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MM. JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE NOME DA RECLAMANTE, brasileira, solteira (convivente), dona do lar, nascida em, filha de, natural de, portadora do RG nº, inscrita no CPF nº residente e domiciliada na, S/N, Bairro, CEP:, Cidade-Estado por seu advogado infra-assinado, legalmente constituído por meio do instrumento procuratório em anexo, residente e domiciliado, na Rua, Quadra, Lote Bairro, Cidade-Estado, onde recebe informações e notificações, vem perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 319 do NCPC e do artigo 840, § 1º da Consolidação das Leis do Trabalho, propor a presente: RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face de NOME DA RECLAMADA, inscrita no CNPJ sob o nº com sede na Rua, Nº, Bairro, Cidade-BA, pelos fatos e fundamentos que serão esclarecidos a seguir: 1 - PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA A Lei 1.060/50 assegura a assistência judiciária gratuita, compreendendo custas processuais e honorários advocatícios, a todos aqueles que não têm condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família, conforme declaração de hipossuficiência em anexo, bastando para tanto que afirme em Juízo esta condição, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais, sendo este os termos do art. 4º da referida lei. A Súmula nº 463 DO TST diz sobre a ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 304 da SBDI-1, com alterações decorrentes do CPC de 2015) – Res. 219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 – republicada – DEJT divulgado em 12, 13 e 14/07/2017. I – A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015). Ou seja, a declaração de hipossuficiência anexa a exordial garante a gratuidade de justiça ao Reclamante. O demandante ainda afirma, sob as penas de lei, não ter condições financeiras para custear o acesso ao Poder Judiciário, ao tempo que informa que o advogado subscritor desta inicial, e os constantes da procuração anexa atuam no presente processo como indicados, hipótese esta admitida no art. 5º, § 4º, da mesma Lei, que assegura tal direito ao autor. Assim, apresentando-se como direito fundamental assegurado constitucionalmente no art. 5º, XXXV, é certo que este Douto Juízo não negará ao autor seu legítimo direito de acesso ao Poder Judiciário, pelo que requer a concessão do benefício da Justiça Gratuita. 2 - DA BREVE SINTESE DOS FATOS A Reclamante foi contratada para laborar como consultora de vendas pela Reclamada na data de 17 de julho de 2019 e foi dispensada na data de 16 de agosto de 2019, a contratação se deu por um contrato de experiência de 30 dias. A jornada de trabalho da Reclamante começava às 08:00h e encerrava as 13:00h de segunda a sexta e aos sábados de 08:00h as 12:00h. Contudo, na segunda quinzena de prestação de serviços houve uma mudança na jornada de trabalho de segunda a sexta que passou para o período da tarde, iniciando a jornada as 13:00h e encerrando as 17:00h, permanecendo os sábados com a mesma jornada diária. Acontece que quando ocorreu a dispensa da Reclamante, a Reclamada não honrou com seu compromisso de arcar com as verbas rescisórias inerentes ao contrato de experiência que a Reclamante tinha por direito perceber. E ainda teve ao longo de trinta dias de trabalho prestado o recebimento irrisório de... a título de serviços de panfletagem, como mostra documentos anexado aos autos, sendo que mais nada foi pago a título de verbas rescisórias e sob outros títulos, motivo pelo qual recorre a justiça trabalhista para ter os seus direitos reconhecidos e atendidos. 3 – DOS DIREITOS 3.1 – DA SUPRESSÃO PARCIAL DO SALÁRIO A Reclamante laborou durante trinta dias para a Reclamada, numa jornada de segunda-feira a sexta-feira das 08:00h até as 13:00h e aos sábados de 08:00h as 12:00h isso na primeira quinzena de labor. Contudo, na segunda quinzena de prestação de serviços houve uma mudança na jornada de trabalho de segunda a sexta que passou para o período vespertino, iniciando a jornada as 13:00h e encerrando as 17:00h, permanecendo os sábados com a mesma jornada diária. No final desse período laboral e com a consequente dispensa, a Reclamada pagou R$100,00 (cem reais) a título de serviços de panfletagem, suprimindo a maior parte do salário ao qual a Reclamante tinha por direito básico perceber. A Reclamante postula pela parte do salário que lhe foi suprimida pela conduta leviana da Reclamada que é totalmente contra aquilo determinado pela nossa Carta Magna no seu artigo 7º, inciso IV, que determina: Art.7º: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; Como é assegurado pela nossa Carta Magna como direito dos trabalhadores urbanos e rurais. O salário mínimo não pode sofrer nenhum tipo de redução, salvo algumas exceções que claramente não se encaixam na situação da Reclamante, pois agindo dessa forma o empregador além de desrespeitar o seu empregado, afronta o princípio da irredutibilidade do salário mínimo, conforme assegura a Carta Magna em seu artigo 7º, inciso VI, que aduz: Art.7º: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; Como dito anteriormente, a redução do salário mínimo do empregado pelo empregador é uma conduta que deve ser totalmente reprovada, pois coloca em situação de risco e vulnerabilidade a condição do empregado de manter o próprio sustento e da sua família, não podendo atender as suas necessidades básicas, tais como alimentação, habitação, vestuário, higiene, saúde e transporte, como assevera o artigo 76 da CLT: Art. 76 – Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. Diante do exposto, a Reclamante pede a condenação da Reclamada ao pagamento da parte suprimida do seu salário, que equivale ao importe de ... além do juros e correção monetária aos quais faz jus. 3.2 – DA SUPRESSÃO TOTAL DO INTERVALO INTRAJORNADA – HORAS EXTRAS A Reclamante laborava de segunda-feira à sexta-feira de 08:00h as 13:00h, computando uma jornada de trabalho diária de 5 horas consecutivas, e aos sábados de 08:00h as 12:00h, isso ocorria na primeira quinzena de labor, onde não desfrutava de um intervalo para o seu descanso e alimentação, tal intervalo foi suprimido pela Reclamada, obrigando a Reclamante laborar durante toda a jornada diária sem direito ao repouso. A Reclamante postula pelo intervalo intrajornada totalmente suprimido pela Reclamada, já que a jornada de trabalho diária da Reclamante chegava a cinco horas sem o intervalo, situação que desrespeita aquilo que é determinado pela legislação trabalhista, que em seu texto defende o direito de um intervalo de quinze minutos para descanso e alimentação dos empregados que trabalham acima de quatro horas e menos de seis horas diariamente. Esse direitoencontra-se previsto no artigo 71, §1º da Consolidação das Leis do Trabalho, que assevera: Art. 71: Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. Como a conduta da Reclamada claramente desrespeitou aquilo determinado pela CLT, deverá pagar uma indenização a Reclamante pela supressão total do intervalo intrajornada, essa indenização estar prevista no parágrafo §4º do mencionado artigo, como afirma: § 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) Diante do exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento da verba de natureza indenizatória correspondente ao período que perdurou a jornada de trabalho diária de 5 horas consecutivas na primeira quinzena, quando ocorreu a supressão total do intervalo intrajornada no importe de... acrescidos de juros e correção monetária. 3.3 – DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS MAIS UM TERÇO CONSTITUCIONAL A Reclamante laborou para a Reclamada durante a vigência de um contrato de experiência que perdurou por trinta dias. Sendo contratada para trabalhar como consultora de vendas, dos meados de julho de 2019 até os meados de agosto de 2019. Ocorre que ao final do contrato de experiência, a Reclamada dispensou a Reclamante sem pagar as devidas verbas rescisórias que teria direito, pagando apenas um valor irrisório pelo serviço prestado de panfletagem. A Reclamante postula pelos valores correspondentes as férias proporcionais mais um terço constitucional que não recebeu das mãos da Reclamada, em conformidade com o artigo 7º, inciso XVII da Constituição Federal, que afirma: Art.7º: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. E o parágrafo único do artigo 146 da CLT, que aduz: Parágrafo único: Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o artigo 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. O parágrafo único do artigo 146 da Consolidação das Leis do Trabalho determina que o empregado tenha direito ao período de férias proporcionais de 1/12 avos para cada mês trabalhado ou sendo uma fração superior a 14 dias. Assim, a Reclamante faz jus a 1/12 (um doze avos) pelos trinta dias de serviços prestados mais 1/3 (um terço constitucional). Diante do exposto, a Reclamante requer a condenação da Reclamada ao pagamento dos valores correspondentes as férias proporcionais mais um terço constitucional ao qual deveria ter percebido no ato da sua dispensa. O valor que corresponde a essa verba rescisória é no importe de... 3.4 – DO DÉCIMO TERCEIRO PROPORCIONAL A Reclamante foi contratada para laborar pela Reclamada sob a vigência de um contrato de experiência que perdurou durante trinta dias, ao chegar no final do prazo previamente estipulado. A Reclamada dispensou a Reclamante sem pagar as devidas verbas ao qual essa tinha direito de receber. A Reclamante postula pelos valores correspondentes a título de décimo terceiro proporcional que deixou de receber no ato da dispensa ao final do prazo do contrato de experiência, como determina o artigo 1º em seu parágrafo 3º, inciso I, da Lei nº 4.090/62, que informa: Art. 1º - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga, pelo empregador, uma gratificação salarial, independentemente da remuneração a que fizer jus. § 3º - A gratificação será proporcional: I - na extinção dos contratos a prazo, entre estes incluídos os de safra, ainda que a relação de emprego haja findado antes de dezembro; Diante do exposto, a Reclamante requer a condenação da Reclamada ao pagamento do valor referente ao décimo terceiro proporcional que não recebeu no ato da sua dispensa ao final do contrato de experiência. O valor correspondente a essa verba rescisória é no importe de... 3.5 – DA PARCELA DO FGTS A Reclamante foi contratada para laborar pela Reclamada sob a vigência de um contrato de experiência que perdurou durante trinta dias, ao chegar no final do prazo previamente estipulado. A Reclamada dispensou a Reclamante sem pagar as devidas verbas ao qual essa tinha direito de receber. A Reclamante postula o valor correspondente a parcela do FGTS ao qual a Reclamada deveria depositar numa conta bancária vinculada ao nome da Reclamante, para que esta após a sua dispensa fosse a agência bancária munida com a devida guia para recebimento da verba e levantasse o referido valor. Como determina o caput do artigo 15 da Lei 8.036/90, que aduz: Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965. (Vide Lei nº 13.189, de 2015). Diante do exposto, a Reclamante requer a condenação da Reclamada ao depósito do valor referente a parcela do FGTS e consequentemente a entrega das guias para o levantamento do referido valor na conta bancária em seu nome. O valor correspondente a essa verba rescisória é no importe de... 3.6 – DO VALE TRANSPORTE A Reclamante para chegar ao local de trabalho utilizava dos próprios meios para realizar o percurso casa-trabalho-casa, às vezes retirava da sua renda o valor correspondente as duas tarifas de transporte coletivo urbano, pois a Reclamada não repassava os valores de passagens para ela. Com essa conduta a Reclamada comprometia uma parte da renda da Reclamante, com uma obrigação que deveria ser dividida entre as duas partes. Contudo, apenas a Reclamante assumia todo o gasto do seu transporte. A condição da Reclamante encontra-se elencada no rol daqueles empregados que deve ser beneficiário do vale-transporte, esse rol estar determinado no artigo 1º, incisos I e III do Decreto 95.247/87, que elenca: Art. 1º São beneficiários do Vale-Transporte, nos termos da Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, os trabalhadores em geral, tais como: I - os empregados, assim definidos no art. 3° da Consolidação das Leis do Trabalho; III - os trabalhadores de empresas de trabalho temporário, de que trata a Lei n° 6.019, de 3 de janeiro de 1974; A Reclamante postula pela devolução dos valores pagos por ela, além daquilo que é permitido por lei, pois sabemos que o ordenamento jurídico brasileiro autoriza que o empregado deva contribuir com apenas 6% do seu pagamento mensal para custear as passagens, devendo o empregador arcar com a parte que exceder a contribuição do empregado. Como determina a Lei nº 7.418/85, no seu artigo 4º, parágrafo único, que aduz: Art. 4º - A concessãodo benefício ora instituído implica a aquisição pelo empregador dos Vale-transporte necessários aos deslocamentos do trabalhador no percurso residência- trabalho e vice-versa, no serviço de transporte que melhor se adequar. Parágrafo único - O empregador participará dos gastos de deslocamento do trabalhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por cento) de seu salário básico. E também pelo artigo 2º e pelos incisos I e II do artigo 9º do Decreto 95.247/87, que afirma: Art. 2° O Vale-Transporte constitui benefício que o empregador antecipará ao trabalhador para utilização efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa. Art. 9° O Vale-Transporte será custeado: I - pelo beneficiário, na parcela equivalente a 6% (seis por cento) de seu salário básico ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens; II - pelo empregador, no que exceder à parcela referida no item anterior. Diante do exposto, a Reclamante requer a condenação da Reclamada ao pagamento da parte que supera a sua contribuição de 6% com os gastos com os dois vale-transporte que pegava diariamente no percurso casa-trabalho e vice versa, no importe de... 4 – DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT Segundo o parágrafo sexto do artigo 477 da CLT, se o empregador não pagar os valores correspondentes a dispensa sem justa causa ao empregado dentro do prazo estabelecido pelo supracitado artigo, deve ser imposta o pagamento de uma multa equivalente a um mês de salário revertida em favor do reclamante, como determina o parágrafo oitavo do referido artigo, que aduz: Artigo 477, §8º: “A inobservância do disposto no §6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário, devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora”. 5 – DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT A Reclamada deverá efetuar o pagamento a Reclamante, no ato da audiência, todas as verbas que forem incontroversas, sob pena de pagar um acréscimo de 50% sobre o total dessas mesmas verbas, conforme determina o artigo 467 da CLT, que informa: Art. 467. “Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento a Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento”. Dessa forma, protesta a Reclamante pelo pagamento da parte das verbas incontroversas já na primeira audiência, sob a pena de pagar a referida multa por seu descumprimento. 6 – DO DANO MORAL EM VIRTUDE DO SALÁRIO SUPRIMIDO A falta de cumprimento das obrigações trabalhistas por parte da Reclamada causou danos de ordem material para Reclamante, devendo ser reparados por meio de uma indenização. O dano causado pela Reclamada se deu pela supressão dos créditos trabalhistas, que são essenciais para o obreiro arcar com os gastos básicos diários para manter a sua subsistência. Tendo essa necessidade básica não atendida, resta apenas frustração e angústia para um trabalhador que cumpriu com as suas obrigações trabalhistas diariamente e ao fim quando é esperado um reconhecimento pelo empregador, este por sua vez não cumpre com aquilo que é de direito do empregado. Em resposta a esse tipo de situação, alguns Tribunais de Justiça do Trabalho já tem jurisprudência firmada que o inadimplemento injustificado da satisfação das obrigações trabalhistas que são decorrentes da extinção do contrato de trabalho enseja a indenização por danos morais, pois torna inviável a possibilidade de o trabalhador prover as suas mais básicas necessidades, assim como o sustento da sua família. Vejamos essa decisão sobre uma situação da mesma natureza: TRT-PR-03-07-2009 DANO MORAL. NÃO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS. CONFIGURAÇÃO. O não pagamento dos salários é causa que enseja o dano moral por constituir ato ilícito do empregador que repercute na esfera pessoal do empregado, o qual se vê impedido de saldar suas dívidas em época oportuna e de satisfazer suas necessidades básicas regulares.(TRT-9 15402007657906 PR 1540-2007-657-9-0-6, Relator: RUBENS EDGARD TIEMANN, 5A. TURMA, Data de Publicação: 03/07/2009) Tal situação constitui, por si só, uma grave lesão aos direitos basilares da personalidade do trabalhador, pois atinge diretamente a sua imagem perante a sociedade, causando-lhe constrangimento, sofrimento e humilhação. Desse modo, resta comprovado que a conduta da Reclamada de não adimplir a obrigação mostrou a sua culpa, que quando descumprida constitui falta grave cometida pelo empregador. O dano causado foi mostrado pelo constrangimento e humilhação sofrida pela Reclamante, não honrando com suas dívidas, e assim fica demonstrado o nexo causal entre a conduta irresponsável da Reclamada e o sofrimento suportado pela Reclamante. Vale explicar que aqui não buscamos meios para valoração do prejuízo emocional em si, que certamente não existe preço, mas um meio de compensação econômica, com o fito de diminuir as angustias da Reclamante e daqueles que acompanharam a sua luta diária. É dever da Reclamada amenizar as consequências de seus atos que resulta em danos a outrem, devendo reaproximar da normalidade a vida que sofreu alterações pelo prejuízo sofrido, a qual suportou desequilíbrios, com abalos na sua ordem moral e imagem social. Nesse contexto, cabe a lição do brilhante Yussef Said Cahali, que ensina: No que diz com o montante de indenização pelo dano moral sofrido pela apelante, inexiste no sistema jurídico normatizado método prático que preveja sua mensuração. Porém, embora a questão envolva sempre uma certa dose de subjetividade, há que buscar, caso a caso, o que seja razoavelmente justo, quer para o credor, quer para o devedor. Para tanto há de considerar a intensidade do dano moral do ofendido, a gravidade, a natureza e a repercussão social, a posição social daquele, seu grau de culpa, atividade profissional desenvolvida e seus ganhos, sua idade e sexo, além de outros requisitos que possam ser levados em conta. Seguindo os ensinamentos do nobre autor, entende-se que a indenização, caracterizada pelo caráter intimidatório e reparatório, deve ter um valor condizente com o dano sofrido pela Reclamante, devendo ser levado em conta os requisitos principais mencionados para serem alcançados os objetivos almejados. Contudo, deve ser levado em consideração principalmente as condições financeiras das partes a ponto de que a intenção de ser aplicada uma punição a Reclamada, possa ser cumprida com êxito, bem como o valor possa satisfazer as necessidades da Reclamante, motivo pelo qual deve ser rechaçada uma quantia que não compensaria parte do prejuízo moral suportado. É importante salientar que a indenização por dano moral deve ser visto pelo seu perfil pedagógico e educacional, onde ao aplicar uma punição a Reclamada busca-se evitar que a mesma conduta leviana volte a acontecer, forçando-a a adotar modos de organização, visando respeitar os seus próximos empregados e mostre que as consequências da sua conduta poderão acarretar prejuízos na vida de outra pessoa. Este é o principal objetivo do presente pedido, obter um valor que compense os transtornos e prejuízos suportados pela Reclamante causados pela conduta irresponsável da Reclamada e ao mesmo tempo buscar uma punição para esta. Diante do exposto, a Reclamante requer a condenação da Reclamada ao pagamento de indenização pelos danos morais no importe de... referente a compensação ao prejuízo moral enfrentado. Não sendo esse o entendimento desse Douto Juízo, entendendo que deva ser outro montanteque seja adequado a situação narrada nos autos, requer que seja considerado o valor por Vós arbitrado para a indenização postulada. 7 – DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer a Vossa Excelência a procedência total da presente ação reclamatória e condenando a Reclamada a: - pagar o valor indevidamente suprimido do salário da Reclamante; - pagar o valor em indenização pela supressão total do intervalo intrajornada; - pagar o valor referente as férias proporcionais mais um terço constitucional, 13º salário proporcional e a parcela referente ao FGTS; - pagar o valor referente a parte obrigatória e que excedeu a contribuição da Reclamante nos custos com o vale transporte; - pagar o valor equivalente a 4 vezes o salário mínimo, a título de danos morais; - pagar a multa do artigo 477, §8º da CLT; 8 – DOS REQUERIMENTOS E para encerrar, requer a V. Excelência: - A concessão das benesses da Assistência Judiciária Gratuita à Reclamante, pois não possui condições financeiras de arcar com os gastos e custos do presente processo sem por em risco o próprio sustento e de sua família, declarando-se pobre nos termos da lei; - A efetiva citação da Reclamada, para que possa apresentar a sua defesa a presente ação, sob pena de revelia e confissão; - A aplicação do previsto no artigo 467 da CLT, naquilo que couber; - A aplicação de juros e correção monetária até a data do efetivo pagamento; - A aplicação do artigo 523 do NCPC, naquilo que couber; - A condenação da Reclamada ao pagamento de custas processuais, judiciais e honorários advocatícios no valor de 15% sobre a condenação; - E por fim informa que realizará a produção de provas por todos os meios em Direito admitidos, principalmente o depoimento pessoal da Reclamante, oitiva de testemunhas, documentos e todos os demais meios necessários para demonstrar os direitos sonegados da Reclamante; Dá-se a causa o valor de... Nestes termos, pede deferimento. LOCAL, DATA ADVOGADO, OAB-UF Nº
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