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AV1 - Proc III - Camila Portella

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NOME: VALDEMIR CALVO DE GALIZA FILHO 
DISCIPLINA: Direito Processual Civil III 
PERÍODO: 2020.2 / AV1 
DOCENTE: Prof. MsC. Camila Portella. 
MATRÍCULA: 201804101982 
ORIENTAÇÕES PARA SUA AV1 
Prof. Camila Portella 
Prezado aluno, 
 
Esta atividade é composta de 5 (cinco) questões e valerá 8,0 (oito) pontos para 
integrar a nota da AV1 deste semestre. Lançada a atividade em forma de TAREFA, no app 
TEAMS, você poderá ler, analisar e responder pelo mesmo canal, ou seja, igualmente pelo 
TEAMS. 
 
Sua avaliação deve ser respondida pelo TEAMS. 
AS 
ativi 
Onde 
Serão 
POStaDAS 
DADES? 
Não serão recebidas atividades encaminhadas por outros 
meios/plataformas (ex.: e-mail, Teams, etc.). 
Não serão recebidas atividades 
encaminhadas por outros 
meios/plataformas (ex.: e-mail, 
SIA/SAVA, chat do Teams, etc.). 
As avaliações deste semestre serão realizadas em casa, com uso de 
computador e consulta aos materiais didáticos e outros meios de 
apoio por conta da pandemia do coronavírus. 
 
Por este motivo, no intuito de avaliar e diferenciar a competência 
do aluno, é necessário que o discente fundamente suas respostas 
com base no entendimento legal, doutrinário e/ou jurisprudencial 
estudado em sala de aula. 
Atente a 
ESTE critério 
de 
avaliação! 
As respostas que contiverem apenas “sim” ou “não” ou ainda a 
simples transcrição do nome do instituto legal e similares não serão 
pontuadas. O aluno deve fundamentar suas respostas. 
 
 
 
Assim, para atingir a totalidade da pontuação atribuída à questão, 
deve o aluno: 
a. Ler a questão, identificando o que se pede; 
b. Pesquisar o tema no material disponibilizado pela docente e/ou em seu 
material de estudo; 
c. Analisar e separar o conteúdo necessário à resposta; 
d. Elaborar fundamentação acerca de seu entendimento do tema, devendo-se 
atentar para não fugir do que foi questionado (para mais ou para menos); 
e. Ilustrar os seus comentários com os artigos da lei (não é necessário copiar o 
conteúdo), doutrinas (com a devida citação) e/ou julgados. 
f. Não é necessário colacionar os três elementos, mas deve o aluno 
apresentar, ao menos, fundamentação doutrinária ou jurisprudencial. 
 
À atividade escrita copiada (no todo, ou em parte), de 
websites, livros ou afins será atribuída a nota zero (0,0). 
Para citações, utilize as normas de referência e 
formatação de texto; 
 
As citações sem a devida referência serão consideradas 
PLÁGIO. À tal prática, a Legislação Pátria prevê 
penalidades nas esferas civis (art. 186 e 927, CC c/c Lei 
9610/98, art. 29, 108...), administrativas e criminais (art. 
184, CP). 
 
As atividades similares/idênticas (no todo, ou em parte) 
de colegas de classe ou de turmas serão desconsideradas 
ou não contarão para título de avaliação (ambos os alunos 
ganharão a nota zero); 
 
 
Para 
garantir 
a nota! 
 
Além disso, para que seja atribuída a integralidade da pontuação ao aluno, 
é INDISPENSÁVEL que sejam observados os critérios que passa a expor: 
 
1. A atividade que não for entregue na data/prazo estipulado pela docente não será 
sequer recebida e, consequentemente, não será avaliada/corrigida. 
2. O objetivo da atividade é aprimorar a escrita e argumentação do discente, 
identificando obras e julgados relacionados à temática, de modo que o aluno possa 
conhecer seu conteúdo, analisar o material, fixar os dados que contém, elaborar uma 
crítica e separar citações. Portanto, conforme já delineado, devem as respostas conter 
citações neste sentido. 
3. Quando for o caso de anexo, as respostas devem ser encaminhadas em arquivo de 
word (.doc) ou em Adobe (.pdf). 
4. Para a sua avaliação, serão levados em consideração os seguintes critérios: 
 QUESTÃO CRITÉRIOS AVALIATIVOS PONTUAÇÃO 
ATRIBUÍDA 
 
 
 
01ª 
Responder corretamente o que se questiona na primeira questão, de 
acordo com o estudado em Teoria Geral dos Recursos 
0,75 pts. 
Fundamentar a questão com base no entendimento legal, sempre 
acrescido de fundamentação doutrinária e/ou jurisprudencial 
devidamente referenciados. 
0,75 pts. 
 
 
02ª 
Ter a habilidade de identificar e explicar o(s) recurso(s) cabível(is) para 
as hipóteses elencadas na questão. 
0,75 pts. 
Fundamentar a questão com base no entendimento legal, sempre 
acrescido de fundamentação doutrinária e/ou jurisprudencial 
devidamente referenciados. 
0,75 pts. 
 
 
03ª 
Tratar sobre o julgamento de Apelação na ocasião de divergência de 
votos. 
0,75 pts. 
Fundamentar a questão com base no entendimento legal, sempre 
acrescido de fundamentação doutrinária e/ou jurisprudencial 
devidamente referenciados. 
0,75 pts. 
 
 
04ª 
Apontar e identificar o recurso cabível para se opor à decisão descrita 
na questão e descrever o passo a passo de sua tramitação (do 
protocolo à publicação do acórdão). 
0,75 pts. 
Fundamentar a questão com base no entendimento legal, sempre 
acrescido de fundamentação doutrinária e/ou jurisprudencial 
devidamente referenciados. 
0,75 pts. 
 
 
05ª 
Registrar a relação entre o Princípio da Celeridade Processual e a 
limitação das hipóteses de cabimento do Agravo de Instrumento. 
0,75 pts. 
Fundamentar a questão com base no entendimento legal, sempre 
acrescido de fundamentação doutrinária e/ou jurisprudencial 
devidamente referenciados. 
0,75 pts. 
 
 
A todas 
Organização, clareza e coerência na expressão verbal, observância à 
linguagem acadêmica e enquadramento às normas da Língua 
Portuguesa e de formatação de texto. 
Atinência ao tema debatido, de modo que a argumentação seja clara e 
objetiva, sem fuga do tema. 
0,5 pt. 
 TOTAL 8,0 pts. 
Desejo a você uma ótima prova! 
Att., Profª. Camila Portella. 
 
01. 
Nos autos do Processo nº 0000572-04.2019.8.16.0184 (TJPR - 0000572- 
04.2019.8.16.0184 - Curitiba - J. 17.07.2020), a Relatora, Dra. Fernanda Karam de Chueiri 
Sanches discorre, em seu voto que: 
 
“Trata-se de ação de obrigação de fazer c/c indenização por dano moral, em que 
pretendeu a autora a retirada da sua foto e dados pessoais da página, bem como, a 
desvinculação do seu nome às pesquisas na www. .blogspot.com, 
plataforma relacionadas ao site mencionado, Google. 
A sentença julgou como parcialmente procedentes os pedidos iniciais. Condenou a parte 
ré à obrigação de fazer consistente em efetuar baixa definitiva da publicação do site 
“ .blogspot.com”, onde aparecem as fotos da autora como “ da 
http://www/
semana”, assim como, desvincular o seu nome das pesquisas relativas ao site. Com 
relação ao pedido de indenização por danos morais foi este julgado improcedente. 
Recorreu a parte ré almejando a reforma da sentença a fim de julgar como 
improcedentes os pedidos iniciais”. 
Ao receber o recurso, o Tribunal conheceu e negou provimento ao recurso 
determinando para manter a sentença no tocante à obrigação de efetuar baixa 
definitiva da publicação do site. Contudo, estabeleceu ainda a reformar a sentença 
proferida pelo juízo a quo para condenar a parte recorrente/ré ao pagamento de 
indenização por danos morais. 
 
Diante do exposto e com base no entendimento legal, doutrinário e jurisprudencial 
estudado em sala de aula, questiona-se: agiu corretamente o Tribunal? 
 
O Tribunal agiu incorretamente, aonde é vedada reformatio in pejus, que pode ser 
também indireta, na situação em que a instância superior prejudica o réu, não pelo 
julgamento direto de seu recurso, mas pela adoção de medidas que, por outros meios, 
podem agravar a situação do recorrente. Como podemos vericar o ocorrido no caso 
concreto analisado, no qual a ré recorreu ao Tribunal, almejando a reforma da sentença 
a fim de julgar como improcedentes os pedidos iniciais, utilizando-se de seu direito de 
recurso como o que está previto no art. 1.013, § 2º, do Código de Processo Civil. Devido 
o Juiz em sua decisão ter acolhido apenas um fundamento em sua decisão. 
 
Barbosa Moreira afirma que: 
“ocorre a reformatio in pejus quando "o órgão ad quem, no julgamento de um 
recurso,profere decisão mais desfavorável ao recorrente sob o ponto de vista 
prático, do que aquela contra a qual se interpôs o recurso". MOREIRA, José 
Carlos Barbosa. Comentários ao Código de Processo Civil. Forense: São Paulo, 7 
ed, 1998, p 426. 
 
 
APELAÇÃO CÍVEL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. AÇÃO 
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA E 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO 
DA INADIMPLENTES. DANO MORAL IN RE IPSA. RESPOSABILIDADE 
OBJETIVA. TEORIA DO RISCO. SÚMULA Nº 385 DO STJ. NÃO INCIDÊNCIA. 
QUESTIONAMENTO JUDICIAL ACERCA DAS DEMAIS INSCRIÇÕES. 
INDENIZAÇÃO DE R$ 5.000,00 (CINCO MIL REAIS). MANUTENÇÃO. OITO 
INSCRIÇÕES. IMPOSSIBILIDADE DE REFORMATIO INPEJUS. JUROS DE 
MORA. OBSERVÂNCIA DO FIXADO NA SENTENÇA EM RAZÃO DA 
PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS. NÃO CONHECIMENTO DO PEDIDO 
DE JUNTADO DE DOCUMENTOS EM SEDE RECURSAL E QUANTO AO 
TERMO INICIAL DA CORREÇÃO MONETÁRIA. RECURSO PARCIALMENTE 
CONHECIDO E, (...) praticada pela parte recorrente caracteriza-se como ato 
ilícito, tendo em vista que gerou a inscrição indevida do nome da parte 
recorrida no cadastro de inadimplentes (páginas 14/15). 3. "Admite-se a 
flexibilização da orientação contida na súmula 385/STJ para reconhecer o 
dano moral decorrente da inscrição indevida do nome do consumidor em 
cadastro restritivo, ainda que não tenha havido o trânsito em julgado das 
outras demandas em que se apontava a irregularidade das anotações 
preexistentes, desde que haja nos autos elementos aptos a demonstrar a 
verossimilhança das alegações" (REsp 1704002/SP, Rel. Ministra NANCY 
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/02/2020, DJe 13/02/2020) 4. 
Recurso parcialmente conhecido e, na sua extensão, improvido. (TJ-CE; 
Relator (a): FRANCISCO LUCIANO LIMA RODRIGUES; Comarca: Itapipoca; 
Órgão julgador: 3ª Vara da Comarca de Itapipoca; Data do julgamento: 
26/08/2020; Data de registro: 28/08/2020) 
 
 
 
02. 
Leia o trecho do julgado colacionado abaixo para responder à questão: 
 
“G. M. da S. propôs a presente ação mediante a alegação de que abriu uma conta 
corrente junto ao banco ora demandado com o objetivo de receber seu benefício 
previdenciário, tendo sido lhe sido prometida a entrega de um cartão magnético em sua 
residência. 
No entanto, antes do recebimento do referido cartão, fora vítima de uma fraude que 
resultara na contratação de dois empréstimos indevidos em seu nome, (...) conduta 
resultante da falha na prestação de serviço da instituição financeira, a qual permitiu ou 
não cuidou para impedir o vazamento dos dados pessoais de seus clientes 
oportunizando, assim, a atuação ilícita de terceiros fraudadores. 
Por consequência, afirma que sofreu danos de ordem material e extrapatrimonial, 
pugnando, assim, pelo reconhecimento da nulidade dos contratos de empréstimo feitos 
em seu nome, com o ressarcimento dos danos materiais e morais sofridos”
(TJMG - Apelação Cível 1.0471.16.012594-7/001, Relator(a): Des.(a) Juliana Campos 
Horta, 12ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 31/07/2019, publicação da súmula em 
08/08/2019) 
 
Recebida a Petição Inicial, o magistrado se pronunciou, reconhecendo a prescrição 
do pleito indenizatório (material e moral), mas determinou o prosseguimento da 
demanda em relação ao pedido de nulidade dos contratos de empréstimo feitos em 
nome do autor, inclusive designando audiência de instrução e julgamento para 
oitiva das partes. 
 
Neste sentido, você, como advogado(a) de G.M. da S. e sabendo que o STJ já 
entendeu que: 
- Configura dano moral in re ipsa a ausência de comunicação acerca da 
disponibilização/ comercialização de informações pessoais em bancos de dados do 
consumidor (REsp 1.758.799-MG, DJe 19/11/2019) e 
- O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, 
pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à 
prestação dos serviços, nos termos do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor; 
 
Portanto, com base no entendimento legal, doutrinário e jurisprudencial estudado 
em sala de aula, responda: qual seria o recurso cabível para a decisão que 
reconheceu liminarmente a prescrição, julgando o mérito deste ponto da 
demanda? E ainda, qual seria o recurso cabível caso você desejasse impugnar ao 
conteúdo decisório que designou dia e hora para realização de audiência de 
instrução e julgamento para oitiva das partes a respeito do pedido autoral de 
nulidade contratual? 
 
 
qual seria o recurso cabível para a decisão que reconheceu liminarmente a prescrição julgando o mérito 
deste ponto da demanda? 
Só caberá agravo de instrumento, "quando se 
 
O recurso cabível no caso concreto analisado seria o, agravo de instrumento, 
que é interposto diretamente no tribunal, devido em se tratar de uma decisão 
susceptível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos 
de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida". 
Cabimento nos termos do que previa o antigo Código de Processo Civil. Com a nova 
legislação em vigor, as hipóteses de cabimento do agravo de instrumento passam a 
ser taxativas, conforme art. 1.015 do CPC. Já que foi julgado somente parte do merito, 
já que o magistrado não reconheceu danos morais e materiais por conta do instituto da 
prescrição, não botando fim nesta, então, entende-se como uma interlocução 
probatória (art. 203 paragrafo 2, do CPC) 
 
Não caberia recurso cabível caso se esejasse impugnar ao conteúdo decisório 
que designou dia e hora para realização de audiência de instrução e julgamento para 
oitiva das partes a respeito do pedido autoral de nulidade contratual, por não possuir 
natureza ou conteúdo decisório, razão pela qual não comportam a interposição de 
qualquer recurso. Nesses casos não há como presumir prejuízo à parte, a fim de 
considerar o ato recorrível. 
Araken de Assis (Manual de Recursos, 2014), bem pontua a questão: 
“Os despachos não comportam recurso, porque seu conteúdo decisório se afigura 
tão ralo que nenhum gravame provoca às partes. Por sua natureza são 
insuscetíveis de ofender os direitos processuais das partes ou de terceiros; do 
contrário, deixariam de ser despachos”. 
 
Situação do Tema: Trânsito em JulgadoQuestão submetida a julgamento: Definir a 
natureza do rol do art. 1015 do CPC/2015 e verificar possibilidade de sua 
interpretação extensiva, para se admitir a interposição de agravo de instrumento 
contra decisão interlocutória que verse sobre hipóteses não expressamente 
versadas nos incisos do referido dispositivo do Novo CPC.Tese Firmada: O rol do 
art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de 
agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do 
julgamento da questão no recurso de apelação.Anotações Nugep: Modulação de 
efeitos: " Embora não haja risco de as partes que confiaram na absoluta 
taxatividade serem surpreendidas pela tese jurídica firmada neste recurso 
especial repetitivo, pois somente haverá preclusão quando o recurso 
eventualmente interposto pela parte venha a ser admitido pelo Tribunal, 
modulam-se os efeitos da presente decisão, a fim de que a tese jurídica apenas 
seja aplicável às decisões interlocutórias proferidas após a publicação do presente 
acórdão." (acórdão publicado no DJe de 19/12/2018) Afetação na sessão 
eletrônica iniciada em 14/02/2018 e finalizada em 20/02/2018 (Corte Especial). 
Os processos afetados neste Tema integram a Controvérsia n. 35/STJ. (STJ, Tema 
nº 988, publicada em 13/09/2019)
03. 
Leia o trecho do julgado a seguir destacado para responder à questão: 
 
“Cuida-se de ação indenizatória em que o autor afirma ter sido ofendido pela ré em 
mensagens enviadas em grupo fechado de “WhatsApp” denominado “Amigos do 
Tarumã”, criado por moradores do Condomínio em questão do qual o autor era síndico 
para discutir questões relacionadas ao local. Narra que a ré injuriou o autor, chamando- 
o de “crápula em pele de cordeiro”, “sínico”, “mentiroso” e falando que o autor“não 
vale nada” e, ainda, imputando a responsabilidade pelo desvio de valores do fundo de 
reserva do condomínio, além de responder 9 acusações de furto de carros. 
A ré, por sua vez, afirma que jamais teve a intenção de denegrir a honra do autor, mas 
apenas não concordava com a gestão do autor como síndico, afirmando que ele estava 
envolvido com uma série de irregularidades que levaram à retirada do cargo. Narra que 
não foi a única a criticar o autor no referido grupo de “WhatsApp”. 
A sentença julgou “improcedente o pedido autoral, condenando o autor, em razão da 
sucumbência, ao pagamento das respectivas verbas processuais”. 
(TJSP - Apelação Cível 1012221-49.2015.8.26.0009; Relator (a): Marcia Dalla Déa Barone; 
Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito Privado; Data do Julgamento: 16/05/2018; Data 
de Registro: 16/05/2018) 
 
Irresignado, o autor propôs Recurso de Apelação, pugnando pela reforma da sentença 
para que o feito seja julgado procedente. Chegando ao julgamento do recurso em 
colegiado, o relator procedeu seu voto no sentido e conhecer, mas negar provimento 
ao recurso, mantendo os termos da sentença. 
Ocorre que houve divergência entre os outros dois desembargadores que compunham 
o julgamento, visto que ambos entenderam justa a reforma da sentença para condenar 
a ré/recorrida ao pagamento de indenização por danos morais decorrentes da ofensa 
proferida ao autor/recorrente. 
 
Diante do caso analisado e com base no entendimento legal, doutrinário e 
jurisprudencial estudado em sala de aula, responda: como deve proceder o Tribunal 
de Justiça diante do impasse no julgamento do Recurso de Apelação? 
 
Se o resultado da apelação não for unânime, o colegiado não poderá proclamar o 
resultado de acordo como encontramos disposto no art. 942 do CPC. 
 
O entendimento da doutrina majoritária quanto à natureza jurídica do instituto, o 
referido dispositivo não enuncia uma nova espécie recursal, mas, sim, uma técnica de 
julgamento, a ser aplicada de ofício, independentemente de requerimento das partes, 
com o objetivo de aprofundar a discussão a respeito da controvérsia fática ou jurídica 
sobre a qual houve dissidência. 
 
 
(...) O prosseguimento do julgamento com quórum ampliado em caso de 
divergência tem por objetivo a qualificação do debate, assegurando-se 
oportunidade para a análise aprofundada das teses jurídicas contrapostas e das 
questões fáticas controvertidas, com vistas a criar e manter uma jurisprudência 
uniforme, estável, íntegra e coerente (..) (STJ - 3ª Turma, REsp. 1.771.815-SP, 
Rel. Min. Ricardo Villas Boas Cueva, j. 13/11/18) 
 
 
 
 
 
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MATERIAIS E MORAIS. TÉCNICA DE JULGAMENTO AMPLIADO. APELAÇÃO 
PROVIDA POR UNANIMIDADE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS 
POR MAIORIA. VOTO VENCIDO QUE ALTERA O RESULTADO INICIAL DA 
APELAÇÃO PARA NEGAR-LHE PROVIMENTO. NECESSIDADE DE 
FORMAÇÃO DA MAIORIA QUALIFICADA. EFEITO INTEGRATIVO DOS 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.1. A 
controvérsia recursal cinge-se a definir se a técnica de julgamento ampliado 
prevista no art. 942 do CPC/2015 aplica-se quando os embargos de declaração 
opostos ao acórdão de apelação são julgados por maioria, possuindo o voto 
vencido o condão de alterar o resultado inicial da apelação.2. A técnica de 
julgamento ampliado possui a finalidade de formação de uma maioria qualificada, 
pressupondo, na apelação, tão somente o julgamento não unânime e a aptidão do 
voto vencido de alterar a conclusão inicial.3. O procedimento do art. 942 do 
CPC/2015 aplica-se nos embargos de declaração opostos ao acórdão de 
apelação quando o voto vencido nascido apenas nos embargos for suficiente a 
alterar o resultado primitivo da apelação, independentemente do desfecho não 
unânime dos declaratórios (se rejeitados ou se acolhidos, com ou sem efeito 
modificativo), em razão do efeito integrativo deste recurso.4. Recurso especial 
provido. (STJ, REsp 1786158/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ 
Acórdão Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 
25/08/2020, DJe 01/09/2020
04. 
Edgard P. ajuizou ação de indenização por danos morais, cumulada com obrigação de 
fazer, com pedido de tutela de urgência fundamentada no “princípio do esquecimento” 
objetivando a retirada de matérias ofensivas à sua imagem veiculadas em sites de 
notícias. 
Aduziu, em Petição Inicial, que é de fácil acesso a qualquer um a sistemática de busca 
em websites mantida pela ré, Google Brasil Internet LTDA. Neste sentido, ao se procurar 
pelo nome do autor, são veiculadas notícias capazes de macular a sua imagem. 
O autor segue afirmando que tais links de notícias se referem a supostos crimes já 
esclarecidos pelo Poder Judiciário, pelos quais não se identificou qualquer necessidade 
de condenação, já que a punibilidade foi extinta pela prescrição. 
Contudo, ao finalizar o pedido, requereu que os sistemas de busca em websites da ré, 
Google Brasil Internet LTDA fossem mantidos, postulando pela intimação da ré 
(provedor) para fornecimento dos dados pessoais dos responsáveis pelos websites que 
mantinham as notícias. 
A demanda foi distribuída para a 6ª Vara Cível da Capital. Ao receber a petição, a 
Magistrada, Dra. Luiza A., indeferiu a Petição Inicial, com fundamento na inépcia, por 
entender que da narração dos fatos não decorreu uma conclusão lógica, já que o pedido 
não foi compatível com os acontecimentos. 
 
Diante da situação narrada acima, Edgard, seu cliente, lhe procurou bastante nervoso 
ao tomar conhecimento da decisão. Acostumado com as pesquisas na internet, já 
tentou fazer um estudo preliminar do que poderá ocorrer com sua ação. 
Contudo, deseja saber se é possível interpor recurso contra a decisão proferida pela 
Juíza Luiza (se sim, qual?) e quer entender, passo a passo, a respeito de sua tramitação. 
Como advogado(a), instrua seu cliente. 
 
É possível entrar com recurso contra a decisão da magistarda, o recurso cabível 
nos casos de petição inicial inepta é a apelação, prevista no art artigo 331 do CPC. 
Também devemos observar que não havendo retratação do juiz, ou seja, mantida sua 
decisão do indeferimento o réu será citado para oferecer sua contrarrazão ao recurso 
como encontramos disposto no ( art. 331 do CPC). 
 
Segundo o famoso jurista Mauro Cappelletti: “o direito processual, resumindo, 
pode ser considerado, em certo sentido, se nos permite a metáfora, um espelho 
no qual, com extrema fidelidade, se refletem os movimentos do pensamento, da 
filosofia e da economia de um determinado período histórico”. CAPPELLETTI, 
Mauro. O Processo Civil no Direito Comparado. Trad. Hiltomar Martins de Oliveira. 
Belo Horizonte: Cultura Jurídica ed. Líder, 2001, p. 18. 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRECLUSÃO PARA O JULGADOR. DECISÃO 
HOMOLOGATÓRIA. RECONSIDERAÇÃO. SOLUÇÃO A SER DADA PELO 
TRIBUNAL. No caso do agravo de instrumento, não há previsão legal do momento 
próprio para que o juiz a quo exerça o juízo de retratação, como naquelas 
situações previstas no artigo 331 do CPC, apenas referindo que a comunicação 
feita pelo juiz da reforma integral da decisão prejudicará o agravo. A retratação 
pelo juiz não poderá se dar a qualquer momento, uma vez que o julgamento do 
agravo pelo Tribunal, antes mesmo de o juiz se retratar, retira-lhe a possibilidade 
de tal exercício. (TRF-4, AG 5007298-42.2019.4.04.0000, Relator(a): LUIZ 
FERNANDO WOWK PENTEADO, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR, 
Julgado em: 18/02/2020, Publicado em: 20/02/2020)
05. 
Segundo o relatório “Justiça em Números 2020: ano-base 2019”, elaborado pelo 
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mesmo com investimento de R$100,2 bilhões (R$ 
90.774.807.341 bi somente em recursos humanos), o Poder Judiciário enfrenta desafios 
para suprir a litigiosidade. 
Os dados apontam que, em 2019, o Judiciário finalizou o ano de 2019 com 77,1 milhões 
de processos em tramitação, aguardando alguma solução definitiva. Constata-se que o 
volume de processos pendentes, somados às novas lides,são maiores do que a vasão 
de casos julgados. 
 
 
 
Por conta deste volume de processos, o prazo para julgamento também aumenta. 
Assim, o relatório indica que, a média temporal para julgamento, em primeira e segunda 
instâncias, na Justiça Comum, atinge quase 5 anos. 
 
 
 
 
 
Disponível em: <https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2020/08/WEB-V3- 
Justi%C3%A7a-em-N%C3%BAmeros-2020-atualizado-em-25-08-2020.pdf> 
 
Assim, há vários anos e desde muito antes da entrada em vigor do atual Código de 
Processo Civil, o Recurso de Agravo de Instrumento é indicado como um dos grandes 
responsáveis pela morosidade nos tribunais de segundo grau. Neste sentido, com o 
intenso volume de Agravos de Instrumento, o julgamento das Apelações 
consequentemente fica prejudicado. 
Por conta deste cenário, o atual sistema processual civil extinguiu o antigo Agravo Retido 
e limitou as hipóteses de Agravo de Instrumento. Aliás, desde a Exposição de Motivos 
do Anteprojeto do atual CPC, lê-se acerca da redução dos casos e interposição de Agravo 
de Instrumento. 
 
Com base no exposto e no entendimento legal, doutrinário e jurisprudencial estudado 
em sala de aula, responda: O princípio da celeridade processual pode ser interpretado 
a favor da limitação de hipóteses de cabimento de agravo de instrumento e/ou a favor 
de sua ampliação? Mencione pelo menos um exemplo concreto de 
restrição/ampliação que possa ser usado para sustentar seu ponto de vista. 
http://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2020/08/WEB-V3-

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