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IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Fadiga Profa. Dra. Renata Penha rnp@unifei.edu.br IEM – Sala 2.07 IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Fadiga •Processo que provoca falha prematura ou dano em um componente carregado ciclicamente abaixo do seu limite de escoamento. Aquecimento/Resfriamento Carregamento/Descarregamento Vibrações Compressão/Descompressão Decolagem/Aterrisagem A maioria das falhas estruturais ocorrem na prática envolvem problemas de fadiga IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Classes de solicitações • Classe 1 – macaco de automóvel de sanfona • Classe 2 – pontes • Classe 3 – cortador de grama com laminas rotativas • Classe 4 – a maior parte das máquinas movidas por motor Solicitações constantes Solicitações variáveis Elementos imóveis Classe 1 Classe 2 Elementos móveis Classe 3 Classe 4 IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Tipos de carregamento em sistemas mecânicos • Estático •De serviço •Vibração •Acidental Silver Bridge, 1967. Minneapolis Bridge, 2007.Silver Bridge, 1928. Fontes de carregamentos cíclicos IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Tensões Cíclicas • Em geral são possíveis três modalidades diferentes de tensão oscilante-tempo • Ciclo de tensões alternadas. • Ciclo de tensões repetidas. • Ciclo de tensões aleatórias. IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Descrição de um carregamento cíclico 𝑅 = 𝜎𝑚𝑖𝑛 𝜎𝑚á𝑥 IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Vida em fadiga • Três etapas: • Nucleação da trinca • Propagação da trinca • Fratura final • A vida de propagação é dada por: 𝑁 = 𝑁𝑁 + 𝑁𝑃 +𝑁𝐹𝐹 𝑁 = 𝑁𝑁 +𝑁𝑃 IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Método tensão-vida (SN) • Também é conhecido como Fadiga de Alto Ciclo (FAC) ou Fadiga em Baixa Tensão (FBT) Regime de vida finita: 10³ a 104 ciclos Regime de vida infinita: acima de 104 ciclos IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Curva de resistência à fadiga • Se os dados SN formam uma reta log-linear: 𝜎𝑎 = 𝐶 + 𝐷 log𝑁𝑓 •A equação da reta na escala log-log: 𝜎𝑎 = 𝐴𝑁𝑓 𝐵 IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Equação de Basquin 𝜎𝑎 = 𝜎𝑓 ′ 2𝑁𝑓 𝑏 𝜎𝑎 - amplitude de tensão, MPa 𝜎𝑓 ′ - coeficiente de resistência à fadiga, MPa 𝑁𝑓 - vida para falha, ciclos b – constante do material IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Material Limite de escoamento, 𝝈𝒐, MPa Limite de resistência à tração, 𝝈𝒖, MPa Limite de resistência à fratura real, 𝝈𝒇,MPa 𝝈𝒇 ′ , MPa A, MPa b SAE 1015 (normalizado) 228 415 726 1020 927 -0,138 Man-Ten (laminado a quente) 322 557 990 1089 1006 -0,115 RQC-100 (laminado T&R) 683 758 1186 938 897 -0,0648 SAE 4142 (T&R, 450 HB) 1584 1757 1998 1937 1837 -0,0762 AISI 4340 (grau aeronáutico) 1103 1172 1634 1758 1634 -0,0977 AA 2024-T4 303 476 631 900 839 -0,102 Ti-6Al-4V (solubilizada e envelhecida) 1185 1233 1717 2030 1889 -0,104 Tabela 1 – Constantes das curvas S-N para alguns materiais IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is 1. Alguns valores de amplitude de tensão e os ciclos correspondentes para falha em fadiga são dados na tabela abaixo para o aço AISI 4340. Estes ensaios foram realizados em corpos de prova não entalhados, carregados axialmente e com tensão média igual a zero. a, MPa Nf, ciclos 948 222 834 992 703 6004 631 14130 579 43860 524 132150 a) Plote estes dados em coordenadas log-log. Se a tendência parecer uma reta, obtenha os valores das constantes A e B a partir dos dois pontos mais separados. b) Obtenha os valores refinados de A e B usando regressão linear dos mínimos quadrados a partir do gráfico log(a) vs log (Nf) IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Fatores de segurança para curva S-N, Xs •O fator de segurança em tensão é dado por: •O fator de segurança em vida é dado por: • Em fadiga o fator de segurança em tensão (XS) varia de 1,5 a 5; e o em vida (XN) de 5 a 20 ou mais. IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is 2. Para o aço SAE 4340 da Tabela 1, uma amplitude de tensão de 500 MPa será aplicada em serviço para uma vida esperada de 2000 ciclos. Quais os fatores de segurança em tensão e em vida? IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Fatores que podem prejudicar a vida em fadiga • Os dados básicos de fadiga são gerados usando CPs polidos e de geometria padronizada em flexão reversa. • Na realidade, o projeto pode variar das condições ideais em: • Tamanho (diferente do padrão) • Carregamento (tração, torção...) • Tensão média e amplitude de tensão • Acabamento superficial (usinado, retificado, forjado, estampado, jateado) • Temperatura • Corrosão IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Fatores modificadores – Processamento •Descarbonetação (tratamento térmico ou solda) •Deposição de filmes: proteção (níquel, cromo, cádmio, a zinco, perigos e para a vida em fadiga, principalmente em aços de elevada resistência. Causas: • Defeitos na camada (iniciação de uma trinca) • Tensões residuais são normalmente trativas IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is É possível melhorar a vida em fadiga? • Tratamentos superficiais – aumentam a resistência da superfície de um material e consequentemente sua vida em fadiga. • Laminação a frio: aumenta a vida de parafusos, virabrequins.... • Shot peening: encruamento e tensões compressivas. Aumento de até 30% na tensão limite de fadiga. • Têmpera superficial, tratamentos termoquímicos. IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Fatores modificadores • O limite de fadiga ajustado, Sfr, é dado por: 𝑆𝑓𝑟 = 𝑘𝑐𝑘𝑑𝑘𝑠𝑘𝑇𝜎𝑓 • Onde Sf é o limite de fadiga obtido para um cp padronizado em flexão reversa. • Os índices significam: • c: carregamento; • d: tamanho; • s: acabamento superficial; • T: temperatura de serviço IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Fatores modificadores - Microestrutura IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Fatores modificadores - Corrosão • Se o meio for corrosivo → diminuição significativa do limite de resistência à fadiga. (Norton, 2013) IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Fatores modificadores • Carregamento: • Flexão: 𝑘𝑐=1 • Tração: 𝑘𝑐=0,70 • Tamanho: • Para d 8 mm: 𝑘𝑑 = 1 • Para 8 < d 250 mm: 𝑘𝑑 = 1,189𝑑 −0,097 • Para d>250 mm: 𝑘𝑑 = 0,6 IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Fatores modificadores – Acabamento superficial (Norton, 2013) IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Fatores modificadores – Acabamento superficial Shigley & Mischke, 1989. 𝑘𝑠 ≅ A 𝜎𝑢𝑡 𝑏 IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Fatores modificadores - Temperatura • Temperatura baixa: • Para aços, o limite de fadiga aumenta (como a resistênciaa carregamento estático) • A tenacidade à fratura diminui quando o material torna-se frágil em baixa temperatura. • Temperatura alta: • Para aços, o limite de fadiga “desaparece” devido ao bloqueamento das discordâncias. • Em temperatura muito alta (> 0.5 PF), a fluência torna-se importante • A metodologia S-N não pode ser usada. • KT=1-0,0058(T-450) IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Fatores modificadores – Confiabilidade Confiabilidade, % Kconf 50 1,000 90 0,897 95 0,868 99 0,814 99,9 0,753 99,99 0,702 99,999 0,659 99,9999 0,620 IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is 3. Para um conjunto braço-pedal de bicicleta mostrado na figura, pressuponha que a tensão equivalente aplicada pelo ciclista sobre o pedal que varia entre 0 e 805 MPa em cada ciclo. Determine o limite de resistência à fadiga corrigido no braço do pedal de diâmetro 15 mm. Dados: LRT = 500 MPa e o LE = 350 MPa. IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Efeito da tensão média IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Diagrama da amplitude de tensão média normalizado σar = Amplitude de tensão p/ σm =0 σm = 0 quando σa/σar= 1 Quando σa = 0 →σm = σu σfB= limite de resistência real corrigido IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Goodman modificado: Gerber: Morrow: IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Smith, Watson e Topper (SWT) Walker Onde γ é uma constante do material IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is 4. O aço AISI 4340 é submetido a um carregamento cíclico com tensão média de 200 MPa. a) Qual é a vida esperada se a amplitude de tensão for de 450 MPa? b) Estime também a curva S-N para esta tensão média. IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is 5. A liga de alumínio 2024-T4 é submetida a um carregamento cíclico entre σmin = 172 e σmax = 430 MPa. Qual a vida esperada? IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Carregamento de amplitude variável •Regra de Palmgren-Miner ou teoria do dano acumulado IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is 6) O histórico de tensão mostrado na Figura abaixo é repetidamente aplicado como uma tensão uniaxial em um componentes sem entalhe de aço AISI 4340. Estime o número de repetições necessárias para provocar a falha por fadiga. IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Carregamento de amplitude variável •Rainflow (ASTM E1049-85 (2011)) Histórico de ciclos de carregamento de um veículo terrestre. IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Procedimento para contagem de ciclos rainflow • S é o ponto de partida na história da carga, Y é a faixa que contém S e X a faixa seguinte e adjacente a faixa Y. 1. Leia o próximo pico ou vale. Se não houver informação vá para o passo 6; 2. Se houver menos de 3 pontos volte ao passo 1. Forme as faixas X e Y usando os 3 picos e vales mais recentes, caso não tenham sido descartados; 3. Compare os valores absolutos dos caminhos X e Y: a) Se X < Y, vá para o passo 1 b) Se X ≥ Y, vá para o passo 4 4. Se faixa Y contiver o ponto de início S, vá para o passo 5; caso contrário, conte a faixa Y como um ciclo, descarte o pico e o vale de Y, e vá para o passo 2; 5. Conte a faixa Y como um meio-ciclo, descarte o primeiro ponto (do pico ou do vale) na faixa Y, mova o ponto de partida para o segundo ponto da faixa Y e vá para o passo 2; 6. Conte cada faixa que não havia sido contado anteriormente como um meio-ciclo. IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is Contagem de ciclos rainflow 1. S = A; Y = | A-B |; X = | B-C | e X > Y. A faixa Y contém S, que é o ponto A. Conte | A-B | como um meio-ciclo e descarte o ponto A; assim, S = B. 2. Y = | B-C |; X = | C-D | e X > Y. Y contém o S, nesse caso, o ponto B. Conte | B-C | como um meio ciclo e descarte o ponto B. Agora S = C IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is 3. Y = | C-D |; X = | D-E | e X < Y. Leia próximo pico/vale; 4. Y = | D-E |; X = | E-F | e X < Y. Leia próximo pico/vale; 5. Y = | E-F |; X = | F-G | e X > Y. Conte | E-F | como um ciclo e descarte os pontos E e F. Una, em seguida, o ponto D ao ponto G para formar uma nova faixa; IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is 6. Y = | C-D |; X = | D-G | e X > Y. Conte | C-D | como meio ciclo e descarte o ponto C. Logo, S=D. 7. Y = | D-G |; X = | G-H | e X < Y. Leia próximo pico/vale; 8. Y = | G-H |; X = | H-I | e X < Y. Fim do histórico de carregamento. 9. Conte | D-G |, | G-H | e | H-I |como meios ciclos. 10. Fim da contagem IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is IE M – U N IF EI : E M E0 3 9 – Fr at u ra e F ad ig a d o s M at er ia is 7) Em um ponto de interesse de uma peça feita da liga Ti-6Al-4V, o material é repetidamente submetido ao histórico de carregamento mostrado na Figura abaixo. Estime o número de repetições necessário para levar a falha por fadiga.
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