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Natalia Silva Bueno - TXXI Síndromes Cardiovasculares INSUFICIÊNCIA CORONÁRIA ORIGEM ANATÔMICA As artérias coronárias se originam da artéria aorta. Qualquer patologia na aorta ascendente pode fechar um óstio das coronárias, desenvolvendo um processo de insuficiência da perfusão coronária (insuficiência coronariana) necrose do tecido IAM. PERVIEDADE (permeabilidade) DAS CORONÁRIAS pode ser afetada por: Fatores anatômicos (aterosclerose e trombose) Fatores funcionais (espasmo) FISIOPATOLOGIA DA ISQUEMIA MIOCÁRDICA Isquemia miocárdica = desproporção entre a oferta e o consumo de oxigênio ao nível da fibra miocárdica. Processo obstrutivo na artéria coronária tecido cardíaco lesionado devido a interrupção do fluxo sanguíneo. PRINCIPAL SINTOMA: DOR INTENSA (Sinal de Levine) Localização: região central do tórax (retroesternal) e difusa (delimitação imprecisa) Irradiação: desde a mandíbula até o umbigo (lado esquerdo): ponta da orelha, braço, mandíbula, etc. Características: aperto, opressão, pressão, queimação. DIFERENCIAÇÃO DE ANGINA ESTÁVEL, ANGINA INSTÁVEL E IAM Angina estável: até 10 min (2-3 min) Dor típica (esforço físico, refeições volumosas ou estresse emocional); Aliviada pelo repouso ou nitrato sublingual; Não muda suas características por pelo menos 2 meses. Angina instável: 20 min (estenose maior - gravidade) Dor intensa e prolongada em repouso. Infarto: maior que 20 min Necrose do miocárdio; Dor surge usualmente em repouso; Duração prolongada; Não alivia com nitratos sublinguais. FATORES PRECIPITANTES DA DOR DE ORIGEM CARDÍACA Natalia Silva Bueno - TXXI Fatores precipitantes Exercícios físicos (extenuantes ou apenas no fim de semana); Refeições volumosas (comida gordurosa); Stress emocional. do DÉBITO CARDÍACO: de O2 para as fibras miocárdicas do CONSUMO DE O2: FC, pré-carga ou pós-carga Fatores de melhora Espontaneamente; Nitratos; Repouso. Fatores de piora Exercícios do CONSUMO DE O2 Sintomas associado Dispneia; Náuseas e vômitos; Palpitações; Sudorese. SINAIS E SINTOMAS DO IAM Dor: torácica, epigástrica, MMSS, cervical e/ou mandibular; Dispneia; Tontura/vertigem; Náuseas e vômitos. Palidez e sudorese fria; da intensidade das bulhas (a depender da área que está ocorrendo o processo de necrose); Taquicardia e taquisfigmia (pulso); Hipotensão (nem sempre, depende da área de extensão da necrose); Arritmias cardíacas; Sintomatologia de insuficiência de VE. ISQUEMIA SILENCIOSA Comprovação eletrocardiográfica de isquemia; Ausência de manifestações clínicas. DOR TORÁCICA ATÍPICA PARA EVENTOS CORONARIANOS Dor de caráter pleurítico Aguda ou em “facada” que piora com a inspiração profunda ou tosse Dor localizada na porção inferior do abdome Abaixo do umbigo Dor de localização bem definida Exemplo: apontada com a ponta do dedo, especialmente se for na região do ictus cordis Dor que piora com a movimentação do tórax Dor que piora com a palpação do tórax e MMSS Dor constante, com duração de várias horas ou dias Dor muito rápida, com duração de alguns segundos DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA DOR TORÁCICA Dissecção da aorta Pericardite aguda Embolia pulmonar Pneumotórax Musculoesquelética Herpes-zoster Origem pulmonar Pleurite Pneumonia Origem digestiva Gastrite Doença péptica Doença esofágica Pancreatite Colecistite Psicogênica Natalia Silva Bueno - TXXI SÍNDROMES ARRÍTMICAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS ARRITMIAS CARDÍACAS Palpitações Desmaio Opressão precordial Dispneia - Dados da anamnese são IMPORTANTES! - Ausculta cardíaca e palpação do pulsos (simultaneamente – cada batimento, uma onda de pulso – se não, têm-se a dissociação da FC com a FP suspeitar de arritmia) - ECG ECG Nó sinusal Feixes intermodais Nó atrioventricular Feixe de His Ramos Rede de Purkinje ONDA P despolarização atrial (sístole atrial – contração – começa cerca de 100 milissegundos depois da onda p) SEGMENTO P-Q tempo de condução do impulso elétrico desde o nó sinusal até o nó atrioventricular COMPLEXO QRS despolarização ventricular (disparo do nó AV) ONDA Q despolarização do septo interventricular ONDA R despolarização da massa principal dos ventrículos ONDA S última fase da despolarização ventricular na base do coração Repolarização atrial acontece durante esse tempo SEGMENTO S-T platô do potencial de ação do miocárdio (ventrículo contrai e bombeia o sangue) ONDA T repolarização ventricular (imediatamente antes da diástole ventricular – relaxamento) CARACTERÍSTICAS ELETROCARDIOGRÁFICAS PARA O Natalia Silva Bueno - TXXI RITMO SINUSAL EM RELAÇÃO A PRESENÇA DA ONDA P, RITMO E FREQUÊNCIA RITMO SINUSAL Diagnóstico eletrocardiográfico Onda P precedendo cada QRS; Ritmo regular (intervalos regulares entre os QRS); Frequência entre 60 e 100 bpm conte quantos “quadradões” tem entre um QRS e outro, cada “quadradão” possui 5 “quadradinhos” – 4 X 5 = 20 quadradinhos. O traçado gasta 0,04s para percorrer 1 quadradinho (20 x 0,04 = 0,8 s, ou seja, 1 batimento a cada 0,8 s). Sendo assim, 1 min = 60 s, então vai ser 60/0,8 = 75 batimentos/min. TAQUICARDIA SINUSAL: frequência acima de 100 bpm Causas Fisiológicas/Patológicas Diagnóstico Eletrocardiográfico Enlace A/V onda P + complexo QRS Ritmo regular BRADICARDIA SINUSAL: frequência abaixo de 60 bpm Diagnóstico Eletrocardiográfico Enlace A/V onda P + complexo QRS Ritmo regular ARRITMIA SINUSAL RESPIRATÓRIA (diferença de pressão) Assintomática Variação da FC com a respiração Acelera-se na inspiração Diminui na expiração Na apnéia a FC fica regular pede pro paciente “prender o fôlego” Comum em crianças – não é patológica Não necessita de tratamento EXTRASSÍSTOLES Batimentos precoces que se originam fora do marca passo sinusal Manifestações clínicas Assintomáticas Palpitações, “falhas”, “soco no peito” Exame físico: sístole prematura geralmente sem onda de pulso – FC dissociada da FP A origem das extrassístoles só pode ser identificada pelo ECG (atrial tem onda P; ventricular não tem onda P) Natalia Silva Bueno - TXXI TAQUICARDIA VENTRICULAR (urgência que encaminha para emergência clínica – estímulo vem do ventrículo) Diagnóstico eletrocardiográfico FC: 100 e 200 bpm Ondas P o Com FC alta não são vistas o Quando presentes não tem relação com o QRS QRS: tem a mesma morfologia das extrassístoles ventriculares FIBRILAÇÃO ATRIAL (vários focos estimulando) Variação da intensidade da 1° bulha Diagnóstico eletrocardiográfico Ausência da onda P Espaços R-R variáveis QRS normal FIBRILAÇÃO VENTRICULAR (coração bate de forma descompassada) Parada da atividade contrátil (DC = 0) Ausência de pulso e batimentos cardíacos PARADA CARDÍACA ECG: ritmo irregular: sem ondas P, QRS ou T ARRITMIAS CARDÍACAS Sintomas mais graves estão relacionados a: Taquiarritmias com FC > 150 bpm Bradiarritmias com FC < 30 bpm Hipoperfusão cerebral Pré-síncope (perda súbita, transitória e parcial da consciência) Síncope Síndrome de Stokes-Adams SÍNDROME DE STOKES-ADAMS Cardiopatia chagásica crônica e no infarto agudo do miocárdio com bloqueio AV total. - Tonturas - Escurecimento visual - Perda de consciência - Convulsões ou não - Eliminação involuntária de fezes e urina - RCPNatalia Silva Bueno - TXXI INSUFICIÊNCIA CARDÍACA FISIOPATOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIREITA Aumento da pressão/volume do VD ou comprometimento do miocárdio do VD VD não está conseguindo mandar fluxo adequado para as artérias pulmonares (toda circulação venosa sistêmica vai estar comprometida). Causa mais frequente: hipertensão pulmonar (causa de pressão na artéria pulmonar, essa pressão repercute no VD que vai entrar em falência que vai gerar sinais e sintomas para trás). Causa mais frequente da hipertensão pulmonar: insuficiência cardíaca esquerda (ICE) / outras causas frequentes: DPOC e fibrose intersticial. Principais sintomas identificados na história clínica de um paciente com ICD Cansaço fácil, astenia, anorexia Dor no hipocôndrio direito (hepatomegalia congestiva distensão da cápsula de Glisson) Dor abdominal quando há ascite Diarreia (estase no tubo intestinal) Sinais identificados no exame físico do paciente com ICD Turgência jugular Pressão venosa jugular aumentada Hepatomegalia (superfície lisa, borda romba, dor à palpação) Edema de MMII (ascendente com o tempode de doença, mole, inelástico, indolor, cacifo) Derrames cavitários (derrame pleural – hidrotórax-, ascite) Cianose periférica Taquicardia com ou sem B3 (coração mole) – vibrações da parede ventricular subitamente distendidas) PRINCIPAIS SINTOMAS DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ESQUERDA Dispneia Dispneia de esforço (grandes médios pequenos) Dispneia de decúbito (ortopneia) Dispneia paroxística noturna Ritmo de Cheyne-Stokes Natalia Silva Bueno - TXXI Palpitações Tosse (seca) Irritabilidade, insônia anorexia, confusão mental e astenia Sinais identificados no exame físico do paciente com ICE Pulso alternante Convergência pressórica Cianose Hipocratismo digital (dedos em baqueta de tambor) Estertores pulmonares Estertores finos em bases Estertores grossos no Edema Agudo de Pulmão (EAP) Roncos e sibilos por broncoespasmo (“asma cardíaca”) Ritmo de galope (taquicardia com B3) ICE + ICD = INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA SINAIS E SINTOMAS DA SÍNDROME CARDÍACA DE BAIXO DÉBITO (CHOQUE) Manifestações sistêmicas decorrentes da do DC Sintomas e sinais Astenia, fatigabilidade Mal-estar, confusão mental Pele fria, pulso filiforme Hipotensão arterial Convergência pressórica Taquicardia, ritmo de galope Oligúria EX,: ICE, miocardites virais, miocardiopatia chagásica, IAM, cardiopatia hipertensiva INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC) ICE + ICD = INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA Doenças que afetam o coração Falência inicial de um ventrículo e posteriormente, do outro Doença de Chagas ICC com predomínio da falência do VD (devido à menor massa deste ventrículo SÍNDROME DO COR PULMONALE Hipertrofia do VD, secundária a qualquer doença que afeta primariamente os pulmões Decorre da hipertensão pulmonar Doenças: enfisema pulmonar e fibroses intersticiais. Sinais e sintomas da Cor Pulmonale 1. Sinais de patologia pulmonar Cianose, hipocratismo digital, poliglobulia, tórax em tonel (DPOC), etc 2. Sinais de hipertrofia do VD Batimento do oco esternal e epigástrico Natalia Silva Bueno - TXXI Palpação dos batimentos do VD Hiperfonese de B2 em foco pulmonar 3. Sinais de falência do VD (fases avançadas) Turgência jugular Hepatomegalia Edema generalizado Ritmo de galope LESÕES VALVARES As valvas podem sofrer alterações que resultam em estenose ou insuficiência (ou ambas). As manifestações clínicas dependem das repercussões hemodinâmicas. Usualmente encontra-se ao exame físico sopros e alterações das bulhas. ESTENOSE MITRAL (AE VE) Causas: mal-formação congênita, doença reumática, degeneração senil Sinais que podem ser auscultados 1° bulha hiperfonética – metálica e seca 1°bulha fechamento das válvulas mitral e tricúspide Hiperfonese da 2° bulha – hipertensão da a. pulmonar 2° bulha fechamento das válvulas aórtica e pulmonar Estalido de abertura da mitral Sopro mesodiastólico com reforço présistólico o Área mitral o Sopro de baixa frequência – ruflar diastólico (campânula) o Decúbito lateral esquerdo CICLO CARDÍACO: fechamento das válvulas mitral e tricúspide sístole fechamento das válvulas aórtica e pulmonar diástole, INSUFICIÊNCIA MITRAL Causas: moléstia reumática, prolapso mitral, endocardite infecciosa, funcional (cardiomiopatias, miocardites, infarto do miocárdio) Sinais que podem ser auscultados 1° bulha mascarada – recoberta Hiperfonese da 2° bulha – foco pulmonar Sopro sistólico de regurgitação (refluxo) o Área mitral o Irradia na direção da axila (posição AE) ESTENOSE AÓRTICA Causas: mal-formação congênita, doença reumática, degeneração senil Dificuldade de esvaziamento do VE: hipertrofia ventricular esquerda compensatória Manifestações de ICE + insuficiência coronariana Sinais que podem ser auscultados Sopro meso-sistólico de ejeção: foco aórtico, rude, irradiação para o pescoço, paciente sentado, 2° bulha diminuída (decresce o decúbito ventricular) Pode haver clique sistólico Tipo de pulso: pulso Tardus Parvus INSUFICIÊNCIA AÓRTICA Causas: doença reumática, sífilis, aterosclerose, endocardite infecciosa congênita Localização do ictus: pode estar amplo, deslocado para baixo e esquerda (hipertrofia e dilatação do VE) Sopro diastólico Aspirativo, em decrescendo Foco aórtico e aórtico acessório Irradiação para a ponta do coração Natalia Silva Bueno - TXXI Sinal de Musset (oscilação da cabeça) Sinal de Minervini (pulsação da base da língua) Sinal de Muller (pulsação da úvula) Sinal de Gerhard (pulsação do baço) Sinal de Rosenbch (pulsação do fígado) Sinal de Duroziez: ruídos sistólicos e diastólicos audíveis quando a a. femoral é parcialmente comprimida Pressão arterial divergente Tipo de pulso: pulso célere ou em martelo d’àgua (Corrigan) – aparece e some com rapidez / pulso capilar de Qink (pulso ungueal) HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Aumento da tensão sanguínea nos vasos Compromete a irrigação tecidual Provoca danos aos órgãos por eles irrigados Etiopatologia: natureza multifatorial 1) Ingesta excessiva de sódio: aumenta volemia 2) Estresse: aumenta atividade simpática 3) Obesidade: hiperinsulinemia 4) Genética: retenção de sódio, diminuição da filtração renal. Alteração na membrana celular Sintomas da HAS A HAS é assintomática Quando a PA aumenta para valores significativos, pode causar sintomas como: Cefaleia Tonturas Visão enevoada dos batimentos cardíacos Classificação Alterações cardíacas na HAS Hipertrofia miocárdica compensada Hipertrofia miocárdica descompensada Disfunção diastólica Disfunção sistólica Doença arterial coronariana Fibrilação arterial Arritmia ventricular Dissecção aguda da aorta Morte súbita Complicações da HAS Sobrecarga cardíaca ICE Ausculta B4 – coração duro Hipertensão arterial, insuficiência coronariana, miocardiopatia hipertrófica Ruído débil Fim da diástole ou présístole Brusca desaceleração do fluxo sanguíneo (contração atrial – massa sanguínea existente no interior dos ventrículos) IAM AVE Lesões na retina SÍNDROMES ISQUÊMICAS DOS MEMBROS (oclusão de um vaso - artéria) SINAIS E SINTOMAS (5 Ps) Pain (dor) Pulselessness (ausência de pulsos) Pallor (palidez) Poichilothermia (diminuição de temperatura) Paresthesia (parestesia) Natalia Silva Bueno - TXXI TROMBOSEVENOSA PROFUNDA (TVP) – déficit no RV (veia) Tríade de Virchow Estase sanguínea, lesão endotelial, hipercoagulabilidade Sinais e sintomas da TVP Dor Edema Trajetos venosos superficiais visíveis Cianose Palidez Sinal da Bandeira: menor mobilidade da panturrilha quando comparada com o outro membro. Sinal de Homans: caracterizada por dor ou desconforto na panturrilha após dorsiflexão passiva do pé. Sinal de Bancroft: dor à palpação da panturrilha contra estrutura óssea.
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