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03/07/2020 Gabriela Naves Freitas Matrícula 2017 2002 743 DOUTO JUÍZO DE DIREITO DA ... VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS/SC. CARLOS SOUTO, nacionalidade..., casado, profissão... , portador da carteira de identidade..., inscrito no CPF sob o número..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., número..., bairro..., Florianópolis/SC, CEP..., vem, por intermédio de seu advogado, que esta subscreve, procuração em anexo (documento 01), com endereço eletrônico..., e escritório na Rua..., número..., bairro..., cidade..., CEP..., onde recebe intimações e notificações, propor AÇÃO DE ANULAÇÃO DE CASAMENTO, pelo Rito Ordinário, com base, nos artigos 1557/1564, bem como o 1667/ 1670 e seguintes Código Civil, em face de CAROLINA RUMER SOUTO, nacionalidade..., estado civil..., profissão, portadora da carteira de identidade..., inscrita no CPF sob o número..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliada na Rua..., número..., bairro..., Florianópolis/SC, CEP..., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I- DOS FATOS O autor e a parte ré casaram-se em 22 de setembro de 2018, adotando assim, o regime de comunhão total de bens. A ré, assim, adquiriu o sobrenome do autor, passando a se chamar CAROLINA RUMER SOUTO. Durante o período anterior ao casamento destes, em 2017, CAROLINA realizou a compra de um apartamento no valor de R$ 550.000,00 (quinhentos e cinquenta mil reais) em FLORIANÓPOLIS/SC, onde passou a ser a residência do casal. Do mesmo modo CARLOS adquiriu um automóvel na quantia de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e recebeu de uma tia uma casa no valor de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a título de doação com cláusula de incomunicabilidade. Em dezembro de 2019, CARLOS descobriu por meio de cartas, fotos e depoimentos de colegas em comum, que CAROLINA até o ano de 2014 trabalhou em uma casa de prostituição, havendo até a presente data fotos expostas da mesma, conforme documentos anexos. Além disso, um amigo de um colega de CARLOS afirmou ter sido cliente de CAROLINA, assim, o cônjuge varão sentiu-se enganado durante todo o relacionamento. Diante do exposto, o autor propõe a presente ação a fim de conservar seus direitos, bem como requerer que CAROLINA não utilize sequer seu sobrenome. II- DOS FUNDAMENTOS Fundamenta- se o pedido de anulação de casamento com fulcro no artigo 1556 e 1557, inciso I, do Código Civil, visto que houve erro essencial quanto à pessoa da ré no tocante à sua honra, sendo certo que o autor foi enganado durante todo o tempo de convivência com a mesma. Tendo em vista que CARLOS não possuía conhecimento sobre o passado de sua esposa, este possui direito de requerer a anulação de casamento com base no artigo 1559 do Código Civil. Por se tratar de erro essencial, a propositura da presente ação encontra-se dentro do prazo de 03 (três) anos ao contar da data da celebração do casamento, com respaldo no artigo 1560, inciso III, do Código Civil. Os cônjuges adotaram o regime de comunhão total de bens, sendo tal regime, aquele que comunica todos os bens presentes e futuros dos cônjuges, conforme artigo 1667 do Código Civil, ou seja, todos os bens adquiridos juntos. Todavia, há exceção prevista no artigo 1668, inciso I, do mesmo dispositivo, que resguarda que são excluídos da comunhão os bens que forem doados ou herdados com cláusula de incomunicabilidade. Embora o casamento seja considerado nulo, este foi adquirido de boa-fé somente pelo autor, desta forma, produz todos os efeitos legais até a data da sentença anulatória, conforme previsto no artigo 1561 do Código Civil. Sendo assim, o autor possui direito a 50% da totalidade do apartamento adquirido por CAROLINA durante o noivado dos mesmos, totalizando o valor de R$ 275.000,00 (duzentos e setenta e cinco mil reais). O cônjuge varão requer que CAROLINA retire seu sobrenome SOUTO, e volte a utilizar seu nome de solteira, haja vista que a sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá sua data de celebração, ou seja, ambos retornarão ao estado civil de solteiro, bem como incorrerá na perda de todas as vantagens havidas do cônjuge inocente, com base nos artigos 1563 e 1564, inciso I do Código Civil. Nesse sentido: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios TJ-DF : 0702373-28.2018.8.07.0012 - Segredo de Justiça 0702373-28.2018.8.07.0012 CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ANULATÓRIA DE CASAMENTO. RECONVENÇÃO. PEDIDO DE DIVÓRCIO. CASAMENTO. ANULAÇÃO. CAUSA DE PEDIR. ERRO ESSENCIAL SOBRE A PESSOA DO OUTRO CÔNJUGE (CC, arts. 1.556e 1.557, Ie II). REQUISITOS NÃO DEMONSTRADOS. IMPUTAÇÃO AO VARÃO. FATOS ANTECEDENTES AO ENLACE. VIDA SOCIAL IRREPREENSÍVEL ANTERIOR AO MATRIMÔNIO. ERRO EM RELAÇÃO À IDENTIDADE, HONRA E BOA FAMA. NÃO CARACTERIZADOS. CÔNJUGE DENUNCIADO POR CRIME DECORRENTE DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL. ABSOLVIÇÃO. REPULSA DO OUTRO CÔNJUGE À GRAVIDADE DA DENÚNCIA NÃO DEMONSTRADA. AFETAÇÃO DA HONORABILIDADE E BOA FAMA. INEXISTÊNCIA. ANULAÇÃO DO CASAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. PEDIDO RECOVENCIONAL. VIDA EM COMUM. DISSIPAÇÃO. DECRETAÇÃO DO DIVÓRCIO. VIABILIDADE. https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=civil%20e%20processual%20civil&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=a%C3%A7%C3%A3o%20anulat%C3%B3ria%20de%20casamento&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=reconven%C3%A7%C3%A3o&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=pedido%20de%20div%C3%B3rcio&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=casamento&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=anula%C3%A7%C3%A3o&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=causa%20de%20pedir&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=causa%20de%20pedir&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627469/artigo-1556-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627437/artigo-1557-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627385/inciso-i-do-artigo-1557-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627349/inciso-ii-do-artigo-1557-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=requisitos%20n%C3%A3o%20demonstrados&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=imputa%C3%A7%C3%A3o%20ao%20var%C3%A3o&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=imputa%C3%A7%C3%A3o%20ao%20var%C3%A3o&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=fatos%20antecedentes%20ao%20enlace&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=vida%20social%20irrepreens%C3%ADvel%20anterior%20ao%20matrim%C3%B4nio&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=vida%20social%20irrepreens%C3%ADvel%20anterior%20ao%20matrim%C3%B4nio&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=erro%20em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20identidade%2C%20honra%20e%20boa%20fama&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=erro%20em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20identidade%2C%20honra%20e%20boa%20fama&ref=topify-linkhttps://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=n%C3%A3o%20caracterizados&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=c%C3%B4njuge%20denunciado%20por%20crime%20decorrente%20do%20exerc%C3%ADcio%20profissional&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=c%C3%B4njuge%20denunciado%20por%20crime%20decorrente%20do%20exerc%C3%ADcio%20profissional&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=absolvi%C3%A7%C3%A3o&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=repulsa%20do%20outro%20c%C3%B4njuge%20%C3%A0%20gravidade%20da%20den%C3%BAncia%20n%C3%A3o%20demonstrada&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=repulsa%20do%20outro%20c%C3%B4njuge%20%C3%A0%20gravidade%20da%20den%C3%BAncia%20n%C3%A3o%20demonstrada&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=afeta%C3%A7%C3%A3o%20da%20honorabilidade%20e%20boa%20fama&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=inexist%C3%AAncia&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=anula%C3%A7%C3%A3o%20do%20casamento&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=anula%C3%A7%C3%A3o%20do%20casamento&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=impossibilidade&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=pedido%20recovencional&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=vida%20em%20comum&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=vida%20em%20comum&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=dissipa%C3%A7%C3%A3o&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=decreta%C3%A7%C3%A3o%20do%20div%C3%B3rcio&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=viabilidade&ref=topify-link INSUPORTABILIDADE DA CONVIVÊNCIA. GRATUIDADE DE JUSTIÇA. APELANTE. APELAÇÃO. PREPARO. RECOLHIMENTO. ATO CONTRADITÓRIO E INCOMPATÍVEL COM A BENESSE. INDEFERIMENTO. DOCUMENTO NOVO (CPC, ART. 435). JUNTADA POSTERIOR À SENTENÇA. ENQUADRAMENTO. NÃO OCORRÊNCIA. CONSIDERAÇÃO. INVIABILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS RECURSAIS. MAJORAÇÃO (CPC, ART. 85, §§ 2ºE 11). SENTENÇA MANTIDA. 1. A efetivação do preparo encerra postura contraditória e ato incompatível com o pedido formulado pela apelante almejando ser agraciada com gratuidade de justiça, pois denota que está em condições de suportar os custos da demanda em que está inserida sem prejuízo para sua economia pessoal, e, ademais, a benesse, conquanto possa ser postulada e deferida a qualquer tempo, somente pode ser concedida com efeitos ex nunc, tornando inviável que seja postulada como forma de alforria de encargos sucumbenciais já fixados sem nenhuma ressalva. 2. Nos termos do que dispõe o art. 435 do CPC, a juntada extemporânea de documentos somente é permitida para demonstrar fatos supervenientes ou quando se tratar de documento novo, sendo ainda admitida nos casos em que a apresentação anterior dos documentos não se fez possível por não serem conhecidos, acessíveis ou disponíveis, devidamente justificado o motivo, resultando que, em não se configurando tais hipóteses, consubstancia imperativo legal a desconsideração de documento apresentado após a prolação da sentença por simples inércia da parte, como forma de ser preservado o devido processo legal com os institutos que o integram, prevenindo-se desconsideração da preclusão que se aperfeiçoara e a ocorrência de supressão de instância. 3. Apreendido que a documentação colacionada com o apelo estivera à disposição da parte no trânsito processual, podendo ser usada no momento apropriado para lastrear o direito que invocara, notadamente na fase instrutória, a desídia no manejo do acervo probatório obsta que, no grau recursal, seja conhecida e assimilada como prova idônea e eficaz, notadamente porque o princípio da eventualidade que pauta o procedimento não compactua com a inércia, que, a seu turno, é apenada pela preclusão, tornando inviável a fruição de faculdade processual não usufruída no momento e forma adequados. 4. A anulação do casamento sob o prisma da subsistência de erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge exige o cumprimento de três requisitos cumulativamente: (i) a anterioridade ao casamento da circunstância ignorada pelo cônjuge, (ii) a descoberta do erro posteriormente ao casamento, e (iii) a ignorância de crime ou de relevante erro quanto à identidade, a honra e boa fama do outro cônjuge, que torne a vida em comum insuportável, conduzindo a satisfação desses pressupostos à invalidação do negócio jurídico traduzido no enlace matrimonial (CC, art. 1.557, I e II). https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=insuportabilidade%20da%20conviv%C3%AAncia&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=gratuidade%20de%20justi%C3%A7a&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=apelante&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=apela%C3%A7%C3%A3o&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=preparo&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=recolhimento&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=ato%20contradit%C3%B3rio%20e%20incompat%C3%ADvel%20com%20a%20benesse&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=ato%20contradit%C3%B3rio%20e%20incompat%C3%ADvel%20com%20a%20benesse&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=indeferimento&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892542/artigo-435-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=juntada%20posterior%20%C3%A0%20senten%C3%A7a&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=enquadramento&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=n%C3%A3o%20ocorr%C3%AAncia&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=n%C3%A3o%20ocorr%C3%AAncia&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=considera%C3%A7%C3%A3o&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=inviabilidade&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=honor%C3%A1rios%20advocat%C3%ADcios%20sucumbenciais%20recursais&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=honor%C3%A1rios%20advocat%C3%ADcios%20sucumbenciais%20recursais&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895767/artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895763/par%C3%A1grafo-2-artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895763/par%C3%A1grafo-2-artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895717/par%C3%A1grafo-11-artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=senten%C3%A7a%20mantida&ref=topify-link https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892542/artigo-435-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627437/artigo-1557-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627385/inciso-i-do-artigo-1557-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627349/inciso-ii-do-artigo-1557-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 5. O erro essencial passível de conduzir à invalidação do negócio jurídico traduzido no casamento demanda a apreensão de que o estado mental do nubente, por desconhecer a real situação do consorte, o induzira a manifestar-se pela consumação do vínculo, devendo ser precedente ao aperfeiçoamento do enlace e de relevância suficiente a tornar a vida conjugal insuportável, não se conformando com essa qualificação interpretações equívocas ou projetadas sobre a pessoa e a personalidade daquele em relação ao qual os sentimentos nutridos desenharam uma figura inexistente nem defeitos que, cegados pela afeição, não são suficientes a inviabilizar a convivência ou, se descortinados anteriormente, teriam induzido solução diversa ao relacionamento. 6. Conquanto apreendido que, na consagração do enlace matrimonial, a vontade externada por ambos os cônjuges decorrera dos sentimentos de afeto mutuamente nutridos, não tendo sido influenciada pela ocupação profissional que o varão descortinava, porquanto aparentava condutas social e profissional irrepreensíveis como servidor público da área de segurança pública, a par de as inverdades em que incidira terem se tornadas conhecidas antes da consumação do vínculo, o fato de, passados alguns anos, ter a consorte despertado para a verdadeira profissão do nubente à época da relação esponsal, somado a inverdades e o descumprimento das responsabilidades e promessas conjugais no decorrer do matrimônio, não induzem à invalidação do casamento sob o prisma de vício de vontade derivada de erro essencial sobre a pessoa do marido. 7. A ignorância do fato de que o varão respondera ação penal decorrente da atividade profissional lícita que exercera anterior ao casamento independe de prévia condenação criminal, contudo, considerando que o cônjuge fora absolvido da denúncia que lhe fora imputado em co-autoria criminal, a assimilação do fato como erro essencial demandava a subsistência de evidência de que, dada a natureza da acusação criminal, implicaria repulsa à honra e à moral da consorte, de maneira que, caso descortinada em oportunidade anterior ao enlace matrimonial, o casamento não ocorreria, tornando insustentável a possibilidade da perduração da vida em comum, resultando que, ausente essa apreensão, notadamente quando a imputação resultara em absolvição, inviável a assimilação do apreendido como apto a qualificar o estado mental passível de legitimar a invalidação do negócio jurídico. 8. A subsistência de mentiras, inverdades, omissões, inclusive infidelidade conjugal por parte do cônjuge varão, sejam anteriores ou no decorrer do matrimônio, porquanto se denotam como elementos hábeis a tornar insuportável a vida marital, notadamente pela quebra de confiança na relação matrimonial e no perecimento dos sentimentos de afeto nutridos, não configuram mácula e vícios na vontade externada no momento da celebração do casamento a ensejar e a autorizar a anulação do vínculo sob o fundamento de erro essencial e substancial à pessoa do consorte. 9. Editada a sentença e aviado o recurso sob a égide da codificação processual civil vigente, o desprovimento do apelo implica a majoração dos honorários advocatícios originalmente imputados à parte recorrente, porquanto o estatuto processual contemplara o instituto dos honorários sucumbências recursais, devendo a majoração ser levado a efeito mediante ponderação dos serviços executados na fase recursal pelos patronos da parte exitosa e guardar observância à limitação da verba honorária estabelecida para a fase de conhecimento. (CPC, art. 85, §§ 2º, 6º e 11). 10. Apelação conhecida e desprovida. Honorários majorados. Unânime. Acórdão CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO. DECISÃO UNÂNIME. III- DOS PEDIDOS Pelo exposto, requer: a)O reconhecimento da ANULAÇÃO do casamento, para que os cônjuges retornem ao estado civil de solteiro; b) Seja concedida a partilha o bem imóvel; c)Seja reconhecida a perda do direito da ré de utilizar o sobrenome do autor; d)A citação da ré para apresentar defesa no prazo legal; e)A condenação da ré ao pagamento das custas e honorários advocatícios de sucumbência. https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895767/artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895763/par%C3%A1grafo-2-artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895727/par%C3%A1grafo-6-artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895717/par%C3%A1grafo-11-artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 O autor informa que as custas processuais foram devidamente recolhidas, conforme guia de pagamento em anexo. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pela prova documental. Dá à causa o valor de R$ 275.000,00 (duzentos e setenta e cinco mil reais), em conformidade com o artigo 292, III, do Código de Processo Civil. Nestes termos, pede deferimento. Local, Data... Advogado... OAB...
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