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Modelo petição inicial Divorcio Litigioso

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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA	VARA DE FAMILIA E SUCESSÕES DO FORO	.
 	 por intermédio de seus procuradores, conforme instrumento de mandado anexo, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do § 6º, artigo 226 da Constituição Federal, artigos 1.574, 1.572, incisos I e VI do artigo
1.573 e 1.578 todos do Código Civil e Lei 6.515/77, bem como artigos 1.583 e
1.584 do CC, formular o presente pedido de
DIVÓRCIO COM PEDIDO DE ATRIBUIÇÃO DE CULPA C/C REPARAÇÃO DE DANOS E
 PEDIDO ALTERNATIVO DE SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA C/C GUARDA COMPARTILHADA
em face de	, pelas razões de fato e de direito que passam a expor:
I - DO CASAMENTO
1. As partes constituíram matrimônio aos	de
 	 de	perante o Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais de
 	, registrado no livro	, fls.	, sob o nº	, certidão de casamento anexa.
2. Optaram pelo regime	, escritura de pacto antenupcial lavrada perante o Segundo Tabelionado de Notas da Comarca de , aos de de , livro , fls. , anexa.
3. Desta união adveio o nascimento dos filhos:
 	, nascido aos	, atualmente com	anos e	, nascido aos
 	, atualmente com	anos de idade, certidões de nascimento anexas.
II - DOS FATOS MOTIVADORES A DISSOLUÇÃO	DA	SOCIEDADE CONJUGAL
1. Que as partes estão casadas há ( ) anos, mas cumpre relatar que alguns anos após o início do casamento, o Requerente começou a perceber mudanças de comportamento da Requerida, que evitava ter relações sexuais com mesmo.
2. Desde então, o Requerente sempre solicitou que sua esposa procurasse ajuda médica e/ou psicóloga, ....
.....
3. Desta forma, diante da certeza da traição, das faltas e omissões como esposa, da publicidade e da vexatoriedade em
que se encontra, não restou alternativa para o Requerente, senão a propositura da presente ação.
III –	DO	DESCUMPRIMENTO	DOS DEVERES DO CASAMENTO
1. Resta evidente, que o Requerente tenta manter seu casamento, inclusive no que tange a vida íntima do casal,.......
2. Diante da oitiva das conversas que estão gravadas ...., conforme trechos das gravações transcritos nas atas notariais, anexas.
3. Para maior compreensão e comprovação do alegado e para que Vossa Excelência tenha conhecimento do inteiro teor das conversas, o Requerente criou uma conta junto ao site www.4share.com onde o conteúdo de todos os cartões está disponível com as conversas gravadas.
Esclarece ainda que, por se tratar de segredo de justiça, a fim de que a parte contrária, seus advogados, o d. Representante do Ministério Público e Vossa Excelência possam ter conhecimento do conteúdo, informa que o acesso se dá somente através de senha, sendo que deverá ser feito da seguinte forma:
“Acessar o site www.4share.com, clicar em “entrar”/ usuário:	/ senha:
 	”.
Por serem várias conversas e o conteúdo por demais de extenso, passamos a transcrever parte das conversas, através de atas notariais abaixo:
“...........”.
4. Observa-se que na integralidade das gravações telefonemas entre a Requerida e seu amante por cartão e/ou arquivo, o que comprova indubitavelmente que não se trata de apenas “um caso”, mas de um relacionamento que se estende há meses e de forma pública.
5. Diante da comprovação de que a Requerida foi infiel com o Requerente, evidenciado está que a mesma faltou com o principal dever do casamento, qual seja, a fidelidade, consoante disposto no artigo 1.566, I, do Código Civil.
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I – fidelidade recíproca;
6. Não obstante, a Requerida faltou ainda com os deveres de vida em comum, respeito e consideração mútua (art. 1.566, II e V, do CC).
7. Vemos que a Requerida não só deixou de ter uma “vida conjugal” com o Requerente, como iniciou um relacionamento amoroso com seu ......
8. Cediço que não foi só a exposição íntima da traição, mas a traição está escancarada no meio do ciclo de amizades do casal, caracterizando a total falta de respeito e consideração que a Requerida
tem pelo Requerente, pois foi capaz de expô-lo ao ridículo na frente de seus amigos......
9. Destaca-se ainda, que a Requerida e seu amante se comunicam ainda pelas redes sociais (Facebook), ata
notarial das páginas do site de relacionamento Facebook (anexa).
10. Reza o nosso ordenamento jurídico que a quebra do dever conjugal dá ao cônjuge inocente a possibilidade de propor ação de separação judicial e ou divórcio com atribuição de culpa, vez que a vida em comum se torna insuportável, nos termos dos artigos
1.572 e 1.573, I e III, ambos do Código Civil, in verbis:
Art. 1.572. Qualquer dos cônjuges poderá propor ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum.
Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes motivos:
I – adultério;
...
III – sevícia ou injúria grave;
11. Verificamos o que ensina Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho1 com relação à violação do dever de fidelidade:
1 GAGLIANO, Pablo Stolze, Rodolfo Pamplona Filho – Novo curso de direito civil, volume 6: direito de família: as famílias em perspectiva constitucional. – 4. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2014. p. 289/290.
“A violação desse dever poderá, independentemente da dissolução da sociedade conjugal ou da relação de companheirismo, gerar consequências jurídicas, inclusive indenizatórias”.
“A ruptura do dever de fidelidade poderá se dar de diversas maneiras, desde que se constate a convergência de um terceiro elemento não autorizado na esfera do casal, em espúria relação afetiva ou sexual com um dos cônjuges. Com isso, temos que não se rompe a fidelidade apenas mediante a conjunção carnal com amante.
De maneira alguma.
Carícias, afagos, conversas íntimas, enfim, todo comportamento que, de fato demonstre invasão à esfera de exclusividade de afeto dos consortes, poderá caracterizar a infidelidade.
12. Como já relatado, a Requerida não só vem traindo o Requerente com seu			, como também deixou de ter uma “vida conjugal” com seu esposo, o que caracteriza mais um descumprimento dos deveres do casamento, nesse sentido vejamos as lições de Rolf Madaleno2:
“Como formulação precípua de uma completa interação conjugal devem os cônjuges coabitar, estabelecendo uma comunidade de vida, de leitos e de amor, como ordena o artigo 1.511 do Código Civil. E para que o conjunto de deveres e de direitos possa ser exercido na busca do incessante aperfeiçoamento espiritual e material dos cônjuges, cujos valores expiram os princípios basilares da vida matrimonial, a coabitação do casal é condição inafastável para o pleno desenvolvimento da vida comunitária dos consortes, e também em relação aos filhos, que devem ser criados na presença diuturna de seus pais.
A unidade conjugal atende desse modo a uma das finalidades do casamento, consubstanciada na convivência, como modelagem inerente à entidade
2 MADALENO, Rolf – Curso de direito de família – Rio de Janeiro: Forense, 2011. p.180.
familiar. A coabitação dos cônjuges também envolve seu relacionamento sexual, como dever implícito do vínculo conjugal”.
(g.n)
13. No que concerne à injúria grave praticada pela Requerida, esta consiste na ofensa à honra do Requerente, pois hoje encontra-se totalmente aviltada, por tornar sua infidelidade pública perante .....
14. Regina Beatriz Tavares da Silva3 pontua a injúria grave como sendo:
“A injúria grave e a conduta desonrosa importam em desrespeito à honra do cônjuge. A injúria grave, ofensa direta à honra, tanto pode atingir direito da personalidade em seu sentido subjetivo (autoestima) como no objetivo (reputação social), podendo ser praticada por meio de atos ou palavras. Assim, são injúrias graves que ofendem a honra subjetiva as falsas acusações em demandas judiciais e as palavras injuriosas proferidas no recesso do lar...
Na configuração da injúria grave e da conduta desonrosa é dispensado o animus injuriandi, o elemento intencional da ofensa,bastando que o ato ou conduta tenham sido praticados em estado de consciência, para que sejam havidos como causa dissolutória culposa (arts. 1.572, caput, e 1.573, III, V E VI)”.
(g.n)
15. Diante dos fatos acima narrados quanto à infidelidade praticada pela Requerida e principalmente pelo fato de que o comportamento da mesma em “evitar” manter relações sexuais com seu esposo ocorre desde os primórdios do casamento, começam a despertar no
3 TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz – Divórcio e separação após a EC n. 66/2010 – 2. ed.
– São Paulo: Saraiva, 2012. p.46.
Requerente o questionamento de que há a possibilidade de que outras traições tenham acontecido ao longo do casamento, sem, contudo, nunca as ter descoberto.
Dentre o comportamento da Requerida, verificado no decorrer das gravações, ...
Tais atitudes denotam que a Requerida possui várias “estratégias” para despistar seu esposo, o que corrobora com a desconfiança de que esta não é a primeira traição.
16. Como resta claro, a Requerida faltou com os deveres do casamento, razão pela qual, faz-se necessária a decretação do divórcio com atribuição de culpa ou alternativamente a separação judicial litigiosa.
IV – DA ATRIBUIÇÃO DA CULPA NO DIVÓRCIO
1. Como amplamente exposto, a Requerida descumpriu vários deveres do casamento, razão pela qual a convivência marital passou a ser insuportável para o Requerente, desejando assim o divórcio.
2. A Emenda Constitucional 66/10 acrescentou o parágrafo 6º ao artigo 226 da CF, suprimindo o lapso temporal, assim o divórcio pode ser requerido diretamente, sem que se tenha que passar pelo processo de separação.
Assim, e por não haver qualquer possibilidade de reconciliação, o Requerente deseja a decretação do divórcio direto. Todavia, devido ao descumprimento dos deveres do casamento, faz-se necessária a atribuição de culpa à Requerida pela dissolução do casamento.
3. Muito embora, parte da doutrina entenda não ser possível discutir a culpa no processo de divórcio, no caso em tela referida discussão é indubitavelmente necessária, pois a Requerida não cumpriu com o dever de fidelidade, coabitação, respeito e consideração para com seu esposo, ora Requerente, devendo assim ser declarada culpada pela dissolução da sociedade conjugal.
4. Entender de forma diversa seria o mesmo que premiar a Requerida pelo modo com que sempre conduziu seu casamento, inclusive com a “escancarada” traição.
Sendo certo, que por tudo que a Requerida vem fazendo contra o Requerente, inclusive no tocante a traição de forma pública perante amigos em comum do casal, frequentando com seu amante os mesmos lugares frequentados quando em companhia de toda sua família é de se esperar pela atribuição da culpa.
5. A fim de corroborar com a tese de que pode ser atribuída a culpa a um dos cônjuges pela dissolução do casamento no processo de divórcio destacamos os ensinamentos de Regina Beatriz Tavares da Silva4, in verbis:
“...
4 Tavares da Silva, Regina Beatriz – Divórcio e separação após a EC n. 66/2010 – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012, p. 29/30.
Assim, se a separação é culposa, ocorre a perda do direito à pensão plena pelo culpado, mantendo-se apenas o direito a alimentos mínimos, diante do preenchimento de pressupostos legais que são a inaptidão ao trabalho e a ausência de parentes que lhe prestem a pensão (Código civil, art. 1.704, parágrafo único), o que será a seguir trabalhado. Também é decorrência dessa espécie a perda do direito de utilização do sobrenome conjugal (Código Civil, art. 1.578).
...
Claro está que, quando o divórcio era somente conversivo, na separação judicial anterior já teriam sido aplicadas as consequências próprias à espécie eleita – culposa, remédio e ruptura. Se o divórcio fosse conversão da separação de fato prolongada por dois anos, pela via da reconvenção poderia ser requerida a separação judicial, com a aplicação daqueles efeitos acima vistos.
Com a supressão do divórcio conversivo, como será visto neste artigo, não se pode aceitar um vazio legislativo decorrente da falta de recriação do direito posto.
È preciso haver como recepcionadas as normas da legislação ordinária no que se refere às espécies dissolutórias e aos seus efeitos diversos, e também recriá-la, com a migração dessas espécies para o divórcio, pelas razões, em especial constitucionais, que serão apontadas neste livro”.
(g.n.)
6. Destacamos ainda5:
“É evidente que essa consequência sancionatória da culpa deverá ser mantida sob a égide da EC n. 66/2010, já que a eliminação desse efeito acarretaria situações esdrúxulas, como a de uma mulher violentada em casa pelo marido continuar a sustentá-lo caso seja ela a provedora da família,
5 Tavares da Silva, Regina Beatriz – Divórcio e separação após a EC n. 66/2010 – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012, p. 76/77.
ou de um homem ter de alimentar plenamente a mulher que o traiu, em benefício até mesmo de seu amante.
Reitera-se que o pensamento de que após a dissolução do casamento pelo divórcio pode ser apurado o descumprimento do dever conjugal em ação própria não é o melhor caminho para o deslinde dessas questões. Afinal. Nessa hipótese o contrato de casamento já foi extinto”.
(g.n.)
7. Verifica-se assim, ser perfeitamente possível discutir a culpa no processo de divórcio, ante as consequências sancionatórias que devem ser aplicadas a cônjuge que faltou com os deveres do casamento.
8. Nesse sentido, vejamos o entendimento dos nossos Tribunais:
“[...] os consortes podem postular, a seu bel-prazer a separação judicial (consensual ou litigiosa) e o divórcio judicial (consensual ou litigioso) [...], além das medidas de cunho extrajudicial, enfatizando que [...] tudo vai depender do interesse de cada um dos cônjuges ou de ambos”. (Apelação 990.10.534475-5, 5ª Câmara de Direito Privado, Desembargador: Mônaco da Silva, julgado em 15/12/2010).
(g.n.)
“[...] em razão da Emenda Constitucional, passa a haver três tipos de divórcio: Divórcio judicial litigioso (quando existirem filhos menores ou quando os cônjuges não se acertarem sobre questões essenciais e conflituosas); Divórcio judicial consensual (quando existirem filhos menores e os cônjuges estiverem de pleno acordo sobre todas as condições); Divórcio extrajudicial consensual (por escritura pública quando não existirem filhos e os cônjuges estiverem de acordo sobre todas as questões, inclusive sobre a
partilha)”. (Apelação 990.10.430238-2, 4ª Câmara de direito Privado, Desembargador: Ênio Zuliani, julgado em 3/02/2011).
(g.n.)
9. Resta evidente a possibilidade de se discutir a culpa no divórcio após a EC 66/2010, razão pela qual, espera-se que Vossa Excelência decrete o divórcio das partes com a atribuição de culpa a Requerida pelo descumprimento dos deveres do casamento.
10. Todavia, não sendo este o entendimento de Vossa Excelência que seja subsidiariamente deferido o pedido de separação judicial culposa conforme passaremos a expor.
IV –	DA	AÇÃO	DE	SEPARAÇÃO CULPOSA
1. Caso Vossa Excelência não entenda pelo decreto do divórcio com atribuição de culpa, seja então aplicado o instituto da separação judicial litigiosa sanção, pois embora muitos doutrinadores entendam que a Emenda Constitucional 66/2010 extinguiu o instituto da separação do nosso ordenamento jurídico e que, portanto, não há mais que se discutir a culpa quando da dissolução da sociedade conjugal, fato é que tal instituto permanece em nosso ordenamento.
Assim, não sendo deferido o pedido de divórcio com culpa, há necessidade de ser aplicada ao caso em tela da separação com atribuição de culpa.
2. Salutar a importância da discussão da culpa quando houver descumprimento dos deveres do casamento que
impossibilitem a permanência da vida em comum, vez que, uma das consequências do descumprimento dos deveres conjugais é a perda pelo cônjuge declarado culpado aos alimentos e ao uso do sobrenome de casado.
3. Tal é a importância da permanência da separação no nosso ordenamento jurídico que tal assunto foi objeto de discussão na V Jornadade Direito Civil do Conselho de Justiça Federal, realizada entre os dias 8 e 10 de novembro de 2011.
4. Na citada Jornada foram aprovados Enunciados fundamentais para a interpretação da EC 66/10, reforçando a tese de que a separação permanece no nosso ordenamento jurídico.
5. Destacamos o Enunciado n. 514: “Art.
1.517. A EC. n. 66/2010 não extinguiu a separação judicial e extrajudicial”.
6. Para melhor entendimento das razões que levaram a aprovação do Enunciado 514, passamos a transcrever trechos dos apontamentos realizados pela Ilustre Dra. Regina Beatriz Tavares da Silva6:
“A EC n. 66/2010 alterou o art. 226, § 6º, da Constituição Federal e facilitou o divórcio ao eliminar seus requisitos temporais, sem, contudo, eliminar os institutos da separação e da conversão da separação em divórcio.
...
Assim, diante da manutenção da separação judicial e extrajudicial após a Emenda Constitucional do Divórcio, as espécies dissolutórias sanção,
6 TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz – Divórcio e separação após a EC n. 66/2010 – 2. ed.
· São Paulo: Saraiva, 2012. p. 34 a 36.
baseada no grave descumprimento de dever conjugal (Código Civil, arts. 1.572, caput, e 1.573) e, remédio, causada pela doença mental do cônjuge (Código Civil, arts. 1.572, §2º), permanecem vigentes e reguladas no Código Civil, ao lado da espécie baseada na mera impossibilidade da vida em comum.
Somente na espécie dissolutória sanção ocorre a perda do direito à pensão plena do cônjuge que violou gravemente dever conjugal (Código Civil, art. 1.704) e ao sobrenome conjugal (Código Civil, art. 1.578)...” (g.n.)
7. Tem-se, portanto, que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) já decidiu pela manutenção da separação no nosso ordenamento jurídico sendo imperioso que no presente caso Vossa Excelência se digne em receber a presente ação de Separação Culposa, para assim, garantir ao Requerente a integral justiça frente à infidelidade cometida pela Requerida.
8. Nesse sentido, nos ensina Regina Beatriz Tavares da Silva7:
“Desde logo, saliente-se que a culpa no Direito nada mais é do que o descumprimento consciente de dever conjugal, no que se vê que tal instituto não pode deixar de ser aplicado no rompimento de uma relação conjugal desfeita por esse motivo”.
9. Ainda para corroborar e reforçar esta tese, o provimento 40/2012 da Corregedoria Geral de Justiça de São Paulo possibilita
7 TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz – Divórcio e separação após a EC n. 66/2010 – 2. ed.
· São Paulo: Saraiva, 2012. p. 38.
que o Tabelião de Notas possa lavrar escritura de separação extrajudicial, bem como o seu restabelecimento:
77. As escrituras públicas de inventário e partilha, separação e divórcio consensuais não dependem de homologação judicial e são títulos hábeis para o registro civil e o registro imobiliário, para a transferência de bens e direitos, bem como para a promoção de todos os atos necessários à materialização das transferências de bens e levantamento de valores (DETRAN, Junta Comercial, Registro Civil de Pessoas Jurídicas, instituições financeiras, companhias telefônicas, etc.).
92. Na separação e no divórcio consensuais por escritura pública, as partes podem optar em partilhar os bens e resolver sobre a pensão alimentícia, a posteriori.
99. O restabelecimento de sociedade conjugal pode ser feito por escritura pública, ainda que a separação tenha sido judicial. Neste caso, é necessária e suficiente a apresentação de certidão da sentença de separação ou da averbação da separação no assento de casamento.
10. Se o Tabelião de Notas pode lavrar escritura de separação, porque a Justiça não aceitaria este instituto, pois o primeiro está restrito para algumas pessoas, pois a lei impõe requisitos, já o segundo está regido, primeiramente, pela Constituição Federal, que preza pelo acesso a Justiça. Assim, impossível não ser acatada esta tese da separação ou divórcio com culpa.
11. Ademais, entender que não existe mais a possibilidade de se discutir a culpa na dissolução da sociedade conjugal, seria o mesmo que dizer que inexistem os deveres do casamento, passando a serem meras recomendações, cuja violação não causaria qualquer consequência a seus infratores.
V –	DA	PERDA	DO	DIREITO	AOS ALIMENTOS
1. Crivo salientar que durante todo período do casamento, o Requerente foi o provedor do lar, proporcionando uma vida confortável para a Requerida e seus filhos, não deixando que nada faltasse aos mesmos.
2. Esguarde-se que a Requerida é , todavia, depois do nascimento do primeiro filho a mesma insistiu para ficar cuidando apenas do filho, o que foi aceito pelo Requerente, circunstância que se apresenta até a presente data.
Certo é que, por inúmeras vezes o Requerente já se manifestou sobre a necessidade da sua esposa em se recolocar no mercado de trabalho, onde a mesma arruma desculpas para não retornar ao trabalho.
3. Como amplamente exposto, resta mais que caracterizado a violação aos deveres do casamento cometidos pela Requerida, sendo imperioso declarar a perda do direito aos alimentos.
4. Crivo salientar, que no caso em apreço não cabe à Requerida nem ao menos os alimentos indispensáveis, haja vista, a mesma ser jovem, ter perfeita aptidão para o trabalho, encontrar-se em perfeito estado de saúde (física e mental), bem como possui qualificação profissional..... .
5. Nesse sentido, vejamos o entendimento dos nossos tribunais:
“Separação judicial. Decretação. Culpa recíproca. Alimentos indevidos. Insurgência da autora. Aplicável, à hipótese, o previsto no parágrafo único do art. 1.704 do CC. Situação fática, no entanto, a revelar desnecessidade da apelante, que trabalha e é relativamente jovem. Descumprimento dos pressupostos legais. Sentença mantida. Recurso improvido.
Portanto, impossível acolher o pleito da apelante em imputar a culpa pela separação exclusivamente ao requerido, se restou evidenciada e comprovada a quebra dos deveres matrimoniais por ambos. No entanto, o parágrafo único do artigo 1.704 do Código Civil assegura, mesmo ao cônjuge culpado pela separação, o direito ao percebimento de alimentos, ao menos os indispensáveis à sua sobrevivência, desde que observados os requisitos ali descritos. (...)
Ao contrário, a testemunha por ela arrolada, ouvida à fl. 53, é firme ao declarar que a apelante trabalha como acompanhante de idosos e ainda realiza serviços como lavadeira. Ademais, é pessoa relativamente jovem (conta atualmente com 48 anos de idade – fls. 7) e não há notícias de que haja impedimentos físicos ou psíquicos ao exercício do labor. Insta relembrar que o ordenamento jurídico atual prevê que, apenas na hipótese de o cônjuge declarado culpado não reunir aptidão ao trabalho e nem tenha parentes que lhe possa socorrer, é que o outro cônjuge será obrigado a fornecer os alimentos. Como esta não é a situação enfrentada nos autos, de rigor a manutenção da improcedência desse pedido”. ( TJSP, apelação 541.234-8/8- 00, 8ª Câmara de direito Privado, Relator: Joaquim Garcia, julgado em 01/10/2008)
6. Face ao exposto é de rigor declarar a perda do direito de receber alimentos para si.
7. No tocante à pensão alimentícia dos filhos menores, o Requerente vem cumprindo e cumprirá com sua obrigação de prestar alimentos aos filhos.
VI – DA PERDA DO DIREITO AO USO DO SOBRENOME
1. Como já relatado o fim do relacionamento ocorreu por culpa exclusiva da Requerida, que não vem cumprindo com os deveres do casamento, tendo um relacionamento extraconjugal e maculando a honra do Requerente perante terceiros, assim, deve a mesma com a decretação da separação ou divórcio culposo deixar de usar o sobrenome do marido, voltando a usar o nome de solteira.
2. Certo ainda que, a pleiteada alteração não causa qualquer prejuízo para identificação da Requerida, nem a distingue do nome utilizado pelos filhos havidos do casamento, pois como se observa pelas certidões de nascimento acostada aos autos, os filhos do casal levam o nome que é da mãe.
4.		Assim, como bem preceitua o art. 1.578 do Código Civil, o cônjugedeclarado culpado pela separação perde o direito de usar o sobrenome do outro, assim deve a Requerida voltar a usar o nome de solteira, qual seja,	.
VII - DO DANO MORAL
1. Na atualidade é perfeitamente possível aplicação do dano moral no Direito de Família, haja vista, ser a entidade
familiar a que mais sofre com os danos causados pelos atos ilícitos praticados por seus membros.
2. Rolf Madaleno8 esclarece com maestria a razão para aplicação do dano moral no Direito de Família, in verbis:
“A reparação dos prejuízos constitui um princípio geral de direito e contempla naturalmente os eventos danosos sucedidos nas relações familiares. O Direito Civil sanciona com o ressarcimento do dano causado aquele que culposamente violar um dever jurídico de conduzir-se com prudência e diligência para não lesar o próximo, e notadamente, os direitos e deveres morais do casamento têm um valor superior aos danos meramente patrimoniais, porquanto afetam a personalidade moral do sujeito e o fato de o ofensor e ofendido integrarem um vínculo familiar ou afetivo não tem razão alguma para desviar o sistema legal de responsabilidade e, ainda que fosse possível afirmar que a instituição familiar excluiria a reparação civil, mesmo assim o dano não deixaria de ser injusto”.
3. Ademais, já é pacífico o entendimento de que a competência é das Varas de Família. Nesse sentido vejamos os ensinamentos de Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho9 in verbis:
“Todavia, não temos a menor sombra de dúvida em afirmar que a competência para as questões de responsabilidade civil nas relações familiares deve ser, quando existente, da Vara de Família, pois a análise das peculiaridades e características da família devem ser levadas em conta, quando do julgamento das pretensões.
8 MADALENO, Rolf – Curso de direito de família. – Rio de Janeiro: Forense, 2011. p. 343.
9 GAGLIANO, Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho – Novo curso de direito civil, volume 6: direito de família: as famílias em perspectiva constitucional. – 4. ed. ver. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2014. p. 743.
Isso porque o que se vai discutir, muitas vezes, pressupõe o conhecimento – diríamos mais, a vivência – das complexidades inerentes aos conflitos familiares, sensibilidade essa que, normalmente, acaba sendo desenvolvida, pela especialização, nos magistrados atuantes nas Varas de Família”.
4. Corroborando com os ensinamentos expostos acima, segue o entendimento dos nossos tribunais:
PROCESSUAL. DANO MORAL DECORRENTE DE RELAÇÃO FAMILIAR. ADULTÉRIO. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUIZADO ESPECIAL. Em
se tratando de pretensão à reparação de dano moral decorrente de relacionamento familiar a competência é da Vara de Família, o que inviabiliza o trânsito em sede de Juizado Especial. Matéria de ordem pública, cognoscível de ofício. Extinguiram o processo sem exame do mérito, de ofício. Unânime (TJ-RS - Recurso Cível: 71000853929 RS, Relator: João Pedro Cavalli Junior, Data de Julgamento: 15/02/2006, Segunda Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 22/02/2006).
(g.n.)
5. Como já relatado no caso em tela, a Requerida está vivendo desde um relacionamento extraconjugal com
 	, e como se não bastasse a traição, o referido relacionamento tornou-se público.
6. Como se verifica pelas conversas transcritas em ata notarial, a Requerida sem qualquer pudor contou sobre seu relacionamento extraconjugal para	, Sras. , e várias pessoas do seu círculo de amizade também já têm conhecimento do fato.
7. Crivo salientar que muitas das amigas da Requerida são esposas dos amigos do Requerente, bem como , razão pela
qual, não bastasse a traição, tem o Requerido que conviver com a difamação de sua honra, plena humilhação frente aos amigos, pois foi o ultimo a saber.
8. Humilhação esta comprovada pelas conversas verificadas entre a Requerida e suas empregadas, e principalmente com seu amante , como se verifica na ata notarial em determinada ligação entre os “amantes” fica claro que o relacionamento amoroso entre eles está escancarado, pois ....., conforme trechos da ata notarial supra destacados.
9. Evidente que, desde que tomou conhecimento da traição por sua esposa, o Requerente vem passando por inúmeros danos, ....., o que motivou o mesmo a procurar ajuda psiquiátrica (doc. anexo).
10. Não obstante, cumpre-nos salientar que desde que teve a confirmação da traição da sua esposa o Requerente diante de tamanha dor já emagreceu mais	quilos, cópias dos exames anexos, dor esta que não afeta somente seu âmago, ...
11. A aplicação do dano moral no Direito de Família não tem o fito de monetarizar o desamor, até porque todos são livres para amar e desamar. O que não se pode é em virtude do desamor causar dano a outrem, dano esse evidenciado no caso em tela pelo descumprimento dos deveres do casamento, e principalmente exposição vexatória que a Requerida o vem fazendo passar.
12. Tem-se, portanto, caracterizado o dano suportado pelo Requerente, razão pela qual, deve a Requerida ser condenada a pagar ao Requerente indenização pelos atos ilícitos cometidos.
13. Nesse sentido, segue entendimento jurisprudencial:
“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - TRAIÇÃO CONJUGAL - COMENTÁRIOS OFENSIVOS À HONRA DO CÔNJUGE TRAÍDO - DANO MORAL CARACTERIZADO - VALOR DA INDENIZAÇÃO - EXTENSÃO DO DANO - PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE. São indenizáveis danos morais causados pela companheira em virtude de traição conjugal e comentários negativos e depreciativos sobre o cônjuge traído em seu ambiente de trabalho. A indenização deve ser suficiente exclusivamente para reparar o dano, pois se mede pela extensão do dano, nos termos do art. 944, caput, do Código Civil, não podendo ensejar enriquecimento indevido do ofendido. Primeiro recurso provido em parte. Segundo recurso não provido”. (TJMG, apelação nº. 1044310002824-2, Desembargador: Gutemberg da Mota e Silva, 10ª Câmara Cível, Julgamento: 15/05/2012).
(g.n.)
14. Assim, requer a Vossa Excelência que seja arbitrado o valor da indenização dos danos morais, conforme será comprovado no decorrer da lide.
VIII – DA GUARDA DOS FILHOS E DO PERÍODO DE CONVIVÊNCIA
1. Requer seja fixada a GUARDA COMPARTILHADA, haja vista, o Requerente sempre ter sido um pai
presente, participando das atividades dos seus filhos, ademais, a aplicação da guarda compartilhada visa preservar o melhor interesse da criança e/ou adolescente.
2. Esguarde-se que as visitas aos filhos menores devem ser livres, pois o Requerente teme que no caso de guarda unilateral, a Requerida possa utilizar-se de meios escusos para que o pai não tenha acesso aos filhos, bem como, teme que os filhos possam conviver com pessoas ou em ambientes que não sejam propícios para idade.
Apenas a título de exemplificação, a
Requerida ......
3. Deste modo, necessário que se estabeleça os horários e períodos de convivência do pai com os filhos, que em princípio sugere o Requerente, que seja a partir da separação de corpos, 2(duas) vezes por semana e finais de semana alternados.
4. Necessário enfatizar que cabe à genitora informar ao pai, ora Requerente, sobre todas as atividades escolares e de saúde dos filhos, a fim de serem preservados os laços parentais entre estes.
5. Cumpre salientar que foi sancionada a Nova Lei de guarda Compartilhada no dia 22 de dezembro de 2014, Lei n. 13.058/14, com vigência na data de sua publicação, onde a guarda compartilhada será aplicada quando ambos os genitores estiverem aptos a exercer o poder familiar, alterando assim o § 2º do artigo 1.584 do Código Civil.
IX - CONCLUSÃO
1. Diante do exposto pede e espera o Requerente, que Vossa Excelência se digne em julgar procedente o presente pedido, decretando o DIVÓRCIO das partes, atribuindo à Requerida a CULPA pelo fim do casamento, bem como a condenação da Requerida a não utilizar mais o sobrenome de casada, e a perda do direito de pleitear alimentos.
2. Seja condenada ainda, a reparar os danos morais causados ao Requerentefrente aos dissabores e transtornos morais, emocionais e psicológicos sofridos, no montante que Vossa Excelência julgar conveniente.
3. Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, que decrete a separação judicial das partes, com a consequente decretação da culpa à Requerida, perda do uso do sobrenome de casada e do direito de pleitear alimentos, bem como ao pagamento de indenização por danos morais e a revogação da doação do imóvel, nas condições anteriormente expostas, em tudo ouvido o d. Representante do Ministério Público.
4. Requer seja decretada a aplicação da Guarda Compartilhada para os filhos do casal, conforme requerido acima.
5. Requer a citação da Requerida para querendo contestar a presente demanda.
6. Requer ainda, a condenação da Requerida ao pagamento das custas e despesas processuais, e honorários advocatícios sucumbenciais.
XI - PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos em direito, em especial pelo depoimento pessoal da Requerida, oitivas de testemunhas, cujo rol apresentará oportunamente, e novos documentos que se fizerem necessários para solução do caso.
XII - VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$	( 	
mil reais) para efeito de alçada.
Termos em que,
P. Deferimento.
São Paulo,	de	de 20 .
ADVOGADO OAB/SP

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