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ROSEMERI SAWA - CASO 3 - RECLAMATÓRIA TRABALHISTA TITO

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Acadêmica: Roseméri Alexssandra da Silva Sawa – 10º noturno 
Prática de Processo do Trabalho
Caso 03
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ___ VARA DO TRABALHO DE LONDRINA – PR
TITO, nacionalidade..., estado civil..., motoboy, data de nasc..., filho de..., RG..., CPF..., CTPS..., endereço..., CEP..., por seu advogado que esta subscreve (proc. anexa), endereço..., CEP..., com endereço eletrônico..., vem à presença de V. Excelência, com fulcro no artigo 840 § 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho, combinado com o artigo 319 do Código de Processo Civil, aplicado subsidiária e supletivamente ao processo do Trabalho por força do artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho e artigo 15 do Código de Processo Civil, ajuizar a presente RECLAMATÓRIA TRABALHISTA COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA, pelo procedimento... , em face da PIZZARIA GOURMET LTDA, pessoa jurídica de direito Privado, com CNPJ nº..., endereço...,CEP..., pelos fundamentos de fato e de direito que a seguir passa a explanar: 
I – DOS FATOS
O reclamante adquiriu uma motocicleta e no dia 15/12/2018 começou a trabalhar como motoboy na empresa Pizzaria Gourmet Ltda., realizando entrega de pizzas e outros tipos de massa em domicílio. O Sr. Tito fazia em média 10 entregas em seu turno de trabalho, e exercia suas funções durante seis dias na semana.
No mês de janeiro de 2020, o reclamante fez a entrega de uma pizza na casa de um cliente. Ocorre que, na mesma haviam cães de grande porte, que, com a abertura do portão, escaparam e o atacaram. O reclamante foi mordido e arranhado pelos animais, sendo lesionado gravemente. Em razão disso, ele precisou se afastar por 30 dias para recuperação, recebendo o benefício previdenciário pertinente do INSS. Em 20 de fevereiro de 2020, após obter alta do INSS, o Sr. Tito retornou à reclamada e foi dispensado, recebendo as verbas rescisórias.
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
a) DA ESTABILIDADE PROVISORIA E DO PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO IMEDIATO 
Em seu local de trabalho, o reclamante veio a sofre acidente de trabalho, no mês de janeiro de 2020, foi afastado por 30 dias para recuperação e em 20 de fevereiro de 2020 se apresentou na empresa após obter liberação do INSS, porém foi dispensado. 
Ocorre que, a lei 8.213 de 24 de julho de 1991, em seu artigo 118 dispõe que o segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantia, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. 
Sendo assim, faz jus o reclamante a ser reintegrado junto a reclamada, e se por ventura, este Juízo entender pela inconveniência da reintegração pleiteada, o reclamante fará jus então a indenização pelo período estabilitário, conforme o artigo 496 da Consolidação das Leis do Trabalho, dispondo que quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indenização devida nos termos do artigo seguinte.
Ainda quanto a reintegração diz o inciso I, da súmula nº 396 do Tribunal Superior do Trabalho, que exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os salários do período compreendido entre a data da despedida e o final do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração no emprego, porém neste mesmo sentido a súmula 378 do Tribunal de Superior do Trabalho, no inciso I, dispõe quanto ao direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997), entretanto o inciso II, abarca que são pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias, vale ressaltar que o reclamante esteve afastado por 30 dias, sendo assim, a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (primeira parte - ex-OJ nº 230 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001).
Neste contexto, o Código de Processo Civil, em seu artigo 294, fundamenta quanto a tutela provisória em urgência ou evidencia e no parágrafo único, garante que a tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental, logo, a presente reclamação tem o caráter processual, necessariamente de cautelar, visto que para a concessão da liminar é obrigatório o apontamento do "fumus boni iuris" e do "periculum in mora". O "fumus boni iuris" está demonstrado nas legislações acima expostas, ou seja, o reclamante é garantido no emprego e não poderia ser dispensado imotivadamente, e o "periculum in mora" é a necessidade da tutela de urgência por parte deste Douto Juízo, pois se houver a demora o reclamante estará passando por dificuldades financeiras para alimentação e demais custos básicos para manter a residência, tais como: água e luz.
Por fim, fica evidente a responsabilidade da empresa em não desamparar o trabalhador. Contudo, requerer a reintegração imediata, ante a demissão sem o atendimento da estabilidade ou indenização, conforme previsto em legislação. Haja vista que, o Sr. Tito está sem emprego desde fevereiro de 2020.
b) DA ATIVIDADE
A atividade do trabalhador que utiliza motocicleta é caracterizada em condições de periculosidade, de acordo com artigo 193, § 4º da Consolidação das Leis do Trabalho, sendo assim, contudo o artigo 193 §1º da mesma lei, dispõe que é devido o respectivo adicional de 30% sobre o salário, logo, a súmula 191, inciso I, do Tribunal Superior do Trabalho, prevê sua integração, e os devidos reflexos nas verbas rescisória. O Reclamante foi contratado para trabalhar na função de motoboy no dia 15/12/2018, realizava entregas de pizzas aos clientes do empregador.
Visto isso, espera deste juízo a reparação da diferença salarial ocorrido ao longo do tempo trabalhado.
c) DAS GORJETAS 
A lei é clara e objetiva, considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados. Ampara o artigo 457 da Lei de Consolidação do Trabalho, que a gorjeta compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. 
O Reclamante percebia mensalmente o valor de R$ 260,00 a título de bonificação espontânea recebida por seus clientes, sendo tal valor não agregado em sua remuneração. Mediante fato é cabível a integração das gorjetas recebidas percepção dos recebimentos do Reclamante, contudo, a súmula 354 do Tribunal Superior do Trabalho, enfatiza que as gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado. Não obstante, o artigo 29, § 1º da Consolidação das Leis do Trabalho dispõe quanto a devida anotação em carteira, e aplicação dos reflexos nas férias e 13º salário percebidos.
Portanto, requer deste juízo a retificação da CTPS para constar a real remuneração do reclamante. 
d) DO ADICIONAL NOTURNO 
O trabalhador tem seus direitos preservados na Consolidação das Leis do Trabalho e Súmulas do Tribunal de Justiça do Trabalho, mediante este amparo, o adicional noturno, vem expresso e demonstra segurado a classe trabalhadora um acréscimo de 20% sobre o valor-hora diurno tradicional e para o adicional noturno deve ser pago tanto nas jornadas normais quanto nas horas extras noturnas. Outra observação importante: o adicional noturno e as horas extras noturnas passam a incorporar não só o salário do trabalhador como também os demais benefícios: férias, 13° salário, FGTS, aviso prévio indenizado, repouso remunerado e INSS.
Vale ressaltar, que o Reclamante laborava no horário das 18:00hàs 00:30h, assim, sua jornada contemplava o horário noturno, sem receber por isso o devido adicional. É regulado o trabalho noturno a todos os trabalhadores urbanos que tenham a sua jornada entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte, conforme artigo 73, § 2º da Consolidação das Leis do Trabalho, contudo, de acordo com o artigo 7º, inciso IX, da Constituição Federal, prevê o direito aqui discutido, bem como aplicação dos devidos reflexos nas verbas rescisórias.
Visto isso, saliento a importância deste juízo incorporar os direitos acima citado, afim dos recebimentos do reclamante. 
e) DA DEVOLUÇÃO DO DESCONTO DE CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
A recente Reforma Trabalhista, trouxe significativa mudança quanto à dispensa de obrigatoriedade do desconto da contribuição sindical, haja vista, o artigo 545 da CLT,  inserido a partir de 11 de novembro de 2017, ou seja, a contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos empregados, deixando de ser obrigatório o desconto de 1 dia do salário no mês de março de cada ano.
Inclusive, o artigo 578 da lei citada acima orienta que as contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas, desde que prévia e expressamente autorizadas.
Após toda essa explanação, é importante salientar a situação que ocorreu com o Reclamante, pois este obteve o desconto em seu salário o valor de R$ 31,80 (trinta e um reais e oitenta centavos) à título de contribuição sindical, sem a devida autorização, conforme regulamenta a lei, visto isso, requer-se a devolução do valor descontado à título de contribuição sindical.
f) DOS VALORES GASTOS COM O TRATAMENTO ACOMETIDO PELO ACIDENTE DE TRABALHO
O acidente do trabalho, por si só, é insuficiente para gerar a obrigação indenizatória por parte do empregador, pois, somente se verificará a obrigação de ressarcir os danos, quando na investigação da causa, ficar comprovado que este dano é consequência direta e imediata caracterizado pelo nexo de causalidade de uma atuação dolosa ou culposa do empregador. A Constituição Federal dispõe em seu artigo 7º, inciso XXVIII, que é direito dos trabalhadores o seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
Por outro lado, há entendimento de que se deveria aplicar, nestes casos, a teoria da responsabilidade subjetiva, ou seja, somente após comprovar que houve dolo ou culpa do empregador, é que lhe imputaria a responsabilidade pelo acidente e, consequentemente, o dever de indenizar. Visto isso, ressalta-se que o Reclamante, em agosto de 2019, sofreu acidente enquanto laborava, sendo atacado e gravemente lesionado por cachorros do cliente, o qual entrega a pizza. Tal acidente violou a sua integridade física, bem como o onerou em ter que comprar vacina antirrábica, no valor de R$ 30,00, recomendado pelo médico. Verifica-se no caso em tela clara violação moral, conforme artigo 223-C da Consolidação das Leis do Trabalho, sendo cabível indenização pela Reclamada, conforme artigo 223-E da Consolidação das Leis do Trabalho.
Inclusive, o artigo 186 do Código Civil, aponta que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, contudo, no artigo 927 do mesmo código, afirma que aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Em direito, responsabilidade objetiva é a responsabilidade advinda da prática de um ilícito ou de uma violação ao direito de outrem que, para ser provada e questionada em juízo, independe da aferição de culpa, ou de gradação de envolvimento, do agente causador do dano.
A lei não se exime em proteger o cidadão, pois o artigo 949 do Código Civil, afirma que, no caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido, bem como, a legislação prevê o ressarcimento dos valores gastos com medicação, conforme o artigo 223-F, pelo nexo da necessidade da medicação com o acidente suportado. 
Por fim, em se tratando de um acidente de trabalho, a empresa deveria prestar todo atendimento necessário, além evidentemente do pagamento referente ao tratamento necessário, lamentavelmente o que não ocorreu. Requer deste douto toda consideração possível para reparação de tais danos.
III) DOS PEDIDOS
Mediante o exposto requer-se a procedência da presente ação, condenando a Reclamada nos pedidos a seguir:
a) A concessão liminar da tutela antecipada, determinada a reintegração imediata do reclamante ao seu emprego; 
b) Sob o efeito da reintegração, o imediato pagamento dos salários e consignatários legais do período que o reclamante passou sem vínculo empregatício; R$ ...
c) Caso vossa excelência não entenda pela reintegração do reclamante, requer sucessivamente que, seja a reclamada condenada ao pagamento de indenização ao período estabilitário, em sendo: salários desde a dispensa até o final da estabilidade; aviso prévio indenizado; férias proporcionais; decimo proporcional; FGTS sobre verbas; multa 0%; guias Seguro desemprego ou a substitutiva deste Súmula 396, inciso I, no valor de R$....
d) A confirmação definitiva da tutela provisória concedida em sentença.
e) A reintegração do Reclamante ou, entendendo Vossa Excelência tal ato desaconselhável, o pagamento da indenização pelo tempo da estabilidade, no importe de R$ ... ;
f) A integração salarial das gorjetas, com a devida anotação em carteira e aplicação dos reflexos nas férias e 13º salário, conforme súmula 354 do Tribunal Superior do Trabalho no importe de R$ ... ;
g) O pagamento do adicional noturno com acréscimo de 20% sobre a hora noturna, bem como aplicação dos devidos reflexos nas verbas rescisórias, no importe de R$ ... ;
h) A devolução do valor descontado à título de contribuição sindical, no importe de R$ ... ;
i) Reembolso e indenização da vacina, R$ ....
j) Multas 467, 477 Consolidação das Leis do Trabalho. R$ ...
IV) DOS REQUERIMENTO FINAIS
a) Notificação para comparecer em audiência e defesa da reclamada; 
b) Provas;
c) Benefícios da justiça gratuita Consolidação das Leis do Trabalho 790, §3º
d) Honorários sucumbenciais Consolidação das Leis do Trabalho 791-a
Dá-se a causa o valor de R$ ...
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Local e data
ADVOGADO ...
OAB ...

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