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Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia JOSÉ SCARSO FILHO MAURÍCIO ANDRADE BARRETO URBINO DA ROCHA TUNES Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia JOSÉ SCARSO FILHO, CD Professor da Disciplina de Cirurgia eTraumatologia Bucomaxilofacial da Faculdade de Odontologia de Araraquara — UNESP. Professor do Curso de Especialização em Implantodontia - ABO-BA. MAURÍCIO ANDRADE BARRETO, CD Professor do Curso de Odontologia da Fundação para o Desenvolvimento das Ciências - BA. Professor do Curso de Especialização em Implantodontia da ABO-BA. Graduado em Medicina pela Faculdade Fundação para o Desenvolvimento das Ciências - BA. URBINO DA ROCHA TUNES, CD Professor Titular e Diretor do Curso de Odontologia da Fundação para o Desenvolvimento das Ciências - BA. Professor do Curso de Especialização em Implantodontia da ABO-BA. 2001 DIVISÃO ODONTOLÓGICA Prefácio O objetivo desta obra é discutir importantes aspectos relacionados ao planejamento cirúrgico- protético em implantodontia, com vistas à obtenção da estética e harmonia numa composição dentofacial. A excelência do trabalho está em expor idéias inéditas de forma clara e precisa, de modo a facilitar o aprendizado. Em fundamentos e bases são analisados inicialmente os elementos anatômicos da estética oral e as características do Sistema Bránemark e ITI. Subseqüentemente, foi feito uma correlação entre a anatomia e as características do implante, o que gerou diretrizes primordiais na determinação da melhor posição espacial do implante no processo alveolar. Por fim, discutiu-se uma filosofia de planejamento e tratamento que possibilita a obtenção de estética,função e fonética com a prótese tecido-integrada. A fase clínica procurou descrever a terapia com implantes do início ao fim.Após analisar a abor- dagem inicial do paciente,este capítulo descreveu os passos para confecção de guias e determina- ção do tipo, quantidade e disposição dos implantes. Posteriomente, são descritas as manobras ci- rúrgicas disponíveis para aplicação nas diversas fases do tratamento com implantes e a resolução protética de diversas situações clínicas. Da esquerda para a direita: Dr. Maurício A. Barreto, Dr. Urbino da Rocha Tunes, Dr.José Scarso Filho. XIII índice PARTE 1- FUNDAMENTOS E BASE Capítulo 1 Elementos anatômicos da estética ..................................................................................................... 3 Elementos faciais ................................................................................................................................ 3 Componentes do sorriso ..................................................................................................................... 4 Elementos dentários ........................................................................................................................... 7 Os incisivos centrais superiores (ICS) ................................................................................................ 7 Morfologia alveolar - (ICS) ................................................................................................................ 10 Morfologia dentoalveolar - (ICS) ....................................................................................................... 11 Os incisivos laterais superiores (ILS) ............................................................................................... 1 2 Morfologia alveolar ........................................................................................................................... 15 Morfologia dentoalveolar - (ILS) ........................................................................................................ 16 Os caninos superiores (CS) .............................................................................................................. 18 Morfologia alveolar - (CS) ................................................................................................................. 20 Morfologia dentoalveolar - (CS) ........................................................................................................ 22 Linha mediana dos dentes ................................................................................................................ 23 Proporção áurea ............................................................................................................................... 23 Alinhamento axial ............................................................................................................................. 26 Arranjo dental ................................................................................................................................... 26 Gradação .......................................................................................................................................... 26 Elementos gengivais ......................................................................................................................... 29 Capítulo 2 Características dos sistemas de implantes ....................................................................................... 33 O sistema Brãnemark ....................................................................................................................... 33 Os componentes cirúrgicos .............................................................................................................. 33 Os implantes ..................................................................................................................................... 33 Os cicatrizadores .............................................................................................................................. 35 Os componentes protéticos .............................................................................................................. 35 Edentulismo unitário ......................................................................................................................... 38 Edentulismo parcial ou total .............................................................................................................. 40 Intermediários adaptáveis ................................................................................................................. 42 Sistema ITI ........................................................................................................................................ 43 Os componentes cirúrgicos .............................................................................................................. 45 Os implantes ..................................................................................................................................... 45 xiv Os parafusos de cobertura ou coverscrews ..............................................................................................50 Os componentes protéticos ..............................................................................................................51 Capítulo 3 Correlação dentária ..........................................................................................................................57 Posição ótima do implante ...............................................................................................................57 Sentido vestíbulo-linguo/palatal (ântero-posterior) ..........................................................................58 Sentido mesiodistal (mediolateral) ...................................................................................................60 Sentido ápico-coronal (súpero-inferior) ............................................................................................60 Capítulo 4 Raciocínio para a obtenção da estética com implantes ..................................................................63 Quais estruturas do SE foram perdidasou modificadas? ..................................................................63 A reconstrução dos defeitos (estruturas perdidas ou modificadas) é obrigatória para o êxito do tratamento com implantes? ..............................................................................................................70 PARTE II - FASE CLÍNICA Capítulo 5 Sistemática da abordagem inicial do paciente .................................................................................77 Abordagem inicial do cliente ............................................................................................................77 Aplicação do questionário médico auto-aplicativo ...........................................................................77 Solicitação da documentação inicial ................................................................................................85 Capítulo 6 Planejamento cirúrgico-protético ......................................................................................................91 Obtenção da posição dentária ótima final (PDOF) - Guia de diagnóstico ......................................91 Obtenção da réplica em acrílico incolor do guia de diagnóstico ou do guia estético .....................96 Posicionamento dos marcadores radiopacos: tubos ou cones metálicos .......................................97 Posicionamento do cone metálico ...................................................................................................99 Utilização da liberdade controlada obtida com o cone metálico .......................................................101 Edentulismo Unitário ...................................................................................................................................107 Edentulismo Parcial Superior Anterior .....................................................................................................107 Disposição dos implantes ........................................................................................................................108 PDOI - Posição dentária ótima do implante ........................................................................................110 POOI - Posição óssea ótima do implante ............................................................................................111 PCDI - Posição compatível dente-implante .........................................................................................111 Plano de tratamento final ......................................................................................................................112 Contrato de prestação de serviços ......................................................................................................112 xv Capítulo 7 Procedimentos cirúrgicos ...............................................................................................................119 1 - Pré-Extração ..............................................................................................................................121 2 - Pré-Implante ..............................................................................................................................127 3 - Primeiro Estágio Cirúrgico ........................................................................................................134 4- Entre Estágios Cirúrgicos ...........................................................................................................140 ................ 5 - Segundo Estágio Cirúrgico .......................................................................................................147 Capítulo 8 Procedimentos protéticos ...............................................................................................................157 Reconstrução do edentulismo unitário maxilar anterior - passo a passo ......................................157 Reconstrução do edentulismo parcial maxilar posterior - passo a passo .....................................160 Reconstrução do edentulismo unitário anterior associado à enxerto ósseo - passo a passo ......162 Reconstrução do edentulismo parcial mandibular posterior - passo a passo ......................................164 Reconstrução do edentulismo parcial maxilar anterior e posterior associado à enxerto de seio maxilar ..............................................................................................167 Reconstrução do edentulismo unitário anterior - passo a passo ..................................................171 Parte 1 Fundamentos e base 3 1 Elementos anatômicos da estética O B J E T I V O S D O C A P Í T U L O Ao final deste capítulo o leitor estará apto a compreender o s elementos anatômicos da estética: • facial • dentária • gengival Elementos anatômicos da estética O estudo dos elementos anatômicos da estética é de suma importância, pois a obtenção e a restauração da beleza estão condicionadas, na maioria das vezes, ao restabelecimento dos padrões anatômicos normais. O objetivo deste capítulo é discutir um a um esses elemen- tos da estética, como nos resume o Quadro 1. Quadro 1 — Elementos anatõmicos da estética Elementos Faciais Elementos Dentários Elementos Gengivais Sulcos da expressão facial Morfologia dentária Gengiva inserida Componentes do sorriso Morfologia alveolar Gengiva marginal livre Linha do lábio Morfologia dentoalveolar Papila Espaço negativo Linha mediana dos dentes Mucosa alveolar Simetria do sorriso Proporção áurea Linha oclusal ou plano frontal Alinhamento axial de oclusão Arranjo dental Sorriso perfeito Gradação Elementos faciais As relações existentes entre os dentes e os lábios no sorrir e sua integração harmônica com a face são fatores determinantes na composição de um sorriso agradável. Daí a importância do estudo dos elementos anatômicos da estética facial. Sulcos da expressão facial A presença de sulcos e cristas na epiderme, em uma disposição perpendicular à ação muscular, ocorre naturalmente com a contração dos músculos da expressão facial e tende a tornar-se mais visível à medida que o indivíduo envelhece. O arcabouço dentoalveolar age decisivamente no suporte labial, influenciando a estética da zona do sorriso. Observar a Figura 1.1, que especifica os principais sulcos da face. • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Fig.1.1 Sulcos e cristas da região perioral. Componentes do sorriso Linha do lábio A magnitude da exposição dentária durante o sorriso é fator estético decisivo na composição dentofacial. A Odontologia costuma classificar a linha do lábio em refe- rência à exposição do ICS como sendo alta, mediana e baixa (Figuras 1.2A-C). Os fatores determinantes no posicionamento do lábio são o grau de contração da musculatura facial, e a morfologia dentoalveolar. Do ponto de vista estético, o posicionamento verti- cal ideal durante o sorriso é aquele em que a borda do lábio se situa na margem cervical dos incisivos centrais superiores. A linha do lábio superior durante o sorriso deve, idealmente, perfazer uma curvatura de concavidade superior desenhada ao longo das bordas cervicais dos quatro incisivos anteriores superiores. A linha do lábio infer ior deve apresentar uma concavidade superior mais acentuada e acompanhar a borda incisoclusal dos dentes superiores (Figura 1.3). Espaço negativo ou corredor bucal Podemos descrever o espaço negativo como um es- paço escuro que aparece lateralmente na cavidade oral durante o sorriso e na abertura da boca. Este elemento anatômico confere suavidade e mistério à composição 4 dentofacial, enquanto sua ausência confere uma apa- rência agressiva ao indivíduo (Figuras 1.4A-B). Simetria do sorriso A simetria do sorriso refere-se ao posicionamento relativamente simétrico dos cantos da boca no plano vertical. Numa vista frontal, a linha comissural deve coincidir coma linha pupilar, e na composição dentolabial a linha comissural deve coincidir com o plano oclusal. (Figuras 1.5A-B). Sorriso perfeito De acordo com os padrões de beleza e harmonia in- corporados em nossa cultura, este é o retrato do sorriso perfeito (Figura 1.6): 1. A borda do lábio superior situa-se na margem gengival dos incisivos centrais superiores e apre- senta uma discreta concavidade superior. 2. A linha do lábio inferior durante o sorriso deve, idealmente, perfazer uma curvatura de concavidade superior desenhada ao longo das bordas incisais dos quatro incisivos anteriores superiores. 3. Deverá haver a presença de espaço negativo bi- lateral. 4. A linha comissural deve correr paralela à linha pupilar. 5 • Elementos Anatômicos da Estética Fig. 1.3 Linha do sorriso mostrando a posição do lábio superior e a relação da borda incisoclusal dos dentes superiores com o lábio inferior. B Fig. 1.2 A-C Linhas do sorriso (alta-A, mediana-B e baixa-C). 6 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Fig. 1.4A-B Espaço negativo comprometido (A) e preservado (8). Fig. 15A-B Posicionamento do lábio em relação ao plano oclusal e à linha pupilar, caracterizando um sorriso simétrico. Fig.1.6 Sorriso esteticamente agradável. A B A B 7 • Elementos Anatômicos da Estética • Elementos dentários Morfologia dentária A unidade dentária, do ponto de vista anatômico, é dividida em coroa, colo e raiz (Figura 1.7).A harmonia e a beleza dos dentes dependem da forma e proporção correta entre suas partes.A forma e a proporção dentária, por sua vez, seguem princípios de convergência que in- fluenciam todos os dentes (Figuras 1.8A-D). A B C D Fig. 1.8A-D Convergências dentárias. (A) Convergência apical das faces proximais. (B) Convergência incisai ou oclusal das faces vestibular e palatal. (C) Convergência lingual das faces proximais. (D) Convergência distal das faces vestibular e palatal. Os incisivos centrais superiores (ICS) Os ICS estão numa posição anteriorizada do arco su- perior. Representam, possivelmente, uma referência es- tética no sorriso, por causa do seu volume, posição e visibilidade. Do ponto de vista morfofuncional, são os primeiros a entrar em contato com os alimentos, são não-cuspidados, devido à presença de uma face incisai e não-oclusal e desempenham a função de corte dos alimentos. Características (Figuras 1.9-1.10) Comprimentos médios : • Total - 22,5 mm • Coroa - 10 mm • Raiz - 12,5 mm Diâmetros médios: • MD - 9 mm (1 /3 incisai) • MD - 7 mm (colo anatômico ) • VL - 7 mm (1/3 cervical) • VL - 6 mm (colo anatômico ) Raiz Cirúrgico Colo Anatômico Clínico Coroa 1/3 cervical 1 /3 mediano 1/3 incisai Fig.1.7 Divisão anatômica da unidade dentária. 8 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia FIG 1.9 Incisivo central superior: comprimento e diâmetro. Coroa - Face vestibular (interna) (Figura 1.11) • Forma trapezoidal com base incisai • É convexa com acentuação no terço cervical • Bordo mesial e distal convexos e com inclinação de 12° e 15° respectivamente, sendo o mesial maior que o distal • Bordo incisai com duas incisuras e três lobos de desenvolvimento:o distal maior e o central menor • Presença de dois ângulos: mesioincisal com vértice mais marcado e distoincisal mais alto e mais arredondado Coroa - Face palatina (interna) (Figura 1.12) • É triangular • Presença de uma depressão central ou fossa central FIG. 1.10 Incisivo central superior: diâmetro vestibulopalatal. • Presença do processo cervical ou quatro lobos de desenvolvimento ou cíngulo • Presença de cristas marginais Coroa - Face proximal (Figura 1.13) • É triangular • Região cervical com concavidade apical • Lado vestibular convexo (1/3 cervical) e plano • Lado palatino côncavo e convexo • Colo anatômico mesial mais inferior que o distal Raiz (Figura 1.14) • Simples e cônica • Comprimento levemente maior que a coroa • Seção triangular à custa da convergência lingual das faces proximais FIG. 1.11 Incisivo central superior: face vestibular (externa). FIG. 1.12 Incisivo central superior: face palatina (interna). 14 • Elementos Anatômicos da Estética • FIG. 1.13 Incisivo central superior: face proximal (A) e em corte (B). FIG. 1.14 A-B (A) Incisivo central superior: vista proximal e em cortes da raiz no 1/3 apical, 1/3 mediano e 1/3 cervical. (B) Incisivo central superior: vista vestibular. B • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia • Morfologia alveolar - ICS Vista anterior (vestibular) (Figura 1.15) Convexa, caracterizada pela presença da eminência incisiva, que constitui um abaulamento ósseo decorrente do volume da raiz do incisivo. Vista posterior (palatina) (Figura 1.16) Côncava,caracterizada pela presença de muitos forames nutritivos e pela proximidade com o canal incisivo. Vista inferior (Figura 1.17) Quadrangular,caracterizada pela presença do alvéolo do ICS e um septo ósseo bilateral, sendo o distal estreito e o mesial espesso. Vista superior (Figura 1.18) Ampla e contígua com a fossa nasal. Presença da óstio superior do canal incisivo. FIG. 1.15 Vista anterior do processo alveolar na região central superior. Destaque ao incisivo central. FIG. 1.16 Vista posterior do processo alveolar na região central supe- rior. Destaque ao incisivo central. FIG. 1.17 Vista inferior do processo alveolar na região central superior. Destaque ao incisivo central. FIG. 1.18 Vista superior do processo alveolar na região central su- perior. Destaque ao incisivo central. 16 • Elementos Anatômicos da Estética • Morfologia dentoalveolar - ICS dentoalveolar determina diretr izes impor tantes para o p l a n e j a m e n t o c i r ú r g i c o - p r o t é t i c o em As unidades dentárias apresentam uma dispo- implantodont ia. sição espacial tridimensional específica em relação As Figuras 1.19 a 1.21, demonstram a relação ao processo alveolar, e o estudo da mor fo log ia dentoalveolar nos diversos planos de corte. FIG.1.19 Corte sagital - Posição do ICS em relação ao processo alveolar. Observar que o dente tem o seu longo eixo deslocado para vestibular, o que determina uma tábua óssea vestibular fina e uma tábua óssea palatina espessa. Em relação ao plano verti-cal o lCS tem sua raiz desviada para palatino em 17°. FIG.1.20A-B Corte coronal - Posição do /CS em relação ao processo alveolar. Em relação ao plano vertical o ICS tem sua raiz desviada para distal em 3°, distanciando o seu ápice do canal incisivo. B 17 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia FIG. 1.21A-C Cortes horizontais dos dentes anteriores na região do colo anatômico - Posição dos dentes anteriores em relação ao processo alveolar (A). Observar o aspecto triangular do ICS (B) e sua progressão ovalada à medida que se aproxima do ápice radicular (C). Os incisivos laterais superiores (ILS) Características (Figuras 1.22 e 1.23) Comprimentos médios − Total-21,2mm Coroa - 8 mm − Raiz - 13,2 mm Diâmetros médios − MD — 6,4 mm (1 /3 incisai ) MD - 5 mm (colo anatômico ) − VL - 6,0 mm (1/3 cervical ) VL - 5 mm (colo anatômico ) Coroa - Face vestibular (externa) (Figura 1.24) • Borda incisai em dois segmentos: mesial (pouco inclinado) e distal (muito inclinado,dando um as- pecto caniniforme). • Ângulo mesial arredondado e distal sumariamen- te arredondado. • Bordos proximais diferentes entre si:distai bastante inclinado e menor e o mesial vertical e maior. Coroa - Face palatina (interna)(Figura 1.25) • Presença de cristas marginais bem marcadas • Presença do cíngulo proeminente • Presença mais freqüente do forame cego Coroa - Face proximal (Figura 1.26) • É triangular • Lado cervical com concavidade apical • Lado vestibular convexo (1/3 cervical) e plano • Lado palatino côncavo-convexo • Facedis ta l menor e mais convexa que a mesial Raiz (Figura 1.27) • Simples e cônica • Achatada no sentido MD • Sulcos laterais mais freqüentes • Seção transversal oval B C 18 FIG. 1.22 Incisivo lateral superior: comprimento e diâmetro. FIG. 1.23 Incisivo lateral superior: diâmetro VL. FIG. 1.24 Incisivo lateral superior: face vestibular. 14 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia FIG. 1.25 Incisivo lateral superior: face palatina. FIG. 1.26 Incisivo lateral superior: vista proximal (A) e em corte (B). • Elementos Anatômicos da Estética • Morfologia alveolar - ILS Vista anterior (Figura 1.28) Côncava, caracterizada pela presença da fossa incisi- va, às custas do reduzido volume da raiz do ILS. Vista posterior (Figura 1.29) Côncava, caracterizada pela presença de muitos forames nutritivos. Vista inferior (Figura 1.30) Quadrangular, caracterizada pela presença do alvéolo do ILS e estreitos septos ósseos bilaterais. Vista superior (Figura 1.31) Marcada pela presença da incisura nasal e pilar ca- nino. Dependendo da extensão lateral da fossa nasal, o ápice do ILS pode se relacionar com a fossa nasal ou o pilar canino. FIG. 1.27 16 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia • Vista anterior do processo alveolar na região do incisivo lateral Vista posterior do processo alveolar na região do incisivo late- superior. ral superior. Vista inferior do processo alveolar na região do incisivo late- Vista superior do processo alveolar na região do incisivo lateral ral superior. superior. Morfologia Dentoalveolar - ILS As Figuras 1.32 a 1.34 d e m o n s t r a m a relação dentoalveolar nos diversos planos de corte. FIG. 1.32 Corte Sagital - Posição do ILS em relação ao processo alveolar. Ob- servar que o dente tem o seu longo eixo deslocado para vestibular, o que determina uma tábua óssea vestibular fina e uma tábua óssea palatina espessa. Em relação ao plano vertical o ILS tem sua raiz desviada para palatino em 22°. FIG. 1.28 FIG. 1.29 FIG. 1.30 FIG. 1.31 17 • Elementos Anatômicos da Estética • FIG .1.33 Corte Coronal - Posição do ILS em relação ao processo alveolar. Em relação ao plano vertical o ILS tem sua raiz desviada para distal em 5°. FIG. 1.34 Corte Horizontal dos dentes anteriores na região do colo anatômico - Posição dos dentes anteriores em relação ao processo alveolar, em destaque o ILS. Observar o aspecto ovalado na região do colo anatômico e em toda extensão da raiz. 18 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Os caninos superiores (CS) Os caninos superiores compõem, juntamente com os incisivos, os dentes da bateria anterior da arcada. Repre- sentam uma transição entre incisivos e pré-molares, sen- do considerados unicuspidados. São dentes muito po- tentes, com raiz longa e volumosa, adequada à demanda de carga oclusal imposta pela guia lateral e anterior,e tem a função de dilacerar alimentos. Características Comprimentos médios (Figura 1.35) • Total -26,8 mm • Coroa - 9,5 mm • Raiz - 17,3 mm Diâmetros médios (Figuras 1.35 e 1.36) • MD - 8 mm (1/3 incisai ) • MD - 5.5 mm (Colo anatômico ) • VL - 7.6 mm (1/3 cervical ) • VL - 7 mm (Colo anatômico) Coroa - Face vestibular (Figura 1.37) • Pentagonal e lanceolada • Acidentes anatômicos marcados com exuberância • Presença de 2 sulcos de desenvolvimento bem- marcados, sendo o lobo mediano maior e o lobo mesial menor Presença de bossa vestibular bastante proeminen- te no terço cervical É bastante convexa no sentido cervicoclusal e mesiodistal • Borda mesial convexa (3/4 da altura da coroa) e distal muito convexa e mais curta que a mesial (2/3 da altura da coroa) • Face incisai em V e com dois segmentos, sendo o mesial menor e menos inclinado e o distal maior e mais inclinado • Ângulo distal obtuso e mais arredondado que o mesial Coroa - Face palatina (Figura 1.38) • É pentagonal • Presença do cíngulo volumoso e característico • Presença de cristas marginais M e D • Presença de uma eminência mediana volumosa (crista lingual) • Presença eventual do forame cego Coroa - Face proximal (Figura 1.39) • É triangular • É convexa no terço incisai e plana ou deprimida no terço cervical • Face distal menor e bem mais convexa que a mesial • Face mesial mais plana e menos escavada no terço cervical Raiz (Figura 1.40) • É a maior e a mais volumosa raiz dentária, criando a eminência canina • É simples, cônica e com discreto grau de achata- mento MD • Apresenta secção transversal oval com superfície vestibular mais larga que palatina • Presença de sulcos laterais M e D discretos FIG. 1.35 Canino superior: comprimento e diâmetro. FIG. 1.36 Canino superior: diâmetro VL. 19 • Elementos Anatômicos da Estética • FIG. 1.37 Canino superior: face vestibular. HG. 1.38 Canino superior: face palatina. FIG. 1.39 Canino superior: face proximal (A) e em corte (B). 20 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia FIG. 1.40A-C Canino superior — raiz: (A) vista vestibular, (B) vista proximal e em cortes da raiz do 1/3 apical, 1/3 mediano e 1/3 cervical. Morfologia a lveolar - CS Vista anterior (Figura 1.41) Convexa, caracterizada pela presença da eminência canina, que constitui um abaulamento ósseo decorrente do volume da raiz do CS. Vista posterior (Figura 1.42) Côncava, caracterizada pela presença de muitos forames nutritivos. Vista inferior (Figura 1.43) Quadrangular, caracterizada pela presença do alvéo- lo do CS e estreitos septos ósseos bilaterais. Vista superior (Figura 1.44) É contígua com o pilar canino, que representa uma área de espessamento ósseo e um arco de reforço da face. Na cirurgia, é um importante sítio receptor de im- plantes, pois sua extensão possibilita a instalação de implantes longos e bem ancorados. A B 21 • Elementos Anatômicos da Estética • Vista anterior do processo alveolar na região do canino superior Vista posterior do processo alveolar na região do canino superior- FIG. 1.43 Vista inferior do processo alveolar na região do canino su- perior. FIG. 1.44 Vista superior do processo alveolar na região do canino su- perior. FIG. 1.41 FIG. 1.42 22 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Morfologia dentoalveolar - CS As Figuras 1.45 a 1.47 demonstram a relação dentoalveolar nos diversos planos de corte. FIG. 1.45 Corte Sagital - Posição do CS em relação ao processo alveolar. Ob- servar que o dente tem o seu longo eixo deslocado para vestibular, o que determina uma tábua óssea vestibular fina e uma tábua ós- sea palatina espessa. Em relação ao plano vertical o CS tem sua raiz desviada para palatino em 17° . Observar que o volume da raiz do CS cria a eminência canina. FIG. 1.46A-B Corte Coronal - Posição do CS em relação ao processo alveolar. Em relação ao plano vertical o CS tem sua raiz desviada para distal em 6° . 1 23 • Elementos Anatômicos da Estética • FIG. 1.47 A-B Corte Horizontal - Posição dos dentes anteriores em relação ao processo alveolar. Em destaque o ICS. Observar o aspecto ovalado na região do colo anatômico e em toda extensão da raiz e a convexidade vestibular da eminência canina. Linha mediana dos dentes O posicionamento correto da linha mediana dos den- tes,ou seja,a linha vertical imaginária que separa os dois incisivos centrais,coincidente com a linha mediana facial, tem sido considerado como um pré-requisito para uma restauração adequada do edentulismo maxilar anterior. Outros autores acreditam que desvios discretos da linha mediana obrigatoriamente não comprometem a harmonia da composição dentofacial (Figuras 1.48A-B). Na restauração da região edêntula maxilar anterior deve-se buscar, como sendo ideal, a coincidência da li- nha mediana dos dentes com a linha mediana facial. Para isso,reparos anatômicos intra-orais, como a papila incisiva va, e extra-orais, como o ponto násio, subnasal, são refe- rências importantes. (Figuras 1.49A-B). Proporção Áurea A harmonia das proporções constitui um princípio estético. Duas partes, uma maior e outra menor, estã em proporção áurea quando seus tamanhos permanecem em harmonia. Desde a Antiguidade,filósofos e matemáticos gregos demonstraram preocupação em definir as leis da beleza e da harmonia. Coube a Pitágoras a representação matemática da proporção áurea (Figura 1.50), como sendo: a relação entre o menor e o maior é igual à soma do todo em relação ao maior. FIG 1.48A-B Visualização da composição dentolabial com a linha média desviada (A) e bem posicionada (B). B 24 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia M e _ ________M a _ _ _ _ ____ 2 _ _ _ = 0 , 6 1 8 M a M e + M a 1 + ~ FIG 1.50 Representação matemática da proporção áurea. A possibilidade de aplicar essa regra na Odontolo- gia baseia-se na constatação de que vários elementos da composição dentofacial estão em proporção áurea, podendo esta assim ser empregada principal-mente nas reabilitações. LEVIN observou que nas dentições esteticamente agradáveis, vistas de frente, a lar- FIG 1.49A-B Importância das referências extra-orais (A) e da papila incisiva (B) na determinação da linha mediana dos dentes. gura do ICS está em proporção áurea com o ILS, que por sua vez está em proporção áurea com a parte an- terior visível do CS (Figuras 1.51 e 1.52). Constatou, também, que a largura da metade do sorriso, ou seja, do canto da boca até a linha mediana dos dentes, está em proporção áurea com a largura da metade do seg- mento dentário anterior, que representa a distância entre a linha mediana dos dentes e a unidade dentária mais proeminente que faz a transição com o segmento posterior, podendo ser o canino ou o pré-molar (Fi- gura 1.53). LEVIN desenvolveu, então, grades de pro- porção áurea relacionando a largura do ICS aos outros 3 ou 4 dentes do segmento anterior e à largura do sor- riso (Figuras 1.53 e 1.54). FIG. 1.51 Percepção da proporção áurea. Observe que no lado direito (A) existe desarmonia às custas do maior volume do incisivo lateral superior. B A Grades de LEVIN. • Elementos Anatômicos da Estética • FIG. 1.52 Proporção áurea: percentual nos dentes anteriores superiores. FIG. 1.53A-B Demonstração da aplicação clínica da grade. B 26 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Alinhamento axial É geralmente aceito que os dentes anteriores supe- riores apresentem, ou pelo menos deveriam apresentar numa vista frontal, uma inclinação distal que se torna progressivamente mais pronunciada do incisivo para o canino.Os dentes posteriores são percebidos da mesma maneira (Figuras 1.55A-C). Arranjo dental Após a perda dentária, a reposição dos dentes no segmento anterior da arcada revela-se um desafio, mesmo para clínicos experientes. Esta dificuldade torna- se progressiva com o aumento do número de unidades perdi-das e com a reabsorção do rebordo. Na reabilitação oral, devemos ter em mente que o arco dentário pode ter o formato quadrado, oval e afilado (Figuras 1.56A- C). Quanto ao posicionamento dos dentes, este é realizado pelos métodos empírico, fonético e por meio de marcos anatômicos.O método fonético é bastante eficaz na de-terminação da DVO (dimensão vertical de oclusão) e considerando os marcos anatômicos, a papila incisiva constitui um ponto de referência seguro, visto que sua posição é pouco afetada pela reabsorção óssea. Tem sido demonstrado que uma linha reta que passa pela ponta dos caninos corta o meio da papila incisiva,constituindo esta a linha canino-papila-canino (linha CPC).Outro au- tor determinou que a distância média da parte posterior da papila incisiva até o ponto mais vestibular da face anterior do ICS é de 12,5mm, com desvio-padrão de 3,8mm (Figura 1.57). Gradação As unidades dentárias estão alinhadas uma após a outra, de forma que, numa percepção frontal, devamos ter a impressão de uma redução visual progressiva do tamanho do dente mais próximo para o mais distante (Figuras 1.58A-B). A progressão ântero-posterior dos dentes gera o fenômeno da gradação que, juntamente com a presença do corredor bucal ou espaço lateral ne- gativo confere a ilusão de profundidade e mistério ca- racterísticos de uma composição dentofacial harmônica e bela. Outro pré-requesito para obtermos o efeito de gradação é o alinhamento das faces vestibulares e ver- tentes oclusais dos dentes posteriores (Figura 1.59) e a existência de um dente de transição entre o segmento anterior e posterior da arcada, sendo este o canino ou o pré-molar. FIG. 1.55A-C Alinhamento axial correto dos dentes anteriores e posteriores. A C B 27 • Elementos Anatômicos da Estética • FIG. 1.56 Tipos de arcos dentários: quadrado (A), oval (B) afilado (C). FIG. 1.57 Linha canino-papila-canino. A B C 28 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia • A FIG. 1.58A-D Esquema de gradação — redução visual progressiva. FIG.1.59 29 • Elementos Anatômicos da Estética Elementos gengivais Por sua grande importância estética, a anatomia dentária do segmento anterior da arcada deve ser apre- ciada conforme seu relacionamento com as estruturas circundantes, principalmente a gengiva e os lábios. As- sim,é mais do que necessário conhecermos os elementos anatômicos da estética gengival, como faremos a seguir. Gengiva A gengiva recobre a parte marginal dos dentes e do processo alveolar e compõe parte do epi tél io de revestimento da cavidade oral. A Figura 1.60 demonstra os elementos anatômicos da estética gengival. A gengiva inserida inicia-se na junção mucogengival e termina na gengiva livre, a qual, por sua vez, divide-se em gengiva marginal e papila. A papila é a extensão da gengiva marginal e esta cria, no seu relacionamento com o dente,a margem gengival.A mucosa alveolar reveste a porção medioapical do processo alveolar, iniciando-se na junção mucogengival e progredindo em direção ao lábio superior. Para que o tecido seja considerado agradável e belo, e passe pelo crivo de uma apreciação estética, deve res- peitar os seguintes requisitos: Gengiva inserida 1. O contorno deve transparecer o volume da emi- nência canina e incisiva, bem como a suave depressão da fossa incisiva e canina (Figura 1.61). 2. Sua cor deve corresponder a uma variação do róseo pálido, nos indivíduos de raça branca, até uma tonalidade marrom-escuro nos indivíduos negros. 3. A textura deve corresponder a uma casca de la- ranja, devido a presença de pequenas depressões e ele- vações causadas pela existência de uma firme conexão do tecido gengival às fibras colágenas subjacentes por meio da membrana basal subjacente. 4. A largura deve ser de, no mínimo, 2 mm. Papila 1. O contorno da papila deve preencher totalmente o espaço interdental de vestibular até lingual e deve estender-se coronalmente até próximo ao ponto de con- tato (Figura 1.62) 2. Sua cor deve corresponder ao padrão estético estabelecido para a gengiva inserida. Margem gengival 1. O contorno deve ser de uma linha ondulada com múltiplas convexidades apicais relativamente simétricas entre dentes homólogos (Figura 1.63). 2. O zênite (ponto máximo gengival) deve estar leve-mente deslocado para distal no ICS e CS e alinhado ao longo do eixo do dente no ILS (Figura 1.64).No plano ápico- coronal e numa vista frontal,analisando-se um paciente com padrão oclusal de classe I, o zênite dos ICS deve estar num mesmo plano horizontal (Figura 1.65). Observamos o mesmo comportamento nos ILS e CS,mas em níveis diferentes, mais abaixo para os ILS e ligeiramente acima para os CS. Mucosa alveolar 1. Sua superfície é lisa, não ceratinizada e de cor mais avermelhada. Suaapreciação é limitada aos pacientes com linha de sorriso alta e/ou nos pacientes com faixa estreita de gengiva inserida,tendo, portanto, uma impor- tância estética relativa (Figura 1.66). Elementos anatômicos da estética gengival Contorno – gengiva inserida. Fig. 1.60 FIG. 1.61 30 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia • Papila. Margem gengival. FIG. 1.62 FIG.1.63 Posicionamento do zênite gengival em relação ao plano vertical. Posicionamento do zênite gengival. FIG. 1.64 FIG. 1.65 FIG. 1.66 Mucosa alveolar. 31 • Elementos Anatômicos da Estética • Referências Bibliográficas RUFENACHT, C. R. - Fundamentos da Estética. Quintessence Editora - Editora Santos. 1998. GROSS,C.M.- GrayAnatomia. Editora Guanabara Koogan, PICOSSE, M. - Anatomia D e n t á r i a . Editora Sarvier. 29a edição.1998. 3a edição. 33 2 Características dos Sistemas de Implantes Fábio Bezerra OBJETIVOS DO CAPÍTULO Ao final deste capítulo o leitor estará apto a identificar e caracterizar os componentes: • cirúrgicos do sistema Bránemark e ITI • protéticos do sistema Bránemark e ITI Para que ocorra a restauração da beleza e harmonia da composição dentogengiva l em situações de edentulismo é preciso que haja um restabelecimento anatômico e fisiológico integral. Porém, as diferenças existentes entre o formato dos implantes, como para- fusos e cilindros, e das unidades dentárias são fatores que influem bastante no restabelecimento funcional e estético. Por isso, a exata compreensão das caracterís- ticas dos implantes e dos componentes protéticos cons- titui-se em um pré-requisito para o planejamento ade- quado de uma prótese sobre implantes. Entre os sistemas de implantes mais utilizados no mundo estão o sistema Bránemark e o sistema ITI,cujas características descreveremos nesse capítulo de forma sucinta e ilustrada. Caso se deseje empregar outros sis- temas no planejamento cirúrgico-protético, e que não sejam semelhantes aos dois estudados aqui, recomen- damos consultar o catálogo de produtos do fabricante. O sistema Bránemark O sistema de implantes Bránemark constitui-se basi- camente de componentes cirúrgicos que são parafu- sos de titânio passíveis de osseointegração quando posicionados na intimidade do tecido ósseo sob deter- minadas condições, e de componentes protéticos, que possibilitam a retenção e estabilidade de uma coroa protética por meio de parafusos ou elementos de cimentação (Figuras 2.1). Os componentes cirúrgicos Os componentes cirúrgicos que importam no plane- jamento estético são os implantes (parafusos) e os cicatrizadores. Os implantes Os implantes do sistema Bránemark são formados por três partes: uma ponta, um corpo (passos de rosca) e uma plataforma (cabeça). Conceituamos essa última como a porção mais coronal do implante,cujo diâmetro é a base para a sua classificação (Figura 2.2). Os implantes estão disponíveis em três grupos segun- do o diâmetro das plataformas, as quais denominamos em ordem crescente de tamanho, plataforma estreita (NP,do inglês narrow platform), plataforma regular (RP, do inglês regular platform) e plataforma larga (WP, do inglês wide platform). (Figuras 2.3A-C). O comprimento do implante independe do tipo de plataforma, ou seja, um implante de 10mm de comprimento está disponível em todas as três plataformas. 34 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Fig. 2.1 Desenho esquemático representando os componentes cirúrgicos e protéticos do sistema Bránemark. Fig. 2.2 Partes do implante. Observe que a cabeça do implante representa a sua plataforma. Passos de Rosca 35 • Características dos Sistemas de Implantes Figs. 2.3A-C Desenho esquemático representando as plataformas estreita (A), regular (B) e larga (C). Em geral,as implicações estéticas que um tipo espe- cífico de plataforma pode causar se devem à discrepân- cia entre o diâmetro da cabeça do implante e a forma do colo cirúrgico do dente. Obviamente não existem den- tes exatamente cilíndricos e este é o"xis"da questão, pois os implantes são dessa forma. (Figura 2.4).O ideal seria aplicar a plataforma de implante mais semelhante pos- sível ao tamanho do colo cirúrgico do dente a ser reconstruído (Figuras 2.5A-C). Os cicatrizadores Os cicatrizadores são dispositivos metálicos de titânio utilizados para guiar a cicatrização da mucosa periimplantar após o período de cicatrização, estando o implante já osseointegrado. Estão disponíveis nas plata- formas NP, RP,WP (Figuras 2.6A-C). Os componentes protéticos Os componentes protéticos do sistema Bránemark que se acoplam diretamente à plataforma do implante para reter a coroa protética são denominados de intermediários,ou simplesmente pilares ou abutments. Estes estão divididos em dois grupos principais: os componentes pré-usinados e os componentes adap- táveis (Figura 2.7). A diferença entre eles está na ne- cessidade de preparo (desgaste) dos componentes adaptáveis antes da inserção da coroa protética. A se- guir enumeramos as características dos dois grupos de componentes e sua indicação conforme o edentulismo. Fig. 2.4 Relação entre o tamanho e o formato da raiz dentária e da plataforma do implante no incisivo central superior. 2,4mm B 36 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Figs. 2.5A-C Adequação da plataforma ao colo cirúrgico. Observe que para dentes estreitos utiliza-se implantes estreitos (plataforma es- treita-NP) (A), para dentes de diâmetro médio como incisivos superiores e pré-molares utiliza-se implantes regulares (plataforma regular-RP) (B) e para dentes largos utiliza-se implantes largos (plataforma larga-WP) (C). A B • Características dos Sistemas de Implantes 5,5mm Figuras. 2.6A-C Cicatrizadores de plataforma estreita-NP (A), regular-RP (B) e larga-WP (C). Opções de Tratamento Restaurador Figura 2.7 Opções de tratamento restaurador com os intermediários (abutment) do sistema Bránemark. 4mm SDCA 569 3mm SDCA 568 5mm SDCA 570 5,1mm 3mm SDCA 153-0 4mm SCPB 010-0 5.5mm SCPB 011-0 7mm SOPA 042-0 B 3mm SDCA 697 4mm SDCA 696 5,5mm SDCA 695 38 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Edentulismo unitário 1. Intermediários pré-usinados 1.1 CeraOne (NP/RP/WP) (Figura 2.8) SDCA 332 SDCA 333 SDCA 334 SDCA 335 SDCA 336 Fig. 2.8 Intermediário CeraOne com os códigos da plataforma regular (RP). 1.2 STR (NP) (Figura 2.9) Indicação: Prótese unitária cimentada em situações de espaço mesiodistal reduzido. Características: Disponível nas alturas de 1,2,3 e 4 mm Diâmetro no limite intermediário/coroa: NP: 4,0mm Fig. 2.9 Intermediário STR com os códigos da plataforma estreita (NP). 1.3 EsthetiCone – (RP) (Figura 2.10) Indicação: Prótese unitária parafusada. Características: Tem dispositivo anti-rotacional. Disponível nas alturas de 1, 2 e 3mm. Espaço vertical mínimo requerido: 6,7mm Diâmetro no limite intermediário/coroa: RP:4,8mm Fig. 2.10 Intermediário EsthetiCone com os códigos da plataforma regular (RP). 4,8mm 1 mm DCA 777-0 2mm DCA 601-0 3mm DCA 602-0 4mm DCA 603-0 Indicação: Prótese unitária cimentada Características: Disponível nas alturas: NP-1,2e3mm RP-1,2,3,4e5mm WP-1,2e3mm Espaço vertical mínimo requerido: RP: 6,0mm Diâmetro no limite intermediário/coroa: NP:4,8mm RP: 4,8mm WP:6,0mm — 4,8mm — SDCA 136 SDCA 134 SDCA 135 - 4 8mm 39 • Características dos Sistemas de Implantes 2. Intermediários Adaptáveis 2.1 TIAdapt (NP/RP/WP) (Figura 2.11) Indicação: Prótese unitária ou múltipla cimentada ou parafusada. Características: Confeccionado com titânio comer- cialmente puro. Disponível na forma de poste reto e angulado 15°. Espaço vertical mínimo requerido: variável Diâmetro no limite intermediário/coroa: NP - 4,5mm RP - 5,6 ou 7mm WP - 6,7 ou 8mm Nota: medidas referentesao pilar reto. Fig. 2.11 Intermediário TiAdapt com os códigos da plataforma regular (RP). 2.2 - CerAdapt (RP) (Figura 2.12) Indicação: Prótese unitária parafusada ou cimenta-da na região de incisivos e pré-molares superiores. Características:Confeccionado de óxido de alumínio densamente sinterizado. Disponível apenas na forma de pilar reto. Espaço vertical mínimo requerido: variável Diâmetro no limite intermediário/coroa: RP:6,0mm Fig. 2.12 Intermediário CerAdapt com o código da plataforma regular (RP). ¢ ø5x8mm DCA 1016-0 ¢ 5 x 1 1 mm DCA 1020-0 0 6 x 8mm DCA 1018-0 ¢ 6 x l 1 mm DCA 1022-0 0 7 x 1 1 mm DCA 1024-0 150 DCA 1008-0 25° DCA 1012-0 25485 40 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 2.3 AurAdapt (NP/RP/WP) (Figura 2.13) Indicação: Prótese unitária parafusada e cimentada. Características:Confeccionado de liga áurica. Disponível apenas na forma de pilar reto. É um intermediário adaptável com tubo calcinável que permite mais facilidade ao fazer o enceramento ao invés de prepará-lo. Diâmetro no limite intermediário/coroa: NP - 3,7mm RP - 4,8mm WP - 5,3mm Fig. 2.13 Intermediários AurAdapt com o código da plataforma regular (RP). Edentulismo parcial ou total 1. Intermediários Pré-usinados 1.1 MirusCone (NP/RP/WP) (Figura 2.14) Indicação: Prótese múltipla parafusada em situações de espaço vertical reduzido. Características: Disponível nas alturas de 1,2 e 3 mm. Espaço vertical mínimo requerido:4,5mm Diâmetro no limite intermediário/coroa: NP - 4,8mm RP - 4,8mm WP - 5,8mm Fig. 2.14 Intermediário Mirus Cone com os cógidos da plataforma re- gular (RP). 1 m m SDCA 419-0 2mm SDCA 422-0 3mm SDCA 425-0 41 • Características dos Sistemas de Implantes 1.2 Standar (NP/RP) (Figura 2.15) Indicação: Prótese múltipla parafusada em situações de pequeno requerimento estético. Características: Disponível nas alturas de 3,4, 5,5 , 7, 8,5 e 10 mm (na plataforma regular). Espaço mínimo requerido:6,0mm Diâmetro no limite intermediário/coroa: NP - 4,5mm RP - 4,5mm Fig. 2.15 Intermediário Standar com códigos da plataforma regular (RP). 1.3 EsthetiCone (RP) (Figura 2.10) Indicação: Prótese múltipla parafusada em situações de alto requerimento estético. Características: Disponível nas alturas de 1,2 e 3mm. 1.4 Angulado 17° (NP/RP) (Figura 2.16) Indicação: Prótese múltipla parafusada em situação de implante mal posicionado no sentido mesiodistal e/ou vestibulolingual. Características: Disponível nas alturas de 2 e 3mm. Espaço vertical mínimo requerido: 7,4mm. Fig. 2.16 Intermediário angulado 17° com os códigos da plataforma regular (RP). 2mm SDCA 378-0 3mm SDCA 380-0 42 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia • 1 3 Angulado 30° (RP) (Figura 2.17) Indicação: Prótese múltipla parafusada em situação de implante mal posicionado no sentido mesiodistal e/ou vestibulolingual. Características: Disponível nas alturas de 4 e 5,5 mm. Espaço vertical mínimo requerido: 8,3mm. Fig. 2.17 Intermediário angulado 30° com os códigos da plataforma regular (RP). 2. Intermediários adaptáveis 2.1 TiAdapt (NP/RP/WP) Vide edentulismo unitário 2.2 AurAdapt (NP/RP/WP) Vide edentulismo unitário 4mm 25346 5.5mm 25345 2.3 Cilindro de ouro sem hexágono direto ao implante (GCTF) (NP/RP/WP) Indicação: Prótese múltipla parafusada. Indicado em situações de pouca espessura do tecido gengival. Características:Confeccionado de liga áurica. Disponível apenas na forma de poste reto. Espaço vertical mínimo requerido:variável. Diâmetro no limite intermediário/coroa: NP - 3,7mm RP - 4,3mm WP - 5,3mm Fig. 2.18 Intermediário GCTF com código da palta forma regular (RP). DCB 495-0 43 • Características dos Sistemas de Implantes • Sistema ITI O sistema ITI (Internacional Team for Oral lmplantology) de implantes, desenvolvido à partir de estudos realizados na década de 70, de forma semelhante ao sistema Bránemark, é composto basicamente de componentes cirúrgicos e de componentes protéticos. Diferenças conceituais básicas existem entre os dois sistemas, sendo que o sistema ITI tem a superfície do implante de titânio rugosa (TPS - Plasma Spray de Titânio) - micropartículas de titânio agregadas à superfície do implante e SLA - tra- tamento corrosivo realizado com jateamento de superfí- cie seguido de ataque ácido).Outra variável é o fato deste sistema não necessitar do II estágio cirúrgico já que o im- plante permanece exposto ao meio bucal durante o perí- odo cicatricial inicial (cicatrização não submersa), en- quanto que o sistema Bránemark possui superfície lisa e é realizado em dois tempos cirúrgicos (cicatrização submersa). Há ainda diferenças quanto ao desenho macroscópio dos implantes e tipo de acoplamento protético (Figura 2.19 e 2.20). Fig. 2.19 Desenho do implante e coroa protética. 44 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Os componentes cirúrgicos Os componentes cirúrgicos de interesse no planeja- mento estético são os implantes (parafusos e cilindros ocos) e os parafusos de cobertura. Os implantes Os implantes do sistema ITI são formados por três partes: uma ponta, um corpo (passos de rosca ou corpo do cilindro) e uma plataforma (cabeça). Esta última é con- siderada a porção mais coronal do implante,cujo diâme- tro é a base para a sua classificação (Figura 2.21). Os implantes estão disponíveis em três grupos de acordo com o diâmetro da plataforma ou pescoço, que podem ser de 3,5, 4,8 ou 6,5 milímetros por 2,8 milíme- tros de altura do pescoço polido. Para cada diâmetro de plataforma,temos implantes de diversos comprimentos e larguras.Assim como no sistema Brãnemark, os diâme- Fig. 2.20 Caso clínico ilustrando a utilização de implante ITI. (Cortesia do Dr. Fábio Bezerra). tros das cabeças dos implantes também recebem deno- minações específicas de acordo com a ordem crescente das plataformas como sendo: pescoço estreito (NN, do inglês Narrow Neck), Standard (4,8mm de diâmetro da cabeça do implante) e pescoço largo (WN, do inglês Wide Neck) (Figura 2.22). Posteriormente chegou ao mercado uma série de implantes denominada linha estética (Esthetic Plus Line), que, como o nome sugere, consegue resultados estéticos mais favoráveis à custa de uma menor altura da plataforma ou pescoço (Figura 2.23). Tais implantes estão disponíveis em um diâmetro de plataforma de 4,8 mm,tanto na forma de parafuso quanto de cilindro oco (Figura 2.24). Complementando a linha de implantes disponíveis está o cilindro oco angulado que apresenta cabeça em ângulo de 15 graus para ser utilizado sobretudo em rea- bilitações realizadas na região maxilar superior anterior (Figura 2.25). • Características dos Sistemas de Implantes 45 46 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia A 6,5mm 4 4,8 mm 4 Cabeça Ponta Passos de Rosca Fig. 2.21 Partes do implante. 2,8mm 47 • Características dos Sistemas de Implantes B2 B3 Fig. 2.22 Implantes do sistema ITI. (A) Implante Wide Neck (6,5 - 4,8) (8) Implante Standard (4.8 - 3,3/4,1/4,8) (C) Implante Narrow Neck (3,5 - 3,3). 4,8mm 4 3,3 mm ______ 0,1m2,8 m 4,1 4,8 mm mm 3,5 4,2 m m mm 4,8mm 4 2,8mm C 3,5 mm 1,8mm 2,8 48 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 4,8mm 4 4,8mm 4,1 .4 4,1 mm mm 3,5 3,5 mm mm Fig. 2.23 Diferença entre a plataforma convencional e linha estética. Fig. 2.24 Linha estética 4,8 - 3,3/3,5/4,1. 2,8mm 1,8mm 4,1 mm 4,8mm 3,5 mm 1,8mm 4,8mm •Características dos Sistemas de Implantes • Fig. 2.25 Caso clínico ilustrando a utilização do implante oco angulado (Cortesia do Dr. Pedro Tortamano Neto - São Paulo - SP). 49 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protéticoem Implantodontia Os parafusos de cobertura ou ao parafuso de cobertura determinar a cicatrização e o cover screws formato do per f i l de emergência dos tecidos periimplantares (Figuras 2.26 e 2.27). Estão disponíveis Os parafusos de cobertura no sistema ITI são muito nas alturas de 1,0,2,0,3,0,4,0 e 5,0mm e o de altura re- importantes, pois como o sistema é de estágio cirúrgi- duzida que apenas oclui a plataforma do implante, de- co único, ou seja, de cicatrização não submersa, cabe nominado parafuso de vedação. Fig. 2.26 Parafusos de cobertura disponíveis no sistema ITI. 51 • Características dos Sistemas de Implantes Figs. 2.27A-E Caso clínico ilustrando a importância do parafuso de cobertura na cicatrização da mucosa periimplantar imediatamente após a instalação do implante. Os componentes protéticos Diferentemente do sistema Bránemark, os compo- nentes protéticos do sistema ITI utilizam acoplamento protético do tipo junta Morse ao invés de hexágono ex- terno, sendo os abutments instalados internamente nos implantes (Figura 2.28A-H). Podem ser classificados em dois grupos principais:os componentes pré-usinados e os componentes adaptá- veis. A diferença entre eles está na necessidade de pre- paro (desgaste) dos componentes adaptáveis antes da inserção da coroa protética.O Quadro 2.1 resume os ti- pos de intermediários disponíveis. A seguir enumeramos as características e indica- ções, conforme o edentulismo, dos componentes do sistema ITI. B D 52 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 53 • Características dos Sistemas de Implantes Figs. 2.28A-H Caso clínico com utilização de componente pré-usinado OCTA. G 54 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Quadro 2.1 - Opções de Tratamento Restaurador Tipo de Restauração dente unitário unidade múltipla pré-usinado adaptável octa munhão munhões angulados sólido sólidos 15/25" pré-usinado adaptável octa munhão munhão angulados poste reto sólido sólido 15/25" (NN) sobredentadura octa esférico • Características dos Sistemas de Implantes 1. Intermediários pré-usinados 1.1 Octa System (Plataforma Standard) (Figuras 2.28 e 2.29) Indicação: Prótese unitária (orifício por incisai ou cervical), parcial ou total parafusada. Características: Disponível com altura de 1,5 mm. Confeccionado com titânio comercialmente puro. Fig. 2.29 Abutment OCTA. 1.2 Abutment sólido (Plataforma Standard e WN) - Poste reto (Figura 2.30) Indicação: Prótese unitária, parcial ou total (cimentadas). Características: Confeccionado com titânio comercialmente puro Codificações de cores de acordo com a altura. Disponível nas alturas de 4,0 (amarelo), 4,0 (verde - utilizado no implante WN) ,5,5 (cinza) e 7,0 mm (azul). 2. Intermediários adaptáveis 2.1 Abutment Sólido (Figura 2.31) Este componente, citado anteriormente, devido à sua versatilidade, em ocasiões onde existam problemas com o Fig. 2.30 Abutments sólidos com codificação de cores. posicionamento do implante em relação à reabilitação protética, poderá ser personalizado através de desgaste para melhoria do resultado final do caso. Nessas situações, con- sideradas não ideais, após o preparo os componentes utili- zados nas moldagens de transferências também deverão ser individualizados. Figura 2.31 Abutment sólido preparado . 56 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 2.2- Abutments Angulados de 15 e 20° (Plataforma Standard e Narrow Neck) (Figura 2.32) Indicação: Prótese unitária, parcial ou total (cimentadas ou pa- rafusadas) Características: Confeccionado com titânio comercialmente puro. Utilizados para correção de posicionamento dos implantes. Fig. 2.32 SynOcta angulado. 2.3- NNI (Narrow Neck Implant) Abutment (NN) - Poste reto (Figura 2.33) Indicação: Prótese unitária (parafusada ou cimentada) Características: Confeccionado com titânio comercialmente puro ou liga para metalo-cerâmica de alta fusão. Fig. 2.33 Poste Reto NN. 57 3 Correlação Implantodentárìa Ao final deste capítulo o leitor estará apto a: • Conhecer as relações implantodentárias ideais • Compreender as implicações estéticas das diversas relações implantodentárias Posição ótima do implante Em qualquer situação clínica existe uma posição es- pacial do implante no interior do tecido ósseo considera- da ideal. Denominada Posição ótima do lmplante,e nes- ta obra chamada de PCDI - Posição Compatível Dente- Implante (vide Capítulo 6), representa uma posição do implante compatível com uma prótese estética, fonética e funcional. (Figura 3.1). Quando se discute estética em prótese implanto-suportada,torna-se fundamental o en- tendimento exato da existência e da obtenção da PCDI, particularmente no segmento anterior da arcada,onde va- riações milimétricas da posição do implante podem se mostrar esteticamente desastrosas (Figura 3.2). Este ca- pítulo analisa a PCDI no segmento anterior da arcada nos três planos espaciais: sentido vestíbulo-linguo/palatal (ántero-posterior), sentido mesiodistal (mediolateral) e no sentido ápico-coronal (súpero-inferior). Fig.3.1 Desenho esquemático representado a PCDI em relação ao ICS. 58 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Sentido vestíbulo-linguo/palatal (ântero-posterior) Definição: A posição vestíbulo-linguo/palatal expres- sa o relacionamento do implante com o dente no senti- do ântero-posterior. (Figura 3.3). Dessa forma, as varia- ções do ideal geram implantes muito vestibularizados ou demasiadamente linguo-palatizados. Posição ideal A posição vestíbulo-linguo/palatal ideal do implante no sentido ântero-posterior depende do sistema de retenção da prótese, podendo ser cimentada ou parafusada. Fig.3.2 Complicação estética. Prótese cimentada - O ideal é que o longo eixo do implante coincida com o longo eixo do dente, ou seja, numa linha imaginária que passa no bordo incisai (Figura 3.4). Prótese parafusada - O ideal é que o longo eixo do implante coincida com um ponto imaginário entre o bordo incisai e o cíngulo (Figura 3.5). A B C Figs.3.3A-C Posição vestíbulo-linguo/palatal: muito vestibularizado (A), PCDI (B), muito palatinizado (C). • Correlação Implantodentária Fig. 3.4 Posição vestíbulo-linguo/palatal ideal para prótese cimentada. Fig. 3.5 Posição vestíbulo-linguo/palatal ideal para prótese parafusada. 60 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Sentido mesiodistal (mediolateral) Definição: A posição mesiodistal expressa o relacio- namento do implante com os dentes contíguos no senti- do mesiodistal (Figura 3.6). Assim, as variações do ideal geram implantes que comprometem a região de ameia e da papila gengival. Posição ideal A posição mesiodistal ideal do implante é sempre no centro da coroa clínica, não importando o sistema de retenção da prótese (Figura 3.7). Figs.3.6A-B Posição mesiodistal: posição correta (A) e implante em região de ameia (B). Fig. 3.7 Posição mesiodistal ideal. Sentido Ápico-coronal (súpero-inferior) Definição: A posição ápico-coronal expressa o rela- cionamento do implante com o dente no sentido súpero- inferior (Figura 3.8). Dessa forma, as variações do ideal geram implantes com sulcos periimplantares demasiadamente rasos ou profundos e dentes curtos ou longos. Posição ideal No sentido ápico-coronal, a plataforma do implante deve ser posicionada ao nível do colo cirúrgico (vide Ca- pítulol) do dente adjacente posicionado corretamente. (Figura 3.9). Se a gengiva ceratinizada for pouco espessa, deve-se aprofundar o implante até l mm apical ao colo cirúrgico. Se não existir a referência de dentes adjacentes, deve-se posicionar a plataforma do implante 1 a 1,5 mm apicalmente à crista óssea. Devido à discrepância conformacional entrea plata- forma do implante e o colo cirúrgico das unidades dentárias,o implantodontista tende a posicionar o implante ligeiramente mais apical, com vistas a possibilitar maior espaço vertical para o estabelecimento de um perfil de emergência estético. Por outro lado, tal artifício pode ge- rar um sulco periimplantar profundo em demasia, com os conseqüentes problemas relacionados à deficiencia de higienização e controle da flora microbiológica. 61 • Correlação lmplantodentária Figs. 3.8A-B Posição ápico-coronal incorreta gerando dentes longos (A) e dentes curtos (B). Fig.3.9 Posição ápico-coronal ideal. Referências bibliográficas PALACCI, P. Optimal implant positioning & soft tissue. In: PALACCI, P. management for the Bránemark system. Quintessence Books,1995. BA Contorno do Osso Colo cirúrgico/ plataforma do implante Colo anatômico/ plataforma do pilar 4 Raciocínio para a Obtenção da Estética com Implantes OBJETIVOS DO CAPÍTULO Ao final deste capítulo o leitor estará apto a: • Definir"sucesso"em implantodontia; • Entender o raciocínio para a obtenção de estética e função com prótese tecido-integrada Os implantes osseointegrados,desenvolvidos e aperfei- çoados por Bránemark em experimentos laboratoriais e clínicos,foram inicialmente utilizados em inválidos orais para restaurara capacidade mastigatória de pacientes edêntulos totais. Hoje, porém, seu uso ocorre freqüentemente no tratamento do edentulismo parcial e unitário. Essas mudanças na indicação de uso influenciaram os critérios de sucesso - o simples restabelecimento da função sem perda óssea como em princípio firmado não é mais suficiente. Hoje, as modalidades terapêuticas devem oferecer não só o restabelecimento da função mastigatória, como também boa estética e fonética para que as próteses tecido-integra- das sejam consideradas como sucesso. Para a obtenção de estética em implantodontia, de- vemos estar aptos a responder três questões fundamen- tais, que comentaremos a seguir: 1. Quais estruturas do sistema estomatognático (SE) foram perdidas ou modificadas? 2. A reconstrução dos defeitos do rebordo (estruturas perdidas ou modificadas) é obrigatória para o êxito do tratamento com implantes? 3. Quais as técnicas de reconstrução e manutenção das estruturas anatômicas que otimizam a estética e a função? A questão 3 será discutida no Capítulo 7 deste livro. Quais estruturas do SE foram per- didas ou modificadas? 1.1 - O sistema estomatognático O sistema estomatognático é um conjunto de es- truturas bucais que desenvolvem funções comuns e mantém como característica constante a participação da mandíbula, daí o nome de gnática, do grego GNATOS - (mandíbula). Como todo sistema, não constitui uma unidade separada do resto do organismo, mas nele se insere e está intrinsecamente envolvido com os outros sistemas em geral, como o nervoso, o circulatório, etc., conservando porém suas características próprias. Os diferentes tecidos e órgãos que fazem parte do SE podem ser classificados habitualmente em dois grandes grupos: • Estruturas estáticas, constituídas pelo órgão den- tal (Figura 4.1), ossos maxilares e osso mandibu- lar, que estão relacionados entre si pela articula- ção craniomandibular, além de outros ossos do vicerocrânio, neurocrânio e hióide. • Estruturas dinâmicas, representadas pela unida- de neuromuscular, os músculos da mastigação, sucção, fonação, deglutição e respiração, que ca- racterizam as funções do SE. Em implantodontia, ao tentarmos analisar estas es- truturas sob uma óptica estética, logo vemos a necessi- dade de conceituar: (a) posição dental ótima final - PDOF (b) zona do sorriso (c) tipo cosmético A posição dental ótima final é tida como uma con- dição ideal compatível com estética, fonética e função, e expressa um posicionamento tridimensional perfeito do dente e dos tecidos do órgão dental em relação ao pro- cesso alveolar e os tecidos moles orofaciais. A zona do sorriso situa-se no terço inferior da face e é limitada su- periormente por uma linha imaginária horizontal que passa pela base do nariz (subnasal - Sn) e inferiormente por 63 64 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia outra linha imaginária que passa pela base do queixo (gnátio tecido mole - Gn'). O suporte labial e a linha de sorriso, ambos de extrema importância estética, fonética e funcional para a zona do sorriso, são influenciados for- temente pelo posicionamento espacial do dente, dos te- cidos do órgão dental e do processo alveolar. Por fim, uma análise qualitativa da relação anatômica e funcional das estruturas estáticas e dinâmicas do SE informa o tipo cos- mético do paciente. Em particular, o posicionamento da linha do lábio durante o repouso,a fala e o sorriso e a sua interação com o órgão dental e o processo alveolar cons- titui a identidade cosmética de cada indivíduo, um padrão que, extrapolando referências anatômicas e biológicas, influencia o convívio, os sentimentos e a própria identida- de de cada pessoa (Figura 4.2). Entender os conceitos anteriores é muito importante clinicamente, uma vez que os defeitos estéticos e fun- cionais estão diretamente relacionados às alterações de desenvolvimento e/ou patologias da anatomia e fisiolo- gia do órgão dental. Assim, os procedimentos terapêuticos devem ser obrigatoriamente baseados na anatomia e fisiologia das estruturas do SE. 1.2 - As alterações das estruturas do SE As estruturas que compõem o SE são vulneráveis às: (1) alterações de desenvolvimento e da erupção dos dentes,que afetam o desenvolvimento do processo alveolar; (2) Injúrias de diversas naturezas, que podem compro-metera integridade da unidade dentária e causar a sua per-da. Em ambas situações, o resultado clínico é a formação de defeitos ósseos. A magnitude desses defeitos depende de fatores como: (a) a posição do dente em relação ao pro- cesso alveolar antes da extração, (b) a natureza do agente determinante da perda dentária, e (c) do tempo decorrido após a exodontia. Do ponto de vista didático, os defeitos de rebordo foram classificados (Quadro 1) por Seibertem classe 1, perda vestíbulo-linguo/palatal de tecido com altura normal do rebordo numa dimensão ápico- coronal;classe II, perda ápico-coronal de tecido com largura normal do teci-do numa dimensão vestíbulo- linguo/palatal e classe III, combinação da perda vestíbulo- linguo/palatal e ápicocoronal de tecido, resultando em perda de altura e largura. Também foram classificados por Allen em: tipo A, perda em altura; tipo B, perda em espessura; tipo C, perda em espessura e altura (defeito combinado);e DENISSEM classificou-os em estágios, de acordo com o grau de reabsorção: Estágio 1 - quando mantém a integridade do pro- cesso alveolar imediato à exodontia. Estágio II - quando ocorre uma diminuição da es- pessura do processo alveolar. Estágio III - quando esta espessura é mínima, carac- terizando o rebordo em lâmina de faca e Estágio IV - quando o processo alveolar é totalmente reabsorvido restando o osso basal. O impacto dos diversos agentes etiológicos determi- na uma maior ou menor modificação nos tecidos. É inte- ressante analisar as relações entre as alterações morfológicas do osso alveolar e dos tecidos moles com os agentes etiológicos mais importantes que agem nos componentes do SE (Quadro 2). Fig. 4.1 0 órgão dental e seus componentes. OSSO ALVEOLAR LÂMINA DURA LIGAMENTO PERIODONTAL CEMENTO _ MUCOSA ALVEOLAR LINHA MUCO-GENGIVAL GENGIVA CERATINIZADA SULCO GENGIVAL PAPILA • Correlação lmplantodentária Figs. 4.2A-E Representação da zona do sorriso (A e B) de um tipo cosmético feminino jovem, enfatizando a harmonia da zona de sorriso em relação ao posicionamento dental ótimo (C, D, E). Quadro 1 - Classificação dos defeitos do processo alveolar Defeito Nomenclatura de Seibert Nomenclatura de Allen Espessura diminuída com preservaçãoda altura Classe 1 Tipo B Altura diminuída com preservação da espessura Classe II Tipo A Espessura e altura diminuídos Classe III Tipo C 65 67 • Correlação lmplantodentária Figs. 4,3A-C Impacto da injúria dos agentes etiológicos sobre os compo- nentes do SE estabelecendo uma comparação entre as áreas edêntulas e a região de ICS. Observar as deformidades do te- cido ósseo, do tecido gengival e do suporte labial e a reper- cussão das deformidades na estética orofacial. Figs. 4.4A-C Paciente com complicações estéticas à custa da instalação do implante em um leito receptor atrófico sem a prévia recons- trução dos tecidos. 68 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia Figs. 4.5A-E Complicação estética e resolução protética através do uso de gengiva artificial removível. (Resolução protética realizada pelo Dr. Marcos Régis - Salvador - BA). Na fase de planejamento cirúrgico-protético com im- plantes, o clínico deve capacitar-se a detectar as modifi- cações ocorridas nas estruturas do SE, com especial aten- ção às do órgão dental, e a compreender que a reconstru- ção dos defeitos e a manutenção das estruturas anatomicamente bem posicionadas constituem fatores determinantes para a obtenção de próteses funcionais e estéticas. Para isso, a posição dental ótima final é a refe- rência inicial, obtida através de técnicas de enceramento diagnóstico, confecção de guias (radiográfico, estético e cirúrgico) e recursos de imagem (RX, tomografias, etc.) O requerimento de reconstrução das deformidades ósseas e dos tecidos moles é, então, determinado pela análise da discrepância entre a posição dental ótima final e o defeito do rebordo subjacente. (Figura 4.6) C D 71 • Correlação Implantodentária Figs. 4.6A-F Importância da obtenção da posição dental ótima final para determinar a magnitude do procedimento de reconstrução requerido. D F 72 • Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia 2 - A reconstrução dos defeitos (estruturas perdidas ou modificadas) é obrigatória para o êxito do tratamento com implantes? Vimos na seção anterior que os defeitos ósseos e dos tecidos moles que afetam os tecidos remanescentes do órgão dental pós-extração geralmente estão presentes no paciente indicado para tratamento com implantes dentários, e que a observação desses defeitos é compul- sória ao clínico na fase do planejamento cirúrgico- protético.Temos então como imperativo questionar se a reconstrução das deformidades é obrigatória para se obter próteses funcionais e estéticas. Para resolver esta questão, devemos analisar separa- damente o requerimento funcional e estético. Do ponto de vista funcional, os caracteres biomecânicos importan- tes para o êxito da prótese sobre implantes estão associa- dos, entre outros fatores, ao comprimento e angulação dos implantes instalados.As reabsorções parciais do pro- cesso alveolar, geralmente em pacientes normofaciais, não impedem a instalação de implantes longos e com angulação satisfatória, o que possibilita a obtenção de próteses funcionais, sem que necessariamente sejam executados procedimentos de reconstrução. Por outro lado, do ponto de vista estético, as mesmas reabsorções parciais do processo alveolar comprometem a obtenção de próteses com estética satisfatória (Figura 4.7), levando-nos a crer que os procedimentos de reconstrução são obrigatórios. Não obstante, o fator estético isolado não determina a obrigatoriedade da reconstrução, pois existem situações onde o requerimento estético não é o principal fator para o êxito do tratamento com implantes, como, por exemplo, no tratamento do edentulismo parcial posterior. Para que possamos estar mais bem posicionados ante este dilema da decisão clínica de indicar técnicas de re- construção do tecido ósseo e dos tecidos moles durante o tratamento com implantes, é importante determinar e analisar qual é o impacto das deformidades na estética orofacial e quais são os fatores e variáveis importantes na indicação dessas técnicas. É o que veremos a seguir. 2.1 - Expectativas do paciente O conceito do belo é determinado principalmente por fatores culturais (costumes, moda), geográficos (na- cionalidade), sociais (profissão, classe social), psicológi- cos (vaidade, timidez), genéticos (sexo, idade, raça), den- ter outros. Fig. 4.7A-C Região de ICS onde um implante foi instalado sem uma prévia reconstrução de uma pequena deformidade óssea. 0 resultado estético final foi comprometido, apesar de ter sido instalado um implante longo com um bom prognóstico biomecânico. A 73 • Correlação Implantodentária belo são únicos para cada indivíduo. Por exemplo, al- guém com alto requerimento estético seria uma pessoa jovem, do sexo feminino, vaidosa, residente numa grande cidade de um país ocidental. Neste contexto, analisando exclusivamente o fator expectativa estética do paciente, para um indivíduo com alto requerimento estético indicam-se os procedimentos de reconstrução das deformidades antes e/ou durante o tratamento com implantes. 2.2 - Segmento do arco a ser tratado Os estudos de DUENAS analisaram o grau de impor- tância dos dentes,conforme sua posição no arco dentário em relação à função mastigatória, estética e fonética, cujos dados a respeito nos mostra o Quadro 3.A análise desses dados nos possibilita concluir que, no segmento anterior da arcada e nos pacientes com grandes expec- tativas estéticas,toda e qualquer deformidade do rebordo ósseo e dos tecidos moles (Quadro 2) deve ser reconstruída antes ou durante o tratamento com implan- tes, já que os dentes anteriores são fundamentais para as funções de estética e fonética. Por outro lado, no tra- tamento do edentulismo parcial posterior os procedi- mentos de reconstrução só serão obrigatórios se o re- manescente ósseo for insuficiente para suportar próteses funcionais. Neste caso, as técnicas de reconstrução terão como principal objetivo o aumento da espessura e altura óssea do leito receptor do implante. 2.3 — Tipo cosmético e linha do sorriso Como já definido antes, o tipo cosmético é influencia- do pelo posicionamento da linha do lábio durante o re- pouso,a fala e o sorriso. Particularmente,o sorriso é único para cada indivíduo, realizado por uma interação de di- versos músculos da mímica facial (Figura 4.8).Quando ele se expande, temos a ampliação da janela orofacial e a den- tição se torna visível, variando na quantidade de exposi- ção de pessoa para pessoa, durante os vários movimen- tos do lábio.A abertura da janela orofacial pode não mos- trar a dentição, ou mostrar parte do dente, todo o dente, dente e a faixa de gengiva inserida, ou, finalmente, dente, gengiva inserida e mucosa alveolar (Figura 4.9). Quadro 3 - Importância da estética e fonética dos d ética dos dentes anteriores e entes posteriores da função mastigatória Dente Estética Fonética Função mastigatória IC 100 100 40 IL 90 90 40 C 80 80 70 1PM 70 50 60 2PM 60 40 70 1M 50 100 2M 40 90 3M Fig. 4.8 Representação esquemática dos músculos da expressão facial durante o repouso. 74 - Planejamento Estético Cirúrgico e Protético em Implantodontia No tratamento dos pacientes com linha de sorriso alta e com grandes expectativas estéticas é obrigatória a indicação de técnicas de reconstrução dos defeitos do rebordo alveolar, visto que uma importância maior é dada ao posicionamento do tecido gengival, da mucosa e do processo alveolar pois es- tas estruturas estarão expostas à visualização direta durante os movimentos labiais na fala e no sorriso. 2.4 - Condição econômica do paciente Os pacientes que precisam de procedimentos de re- construção devem estar cientes de que estes aumentam o custo e a duração do tratamento com implantes. Se exis- tem limitações financeiras, o custo de reconstrução pode inviabilizar a conclusão do tratamento situação,o clínico deve analisar com o
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