Buscar

embargos digitado

Prévia do material em texto

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara da Fazenda Pública 
do Município de Ribeirão Preto- SP 
 
 
 
Distribuição por dependência 
Processo:_ 
 
 
 
 
 
 ARTHUR DOS ANJOS, nacionalidade, estado civil, 
profissão, portador do CPF nº:_ cédula de identidade nº :_, residente e 
domiciliado à rua, número, bairro, cidade, estado, cep, no prazo legal vem 
oferecer 
 
EMBARGOS À EXECUÇÃO 
 
fundados nos fatos e no direito a seguir deduzidos: 
 
 
DOS FATOS 
 
Em procedimento executivo fiscal, promovido pelo Município de Ribeirão 
Preto, SP, movida contra ARTHUR DOS ANJOS, (qualificar), foram 
constatadas as seguintes irregularidades: 
Verifica-se que, na certidão da dívida ativa deveria conter o número do 
processo administrativo, qualquer que seja ele, pois que dívida alguma pode 
ser constituída sem que seja instaurado um procedimento administrativo com 
o direito à ampla defesa por parte do contribuinte tido como devedor. 
 O inciso VI do parágrafo 5.º do art. 2.º da Lei de Execução Fiscal, 
exige o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles 
estiver apurado o valor da dívida. 
 Não consta, ainda, a notificação do contribuinte executado, 
observando-se que no caso dos autos o exequente simplesmente fez os 
lançamentos que entendeu devidos e promoveu a presente execução fiscal, 
sem abrir o indispensável procedimento administrativo prévio, 
oportunizando o contribuinte exercer na plenitude sua defesa na esfera 
administrativa. 
 
DO CERCEAMENTO DA DEFESA 
 
Estas referidas certidões de Dívida Ativa, foram extraídas conforme 
lançamentos respectivos, tendo como fundamentação a lei Municipal 
5.641\89, que instituiu a Taxa de Fiscalização e Funcionamento. 
 
Todavia, em nenhum momento foi dada ciência ao Embargante de qualquer 
processo administrativo instaurado pela Administração Publica, fato 
que impedindo-o de oferecer sua defesa, à época. 
 
Data venia, para que pudesse responder pelo débito reclamado, impunha-se 
sua notificação para acompanhar os termos do processo administrativo, fato 
notoriamente não ocorrido, conforme pode-se depreender pelas certidões 
juntadas aos autos de fls. 04\06, no qual nota-se que não há sequer uma 
numeração de algum processo administrativo instaurado pela Administração 
Pública. 
 
Depreende o artigo 5° da CR/88, inciso LV, que em processos judiciais 
ou administrativos, a todos são garantidos o real exercício dos direitos ao 
contraditório e a ampla defesa, com todos os meios e recursos a ela inerentes. 
 
Todavia, a embargada, em um ato eivado de nulidade, efetuou lançamentos 
de impostos relativos à TAXA DE FISCALIZAÇÃO E 
FUNCIONAMENTO, sem sequer dar oportunidade do sujeito passivo da 
obrigação tributária, de tomar conhecimento do respectivo procedimento 
administrativo de lançamento. 
 
Agindo desta forma, negou-lhe qualquer possibilidade de se defender. 
 
Assim, se o Embargante à época do fato gerador não foi regulamente 
notificado para acompanhar os plenos termos do processo administrativo, 
restou-se de forma incontroversa que houve cerceamento da sua 
defesa, eivando de nulidade a execução fiscal originária de processo 
administrativo do qual não participou, razão pela qual deve ser extinto o 
processo de execução e declarada insubsistente a penhora levada a efeito. 
 
 
DO PRAZO DE PRESCRIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
Todavia, mesmo que não entenda este MM. Juízo que a presente execução 
fiscal está eivada pela nulidade, vez que não cumpridora dos preceitos 
constitucionais, resta então, incontroverso que a mesma encontra o óbice da 
prescrição, senão vejamos: 
 
A constituição definitiva do referido crédito tributário se deu em 06\06\94, 
docs. de fls. 04\06, sendo que a presente Ação de Execução Fiscal foi 
iniciada em 18 de novembro de 1996, conforme pode-se depreender nos 
autos de fls. 02, todavia somente foi efetivamente citado o embargante em 
12 de fevereiro de 2004, conforme cópia do mandato de citação, nos autos 
de fls. 44. 
 
Resta-se portanto prejudicada qualquer outra discussão acerca da viabilidade 
ou não da presente Execução fiscal, vez que a mesma encontra-se prescrita, 
conforme preleciona o artigo 174 do Código Tributário Nacional, senão 
vejamos: 
 
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em 5 
(cinco) anos, contados da data da sua constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I - pela citação pessoal feita ao devedor; 
II - pelo protesto judicial; 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em 
reconhecimento do débito pelo devedor..(GRIFOS E DESTAQUES 
NOSSOS) 
 
Não obstante algumas divergências na doutrina, quanto ao início da 
contagem da prescrição, neste específico caso, por qualquer uma das datas 
em que se tome por base o início da contagem do prazo prescricional, chega-
se a mesma conclusão – a presente Execução Fiscal encontra o óbice da 
prescrição. 
 
Tanto a data de constituição definitiva do crédito tributário (06\06\94), 
quanto a data de início da Ação de Execução Fiscal (18\11\96), denota que 
já a muito foi transcorrido cinco anos da citação pessoal do devedor que se 
deu em 12\02\04. 
 
DO DESPACHO DE CITAÇÃO DO DEVEDOR 
 
Cumpre ainda ressaltar que o Código Tributário Nacional que é lei ordinária, 
com força de Lei Complementar, regula de forma incontroversa a questão 
relacionada a prescrição e suas causas de interrupção, cumprindo assim 
preceito constitucional e disciplinando a matéria em seu art. 174, que fixa o 
prazo prescricional de 5 (cinco) anos e determina, em seu parágrafo 
único, as seguintes causas de interrupção: citação pessoal feita ao 
devedor, protesto judicial, qualquer ato judicial que constitua em mora 
o devedor e ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em 
reconhecimento do débito pelo devedor. Pouco importa que a Lei no 
6.830/80 (Lei de execuções fiscais), em seu art. 8o, § 2o, haja disciplinado 
outra causa de interrupção do prazo prescricional – o despacho que ordena a 
citação – ou, em seu art. 40, tenha determinado sua suspensão indefinida, 
enquanto não citado o devedor, pois, como já afirmado, esta matéria foi 
reservada pela CF/88 à Lei Complementar, tendo, nesse ponto, a referida lei 
ordinária incorrido em incostitucionalidade ou, como queira, não teria sido 
recepcionada pela atual ordem constitucional vigente. 
 
O artigo 174 do Código Tributário Nacional, que é lei ordinária recepcionada 
por nossa Constituição da República como lei complementar, prescreve que 
o prazo de prescrição do crédito é de cinco anos, nada mencionando acerca 
de outras causas de interrupção È a lei ordinária de Execução Fiscal que 
introduz essa possibilidade. 
 
Ao tentear inserir algumas outras possibilidade de se interromper o prazo 
prescricional, a referida lei 6830/80, adentra em seara privativa de lei 
complementar, conforme preconiza nossa Constituição da República, 
legislando sob a forma de lei ordinária, matéria de competência exclusiva de 
lei complementar. 
 
É a lei complementar que tem que autorização de regular a prescrição do 
crédito tributário, não podendo como se pretende, que lei ordinária 
estabeleça outras hipóteses de interrupção da prescrição. Tal procedimento, 
viola a Constituição da República e os ditames do Código Tributário 
Nacional e não tem fundamento jurídico algum que a faça prevalecer. 
 
Assim, deve-se ser declarada a prescrição, uma vez que o legítimo 
devedor somente foi citado em 12/02/2004, conforme consta nos autos de 
fls. 44. 
 
Todavia, no intuito de se esgotar o estudo da matéria e na absurda hipótese 
de se considerar que o despacho de citação do devedor, proferido pelo juíz 
tem o poder de interromper a prescrição, deve-se atentar para o fato que este 
despacho foi proferido no dia 14\12\96, conforme pode-se depreender nos 
autos de fls. 12, também a muito maisde cinco anos da data da citação 
pessoal do devedor, operando-se também neste caso a prescrição. 
 
DA JURISPRUDÊNCIA 
 
Registre-se por oportuno que este entendimento já foi pacificado por 
reiteradas decisões de nossos tribunais, senão vejamos: 
 
Número do processo: 1.0024.98.146413-4/001(1) Relator: ORLANDO 
ARVALHO Data do acordão: 13/04/2004 Data da publicação: 23/04/2004 
Ementa: EXECUÇÃO FISCAL - CITAÇÃO POR EDITAL - CURADOR 
ESPECIAL - LEGALIDADE DA NOMEAÇÃO - ART. 9º, II, DO CPC - 
SÚMULA Nº 196 DO STJ - PRESCRIÇÃO - OCORRÊNCIA - ART. 174 DO 
CTN. Mostra-se legítima a nomeação de Curador Especial ao Executado 
revel, citado por edital, nos termos do art. 9º, II, do CPC e Súmula 196 do 
STJ. Tendo sido a executada validamente citada somente após o transcurso 
do prazo de cinco anos, previsto no art. 174 do CTN, mostra-se prescrito o 
crédito tributário em execução. Mostram-se devidos os honorários 
advocatícios decorrentes da sucumbência, por não haver o Defensor 
Público, no caso dos autos, atuado como tal, mas como CURADOR 
ESPECIAL, regularmente nomeado ao executado citado por edital. 
Súmula: REJEITARAM PRELIMINAR E NEGARAM PROVIMENTO. 
(grifos e destaques nossos) 
 
Número do processo: 1.0024.99.000647-0/001(1) Relator: VANESSA 
VERDOLIM HUDSON ANDRADE Data do acordão: 20/04/2004 Data da 
publicação: 13/04/2004 
Ementa: CITAÇÃO POR EDITAL - CURADOR ESPECIAL - EXECUÇÃO 
FISCAL - LEGITIMIDADE - DEFENSOR PÚBLICO - PRESCRIÇÃO - 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. O defensor público nomeado ao revel 
citado por edital tem legitimidade para argüir a prescrição intercorrente. O 
art.174, parágrafo único, I, do CTN, prevê como causa de suspensão a 
citação pessoal, não prevalecendo para tal fim a citação por edital, 
ocorrendo a prescrição, prevalecendo este dispositivo legal sobre o art. 8º, 
§ 2º, art. 40 e art. 2º, § 3º, da Lei 6.830/80. São devidos honorários de 
sucumbência ao Defensor Público que atua como Curador Especial. 
Súmula: REJEITARAM PRELIMINAR E NEGARAM PROVIMENTO 
(grifos e destaques nossos) 
 
Número do processo: 1.0000.00.325494-3/000(1) Relator: ANTÔNIO 
CARLOS RUVINEL Data do acordão: 02/03/2004 Data da publicação: 
23/04/2004 
Ementa: RECURSO DE AGRAVO - TRIBUTÁRIO - PRESCRIÇÃO - 
APLICAÇÃO DO ART.174 DO CTN - PRAZO CONTADO A PARTIR DA 
DATA DO LANÇAMENTO - INTERRUPÇÃO PELA CITAÇÃO VÁLIDA - 
INAPLICABILIDADE DO ART.2O. PARÁGRAFO 3O. DA LEI N.6.830/80 
- DECISÃO MANTIDA. Só com a citação válida interrompe-se o prazo 
prescricional de cinco anos contados da data do lançamento do tributo em 
dívida ativa, não se contentando a lei e a jurisprudência, para efeito de 
interrupção do lapso prescricional com o simples despacho prolatado pelo 
juízo ordenatório da citação. Não sobrepõe a norma contida no art.2o. 
parágrafo 3o. da Lei n. 6.830/80 à contida no art. 174 do CTN., em virtude 
de possuir esta a natureza de Lei Complementar. NEGATIVA DE 
PROVIMENTO AO RECURSO QUE SE IMPÕE. 
Súmula: NEGARAM PROVIMENTO. (grifos e destaques nossos) 
 
Número do processo: 1.0024.98.068029-2/001(1) Relator: ALVIM 
SOARES Data do acordão: 02/03/2004 Data da publicação: 23/04/2004 
Ementa: CURADOR ESPECIAL - DEFENSOR PÚBLICO - HONORÁRIOS 
- DESCABIMENTO. O exercício da curadoria de ausentes é um ""munus"" 
público e, se exercitada por defensor público, não é lícito deferir-lhe 
remuneração pelo encargo. V.V.P. EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO - 
SUSPENSÃO - ART. 174 CTN - LEI COMPLEMENTAR - 
INAPLICABILIDADE DO ART. 8º DA LEI DE EXECUÇÃO FISCAL. ""Não 
efetivada a regular citação do contribuinte antes de transcorridos cinco 
anos da data da constituição definitiva do crédito tributário, a prescrição 
há de ser decretada a teor do art. 174 do Código Tributário Nacional e não 
do art. 8º, § 2º da Lei de Execução Fiscal"". 
Súmula: DERAM PROVIMENTO PARCIAL, VENCIDO O RELATOR EM 
PARTE (grifos e destaques nossos) 
 
Acórdão RESP 125504 / PR ; RECURSO ESPECIAL 1997/0021346-3 Fonte 
DJ DATA:12/05/2003 PG:00237 Relator Min. JOÃO OTÁVIO DE 
NORONHA (1123) Ementa PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. 
RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO 
INTERCORRENTE. 
1. A ausência de prequestionamento impede o conhecimento da questão 
federal suscitada. 
2. O art. 40 da Lei 6.830/80 deve ser aplicado em harmonia com a norma 
inscrita no art. 174 do Código Tributário Nacional. Precedentes. 
3. Recurso especial a que se nega provimento. 
 Data da Decisão 03/04/2003 Orgão Julgador T2 - SEGUNDA TURMA 
Decisão Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima 
indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior 
Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos 
termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Francisco Peçanha 
Martins e Eliana Calmon votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, 
ocasionalmente, o Sr. Ministro Franciulli Netto. Presidiu o julgamento a 
Sra. Ministra Eliana Calmon .(grifos e destaques nossos) 
 
Número do processo: 1.0000.00.293258-0/000(1) Relator: SILAS VIEIRA 
Data do acordão: 09/09/2002 Data da publicação: 17/12/2002 
Ementa: EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO 
EXECUTIVA - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. Ocorre a prescrição da 
pretensão executiva de crédito tributário, se não efetivada a citação pessoal 
do devedor nos cinco anos subseqüentes à constituição definitiva da 
dívida. Firme no prazo estipulado no art. 174 do CTN e considerando a 
importância da prescrição, como meio destinado à estabilidade social, 
imperioso reconhecer a ocorrência de prescrição intercorrente, na execução 
fiscal, quando o processo fica suspenso por mais de cinco (05) anos, sem 
que o Fisco-exeqüente adote medidas efetivamente concretas para o 
desenrolar processual. 
Súmula: REJEITARAM PRELIMINAR E NEGARAM PROVIMENTO AO 
RECURSO. (grifos e destaques nossos) 
 
Acórdão AGA 468723 / MG ; AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE 
INSTRUMENTO 2002/0105328-2 Fonte DJ DATA:13/10/2003 PG:00233 
Relator Min. LUIZ FUX (1122) Ementa TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO 
FISCAL - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE - LEI DE EXECUÇÕES 
FISCAIS - CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL - PREVALÊNCIA DAS 
DISPOSIÇÕES RECEPCIONADAS COM STATUS DE LEI 
COMPLEMENTAR - PRECEDENTES. 
 1. É princípio de Direito Público que a prescrição e a decadência 
tributárias são matérias reservadas à lei complementar, segundo prescreve 
o artigo 146, III, "b" da CF. Em conseqüência, o artigo 8º da Lei nº 
6.830/80 por não prevalecer sobre o CTN sofre os limites impostos pelo 
artigo 174 do referido Ordenamento Tributário. 
2. O despacho judicial que ordenar a citação não interrompe a prescrição. 
Somente a citação válida tem esse efeito, devendo prevalecer o disposto no 
artigo 174 do CTN sobre o artigo 8º da lei nº 6830/80. Precedentes. 
3. Na hipótese de não haver a interrupção da prescrição em relação à 
empresa executada por falta de citação entro do qüinqüídio previsto no 
artigo 174, caput do CPC, opera-se a prescrição também em relação a seus 
sócios. 
4. Agravo regimental a que se nega provimento.(grifos e destaques nossos) 
 
Acórdão AGEDAG 446994 / RJ ; AGRAVO REGIMENTAL NOS 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AG2002/0044526-8 Fonte DJ 
DATA:10/03/2003 PG:00111RelatorMin. JOSÉ DELGADO (1105)Ementa 
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. 
PRESCRIÇÃOINTERCORRENTE. DESPACHO CITATÓRIO. ART. 8º, § 2º, 
DA LEI Nº 6830/80.ART. 219, § 4º, DO CPC. ART. 174, DO CTN. 
INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA.PRECEDENTES. 
1. O art. 40, da Lei nº 6.830/80, nos termos em que foi admitido em nosso 
ordenamento jurídico, não tem prevalência. A sua aplicação há de sofrer 
os limites impostos pelo art. 174, do Código TributárioNacional. 
2. Repugna aos princípios informadores do nosso sistema tributário a 
prescrição indefinida. 
3. Após o decurso de determinado tempo sem promoção da parte 
interessada, deve-se estabilizar o conflito, pela via da prescrição, impondo 
segurança jurídica aos litigantes. 
4. Os casos de interrupção do prazo prescricional estão previstos no art. 
174, do CTN, nele não incluídos os do artigo 40,da Lei nº6.830/80. Há de 
ser sempre lembrado que o art. 174, do CTN, tem natureza de Lei 
Complementar. 
5. A mera prolação do despacho que ordena a citação do executado não 
produz, por si só, o efeito de interromper a prescrição, impondo-se a 
interpretação sistemática do art. 8º, § 2º, da Lei nº 6.830/80, em 
combinação com o art. 219, § 4º, do CPC e com o art. 174 e seu parágrafo 
único do CTN. 
6. Precedentes das 1ª Seção, 1ª e 2ª Turmas desta Corte de Justiça. 
7. Agravo regimental não provido . 
Data da Decisão17/12/2002Orgão JulgadorT1 - PRIMEIRA TURMA 
Decisão Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima 
indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior 
Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo 
regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs.Ministros 
Francisco Falcão, Paulo Medina, Luiz Fux e Humberto Gomesde Barros 
votaram com o Sr. Ministro Relator. (grifos e destaques nossos) 
 
Número do processo: 1.0024.98.069720-5/001(1) Relator: MOREIRA 
DINIZ Data do acordão: 20/11/2003 Data da publicação: 03/02/2004 
Ementa: EXECUÇÃO FISCAL - CITAÇÃO POR EDITAL - REVEL - 
CURADOR ESPECIAL - NOMEAÇÃO - PRESCRIÇÃO 
INTERCORRENTE - OCORRÊNCIA - ARGÜIÇÃO - EMBARGOS 
DEVEDOR - DESNECESSIDADE. A nomeação de curador especial na 
pessoa de defensor público está em consonância com o inciso II, do artigo 
9º, cumulado com o artigo 598, ambos do Código de Processo Civil, e 
também com a súmula 196 do Superior Tribunal de Justiça. Para alegação 
da prescrição intercorrente não é necessária a oposição de embargos de 
devedor, na medida em que o instituto da prescrição poderá ser argüido em 
qualquer instância ou momento processual. A suspensão prevista pelo artigo 
40 da Lei 6.830/80 não impede a prescrição, porque as disposições de tal lei 
devem ser interpretadas em consonância com o princípio da prescrição 
tributária, contido no artigo 174 do Código Tributário Nacional, que é lei 
complementar. Súmula: REJEITARAM PRELIMINARES E NEGARAM 
PROVIMENTO. 
 
Relator: BELIZÁRIO DE LACERDA Data do acordão: 11/11/2003 Data 
da publicação: 03/02/2004 
Ementa: TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO - 
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL - PREVALÊNCIA SOBRE A LEI 
6.830/80 - PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. Transcorridos mais 
de cinco anos entre a data da constituição definitiva do crédito tributário 
e a efetiva citação do devedor, não há como negar-se a prescrição da 
ação, desde que as normas contidas no CTN, que é Lei Complementar, 
prevalecem sobre a Lei nº 6.830/80, em matéria de prescrição. 
Súmula: REJEITARAM PRELIMINAR E NEGARAM PROVIMENTO. 
 
Número do processo: 1.0024.98.057413-1/001(1) Relator: ALVIM 
SOARES Data do acordão: 11/11/2003 Data da publicação: 
03/02/2004 Ementa: EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO - 
SUSPENSÃO - ART. 174 CTN - LEI COMPLEMENTAR - 
INAPLICABILIDADE DO ART. 8º DA LEI DE EXECUÇÃO 
FISCAL.""Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer 
revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação 
de embargos"" (RSTJ 101/379); ""Não efetivada a regular citação do 
contribuinte antes de transcorrido cinco anos da data da constituição 
definitiva do crédito tributário, a prescrição há de ser decretada a teor do art. 
174 do Código Tributário Nacional e não do art. 8º § 2º da Lei de Execução 
Fiscal"". 
 Súmula: REJEITARAM PRELIMINAR E NEGARAM PROVIMENTO, 
VENCIDO O VOGAL PARCIALMENTE. 
 
 
PROVAS 
 
Requer o Embargante que se digne Vossa Excelência de 
determinar à Embargada que faça juntar aos autos cópia do processo 
administrativo que deu origem ao débito cobrado. 
 
Requer a juntada de documentos até a sentença. 
 
Pede e espera, finalmente, pelo decreto de procedência dos 
presentes Embargos para extinguir o processo de execução, tornando 
insubsistente a penhora e, a final, condenar a Embargada nos ônus da 
sucumbência. 
 
Para fins de alçada atribui-se aos presentes Embargos o valor de R$ 
1.000,00. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Ribeirão Preto, 30 de setembro de 2020 
 
 
Nome 
OAB

Continue navegando