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Política Social de Assistência Social - Unid III

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Política Social de aSSiStência Social
Unidade III
3 InStrumEntOS dE GEStãO
3.1 Gestão
O processo de gestão do Suas envolve uma série de ações e procedimentos que perpassam vários 
níveis de atuação dentre os profissionais que atuam no sistema.
O termo gestão1 vem do latim gestione, declinação de gestio designando ato de gerir, administrar. 
De forma mais comum, significa a interferência indireta dos gestores nos sistemas e procedimentos de 
uma organização e engloba o ato de planejar, organizar, liderar e controlar as pessoas que a constituem 
e as tarefas e atividades por estes realizadas (CARMO, 2014).
No âmbito da política de assistência social, a gestão envolve o ato de planejar, conhecer, monitorar 
e avaliar as ações que são, foram ou serão desenvolvidas.
Algumas bases organizacionais desse processo já se iniciam a partir do momento em que as ações 
começam a ser executadas nos moldes preconizados pelo Suas e por si só já se constituem em elementos 
de gestão do Suas, como recapitularemos agora.
Como foi visto na unidade I, desde a promulgação da Constituição Federal em 1988 e da Loas 
em 1993, a política de assistência social propõe como parâmetro de atuação a descentralização 
político‑administrativa, o financiamento das ações e o controle social. Historicamente, também 
nunca foi possível pensar a execução dessa política sem a inclusão das ações das organizações não 
governamentais, outrora com caráter única e exclusivamente caritativo, e, atualmente, embora com 
forte herança desse viés, procura‑se também adequá‑la aos princípios e diretrizes das novas bases legais.
1 Os puristas consideram que veio do francês gestion, caracterizando‑o como galicismo, modo de falar ou de escrever muito 
apegado ao francês. Seu primeiro registro no português, segundo o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, 
data de 1873. Mas Antonio Houaiss, apoiado no Dicionário da Língua Portuguesa, de Antonio de Morais Filho, recua a anotação para 
1858. Já Antenor Nascentes, em seu Dicionário Etimológico, às vezes tão pródigo em muitos verbetes, limita‑se a reconhecer a origem 
latina do vocábulo. Inicialmente, era usual a gestão de recursos ou patrimônios não ser remunerada. Foi a profissionalização na esfera 
administrativa, nos setores privado e público, que a consolidou como serviço contratado mediante pagamento. Em empresas familiares, 
a modernização da economia e a globalização dos negócios acabaram por retirar a gestão dos parentes e atribuí‑la a profissionais, em 
busca de maior eficiência. Uma das formas de gestão econômica, embora muito rara, é o perdão das dívidas. O Brasil perdoou dívidas 
públicas de países como a Polônia e Moçambique. Na tradição judaica, o ano sabático incluía a remissão das dívidas. No jargão político 
e administrativo, gestão passou a denominar o período de governo do principal ocupante do cargo. Fonte: ETIMOLOGIA. Universidade 
Estácio de Sá, [s.d.]. Disponível em: <http://portal.estacio.br/media/2508495/etimologia%20instituto%20da%20palavra.pdf>. Acesso 
em: 19 mar. 2014.
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Além de a descentralização político‑administrativa, financiamento e controle social, temos como 
bases organizacionais da gestão do Suas a política de recursos humanos e instrumentos, monitoramento 
e avaliação.
No item da descentralização político‑administrativa, temos a questão do compartilhamento das 
responsabilidades para as esferas estaduais e municipais, além do Distrito Federal, no planejamento, 
execução e financiamento das ações, mas, sobretudo, a importância de salvaguardar as especificidades e 
diferenças regionais, apesar de existir um comando único das ações e de as diretrizes serem prerrogativas 
da União.
Em relação aos conceitos e concepções de territorialização, já abordamos esse assunto anteriormente, 
agora, veremos como isso faz parte do planejamento, monitoramento e avaliação das ações, não apenas 
de cada estado ou município que precisa conhecer a realidade com que se defronta, mas também de 
cada microterritório, pois dentro de uma mesma municipalidade pode haver a incidência de realidades 
muito diferentes.
Caberá a cada gestor municipal conhecer e se apropriar dessa realidade, por meio das informações sobre 
os atendimentos realizados pelos Cras e Creas, bem como pelos demais serviços da rede socioassistencial que, 
como foi visto, deverão estar referenciados a esses centros de referência. A organização dessas informações 
será processada por meio da organização da vigilância socioassistencial, que veremos em breve.
Os eixos estruturantes de financiamento, controle social, matricialidade sociofamiliar e as novas 
bases para a relação entre Estado e sociedade civil já foram abordados com mais profundidade no item 
sobre a contextualização atual da política de assistência social. Eles se constituem em ferramentas 
de gestão na medida em que requerem dos municípios ou estados o conhecimento sobre o perfil, a 
demanda e o público atendido de cada ação prevista pela política de assistência social. Requerem a 
ampliação de conceitos e a aceitação do dinamismo das relações sociais que se estabelecem, seja nas 
famílias atendidas, seja nos territórios onde elas estão inseridas. Um eixo vai se conectando a outro de 
forma que não é mais possível o gestor público propor ações desconectadas da realidade local e do que 
preconiza a política. Tudo isso se prende ao controle social e ao financiamento, instrumentos compelem 
os municípios e estados a seguir as diretrizes e princípios propostos.
Pensar em toda essa estruturação da política, na coleta das informações que subsidiarão tanto a 
elaboração quanto a avaliação dos serviços e programas na oferta de serviços qualificados, nos remete 
a outro eixo estruturante do Suas, que é a política de recursos humanos.
3.2 Gestão do trabalho
A gestão do trabalho na assistência social sempre foi um desafio, em decorrência do caráter não 
continuado da política e de sua vinculação ideológica ao status de caridade.
Após a promulgação da Lei nº 8.742, a assistência passa a ter o caráter de política pública, mas 
somente a partir da implantação do Suas é que a questão do trabalhador passa a ter reconhecimento 
oficial dentro dessa política.
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Contraditoriamente, temos, a partir da década de 1990, um processo de precarização das condições 
de trabalho em decorrência da crise do capital e do assolamento do ideário neoliberal; por isso, essa 
questão constitui‑se num desafio para essa política.
No entanto, segundo dados da MUNIC/IBGE de 2009, verifica‑se uma elevação de 30,7% do total 
de pessoas ocupadas na administração da assistência social em todo o país. Ainda assim, esse número 
representa apenas 3,2% de todo o pessoal ocupado nas administrações públicas municipais.
A questão do vínculo empregatício é outro desafio. Embora o número de trabalhadores concursados 
tenha aumentado nos últimos anos, ainda é expressivo o número de celetistas e comissionados; portanto, 
“não se trata apenas de questões relacionadas à gestão do trabalho, mas também e fundamentalmente 
das formas e modos de organização e das condições em que este trabalho se realiza” (COUTO, 2011 p. 59).
Impossível pensarmos em uma oferta de serviços qualificados sem pensarmos nas condições em que 
se dará a prestação desses serviços. Embora esse tema não tenha sido alvo de prioridades nos últimos anos, 
em que o trabalho tem estado cada vez mais precarizado com as transformações ocorridas no mundo 
do trabalho, sobretudo no serviço público, alvo do encolhimento crescente da esfera pública do Estado, 
em decorrência das consequênciasda ofensiva neoliberal que vivemos nas últimas décadas. É impossível 
deixar de dizer que, apesar do esforço da política nacional em propor a valorização desse segmento, as 
condições do trabalho e do atendimento à população têm estado cada vez mais precarizadas.
No entanto, também não podemos deixar de reconhecer que o esforço de primar pela execução 
direta dos serviços por meio da esfera pública e, sobretudo, com funcionários concursados representa 
um avanço na afirmação da política como direito social e uma retração na política neoliberal, que, 
contraditoriamente, prima pela privatização de tudo o que é público.
As alterações nos processos de trabalho, bem como na organização da sociedade em geral, na qual 
está em curso uma crise do capital em que as desigualdades sociais crescem vertiginosamente, ampliando 
a complexidade das violações de direitos com que as famílias mais vulneráveis se deparam, faz que se 
exijam novos profissionais, com outras funções e ocupações, para atuar diante das diferentes demandas 
apresentadas, e também um novo perfil para o trabalhador da assistência social, que apresente
atributos e qualificação necessários às ações de planejamento, formulação, 
execução, assessoramento, monitoramento e avaliação de serviços, 
programas, projetos e benefícios, do sistema de informação e do atendimento 
ao usuário desta política (BRASIL, 2004, p. 53).
A exigência remete não somente em relação à organização de uma gama de serviços, mas 
também na postura e conhecimento requerido para esses trabalhadores, no sentido de conhecimento 
técnico‑operativo sobre a conjuntura atual e as legislações implantadas a partir da Constituição 
Federal de 1988, para que seja realmente possível superar a “atuação na vertente de viabilizadores 
de programas para a de viabilizadores de direitos. Isso muda substancialmente seu processo de 
trabalho” (BRASIL, 2004, p. 54).
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A participação e o controle social sobre as ações do Estado também requerem um
arcabouço teórico‑técnico‑operativo de nova natureza, no propósito de 
fortalecimento de práticas e espaços de debate, propositura e controle da 
política na direção da autonomia e protagonismo dos usuários, reconstrução 
de seus projetos de vida e de suas organizações (BRASIL, 2004, p. 54).
Nesse sentido, exige‑se que novas relações sejam estabelecidas e que a necessidade de qualificação 
dos recursos humanos integre a “política de recursos humanos, uma política de capacitação dos 
trabalhadores, gestores e conselheiros da área, de forma sistemática e continuada” (BRASIL, 2004, p. 55).
Não só uma política de capacitação continuada se faz presente, mas também a criação de um plano 
de carreira, tendo em vista que
a incapacidade de gerar carreira de Estado tem gerado desestímulo nos 
trabalhadores que atuam na área. [...] O plano de carreira, ao contrário 
de promover atraso gerencial e inoperância administrativa, como alguns 
apregoam, “se bem estruturado e corretamente executado é uma garantia 
de que o trabalhador terá de vislumbrar uma vida profissional ativa, na 
qual a qualidade técnica e a produtividade seriam variáveis chaves para a 
construção de um sistema exequível” (PLANO NACIONAL DE SAÚDE, 2004, 
p. 172/173 apud BRASIL, 2004, p. 55).
Essa é uma demanda incentivada pela União, mas que implica novas atribuições para todas as 
esferas de governo, inclusive das entidades de assistência social. Assim, estrutura‑se um importante eixo 
da organização do Suas, que também se apresenta como elemento indispensável à gestão na medida 
em que cabe a cada esfera de governo pensar na sua política de recursos humanos. Para normatizar esse 
segmento, foi aprovada em 2006, por meio de resolução do Conselho Nacional de Assistência Social, a 
Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Suas – NOB‑RH/Suas.
Essa Norma, assim como a política nacional, foi fruto de amplo processo de aprimoramento e 
discussão, sendo deliberada pela V Conferência Nacional de Assistência Social, com o intuito de:
•	 garantir	a	“desprecarização”	dos	vínculos	dos	trabalhadores	do	Suas	e	
o fim da terceirização;
•	 garantir a educação permanente dos trabalhadores,
•	 realizar planejamento estratégico;
•	 garantir a gestão participativa com controle social;
•	 integrar e alimentar o sistema de informação (BRASIL, 2011, p. 19).
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O texto consolida os principais eixos que perfazem a gestão do trabalho na área da assistência social, 
a saber:
I – Princípios e diretrizes nacionais para a gestão do trabalho no âmbito 
do Suas.
II – Princípios éticos para os trabalhadores da assistência social.
III – Equipes de referência.
IV – Diretrizes para a política nacional de capacitação.
V – Diretrizes nacionais para os planos de carreira, cargos e salários.
VI – Diretrizes para entidades e organizações de assistência social.
VII – Diretrizes para o cofinanciamento da gestão do trabalho.
VIII – Responsabilidades e atribuições do gestor federal, dos gestores 
estaduais, do gestor do Distrito Federal dos gestores municipais para a 
gestão do trabalho no âmbito do Suas.
IX – Organização do cadastro nacional de trabalhadores do Suas – módulo 
CADSuas.
X – Controle social da gestão do trabalho no âmbito do Suas.
XI – Regras de transição (BRASIL, 2011, p. 4).
Organizar a política de recursos humanos em qualquer esfera de governo requer planejamento e 
investimento contínuo. Nesse sentido, as ações referentes à gestão do trabalho devem ser planejadas e 
deliberadas pelos conselhos de assistência social, assim como todas as demais ações da política.
O governo federal, por sua vez, procura garantir que os recursos transferidos
para os municípios para o cofinanciamento dos serviços, programas, 
projetos e gestão dos benefícios permitam o pagamento da remuneração 
dos trabalhadores e/ou servidores públicos concursados da assistência 
social, definidos como equipe de referência nesta NOB. O estudo de custo 
dos serviços prestados pelas equipes de referência deve incluir a definição 
do percentual a ser gasto com pessoal concursado, sendo deliberado pelos 
conselhos (BRASIL, 2011, p. 57‑58).
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Além dos recursos oriundos do governo federal, cada esfera de governo precisa alocar recursos 
próprios para a gestão do trabalho, em pagamento de gastos com concursos, salários, qualificação e 
capacitação dos trabalhadores, plano de carreira e a garantia das condições de trabalho.
Cabe aos municípios: efetivar a quantidade de profissionais previstos para as equipes de referência; 
realizar concursos públicos; implantar e acompanhar as diretrizes da NOBRH/Suas; alocar recursos para 
todas as etapas da gestão do trabalho; atrelar aos dados da vigilância socioassistencial os profissionais 
existentes e necessários para cada serviço proposto, bem como para a estrutura administrativa dos 
serviços, Fundo de Assistência Social, secretaria executiva do Conselho de Assistência Social e outros, 
equipes destinadas à avaliação e monitoramento dos serviços, programas de transferência de renda e rede 
conveniada; oferecer condições adequadas de trabalho, contribuir com as outras esferas de governo para 
definição e organização do Cadastro Nacional de Trabalhadores do Suas, bem como mantê‑lo e atualizá‑lo; 
prever o quadro de necessidades de trabalhadores no Plano Municipal de Assistência Social; nomear 
comissão paritária entre governo e trabalhadores para discussão e elaboração do plano de carreira, cargos 
e salários; encaminhar projeto de lei do plano de carreira ao Poder Legislativo; participar da formulação 
e execução da Política Nacional de Capacitação,acompanhar e participar das atividades de formação e 
capacitação de gestores, profissionais, conselheiros e da rede prestadora de serviços promovidas por outras 
esferas de governo; definir e implantar normas, padrões e rotinas para a liberação do trabalhador para 
participação em capacitação e aperfeiçoamento profissional (BRASIL, 2009, p. 50‑53).
A elaboração do plano de carreira, cargos e salários deve ser norteada com os princípios de: universalidade, 
ou seja, deve ser destinado ao conjunto de trabalhadores do Suas; equivalência dos cargos e empregos, 
em que as categorias profissionais devem ser consideradas em grupos de cargos ou carreira única, com 
observância da exigência de formação, qualificação e complexidade exigida e em classes, com equiparação 
salarial proporcional à carga horária, nível de escolaridade, complexidade das tarefas ou responsabilidades 
requeridas; concurso público como forma de acesso à carreira; mobilidade do trabalhador, entendida como 
possibilidade de trânsito do trabalhador pelas diversas esferas de governo, sem prejuízo do desenvolvimento 
e ascensão funcional na carreira; adequação funcional, com atualização periodicamente das necessidade 
e dinâmicas do Suas; gestão partilhada das carreiras pela garantia de participação dos trabalhadores na 
formulação e gestão do plano; instrumento de gestão por meio da constituição do plano como instrumento 
de gestão da política de recursos humanos; educação permanente primando pela formação e qualificação 
continuada para os trabalhadores; compromisso solidário, entendendo que os planos são acordos entre 
gestores e trabalhadores em prol da qualificação dos serviços ofertados (BRASIL, 2011, p. 48‑51).
Além das responsabilidades já descritas, aos gestores municipais, acrescentam‑se ainda algumas 
outras, conforme o nível de gestão do Suas do município. Para os municípios em gestão básica, 
acrescenta‑se:
1) Planejar o ingresso de pessoal com a previsão de quantitativos anuais 
de vagas a serem preenchidas por meio de concurso público.
2) Instituir em seu âmbito uma mesa de negociações com composição 
paritária entre gestores, prestadores de serviços, trabalhadores da área 
da assistência do setor público e do setor privado.
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3) Estabelecer mecanismos para realizar o reenquadramento, 
reorganização de cargos e progressão na carreira do trabalhador, no 
PCCS.
4) Organizar centros de estudos ou outras formas de mobilização 
regionalizados nas unidades de assistência social, que devem ser 
considerados como núcleos de discussão técnica e de fomento à 
qualificação dos trabalhadores no Suas.
5) Participar da definição dos critérios de repasse de recursos “fundo a 
fundo” e da definição dos requisitos, responsabilidades e incentivos 
referentes ao cumprimento da NOB‑RH/Suas (BRASIL, 2009, p. 53).
Para os municípios em gestão plena, acrescentam‑se, além dos comuns e dos citados na gestão 
básica, os seguintes:
1) Fortalecer mecanismos de desenvolvimento profissional nas carreiras, 
estimulando a manutenção de servidores no serviço público e 
valorizando a progressão nas carreiras.
2) Planejar o ingresso de pessoal com a previsão de quantitativos anuais 
de vagas a serem preenchidas por meio de concurso público.
3) Instituir em seu âmbito uma mesa de negociações com composição 
paritária entre gestores, prestadores de serviços, trabalhadores da área 
da assistência do setor público e do setor privado.
4) Estabelecer mecanismos para realizar o reenquadramento, 
reorganização de cargos e progressão na carreira do trabalhador, no 
PCCS.
5) Fortalecer, por meio da criação ou reorganização, as atuais carreiras, 
direcionando‑as, em seu âmbito, para a formulação, controle, 
monitoramento e avaliação da política pública de assistência social.
6) Propiciar e viabilizar a participação das instituições de Ensino Superior, 
em seu âmbito, mediante a realização de atividades conjuntas de 
capacitação, pesquisa e extensão, bem como de avaliação de serviços, 
programas, projetos e benefícios socioassistenciais.
7) Organizar centros de estudos ou outras formas de mobilização 
regionalizados nas unidades de assistência social, que devem ser 
considerados como núcleos de discussão técnica e de fomento à 
qualificação dos trabalhadores no Suas.
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8) Participar da definição dos critérios de repasse de recursos “fundo a 
fundo” e da definição dos requisitos, responsabilidades e incentivos 
referentes ao cumprimento da NOB‑RH/Suas (BRASIL, 2009, p. 55‑56).
Os incentivos para o cumprimento de todas essas exigências estão no recebimento de recursos para 
implantação do programa de incentivo à gestão do trabalho no Suas. Os requisitos são preenchimento do 
CADSuas e a apresentação do plano para qualificação e estruturação, aprovado pelo Conselho Municipal 
de Assistência Social – CMAS e pactuado na Comissão Intergestores Bipartite – CIB. A qualificação 
refere‑se ao enfrentamento dos principais problemas identificados na área de gestão do trabalho e 
a estruturação aos programas/ações como aquisição de bens, visando à melhoria das condições de 
trabalho (BRASIL, 2009, p. 55).
Em relação ao cadastro nacional de trabalhadores do Suas, as informações que deverão constar no 
aplicativo eletrônico CADSuas, a ser preenchido pelos gestores públicos, são as informações cadastrais 
sobre as unidades prestadoras de serviço do Suas, fundos e conselhos de assistência e de todos os 
trabalhadores e conselheiros que atuam na política. O CADSuas é um dos elementos de gestão da 
vigilância socioassistencial que veremos em breve.
Para os cargos de gestão da política de assistência social, a NOBRH/Suas prevê, para todas as 
esferas de governo, a designação de uma pessoa responsável pela (o) gestão do sistema da assistência 
social, coordenação da proteção social básica, coordenação da proteção social especial, planejamento 
e orçamento, gerenciamento do Fundo de Assistência Social, gerenciamento e gestão dos sistemas 
de informação, monitoramento e controle da execução dos serviços, programas, projetos e benefícios, 
gestão do trabalho e educação permanente em assistência social (capacitação), apoio às instâncias de 
deliberação nos municípios e apoio às instâncias de deliberação e pactuação nas demais esferas do 
governo. Exclusivamente na esfera municipal, há ainda a responsabilidade sobre o monitoramento e 
controle da rede socioassistencial. Na esfera estadual, a cooperação técnica/assessoria aos municípios 
e, na federal, a coordenação de gestão de rendas e benefícios e apoio (cooperação/assessoria) à gestão 
descentralizada do Suas (BRASIL, 2011, p. 38‑39).
Nesse sentido, concluímos que a política de recursos humanos e gestão do trabalho no Suas tem o 
objetivo de:
Valorizar o serviço público e seus trabalhadores, priorizando o concurso 
público, combatendo a precarização do trabalho na direção da universalização 
da proteção social, ampliando o acesso aos bens e serviços sociais, ofertando 
serviços de qualidade com transparência e participação na perspectiva da 
requalificação do Estado e do espaço púbico, esta deve ser a perspectiva 
de uma política de recursos humanos na assistência social, com ampla 
participação nas mesas de negociações (BRASIL, 2004, p. 55).
3.3 Vigilância socioassistencial
Segundo a Política Nacional de Assistência Social, a vigilância socioassistencial
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Política Social de aSSiStência Social
refere‑se à produção, sistematização de informações, indicadores e 
índices territorializados das situações de vulnerabilidade e risco pessoal 
e social que incidem sobre famílias/pessoas nos diferentesciclos da vida 
(crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos); pessoas com redução da 
capacidade pessoal, com deficiência ou em abandono; crianças e adultos 
vítimas de formas de exploração, de violência e de ameaças; vítimas de 
preconceito por etnia, gênero e opção pessoal; vítimas de apartação 
social que lhes impossibilite sua autonomia e integridade, fragilizando sua 
existência; vigilância sobre os padrões de serviços de assistência social em 
especial aqueles que operam na forma de albergues, abrigos, residências, 
semirresidências, moradias provisórias para os diversos segmentos etários. Os 
indicadores a serem construídos devem mensurar no território as situações 
de riscos sociais e violação de direitos (BRASIL, 2004, p. 39‑40).
Na NOB/Suas (2005), a vigilância “consiste no desenvolvimento da capacidade e de meios de gestão, 
assumidos pelo órgão público gestor da assistência social para conhecer a presença das formas de 
vulnerabilidade social da população e do território pelo qual é responsável” (BRASIL, 2005, p. 93).
Com a reformulação da NOB/Suas em 2012, atribuiu‑se à vigilância socioassistencial a estruturação 
nas esferas municipais, estaduais e federal, com o objetivo de contribuir
com as áreas de proteção social básica e de proteção social especial por 
meio da elaboração de estudos, planos e diagnósticos capazes de ampliar 
o conhecimento sobre a realidade dos territórios e as necessidades da 
população, e auxiliando no planejamento e organização das ações realizadas 
nesses territórios (BRASIL, 2013, p. 11).
A partir desse conceito, a vigilância passou a ser também um instrumento de gestão, dada sua 
possibilidade de auxiliar “a formulação, planejamento e execução de ações que induzam à adequação 
da oferta às necessidades da população” (BRASIL, 2013, p. 11).
Para que ela cumpra este objetivo, faz‑se necessário que ela produza e analise informações sobre 
as ações ofertadas no sentido qualiquantitantivo, demandas, realidade dos territórios, financiamento, 
condições de acesso, entre outras.
Nesse sentido, dentre suas funções, a vigilância socioassistencial:
•	 produz, sistematiza informações, constrói indicadores e índices 
territorializados das situações de vulnerabilidade e risco pessoal e 
social, que incidem sobre famílias/pessoas, nos diferentes ciclos de 
vida (crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos);
•	 identifica pessoas com redução da capacidade pessoal, com deficiência 
ou em abandono;
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Unidade III
•	 identifica a incidência de crianças, adolescentes, jovens, adultos e 
idosos vítimas de formas de exploração, de violência, de maus tratos 
e de ameaças;
•	 identifica a incidência de vítimas de apartação social, que lhes 
impossibilite sua autonomia e integridade, fragilizando sua existência;
•	 exerce vigilância sobre os padrões de serviços de assistência social, 
em especial aqueles que operam na forma de albergues, abrigos, 
residências, semirresidências, moradias provisórias para os diversos 
segmentos etários (BRASIL, 2005, p. 93).
Para que essas ações possam ocorrer em cada esfera governamental, a vigilância tem composto 
uma área específica de atuação dentro das secretarias de assistência, ou pelo menos um setor que conte 
com pessoal qualificado e preferencialmente específico para atender às demandas de informação e 
infraestrutura minimamente composta por computadores, tendo em vista que todo sistema de informação 
do Ministério de Desenvolvimento Social é formado por aplicativos eletrônicos, como veremos em breve. 
No entanto, para que o setor de vigilância se constitua formalmente em cada município ou estado é 
necessário que ele componha o organograma da referida secretaria, conforme Orientações Técnicas da 
Vigilância Socioassistencial (BRASIL, 2013).
A equipe proposta para compor este setor deve levar em consideração o porte do município, sendo 
que nos pequenos pode ser designada apenas uma pessoa que tenha aptidão para elaboração de 
planilhas e gráficos, por exemplo, ao mesmo tempo em que dialogue com a política de assistência 
social. Nos municípios de grande porte, metrópoles e estados, a equipe deve ser multidisciplinar, com 
sugestão para a inclusão de profissionais das áreas de Sociologia, Estatística, Serviço Social, Psicologia, 
além das profissões regulamentadas pela Resolução CNAS 17/2011, que estabelece as profissões que 
podem compor os Suas.
O profissional ou equipe que atuará na vigilância socioassistencial, além de atitude e perfil investigativo, 
comprometimento com a redução das desigualdades e injustiças sociais, deve ter capacidade de análise 
critica e ser capaz de:
•	 Produção e análise de dados qualitativos e quantitativos.
•	 Realizar tarefas de manipulação e produção de banco de dados em 
softwares específicos, como Excel, Access, Spss, Sas, Stata, entre outros.
•	 Produzir e interpretar de tabelas e gráficos.
•	 Calcular indicadores relativos à vulnerabilidade social e pobreza.
•	 Elaborar documentos técnicos com análises baseadas em dados, como 
os diagnósticos socioterritoriais.
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Política Social de aSSiStência Social
•	Produzir e analisar dados georreferenciados, quando necessário.
•	Propor e realizar diagnósticos participativos (BRASIL, 2013, p. 43).
A área da vigilância no âmbito da gestão deve:
•	 elaborar	e	atualizar	periodicamente	o	diagnóstico	socioterritorial;
•	 contribuir com as áreas de gestão e de proteção social básica e 
especial, na elaboração de planos e diagnósticos;
•	 colaborar com a gestão no planejamento das atividades pertinentes 
ao cadastramento e atualização cadastral do CadÚnico;
•	 utilizar a base de dados do CadÚnico como ferramenta para construção 
de mapas de vulnerabilidade social dos territórios, para traçar o perfil de 
populações vulneráveis e para estimar a demanda potencial dos serviços;
•	 responsabilizar‑se pelo preenchimento mensal do sistema de registro 
dos atendimentos do Suas (Resolução CIT nº 04/2011);
•	 coordenar o processo de realização anual do Censo Suas;
•	 disponibilizar informações sobre a rede socioassistencial e sobre os 
atendimentos por ela realizados para a gestão, os serviços e o controle 
social, contribuindo com a função de fiscalização e controle desta 
instância de participação social;
•	 fornecer sistematicamente às unidades da rede socioassistencial, 
especialmente aos Cras e Creas, informações e indicadores 
territorializados;
•	 utilizar os cadastros, bases de dados e sistemas de informações e dos 
programas de transferência de renda e dos benefícios assistenciais 
como instrumentos permanentes de identificação das famílias que 
apresentam características de potenciais demandantes dos distintos 
serviços socioassistenciais e, com base em tais informações, planejar, 
orientar e coordenar ações de busca ativa a serem executadas pelas 
equipes dos Cras e Creas;
•	 fornecer sistematicamente aos Cras e Creas listagens territorializadas 
das famílias em descumprimento de condicionalidades do Programa 
Bolsa Família com bloqueio ou suspensão do benefício, e monitorar a 
realização da busca ativa destas famílias pelas referidas unidades;
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Unidade III
•	 organizar, normatizar e gerir, no âmbito da política de assistência 
social, o sistema de notificações para eventos de violação de direitos, 
estabelecendo instrumentos e fluxos necessários à sua implementação 
e funcionamento;
•	 coordenar e acompanhar a alimentação dos sistemas de informação 
que provêm dados sobre a rede socioassistencial e sobre os 
atendimentos por ela realizados;
•	 realizar a gestão do cadastro de unidades da rede socioassistencial no 
CADSuas;
•	 responsabilizar‑sepela gestão e alimentação de outros sistemas de 
informação que provêm dados sobre a rede socioassistencial e sobre 
os atendimentos por ela realizados;
•	 analisar periodicamente os dados dos sistemas de informação 
anteriormente referidos, estabelecer, com base nas normativas 
existentes e no diálogo com as demais áreas técnicas, padrões de 
referência para avaliação da qualidade dos serviços ofertados pela 
rede socioassistencial e monitorá‑los por meio de indicadores;
•	 coordenar em nível municipal e do DF, de forma articulada com 
as áreas de proteção social básica e de proteção social especial da 
secretaria, as atividades de monitoramento da rede socioassistencial 
pública e privada, de forma a avaliar periodicamente a observância 
dos padrões de referência relativos à qualidade dos serviços ofertados;
•	 estabelecer articulações intersetoriais de forma a ampliar o 
conhecimento sobre os riscos e vulnerabilidades que afetam as famílias 
e indivíduos num dado território, colaborando para o aprimoramento 
das intervenções realizadas (BRASIL, 2013, p. 40‑41).
A vigilância, nesse sentido, vai assumindo a responsabilidade de cuidar de todo o sistema de 
informação, monitoramento e avaliação das secretarias de assistência social, o que não significa que 
esta deva ser um trabalho isolado. Como já dissemos anteriormente, os Cras e Creas também serão 
responsáveis pela coleta de informações nos territórios e junto às populações atendidas que subsidiarão 
as ações da vigilância e esta, por sua vez, terá o papel de compartilhar com as unidades executoras 
as informações e análises obtidas no sentido de integrar e articular o planejamento, a execução, o 
monitoramento e a avaliação das ações, primando pela qualificação dos serviços prestados e para 
efetivação da política de assistência social, como garantidora dos direitos e proteção social almejada.
A Lei nº 12.435, de 2011, que alterou a Lei Orgânica da Assistência Social – Loas (Lei nº 8.742, de 
1993), dispondo sobre a organização da assistência social nos parâmetros do Suas, apresentou um novo 
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instrumento de “aferição da qualidade da gestão descentralizada dos serviços, programas, projetos e 
benefícios socioassistenciais, bem como da articulação intersetorial, no âmbito dos municípios, DF e 
estados” (BRASIL, 2013, p. 45), o IGD/Suas – Índice de Gestão Descentralizada do Sistema Único da 
Assistência Social, a ser aplicadas nas esferas governamentais habilitadas ao Suas em qualquer nível de 
gestão. Para estados e Distrito Federal, a condição é a elaboração do plano do pacto de aprimoramento 
da gestão estadual e do DF, e sua pactuação em CIB ou CIT, conforme Resolução CIT nº 17/2010.
Trata‑se de um índice que varia de 0 (zero) a 1 (um), em relação à qualidade da gestão do Suas e, 
sendo o mínimo de 0,2 para receber recursos, quanto mais próximo de 1, maior o incentivo financeiro do 
governo federal, considerando‑se o teto orçamentário e financeiro. O IGD/Suas possui uma modalidade 
a ser aplicada nos municípios e Distrito Federal (IGD/Suas‑M) e outra para os estados (IGD/Suas‑E).
Os recursos recebidos pelo IGD/Suas podem ser gastos desde que estejam previstos no orçamento, ou 
seja, planejados e submetidos à deliberação dos conselhos de assistência social, e devem ser destinados 
ao aprimoramento de:
•	 gestão de serviços;
•	 gestão e organização do Suas;
•	 gestão articulada e integrada dos serviços e benefícios 
socioassistenciais;
•	 gestão articulada e integrada com o Programa Bolsa Família e com o 
Plano Brasil Sem Miséria;
•	 gestão do trabalho e educação permanente na assistência social;
•	 gestão da informação do Suas;
•	 implementação da vigilância socioassistencial;
•	 apoio técnico e operacional aos conselhos de assistência social, 
observado o percentual mínimo fixado;
•	 gestão financeira dos fundos de assistência social;
•	 gestão articulada e integrada com os Programas BPC na Escola e BPC 
Trabalho;
•	 gestão e organização da rede de serviços assistenciais; e
•	 monitoramento do Suas (BRASIL, [s.d.]).
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Unidade III
Portanto, os recursos do IGD/Suas podem ser utilizados para a implantação e estruturação 
da vigilância socioassistencial e podem ser adquiridos equipamentos eletrônicos, mobiliários, 
softwares, materiais de consumo, serviços de internet e custeios com capacitações e qualificações 
das equipes, por meio da contratação temporária de pessoas físicas ou jurídicas para capacitação, 
treinamento, consultoria, mapeamento, realização de estudos e diagnósticos, definição de fluxos 
e processos de gestão, locação de espaços físicos e custeio com diárias e passagens referentes a 
realização/participação em oficinas, seminários, treinamentos e capacitações de interesse da área 
(BRASIL, 2013, p. 46).
A vigilância socioassistencial apoiará as atividades de planejamento, organização e execução das 
ações desenvolvidas, produzindo, sistematizando e analisando informações referentes às situações de 
vulnerabilidade e risco que incidem sobre famílias e indivíduos e sobre os padrões de oferta dos serviços 
e benefícios socioassistenciais (BRASIL, 2013, p. 11).
Para cumprir esses objetivos, a vigilância socioassistencial:
•	 produz	 e	 sistematiza	 informações,	 constrói	 indicadores	 e	 índices	
territorializados das situações de risco e vulnerabilidade social, que 
incidem sobre famílias e sobre os indivíduos nos diferentes ciclos de 
vida;
•	 monitora a incidência das situações de violência, negligência e maus 
tratos, abuso e exploração sexual, que afetam famílias e indivíduos, 
com especial atenção para aquelas em que são vítimas crianças, 
adolescentes, idosos e pessoas com deficiência;
•	 identifica pessoas com redução da capacidade pessoal, com deficiência 
ou em abandono;
•	 identifica a incidência de vítimas de apartação social, que lhes 
impossibilite sua autonomia e integridade, fragilizando sua existência;
•	 monitora os padrões de qualidade dos serviços de assistência social, 
com especial atenção para aqueles que operam na forma de albergues, 
abrigos, residências, semirresidências, moradias provisórias para os 
diversos segmentos etários;
•	 analisa a adequação entre as necessidades de proteção social 
da população e a efetiva oferta dos serviços socioassistenciais, 
considerando o tipo, volume, qualidade e distribuição espacial desses;
•	 auxilia a identificação de potencialidades dos territórios e das famílias 
neles residentes (BRASIL, 2013, p. 12).
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Os conceitos de risco, vulnerabilidade e território são inter‑relacionados na atuação da vigilância 
e se constituem em conceitos‑chaves para a execução da política de assistência social, conforme foi 
estudado na Unidade I.
A vigilância de riscos e vulnerabilidades é composta pela análise entre as vulnerabilidades e riscos 
da população que habita os territórios, levando‑se em consideração, conforme as diretrizes da política, 
não somente as fragilidades, mas também as potencialidades de cada território. Nesse sentido, são 
confrontadas as necessidades da população e a oferta de serviços e benefícios socioassistenciais, visando 
oferecer respostas, pelo Poder Público, às necessidades de proteção da população.
Esta visão de totalidade, integrando necessidades e ofertas, permite traçar 
melhores ações e estratégias para prevenção e para redução de agravos, 
contribuindo para o planejamento, gestão e execução da política de 
assistência por meio de seus serviços e benefícios, objetivando sempre o 
fortalecimento da função de proteção social do Suas (BRASIL, 2013, p. 15).
No entanto,para cumprir o proposto pelos objetivos da vigilância, não basta apenas confrontar 
a oferta de serviços às necessidades de proteção social, é preciso especificar “sempre que possível os 
fatores de vulnerabilidade e os grupos, famílias ou indivíduos afetados por tais fatores. A quantificação da 
população afetada permite estimar a demanda potencial para o serviço ou benefício que deverá prover 
a ação protetiva” (BRASIL, 2013, p. 16). Por exemplo, se considerarmos um território onde exista uma 
suposta incidência de trabalho infantil (fator de vulnerabilidade) e violência doméstica contra crianças 
e adolescentes (fator de risco), a quantidade de pessoas nessas situações poderá indicar a demanda 
potencial para os serviços de convivência e fortalecimentos de vínculos e para o PAEFI, respectivamente 
(BRASIL, 2013).
Além da identificação das vulnerabilidades existentes em um território, o monitoramento sobre a 
incidência de riscos e violações de direito demanda a indicação de serviços especializados e também 
a necessidade de planejar ações de prevenção e potencialização dos territórios, que devem ser alvo da 
política de assistência social, principalmente no nível da proteção social básica.
Identificar os territórios com maior incidência, as variações no volume de 
ocorrências e o perfil das pessoas vitimadas permite aprimorar as ações de 
prevenção e de combate às situações, além de ações de aprimoramento dos 
próprios serviços responsáveis pelo atendimento das vítimas (BRASIL, 2013, p. 17).
A vigilância dos padrões dos serviços “busca produzir e sistematizar informações referentes à oferta 
dos serviços e benefícios, de forma a contribuir com o aprimoramento da qualidade destes e com sua 
necessária adequação ao perfil de demandas do território” (BRASIL, 2013, p. 17).
Aqui se iniciam as atividades de monitoramento do Suas, integrante do eixo de estruturação da Política 
Nacional de Assistência Social. Esse monitoramento deve incluir a coleta de informações “sobre todas as 
unidades públicas e privadas que ofertam os serviços, benefícios, programas e projetos da assistência social, 
e especialmente dos Cras, dos Creas e das unidades de acolhimento” (BRASIL, 2013, p. 17).
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Unidade III
A coleta dessas informações procura aferir a quantidade e perfil dos trabalhadores do Suas; o tipo e 
volume dos serviços prestados; o monitoramento sobre a execução dos procedimentos essenciais vinculados 
a cada serviço, conforme a Tipificação e as Orientações Técnicas especificas; o perfil dos usuários atendidos; as 
condições de acesso ao serviço e à infraestrutura, equipamentos e materiais existentes (BRASIL, 2013, p. 17).
A apropriação dessas informações auxilia o planejamento e avaliação das ações, que comporão os 
instrumentos de gestão do Suas, além de instigar a reflexão e avaliação das ações também por parte 
das equipes executoras, pois “são extremamente úteis para disseminar e problematizar os resultados das 
análises, gerando apropriação e aplicação do conhecimento produzido e aprimorando os processos de 
trabalho das unidades” (BRASIL, 2013, p. 18); também proporciona um processo conjunto de troca de 
informações e reflexões sobre os dados e informações obtidos que amplia a capacidade de interpretação 
e análise dos dados, também por parte da vigilância.
Existem alguns conjuntos de informações decorrentes das pactuações nacionais do Suas, porém a 
vigilância socioassistencial também pode propor, em nível local, a complementação dessas informações 
por meio de instrumentos próprios. Importante se faz ressaltar que a qualificação da informação é 
“imprescindível para a estruturação de bases de dados confiáveis que subsidiem o desenvolvimento do 
Suas e a melhoria da operacionalização da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) em todo o 
território brasileiro” (BRASIL, 2013, p. 18).
Perfazem o conjunto de informações pactuadas nacionalmente e propostas pelo Ministério de 
Desenvolvimento Social os instrumentos de coleta de informações por meio do cadastro nacional do 
Suas – CadSuas, censo Suas, Registro Mensal de Atendimentos – RMA, prontuário Suas, CadÚnico e 
Cecad, IDV – sistema de identificação de domicílios em vulnerabilidade, matriz de informações sociais 
e relatórios de informações sociais, Suasweb – informações do cofinanciamento federal, entre outros.
O CADSuas consiste em um aplicativo eletrônico
que comporta todas as informações cadastrais dos órgãos gestores de 
assistência social, das unidades públicas e da rede conveniada de entidades 
prestadoras de serviços socioassistenciais, dos fundos de assistência social, 
dos conselhos de assistência social e dos trabalhadores e conselheiros que 
atuam no âmbito do Suas (BRASIL, 2013, p. 34).
O correto preenchimento e a atualização periódica desse instrumental possibilitam à gestão pública local 
o reconhecimento pelo Ministério de Desenvolvimento Social, permitindo o acesso ao preenchimento de 
outros instrumentos de gestão e viabilizando o repasse de recursos para os serviços cadastrados no sistema.
O acesso ao CADSuas é realizado através do link <http://aplicacoes.mds.
gov.br/cadsuas> e, para acessar a área restrita do aplicativo, [...] os técnicos 
municipais e estaduais devem utilizar os logins e senhas vinculados ao 
CPF do indivíduo. [...] O acesso apenas para consulta dos dados gerais do 
CADSuas pode ser realizado por qualquer usuário, não sendo necessário o 
uso de senhas de acesso (BRASIL, 2013, p. 34).
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Política Social de aSSiStência Social
O censo Suas é um instrumento de avaliação e monitoramento dos serviços, programas e benefícios 
da política de assistência social. A realização se dá por meio de preenchimento de questionários 
eletrônicos, cujos dados fornecem um “diagnóstico detalhado e atualizado dos equipamentos da rede 
socioassistencial nas suas dimensões de infraestrutura, serviços, recursos humanos, articulação, dentre 
outras” (BRASIL, 2013, p. 34).
Atualmente, compõe o rol do censo Suas um conjunto de sete questionários referentes aos Cras, 
Creas, Centro POP, gestão municipal e estadual e conselhos de assistência social. A cada ano podem 
ser incluídas novas informações, por exemplo, em 2011, foi realizado o censo das entidades privadas 
prestadoras de serviços socioassistenciais.
A partir da coleta desses dados, é possível definir indicadores de avaliação dos serviços prestados 
em cada esfera de governo. O censo também deve compor a vigilância socioassistencial do município, 
contribuindo para sistematizar as informações sobre os padrões de serviços ofertados pelo Suas 
e auxiliando as ações voltadas para a organização, estruturação e padronização da informação e 
diagnósticos socioassistenciais.
Anualmente, o censo Suas é realizado durante o segundo semestre do ano 
(agosto ou setembro) e permanece aberto para preenchimento, em média, 
por 4 meses. Os questionários e os manuais de preenchimento podem ser 
acessados através do link <http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/censosuas>. 
[...] Vale ressaltar que censo Suas é a forma dos municípios ou estados 
demonstrarem a implantação das unidades socioassistenciais, bem como 
a oferta regular dos serviços (cofinanciados ou não pelo MDS) (BRASIL, 
2013, p. 35).
Esse instrumento de informação também regula o repasse de recursos pelo Ministério. Outro 
impacto negativo do não preenchimento do censo é sua relação com os “recursos do IGD/Suas, pois 
no cálculo do IGD é levado em conta o indicador de desenvolvimento do Cras (ID‑Cras) e, portanto, 
se não foram fornecidas as informações referentes ao Cras, não é possível realizar esses cálculos” 
(BRASIL, 2013, p. 35).
O Registro Mensal de Atendimentos – RMA
refere‑se à Resolução CIT nº 4, de 24 de maio de 2011, que instituiu 
parâmetros nacionaispara o registro das informações relativas aos serviços 
ofertados nos Centros de Referência da Assistência Social – Cras e nos 
Centros de Referência Especializados da Assistência Social – Creas (BRASIL, 
2013, p. 35).
Também compõe um instrumento de vigilância socioassistencial sobre os padrões de serviços. O 
Registro Mensal de Atendimentos – RMA afere a demanda que é atendida nos Cras e Creas “na medida 
em que a análise das suas informações permite dimensionar/quantificar o tipo, volume e padrões de 
qualidade dos serviços ofertados pela rede socioassistencial” (BRASIL, 2013, p. 35).
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Unidade III
 Saiba mais
Acesse o Registro Mensal de Atendimentos – RMA pelo link:
<http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/atendimento>.
Divide‑se em dois tipos de registros: RMA – Unidade e RMA – Família.
O RMA – Unidade (formulário I) compreende os dados mensais (agregados) 
relativos ao número de famílias em acompanhamento no Paif (ou PAEFI, no caso 
das unidades Creas) e, dentre essas, o respectivo perfil (extrema pobreza, famílias 
beneficiárias do Programa Bolsa Família etc.), bem como, no caso do Cras, o 
número de atendimentos individualizados ou coletivos, e ainda, no caso do Creas, 
o número de atendimentos no âmbito do PAEFI por situação de violência e/ou 
violação de direitos. Esses dados deverão ser informados mensalmente no prazo 
de até 30 dias subsequentes ao mês de referência das informações, contando‑se 
ainda de um período adicional de mais 30 dias, durante o qual os municípios 
poderão solicitar o apoio técnico das respectivas gestões estaduais.
O RMA – Família (formulário II) permite acompanhar, de forma individual (por 
família), todos os atendimentos e consequentes encaminhamentos realizados nas 
unidades Cras e Creas no âmbito do Paif e PAEFI, respectivamente. Este sistema 
possibilita também a consulta por nome ou NIS do usuário das informações a ele 
relativas, conforme o seu cadastro no CadÚnico (BRASIL, 2013, p. 36).
O prontuário Suas foi elaborado pensando em auxiliar e qualificar o trabalho dos profissionais que 
atuam nos Cras e Creas e uniformizar a coleta de informações necessárias ao trabalho social com famílias.
O prontuário Suas possibilita a “identificação das ações desenvolvidas, incluindo os encaminhamentos 
realizados, o processo de evolução, a avaliação das ações promovidas e os resultados alcançados, 
registrando adequadamente a relação do usuário com as unidades” (BRASIL, 2013, p. 36), por isso deve 
ser preenchido para cada família que entra em acompanhamento.
 Saiba mais
Por enquanto, somente a versão em papel do prontuário Suas está 
disponível para impressão no link:
< h t t p : / / w w w. m d s . g o v. b r / a s s i s t e n c i a s o c i a l / v i g i l a n c i a ‑ 
socioassistencial%20/prontuario‑suas>.
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Política Social de aSSiStência Social
As informações contidas no prontuário podem subsidiar a vigilância na proposição de relatórios 
informativos a serem preenchidos pelos Cras e Creas para registro de informações sobre número de 
atendimento e perfil da população atendida. Essas informações podem auxiliar no escopo da vigilância 
de riscos e vulnerabilidades, conforme Orientações Técnicas da Vigilância Socioassistencial.
O CadÚnico e o Cecad são ferramentas que juntas podem desempenhar um papel relevante no 
levantamento do diagnóstico socioterritorial, no planejamento das ações, na vigilância socioassistencial, 
permitindo “identificar as principais vulnerabilidades da população em determinado território [...], 
conhecer a realidade socioeconômica das famílias, acessar informações sobre as características do 
domicílio, o acesso a serviços públicos, entre outras” (BRASIL, 2013, p. 37).
O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico 
que inclui as famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por 
pessoa ou de três salários mínimos no total, além de famílias cadastradas em 
outros programas sociais. [...] possibilita conhecer a realidade socioeconômica 
dessas famílias, trazendo informações do domicílio e também dados de cada 
um dos componentes da família (BRASIL, 2013, p. 37).
O Cecad “é uma ferramenta que permite realizar, de modo fácil e rápido, consultas, tabulações 
e extrações de dados do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico” 
(BRASIL, 2013, p. 37). Esses dados podem ser trabalhados estatisticamente por famílias ou por pessoas, 
“possibilitando a extração de listagens territorializadas com nomes e endereços, facilitando assim ações 
de busca ativa de públicos prioritários da assistência social que já estejam cadastrados no CadÚnico” 
(BRASIL, 2013, p. 37).
O IDV – sistema de identificação de domicílios em vulnerabilidade – é um aplicativo que
permite a elaboração de mapas de vulnerabilidade e risco social ao nível 
de estados, municípios e por setor censitário (áreas demarcadas pelo IBGE, 
de tamanho menor que municípios), de acesso público e irrestrito (sem 
utilização de senha) pelo link: <http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/idv/>. 
(BRASIL, 2013, p. 38).
A partir de informações e indicadores coletados a partir do censo 2010 (IBGE), CADSuas e censo 
Suas, é permitida a visualização em forma de mapas, o que facilita a análise sob a perspectiva do 
território; por exemplo, áreas com “maior concentração de famílias em situação de vulnerabilidade e 
menor número de equipamentos de referência da assistência social ou das demais políticas públicas” 
(BRASIL, 2013, p. 38).
A matriz de informações sociais e relatórios de informações sociais (MI‑SAGI e RI‑SAGI) são 
informações disponibilizadas pelo Ministério de Desenvolvimento Social para uso da vigilância 
socioassistencial, tanto pela de riscos e vulnerabilidades quanto pela vigilância de padrões de serviços. 
Além dessas, podem ser encontrados também o Data Social e o Sistema Brasil Sem Miséria, aplicativos 
relacionados à expansão e monitoramento dos serviços, entre outros.
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 Saiba mais
Acesse o MI‑SAGI pelo link:
<http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi>.
A matriz de informação social (MI‑Social) “reúne em um único local as informações oriundas 
de diferentes aplicativos e, dessa forma, permite realizar, por meio de indicadores gerenciais, o 
monitoramento dos programas, projetos e ações desenvolvidos pelo MDS” (BRASIL, 2013, p. 38).
 Saiba mais
Podem ser consultadas, por qualquer pessoa, as informações em tabelas 
e gráficos, por municípios, estados, ou regiões em:
<http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/mi2007/home/index.php>.
No relatório de informações sociais (RI), as informações são disponíveis apenas por município, sobre 
dados demográficos e indicadores relacionados às ações de assistência social, ou informações resumidas 
sobre mercado de trabalho, extrema pobreza, inclusão produtiva e outros.
 Saiba mais
O relatório de informações sociais pode ser acessado pelo link:
<http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/index.php>.
O SuasWEB – informações do cofinanciamento federal “é uma ferramenta criada para agilizar a 
transferência regular e automática de recursos financeiros do Fundo Nacional de Assistência Social 
(FNAS) para os fundos estaduais, municipais e do Distrito Federal” (BRASIL, 2013, p. 39).
Apresenta informações sobre os repasses, saldos, planos de ação dos municípios e demonstrativos 
de execução físico‑financeira, oferecendo subsídios para reflexão “sobre o volume e tipo de serviços, 
podendo compor indicadores de padrão de serviços” (BRASIL, 2013, p. 39).
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Além desses instrumentos propostos pelo Ministério de Desenvolvimento Social, cada município 
pode propor outros instrumentos de coleta de dados que subsidiem a vigilância socioassistencial 
na construção de indicadores e diagnósticos socioterritoriais, ou pode se valer de outras fontes de 
informação, como o censo demográfico do IBGE (que oferece auxílio importante para o conhecimento 
do território), a Pesquisa Nacional por Amostra por Domicílio – PNAD, pesquisa do perfil dos municípios 
e estados brasileiros, a pesquisa de entidades de assistência social, a pesquisa de orçamento familiar, 
Disque 100 (Disque Denúncia Nacional), o Sinan (sistema de informação de agravos de notificação), 
DataSUS (notificação de violências), entre outros (BRASIL, 2013).
3.4 Instrumentos de gestão
Como já vimos até aqui, muitas são as possibilidades, formas e mecanismos utilizados na gestão 
do Suas. O conhecimento do território, do público‑alvo, das vulnerabilidades e riscos, o planejamento, 
a execução, o monitoramento e avaliação das ações fornecem elementos riquíssimos para a gestão do 
sistema. Esses conhecimentos devem envolver não apenas a parte técnica, mas, sobretudo, subsidiar o 
planejamento financeiro da política e do Suas, nas três esferas de governo.
Para dar forma e sistematizar esses processos, o Suas conta com instrumentos de gestão constituídos 
no plano de assistência social, orçamento da assistência social, gestão da informação, monitoramento e 
avaliação e relatório anual de gestão.
O plano de assistência social é um instrumento de planejamento fundamentado nas diretrizes da 
política nacional que serve para organizar, regular e nortear a execução das ações da política. Sua 
exigência “decorreu da necessidade de incorporação, pela assistência social, de práticas planejadas 
baseadas em diagnósticos e estudos de realidade e desenvolvidas com monitoramento e avaliação 
sistemáticos e contínuos” (BRASIL, 2008, p. 18).
A elaboração, de responsabilidade do gestor público, prevê as ações no prazo de quatro anos e deve 
contar com a participação de diferentes atores, seguindo os princípios de controle e participação social. 
Após a elaboração, o plano deve ser submetido à deliberação do Conselho de Assistência Social.
Apesar de a política nacional colocar como diretriz o comando único das ações, que coloca o Estado 
como propulsor da organização e execução prática em cada esfera de governo, a participação dos 
conselhos de assistência social, como instâncias deliberativas, confronta o modelo centralizador e 
tecnocrático que durante muito tempo caracterizou a gestão da política de assistência social.
Adaptar‑se a essas mudanças ainda compreende um grande desafio para muitos gestores:
[...] num contexto de contínuas transformações, planejar/executar/avaliar 
supõe conciliar a capacidade criativa, inovadora e intuitiva, com a força 
da racionalidade, do amplo conhecimento da realidade, do domínio 
do conhecimento especializado e da experiência acumulada. É preciso 
compor utopias, mas dimensionar condições de factibilidade, viabilidade e 
exequibilidade (BRASIL, 2008, p. 48).
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Nesse sentido, a iniciativa de propor a elaboração de um plano para nortear as ações da assistência 
social compõe o rol de inovações apresentadas nas últimas décadas, pelas quais os novos modelos de 
gestão devem necessariamente transitar. Assim, o plano de assistência social alicerça uma alternativa 
de sistematizar, tecnicizar e consolidar a política pública, dando‑lhe caráter de direito social e sistema 
de proteção social, rompendo a organização baseada na
improvisação, na ação caótica – emergencial e pontual – sem comando, 
direção, continuidade e sistematização. É a possibilidade de uma abordagem 
racional e metódica sobre as situações de vulnerabilidade e risco que se 
expressam nos territórios, viabilizando o ordenamento de atos decisórios, 
seleção de ações, escolhas de caminhos estratégicos, em momentos definidos, 
baseados em conhecimentos teóricos e técnicos (BRASIL, 2008, p. 29).
O plano, embora seja responsabilidade de elaboração do gestor e deliberação do conselho, deve envolver 
o maior número possível de pessoas na preparação, pautadas por concepções propositivas em relação à 
política, pois, quanto mais democrático e participativo ele for, maiores serão as chances de efetivar‑se e de 
alavancar mudanças significativas no desenho da política pública, propondo ações que de fato contribuam 
para a prevenção ou diminuição da incidência de riscos e vulnerabilidades nos territórios.
“O plano define objetivos, foco e intencionalidade às ações, permite a articulação antecipada de 
consequências e resultados, possibilitando a antevisão do estado ou da situação que se quer conquistar” 
(BRASIL, 2008, p. 29). A elaboração do plano, no contexto do Suas, que busca romper com práticas 
assistencialistas e clientelistas da assistência, torna‑se:
•	 instrumento fundamental para a construção de uma política 
planejada, efetiva e de impacto sobre as situações de vulnerabilidade 
e risco sociais identificadas nos territórios;
•	 parâmetro básico para a democratização do processo decisório;
•	 mecanismo para viabilizar a inserção da assistência social ao sistema 
de planejamento global do município, bem como aos sistemas de 
planejamento da assistência social nos âmbitos estadual e federal 
(BRASIL, 2008, p. 30).
A intenção é que o plano seja flexível, dinâmico, participativo; considere os cenários e contextos 
existentes nos territórios; processe conhecimentos sobre a realidade social, partindo dos dados e 
análises produzidas a partir da gestão das informações geradas pela vigilância socioassistencial; 
articule a rede socioassistencial e intersetorial; e formule estratégias de aprimoramento das ações; 
possibilite a mobilização de forças políticas que, mesmo diversas, possam contribuir para a efetivação da 
política ao mesmo tempo que maneje as correlações de forças existentes, assumindo a dupla dimensão 
teórico‑política e técnico‑operacional. Percebemos, assim, que o plano “não é apenas uma ferramenta 
técnica, mas um instrumento essencialmente político” (BRASIL, 2008, p. 31), que favorece a gestão 
democrática, o controle social e a participação ampla, contemplando:
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•	 a disponibilização de um conjunto de dados e informações que 
possam subsidiar as decisões quanto a benefícios, serviços, programas 
e projetos a serem implantados;
•	 a utilização de indicadores de avaliação de impactos e resultados da 
política;
•	 a implementação do sistema de acompanhamento do desempenho 
da rede socioassistencial (BRASIL, 2008, p. 21).
A composição do plano como parte de um processo amplo e continuado deve expressar a coerência 
das ações sociais com as diretrizes e princípios da política nacional, possibilitando o ajuste das 
intervenções e a conexão com uma concepção democrática de assistência social que
concretiza‑se em um espaço e um tempo delimitados, como produto de 
opções e prioridades a serem definidas no âmbito da política de assistência 
social [...] proposta pelo atual padrão regulatório, põe em questão 
relações sociais e institucionais que marcaram o aparato burocrático 
governamental e o conjunto de instituições e organizações privadas que 
atuam na área. Exige um esforço para superar a ausência de informações 
e dados, num setor que só recentemente, com a organização da rede Suas, 
passou a acumular e a sistematizar conhecimentos sobre seu campo de 
ação (BRASIL, 2008, p. 27).
Como consequência, o plano deve ser capaz de:
•	 fomentar	o	debate	sobre	o	campo	de	ação	da	assistência	social;
•	 produzir dados consistentes sobre as necessidades sociais individuais 
e coletivas dos grupos aosquais se dirige;
•	 colocar em questão a natureza e o alcance social das ações nessa 
área;
•	 conduzir os gestores da assistência social a inseri‑la na agenda pública 
local (BRASIL, 2008, p. 28).
Os componentes básicos que o integram são:
I – diagnóstico socioterritorial;
II – objetivos gerais e específicos;
III – diretrizes e prioridades deliberadas;
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IV – ações e estratégias correspondentes para sua implementação;
V – metas estabelecidas;
VI – resultados e impactos esperados;
VII – recursos materiais, humanos e financeiros disponíveis e necessários;
VIII – mecanismos e fontes de financiamento;
IX – cobertura da rede prestadora de serviços;
X – indicadores de monitoramento e avaliação;
XI – espaço temporal de execução (BRASIL, 2012, p. 25).
O diagnóstico socioterritorial se pauta no conhecimento da realidade e em tudo que já estudamos, 
especialmente nas concepções de território, de riscos e vulnerabilidade. Os objetivos, que serão gerais 
e específicos, as diretrizes e prioridades devem se ajustar aos estudos realizados nos itens anteriores e 
nas deliberações feitas pelos conselhos no que tange aos direcionamentos da política no período de 
elaboração do plano. O mapeamento e cobertura da rede prestadora de serviços podem se fundamentar 
nas informações da vigilância socioassistencial, que muito tem a contribuir também com o conhecimento 
da realidade.
O plano é um instrumento de planejamento do percurso que a política vai percorrer em um 
determinado espaço de tempo (espaço temporal de execução); é preciso avaliar o que se tem hoje 
(diagnóstico socioterritorial, diretrizes e prioridades deliberadas, cobertura da rede prestadora de 
serviços, recursos materiais, humanos e financeiros disponíveis) e aonde se quer chegar ao final dos 
quatro anos (objetivos gerais e específicos, metas estabelecidas, resultados e impactos esperados). Nesse 
espaço de tempo, também é necessário prever o que será necessário garantir para efetivação do plano 
(ações e estratégias correspondentes para sua implementação, recursos materiais, humanos e financeiros 
necessários, mecanismos e fontes de financiamento, indicadores de monitoramento e avaliação).
O exercício de decidir sobre as metas e previsões de custos deve considerar possíveis consensos. 
A partir dos conflitos e confrontos existentes entre os grupos envolvidos que com visões e interesses 
diferentes, tentarão fazer valer sua seleção de prioridades e escolha de estratégias (BRASIL, 2008). O que 
deve prevalecer é uma concepção “tendo como referencial os interesses coletivos da população usuária 
da assistência social” (BRASIL, 2008, p. 36), pois “é no enfrentamento dos conflitos, no debate sobre as 
diferenças e na busca de consensos que serão estabelecidas prioridades e organizadas as propostas de 
ação” (BRASIL, 2008, p. 36). Em última instância, cabe ao órgão gestor da política de assistência social 
a definição dos limites de competência e o direcionamento da articulação com as demais esferas de 
governo, prevendo mecanismos formais de comunicação e integração (BRASIL, 2008, p. 37).
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A decisão e priorização de estratégias são passos importantes à exequibilidade 
e viabilidade das propostas de mudanças. Para tanto, é necessário que se 
tenha uma intencionalidade clara quanto à assistência social que se quer 
construir no território, articulada à política de seguridade social e aos 
sistemas estadual e nacional. É também relevante situar a assistência social 
na proposta de governo municipal e regional. O plano tem que ser pensado 
à luz desta dupla inserção (BRASIL, 2008, p. 36).
O orçamento da assistência social previsto no eixo estruturante de financiamento é “instrumento 
da administração pública indispensável para a gestão da política de assistência social e expressa o 
planejamento financeiro das funções de gestão e da prestação de serviços, programas, projetos e 
benefícios socioassistenciais” (BRASIL, 2012, p. 31).
É visto como instrumento de gestão compor o planejamento em que serão consideradas as previsões 
de custos, não apenas com a execução dos serviços, projetos e programas, mas também com a vigilância 
socioassistencial, política de recursos humanos (PCCS e formação continuada dos trabalhadores) e 
aprimoramento dos níveis e instrumentos da gestão pública.
Será articulado com os eixos estruturantes da política, sobretudo no que se refere à descentralização 
político‑participativa, envolvendo todas as esferas de governo com responsabilidades administrativas 
financeiras e de gestão, a concepção de territorialidade ao considerar a análise socioterritorial, a 
matricialidade sociofamiliar ao conceber a família não só como espaço de proteção de seus membros, 
mas também como espaço a ser protegido pelas ações da política vista como totalidade e não de 
forma segmentada e o controle social, como instância de participação da sociedade civil nas ações de 
planejamento, execução e avaliação das ações.
No campo da gestão, ficou estabelecido que o cofinanciamento, ou seja, o 
critério de partilha de recursos entre as esferas da federação – União, estados, 
Distrito Federal e municípios –, seria objeto de pactuação nas comissões 
intergestores bipartite e tripartite, cujas decisões são deliberadas pelos conselhos 
de Assistência Social, que também exercem o papel de instância de controle. 
A institucionalização dos fundos de assistência social possibilitou maior 
transparência no uso dos recursos, o que facilita o controle social. Hoje, quase a 
totalidade dos municípios brasileiros possui fundos de assistência social. Ainda 
que não tenha sido abolida, a forma convenial de transferência de recursos 
atualmente está circunscrita às despesas de caráter não continuado, como a 
estruturação da rede de proteção social básica e especial (BRASIL, 2013, p. 22).
O planejamento do orçamento da assistência social se efetiva por meio do orçamento plurianual 
e anual, “que expressa a projeção das receitas e autoriza os limites de gastos nos projetos e atividades 
propostos pelo órgão gestor e aprovados pelos conselhos” (BRASIL, 2005, p.119).
Os instrumentos pelo quais esse planejamento se concretizará são plano plurianual (PPA), Lei de 
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA).
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PPA – expressa o planejamento das ações governamentais de médio prazo e 
envolve quatro exercícios financeiros, tendo vigência do segundo ano de um 
mandato até o primeiro ano do mandato seguinte.
LDO – define as prioridades, metas e estabelece estimativas de receita e limites 
de despesa a cada ano, orientando a elaboração da Lei Orçamentária Anual.
LOA – explicita as prioridades e as possibilidades de gasto em rubricas 
de receita e despesa para o ano respectivo, identificando os benefícios 
tributários, financeiros e creditícios. É composta pelo orçamento fiscal, que 
compreende os fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta 
e as fundações públicas; pelo orçamento de investimentos das estatais, nas 
empresas em que o poder público detenha maioria do capital social com 
direito a voto; e pelo orçamento da seguridade social, que congrega as 
políticas de saúde, de previdência e de assistência social, abrangendo todas 
as entidades e órgãos a elas vinculados, seja da administração direta ou 
indireta, os fundos e fundações públicas (BRASIL, 2005, p. 119).
Esses instrumentos de planejamento público devem estar consonantes com os planos de assistência 
social, no que diz respeito aos serviços e ações propostas em cada um dos níveis de complexidade e com 
manutenção das atividades‑meio(BRASIL, 2005).
A elaboração da peça orçamentária requer:
I – a definição de diretrizes, objetivos e metas;
II – a previsão da organização das ações;
III – a provisão de recursos;
IV – a definição da forma de acompanhamento das ações; e
V – a revisão crítica das propostas, dos processos e dos resultados 
(BRASIL, 2012, p. 31).
Dessa forma, o orçamento que já compunha os eixos estruturantes da política se reveste de maior 
importância ainda, por sua inserção como instrumento de gestão e normatização do Suas.
O relatório anual de gestão é um instrumento de prestação de contas dos recursos repassados com 
objetivo de
sintetizar e divulgar as informações sobre os resultados obtidos [...] avaliar 
o cumprimento das realizações, dos resultados ou dos produtos, obtidos 
em função das metas prioritárias, estabelecidas no plano de assistência 
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social e consolidado em um plano de ação anual; bem como da aplicação 
dos recursos em cada esfera de governo em cada exercício anual, sendo 
elaboradas pelos gestores e submetidos aos conselhos de assistência social 
(BRASIL, 2005, p. 121).
Os itens que comporão os relatórios de gestão em cada esfera de governo serão definidos por 
regulação específica,
conforme modelo pactuado nas comissões intergestores e deliberado nos 
conselhos de assistência social, o qual será constituído do Demonstrativo 
Sintético Anual da Execução Físico‑Financeira, de informações que 
permitam identificar a capacidade de gestão e o alcance dos resultados, 
ou seja, tragam insumos para a avaliação da gestão, do controle e 
do financiamento da assistência social, especialmente quanto ao 
cumprimento das questões constantes nesta norma. O relatório deve, 
ainda, ser constituído da apresentação de documentos que comprovem 
a gestão do Suas no referido âmbito. [...] uma vez analisado, servirá de 
base para o processo decisório e subsidiário das providências a serem 
desencadeadas pelas três esferas de governo quanto à operacionalização 
da Assistência Social em cada âmbito, em relação às dimensões de gestão, 
controle e financiamento (BRASIL, 2005, p. 132‑133).
A gestão da informação produz condições estruturais para a operacionalização da gestão, tem 
interface direta com a vigilância socioassistencial, mas pode extrapolar as ações propostas por esta 
área, principalmente no que se refere ao monitoramento e avaliação das ações propostas pelo Suas. É 
um conjunto de ações que
opera a gestão dos dados e dos fluxos de informação do Suas com a definição 
de estratégias referentes à produção, armazenamento, organização, 
classificação e disseminação de dado, por meio de componentes de 
tecnologia de informação, obedecendo a padrão nacional e eletrônico 
(BRASIL, 2005, p. 120).
Tem o objetivo de integrar as ferramentas tecnológicas propostas pelo Suas para coletar dados e 
informações sobre as vulnerabilidades e riscos e sobre o funcionamento dos serviços, contribuindo para 
definir o conteúdo da política, o planejamento, o monitoramento e a avaliação da oferta e da demanda 
de serviços socioassistenciais, se estabelecendo em um dos instrumentos básicos da gestão do Suas em 
todas as esferas de governo (BRASIL, 2012).
São diretrizes dos sistemas de informação:
I – compartilhamento da informação na esfera federal, estadual, do 
Distrito Federal e municipal e entre todos os atores do Suas – 
trabalhadores, conselheiros, usuários e entidades;
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II – compreensão de que a informação no Suas não se resume à 
informatização ou instalação de aplicativos e ferramentas, mas 
afirma‑se também como uma cultura a ser disseminada na gestão e 
no controle social;
III – disponibilização da informação de maneira compreensível à 
população;
IV – transparência e acessibilidade;
V – construção de aplicativos e subsistemas flexíveis que respeitem as 
diversidades e particularidades regionais;
VI – interconectividade entre os sistemas (BRASIL, 2012, p. 43‑44).
Uma das formas instituídas de operacionalizar a gestão da informação se dá nos termos da rede Suas, 
“sistema de informação do Suas, suporte para a gestão, o monitoramento e a avaliação de programas, 
serviços, projetos e benefícios de assistência social” (BRASIL, 2005, p. 120).
As informações da rede Suas visam contemplar gestores, profissionais, conselheiros, entidades, 
usuários e sociedade civil, ensejando as seguintes providências:
•	 desenvolvimento e administração do Cadastro Nacional de entidades 
prestadoras de serviços socioassistenciais;
•	 construção e administração de ambiente informacional 
georreferenciado das cidades brasileiras e estabelecimento de 
política de geoprocessamento de informações em escala municipal, 
envolvendo as ações de assistência social e a base de referência 
sociodemográfica para apoiar o princípio da territorialização e a 
construção de indicadores próprios do Suas, em articulação com 
municípios, Distrito Federal e estados;
•	 incremento do sistema Suas‑web, objetivando o atendimento 
dos dispositivos dessa NOB no que se refere à nova sistemática de 
financiamento e cofinanciamento do Suas;
•	 automatização dos processos referentes à gestão de convênios 
de forma a padronizar, informatizar e agilizar as rotinas afetas ao 
financiamento de projetos e programas;
•	 aperfeiçoamento e disseminação dos instrumentos e técnicas de 
avaliação de resultados e do impacto das ações do Suas, sobre as 
condições de vida da população, realizado permanentemente pelos 
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gestores e apreciados pelos respectivos Conselhos de Assistência Social, 
com base em informações sistematizadas e indicadores próprios e 
relativos provenientes de subsistemas e aplicativos da rede Suas;
•	 desenvolvimento de interface web: portal com acesso diferenciado 
para a disponibilização (BRASIL, 2005, p. 120‑121).
Além das informações que compõem o sistema rede Suas, podem servir para a gestão da informação 
os dados constantes no cadastro único para programas sociais do governo federal, os sistemas e base 
de dados relacionados à operacionalização do programa Bolsa Família e do benefício de prestação 
continuada (observadas as normas sobre sigilo de dados dos respectivos cadastros), os sistemas de 
monitoramento, o censo Suas (BRASIL, 2012, p. 44). O conjunto de aplicativos de informação descritos 
no item de vigilância socioassistencial também pode compor o rol de informações que a gestão 
acondicionará como base de dados, além de outras que vierem a ser instituídas por qualquer uma das 
esferas de governo. As responsabilidades sobre a gestão da informação devem ser de responsabilidade 
de todas as esferas de governo, bem como a partilha de informações entre os entes.
O monitoramento “consiste no acompanhamento contínuo e sistemático do desenvolvimento 
dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais em relação ao cumprimento de seus 
objetivos e metas” (BRASIL, 2013, p. 57), sendo, portanto, um dos instrumentos de gestão do Suas. 
Realiza‑se por meio da construção de indicadores, coleta de informações e acompanhamento quanto 
a estrutura, processos de trabalho, produtos ou resultados provenientes das ações, diretrizes e normas 
da política nacional como um todo, a exemplo, normas operacionais, orientações técnicas, planos de 
assistência, deliberações dos conselhos, entre outras.
O acompanhamento pode ser in loco, por meio de visitas e encontros, ou por meio da coleta de 
informações pelo conjunto de aplicativos já existentes, ou outros pensados exclusivamente para esse 
objetivo (BRASIL, 2013).
Insere‑se no âmbito da vigilância socioassistencial,

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