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TRABALHO DE POEIRAS COMBUSTÍVEIS

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS AMÉRICAS - FAM 
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA 
DAILSON JOSÉ DE QUEIROZ LIMA - RA: 028646 
SAMANTHA AMORIM REBOLLEDO - RA: 028638 
POEIRAS COMBUSTÍVEIS E ÁREAS CLASSIFICADAS 
São Paulo 
2020 

Dailson José de Queiroz Lima - RA: 028646 
Samantha Amorim Rebolledo - RA: 028638 
POEIRAS COMBUSTÍVEIS E ÁREAS CLASSIFICADAS
Trabalho apresentado a disciplina de 
Instalações Elétricas do curso de Bacharel 
em Engenharia Química, do Centro 
Universitário das Américas. 
Prof. Cesar Augusto Palacio Dantas. 
São Paulo 
2020 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………….……… 3 
2 OBJETIVO……………………………………………………………………………… 4 
3 POEIRAS COMBUSTÍVEIS……………………….………………..……………………	 5
3.1 Explosões Primárias e Secundárias…………………….………………………… 6 
3.1.1 Explosões Primárias…………………………………………………………………… 6 
3.1.2 Explosões Secundárias………………………………………………………..……… 6 
3.2 Tipos de pó………………………………………………………………………..…… 6 
3.3 Ensaio com poeira em suspensão………………………………………………… 7 
3.4 Explosão em ambiente industrial…………………………..……………………… 9 
3.4.1 Riscos de explosão a partir de poeiras combustíveis…………………………..….. 9 
3.5 Fontes de ignição das nuvens de poeira…………………………..…………….. 10 
3.6 Simulando uma situação com poeiras em suspensão……………..…………. 13 
3.6.1 O efeito das explosões em seres humanos…………………………………..…….. 16 
4 ÁREAS CLASSIFICADAS……………………………………………………………. 17 
4.1 Atmosferas explosivas…………………………………………………..………….. 17 
4.1.1 Triângulo do fogo………………………………………………………………………. 17 
4.2 Fatores para uma explosão………………………………..……………………….. 18 
4.2.1 Dimensões da Partícula……………………………………………………………….. 18 
4.2.2 Concentração…………………………………………………………….…………….. 19 
4.2.3 Umidade…………………………………………………………………..…………….. 19 
4.3 Classificação de área………………………………..………………………………. 20 
4.3.1 Conceitos de zonas para gases e vapores combustíveis…………………………. 21 
4.3.2 Classe de temperatura……………………………………..…………………………. 22 
4.3.3 Conceito de zonas para poeira combustível………………..………………………. 23 
4.4 Análise da classificação de áreas no acidente da P-36………………………. 25 
4.5 Portaria INMETRO………………………………………..……………..……………. 28 
5 CONCLUSÃO………………………………………………………………………….. 30 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA……………………………………………………………. 31 
�2
1 INTRODUÇÃO 
 Em uma indústria, a produção, processamento, manuseio, armazenamento ou 
qualquer outro tipo de atividade envolvendo substâncias explosivas, podem gerar 
situações devastadoras, se feita de forma inadequada e por pessoas não capacitadas. 
 Diversos acidentes ocorreram no passado, por falta do conhecimento necessário 
para uma operação segura, pois basta ter o combustível e o comburente (oxigênio), todos 
nas concentrações ideias para se formar uma atmosfera explosiva e uma fonte de ignição 
para que a explosão seja realidade. Geralmente, essa fonte de ignição provém 
principalmente de equipamentos elétrico que estão localizados em um ambiente de 
atmosfera explosiva. 
 Os líquidos e gases inflamáveis podem causar grandes explosões trazendo um 
enorme prejuízo humano e ao patrimônio, e por isso são considerados mais populares e o 
conhecimento de suas características são mais acessíveis. Entretanto, as explosões 
envolvendo poeiras combustíveis podem ser mais devastadoras, pois quando uma 
explosão (explosão primária) em um espaço confinado contendo uma atmosfera explosiva 
de poeira ocorre, devido a onda de choque se forma uma nuvem suspensa no ar que 
ocasionará outras explosões (explosões secundárias), sendo uma mais intensa que a 
outra, enquanto que as explosões com gases e líquidos inflamáveis, sua atmosfera 
explosiva pode se dissipar e outras explosões não ocorrerão. 
 Com isso, diversas normas foram criadas para proporcionar uma maior segurança 
e para que fosse possível manter sob controle a operação de uma industria mesmo que 
exista um risco eminente, esse controle deve ser feito em uma área classificada, onde os 
equipamentos elétricos utilizados sejam adequados e a prova de explosões. 
�3
2 OBJETIVO 
 Esse trabalho consiste em estudar as poeiras combustíveis, suas características 
explosivas, efeitos devastadores em ambientes industriais e as áreas classificadas de 
acordo com as normas vigentes. 
�4
3 POEIRAS COMBUSTÍVEIS 
 Poeiras explosivas são matérias sólidos muito finos, independente do tamanho de 
suas partículas podem apresentar riscos de incêndio ou explosão se entrarem em contato 
com o ar (CSB, 2008). Vários materiais podem ser tornar combustíveis mesmo não sendo 
necessariamente inflamáveis, basta terem o tamanho e concentração ideal, como por 
exemplo: materiais orgânicos sólidos (madeiras, farinhas, açúcar e entre outros), metais e 
alguns materiais inorgânicos não metálicos (CCOHS, 2015). 
 Nas industrias que utilizam processos de produção de potenciais poeiras 
combustíveis, é de extrema necessidade fazer uma investigação criteriosa para verificar a 
existências de possíveis acúmulos em superfícies horizontais, como interiores de 
equipamentos, tetos, vigas, etc., pois a movimentação e vibrações de maquinários/
equipamentos ou até mesmo da corrente de ar/gás conseguem dispersar tais poeiras que 
alcançando a concentração ideal e entrando em contato com uma fonte de ignição estão 
sujeitas a explosão, causando terríveis acidentes. As plantas que trabalham com poeiras 
combustíveis devem se preocupar em manter uma limpeza rigorosa, afim de garantir uma 
margem de segurança essencial em suas instalações (CASAIS, et al., 2017). 
 Em um incêndio é analisado o “Triângulo do Fogo”, onde mostra-se o três 
elementos Imprescindíveis para uma explosão: Combustível, comburente (oxigênio) e 
ignição (calor). Porém, se tratando poeiras combustíveis é adicionado mais dois 
elementos, o confinamento e a dispersão, originando então o “Pentágono da Poeira 
Combustível”. Mas, para eliminar o risco de explosão, e preciso somente eliminar um dos 
cinco elementos, entretanto, em muitos casos o risco de incêndio se mantem presente 
(CASAIS, et al., 2017). 
Figura 1 - Pentágono da Poeira Combustível. 
Fonte: Casais, et al. (2017). 
�5
 A inflamação de dispersão de poeiras combustíveis em espaços confinados, 
podem produzir uma onda de pressão que colabora para a ascensão de mais poeira no 
ambiente, elevando a extensão de combustível disponível para uma eventual ignição e 
provocando explosões secundárias mais intensas que as explosões primárias. Esse tipo 
de situação também pode acontecer no interior de equipamentos, onde o mesmo pode 
explodir e se romper, ocasionando em uma cadeia de explosões (CASAIS, et al., 2017). 
3.1 Explosões Primárias e Secundárias 
3.1.1 Explosões Primárias 
 As explosões primárias ocorrem quando se tem poeiras depositas ao longo do 
tempo em variadas superfícies de instalações industriais, que sofrem agitação e que 
estão confinadas e na presença de uma fonte de ignição. Essas poeiras podem inflamar, 
acontecendo assim a primeira explosão que irá dispersar mais poeiras trazendo novas 
explosões mais fortes e que passará para outros ambientes da planta industrial (SÁ, S/A). 
3.1.2 Explosões Secundárias 
 Por causa do abalo ocasionado pela explosão primária, todas as poeiras 
depositadas nas superfícies das estruturas de uma planta industrial são colocadas em 
suspensão, formando uma nuvem de pó que vai ao encontro do foco de calor, entrando 
em combustão instantaneamente. Isso faz com o que as partículas da nuvem de poeira 
seja oxidada rapidamente elevando o volume gasoso no ambiente, e consequentemente a 
pressão, resultando em explosões secundárias cada vez mais intensas e devastadoras 
que podem se espalhar pelas instalações da indústria através de elevadores, dutos de 
ventilação, tubulações e etc., causando um prejuízo enorme ao patrimônio e ,ainda pior, 
aos colaboradores (SÁ, S/A). 
3.2 Tipos de pó 
 Nas industrias, o processamento e a manipulação de diversos materiais está 
passível de riscos de incêndio ou explosão, isto coloca em cheque a segurança dostrabalhadores e das próprias plantas industriais. Normalmente, correlacionam esses 
riscos a gases inflamáveis, produtos petroquímicos, solventes e etc. Contudo, as poeiras 
�6
combustíveis também podem mostrar uma alto graus de periculosidade (NEDERMAN, S/
A). 
 A seguir, confira uma gama de substâncias que na forma de poeiras ou fibras, 
possuem características combustíveis: 
Tabela 1 - Substâncias em forma de poeiras ou fibras com características combustíveis. 
Fonte: Nederman (S/A) 
3.3 Ensaio com poeira em suspensão 
	 Este ensaio foi realizado pelo Engenheiro Ary de Sá, especialista em controle de 
poeiras explosivas, nos permitirá conhecer as propriedade combustíveis dos pós e nos 
mostrará a importância de sermos capacitados para o manuseamento correto dos 
mesmo, trazendo segurança para a indústria em um termo geral. 
 As ilustrações foram obtidas em uma avaliação de campo feita pelo Eng. Ary de 
Sá. Nesse caso houve uma explosão em silos de armazenagem de malte. Durante as 
fases da investigação, o ensaio foi essencial para que pudessem comprovar que se 
tratavam de fato de poeiras combustíveis e descartarem a hipótese de ter sido um 
incêndio criminoso. Logo após, os resultados confirmarem que eram poeiras 
combustíveis, fizeram o levantamento das áreas envolvidas, efetuando uma especies de 
logística reversa, para então emitirem o laudo técnico. 
�7
 O ensaio foi feito a partir de uma amostra do produto, onde pesou-se a amostras 
conforme as informações abaixo, e posteriormente a passou em uma peneira de malha 70 
µ e os seguintes resultados foram obtidos (SÁ, S/A): 
• Amostra inicial 500 gr. 
• Poeira peneirada 70 gr. 
• Porcentagem em peso 14% 
 Nessa investigação a indústria processava 50 T/dia, e a geração é de 7 T/dia, se 
essa poeira não for capturada e separada por um sistema de controle adequado, ficarão 
no ambiente esperando o momento ideal para entrar em combustão (SÁ, S/A). 
Figura 2 - Poeira de malte obtidas através de peneiramento de grãos. 
Fonte: Sá (S/A). 
Figura 3 - Ensaio de combustividade do pó e grão de malte.
Fonte: Sá (S/A). 
�8
 Concluiu-se que a poeira de malte analisada é combustível e a fumaça branca 
desprendida também é explosiva. Confirmando assim, que foi uma violenta explosão que 
destruiu os silos de alvenaria e boa parte do complexo industrial. De acordo com os dados 
tabelados pela NFPA, tiveram a confirmação da evidencia levantada (SÁ, S/A). 
Tabela 2 - elementos já qualificados em testes da NFPA. 
Fonte: Sá (S/A). 
3.4 Explosão em ambiente industrial 
 As explosões ocasionadas por poeiras combustíveis ainda são pouco conhecidas 
pelo mundo, mas já vitimaram diversas pessoas e geraram um enorme dado ao 
patrimônio. Normalmente esse tipo de explosão ocorrem em plantas industriais de 
produção e armazenamento de cereais, rações e grãos (OLIVEIRA, 2010). 
 80% de todas as poeiras industriais são classificadas como combustíveis, e como 
a maioria das pessoas não conhecem as características explosivas das poeiras, faz com 
o que sejam ainda mais perigoso do que outras substâncias explosivas, tais como 
gasolina, pólvora, solventes, etc. (OLIVEIRA, 2010). 
 Os materiais orgânicos em sua maioria em forma de pó fino ou poeiras, como 
amido, açucar, farinha, produtos farmacêuticos, apresentam um risco de explosão. Assim 
como também os metais em pó, como o alumínio ou o magnésio (OLIVEIRA, 2010). 
3.4.1 Riscos de explosão a partir de poeiras combustíveis 
 Igualmente ao que ocorre com os líquidos e gases inflamáveis, as poeiras 
combustíveis em contato com o oxigênio do ar e uma fonte de calor (ignição), podem 
provocar explosões. Porém, as explosões de poeiras tem características diferentes das 
explosões de gases e líquidos, podendo, em alguns casos, ter efeitos muito mais 
catastróficos (OLIVEIRA, 2010). 
�9
 Os pós produzidos por um determinado fornecedor não terá os mesmos aspectos 
de especificações de outros fornecedores, pois diversas características, como o teor de 
umidade e a dimensão das partículas interferem nesse valor. O que divergem dos gases, 
que são imediatamente identificados por sua fórmula molecular (JÚNIOR, 2008). 
 Quando o gás se mistura com o ar (oxigênio) e uma fonte de calor (ignição), o 
resultado da explosão faz com o que a nuvem de gás se espalhe rapidamente, e isso 
diminui a concentração do combustível a um nível abaixo do que o necessário para a 
combustão. Portanto, a atmosfera explosiva é dissipada caso nenhum outro gás seja 
introduzido ao ambiente (SCHALTGERATE, 1998). 
 Mas, o caso das poeiras combustíveis é bem diferente, se o pó se mistura com o ar 
e uma fonte de calor, ocorrerá um explosão primária formando uma nuvem de poeira 
suspensa na atmosfera devido ao acumulo do material ao longo do tempo, ocasionando 
em explosões secundárias mais intensas (SCHALTGERATE, 1998). 
 Em uma planta industrial, para que o risco de explosão seja efetivo, basta que as 
partículas dos pós inflamáveis sejam menores que 1mm, o que é normal em uma indústria 
de processamento (OLIVEIRA, 2010). 
 A intensidade da explosão é diretamente proporcional ao tamanho das partículas 
do pó, ou seja, quanto mais fino o pó, maior será a explosão e menor será mínima da 
ignição (JORDÃO, 2002). 
3.5 Fontes de ignição das nuvens de poeira 
 Existe uma concentração mínima para cada tipo de poeira combustível necessária 
para que ocorra a explosão. Essa concentração mínima depende de alguns fatores 
indispensáveis como, granulometria, energia mínima de ignição, nível de oxigênio 
presente no ar e o confinamento (OLIVEIRA, 2010). 
 As poeiras combustíveis possuem um parâmetro de concentração com o ar, que 
determinará os limites superior e inferior de inflamabilidade, assim como também 
possuem os gases e vapores inflamáveis (OLIVEIRA, 2010). 
�10
 Uma informação relevante a ser considerada é que as poeiras podem tanto serem 
inflamadas estando em suspensão, onde forma uma mistura poeira e ar, como também 
através do acúmulo de pó no ambiente industrial, depositado em superfícies horizontais 
ao longo do tempo (OLIVEIRA, 2010). 
 As poeiras acumulada em superfícies, se essa superfície estiver aquecida a 
camada de pó ficará desidratada, iniciando um processo de combustão passiva, ao qual 
chamamos de combustão sem chama. Porém, caso a poeira tenha características de 
isolante térmica, o risco aumentará, pois ela absorverá o calor diminuindo a temperatura 
de combustão sem chama. Logo, uma pequena movimentação do ar no ambiente onde 
está ocorrendo o fenômeno irá gerar um chama seguida de explosão e a pressão da onda 
de choque levantará a poeira depositada nas superfícies formando nuvens que explodirão 
em cadeia (JORDÃO, 2002). 
 A seguir alguns exemplos de materiais granulados ou pulverizados que podem ter 
risco incêndio ou explosão: 
Tabela 3 - Dados de expansividade de produtos granulados ou pulverizados. 
Fonte: Jordão (2002). 
Onde: 
T.I = Temperatura de Ignição;

E.M.I = Energia Mínima de Ignição;

L.I.I = Limite Inferior de Inflamabilidade; 
�11
P.M.E = Pressão Máxima de Explosão; 
C.T = Classe de Temperatura. 
 Uma aspecto relevante a ser mencionado é o índice de explosividade, que é 
definido pela temperatura de ignição, a energia mínima de ignição, a pressão máxima de 
explosão e a variação máxima de elevação de pressão. Então, para índices menores ou 
iguais a 01, as explosões correspondentes são fracas e para índices maiores ou iguais a 
10, as explosões são fortes (JORDÃO, 2002). 
 As chamas abertas, arcos elétricos e faíscas de fricção são consideradas fontes de 
ignição gerais, podendo ser controladas, determinando um área de risco, e a utilização 
desses meios está submetidos a procedimentos de segurança específico. Entretanto, 
algumas dessas fontes de ignição vem do próprio processo de produção, como a 
eletrostática durante a transferência de pós ou o atrito durante a moagem. Na maioria dos 
casos,a temperatura necessária para uma ignição está entre 300ºC e 600ºC e as 
potências de ignição entre 10 mJ e 40 mJ (OLIVEIRA, 2010). 
 Se confrontarmos os dados de energia mímica de ignição, os vapores precisam de 
0,2 a 10 mJ, observa-se que as poeiras combustíveis precisam de 20 a 50 vezes mais 
energia mímica de ignição (SÁ, S/A). 
 Para a prevenção de acidentes envolvendo poeiras combustíveis, é preciso 
eliminar todas as fontes de ignição, já que a temperatura e a energia mínima de ignição 
necessária para uma explosão são muito mais baixas do que as fontes de ignição comuns 
(SÁ, S/A). 
 A próxima tabela observa-se exemplos de índices de explosividade, temperatura de 
ignição e energia mínima de ignição: 
�12
Tabela 4 - Índice de explosividade, temperatura de ignição e energia mínima de ignição. 
Fonte: Jordão (2002). 
Onde: 
(1) Ignição por chama. Os demais por queima sem chama. 
3.6 Simulando uma situação com poeiras em suspensão 
 Essa simulação tem como objetivo espalhar o conhecimento do quão perigoso 
podem ser desastres envolvendo poeiras combustíveis, levando prejuízos enormes ao 
patrimônio e a morte de seres humanos. A situação em teste representa um túnel de 
moega de grãos com dimensões comuns. Esse exemplo mostrará também os resultados 
das explosões causadas pela expansão das ondas geradas e confinadas pelo túnel (SÁ, 
S/A). 
 As dimensões adotadas para o túnel de movimentação são 2 m de altura por 1,5 m 
de largura por 30 m de comprimento, localizado sob as moegas, a uma profundidade que 
varia de 6 a 20 m (SÁ, S/A). 
�13
 Na simulação, terão quatro tipos de poeiras comuns neste tipo de planta 
agroindustrial: arroz, milho, soja e trigo. Os dados informados na tabela 4, foram retirados 
de tabelas da NFPA no item 6.5.4, tabela de poeiras explosivas (SÁ, S/A). 
Dados: 
Túnel de descarga da moega com: 2 x 1,5 x 30 m. 
Volume interno do túnel = 90 m³. 
Área interna das paredes do túnel = 210 m² . 
Peso de Mat. = Material necessário para uma explosão =Conc. x v. 
 Esse volume é referente em toda extensão do túnel. Mesmo parecendo valores 
altos, são considerados valores baixos, se comparados a outras situações existentes (SÁ, 
S/A). 
Arroz = 50,3 x 90 = 4527grs. ou 5,57 kg. de pó por explosão. 
Milho = 25 x 90 = 2250 grs. ou 2,25 kg. de pó por explosão. 
Soja = 35,5 x 90 = 3195grs. ou 3,195 kg. de pó por explosão. 
Trigo = 65 x 90 = 5850grs. ou 5,87 kg. de pó por explosão. 
P.Int. = Pressão interna exercida no sistema pela explosão = Pmp. x 10 = Kg/m² 
P.par. = Pressão exercida nas paredes durante a explosão = Pmp. x S/1000 = Toneladas 
Força sobre a superfície do túnel 
P.h. = Pressão da explosão sobre o homem com S=1m² = Pmp./1000 = Toneladas Força 
exercida sobre um operário envolvido no evento. 
Tabela 5 - Referência do fenômeno causado pelos poeiras dos quatro grãos simulados 
Fonte: Sá (S/A). 
�14
Tabela 6 - Efeito das explosões do exemplo. 
Fonte: Sá (S/A). 
Tabela 7 - Definição para análise comparativa. 
Fonte: Sá (S/A). 
 Comparando os valore obtidos da tabela 5 com os valores da tabela 6, observa-se 
que: 
“ie” (índice de explosividade) sequência em ordem crescente: arroz, soja, trigo e milho. 
“si” (sensibilidade de ignição) sequência em ordem crescente: arroz, soja, trigo e milho. 
“ge” (grau de explosividade) sequência em ordem crescente: arroz, soja, trigo e milho. 
 Portanto, é notório que o pó de milho produzirá efeitos explosivos mais 
devastadores no túnel exemplificado, seguido pelo trigo, soja e arroz, respectivamente. 
Mas, vale ressaltar que os quatro tipos de pós irão causar explosões significativas (SÁ, S/
A). 
 Esse exemplo estudado, foram utilizados quantidades mínimas para que ocorra 
uma explosão, entretanto, em casos reias a quantidade de material depositado, 
acumulado e confinado é muitas vezes superior (SÁ, S/A). 
�15
Obs: 
• A tabela I apresenta a compilação dos dados conforme as tabelas de propriedades dos 
cereais; 
• A tabela II retrata nosso exemplo para as situações adotadas; 
• A tabela III compara os dados e indica, para cada produto, seu grau de segurança, a 
ser observado na proteção. 
3.6.1 O efeito das explosões em seres humanos 
 Para explicar os efeitos das explosões em seres humanos, será usado o exemplo 
do túnel acima. Se indivíduos estiverem presentes em locais onde ocorressem explosões 
dessa magnitude, obviamente haveriam óbitos , devido as variadas situações ocorridas 
(SÁ, S/A). 
 A seguir, observa-se as consequências que os seres humanos presentes no túnel 
sofreriam quando acontecesse a explosão (SÁ, S/A): 
Pressão ( Bar ) Para Pessoas 
0,35 3500 mmCa Limite ruptura tímpano 
0,70/0,85 7000 a 8500 mmCa Limite danos nos pulmões 
1,05/1,4 10500 a 14000 mmCa Ruptura tímpano 50% casos 
2,11/2,95 21100 a 29500 mmCa Limite mortal 
2,95/4,00 29500 a 40000 mmCa Morte 50% dos casos 
4,0/5,0 40000 a 50000 mmCa Morte 100% dos casos 
 Na simulação, com pressões de até 3,3 kg/cm² ou 30000 mmCa. Como 
consequência, 50% dos trabalhadores presentes na planta de arroz entrariam em óbito. 
Nas plantas de milho, soja e trigo, 100% dos trabalhadores morreriam (SÁ, S/A). 
�16
4 ÁREAS CLASSIFICADAS 
 Área classificada é um ambiente onde uma possível atmosfera explosiva se faz 
presente ou tem uma grande chance de ocorrência, ao qual é necessário tomar as 
devidas precauções de segurança para a construção de instalações adequadas e o uso 
de equipamentos elétrico (SÁ, S/A). 
 Quando os riscos presentes são devidamente calculados é possível elimina-los, 
tomando medidas a partir do estudo das áreas classificadas, consequentemente sistemas 
adequados de controle ambiental e prevenção de acidentes serão instalados e darão um 
suporte necessário (SÁ, S/A). 
4.1 Atmosferas explosivas 
 A atmosfera explosiva é um termo para determinar uma área que tem riscos de 
explosões, por causa de gases, vapores inflamáveis e poeiras combustíveis, como por 
exemplo: carvão, soja, transporte de grãos, usinas de açúcar, etc. (AGUIAR, 2017). 
 Uma atmosfera é classificada como explosiva, quando há uma mistura de 
substancias inflamáveis com o ar (oxigênio), onde essa mistura poderá se inflamar 
através de uma fonte de ignição ou superfícies quentes, ao qual há uma sustentação e 
propagação das chamas (ABNT NBR IEC 60079-14, 2016). 
4.1.1 Triângulo do fogo 
 O triângulo do fogo ilustra o três elementos necessários para criar uma combustão, 
sendo eles: combustível, comburente (oxigênio) e uma fonte de ignição (calor). Esse 
elementos quando combinados podem gerar a reação em cadeia do fogo. Mas, é só 
retirar um desses elementos para que se elimine o risco de incêndio e explosão do 
ambiente (VIEIRA, et al., 2005). 
�17
Figura 4 - Triângulo do fogo. 
Fonte: Aguiar (2017). 
4.2 Fatores para uma explosão 
 Existem alguns fatores para que haja uma explosão envolvendo uma nuvem de 
poeira, como a dimensão das partículas e sua concentração, as impurezas, a 
concentração de oxigênio e a potência da fonte de ignição (SÁ, S/A). 
 As explosões envolvendo poeiras combustíveis geralmente ocorrem em cadeia. 
Onde, muitas vezes a explosão primária tem menos intensidade, mas é suficientemente 
forte para formar nuvens de pó, o que ocasionará em explosões secundárias cada vez 
mais fortes. E essas explosões podem se propagar entre instalações da planta industrial 
(SÁ, S/A). 
	 A intensidade de ignição está em função da temperatura de ignição e da energia 
mínima necessária, enquanto a gravidade da explosão vem determinada pela pressão 
máxima de explosão e pela máxima velocidade de crescimento da pressão (SÁ, S/A). 
4.2.1 Dimensões da Partícula 
 A ignição de uma nuvem de poeira se torna cada vez mais fácil, se a dimensão da 
partícula de pó for cada vez menor, devido a baixa densidade, fazendo com o que a 
reação de oxidação seja muito rápida entrando em combustão e librando os materiais 
voláteis, que serão ogatilho para as próximas explosões. A velocidade de crescimento da 
pressão também é influenciada pela dimensão das partículas, ou seja, quanto mais fino o 
pó, maior será o aumento da velocidade de pressão (SÁ, S/A). 
�18
 O tamanho das cargas elétricas que podem se acumular na partícula da nuvem 
também está interligado com a dimensão das partículas de pó. Pois, como a capacidade 
elétrica dos sólidos se dá em função de sua superfície, o se reduzir a dimensão média da 
partícula, aumenta a possibilidade que se produzam descargas eletrostáticas com 
intensidade mínima para a ignição de uma nuvem de poeira. Mas, essas descargas 
eletrostáticas só serão produzidas se o volume de pó for suficientemente alto para a 
ocorrência (SÁ, S/A). 
4.2.2 Concentração 
 Há um limite específico de concentração de pó que pode ocorrer a combustão ou a 
explosão, o limite inferior terá escassez do oxidante e o superior terá o excesso do 
mesmo, que não causará a explosão por causa da falta de espaços entre as partículas, 
mesmo assim o incêndio pode ocorrer e evoluirá para uma explosão se não for 
controlado, pois poderá formar uma nuvem de pó (SÁ, S/A). 
 Para determinar o valores da concentração do pó que é expressa em peso por 
unidade de volume de ar, é necessário conhecer a dimensão das partículas. Outros 
fatores também podem interferirem nos limites inferiores de explosividade da nuvem (LIE), 
como a pureza da amostra, a concentração de O2, a potência da fonte de ignição, a 
turbulência da nuvem e a uniformidade da dispersão (SÁ, S/A). 
 É importante mencionar que explosões mais violentas são produzidas a parir de 
concentrações um pouco superior ao necessário para que todo oxigênio na atmosfera 
seja consumido. Enquanto as concentrações menores produzem menos calor e geram 
pressões menores. As concentrações muito acima do limite superior, terá uma absorção 
do calor pela poeira não queimada devido ao excesso no ambiente e seu grau de 
umidade, fazendo com o que as pressões de explosões sejam menores (SÁ, S/A). 
4.2.3 Umidade 
 Quando as partículas de pó tem umidade é preciso aumentar a temperatura de 
ignição, para que o calor absorvido vaporize a água presente nas partículas. Porém, em 
termos práticos, não se pode considerar a umidade como um meio efetivo de prevenção 
contra explosões, já que uma grande parte das fontes de ignição oferece a energia 
�19
necessária para aquecer e evaporar a umidade que pode estar contida no pó. Contudo, 
para tornar a umidade um meio de prevenção temporária, ela deve ser bastante alta, ou 
seja, as partículas devem estar encharcadas, para que a energia para a ignição não seja 
suficiente para a vaporização, volatilização e inflamação das partículas (SÁ, S/A). 
4.3 Classificação de área 
 De acordo com Sá (S/A, p. 100): 
No que tange à classificação, estas áreas merecem estudo multidisciplinar quanto à 
definição de equipamentos de segurança constantes da NR10. Como estes equipamentos 
são de difícil aquisição e, muitas vezes, nem podem ser adquiridos no Brasil, faz-se 
necessário uma avaliação isenta da sua real necessidade, isto é, averiguar se são 
realmente necessários para os locais onde se encontram, e caso confirmado, adequar o 
local reduzindo ou eliminando os itens responsáveis pelo risco ali presente (SÁ, S/A, p.
100). 
 O dimensionamento das áreas classificadas, devem ter os mesmos cuidados 
comparados aos equipamentos elétricos em espaços confinados. Caso os ambientes 
confinados sejam considerados como áreas classificadas, o excesso é bem vindo na 
definição de equipamentos de alta complexibilidade e de difícil aquisição no país (SÁ, S/
A). 
 Ainda segundo Sá (S/A, p. 100): 
Se o complexo possuir todo o controle inerente à formação dos itens que possam 
comprometer a segurança do local (isto é, se não houver a formação de atmosferas com 
deficiência ou enriquecimento de oxigênio e não houver particulados em suspensão, 
faltará, no triângulo do fogo, o elemento combustível, sem o qual não haverá o risco. Da 
mesma forma, equipamentos bem mantidos não apresentarão os locais de aquecimento e 
os riscos elétricos, eliminando também o segundo agente do triângulo de fogo (foco 
calorífico) e dispensando os equipamentos citados. Porém, esta situação é válida para as 
poeiras explosivas (SÁ, S/A, p.100). 
 
 Conforme a norma ABNT NBR IEC 60079-14 as áreas classificadas são divididas 
em zonas 0, 1 e 2 para gases, vapores e névoas, respectivamente. Segundo a norma 
ABNT NBR IEC 60079-10 em zonas 20, 21 e 22 para poeiras combustíveis. E por fim, de 
acordo com a ABNT NBR IEC 61241-10, de forma a facilitar a seleção de equipamentos 
elétricos apropriados e o projeto de instalações elétricas adequadas. 
�20
4.3.1 Conceitos de zonas para gases e vapores combustíveis 
 Para conceituar as zonas é imprescindível conhecer as características de 
inflamabilidade de algumas substâncias como, limite de inflamabilidade, temperatura de 
ignição e ponto de fulgor. Tudo isso pode ser visto na tabela a seguir (AGUIAR, 2017): 
Tabela 8 - Dados de inflamabilidade de algumas substâncias. 
Fonte: ABNT NBR IEC 60079-20-1 (2011). 
�21
 As áreas que tem fontes de gases ou vapores combustíveis, são classificadas em 
zonas 0, 1 e 2 em razão da freqüência e da duração da presença de atmosfera explosiva 
no ambiente (ABNT NBR IEC 60079-20-1, 2014): 
• Zona 0: área onde existe, permanentemente ou durante longos períodos de tempo ou 
com frequência, uma atmosfera explosiva constituída por uma mistura de gás, vapor ou 
névoa inflamável, com o ar; 

• Zona 1: área onde é provável, em condições normais de funcionamento, a formação 
ocasional de uma atmosfera explosiva constituída por uma mistura de gás, vapor ou 
névoa inflamável, com o ar; 

• Zona 2: área onde não é provável, em condições normais de funcionamento, a 
formação de uma atmosfera explosiva constituída por uma mistura de gás, vapor ou 
névoa inflamável, com o ar, ou área onde a atmosfera explosiva, caso se verifique, seja 
de curta duração. 
4.3.2 Classe de temperatura 
 É importante também definir a classe de temperatura, pois os equipamentos 
elétricos expostos numa área classificada podem se tornar fontes de ignição, por uma 
faisca gerada, atrito e também por superaquecimento. Então, a classe de temperatura do 
equipamento deve ser informada pelo fabricante para assegurar que mesmo que se 
houver falhas, o equipamento não alcançará um valor de temperatura acima da marcação 
em sua superfície (ABNT NBR IEC 60079-14, 2016). 

Tabela 9 - Relação entre temperatura de ignição do gás ou vapor e classe de temperatura do equipamento. 
Fonte: ABNT NBR IEC 60079-14 (2016). 
�22
4.3.3 Conceito de zonas para poeira combustível 
 Como o processamento, armazenagem, movimentação e o manuseio de poeiras 
nas mais diversas indústrias pode promover um risco potencial de explosão, essas áreas 
devem ser classificas com o máximo de atenção para que as instalações elétricas sejam 
adequadas (AGUIAR, 2017). 
 A seguir, alguns tipos de produtos mais comuns que podem gerar poeira 
combustível: 
 Tabela 10 - Parâmetros de explosividade de alguns produtos que podem forma poeiras 
combustíveis. 
Fonte: ABPEx (2016). 
 As áreas que tem fontes poeiras combustíveis, são classificadas em zonas 20, 21 e 
22 em razão da freqüência e da duração da presença de atmosfera explosiva no ambiente 
(ABNT NBR IEC 60079-10-2, 2016): 
�23
• Zona 20: área onde existe permanentemente ou durante longos períodos de tempo ou 
com frequência uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira 
combustível; 
• Zona 21: área onde é provável, em condições normais de funcionamento, a formação 
ocasional de uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira 
combustível; 

• Zona 22: área onde não é provável, em condições normais de funcionamento, a 
formação de uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira 
combustível, ou onde essa formação,caso se verifique, seja de curta duração. 

 A Tabela a seguir, mostra a relação da divisão das áreas classificadas em zonas, 
com atmosferas explosivas para gases e vapores combustíveis e poeiras combustíveis: 
Tabela 11 - Classificação de áreas: definição de Zonas.

Fonte: ABNT NBR IEC 60079-10-1 (2014) e ABNT NBR IEC 60079-10-2 (2016). 
 Enquanto que a figura a seguir mostra um exemplo de um caminhão tanque 
abastecendo um posto de gasolina, onde estão definidas as extensões das Zonas. 
�24
Figura 5 - Tipos de Zonas.

Fonte: Silva (2009). 
4.4 Análise da classificação de áreas no acidente da P-36 
 A plataforma P-36 encontrava-se ancorada no Campo de Roncador, na Bacia de 
Campos, em 15 de março de 2001, com uma produção diária de aproximadamente 84 mil 
barris de petróleo de 1.300.000 m3 de gás. No período citado a P-36 tinha a maior 
produção de petróleo do Brasil. O acidente se iniciou com uma sequencia de explosões, e 
estavam embarcados 175 colaboradores no momento, tendo uma perda de 11 vidas e em 
seguida o naufrágio da plataforma. Devido ao acidente, a Agência Nacional do Petróleo 
(ANP) e a Diretoria de Portos e Costas (DPC) criaram uma comissão para investigar o 
caso (JUNIOR, et al, 2001). 
�25
Figura 6 - Plataforma P-36 adernada após o acidente. 
Fonte: Acervo O Globo (2013). 
 Conforme o relatório investigativo, a explosão primária, foi associada ao processo 
de esgotamento do tanque de drenagem de emergência da coluna de popa (secção 
traseira da plataforma) bombordo. Os tanques de popa bombordo e boreste atuavam em 
pressão atmosférica, eram conectados pela mesma linha de admissão e estavam 
localizados no quarto nível de suas respectivas colunas de sustentação da plataforma. 
Cada coluna tinha cinco níveis, sendo o primeiro nível situado no limite superior e o quinto 
no limite inferior. Para fins de manutenção a bomba de esgotamento do tanque de boreste 
havia sido retirada, a válvula de admissão do tanque tinha sido fechada e a linha de 
suspiro do tanque estava bloqueada. O manifold de produção foi alinhado para permitir o 
esgotamento do tanque de popa bombordo e logo após se deu o comando de partida da 
bomba, porém houveram problemas que impediram a partida. Nesse espaço de tempo 
aconteceu o fluxo reverso nas linhas, mesmo depois da válvula de admissão ter sido 
bloqueada, ela permitiu a entrada de fluido de hidrocarbonetos no tanque de boreste 
durante toda a operação de esgotamento do tanque de bombordo, e com isso teve um 
aumento na pressão interna do tanque de boreste. Quando a pressão alcançou 
aproximadamente 10 bar, o tanque de boreste se rompeu, liberando água misturada com 
�26
hidrocarbonetos no convés, ocasionando em seguida na primeira explosão. Na Figura a 
seguir observa-se como o tanque de boreste recebeu o fluido contendo óleo e gás: 
Figura 7 - Fluxograma de processo dos tanques de drenagem de emergência no momento da primeira 
explosão. 
Fonte: Junior, et al. (2001). 
 A equipe de emergência foi acionada logo após a primeira explosão. Seguindo para 
a vistoria do local do acidente, a equipe efetuou a abertura de uma escotilha que dava 
acesso do terceiro para o quarto nível, onde foi possível verificar a liberação de gás no 
ambiente. O gás escapou para os níveis superiores, resultando fatalmente na segunda 
explosão, vitimando 11 colaboradores da equipe de emergência. A estrutura da plataforma 
foi bastante afetada pelas explosões, causando o adernamento da plataforma. Após 
diversas tentativas de estabilização, a P-36 naufragou totalmente no dia 20 de março 
(JUNIOR, et al., 2001). 
�27
 Foram encontradas não conformidades relacionadas à classificação de área de 
risco em torno dos tanques, conforme informado no relatório da comissão de investigação 
ANP / DCP. Pois, o terceiro e o quarto níveis da coluna não haviam sido classificados 
como zonas de risco, o que impediu a detecção imediata do gás liberado no ambiente 
pelo tanque de boreste. A não classificação área de risco, interferiu no planejamento e 
instalações de equipamentos específicos à prova de explosões e um meio de dispersão 
(como um exaustor) da atmosfera explosiva formada no local (JUNIOR, et al., 2001). 
4.5 Portaria INMETRO 
	 A Portaria INMETRO nº 179 de 18 de maio de 2010 e Portaria INMETRO nº 89 de 
23 de fevereiro de 2012 tem como objetivo definir os critérios para o programa de 
avaliação da conformidade sobre equipamentos elétricos e eletrônicos para atmosferas 
explosivas, nas condições de gases e vapores inflamáveis e poeiras combustíveis, com 
foco na segurança, através do mecanismo de certificação, atendendo aos requisitos das 
normas técnicas estabelecidas, proporcionando maior segurança para o usuário e para as 
instalações. 
 Todo equipamento elétrico em áreas classificadas devem levar o logo do 
INMETRO, pois isso comprovará que o equipamento foi submetido a ensaios e testes 
para receber a certificação de conformidade conforme legislação. A certificação de 
conformidade Ex é emitida pelo OCP (organismo de Certificação de Produtos), que é 
credenciada pelo INMETRO. A OCP segue os critérios de ensaios estabelecidos pela 
Portaria INMETRO nº 179 de 18 de maio de 2010 também pela mais atual Portaria 
INMETRO nº 89 de 23 de fevereiro de 2012 para conceder a certificação de conformidade 
(JORDÃO, 2012). 
 A figura a seguir, mostra um resumo dos componentes que devem conter na 
marcação: 
�28
Figura 8 - Marcação Ex conforme ABNT NBR IEC 60079-0 
Fonte: Silva (2009). 
�29
5 CONCLUSÃO 
 Um dos grandes problemas para indústrias de processamento de pós é a falta de 
informação referente ao material trabalhado e consequentemente sobre a adequação do 
ambiente e maquinário utilizado, pois mesmo parecendo inofensivo, os pós podem gerar 
uma atmosfera explosiva e as máquinas elétrica podem se torna uma ótima fonte de 
ignição, combinação perfeita para ocasionar uma explosão catastrófica. 
 
 Assim como os líquidos e gases inflamáveis, a poeira combustível também pode 
gerar grandes incêndios e explosões (podendo até ser mais devastadoras). Porém, 
acidentes envolvendo poeira combustível poderiam e ainda podem ser evitados se as 
industrias buscarem mais informações como característica de inflamabilidade do produto 
e áreas classificadas, e com isso, capacitar melhor os colaboradores para ter uma 
operação mais segura e investir em equipamentos adequados ao tipo de área 
classificada. 
 A análise da classificação de áreas no acidente da P-36, é um grande exemplo da 
importância de fazer a classificação de área em ambientes com probabilidade de 
formação de atmosfera explosiva, garantindo a segurança dos colaboradores e do 
patrimônio. É bastante comum as indústrias buscarem economizar em seus processos, 
mas isso não é aplicável no que diz respeito a segurança, como no exemplo da 
plataforma P-36 que teve um prejuízo de bilhões de reais, deixando 11 colaboradores 
mortos sendo isto o mais grave, por não ter realizado a classificação de área nos 
ambientes que iniciaram as explosões (não se pode afirmar que nesse caso foi a 
economia ou a falta de informação), isso poderia ter sido evitado se a classificação de 
área tivesse sido realizada. 
 Por tanto, a classificação de área é imprescindível para que o dimensionamento de 
uma planta industrial seja feita adequadamente, selecionando os equipamentos elétricos 
corretos para cada tipo de ambiente, afim de mitigar a probabilidade de surgirem fontes 
de ignição e ter um processo com um alto grau de segurança, evitando assim a formação 
de atmosfera explosiva. 
�30
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