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livro de implante

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Planejamento Estético 
Cirúrgico e Protético 
em Implantodontia 
 
JOSÉ SCARSO FILHO 
MAURÍCIO ANDRADE BARRETO 
URBINO DA ROCHA TUNES 
 
Planejamento Estético 
Cirúrgico e Protético 
em Implantodontia 
JOSÉ SCARSO FILHO, CD 
Professor da Disciplina de Cirurgia eTraumatologia Bucomaxilofacial 
da Faculdade de Odontologia de Araraquara — UNESP. 
Professor do Curso de Especialização em Implantodontia - ABO-BA. 
MAURÍCIO ANDRADE BARRETO, CD 
Professor do Curso de Odontologia da Fundação para o Desenvolvimento das Ciências - BA. 
Professor do Curso de Especialização em Implantodontia da ABO-BA. 
Graduado em Medicina pela Faculdade Fundação para o Desenvolvimento das Ciências - BA. 
URBINO DA ROCHA TUNES, CD 
Professor Titular e Diretor do Curso de Odontologia da Fundação 
para o Desenvolvimento das Ciências - BA. 
Professor do Curso de Especialização em Implantodontia da ABO-BA. 
2001 
DIVISÃO ODONTOLÓGICA 
 
Prefácio 
O objetivo desta obra é discutir importantes aspectos relacionados ao planejamento cirúrgico-
protético em implantodontia, com vistas à obtenção da estética e harmonia numa composição 
dentofacial. A excelência do trabalho está em expor idéias inéditas de forma clara e precisa, de 
modo a facilitar o aprendizado. 
Em fundamentos e bases são analisados inicialmente os elementos anatômicos da estética oral e 
as características do Sistema Bránemark e ITI. Subseqüentemente, foi feito uma correlação entre a 
anatomia e as características do implante, o que gerou diretrizes primordiais na determinação da 
melhor posição espacial do implante no processo alveolar. Por fim, discutiu-se uma filosofia de 
planejamento e tratamento que possibilita a obtenção de estética,função e fonética com a prótese 
tecido-integrada. 
A fase clínica procurou descrever a terapia com implantes do início ao fim.Após analisar a abor-
dagem inicial do paciente,este capítulo descreveu os passos para confecção de guias e determina-
ção do tipo, quantidade e disposição dos implantes. Posteriomente, são descritas as manobras ci-
rúrgicas disponíveis para aplicação nas diversas fases do tratamento com implantes e a resolução 
protética de diversas situações clínicas. 
 
Da esquerda para a direita: Dr. Maurício A. Barreto, 
Dr. Urbino da Rocha Tunes, Dr.José Scarso Filho. 
XIII 
índice 
PARTE 1- FUNDAMENTOS E BASE 
Capítulo 1 
 
Elementos anatômicos da estética ..................................................................................................... 3 
Elementos faciais ................................................................................................................................ 3 
Componentes do sorriso ..................................................................................................................... 4 
Elementos dentários ........................................................................................................................... 7 
Os incisivos centrais superiores (ICS) ................................................................................................ 7 
Morfologia alveolar - (ICS) ................................................................................................................ 10 
Morfologia dentoalveolar - (ICS) ....................................................................................................... 11 
Os incisivos laterais superiores (ILS) ............................................................................................... 1 2 
Morfologia alveolar ........................................................................................................................... 15 
Morfologia dentoalveolar - (ILS) ........................................................................................................ 16 
Os caninos superiores (CS) .............................................................................................................. 18 
Morfologia alveolar - (CS) ................................................................................................................. 20 
Morfologia dentoalveolar - (CS) ........................................................................................................ 22 
Linha mediana dos dentes ................................................................................................................ 23 
Proporção áurea ............................................................................................................................... 23 
Alinhamento axial ............................................................................................................................. 26 
Arranjo dental ................................................................................................................................... 26 
Gradação .......................................................................................................................................... 26 
Elementos gengivais ......................................................................................................................... 29 
 
Capítulo 2 
 
Características dos sistemas de implantes ....................................................................................... 33 
O sistema Brãnemark ....................................................................................................................... 33 
Os componentes cirúrgicos .............................................................................................................. 33 
Os implantes ..................................................................................................................................... 33 
Os cicatrizadores .............................................................................................................................. 35 
Os componentes protéticos .............................................................................................................. 35 
Edentulismo unitário ......................................................................................................................... 38 
Edentulismo parcial ou total .............................................................................................................. 40 
Intermediários adaptáveis ................................................................................................................. 42 
Sistema ITI ........................................................................................................................................ 43 
Os componentes cirúrgicos .............................................................................................................. 45 
Os implantes ..................................................................................................................................... 45 
 xiv 
Os parafusos de cobertura ou coverscrews ..............................................................................................50 
Os componentes protéticos ..............................................................................................................51 
 
Capítulo 3 
 
Correlação dentária ..........................................................................................................................57 
Posição ótima do implante ...............................................................................................................57 
Sentido vestíbulo-linguo/palatal (ântero-posterior) ..........................................................................58 
Sentido mesiodistal (mediolateral) ...................................................................................................60 
Sentido ápico-coronal (súpero-inferior) ............................................................................................60 
 
Capítulo 4 
 
Raciocínio para a obtenção da estética com implantes ..................................................................63 
Quais estruturas do SE foram perdidasou modificadas? ..................................................................63 
A reconstrução dos defeitos (estruturas perdidas ou modificadas) é obrigatória para o êxito do 
tratamento com implantes? ..............................................................................................................70 
 
 
PARTE II - FASE CLÍNICA 
Capítulo 5 
 
Sistemática da abordagem inicial do paciente .................................................................................77 
Abordagem inicial do cliente ............................................................................................................77 
Aplicação do questionário médico auto-aplicativo ...........................................................................77 
Solicitação da documentação inicial ................................................................................................85 
 
Capítulo 6 
 
Planejamento cirúrgico-protético ......................................................................................................91 
Obtenção da posição dentária ótima final (PDOF) - Guia de diagnóstico ......................................91 
Obtenção da réplica em acrílico incolor do guia de diagnóstico ou do guia estético .....................96 
Posicionamento dos marcadores radiopacos: tubos ou cones metálicos .......................................97 
Posicionamento do cone metálico ...................................................................................................99 
Utilização da liberdade controlada obtida com o cone metálico .......................................................101 
Edentulismo Unitário ...................................................................................................................................107 
Edentulismo Parcial Superior Anterior .....................................................................................................107 
Disposição dos implantes ........................................................................................................................108 
PDOI - Posição dentária ótima do implante ........................................................................................110 
POOI - Posição óssea ótima do implante ............................................................................................111 
PCDI - Posição compatível dente-implante .........................................................................................111 
Plano de tratamento final ......................................................................................................................112 
Contrato de prestação de serviços ......................................................................................................112 
 xv 
Capítulo 7 
 
Procedimentos cirúrgicos ...............................................................................................................119 
1 - Pré-Extração ..............................................................................................................................121 
2 - Pré-Implante ..............................................................................................................................127 
3 - Primeiro Estágio Cirúrgico ........................................................................................................134 
4- Entre Estágios Cirúrgicos ...........................................................................................................140 
................ 
5 - Segundo Estágio Cirúrgico .......................................................................................................147 
 
Capítulo 8 
 
Procedimentos protéticos ...............................................................................................................157 
Reconstrução do edentulismo unitário maxilar anterior - passo a passo ......................................157 
Reconstrução do edentulismo parcial maxilar posterior - passo a passo .....................................160 
Reconstrução do edentulismo unitário anterior associado à enxerto ósseo - passo a passo ......162 
Reconstrução do edentulismo parcial mandibular posterior - passo a passo ......................................164 
Reconstrução do edentulismo parcial maxilar anterior e posterior 
associado à enxerto de seio maxilar ..............................................................................................167 
Reconstrução do edentulismo unitário anterior - passo a passo ..................................................171 
 
 
Parte 1
Fundamentos 
e base 
 3 
 
1 
Elementos 
anatômicos 
da estética 
O B J E T I V O S D O C A P Í T U L O 
Ao final deste capítulo o leitor estará apto a compreender o s elementos anatômicos da estética: 
• facial 
• dentária 
• gengival 
Elementos anatômicos da estética 
O estudo dos elementos anatômicos da estética é de 
suma importância, pois a obtenção e a restauração da 
beleza estão condicionadas, na maioria das vezes, ao 
restabelecimento dos padrões anatômicos normais. O 
objetivo deste capítulo é discutir um a um esses elemen-
tos da estética, como nos resume o Quadro 1. 
Quadro 1 — Elementos anatõmicos da estética 
Elementos Faciais Elementos Dentários Elementos Gengivais 
Sulcos da expressão facial Morfologia dentária Gengiva inserida 
Componentes do sorriso Morfologia alveolar Gengiva marginal livre 
Linha do lábio Morfologia dentoalveolar Papila 
Espaço negativo Linha mediana dos dentes Mucosa alveolar 
Simetria do sorriso Proporção áurea 
Linha oclusal ou plano frontal Alinhamento axial 
de oclusão Arranjo dental 
Sorriso perfeito Gradação 
 
Elementos faciais 
 
As relações existentes entre os dentes e os lábios no 
sorrir e sua integração harmônica com a face são fatores 
determinantes na composição de um sorriso agradável. 
Daí a importância do estudo dos elementos anatômicos 
da estética facial. 
 
Sulcos da expressão facial 
A presença de sulcos e cristas na epiderme, em 
uma disposição perpendicular à ação muscular, ocorre 
naturalmente com a contração dos músculos da 
expressão facial e tende a tornar-se mais visível à medida 
que o indivíduo envelhece. O arcabouço dentoalveolar 
age decisivamente no suporte labial, influenciando a 
estética da zona do sorriso. Observar a Figura 1.1, que 
especifica os principais sulcos da face. 
 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
Fig.1.1 
Sulcos e cristas da região perioral. 
Componentes do sorriso 
Linha do lábio 
A magnitude da exposição dentária durante o sorriso 
é fator estético decisivo na composição dentofacial. A 
Odontologia costuma classificar a linha do lábio em refe-
rência à exposição do ICS como sendo alta, mediana e 
baixa (Figuras 1.2A-C). Os fatores determinantes no 
posicionamento do lábio são o grau de contração da 
musculatura facial, e a morfologia dentoalveolar. 
Do ponto de vista estético, o posicionamento verti-
cal ideal durante o sorriso é aquele em que a borda do 
lábio se situa na margem cervical dos incisivos centrais 
superiores. A linha do lábio superior durante o sorriso 
deve, idealmente, perfazer uma curvatura de 
concavidade superior desenhada ao longo das bordas 
cervicais dos quatro incisivos anteriores superiores. A 
linha do lábio infer ior deve apresentar uma 
concavidade superior mais acentuada e acompanhar a 
borda incisoclusal dos dentes superiores (Figura 1.3). 
Espaço negativo ou corredor bucal 
Podemos descrever o espaço negativo como um es-
paço escuro que aparece lateralmente na cavidade oral 
durante o sorriso e na abertura da boca. Este elemento 
anatômico confere suavidade e mistério à composição 
4 
dentofacial, enquanto sua ausência confere uma apa-
rência agressiva ao indivíduo (Figuras 1.4A-B). 
Simetria do sorriso 
A simetria do sorriso refere-se ao posicionamento 
relativamente simétrico dos cantos da boca no plano 
vertical. Numa vista frontal, a linha comissural deve 
coincidir coma linha pupilar, e na composição 
dentolabial a linha comissural deve coincidir com o 
plano oclusal. (Figuras 1.5A-B). 
Sorriso perfeito 
De acordo com os padrões de beleza e harmonia in-
corporados em nossa cultura, este é o retrato do sorriso 
perfeito (Figura 1.6): 
1. A borda do lábio superior situa-se na margem 
gengival dos incisivos centrais superiores e apre-
senta uma discreta concavidade superior. 
2. A linha do lábio inferior durante o sorriso deve, 
idealmente, perfazer uma curvatura de concavidade 
superior desenhada ao longo das bordas incisais dos 
quatro incisivos anteriores superiores. 
3. Deverá haver a presença de espaço negativo bi-
lateral. 
4. A linha comissural deve correr paralela à linha 
pupilar. 
 5 
• Elementos Anatômicos da Estética 
 
Fig. 1.3 
Linha do sorriso mostrando a posição do lábio superior e a relação da borda incisoclusal dos dentes superiores com o lábio 
inferior. 
 
 B 
Fig. 1.2 A-C 
Linhas do sorriso (alta-A, mediana-B e baixa-C). 
 6 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
Fig. 1.4A-B 
Espaço negativo comprometido (A) e preservado (8). 
Fig. 15A-B 
Posicionamento do lábio em relação ao plano oclusal e à linha pupilar, caracterizando um sorriso simétrico. 
Fig.1.6 
Sorriso esteticamente agradável. 
A B
A B
 7 
• Elementos Anatômicos da Estética • 
Elementos dentários 
Morfologia dentária 
A unidade dentária, do ponto de vista anatômico, é 
dividida em coroa, colo e raiz (Figura 1.7).A harmonia e 
a beleza dos dentes dependem da forma e proporção 
correta entre suas partes.A forma e a proporção dentária, 
por sua vez, seguem princípios de convergência que in-
fluenciam todos os dentes (Figuras 1.8A-D). 
A B
 C D 
 
Fig. 1.8A-D 
Convergências dentárias. (A) Convergência apical das faces proximais. (B) Convergência incisai ou oclusal das faces vestibular e 
palatal. (C) Convergência lingual das faces proximais. (D) Convergência distal das faces vestibular e palatal. 
Os incisivos centrais superiores 
(ICS) 
Os ICS estão numa posição anteriorizada do arco su-
perior. Representam, possivelmente, uma referência es-
tética no sorriso, por causa do seu volume, posição e 
visibilidade. Do ponto de vista morfofuncional, são os 
primeiros a entrar em contato com os alimentos, são 
não-cuspidados, devido à presença de uma face incisai 
e não-oclusal e desempenham a função de corte dos 
alimentos. 
Características (Figuras 1.9-1.10) 
Comprimentos médios : 
• Total - 22,5 mm 
• Coroa - 10 mm 
• Raiz - 12,5 mm 
Diâmetros médios: 
• MD - 9 mm (1 /3 incisai) 
• MD - 7 mm (colo anatômico ) 
• VL - 7 mm (1/3 cervical) 
• VL - 6 mm (colo anatômico ) 
 
Raiz 
Cirúrgico
Colo Anatômico
Clínico
Coroa
1/3 cervical 
1 /3 mediano 
1/3 incisai 
Fig.1.7 
Divisão anatômica da unidade dentária. 
 8 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
FIG 1.9 
Incisivo central superior: comprimento e diâmetro. 
 
Coroa - Face vestibular (interna) (Figura 1.11) 
• Forma trapezoidal com base incisai 
• É convexa com acentuação no terço cervical 
• Bordo mesial e distal convexos e com inclinação 
de 12° e 15° respectivamente, sendo o mesial 
maior que o distal 
• Bordo incisai com duas incisuras e três lobos de 
desenvolvimento:o distal maior e o central menor 
• Presença de dois ângulos: mesioincisal com 
vértice mais marcado e distoincisal mais alto e 
mais arredondado 
 
Coroa - Face palatina (interna) (Figura 1.12) 
• É triangular 
• Presença de uma depressão central ou fossa 
central 
FIG. 1.10 
Incisivo central superior: diâmetro vestibulopalatal. 
• Presença do processo cervical ou quatro lobos 
de desenvolvimento ou cíngulo 
• Presença de cristas marginais 
Coroa - Face proximal (Figura 1.13) 
• É triangular 
• Região cervical com concavidade apical 
• Lado vestibular convexo (1/3 cervical) e plano 
• Lado palatino côncavo e convexo 
• Colo anatômico mesial mais inferior que o distal 
Raiz (Figura 1.14) 
• Simples e cônica 
• Comprimento levemente maior que a coroa 
• Seção triangular à custa da convergência lingual 
das faces proximais 
FIG. 1.11 
Incisivo central superior: face vestibular (externa). FIG. 1.12 
Incisivo central superior: face palatina (interna). 
 14 
• Elementos Anatômicos da Estética • 
FIG. 1.13 
Incisivo central superior: face proximal (A) e em corte (B). 
 
FIG. 1.14 A-B 
(A) Incisivo central superior: vista proximal e em cortes da raiz no 
1/3 apical, 1/3 mediano e 1/3 cervical. (B) Incisivo central superior: 
vista vestibular. 
 
B 
 
 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia • 
Morfologia alveolar - ICS 
Vista anterior (vestibular) (Figura 1.15) 
Convexa, caracterizada pela presença da eminência 
incisiva, que constitui um abaulamento ósseo decorrente do 
volume da raiz do incisivo. 
Vista posterior (palatina) (Figura 1.16) 
Côncava,caracterizada pela presença de muitos forames 
nutritivos e pela proximidade com o canal incisivo. 
Vista inferior (Figura 1.17) 
Quadrangular,caracterizada pela presença do alvéolo 
do ICS e um septo ósseo bilateral, sendo o distal estreito e 
o mesial espesso. 
Vista superior (Figura 1.18) 
Ampla e contígua com a fossa nasal. Presença da óstio 
superior do canal incisivo. 
FIG. 1.15 
Vista anterior do processo alveolar na região central superior. 
Destaque ao incisivo central. 
FIG. 1.16 
Vista posterior do processo alveolar na região central supe-
rior. Destaque ao incisivo central. 
FIG. 1.17 
Vista inferior do processo alveolar na região central superior. 
Destaque ao incisivo central. 
FIG. 1.18 
Vista superior do processo alveolar na região central su-
perior. Destaque ao incisivo central. 
 16
• Elementos Anatômicos da Estética • 
Morfologia dentoalveolar - ICS dentoalveolar determina diretr izes impor tantes 
para o p l a n e j a m e n t o c i r ú r g i c o - p r o t é t i c o em 
As unidades dentárias apresentam uma dispo- implantodont ia. 
sição espacial tridimensional específica em relação As Figuras 1.19 a 1.21, demonstram a relação 
ao processo alveolar, e o estudo da mor fo log ia dentoalveolar nos diversos planos de corte. 
FIG.1.19 
Corte sagital - Posição do ICS em relação ao processo alveolar. 
Observar que o dente tem o seu longo eixo deslocado para 
vestibular, o que determina uma tábua óssea vestibular fina e 
uma tábua óssea palatina espessa. Em relação ao plano verti-cal 
o lCS tem sua raiz desviada para palatino em 17°. 
FIG.1.20A-B 
Corte coronal - Posição do /CS em relação ao processo alveolar. Em relação ao plano vertical o ICS tem sua raiz desviada para 
distal em 3°, distanciando o seu ápice do canal incisivo. 
 
 
B
 17 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
FIG. 1.21A-C 
Cortes horizontais dos dentes anteriores na região do colo anatômico - Posição dos dentes anteriores em relação ao processo 
alveolar (A). Observar o aspecto triangular do ICS (B) e sua progressão ovalada à medida que se aproxima do ápice radicular (C). 
Os incisivos laterais superiores (ILS) 
Características (Figuras 1.22 e 1.23) 
Comprimentos médios 
− Total-21,2mm 
Coroa - 8 mm 
− Raiz - 13,2 mm 
 
Diâmetros médios 
− MD — 6,4 mm (1 /3 incisai ) 
MD - 5 mm (colo anatômico ) 
− VL - 6,0 mm (1/3 cervical ) 
VL - 5 mm (colo anatômico ) 
Coroa - Face vestibular (externa) (Figura 1.24) 
• Borda incisai em dois segmentos: mesial (pouco 
inclinado) e distal (muito inclinado,dando um as- 
pecto caniniforme). 
• Ângulo mesial arredondado e distal sumariamen-
te arredondado. 
• Bordos proximais diferentes entre si:distai bastante 
inclinado e menor e o mesial vertical e maior. 
Coroa - Face palatina (interna)(Figura 1.25) 
• Presença de cristas marginais bem marcadas 
• Presença do cíngulo proeminente 
• Presença mais freqüente do forame cego 
Coroa - Face proximal (Figura 1.26) 
• É triangular 
• Lado cervical com concavidade apical 
• Lado vestibular convexo (1/3 cervical) e plano 
• Lado palatino côncavo-convexo 
• Facedis ta l menor e mais convexa que a mesial 
Raiz (Figura 1.27) 
• Simples e cônica 
• Achatada no sentido MD 
• Sulcos laterais mais freqüentes 
• Seção transversal oval 
B C
 18
 
FIG. 1.22 
Incisivo lateral superior: comprimento e diâmetro. 
FIG. 1.23 
Incisivo lateral superior: diâmetro VL. 
 
FIG. 1.24 
Incisivo lateral superior: face vestibular. 
 14 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
 
FIG. 1.25 
Incisivo lateral superior: face palatina. 
FIG. 1.26 
Incisivo lateral superior: vista proximal (A) e em corte (B). 
 
• Elementos Anatômicos da Estética • 
Morfologia alveolar - ILS 
 
Vista anterior (Figura 1.28) 
Côncava, caracterizada pela presença da fossa incisi-
va, às custas do reduzido volume da raiz do ILS. 
 
Vista posterior (Figura 1.29) 
Côncava, caracterizada pela presença de muitos 
forames nutritivos. 
Vista inferior (Figura 1.30) 
Quadrangular, caracterizada pela presença do alvéolo 
do ILS e estreitos septos ósseos bilaterais. 
Vista superior (Figura 1.31) 
Marcada pela presença da incisura nasal e pilar ca-
nino. Dependendo da extensão lateral da fossa nasal, o 
ápice do ILS pode se relacionar com a fossa nasal ou o 
pilar canino. 
FIG. 1.27 
 16 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia • 
Vista anterior do processo alveolar na região do incisivo lateral Vista posterior do processo alveolar na região do incisivo late- 
superior. ral superior. 
Vista inferior do processo alveolar na região do incisivo late- Vista superior do processo alveolar na região do incisivo lateral 
ral superior. superior. 
 
Morfologia Dentoalveolar - ILS 
 
As Figuras 1.32 a 1.34 d e m o n s t r a m a relação 
dentoalveolar nos diversos planos de corte. 
FIG. 1.32 
Corte Sagital - Posição do ILS em relação ao processo alveolar. Ob-
servar que o dente tem o seu longo eixo deslocado para vestibular, o 
que determina uma tábua óssea vestibular fina e uma tábua óssea 
palatina espessa. Em relação ao plano vertical o ILS tem sua raiz 
desviada para palatino em 22°. 
 
FIG. 1.28 FIG. 1.29 
FIG. 1.30 FIG. 1.31 
 17 
• Elementos Anatômicos da Estética • 
FIG
.1.33 
Corte Coronal - Posição do ILS em relação ao processo alveolar. Em relação ao plano vertical o ILS tem sua raiz desviada para 
distal em 5°. 
FIG. 1.34 
Corte Horizontal dos dentes anteriores na região do colo anatômico - Posição dos dentes anteriores em relação ao processo 
alveolar, em destaque o ILS. Observar o aspecto ovalado na região do colo anatômico e em toda extensão da raiz. 
 18 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
Os caninos superiores (CS) 
 
Os caninos superiores compõem, juntamente com os 
incisivos, os dentes da bateria anterior da arcada. Repre-
sentam uma transição entre incisivos e pré-molares, sen-
do considerados unicuspidados. São dentes muito po-
tentes, com raiz longa e volumosa, adequada à demanda 
de carga oclusal imposta pela guia lateral e anterior,e tem 
a função de dilacerar alimentos. 
 
Características 
Comprimentos médios (Figura 1.35) 
• Total -26,8 mm 
• Coroa - 9,5 mm 
• Raiz - 17,3 mm 
 
Diâmetros médios (Figuras 1.35 e 1.36) 
• MD - 8 mm (1/3 incisai ) 
• MD - 5.5 mm (Colo anatômico ) 
• VL - 7.6 mm (1/3 cervical ) 
• VL - 7 mm (Colo anatômico) 
Coroa - Face vestibular (Figura 1.37) 
• Pentagonal e lanceolada 
• Acidentes anatômicos marcados com 
exuberância 
• Presença de 2 sulcos de desenvolvimento bem- 
marcados, sendo o lobo mediano maior e o lobo 
mesial menor 
Presença de bossa vestibular bastante proeminen-
te no terço cervical 
É bastante convexa no sentido cervicoclusal e 
mesiodistal 
• Borda mesial convexa (3/4 da altura da coroa) e 
distal muito convexa e mais curta que a mesial (2/3 
da altura da coroa) 
• Face incisai em V e com dois segmentos, sendo 
o mesial menor e menos inclinado e o distal 
maior e mais inclinado 
• Ângulo distal obtuso e mais arredondado que o 
mesial 
Coroa - Face palatina (Figura 1.38) 
• É pentagonal 
• Presença do cíngulo volumoso e característico 
• Presença de cristas marginais M e D 
• Presença de uma eminência mediana volumosa 
(crista lingual) 
• Presença eventual do forame cego 
Coroa - Face proximal (Figura 1.39) 
• É triangular 
• É convexa no terço incisai e plana ou deprimida 
no terço cervical 
• Face distal menor e bem mais convexa que a 
mesial 
• Face mesial mais plana e menos escavada no 
terço cervical 
Raiz (Figura 1.40) 
• É a maior e a mais volumosa raiz dentária, 
criando a eminência canina 
• É simples, cônica e com discreto grau de achata-
mento MD 
• Apresenta secção transversal oval com superfície 
vestibular mais larga que palatina 
• Presença de sulcos laterais M e D discretos 
FIG. 1.35 
Canino superior: comprimento e diâmetro. 
FIG. 1.36 
Canino superior: diâmetro VL. 
 19 
• Elementos Anatômicos da Estética • 
FIG. 1.37 
Canino superior: face vestibular. 
 
HG. 1.38 
Canino superior: face palatina. 
FIG. 1.39 
Canino superior: face proximal (A) e em corte (B). 
 20 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
FIG. 1.40A-C 
Canino superior — raiz: (A) vista vestibular, (B) vista proximal e em cortes da raiz do 1/3 apical, 1/3 mediano e 1/3 cervical. 
Morfologia a lveolar - CS 
Vista anterior (Figura 1.41) 
Convexa, caracterizada pela presença da eminência 
canina, que constitui um abaulamento ósseo decorrente 
do volume da raiz do CS. 
Vista posterior (Figura 1.42) 
Côncava, caracterizada pela presença de muitos 
forames nutritivos. 
Vista inferior (Figura 1.43) 
Quadrangular, caracterizada pela presença do alvéo-
lo do CS e estreitos septos ósseos bilaterais. 
 
Vista superior (Figura 1.44) 
É contígua com o pilar canino, que representa uma 
área de espessamento ósseo e um arco de reforço da 
face. Na cirurgia, é um importante sítio receptor de im-
plantes, pois sua extensão possibilita a instalação de 
implantes longos e bem ancorados. 
A 
B 
 21 
• Elementos Anatômicos da Estética • 
Vista anterior do processo alveolar na região do canino superior Vista posterior do processo alveolar na região do canino 
superior- 
 
FIG. 1.43 
Vista inferior do processo alveolar na região do canino su-
perior. 
FIG. 1.44 
Vista superior do processo alveolar na região do canino su-
perior. 
FIG. 1.41 FIG. 1.42 
 22 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
Morfologia dentoalveolar - CS 
 
As Figuras 1.45 a 1.47 demonstram a relação 
dentoalveolar nos diversos planos de corte. 
 
FIG. 1.45 
Corte Sagital - Posição do CS em relação ao processo alveolar. Ob-
servar que o dente tem o seu longo eixo deslocado para vestibular, 
o que determina uma tábua óssea vestibular fina e uma tábua ós-
sea palatina espessa. Em relação ao plano vertical o CS tem sua raiz 
desviada para palatino em 17° . Observar que o volume da raiz do 
CS cria a eminência canina. 
FIG. 1.46A-B 
Corte Coronal - Posição do CS em relação ao processo alveolar. Em relação ao plano vertical o CS tem sua raiz desviada para 
distal em 6° . 
1 
 23 
• Elementos Anatômicos da Estética • 
FIG. 1.47 A-B 
Corte Horizontal - Posição dos dentes anteriores em relação ao processo alveolar. Em destaque o ICS. Observar o aspecto ovalado na 
região do colo anatômico e em toda extensão da raiz e a convexidade vestibular da eminência canina. 
Linha mediana dos dentes 
 
O posicionamento correto da linha mediana dos den-
tes,ou seja,a linha vertical imaginária que separa os dois 
incisivos centrais,coincidente com a linha mediana facial, 
tem sido considerado como um pré-requisito para uma 
restauração adequada do edentulismo maxilar anterior. 
Outros autores acreditam que desvios discretos da linha 
mediana obrigatoriamente não comprometem a harmonia 
da composição dentofacial (Figuras 1.48A-B). 
Na restauração da região edêntula maxilar anterior 
deve-se buscar, como sendo ideal, a coincidência da li-
nha mediana dos dentes com a linha mediana facial. Para 
isso,reparos anatômicos intra-orais, como a papila 
incisiva 
va, e extra-orais, como o ponto násio, subnasal, são refe-
rências importantes. (Figuras 1.49A-B). 
 
Proporção Áurea 
A harmonia das proporções constitui um princípio 
estético. Duas partes, uma maior e outra menor, estã em 
proporção áurea quando seus tamanhos permanecem em 
harmonia. Desde a Antiguidade,filósofos e matemáticos 
gregos demonstraram preocupação em definir as leis da 
beleza e da harmonia. Coube a Pitágoras a representação 
matemática da proporção áurea (Figura 1.50), como 
sendo: a relação entre o menor e o maior é igual à soma 
do todo em relação ao maior. 
FIG 1.48A-B 
Visualização da composição dentolabial com a linha média desviada (A) e bem posicionada (B). 
 
B 
 24 
 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
 
M e _ ________M a _ _ _ _ ____ 2 _ _ _ = 0 , 6 1 8 
M a M e + M a 1 + ~ FIG 1.50 
Representação matemática da proporção áurea. 
 
 
A possibilidade de aplicar essa regra na Odontolo-
gia baseia-se na constatação de que vários elementos 
da composição dentofacial estão em proporção áurea, 
podendo esta assim ser empregada principal-mente 
nas reabilitações. LEVIN observou que nas dentições 
esteticamente agradáveis, vistas de frente, a lar- 
 
FIG 1.49A-B 
Importância das referências extra-orais (A) e da papila incisiva 
(B) na determinação da linha mediana dos dentes. 
gura do ICS está em proporção áurea com o ILS, que 
por sua vez está em proporção áurea com a parte an-
terior visível do CS (Figuras 1.51 e 1.52). Constatou, 
também, que a largura da metade do sorriso, ou seja, 
do canto da boca até a linha mediana dos dentes, está 
em proporção áurea com a largura da metade do seg-
mento dentário anterior, que representa a distância 
entre a linha mediana dos dentes e a unidade dentária 
mais proeminente que faz a transição com o segmento 
posterior, podendo ser o canino ou o pré-molar (Fi-
gura 1.53). LEVIN desenvolveu, então, grades de pro-
porção áurea relacionando a largura do ICS aos outros 
3 ou 4 dentes do segmento anterior e à largura do sor-
riso (Figuras 1.53 e 1.54). 
FIG. 1.51 
Percepção da proporção áurea. Observe que no lado direito (A) existe desarmonia às custas do maior volume do incisivo lateral 
superior. 
B
A 
 
 Grades de LEVIN. 
• Elementos Anatômicos da Estética • 
 
FIG. 1.52 
Proporção áurea: percentual nos dentes anteriores superiores. 
FIG. 1.53A-B 
Demonstração da aplicação clínica da grade. 
 
B 
 26 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
Alinhamento axial 
 
É geralmente aceito que os dentes anteriores supe-
riores apresentem, ou pelo menos deveriam apresentar 
numa vista frontal, uma inclinação distal que se torna 
progressivamente mais pronunciada do incisivo para o 
canino.Os dentes posteriores são percebidos da mesma 
maneira (Figuras 1.55A-C). 
Arranjo dental 
 
Após a perda dentária, a reposição dos dentes no 
segmento anterior da arcada revela-se um desafio, 
mesmo para clínicos experientes. Esta dificuldade torna-
se progressiva com o aumento do número de unidades 
perdi-das e com a reabsorção do rebordo. Na reabilitação 
oral, devemos ter em mente que o arco dentário pode 
ter o formato quadrado, oval e afilado (Figuras 1.56A-
C). Quanto ao posicionamento dos dentes, este é 
realizado pelos métodos empírico, fonético e por meio de 
marcos anatômicos.O método fonético é bastante eficaz 
na de-terminação da DVO (dimensão vertical de oclusão) 
e considerando os marcos anatômicos, a papila incisiva 
constitui um ponto de referência seguro, visto que sua 
posição é pouco afetada pela reabsorção óssea. Tem 
sido 
demonstrado que uma linha reta que passa pela ponta 
dos caninos corta o meio da papila incisiva,constituindo 
esta a linha canino-papila-canino (linha CPC).Outro au-
tor determinou que a distância média da parte posterior 
da papila incisiva até o ponto mais vestibular da face 
anterior do ICS é de 12,5mm, com desvio-padrão de 
3,8mm (Figura 1.57). 
 
Gradação 
 
As unidades dentárias estão alinhadas uma após a 
outra, de forma que, numa percepção frontal, devamos 
ter a impressão de uma redução visual progressiva do 
tamanho do dente mais próximo para o mais distante 
(Figuras 1.58A-B). A progressão ântero-posterior dos 
dentes gera o fenômeno da gradação que, juntamente 
com a presença do corredor bucal ou espaço lateral ne-
gativo confere a ilusão de profundidade e mistério ca-
racterísticos de uma composição dentofacial harmônica e 
bela. Outro pré-requesito para obtermos o efeito de 
gradação é o alinhamento das faces vestibulares e ver-
tentes oclusais dos dentes posteriores (Figura 1.59) e a 
existência de um dente de transição entre o segmento 
anterior e posterior da arcada, sendo este o canino ou o 
pré-molar. 
FIG. 1.55A-C 
Alinhamento axial correto dos dentes anteriores e posteriores. 
A 
C 
B
 27 
• Elementos Anatômicos da Estética • 
FIG. 1.56 
Tipos de arcos dentários: quadrado (A), oval (B) afilado (C). 
 
FIG. 1.57 
Linha canino-papila-canino. 
A B C 
 28 
 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia • 
A 
 
FIG. 1.58A-D 
Esquema de gradação — redução visual progressiva. 
FIG.1.59 
 29 
• Elementos Anatômicos da Estética 
Elementos gengivais 
 
Por sua grande importância estética, a anatomia 
dentária do segmento anterior da arcada deve ser apre-
ciada conforme seu relacionamento com as estruturas 
circundantes, principalmente a gengiva e os lábios. As-
sim,é mais do que necessário conhecermos os elementos 
anatômicos da estética gengival, como faremos a seguir. 
 
Gengiva 
A gengiva recobre a parte marginal dos dentes e do 
processo alveolar e compõe parte do epi tél io de 
revestimento da cavidade oral. A Figura 1.60 demonstra 
os elementos anatômicos da estética gengival. 
A gengiva inserida inicia-se na junção mucogengival e 
termina na gengiva livre, a qual, por sua vez, divide-se 
em gengiva marginal e papila. A papila é a extensão da 
gengiva marginal e esta cria, no seu relacionamento com 
o dente,a margem gengival.A mucosa alveolar reveste a 
porção medioapical do processo alveolar, iniciando-se na 
junção mucogengival e progredindo em direção ao lábio 
superior. 
Para que o tecido seja considerado agradável e belo, 
e passe pelo crivo de uma apreciação estética, deve res-
peitar os seguintes requisitos: 
 
Gengiva inserida 
1. O contorno deve transparecer o volume da emi-
nência canina e incisiva, bem como a suave depressão 
da fossa incisiva e canina (Figura 1.61). 
2. Sua cor deve corresponder a uma variação do 
róseo pálido, nos indivíduos de raça branca, até uma 
tonalidade marrom-escuro nos indivíduos negros. 
3. A textura deve corresponder a uma casca de la-
ranja, devido a presença de pequenas depressões e ele-
vações causadas pela existência de uma firme conexão 
do tecido gengival às fibras colágenas subjacentes por 
meio da membrana basal subjacente. 
4. A largura deve ser de, no mínimo, 2 mm. 
Papila 
1. O contorno da papila deve preencher totalmente 
o espaço interdental de vestibular até lingual e deve 
estender-se coronalmente até próximo ao ponto de con-
tato (Figura 1.62) 
2. Sua cor deve corresponder ao padrão estético 
estabelecido para a gengiva inserida. 
Margem gengival 
1. O contorno deve ser de uma linha ondulada com 
múltiplas convexidades apicais relativamente simétricas 
entre dentes homólogos (Figura 1.63). 
2. O zênite (ponto máximo gengival) deve estar 
leve-mente deslocado para distal no ICS e CS e alinhado ao 
longo do eixo do dente no ILS (Figura 1.64).No plano ápico-
coronal e numa vista frontal,analisando-se um paciente com 
padrão oclusal de classe I, o zênite dos ICS deve estar num 
mesmo plano horizontal (Figura 1.65). Observamos o 
mesmo comportamento nos ILS e CS,mas em níveis 
diferentes, mais abaixo para os ILS e ligeiramente acima 
para os CS. 
Mucosa alveolar 
1. Sua superfície é lisa, não ceratinizada e de cor mais 
avermelhada. Suaapreciação é limitada aos pacientes 
com linha de sorriso alta e/ou nos pacientes com faixa 
estreita de gengiva inserida,tendo, portanto, uma impor-
tância estética relativa (Figura 1.66). 
Elementos anatômicos da estética gengival Contorno – gengiva inserida. 
Fig. 1.60 FIG. 1.61 
 30 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia • 
Papila. Margem gengival. 
FIG. 1.62 FIG.1.63 
 
Posicionamento do zênite gengival em relação ao plano 
vertical. 
Posicionamento do zênite gengival. 
FIG. 1.64 FIG. 1.65 
FIG. 1.66 
Mucosa alveolar. 
 31 
• Elementos Anatômicos da Estética • 
Referências Bibliográficas RUFENACHT, C. R. - Fundamentos da Estética. Quintessence 
Editora - Editora Santos. 1998. GROSS,C.M.-
GrayAnatomia. Editora Guanabara Koogan, PICOSSE, M. - Anatomia D e n t á r i a . Editora Sarvier. 
29a edição.1998. 3a edição. 
 33 
 
2 
Características dos 
Sistemas de Implantes 
Fábio Bezerra 
OBJETIVOS DO CAPÍTULO 
Ao final deste capítulo o leitor estará apto a identificar e caracterizar os componentes: 
• cirúrgicos do sistema Bránemark e ITI 
• protéticos do sistema Bránemark e ITI 
Para que ocorra a restauração da beleza e harmonia 
da composição dentogengiva l em situações de 
edentulismo é preciso que haja um restabelecimento 
anatômico e fisiológico integral. Porém, as diferenças 
existentes entre o formato dos implantes, como para-
fusos e cilindros, e das unidades dentárias são fatores 
que influem bastante no restabelecimento funcional e 
estético. Por isso, a exata compreensão das caracterís-
ticas dos implantes e dos componentes protéticos cons-
titui-se em um pré-requisito para o planejamento ade-
quado de uma prótese sobre implantes. 
Entre os sistemas de implantes mais utilizados no 
mundo estão o sistema Bránemark e o sistema ITI,cujas 
características descreveremos nesse capítulo de forma 
sucinta e ilustrada. Caso se deseje empregar outros sis-
temas no planejamento cirúrgico-protético, e que não 
sejam semelhantes aos dois estudados aqui, recomen-
damos consultar o catálogo de produtos do fabricante. 
O sistema Bránemark 
 
O sistema de implantes Bránemark constitui-se basi-
camente de componentes cirúrgicos que são parafu-
sos de titânio passíveis de osseointegração quando 
posicionados na intimidade do tecido ósseo sob deter-
minadas condições, e de componentes protéticos, que 
possibilitam a retenção e estabilidade de uma coroa 
protética por meio de parafusos ou elementos de 
cimentação (Figuras 2.1). 
Os componentes cirúrgicos 
 
Os componentes cirúrgicos que importam no plane-
jamento estético são os implantes (parafusos) e os 
cicatrizadores. 
Os implantes 
 
Os implantes do sistema Bránemark são formados por 
três partes: uma ponta, um corpo (passos de rosca) e uma 
plataforma (cabeça). Conceituamos essa última como a 
porção mais coronal do implante,cujo diâmetro é a base 
para a sua classificação (Figura 2.2). 
Os implantes estão disponíveis em três grupos segun-
do o diâmetro das plataformas, as quais denominamos 
em ordem crescente de tamanho, plataforma estreita 
(NP,do inglês narrow platform), plataforma regular (RP, 
do inglês regular platform) e plataforma larga (WP, do 
inglês wide platform). (Figuras 2.3A-C). O comprimento 
do implante independe do tipo de plataforma, ou seja, 
um implante de 10mm de comprimento está disponível 
em todas as três plataformas. 
 34 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
Fig. 2.1 
Desenho esquemático representando os componentes 
cirúrgicos e protéticos do sistema Bránemark. 
Fig. 2.2 
Partes do implante. Observe que a cabeça do implante 
representa a sua plataforma. 
Passos 
de 
Rosca 
 35 
• Características dos Sistemas de Implantes 
Figs. 2.3A-C 
Desenho esquemático representando as plataformas estreita (A), regular (B) e larga (C). 
Em geral,as implicações estéticas que um tipo espe-
cífico de plataforma pode causar se devem à discrepân-
cia entre o diâmetro da cabeça do implante e a forma do 
colo cirúrgico do dente. Obviamente não existem den-
tes exatamente cilíndricos e este é o"xis"da questão, pois 
os implantes são dessa forma. (Figura 2.4).O ideal seria 
aplicar a plataforma de implante mais semelhante pos-
sível ao tamanho do colo cirúrgico do dente a ser 
reconstruído (Figuras 2.5A-C). 
Os cicatrizadores 
 
Os cicatrizadores são dispositivos metálicos de titânio 
utilizados para guiar a cicatrização da mucosa 
periimplantar após o período de cicatrização, estando o 
implante já osseointegrado. Estão disponíveis nas plata-
formas NP, RP,WP (Figuras 2.6A-C). 
Os componentes protéticos 
 
Os componentes protéticos do sistema Bránemark 
que se acoplam diretamente à plataforma do implante 
para reter a coroa protética são denominados de 
intermediários,ou simplesmente pilares ou abutments. 
Estes estão divididos em dois grupos principais: os 
componentes pré-usinados e os componentes adap-
táveis (Figura 2.7). A diferença entre eles está na ne-
cessidade de preparo (desgaste) dos componentes 
adaptáveis antes da inserção da coroa protética. A se-
guir enumeramos as características dos dois grupos 
de componentes e sua indicação conforme o 
edentulismo. 
Fig. 2.4 
Relação entre o tamanho e o formato da raiz dentária e da plataforma do implante no 
incisivo central superior. 
 
2,4mm B 
 36 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
Figs. 2.5A-C 
Adequação da plataforma ao colo cirúrgico. Observe que para dentes estreitos utiliza-se implantes estreitos (plataforma es-
treita-NP) (A), para dentes de diâmetro médio como incisivos superiores e pré-molares utiliza-se implantes regulares (plataforma 
regular-RP) (B) e para dentes largos utiliza-se implantes largos (plataforma larga-WP) (C). 
 A 
B
 
• Características dos Sistemas de Implantes 
5,5mm 
Figuras. 2.6A-C 
Cicatrizadores de plataforma estreita-NP (A), regular-RP (B) e larga-WP (C). 
 
Opções de Tratamento Restaurador 
Figura 2.7 
Opções de tratamento restaurador com os intermediários (abutment) do sistema Bránemark. 
 
 
 
4mm SDCA 569 
 
3mm SDCA 568 
 
5mm SDCA 570 
5,1mm 
3mm SDCA 153-0 4mm SCPB 010-0 5.5mm SCPB 011-0 7mm SOPA 042-0 
B 
3mm SDCA 697 4mm SDCA 696 5,5mm SDCA 695 
 38 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
Edentulismo unitário 
1. Intermediários pré-usinados 
1.1 CeraOne (NP/RP/WP) (Figura 2.8) 
SDCA 332 SDCA 333 SDCA 334 SDCA 
335 SDCA 336 
Fig. 2.8 
Intermediário CeraOne com os códigos da plataforma regular (RP). 
1.2 STR (NP) (Figura 2.9) 
 
Indicação: Prótese unitária cimentada em situações 
de espaço mesiodistal reduzido. 
Características: Disponível nas alturas de 1,2,3 e 4 mm 
Diâmetro no limite intermediário/coroa: 
NP: 4,0mm 
Fig. 2.9 
Intermediário STR com os códigos da plataforma estreita (NP). 
1.3 EsthetiCone – (RP) (Figura 2.10) 
 
Indicação: Prótese unitária parafusada. 
Características: Tem dispositivo anti-rotacional. 
Disponível nas alturas de 1, 2 e 3mm. 
Espaço vertical mínimo requerido: 6,7mm 
Diâmetro no limite intermediário/coroa: 
RP:4,8mm 
Fig. 2.10 
Intermediário EsthetiCone com os códigos da plataforma regular 
(RP). 
4,8mm 
1 mm DCA 777-0
2mm DCA 601-0
3mm DCA 602-0
4mm DCA 603-0
 
 
Indicação: Prótese unitária cimentada 
Características: Disponível nas alturas: 
NP-1,2e3mm 
RP-1,2,3,4e5mm 
WP-1,2e3mm 
Espaço vertical mínimo requerido: RP: 6,0mm 
Diâmetro no limite intermediário/coroa: 
NP:4,8mm 
RP: 4,8mm 
WP:6,0mm 
— 4,8mm — 
 
SDCA 136 SDCA 134 SDCA 135 
- 4 8mm
 39 
• Características dos Sistemas de Implantes 
2. Intermediários Adaptáveis 
2.1 TIAdapt (NP/RP/WP) (Figura 2.11) 
 
Indicação: Prótese unitária ou múltipla cimentada ou 
parafusada. 
Características: Confeccionado com titânio comer-
cialmente puro. 
Disponível na forma de poste reto e angulado 15°. 
Espaço vertical mínimo requerido: variável 
Diâmetro no limite intermediário/coroa: 
NP - 4,5mm 
RP - 5,6 ou 7mm 
WP - 6,7 ou 8mm 
Nota: medidas referentesao pilar reto. 
Fig. 2.11 
Intermediário TiAdapt com os códigos da plataforma regular (RP). 
2.2 - CerAdapt (RP) (Figura 2.12) 
 
Indicação: Prótese unitária parafusada ou cimenta-da 
na região de incisivos e pré-molares superiores. 
Características:Confeccionado de óxido de alumínio 
densamente sinterizado. 
Disponível apenas na forma de pilar reto. 
Espaço vertical mínimo requerido: variável 
Diâmetro no limite intermediário/coroa: 
RP:6,0mm 
Fig. 2.12 
Intermediário CerAdapt com o código da plataforma regular 
(RP). 
 
¢ ø5x8mm DCA 1016-0
¢ 5 x 1 1 mm DCA 1020-0 
0 6 x 8mm DCA 1018-0
¢ 6 x l 1 mm DCA 1022-0 
0 7 x 1 1 mm DCA 1024-0
150 DCA 1008-0
25° DCA 1012-0
 
25485 
 
 40 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
2.3 AurAdapt (NP/RP/WP) (Figura 2.13) 
 
Indicação: Prótese unitária parafusada e cimentada. 
Características:Confeccionado de liga áurica. 
Disponível apenas na forma de pilar reto. 
É um intermediário adaptável com tubo calcinável que 
permite mais facilidade ao fazer o enceramento ao 
invés de prepará-lo. 
Diâmetro no limite intermediário/coroa: 
NP - 3,7mm 
RP - 4,8mm 
WP - 5,3mm 
Fig. 2.13 
Intermediários AurAdapt com o código da plataforma regular (RP). 
Edentulismo parcial ou total 
1. Intermediários Pré-usinados 
1.1 MirusCone (NP/RP/WP) (Figura 2.14) 
 
Indicação: Prótese múltipla parafusada em situações 
de espaço vertical reduzido. 
Características: Disponível nas alturas de 1,2 e 3 mm. 
Espaço vertical mínimo requerido:4,5mm 
Diâmetro no limite intermediário/coroa: 
NP - 4,8mm 
RP - 4,8mm 
WP - 5,8mm 
Fig. 2.14 
Intermediário Mirus Cone com os cógidos da plataforma re-
gular (RP). 
 
1 m m SDCA 419-0
2mm SDCA 422-0
3mm SDCA 425-0
 41 
• Características dos Sistemas de Implantes 
1.2 Standar (NP/RP) (Figura 2.15) 
 
Indicação: Prótese múltipla parafusada em situações de pequeno 
requerimento estético. 
Características: Disponível nas alturas de 3,4, 5,5 , 7, 
8,5 e 10 mm (na plataforma regular). Espaço mínimo requerido:6,0mm 
Diâmetro no limite intermediário/coroa: 
NP - 4,5mm 
RP - 4,5mm 
Fig. 2.15 
Intermediário Standar com códigos da plataforma regular (RP). 
1.3 EsthetiCone (RP) (Figura 2.10) 
 
Indicação: Prótese múltipla parafusada em situações de 
alto requerimento estético. Características: Disponível 
nas alturas de 1,2 e 3mm. 
 
1.4 Angulado 17° (NP/RP) (Figura 2.16) 
 
Indicação: Prótese múltipla parafusada em situação 
de implante mal posicionado no sentido mesiodistal 
e/ou vestibulolingual. 
Características: Disponível nas alturas de 2 e 3mm. Espaço vertical mínimo 
requerido: 7,4mm. 
Fig. 2.16 
Intermediário angulado 17° com os códigos da plataforma 
regular (RP). 
 
2mm SDCA 378-0 
3mm SDCA 380-0 
 42 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia • 
1 3 Angulado 30° (RP) (Figura 2.17) 
 
Indicação: Prótese múltipla parafusada em situação 
de implante mal posicionado no sentido mesiodistal 
e/ou vestibulolingual. 
Características: Disponível nas alturas de 4 e 5,5 mm. 
Espaço vertical mínimo requerido: 8,3mm. 
Fig. 2.17 
Intermediário angulado 30° com os códigos da plataforma 
regular (RP). 
 
 
2. Intermediários adaptáveis 
 
2.1 TiAdapt (NP/RP/WP) 
Vide edentulismo unitário 
 
2.2 AurAdapt (NP/RP/WP) 
Vide edentulismo unitário 
4mm 25346 
5.5mm 25345 
2.3 Cilindro de ouro sem hexágono direto ao 
implante (GCTF) (NP/RP/WP) 
 
Indicação: Prótese múltipla parafusada. 
Indicado em situações de pouca espessura do tecido 
gengival. 
Características:Confeccionado de liga áurica. 
Disponível apenas na forma de poste reto. 
Espaço vertical mínimo requerido:variável. 
Diâmetro no limite intermediário/coroa: NP - 
3,7mm 
RP - 4,3mm 
WP - 5,3mm 
Fig. 2.18 
Intermediário GCTF com código da palta forma regular (RP). DCB 495-0 
 43 
• Características dos Sistemas de Implantes • 
Sistema ITI 
 
O sistema ITI (Internacional Team for Oral lmplantology) 
de implantes, desenvolvido à partir de estudos realizados 
na década de 70, de forma semelhante ao sistema 
Bránemark, é composto basicamente de componentes 
cirúrgicos e de componentes protéticos. Diferenças 
conceituais básicas existem entre os dois sistemas, sendo 
que o sistema ITI tem a superfície do implante de titânio 
rugosa (TPS - Plasma Spray de Titânio) - micropartículas 
de titânio agregadas à superfície do implante e SLA - tra- 
tamento corrosivo realizado com jateamento de superfí-
cie seguido de ataque ácido).Outra variável é o fato deste 
sistema não necessitar do II estágio cirúrgico já que o im-
plante permanece exposto ao meio bucal durante o perí-
odo cicatricial inicial (cicatrização não submersa), en-
quanto que o sistema Bránemark possui superfície lisa e é 
realizado em dois tempos cirúrgicos (cicatrização 
submersa). Há ainda diferenças quanto ao desenho 
macroscópio dos implantes e tipo de acoplamento 
protético (Figura 2.19 e 2.20). 
Fig. 2.19 
Desenho do implante e coroa protética. 
 
 44 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
 
 
 
Os componentes cirúrgicos 
 
Os componentes cirúrgicos de interesse no planeja-
mento estético são os implantes (parafusos e cilindros 
ocos) e os parafusos de cobertura. 
 
Os implantes 
 
Os implantes do sistema ITI são formados por três 
partes: uma ponta, um corpo (passos de rosca ou corpo 
do cilindro) e uma plataforma (cabeça). Esta última é con-
siderada a porção mais coronal do implante,cujo diâme-
tro é a base para a sua classificação (Figura 2.21). 
Os implantes estão disponíveis em três grupos de 
acordo com o diâmetro da plataforma ou pescoço, que 
podem ser de 3,5, 4,8 ou 6,5 milímetros por 2,8 milíme-
tros de altura do pescoço polido. Para cada diâmetro de 
plataforma,temos implantes de diversos comprimentos 
e larguras.Assim como no sistema Brãnemark, os 
diâme- 
 
Fig. 2.20 
Caso clínico ilustrando a utilização de implante ITI. (Cortesia 
do Dr. Fábio Bezerra). 
 
 
tros das cabeças dos implantes também recebem deno-
minações específicas de acordo com a ordem crescente 
das plataformas como sendo: pescoço estreito (NN, do 
inglês Narrow Neck), Standard (4,8mm de diâmetro da 
cabeça do implante) e pescoço largo (WN, do inglês Wide 
Neck) (Figura 2.22). 
Posteriormente chegou ao mercado uma série de 
implantes denominada linha estética (Esthetic Plus 
Line), que, como o nome sugere, consegue resultados 
estéticos mais favoráveis à custa de uma menor altura 
da plataforma ou pescoço (Figura 2.23). Tais implantes 
estão disponíveis em um diâmetro de plataforma de 4,8 
mm,tanto na forma de parafuso quanto de cilindro oco 
(Figura 2.24). 
Complementando a linha de implantes disponíveis 
está o cilindro oco angulado que apresenta cabeça em 
ângulo de 15 graus para ser utilizado sobretudo em rea-
bilitações realizadas na região maxilar superior anterior 
(Figura 2.25). 
• Características dos Sistemas de Implantes
45 
 46 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
A 
 6,5mm 4 
4,8 
mm 
4 
 
 
Cabeça 
Ponta 
Passos 
de 
Rosca 
Fig. 2.21 
Partes do implante. 
 
2,8mm 
 
 47 
• Características dos Sistemas de Implantes 
B2 B3 
Fig. 2.22 
Implantes do sistema ITI. 
(A) Implante Wide Neck (6,5 - 4,8) 
(8) Implante Standard (4.8 - 3,3/4,1/4,8) 
(C) Implante Narrow Neck (3,5 - 3,3). 
 4,8mm 4 
 
 3,3 
mm 
______ 0,1m2,8 m 
4,1 4,8 
mm mm 
3,5 
 4,2 
m m mm 
 4,8mm 4
2,8mm 
 C 
3,5 
mm 
1,8mm 
2,8 
 48 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
 4,8mm 4 4,8mm 
4,1 .4 4,1
mm mm
3,5 
 
3,5
mm mm
Fig. 2.23 
Diferença entre a plataforma convencional e linha estética. 
Fig. 2.24 
Linha estética 4,8 - 3,3/3,5/4,1. 
2,8mm 
1,8mm
4,1 
mm 
4,8mm 
3,5 
mm 
1,8mm
4,8mm 
 
 
•Características dos Sistemas de Implantes • 
 
Fig. 2.25 
Caso clínico ilustrando a utilização do implante oco angulado 
(Cortesia do Dr. Pedro Tortamano Neto - São Paulo - SP). 
49 
 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protéticoem Implantodontia 
Os parafusos de cobertura ou ao parafuso de cobertura determinar a cicatrização e 
o 
cover screws formato do per f i l de emergência dos tecidos 
periimplantares (Figuras 2.26 e 2.27). Estão disponíveis 
Os parafusos de cobertura no sistema ITI são muito nas alturas de 1,0,2,0,3,0,4,0 e 5,0mm e o de altura re- 
importantes, pois como o sistema é de estágio cirúrgi- duzida que apenas oclui a plataforma do implante, de- 
co único, ou seja, de cicatrização não submersa, cabe nominado parafuso de vedação.
 
Fig. 2.26 
Parafusos de cobertura disponíveis no sistema ITI. 
 51 
• Características dos Sistemas de Implantes 
Figs. 2.27A-E 
Caso clínico ilustrando a importância do parafuso de cobertura na cicatrização da mucosa periimplantar imediatamente após a 
instalação do implante. 
Os componentes protéticos 
 
Diferentemente do sistema Bránemark, os compo-
nentes protéticos do sistema ITI utilizam acoplamento 
protético do tipo junta Morse ao invés de hexágono ex-
terno, sendo os abutments instalados internamente nos 
implantes (Figura 2.28A-H). 
Podem ser classificados em dois grupos principais:os 
componentes pré-usinados e os componentes adaptá- 
veis. A diferença entre eles está na necessidade de pre-
paro (desgaste) dos componentes adaptáveis antes da 
inserção da coroa protética.O Quadro 2.1 resume os ti-
pos de intermediários disponíveis. 
A seguir enumeramos as características e indica-
ções, conforme o edentulismo, dos componentes do 
sistema ITI. 
 B 
D
 52 
 
 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
 53 
• Características dos Sistemas de Implantes 
 
Figs. 2.28A-H 
Caso clínico com utilização de componente pré-usinado OCTA. 
G 
 54 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Quadro 2.1 - Opções de 
Tratamento Restaurador 
Tipo de Restauração 
dente unitário 
unidade múltipla 
pré-usinado adaptável 
 
octa munhão munhões angulados 
sólido sólidos 15/25" 
pré-usinado adaptável 
 
octa munhão munhão angulados poste reto 
sólido sólido 15/25" (NN) 
 sobredentadura 
octa esférico
 
• Características dos Sistemas de Implantes 1. 
Intermediários pré-usinados 
1.1 Octa System (Plataforma Standard) (Figuras 
2.28 e 2.29) 
 
Indicação: 
Prótese unitária (orifício por incisai ou cervical), parcial 
ou total parafusada. 
Características: 
Disponível com altura de 1,5 mm. 
Confeccionado com titânio comercialmente puro. 
Fig. 2.29 
Abutment OCTA. 
1.2 Abutment sólido (Plataforma Standard e 
WN) - Poste reto (Figura 2.30) 
 
Indicação: 
Prótese unitária, parcial ou total (cimentadas). 
Características: 
Confeccionado com titânio comercialmente puro 
Codificações de cores de acordo com a altura. 
Disponível nas alturas de 4,0 (amarelo), 4,0 (verde - 
utilizado no implante WN) ,5,5 (cinza) e 7,0 mm (azul). 
2. Intermediários adaptáveis 
2.1 Abutment Sólido (Figura 2.31) 
 
Este componente, citado anteriormente, devido à sua 
versatilidade, em ocasiões onde existam problemas com o 
Fig. 2.30 
Abutments sólidos com codificação de cores. 
posicionamento do implante em relação à reabilitação 
protética, poderá ser personalizado através de desgaste para 
melhoria do resultado final do caso. Nessas situações, con-
sideradas não ideais, após o preparo os componentes utili-
zados nas moldagens de transferências também deverão 
ser individualizados. 
 
 
 
 
Figura 2.31 
Abutment sólido preparado . 
 
 56 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
2.2- Abutments Angulados de 15 e 20° (Plataforma 
Standard e Narrow Neck) (Figura 2.32) 
 
Indicação: 
Prótese unitária, parcial ou total (cimentadas ou pa-
rafusadas) 
Características: 
Confeccionado com titânio comercialmente puro. Utilizados 
para correção de posicionamento dos implantes. 
Fig. 2.32 
SynOcta angulado. 
2.3- NNI (Narrow Neck Implant) Abutment (NN) - Poste 
reto (Figura 2.33) 
 
Indicação: 
Prótese unitária (parafusada ou cimentada) 
Características: 
Confeccionado com titânio comercialmente puro ou liga 
para metalo-cerâmica de alta fusão. 
Fig. 2.33 
Poste Reto NN. 
 
 
 57 
3 
Correlação 
Implantodentárìa 
Ao final deste capítulo o leitor estará apto a: 
• Conhecer as relações implantodentárias ideais 
• Compreender as implicações estéticas das diversas relações implantodentárias 
Posição ótima do implante 
 
Em qualquer situação clínica existe uma posição es-
pacial do implante no interior do tecido ósseo considera-
da ideal. Denominada Posição ótima do lmplante,e nes-
ta obra chamada de PCDI - Posição Compatível Dente-
Implante (vide Capítulo 6), representa uma posição do 
implante compatível com uma prótese estética, fonética 
e funcional. (Figura 3.1). Quando se discute estética em 
prótese implanto-suportada,torna-se fundamental o en-
tendimento exato da existência e da obtenção da PCDI, 
particularmente no segmento anterior da arcada,onde va-
riações milimétricas da posição do implante podem se 
mostrar esteticamente desastrosas (Figura 3.2). Este ca-
pítulo analisa a PCDI no segmento anterior da arcada nos 
três planos espaciais: sentido vestíbulo-linguo/palatal 
(ántero-posterior), sentido mesiodistal (mediolateral) e no 
sentido ápico-coronal (súpero-inferior). 
Fig.3.1 
Desenho esquemático representado a PCDI em relação ao ICS. 
 58 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
Sentido vestíbulo-linguo/palatal 
(ântero-posterior) 
 
Definição: A posição vestíbulo-linguo/palatal expres-
sa o relacionamento do implante com o dente no senti-
do ântero-posterior. (Figura 3.3). Dessa forma, as varia-
ções do ideal geram implantes muito vestibularizados 
ou demasiadamente linguo-palatizados. 
Posição ideal 
A posição vestíbulo-linguo/palatal ideal do implante no 
sentido ântero-posterior depende do sistema de retenção 
da prótese, podendo ser cimentada ou parafusada. 
Fig.3.2 
Complicação estética. 
 
 
Prótese cimentada - O ideal é que o longo eixo do 
implante coincida com o longo eixo do dente, ou seja, 
numa linha imaginária que passa no bordo incisai 
(Figura 3.4). 
 
Prótese parafusada - O ideal é que o longo eixo do 
implante coincida com um ponto imaginário entre o 
bordo incisai e o cíngulo (Figura 3.5). 
A B C 
 
Figs.3.3A-C 
Posição vestíbulo-linguo/palatal: muito vestibularizado (A), PCDI (B), muito palatinizado (C). 
 
• Correlação Implantodentária 
Fig. 3.4 
Posição vestíbulo-linguo/palatal ideal para prótese cimentada. 
Fig. 3.5 
Posição vestíbulo-linguo/palatal ideal para prótese parafusada. 
 60 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
Sentido mesiodistal (mediolateral) 
 
Definição: A posição mesiodistal expressa o relacio-
namento do implante com os dentes contíguos no senti-
do mesiodistal (Figura 3.6). Assim, as variações do ideal 
geram implantes que comprometem a região de ameia e 
da papila gengival. 
Posição ideal 
A posição mesiodistal ideal do implante é sempre no 
centro da coroa clínica, não importando o sistema de 
retenção da prótese (Figura 3.7). 
Figs.3.6A-B 
Posição mesiodistal: posição correta (A) e implante em região de ameia (B). 
 
Fig. 3.7 
Posição mesiodistal ideal. 
Sentido Ápico-coronal 
(súpero-inferior) 
 
Definição: A posição ápico-coronal expressa o rela-
cionamento do implante com o dente no sentido súpero-
inferior (Figura 3.8). Dessa forma, as variações do ideal 
geram implantes com sulcos periimplantares 
demasiadamente rasos ou profundos e dentes curtos ou 
longos. 
Posição ideal 
No sentido ápico-coronal, a plataforma do implante 
deve ser posicionada ao nível do colo cirúrgico (vide Ca-
pítulol) do dente adjacente posicionado corretamente. 
(Figura 3.9). Se a gengiva ceratinizada for pouco espessa, 
deve-se aprofundar o implante até l mm apical ao colo 
cirúrgico. Se não existir a referência de dentes adjacentes, 
deve-se posicionar a plataforma do implante 1 a 1,5 mm 
apicalmente à crista óssea. 
Devido à discrepância conformacional entrea plata-
forma do implante e o colo cirúrgico das unidades 
dentárias,o implantodontista tende a posicionar o implante 
ligeiramente mais apical, com vistas a possibilitar maior 
espaço vertical para o estabelecimento de um perfil de 
emergência estético. Por outro lado, tal artifício pode ge-
rar um sulco periimplantar profundo em demasia, com os 
conseqüentes problemas relacionados à deficiencia de 
higienização e controle da flora microbiológica. 
 61 
• Correlação lmplantodentária 
Figs. 3.8A-B 
Posição ápico-coronal incorreta gerando dentes longos (A) e dentes curtos (B). 
Fig.3.9 
Posição ápico-coronal ideal. 
Referências bibliográficas 
PALACCI, P. Optimal implant positioning & soft tissue. In: 
PALACCI, P. management for the Bránemark 
system. Quintessence Books,1995. 
 
BA
 
Contorno do Osso Colo cirúrgico/ 
plataforma do implante
Colo anatômico/ 
plataforma do pilar 
 
4 
Raciocínio para a 
Obtenção da Estética 
com Implantes 
OBJETIVOS DO CAPÍTULO 
Ao final deste capítulo o leitor estará apto a: 
• Definir"sucesso"em implantodontia; 
• Entender o raciocínio para a obtenção de estética e função com prótese tecido-integrada 
Os implantes osseointegrados,desenvolvidos e aperfei-
çoados por Bránemark em experimentos laboratoriais e 
clínicos,foram inicialmente utilizados em inválidos orais 
para restaurara capacidade mastigatória de pacientes 
edêntulos totais. Hoje, porém, seu uso ocorre 
freqüentemente no tratamento do edentulismo parcial e 
unitário. Essas mudanças na indicação de uso 
influenciaram os critérios de sucesso - o simples 
restabelecimento da função sem perda óssea como em 
princípio firmado não é mais suficiente. Hoje, as 
modalidades terapêuticas devem oferecer não só o 
restabelecimento da função mastigatória, como também 
boa estética e fonética para que as próteses tecido-integra-
das sejam consideradas como sucesso. 
Para a obtenção de estética em implantodontia, de-
vemos estar aptos a responder três questões fundamen-
tais, que comentaremos a seguir: 
1. Quais estruturas do sistema estomatognático (SE) 
foram perdidas ou modificadas? 
2. A reconstrução dos defeitos do rebordo (estruturas 
perdidas ou modificadas) é obrigatória para o êxito 
do tratamento com implantes? 
3. Quais as técnicas de reconstrução e manutenção das 
estruturas anatômicas que otimizam a estética e a 
função? 
A questão 3 será discutida no Capítulo 7 deste livro. 
Quais estruturas do SE foram per-
didas ou modificadas? 
1.1 - O sistema estomatognático 
O sistema estomatognático é um conjunto de es-
truturas bucais que desenvolvem funções comuns e 
mantém como característica constante a participação da 
mandíbula, daí o nome de gnática, do grego GNATOS - 
(mandíbula). Como todo sistema, não constitui uma 
unidade separada do resto do organismo, mas nele se 
insere e está intrinsecamente envolvido com os outros 
sistemas em geral, como o nervoso, o circulatório, etc., 
conservando porém suas características próprias. 
Os diferentes tecidos e órgãos que fazem parte do SE 
podem ser classificados habitualmente em dois grandes 
grupos: 
• Estruturas estáticas, constituídas pelo órgão den-
tal (Figura 4.1), ossos maxilares e osso mandibu-
lar, que estão relacionados entre si pela articula-
ção craniomandibular, além de outros ossos do 
vicerocrânio, neurocrânio e hióide. 
• Estruturas dinâmicas, representadas pela unida-
de neuromuscular, os músculos da mastigação, 
sucção, fonação, deglutição e respiração, que ca-
racterizam as funções do SE. 
Em implantodontia, ao tentarmos analisar estas es-
truturas sob uma óptica estética, logo vemos a necessi-
dade de conceituar: 
(a) posição dental ótima final - PDOF 
(b) zona do sorriso 
(c) tipo cosmético 
A posição dental ótima final é tida como uma con-
dição ideal compatível com estética, fonética e função, e 
expressa um posicionamento tridimensional perfeito do 
dente e dos tecidos do órgão dental em relação ao pro-
cesso alveolar e os tecidos moles orofaciais. A zona do 
sorriso situa-se no terço inferior da face e é limitada su-
periormente por uma linha imaginária horizontal que passa 
pela base do nariz (subnasal - Sn) e inferiormente por 
63 
 
 64 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
outra linha imaginária que passa pela base do queixo 
(gnátio tecido mole - Gn'). O suporte labial e a linha de 
sorriso, ambos de extrema importância estética, fonética 
e funcional para a zona do sorriso, são influenciados for-
temente pelo posicionamento espacial do dente, dos te-
cidos do órgão dental e do processo alveolar. Por fim, uma 
análise qualitativa da relação anatômica e funcional das 
estruturas estáticas e dinâmicas do SE informa o tipo cos-
mético do paciente. Em particular, o posicionamento da 
linha do lábio durante o repouso,a fala e o sorriso e a sua 
interação com o órgão dental e o processo alveolar cons-
titui a identidade cosmética de cada indivíduo, um padrão 
que, extrapolando referências anatômicas e biológicas, 
influencia o convívio, os sentimentos e a própria identida-
de de cada pessoa (Figura 4.2). 
Entender os conceitos anteriores é muito importante 
clinicamente, uma vez que os defeitos estéticos e fun-
cionais estão diretamente relacionados às alterações de 
desenvolvimento e/ou patologias da anatomia e fisiolo-
gia do órgão dental. Assim, os procedimentos 
terapêuticos devem ser obrigatoriamente baseados na 
anatomia e fisiologia das estruturas do SE. 
 
1.2 - As alterações das estruturas do SE 
As estruturas que compõem o SE são vulneráveis às: 
(1) alterações de desenvolvimento e da erupção dos 
dentes,que afetam o desenvolvimento do processo alveolar; 
(2) Injúrias de diversas naturezas, que podem 
compro-metera integridade da unidade dentária e causar 
a sua per-da. Em ambas situações, o resultado clínico é a 
formação 
de defeitos ósseos. A magnitude desses defeitos depende 
de fatores como: (a) a posição do dente em relação ao pro-
cesso alveolar antes da extração, (b) a natureza do agente 
determinante da perda dentária, e (c) do tempo decorrido 
após a exodontia. Do ponto de vista didático, os defeitos de 
rebordo foram classificados (Quadro 1) por Seibertem 
classe 1, perda vestíbulo-linguo/palatal de tecido com 
altura normal do rebordo numa dimensão ápico-
coronal;classe II, perda ápico-coronal de tecido com 
largura normal do teci-do numa dimensão vestíbulo-
linguo/palatal e classe III, combinação da perda vestíbulo-
linguo/palatal e ápicocoronal de tecido, resultando em 
perda de altura e largura. Também foram classificados por 
Allen em: tipo A, perda em altura; tipo B, perda em 
espessura; tipo C, perda em espessura e altura (defeito 
combinado);e DENISSEM classificou-os em estágios, de 
acordo com o grau de reabsorção: 
Estágio 1 - quando mantém a integridade do pro-
cesso alveolar imediato à exodontia. 
Estágio II - quando ocorre uma diminuição da es-
pessura do processo alveolar. 
Estágio III - quando esta espessura é mínima, carac-
terizando o rebordo em lâmina de faca e 
Estágio IV - quando o processo alveolar é totalmente 
reabsorvido restando o osso basal. 
O impacto dos diversos agentes etiológicos determi-
na uma maior ou menor modificação nos tecidos. É inte-
ressante analisar as relações entre as alterações 
morfológicas do osso alveolar e dos tecidos moles com 
os agentes etiológicos mais importantes que agem nos 
componentes do SE (Quadro 2). 
Fig. 4.1 
0 órgão dental e seus componentes. 
OSSO ALVEOLAR
LÂMINA DURA 
LIGAMENTO PERIODONTAL 
CEMENTO 
 _ MUCOSA ALVEOLAR 
 LINHA MUCO-GENGIVAL 
GENGIVA CERATINIZADA
SULCO GENGIVAL 
PAPILA 
 
• Correlação lmplantodentária 
 
 
Figs. 4.2A-E 
Representação da zona do sorriso (A e B) de um tipo cosmético feminino jovem, enfatizando a harmonia da zona de sorriso em 
relação ao posicionamento dental ótimo (C, D, E). 
 
 
Quadro 1 - Classificação dos defeitos do processo alveolar 
Defeito Nomenclatura de Seibert Nomenclatura de Allen 
Espessura diminuída com preservaçãoda altura Classe 1 Tipo B 
Altura diminuída com preservação da espessura Classe II Tipo A 
Espessura e altura diminuídos Classe III Tipo C 
 
 
65 
 67 
• Correlação lmplantodentária 
 
Figs. 4,3A-C 
Impacto da injúria dos agentes etiológicos sobre os compo-
nentes do SE estabelecendo uma comparação entre as áreas 
edêntulas e a região de ICS. Observar as deformidades do te-
cido ósseo, do tecido gengival e do suporte labial e a reper-
cussão das deformidades na estética orofacial. 
 
Figs. 4.4A-C 
Paciente com complicações estéticas à custa da instalação do 
implante em um leito receptor atrófico sem a prévia recons-
trução dos tecidos. 
 68 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
Figs. 4.5A-E 
Complicação estética e resolução protética através do uso de gengiva artificial removível. (Resolução protética realizada pelo Dr. 
Marcos Régis - Salvador - BA). 
Na fase de planejamento cirúrgico-protético com im-
plantes, o clínico deve capacitar-se a detectar as modifi-
cações ocorridas nas estruturas do SE, com especial aten-
ção às do órgão dental, e a compreender que a reconstru-
ção dos defeitos e a manutenção das estruturas 
anatomicamente bem posicionadas constituem fatores 
determinantes para a obtenção de próteses funcionais e 
estéticas. Para isso, a posição dental ótima final é a refe- 
rência inicial, obtida através de técnicas de enceramento 
diagnóstico, confecção de guias (radiográfico, estético e 
cirúrgico) e recursos de imagem (RX, tomografias, etc.) O 
requerimento de reconstrução das deformidades ósseas 
e dos tecidos moles é, então, determinado pela análise da 
discrepância entre a posição dental ótima final e o 
defeito do rebordo subjacente. (Figura 4.6) 
C 
D 
 71 
• Correlação Implantodentária 
Figs. 4.6A-F 
Importância da obtenção da posição dental ótima final para determinar a magnitude do procedimento de reconstrução requerido. 
 
D 
F
 72 
• Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
2 - A reconstrução dos defeitos 
(estruturas perdidas ou 
modificadas) é obrigatória para 
o êxito do tratamento com 
implantes? 
Vimos na seção anterior que os defeitos ósseos e dos 
tecidos moles que afetam os tecidos remanescentes do 
órgão dental pós-extração geralmente estão presentes 
no paciente indicado para tratamento com implantes 
dentários, e que a observação desses defeitos é compul-
sória ao clínico na fase do planejamento cirúrgico-
protético.Temos então como imperativo questionar se a 
reconstrução das deformidades é obrigatória para se 
obter próteses funcionais e estéticas. 
Para resolver esta questão, devemos analisar separa-
damente o requerimento funcional e estético. Do ponto 
de vista funcional, os caracteres biomecânicos importan-
tes para o êxito da prótese sobre implantes estão associa-
dos, entre outros fatores, ao comprimento e angulação 
dos implantes instalados.As reabsorções parciais do pro-
cesso alveolar, geralmente em pacientes normofaciais, 
não impedem a instalação de implantes longos e com 
angulação satisfatória, o que possibilita a obtenção de 
próteses funcionais, sem que necessariamente sejam 
executados procedimentos de reconstrução. 
Por outro lado, do ponto de vista estético, as mesmas 
reabsorções parciais do processo alveolar comprometem a 
obtenção de próteses com estética satisfatória (Figura 4.7), 
levando-nos a crer que os procedimentos de reconstrução 
são obrigatórios. Não obstante, o fator estético isolado não 
determina a obrigatoriedade da reconstrução, pois existem 
situações onde o requerimento estético não é o principal 
fator para o êxito do tratamento com implantes, como, por 
exemplo, no tratamento do edentulismo parcial posterior. 
Para que possamos estar mais bem posicionados ante 
este dilema da decisão clínica de indicar técnicas de re-
construção do tecido ósseo e dos tecidos moles durante 
o tratamento com implantes, é importante determinar e 
analisar qual é o impacto das deformidades na estética 
orofacial e quais são os fatores e variáveis importantes 
na indicação dessas técnicas. É o que veremos a seguir. 
2.1 - Expectativas do paciente 
O conceito do belo é determinado principalmente por 
fatores culturais (costumes, moda), geográficos (na-
cionalidade), sociais (profissão, classe social), psicológi-
cos (vaidade, timidez), genéticos (sexo, idade, raça), den-
ter outros. 
Fig. 4.7A-C 
Região de ICS onde um implante foi instalado sem uma prévia reconstrução de uma pequena deformidade óssea. 0 resultado 
estético final foi comprometido, apesar de ter sido instalado um implante longo com um bom prognóstico biomecânico. 
A 
 73 
 
• Correlação Implantodentária 
belo são únicos para cada indivíduo. Por exemplo, al-
guém com alto requerimento estético seria uma pessoa 
jovem, do sexo feminino, vaidosa, residente numa 
grande cidade de um país ocidental. Neste contexto, 
analisando exclusivamente o fator expectativa estética 
do paciente, para um indivíduo com alto requerimento 
estético indicam-se os procedimentos de reconstrução 
das deformidades antes e/ou durante o tratamento com 
implantes. 
 
2.2 - Segmento do arco a ser tratado 
Os estudos de DUENAS analisaram o grau de impor-
tância dos dentes,conforme sua posição no arco dentário 
em relação à função mastigatória, estética e fonética, 
cujos dados a respeito nos mostra o Quadro 3.A análise 
desses dados nos possibilita concluir que, no segmento 
anterior da arcada e nos pacientes com grandes expec-
tativas estéticas,toda e qualquer deformidade do rebordo 
ósseo e dos tecidos moles (Quadro 2) deve ser 
reconstruída antes ou durante o tratamento com implan-
tes, já que os dentes anteriores são fundamentais para 
as funções de estética e fonética. Por outro lado, no tra-
tamento do edentulismo parcial posterior os procedi-
mentos de reconstrução só serão obrigatórios se o re-
manescente ósseo for insuficiente para suportar próteses 
funcionais. Neste caso, as técnicas de reconstrução terão 
como principal objetivo o aumento da espessura e altura 
óssea do leito receptor do implante. 
 
2.3 — Tipo cosmético e linha do sorriso 
Como já definido antes, o tipo cosmético é influencia-
do pelo posicionamento da linha do lábio durante o re-
pouso,a fala e o sorriso. Particularmente,o sorriso é único 
para cada indivíduo, realizado por uma interação de di-
versos músculos da mímica facial (Figura 4.8).Quando ele 
se expande, temos a ampliação da janela orofacial e a den-
tição se torna visível, variando na quantidade de exposi-
ção de pessoa para pessoa, durante os vários movimen-
tos do lábio.A abertura da janela orofacial pode não mos-
trar a dentição, ou mostrar parte do dente, todo o dente, 
dente e a faixa de gengiva inserida, ou, finalmente, dente, 
gengiva inserida e mucosa alveolar (Figura 4.9). 
 
Quadro 3 - Importância da estética e 
fonética 
dos d 
ética dos dentes anteriores e 
entes posteriores 
da função mastigatória 
Dente Estética Fonética Função mastigatória 
IC 100 100 40 
IL 90 90 40 
C 80 80 70 
1PM 70 50 60 
2PM 60 40 70 
1M 50 100 
2M 40 90 
3M 
 
 
 
Fig. 4.8 
Representação esquemática dos músculos da expressão facial 
durante o repouso. 
 74 
- Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 
No tratamento dos pacientes com linha de sorriso alta e 
com grandes expectativas estéticas é obrigatória a indicação 
de técnicas de reconstrução dos defeitos do rebordo alveolar, 
visto que uma importância maior é dada ao posicionamento 
do tecido gengival, da mucosa e do processo alveolar pois es-
tas estruturas estarão expostas à visualização direta durante 
os movimentos labiais na fala e no sorriso. 
2.4 - Condição econômica do paciente 
Os pacientes que precisam de procedimentos de re-
construção devem estar cientes de que estes aumentam o 
custo e a duração do tratamento com implantes. Se exis-
tem limitações financeiras, o custo de reconstrução pode 
inviabilizar a conclusão do tratamento situação,o clínico 
deve analisar com o

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