primeira quinzena, quando ocorreu a supressão total 
do intervalo intrajornada no importe de... acrescidos de juros e correção monetária. 
 
3.3 – DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS MAIS UM TERÇO CONSTITUCIONAL 
 
 A Reclamante laborou para a Reclamada durante a vigência de um contrato de 
experiência que perdurou por trinta dias. Sendo contratada para trabalhar como 
consultora de vendas, dos meados de julho de 2019 até os meados de agosto de 2019. 
 Ocorre que ao final do contrato de experiência, a Reclamada dispensou a 
Reclamante sem pagar as devidas verbas rescisórias que teria direito, pagando apenas 
um valor irrisório pelo serviço prestado de panfletagem. 
 A Reclamante postula pelos valores correspondentes as férias proporcionais 
mais um terço constitucional que não recebeu das mãos da Reclamada, em 
conformidade com o artigo 7º, inciso XVII da Constituição Federal, que afirma: 
Art.7º: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além 
de outros que visem à melhoria de sua condição social: XVII 
– gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um 
terço a mais do que o salário normal. 
 
E o parágrafo único do artigo 146 da CLT, que aduz: 
 
Parágrafo único: Na cessação do contrato de trabalho, após 
12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não 
haja sido demitido por justa causa, terá direito à 
remuneração relativa ao período incompleto de férias, de 
acordo com o artigo 130, na proporção de 1/12 (um doze 
avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) 
dias. 
 
O parágrafo único do artigo 146 da Consolidação das Leis do Trabalho 
determina que o empregado tenha direito ao período de férias proporcionais de 1/12 
avos para cada mês trabalhado ou sendo uma fração superior a 14 dias. Assim, a 
 
 
 
 
 
Reclamante faz jus a 1/12 (um doze avos) pelos trinta dias de serviços prestados mais 
1/3 (um terço constitucional). 
Diante do exposto, a Reclamante requer a condenação da Reclamada ao 
pagamento dos valores correspondentes as férias proporcionais mais um terço 
constitucional ao qual deveria ter percebido no ato da sua dispensa. O valor que 
corresponde a essa verba rescisória é no importe de... 
 
3.4 – DO DÉCIMO TERCEIRO PROPORCIONAL 
 
 A Reclamante foi contratada para laborar pela Reclamada sob a vigência de um 
contrato de experiência que perdurou durante trinta dias, ao chegar no final do prazo 
previamente estipulado. A Reclamada dispensou a Reclamante sem pagar as devidas 
verbas ao qual essa tinha direito de receber. 
 A Reclamante postula pelos valores correspondentes a título de décimo terceiro 
proporcional que deixou de receber no ato da dispensa ao final do prazo do contrato 
de experiência, como determina o artigo 1º em seu parágrafo 3º, inciso I, da Lei nº 
4.090/62, que informa: 
 
Art. 1º - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado 
será paga, pelo empregador, uma gratificação salarial, 
independentemente da remuneração a que fizer jus. § 3º - A 
gratificação será proporcional: I - na extinção dos contratos a 
prazo, entre estes incluídos os de safra, ainda que a relação de 
emprego haja findado antes de dezembro; 
 
 Diante do exposto, a Reclamante requer a condenação da Reclamada ao 
pagamento do valor referente ao décimo terceiro proporcional que não recebeu no ato 
da sua dispensa ao final do contrato de experiência. O valor correspondente a essa verba 
rescisória é no importe de... 
 
3.5 – DA PARCELA DO FGTS 
 
 A Reclamante foi contratada para laborar pela Reclamada sob a vigência de um 
contrato de experiência que perdurou durante trinta dias, ao chegar no final do prazo 
previamente estipulado. A Reclamada dispensou a Reclamante sem pagar as devidas 
verbas ao qual essa tinha direito de receber. 
 A Reclamante postula o valor correspondente a parcela do FGTS ao qual a 
Reclamada deveria depositar numa conta bancária vinculada ao nome da Reclamante, 
para que esta após a sua dispensa fosse a agência bancária munida com a devida guia 
para recebimento da verba e levantasse o referido valor. 
 Como determina o caput do artigo 15 da Lei 8.036/90, que aduz: 
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os 
empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) 
de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância 
correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou 
devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na 
remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da 
CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, 
de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, 
de 12 de agosto de 1965. (Vide Lei nº 13.189, de 2015). 
 
 
 
 
 
 
Diante do exposto, a Reclamante requer a condenação da Reclamada ao depósito 
do valor referente a parcela do FGTS e consequentemente a entrega das guias para o 
levantamento do referido valor na conta bancária em seu nome. O valor correspondente 
a essa verba rescisória é no importe de... 
 
3.6 – DO VALE TRANSPORTE 
 
 A Reclamante para chegar ao local de trabalho utilizava dos próprios meios para 
realizar o percurso casa-trabalho-casa, às vezes retirava da sua renda o valor 
correspondente as duas tarifas de transporte coletivo urbano, pois a Reclamada não 
repassava os valores de passagens para ela. Com essa conduta a Reclamada 
comprometia uma parte da renda da Reclamante, com uma obrigação que deveria ser 
dividida entre as duas partes. Contudo, apenas a Reclamante assumia todo o gasto do 
seu transporte. 
 A condição da Reclamante encontra-se elencada no rol daqueles empregados 
que deve ser beneficiário do vale-transporte, esse rol estar determinado no artigo 1º, 
incisos I e III do Decreto 95.247/87, que elenca: 
Art. 1º São beneficiários do Vale-Transporte, nos termos 
da Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, os 
trabalhadores em geral, tais como: I - os empregados, assim 
definidos no art. 3° da Consolidação das Leis do Trabalho; 
III - os trabalhadores de empresas de trabalho temporário, 
de que trata a Lei n° 6.019, de 3 de janeiro de 1974; 
 
A Reclamante postula pela devolução dos valores pagos por ela, além daquilo 
que é permitido por lei, pois sabemos que o ordenamento jurídico brasileiro autoriza 
que o empregado deva contribuir com apenas 6% do seu pagamento mensal para custear 
as passagens, devendo o empregador arcar com a parte que exceder a contribuição do 
empregado. 
 Como determina a Lei nº 7.418/85, no seu artigo 4º, parágrafo único, que aduz: 
Art. 4º - A concessãodo benefício ora instituído implica a 
aquisição pelo empregador dos Vale-transporte necessários 
aos deslocamentos do trabalhador no percurso residência-
trabalho e vice-versa, no serviço de transporte que melhor 
se adequar. Parágrafo único - O empregador participará dos 
gastos de deslocamento do trabalhador com a ajuda de 
custo equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por 
cento) de seu salário básico. 
 
E também pelo artigo 2º e pelos incisos I e II do artigo 9º do Decreto 95.247/87, 
que afirma: 
Art. 2° O Vale-Transporte constitui benefício que o 
empregador antecipará ao trabalhador para utilização 
efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e 
vice-versa. 
Art. 9° O Vale-Transporte será custeado: I - pelo 
beneficiário, na parcela equivalente a 6% (seis por cento) 
de seu salário básico ou vencimento, excluídos quaisquer 
adicionais ou vantagens; II - pelo empregador, no que 
exceder à parcela referida no item anterior. 
 
 Diante do exposto, a Reclamante requer a condenação da Reclamada ao 
pagamento da parte que supera a sua contribuição de 6% com os gastos com os dois 
 
 
 
 
 
vale-transporte que pegava diariamente no percurso casa-trabalho e vice versa, no 
importe de... 
 
4 – DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT 
 Segundo o parágrafo sexto do artigo 477 da CLT, se o empregador não pagar 
os valores correspondentes a dispensa sem justa causa ao empregado dentro do prazo 
estabelecido pelo supracitado artigo, deve ser imposta o pagamento de uma multa 
equivalente a um mês de salário revertida em favor do reclamante, como determina o 
parágrafo oitavo do referido artigo, que aduz: 
Artigo 477, §8º: “A inobservância do disposto no §6º 
deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 BTN, por 
trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do 
empregado, em valor equivalente ao seu salário, 
devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, 
salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa 
à mora”. 
5 – DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT 
 
A Reclamada deverá efetuar o pagamento a Reclamante, no ato da audiência, 
todas as verbas que forem incontroversas, sob pena de pagar um acréscimo de 50% 
sobre o total dessas mesmas verbas, conforme determina o artigo 467 da CLT, que 
informa: 
Art. 467. “Em caso de rescisão de contrato de trabalho, 
havendo controvérsia sobre o montante das verbas 
rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao 
trabalhador, à data do comparecimento a Justiça do 
Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de 
pagá-las acrescidas de cinquenta por cento”. 
 
Dessa forma, protesta a Reclamante pelo pagamento da parte das verbas 
incontroversas já na primeira audiência, sob a pena de pagar a referida multa por seu 
descumprimento. 
 
6 – DO DANO MORAL EM VIRTUDE DO SALÁRIO SUPRIMIDO 
 
A falta de cumprimento das obrigações trabalhistas por parte da Reclamada 
causou danos de ordem material para Reclamante, devendo ser reparados por meio de 
uma indenização. O dano causado pela Reclamada se deu pela supressão dos créditos 
trabalhistas, que são essenciais para o obreiro arcar com os gastos básicos diários para 
manter a sua subsistência. Tendo essa necessidade básica não atendida, resta apenas 
frustração e angústia para um trabalhador que cumpriu com as suas obrigações 
trabalhistas diariamente e ao fim quando é esperado um reconhecimento pelo 
empregador, este por sua vez não cumpre com aquilo que é de direito do empregado. 
Em resposta a esse tipo de situação, alguns Tribunais de Justiça do Trabalho já 
tem jurisprudência firmada que o inadimplemento injustificado da satisfação das 
obrigações trabalhistas que são decorrentes da extinção do contrato de trabalho enseja a 
indenização por danos morais, pois torna inviável a possibilidade de o trabalhador 
prover as suas mais básicas necessidades, assim como o sustento da sua família. 
 
 
 
 
 
Vejamos essa decisão sobre uma situação da mesma natureza: 
 
TRT-PR-03-07-2009 DANO MORAL. NÃO PAGAMENTO 
DOS SALÁRIOS. CONFIGURAÇÃO. O não pagamento 
dos salários é causa que enseja o dano moral por 
constituir ato ilícito do empregador que repercute na 
esfera pessoal do empregado, o qual se vê impedido de 
saldar suas dívidas em época oportuna e de satisfazer 
suas necessidades básicas regulares.(TRT-9 
15402007657906 PR 1540-2007-657-9-0-6, Relator: 
RUBENS EDGARD TIEMANN, 5A. TURMA, Data de 
Publicação: 03/07/2009) 
 
Tal situação constitui, por si só, uma grave lesão aos direitos basilares da 
personalidade do trabalhador, pois atinge diretamente a sua imagem perante a 
sociedade, causando-lhe constrangimento, sofrimento e humilhação. 
Desse modo, resta comprovado que a conduta da Reclamada de não adimplir a 
obrigação mostrou a sua culpa, que quando descumprida constitui falta grave cometida 
pelo empregador. O dano causado foi mostrado pelo constrangimento e humilhação 
sofrida pela Reclamante, não honrando com suas dívidas, e assim fica demonstrado o 
nexo causal entre a conduta irresponsável da Reclamada e o sofrimento suportado pela 
Reclamante. 
Vale explicar que aqui não buscamos meios para valoração do prejuízo 
emocional em si, que certamente não existe preço, mas um meio de compensação 
econômica, com o fito de diminuir as angustias da Reclamante e daqueles que 
acompanharam a sua luta diária. 
É dever da Reclamada amenizar as consequências de seus atos que resulta em 
danos a outrem, devendo reaproximar da normalidade a vida que sofreu alterações pelo 
prejuízo sofrido, a qual suportou desequilíbrios, com abalos na sua ordem moral e 
imagem social. 
Nesse contexto, cabe a lição do brilhante Yussef Said Cahali, que ensina: 
No que diz com o montante de indenização pelo dano moral 
sofrido pela apelante, inexiste no sistema jurídico 
normatizado método prático que preveja sua mensuração. 
Porém, embora a questão envolva sempre uma certa dose 
de subjetividade, há que buscar, caso a caso, o que seja 
razoavelmente justo, quer para o credor, quer para o 
devedor. Para tanto há de considerar a intensidade do dano 
moral do ofendido, a gravidade, a natureza e a repercussão 
social, a posição social daquele, seu grau de culpa, 
atividade profissional desenvolvida e seus ganhos, sua 
idade e sexo, além de outros requisitos que possam ser 
levados em conta. 
 
 Seguindo os ensinamentos do nobre autor, entende-se que a indenização, 
caracterizada pelo caráter intimidatório e reparatório, deve ter um valor condizente com 
o dano sofrido pela Reclamante, devendo ser levado em conta os requisitos principais 
mencionados para serem alcançados os objetivos almejados. Contudo, deve ser levado 
em consideração principalmente as condições financeiras das partes a ponto de que a 
intenção de ser aplicada uma punição a Reclamada, possa ser cumprida com êxito, bem 
como o valor possa satisfazer as necessidades da Reclamante, motivo pelo qual deve ser 
rechaçada uma quantia que não compensaria parte do prejuízo moral suportado. 
 
 
 
 
 
 É importante salientar que a indenização por dano moral deve ser visto pelo seu 
perfil pedagógico e educacional, onde ao aplicar uma punição a Reclamada busca-se 
evitar que a mesma conduta leviana volte a acontecer, forçando-a a adotar modos de 
organização, visando respeitar os seus próximos empregados e mostre que as 
consequências da sua conduta poderão acarretar prejuízos na vida de outra pessoa. 
 Este é o principal objetivo do presente pedido, obter um valor que compense os 
transtornos e prejuízos suportados pela Reclamante causados pela conduta irresponsável 
da Reclamada e ao mesmo tempo buscar uma punição para esta. 
 Diante do exposto, a Reclamante requer a condenação da Reclamada ao 
pagamento de indenização pelos danos morais no importe de... referente a compensação 
ao prejuízo moral enfrentado. 
Não sendo esse o entendimento desse Douto Juízo, entendendo que deva ser 
outro montanteque seja adequado a situação narrada nos autos, requer que seja 
considerado o valor por Vós arbitrado para a indenização postulada. 
 
7 – DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência a procedência total da presente ação 
reclamatória e condenando a Reclamada a: 
- pagar o valor indevidamente suprimido do salário da Reclamante; 
- pagar o valor em indenização pela supressão total do intervalo intrajornada; 
- pagar o valor referente as férias proporcionais mais um terço constitucional, 13º 
salário proporcional e a parcela referente ao FGTS; 
- pagar o valor referente a parte obrigatória e que excedeu a contribuição da Reclamante 
nos custos com o vale transporte; 
- pagar o valor equivalente a 4 vezes o salário mínimo, a título de danos morais; 
- pagar a multa do artigo 477, §8º da CLT; 
 
8 – DOS REQUERIMENTOS 
 
 E para encerrar, requer a V. Excelência: 
- A concessão das benesses da Assistência Judiciária Gratuita à Reclamante, pois não 
possui condições financeiras de arcar com os gastos e custos do presente processo sem 
por em risco o próprio sustento e de sua família, declarando-se pobre nos termos da lei; 
- A efetiva citação da Reclamada, para que possa apresentar a sua defesa a presente 
ação, sob pena de revelia e confissão; 
- A aplicação do previsto no artigo 467 da CLT, naquilo que couber; 
- A aplicação de juros e correção monetária até a data do efetivo pagamento; 
- A aplicação do artigo 523 do NCPC, naquilo que couber; 
- A condenação da Reclamada ao pagamento de custas processuais, judiciais e 
honorários advocatícios no valor de 15% sobre a condenação; 
- E por fim informa que realizará a produção de provas por todos os meios em Direito 
admitidos, principalmente o depoimento pessoal da Reclamante, oitiva de testemunhas, 
documentos e todos os demais meios necessários para demonstrar os direitos sonegados 
da Reclamante; 
 
Dá-se a causa o valor de... 
 
 
 
 
 
 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
LOCAL, DATA 
 
ADVOGADO, OAB-UF Nº

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