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Estruturas Cristalinas Prof. José Henrique Alano 3 Estruturas cristalinas ❖ Conceitos fundamentais ❖ Material cristalino: os átomos estão situados em um arranjo que se repete ao longo de grandes distâncias atômicas, existe ordem de longo alcance; O estado amorfo apresenta alto grau de aleatoriedade atômica 4 Estruturas cristalinas ❖ Conceitos fundamentais ❖ Estrutura cristalina: é a forma como os átomos, íons ou moléculas estão arranjados em um material cristalino. 5 Estruturas cristalinas ❖ Conceitos fundamentais ❖ Modelo de esferas rígidas: ao descrever uma estrutura cristalina é comum representar os átomos ou íons como esferas sólidas de diâmetro bem definido. 6 Estruturas cristalinas ❖ Conceitos fundamentais ❖ Rede cristalina: um arranjo tridimensional de pontos que coincidem com as posições atômicas (ou centros das esferas). 7 Estruturas cristalinas ❖ Conceitos fundamentais ❖ Célula unitária: unidade estrutural básica (ou bloco de construção básico) da estrutura cristalina. Representa a simetria do cristal. 8 Estruturas cristalinas ❖ Conceitos fundamentais ❖ Célula unitária: unidade estrutural básica (ou bloco de construção básico) da estrutura cristalina. Representa a simetria do cristal. 9 Estruturas cristalinas ❖ Estruturas cristalinas dos materiais metálicos: a ligação metálica é não-direcional → estruturas com elevado empacotamento atômico; ❖ Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC): cobre, alumínio, prata e ouro são exemplos de metais que apresentam estrutura CFC. 10 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC) ❖ Número de átomos por célula unitária (Nc): cada átomo em um vértice é compartilhado por 8 células unitárias. 𝑁𝑣𝑐𝑓𝑐 = 1 8 𝑥 8 = 1 á𝑡𝑜𝑚𝑜 11 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC) ❖ Número de átomos por célula unitária (Nc): já os átomos das faces pertencem somente a duas células unitárias. 𝑁𝑓𝑐𝑓𝑐 = 1 2 𝑥 6 = 3 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 Átomo da face 12 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC) ❖ Número de átomos por célula unitária (Ncfc): há 4 átomos por célula unitária na estrutura CFC. 𝑁𝑐𝑓𝑐 = 𝑁𝑣𝑐𝑓𝑐 +𝑁𝑓𝑐𝑓𝑐 𝑁𝑐𝑓𝑐 = 1 8 𝑥8 + 1 2 𝑥6 = 4 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠/𝑐 13 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC) ❖ Exemplo 1: Calcule a relação entre aresta e raio atômico de uma célula unitária CFC. 𝑎 = 2𝑅 2 14 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC) ❖ Exemplo 2: Calcule a relação entre o volume da célula unitária CFC e o raio atômico. 𝑉𝑐𝑓𝑐 = 16𝑅 3 2 15 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC) ❖ Número de coordenação: número de átomos vizinhos em contato (12). 16 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC) ❖ Fator de empacotamento atômica (FEA): é a soma do volume de todas as esferas dentro de uma célula unitária dividido pelo volume da célula unitária. 𝐹𝐸𝐴 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜𝑠 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 17 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC) ❖ Fator de empacotamento atômica (FEA): é a soma do volume de todas as esferas dentro de uma célula unitária dividido pelo volume da célula unitária. 18 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC) ❖ Fator de empacotamento atômica (FEA): é a soma do volume de todas as esferas dentro de uma célula unitária dividido pelo volume da célula unitária. Plano compacto (plano octaédrico) CFC 19 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC) ❖ Exemplo 3: Demonstre que o FEA da estrutura CFC é igual a 0,74. 𝐹𝐸𝐴 = 0,74 20 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC): cromo, molibdênio e tungstênio são exemplos de metais que apresentam estrutura CCC. 21 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC) ❖ Número de átomos por célula unitária (Nc): cada átomo em um vértice é compartilhado por 8 células unitárias. 𝑁𝑣𝑐𝑐𝑐 = 1 8 𝑥 8 = 1 á𝑡𝑜𝑚𝑜 22 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC) ❖ Número de átomos por célula unitária (Nc): apresenta um átomo inteiro no centro do cubo. 𝑁𝑐𝑐𝑐𝑐 = 1 á𝑡𝑜𝑚𝑜 23 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC) ❖ Número de átomos por célula unitária (Nc): há 2 átomos por célula unitária na estrutura CCC. 𝑁𝑐𝑐𝑐 = 𝑁𝑣𝑐𝑐𝑐 + 𝑁𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑁𝑐𝑐𝑐 = 1 8 𝑥8 + 1 = 2 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠/𝑐 24 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC) ❖ Número de coordenação: número de átomos vizinhos em contato (8). 25 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC) ❖ Exemplo 4: Calcule a relação entre aresta e raio atômico de uma célula unitária CCC. 𝑎 = 4𝑅/ 3 adc df 26 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC) ❖ Exemplo 5: Calcule a relação entre o volume da célula unitária CCC e o raio atômico. 𝑉𝑐𝑐𝑐 = 64𝑅 3/3 3 adc df 27 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC) ❖ Exemplo 6: Demonstre que o FEA da estrutura CCC é ≈ 0,68. 28 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina hexagonal compacta (HC): titânio, cobalto e zinco são exemplos de metais que apresentam estrutura HC. Estrutura hexagonal compacta. 29 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina hexagonal compacta (HC) ❖ Número de átomos por célula unitária (Nc): três átomos inteiros no centro da célula unitária. 𝑁𝑐ℎ𝑐 = 3 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 30 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina hexagonal compacta (HC) ❖ Número de átomos por célula unitária (Nc): o átomo no centro de cada plano basal é compartilhado por apenas duas células unitárias. 𝑁𝑏ℎ𝑐 = 1 2 𝑥 2 = 1 á𝑡𝑜𝑚𝑜 31 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina hexagonal compacta (HC) ❖ Número de átomos por célula unitária (Nc): cada átomo dos vértices estão sendo divididos por 6 células unitárias adjacentes. 𝑁𝑣ℎ𝑐 = 1 6 𝑥 12 = 3 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 32 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina hexagonal compacta (HC) ❖ Número de átomos por célula unitária (Nc): há 6 átomos por célula unitária na estrutura HC. 𝑁ℎ𝑐 = 𝑁𝑐ℎ𝑐+𝑁𝑏ℎ𝑐+𝑁𝑣ℎ𝑐 𝑁ℎ𝑐 = 3+ 1 2 𝑥2 + 1 6 𝑥12 = 6 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠/𝑐 33 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina hexagonal compacta (HC) ❖ Razão c/a: a razão altura/aresta ideal de uma célula unitária HC é 1,633. a c Demonstre 34 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina hexagonal compacta (HC) ❖ Exercício 7: Demonstre que o fator de empacotamento da célula unitária HC é ≈ 0,74. A área da base do prisma hexagonal é 3𝑎2 3 2 . a c 35 Estruturas cristalinas ❖ Estrutura cristalina hexagonal compacta (HC) ❖ Número de coordenação: número de átomos vizinhos em contato (12). 36 Estruturas cristalinas ❖ Comparativo entre as estruturas CFC, CCC e HC CFC CCC HC Número de coordenação 12 8 12 FEA 0,74 0,68 0,74 Átomos por célula unitária 4 2 6 37 Estruturas cristalinas ❖ Densidade teórica dos metais ❖ Conhecendo-se a estrutura cristalina de um sólido metálico é possível calcular a sua densidade teórica. 𝜌 = 𝑛𝐴 𝑉𝑐𝑁𝐴 Onde: • n – número de átomos associados a cada célula unitária; • A – Peso atômico; • Vc – Volume da célula unitária; • NA – número de Avogrado (6,023 X 10 23 átomos/mol). 38 Estruturas cristalinas ❖ Densidade teórica dos metais ❖ Exercício 8: O cobre possui um raio atômico de 0,128 nm (1,28Å), uma estrutura cristalina CFC, e um peso atômico de 63,5 g/mol. Calcule a densidade do cobre. 39 Sistemas cristalinos ❖ Parâmetros de rede: a geometria da célula unitária é definida pelos parâmetrosde rede. São eles: a, b, c, α, β e γ. • a, b e c são os comprimentos das arestas; • α, β e γ são os ângulos entres os eixos. 40 Sistemas cristalinos ❖ Sistemas cristalinos: existe somente sete combinações de a, b e c, e α, β, e γ possíveis. Cada um dessas combinações constitui um sistema cristalino. • Cúbico; • Tetragonal; • Ortorrômbico; • Romboédrico; • Hexagonal; • Monoclínico; • Triclínico. 41 Sistemas cristalinos ❖ As 14 redes de Bravais: os 7 sistemas cristalinas são subdivididos em 14 redes diferentes, conhecidas por redes de Bravais. 42 Sistemas cristalinos ❖ As 14 redes de Bravais: os 7 sistemas cristalinas são subdivididos em 14 redes diferentes, conhecidas por redes de Bravais. 43 Planos e direções cristalográficas ❖ Direções cristalográficas: são vetores; ❖ Etapas utilizadas na determinação dos três índices direcionais (índices de Miller): • Determinar dois pontos que coincidem com a direção cristalográfica; • Subtrair as duas coordenadas (“calda” – “cabeça”) (“alvo” – “origem”); • Os três números obtidos são multiplicados ou divididos por um fator comum, a fim de reduzi-los aos menores valores inteiros; • Os três índices são colocados entre colchetes [u v w]; • Se um sinal negativo por obtido, este é indicado por uma barra sobre o índice. 44 Planos e direções cristalográficas ❖ Exemplo 9: Determinar os índices de Miller das direções A, B e C mostradas na figura abaixo. 45 Planos e direções cristalográficas ❖ Família de direções: algumas direções são equivalentes se redefinirmos o sistema de coordenadas. ❖ Exemplo: em um sistema cúbico, a direção [100] é equivalente à direção [010] se nós redefinirmos o sistema de coordenadas. ❖ Um grupo de direções equivalentes é chamado de família → é representado por <>. 46 Planos e direções cristalográficas ❖ Família <100> [100], [100], [010], [010], [001], [001] 47 Planos e direções cristalográficas ❖ Planos cristalográficos: • São representados de maneira semelhante às direções; • Em todos os sistemas cristalinos (exceto o sistema cristalino hexagonal), os planos cristalográficos são representados pelos índices de Miller (hkl) ou (hkil→ hexagonal); • Planos paralelos são equivalentes e possuem índices idênticos; • Famílias de planos são representadas por {}. 48 Planos e direções cristalográficas ❖ Planos cristalográficos: 49 Planos e direções cristalográficas ❖ Procedimento para determinação dos valores dos índices de Miller de planos cristalográficos: • Se o plano passar através da origem, nova origem deve ser selecionada no vértice de uma outra célula unitária; • O plano cristalográfico ou intercepta ou é paralelo a cada um dos três eixos; • Obtenção dos pontos de interceptação do plano com os eixos x, y e z; • Os valores inversos desses números são calculados e tomados (h=1/a, k=1/b e l=1/c); • Obtenção do menor conjunto de números inteiros pela multiplicação ou divisão por um fator comum; • Índices obtidos devem ser apresentados entre parênteses: (hkl). 50 Planos e direções cristalográficas ❖ Exemplo 10: Determinar os índices de Miller do plano indicado na figura abaixo. y intercepta = 1 x intercepta = ∞ Z intercepta = ∞ Plano (010) 51 Planos e direções cristalográficas ❖ Exemplo 10: Determinar os índices de Miller do plano indicado na figura abaixo. y intercepta = 1 x intercepta = ∞ Z intercepta = ∞ Plano (010) 52 Planos e direções cristalográficas ❖ Exemplo 11: Determinar os índices de Miller do plano indicado na figura abaixo. y intercepta = 1 x intercepta = 1 Z intercepta = ∞ 53 Planos e direções cristalográficas ❖ Exemplo 11: Determinar os índices de Miller do plano indicado na figura abaixo. y intercepta = 1 x intercepta = 1 Z intercepta = ∞ Plano (110) 54 Planos e direções cristalográficas ❖ Exemplo 12: Determinar os índices de Miller do plano indicado na figura abaixo. y intercepta = 1 x intercepta = 1 Z intercepta = 1 55 Planos e direções cristalográficas ❖ Exemplo 12: Determinar os índices de Miller do plano indicado na figura abaixo. y intercepta = 1 x intercepta = 1 Z intercepta = 1 Plano (111) 56 Planos e direções cristalográficas ❖ Exemplo 13: Determinar os índices de Miller do plano indicado na figura abaixo. 57 Planos e direções cristalográficas ❖ Família {111}: 58 Planos e direções cristalográficas ❖ Família {110}: 59 Planos e direções cristalográficas ❖ Densidade linear: é a fração do comprimento da linha que é interceptada pelos átomos; ❖ Exemplo: 𝐷𝑙 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑣𝑒𝑡𝑜𝑟 = á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠/𝑐𝑚 60 Planos e direções cristalográficas ❖ Densidade planar: é a fração da área cristalográfica planar total que está ocupada pelos átomos. ❖ Exemplo: 𝐷𝑝 = á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 = á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠/𝑐𝑚2 61 Planos e direções cristalográficas ❖ Sistemas de escorregamento ❖ Exemplo: Estrutura cristalina CFC. ❖ Família {111} todos os planos estão densamente compactados. ❖ O escorregamento ocorre ao longo da direção <110>. ❖ {111} e <110> → sistema de escorregamento.
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