Buscar

APOSTILA PROCESSO RECURSAL CIVIL-1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Lilian Pitta 
 
 
PROCESSO RECURSAL CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Lilian Pitta 
 
 
Atenção!!! 
 
✓ O presente material não esgota a totalidade do conteúdo programático, 
servindo apenas como orientação para que o estudante possa seguir um 
caminho especificado em seu estudo. 
 
✓ A bibliografia indicada pela Universidade e pela professora da disciplina traz de 
forma clara todos os pontos do programa, sendo necessário o seu completo 
estudo para realização com êxito das avaliações e a consequente aprovação. 
 
✓ O presente material deverá ainda ser complementado pelo estudante com: 
 
o as aulas ministradas, 
o os exemplos práticos citados em sala de aula, 
o os exercícios elaborados e corrigidos pela professora, 
o os preceitos legais correspondentes a cada assunto e 
o por todo material divulgado e/ou constante da pasta da disciplina. 
 
E lembre-se: o que definirá o seu sucesso acadêmico é o grau de 
comprometimento com a sua formação. Desta forma, seja na preparação para a 
atividade avaliativa, seja para concorrer a um concurso público ou exame da OAB, 
habitue-se a tirar suas dúvidas, busque realizar com excelência suas atividades às 
quais se propuser e vá além do conhecimento oferecido pelos materiais que tiver 
em mãos, aprofundando sempre mais os seus estudos em prol do seu objetivo. 
Afinal, seu conhecimento é a sua maior riqueza e isso ninguém conseguirá tirar de 
você. 
 
Bons estudos!!! 
 Lilian Pitta 
 
 
 
UNIDADE 1 – PRESSUPOSTOS RECURSAIS ORDINÁRIOS E EXTRAORDINÁRIOS 
 
 
CONTEÚDOS: 
 
1.1 Conceito de Recurso (elementos recursais, voluntariedade, mesma relação jurídica processual, 
reexame necessário e sucumbência recíproca). 
1.2 Princípios Recursais (fungibilidade, proibição da reformatio in pejus, duplo grau de Jurisdição, 
taxatividade e unirrecorribilidade). 
1.3 Pressupostos em espécie (tempestividade à luz do CPC, preparo, regularidade formal, 
cabimento, interesse recursal, legitimidade recursal, inexistência de fato extintivo do direito 
de recorrer). 
1.4 Nova sistemática de sanabilidade dos vícios relacionados aos pressupostos. 
1.5 Efeitos da admissibilidade recursal positiva e negativa e admissibilidade para os recursos 
extraordinários (prequestionamento; desvinculação ao sistema dos recursos repetitivos e 
repercussão geral). 
 
 
TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
 
 Recurso não é o único meio de impugnação às decisões judiciais. Existem os sucedâneos 
recursais, que também são utilizados como meios de impugnação. Entretanto, não é possível 
optar pela utilização de um recurso ou de um sucedâneo recursal para impugnar a mesma 
decisão1, sendo necessário identificar sua natureza jurídica para utilizar de forma adequada o 
meio apto para impugná-la. 
 
 A doutrina indica como meios de impugnação às decisões judiciais os sucedâneos recursais 
externos (= ações autônomas de impugnação) e internos e os recursos. 
 
 A Ação autônoma de impugnação2 (ou sucedâneo recursal externo) é uma demanda que 
gera um processo novo (processo A) que tem por objetivo impugnar uma decisão judicial proferida 
em outro processo (processo B). A Ação Rescisória (art. 966 do CPC) e o Mandado de Segurança 
(Lei nº 12.016/2009) são exemplos de Ações Autônomas de Impugnação (ou sucedâneos recursais 
externos). 
 
 
1 Excepcionalmente, é possível utilizar medidas distintas para atacar a mesma decisão. É o que acontece quando há 
decretação de prisão civil do devedor de alimentos. Tal decisão poderá ser atacada por Agravo de Instrumento (art. 
1.015, CPC) ou por Habeas Corpus (ver 
http://www4.tjrj.jus.br/EJURIS/ImpressaoConsJuris.aspx?CodDoc=4144543&PageSeq=0 e 
http://www4.tjrj.jus.br/EJURIS/ImpressaoConsJuris.aspx?CodDoc=4128171&PageSeq=0). 
2 As ações autônomas de impugnação, para parte da doutrina, são visualizadas como sucedâneos recursais externos, 
pois são utilizadas para impugnar decisões judiciais, mas formam uma nova relação jurídica. 
http://www4.tjrj.jus.br/EJURIS/ImpressaoConsJuris.aspx?CodDoc=4144543&PageSeq=0
http://www4.tjrj.jus.br/EJURIS/ImpressaoConsJuris.aspx?CodDoc=4128171&PageSeq=0
 Lilian Pitta 
 
 
 
 
 
0055836-89.2019.8.19.0000 - AÇÃO RESCISÓRIA 
Des(a). WERSON FRANCO PEREIRA RÊGO - Julgamento: 14/07/2020 - SEÇÃO CÍVEL 
AÇÃO RESCISÓRIA. ACÓRDÃO RESCINDENDO QUE JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTES OS 
PEDIDOS, PARA DECLARAR A NULIDADE DA PENHORA INCIDENTE SOBRE IMÓVEL, POR SE 
TRATAR DE BEM DE FAMÍLIA. ALEGAÇÃO DE APLICAÇÃO EQUIVOCADA DA REGRA CONTIDA NO 
ARTIGO 1003, DO CÓDIGO CIVIL. 1. A ação rescisória é meio excepcional 
de impugnação das decisões judiciais, remédio processual extraordinário voltado para a 
desconstituição da coisa julgada obtida em desconformidade com as regras processuais que 
conduzam a um julgamento justo. 2. O ordenamento processual consigna, de forma taxativa, as 
hipóteses legais de rescindibilidade de sentença, elencadas no artigo 966 do Código de Processo Civil. 
Como consequência a mesma não pode ser utilizada para fins de reexame do julgado, como se fosse 
sucedâneo recursal. 3. Sustenta o Autor, em suma, que o órgão julgador teria aplicado a regra contida no 
artigo 1003, do Código Civil, quando deveria ter aplicado a regra do artigo 1032, do mesmo Codex. 4. No 
caso dos autos, o órgão julgador valorou as provas que foram apresentadas e efetivamente se pronunciou 
sobre os fatos alegados, segundo o seu livre convencimento. 5. Em sede de ação rescisória, não é 
possível o reexame de provas da ação originária, sob pena de transformar a medida excepcional em nova 
instância recursal, o que afrontaria a segurança jurídica. 6. Mero inconformismo com o deslinde da 
questão, o que, entretanto, não autoriza a desconstituição da coisa julgada com base no artigo 966, do 
Código de Processo Civil. Interpretação que prestigia o caráter excepcionalíssimo da ação rescisória e os 
valores constitucionais a que visa proteger (efetividade da prestação jurisdicional, segurança jurídica e 
estabilidade da coisa julgada - art. 5º, XXXVI, da Constituição da República). 7. Não demonstrada a 
ocorrência de quaisquer das hipóteses do art. 966 do CPC, pressupostos específicos para o ajuizamento 
da ação rescisória. Utilização da rescisória como sucedâneo recursal. Impossibilidade. Precedentes. 8. 
PETIÇÃO INICIAL INDEFERIDA, com consequente extinção do feito sem resolução do mérito (CPC, art. 
485, I). Grifado. 
 
 
 
 Lilian Pitta 
 
 
 O Sucedâneo Recursal3 (interno) é aquilo que substituiu, faz às vezes de; é medida que não 
se identifica como sendo ação autônoma (ou sucedâneo recursal externo), porque não cria uma 
nova demanda, nem recurso, porque não está previsto no rol taxativo do art. 994 do CPC, mas é 
utilizado para impugnar decisões judiciais. A remessa necessária (art. 496 do CPC) e a correição 
parcial (medida administrativa contra juiz) são exemplos de sucedâneo recursal (interno). 
 
0069499-08.2019.8.19.0000 - RECLAMAÇÃO 
Des(a). ROGÉRIO DE OLIVEIRA SOUZA - Julgamento: 30/06/2020 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA 
CÍVEL 
CORREIÇÃO PARCIAL MEDIANTE RECLAMAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA PELO JUÍZO 
FAZENDÁRIO QUE DETERMINOU O SOBRESTAMENTO DO FEITO ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO 
DA MACRO-LIDE MULTIDINÁRIA. PRETENSÃO DO RECLAMENTE DE CASSAR O PROVIMENTO 
JUDICIAL. ALEGAÇÃO DE INVERSÃO DA ORDEM LEGAL DO PROCESSO. ERRO DE OFÍCIO. 
DECISÃO QUE DIVERGIU DO ACÓRDÃO PROFERIDO EM SEDE DE RECURSO REPETIVO nº 
1.110.549/RS. ERRO DE OFICIO E OMISSÃO. Despacho irrecorrível que manteve a suspensão da 
ação individual após o julgamento da ação coletiva. Argumentos apresentados pelo reclamante não 
analisados pelo juízo. De acordo com a orientação do firmada pela Segunda Seção do Superior Tribunal 
de Justiça no REsp nº 1.110.059/RS, pela sistemática dos recursos repetitivos, a suspensão do feito dá-se 
até o julgamento da ação coletiva, inexistindo obrigatoriedade de suspensão de todas as demandas 
individuais até o trânsito em julgado da ação coletiva. No julgado também foi pacificada a faculdade da 
suspensãodas ações individuais até o julgamento da ação civil pública nos casos multidinários, cabendo 
ao juiz a valoração sobre o interesse público e a preservação da efetividade da Justiça. Despacho 
proferido pelo Juízo a quo divergiu do precedente do STJ (REsp nº 1.110.049/RS) no ponto que se omitiu 
quanto a análise dos argumentos apresentados pelo reclamante, deixando de valorar sobre o interesse 
público e a preservação da efetividade da Justiça na manutenção do sobrestamento do feito após o 
julgamento da Ação Civil Pública. Erro de oficio e omissão. Despacho cassado. Conhecimento e 
provimento da reclamação. Grifado 
 
 
 Já o Recurso é o meio utilizado para impugnar decisão judicial no mesmo processo em que 
a decisão foi proferida, não gerando processo novo. Não se confunde com o sucedâneo recursal 
interno, pois tem cabimento específico, a depender da natureza jurídica da decisão que se visa 
impugnar. 
 
0046722-92.2020.8.19.0000 - MANDADO DE SEGURANÇA 
Des(a). WAGNER CINELLI DE PAULA FREITAS - Julgamento: 06/08/2020 - DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA 
CÍVEL 
Mandado de segurança. Cumprimento de sentença. Penhora de verba do impetrante. Decisão que 
comporta recurso próprio. Impossibilidade de o mandado de segurança constituir-se 
em sucedâneo recursal. Jurisprudência sobre o tema. Indeferimento da inicial. Grifado. 
 
 
1.1 Conceito de RECURSO 
 
“É o remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o 
esclarecimento ou a integração da decisão judicial que se impugna”4. 
 
 
3 Para parte da doutrina, os sucedâneos recursais podem ser classificados em internos e externos, dependendo da 
formação ou não de uma nova relação jurídica. 
4 MOREIRA, José Carlos Barbosa. O Novo Processo Civil Brasileiro – Exposição sistemática do procedimento 29ª Edição. 
Forense,2012. 
 Lilian Pitta 
 
 
 O recurso é voluntário porque é necessário que a parte interessada recorra. Com esta 
afirmação, pode-se concluir que a remessa necessária, prevista no art. 496 do CPC, não tem 
natureza de recurso, mas sim de condição de eficácia das sentenças que a ele estão sujeitas. 
 
 De acordo com o conceito, é possível identificar que o recurso tem como pedido (objeto) 
uma das quatro providências: a reforma, a invalidação, o esclarecimento e a integração. 
 
 Quando o recurso tem por objeto a reforma da decisão judicial impugnada, estar-se-á 
diante de um error in iudicando, isto é, de um erro no julgamento. O erro de julgamento ocorre 
quando o magistrado atribui ao direito positivo uma vontade que não é a sua verdadeira, ou seja, 
quando o juiz profere uma declaração errônea da vontade concreta da lei, seja de norma de 
direito material ou processual. Toda vez que se interpuser recurso contra uma decisão sob o 
fundamento de que a mesma deu errônea solução à questão sobre a qual versa, o objeto de tal 
recurso será a reforma da referida decisão judicial e pedir a reforma significa pedir para que ela 
seja corrigida, revista, melhorada, aprimorada. Na reforma o discutido é o conteúdo do que foi 
decidido. 
 
0158095-96.2018.8.19.0001 - APELAÇÃO 
Des(a). ROGÉRIO DE OLIVEIRA SOUZA - Julgamento: 04/02/2020 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA 
CÍVEL 
APELAÇÕES CÍVEIS. OBRIGAÇÃO DE FAZER. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. 
FORNECIMENTO DE ENERGIA. IMPUTAÇÃO DA PRÁTICA DE FRAUDE NO RELÓGIO MEDIDOR. 
LAVRATURA DE TERMO DE OCORRENCIA DE IRREGULARIDADE (TOI). RECUPERAÇÃO DO 
CONSUMO. DÉBITO AUFERIDO UNILATERALMENTE. NATUREZA ABUSIVA DA COBRANÇA NÃO 
ELIDIDA PELA CONCESSIONÁRIA. DANO MORAL CONFIGURADO. REPETIÇÃO EM DOBRO DO 
INDÉBITO. REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA. Consumo mínimo equivalente ao custo da distribuição 
que se manteve após o período de irregularidade. Imóvel vazio. O Termo de Ocorrência de Irregularidade, 
elaborado pela prestadora de serviço não é suficiente para provar a prática de fraude no relógio medidor 
de energia elétrica, porquanto produzido unilateralmente pelo fornecedor do serviço. Conduta ilegal da 
concessionária no procedimento de apuração de irregularidades e recuperação de receita impostos ao 
consumidor que configura o dever indenizatório. Fatos que suplantam os aborrecimentos comuns das 
relações cotidianas e que geraram relevante temor e perda de tempo útil. Danos morais que exsurgem do 
próprio fato. Cobrança injustificável que se subsome ao disposto no parágrafo único do art. 42 do CDC. 
Parcial reforma da sentença. Conhecimento e provimento do 1º recurso (consumidor) e desprovimento 
do 2º (concessionária). Grifado. 
 
 
 Quando o recurso tem por objeto a invalidação da decisão judicial impugnada, estar-se-á 
diante de um error in procedendo, isto é, de um erro no procedimento. O error in procedendo está 
ligado ao descumprimento de uma norma de natureza processual e consiste em vício formal da 
decisão, que acarreta sua nulidade. Aqui, não se discute o conteúdo de uma decisão. Não se entra 
no exame do que foi decidido, examina-se apenas a forma. 
 
0195305-21.2017.8.19.0001 - APELAÇÃO 
Des(a). CARLOS EDUARDO MOREIRA DA SILVA - Julgamento: 07/08/2020 - VIGÉSIMA SEGUNDA 
CÂMARA CÍVEL 
Direito Processual Civil. Trata-se de Ação de Execução na qual, após a apresentação de minuta de acordo 
assinada pelas partes, o feito foi julgado extinto na forma do art. 924, II do CPC. Sentença que julgou 
extinto o processo, sem julgamento do mérito. Ausência de intimação pessoal para dar andamento ao 
feito. Requisito essencial para a extinção do processo. Assim, impositiva a anulação da sentença de 
 Lilian Pitta 
 
 
primeiro grau em razão da existência de error in procedendo, determinado o prosseguimento do 
feito. Sentença anulada. Recurso provido. Grifado. 
 
 
280544-90.2017.8.19.0001 - APELAÇÃO 
Des(a). MÔNICA DE FARIA SARDAS - Julgamento: 06/05/2020 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. JULGAMENTO CITRA PETITA. ERROR IN PROCEDENDO. ANULAÇÃO 
DA SENTENÇA. 1. O pedido é o que se pretende com a instauração da demanda e se extrai da 
interpretação lógico-sistemática da petição inicial, considerando-se os requerimentos feitos em seu corpo e 
não só aqueles constantes em capítulo especial ou sob a rubrica dos pedidos. 2. Omissão do julgado 
quanto ao pedido de reconhecimento das 5 (cinco) economias para o cálculo da tarifa com relação à 
progressividade. 3. Sentença citra petita, vício que acarreta a sua anulação, para que outra seja 
proferida. ANULAÇÃO DA SENTENÇA DE OFÍCIO. RECURSOS PREJUDICADOS. Grifado. 
 
 
 Quando a decisão proferida pelo órgão judicial é obscura ou contraditória, é possível 
recorrer, tendo por fim o esclarecimento da decisão. Nesta hipótese, o recurso5 não é destinado a 
provocar uma nova decisão sobre a questão, mas sim a fazer com que o juízo reafirme, com outros 
termos, o que havia dito anteriormente. 
 
Des(a). WERSON FRANCO PEREIRA RÊGO - Julgamento: 22/07/2020 - VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA 
CÍVEL 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE, OMISSÃO 
E/OU CONTRADIÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO. 1) Os embargos de declaração são instrumento de 
integração do julgado, quer pela pouca inteligência de seu texto, quer pela contradição em seus 
fundamentos, quer, ainda, por omissão em ponto fundamental. Para admissão e provimento 
dos embargos de declaração é indispensável que a peça processual apresente os requisitos 
legalmente exigidos para a sua oposição, o que não ocorre no presente feito. 2) Não se prestam 
os embargos de declaração à rediscussão de matéria já apreciada e julgada, sendo certo que o 
julgador não está obrigado a dissertar sobre todos os dispositivos legais invocados pelas partes. 3) 
A contradição que enseja a oposição de embargos de declaração é aquela interna ao 
pronunciamento embargado, verificada entre a fundamentação da decisão e a sua conclusão. 4) 
RECURSO CONHECIDO E REJEITADO. Grifado. 
 
 
 Quando a decisão proferida pelo órgão judicial é omissa, é possível recorrer tendo por fim 
a integração (atividade de suprir lacunas, torná-la completa). 
 
0001641-51.2015.8.19.0209- APELAÇÃO 
Des(a). MARCOS ALCINO DE AZEVEDO TORRES - Julgamento: 19/02/2020 - VIGÉSIMA SÉTIMA 
CÂMARA CÍVEL 
Apelações cíveis. Direito do consumidor. Ação de rescisão contratual cumulada com obrigação de fazer e 
indenizatória. Contrato de compra e venda de produtos e prestação de serviços de móveis planejados. 
Pedido de rescisão por alegado erro da empresa fornecedora, com pedido de cancelamento do contrato e 
devolução de cheques entregues. Embargos declaratórios apresentados que, desprovidos, 
revelam omissões evidentes. Sentença citra petita que se anula ex ofício. 1. Da leitura do julgado 
recorrido em face do qual foram interpostos embargos de declaração pelo 2º réu (Banco Santander) e pela 
1ª ré (CAFT Comércio de Móveis), reclama o 1º acerca de omissão no dispositivo final da r. sentença e a 2ª 
acerca de contradição e omissão em relação a assertiva de que a desistência do negócio firmado teria 
partido de ambas as partes, o que não contemplaria a verdade dos fatos, e quanto a especificação de qual 
ré teria a obrigação em relação aos cheques eventualmente descontados no tocante à sua conversão de 
seus valores em perdas e danos. 2. Rejeitados os embargos declaratórios citados sem que fossem 
 
5 O recurso apto a esclarecer a decisão é o de Embargos de Declaração, previsto a partir do art. 1.022 do CPC. 
 Lilian Pitta 
 
 
supridas as omissões e a contradição alegadas, incorre a r. sentença em ausência de 
fundamentação consoante o disposto no art. 489, § 1º, IV, do CPC e apreciação de todos os temas 
trazidos a debate. 4. Tratando-se de induvidosa sentença citra petita, incorre-se em nulidade que ora se 
reconhece e se declara. 5. Inaplicável a Teoria da causa madura in casu. A apreciação das matérias 
omitidas pela sentença em grau recursal ensejaria indesejável violação ao princípio que veda a supressão 
de Instância. 6. Anulação ex ofício da sentença com determinação para retorno dos autos ao primeiro grau 
de jurisdição. Recursos de apelação que restam prejudicados. Grifado. 
 
 
 Além do conceito, importante compreender as classificações dos recursos indicadas pela 
doutrina, sendo as mais tradicionais as seguintes: 
 
a) Quanto a fundamentação o recurso pode ser de fundamentação livre ou vinculada. O 
recurso de fundamentação livre é aquele que pode trazer como argumento qualquer 
matéria, seja de direito material, seja de direito processual, como acontece com a 
Apelação, o Agravo de Instrumento e o Recurso Ordinário; em se tratando de recurso de 
fundamentação vinculada, somente poderá ter por argumento o que estiver previamente 
estabelecido pelo legislador, como acontece com o Recurso Especial e o Recurso 
Extraordinário, onde a Constituição da República delimita a matéria que poderá ser objeto 
do recurso (art. 105 e art. 102, respectivamente). 
b) Quanto á extensão da matéria o recurso pode ser total ou parcial. O recurso classificado 
como parcial é aquele que, em virtude de limitação voluntária (vontade do Recorrente), 
não compreende a totalidade do conteúdo impugnável da decisão. Pense numa sentença 
que julgou procedente o pedido de dano material e o pedido de dano moral. O réu, ao 
interpor Apelação, impugna tão somente o pedido de dano moral. Neste caso, o recurso de 
Apelação será classificado como parcial, pois não impugna a totalidade do conteúdo que 
lhe seria impugnável. O recurso classificado como total é aquele que abrange todo o 
conteúdo impugnável da decisão recorrida. Seguindo o mesmo exemplo, seria classificado 
como total a Apelação se o réu impugnasse tanto o dano moral, quanto o dano material. 
c) Quanto a autonomia, o recurso pode ser classificado como principal, ou seja, o recurso 
interposto por qualquer das partes de maneira independente uma da outra (art. 997 do 
CPC); ou adesivo (acessório ou subordinado), aquele que se subordina ao recurso principal 
(da outra parte) e somente será julgado se o recurso principal for admitido ( art. 997, §§ 1º 
e 2º do CPC). 
d) Quanto a tutela pretendida, o recurso pode ser ordinário, que tem por finalidade imediata 
a tutela do direito subjetivo (matéria de fato e de direito), como o que acontece com a 
Apelação, Agravo de Instrumento, Recurso Ordinário Constitucional; ou excepcional, que 
tem por finalidade imediata a tutela do direito objetivo (matéria de direito), como no 
Recurso Especial e Recurso Extraordinário. 
 
 Vistas as classificações, passa-se a compreensão de que somente as decisões (lato sensu) 
são recorríveis. Portanto, o despacho, que não tem conteúdo decisório, é irrecorrível (art. 203, 
parágrafo 3º c/c art. 1.001 do CPC). 
 
 As decisões podem ser divididas em duas espécies: (i) as de juiz singular – decisão 
interlocutória (art. 203, parágrafo 2º) e sentença (art. 203, parágrafo 1º) e (ii) as de tribunal – 
 Lilian Pitta 
 
 
decisão monocrática (decisão proferida por Relator, Presidente ou Vice-Presidente de Tribunal) e 
acórdão (art. 204 do CPC). 
 
 É de extrema relevância identificar a natureza jurídica da decisão (se decisão interlocutória, 
sentença, decisão monocrática ou acórdão), pois a partir da identificação responde-se qual será o 
recurso cabível. 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
1 - Em demanda que tramita perante a 3ª Vara de Família da Comarca da Capital, foi determinada 
a expedição de ofício para desconto em folha de pagamento dos alimentos fixados 
provisoriamente em decisão interlocutória. Inconformado com a determinação de expedição de 
ofício para desconto em folha o Réu poderá interpor recurso? 
 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________ 
 
2 - “Um cidadão, ao ajuizar demanda pelo procedimento comum contra o estado de Rondônia, 
apresentou dois pedidos: (a) anulação de ato administrativo ilícito; (b) indenização, no valor de R$ 
100 mil, em razão de prejuízos causados pelo referido ato. Após a apresentação de defesa pelo 
ente público, o magistrado emitiu pronunciamento com dois capítulos, em que: (i) examinou o 
mérito do primeiro pedido de forma definitiva, e declarou nulo o ato administrativo, por 
considerar que esse pedido estava apto a julgamento; (ii) determinou a produção de provas 
quanto ao pedido indenizatório”. Dessa decisão, o réu apresentou recurso de apelação. Agiu 
corretamente o Recorrente? 
 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________ 
 
3 - Contra decisão proferida pelo relator do recurso de apelação caberá agravo de instrumento 
para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento 
interno do tribunal. Certo ou errado? 
 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
 Lilian Pitta 
 
 
________________________________________________________________________________ 
 
4 - Dos despachos cabe o recurso de correição parcial; das decisões interlocutórias cabe agravo de 
instrumento e das sentenças cabe apelação. Certo ou errado? 
 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________ 
 
 
 
1.2 Princípios Recursais 
 
 Os princípios são a essência, a razão, os valores que inspiram o ordenamento jurídico; 
orientam e auxiliam o Poder Público na elaboração legislativa do direito processual. Os princípios 
influem tanto na formação do direito, quanto na sua aplicação. Ao se ferir uma norma, estar-se-á 
ferindo um princípio, que na sua essência estava embutido. 
 
 Aos recursos, por serem visualizados em processos, aplicam-se os princípios processuais 
gerais previstos na Constituição da República e no Código de Processo Civil, como o devido 
processo legal, a isonomia, dentre outros. 
 
 Mas alguns princípios são típicos da Teoria Geral dos Recursos, por serem visualizados 
nesse momento, como o Princípio da Fungibilidade Recursal, Princípio da Taxativa e demais 
Princípios que serão visualizados a seguir: 
 
▪ Princípio da Correspondência: existem cinco espécies de pronunciamentos judiciais e 
para cada espécie de pronunciamento corresponde a interposição de um recurso, salvo 
de despacho: 
o Despacho não tem conteúdo decisório, motivo pelo qual não cabe recurso (art. 
1.001, CPC). 
 
0012403-98.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Des(a). FERNANDO FOCH DE LEMOS ARIGONY DA SILVA - Julgamento: 20/03/2020 - TERCEIRA 
CÂMARA CÍVEL 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. DESPACHO QUE 
INTERCORRENTEMENTE MANDA INTIMAR O ALIMENTANTE A PAGAR, PROVAR QUE PAGOU OU 
JUSTIFICAR O NÃO PAGAMENTO, SOB PENA DE PRISÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
INADMISSIBILIDADE. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. Agravo de instrumento interposto de ato 
judicial que, em ação de execução de alimentos, manda intimar o devedor, por seus advogados, a, em três 
dias, pagar, provar que pagou, ou justificar o não pagamento das pensões, sob pena de prisão desde logo 
fixada em sessenta dias. Teses de que a intimação há de ser pessoal; de que a alimentanda não mais faz 
jus a alimentos, eis de há muito implementada condição resolutiva da obrigação; de que há excesso de 
execução; e de que o devedor não está em condições de pagar. 1. Na medida em que nada decidiu, o 
ato agravado não é decisão interlocutória, mas despacho, não sendo, portanto, passível de ser 
 Lilian Pitta 
 
 
combatido por meio de agravo de instrumento, o que desnuda falta de interesse recursal e 
evidencia a inadmissibilidade do recurso dele interposto. 2. É bem verdade que o despacho que 
mobiliza o executado incorreu no equívoco de haver desde logo estabelecido o prazo prisional; mas o 
excesso não mais implica risco à liberdade de locomoção do alimentante porque foi afastado 
em habeas corpus impetrado em seu favor. 3. Recurso do qual não se conhece. Grifado. 
 
 
o Decisão interlocutória é a espécie de pronunciamento que resolve um incidente e 
não põe fim a um módulo processual ou ao processo como um todo. O recurso 
correspondente a decisão interlocutória é o Agravo de Instrumento6 (art. 1.015, 
CPC). 
o Sentença é o pronunciamento que põe fim ao processo ou módulo processual com 
ou sem resolução do mérito. O recurso correspondente no CPC é a Apelação (art. 
1.009, CPC). 
o Acórdão é espécie de decisão emanada por um órgão coletivo/colegiado como a 
Câmara, Turma, Órgão Especial etc. Para acórdão, a depender da hipótese, 
corresponderá o recurso de Embargos de Divergência (art. 1.043, CPC) ou REsp (art. 
105, III, CRFB) ou RE (art. 102, III, CRFB) ou Recurso Ordinário (art. 1.027, CPC). 
o Decisão monocrática é o pronunciamento judicial proferido pelo Relator, 
Presidente ou Vice-Presidente de Tribunal. Como recurso correspondente pode-se 
ter o Agravo Interno (art. 1.021, CPC) ou o Agravo em RE ou REsp (art. 1.042, CPC), a 
depender da hipótese. 
 
 Quanto ao recurso de Embargos de Declaração (art. 1.022, CPC), poderá ser oposto contra 
todos os pronunciamentos, exceto dos despachos (*). 
 
▪ Princípio da Taxatividade: por tal princípio só existem os recursos que a lei federal prevê 
ou vier a prever – art. 22, CRFB c/c art. 994, CPC. O Princípio da Taxatividade determina 
que as partes em comum acordo ou a doutrina não podem criar recursos ou fazer uma 
interpretação extensiva para tal finalidade7. 
 
0028189-22.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Des(a). PAULO SÉRGIO PRESTES DOS SANTOS - Julgamento: 18/06/2019 - SEGUNDA CÂMARA 
CÍVEL 
Agravo de Instrumento. Direito Processual Civil. Na nova ordem processual, o cabimento do agravo de 
instrumento é regido pelas hipóteses elencadas no art. 1.015 do CPC/15. Caso concreto que não se 
amolda ao previsto em qualquer dos incisos do dispositivo mencionado. Defeito insanável. 
Inviabilidade do conhecimento do recurso sob a ótica da mitigação da taxatividade das hipóteses de 
cabimento previstas no dispositivo legal de regência. Agravante que ao declinar as razões pelas quais 
entende que seu recurso haveria de ser conhecido, assim o fez de forma deficiente, sem fundamentar 
objetivamente seu pedido, valendo-se de alegação genérica. Em tema de juízo de admissibilidade, é dever 
do recorrente oferecer ao órgão julgador fundamentação que permita a exata compreensão da 
controvérsia posta - isto é, a pertinência ao caso concreto da mitigação do rol taxativo do art. 1.015 do 
Código de Processo Civil - assim o fazendo por meio da demonstração clara e precisa do modo pelo qual 
o precedente vinculante se amolda à situação em exame, à luz da decisão recorrida e das consequências 
 
6 Nem todas as decisões interlocutórias serão recorríveis por Agravo de Instrumento (art. 1.015 do CPC). 
7 Tese Firmada pelo STJ – Tema 988: “O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a 
interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da 
questão no recurso de apelação”. 
 Lilian Pitta 
 
 
de a ela não se conferir recorribilidade imediata. A falta de demonstração objetiva da conformidade do 
recurso com o paradigma vinculante que autoriza seu excepcional cabimento à luz do requisito da 
urgência atrai a aplicação analógica dos termos da Súmula 284/STF, que assim dispõe: "É inadmissível o 
recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da 
controvérsia.". Desconhecimento do recurso, nos termos do art. 932, III do Código de Processo Civil. 
Grifado. 
 
 
▪ Princípio da Unicidade: (da singularidade ou da unirrecorribilidade): contra uma decisão o 
Recorrente somente poderá interpor um único recurso, sendo vedada a interposição 
simultânea ou cumulativa de mais de um recurso visando a impugnação do mesmo 
provimento jurisdicional, salvo em se tratando de REsp e RE e Agravo Interno e Agravo em 
REsp e RE. 
 
0067350-73.2018.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Des(a). JUAREZ FERNANDES FOLHES - Julgamento: 03/09/2019 - DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVENTÁRIO. PRETENDEM OS HERDEIROS, ORA AGRAVANTES, 
QUE A AVALIAÇÃO DOS BENS IMÓVEIS QUE LHES FORAM DOADOS PELO INVENTARIADO SEJAM 
AVALIADAS PELO VALOR APURADO NA DATA DA LIBERALIDADE, E NÃO PELO VALOR DE 
MERCADO. NÃO PROVIMENTO. De acordo com o princípio da singularidade, também conhecido 
como princípio da unicidade ou unirrecorribilidade, o interessado apenas pode impugnar uma 
decisão em um único momento. Portanto, em regra, para cada decisão somente é possível a 
interposição de um recurso. No caso, vê-se que, em 01/06/2015, os herdeiros ora agravantes 
formularam o mesmo pedido em tela ao juízo a quo, isto é, requerendo que se procedesse as avaliações 
dos imóveis doados pelo inventariante considerando a data da doação. Na ocasião, o referido pleito foi 
indeferido pelo juízo a quo, que salientou que ¿a comprovação das alegadas doações deveria ser feita 
através de Escritura Pública (...)¿. Inconformados, os herdeiros interpuseram o Agravo de Instrumento nº 
0071045-40.2015.8.19.0000. Tal recurso não foi conhecido peloRelator, por ausência de peças 
obrigatórias, restando, pois, preclusa a questão ali debatida. Assim, ainda que o Juízo a quo tenha 
novamente mencionado a questão referente à avaliação dos bens doados, sobretudo porque revisitada 
pelo ora agravante, descabe nova análise sobre a matéria, porquanto preclusa. DECISÃO MANTIDA. 
NEGATIVA DE PROVIMENTO AO RECURSO. Grifado. 
 
 
▪ Princípio da Fungibilidade: por tal princípio um recurso pode ser recebido por outro, desde 
que (i) o erro não seja grosseiro (recurso manifestamente incabível) e (ii) haja dúvida 
fundada a respeito do recurso cabível (a lei confunda a natureza da decisão; a doutrina e a 
jurisprudência divergem a respeito do recurso cabível; o juiz profere uma espécie de 
decisão em lugar de outra). O atual CPC prevê expressamente a possibilidade da 
fungibilidade recursal no art. 1.024, parágrafo 3º, e nos arts. 1.032 e 1.033, CPC. 
 
0008919-75.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Des(a). SANDRA SANTARÉM CARDINALI - Julgamento: 19/02/2020 - VIGÉSIMA SEXTA CÂMARA 
CÍVEL 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. FASE DE CUMPRIMENTO DE 
SENTENÇA. SENTENÇA QUE DECLAROU A INCOMPETÊNCIA DO JUIZO PARA PROSSEGUIMENTO 
DO FEITO E JULGOU EXTINTA A EXECUÇÃO. O ATO JUDICIAL QUE EXTINGUE A EXECUÇÃO DEVE 
SER IMPUGNADO POR MEIO DE RECURSO DE APELAÇÃO, POIS TEM NATUREZA DE SENTENÇA. 
INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 203, §1º E 1.009 DO CPC/2015. ERRO GROSSEIRO, QUE CONTRARIA 
PREVISÃO EXPRESSA DE LEI, INEXISTINDO DIVERGÊNCIA ENTRE A DOUTRINA E/OU 
JURISPRUDÊNCIA, NÃO SENDO POSSÍVEL O RECEBIMENTO DO RECURSO COMO APELAÇÃO. 
INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO. Grifado. 
 
 
 Lilian Pitta 
 
 
▪ Princípio da proibição da reformatio in peius: quando da interposição de recurso por 
apenas um dos sucumbentes, o recorrente, em tese, não corre o risco de ver piorada a sua 
situação em virtude do julgamento do seu próprio recurso. Mas o Princípio admite 
exceções, como no caso de matérias de ordem pública, teoria da causa madura (art. 1.013, 
parágrafo 3º.), além da possibilidade de piora nos casos dos artigos 331 e 332 do CPC. 
 
0013838-07.2016.8.19.0014 - APELAÇÃO 
Des(a). ELTON MARTINEZ CARVALHO LEME - Julgamento: 30/10/2019 - DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA 
CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. POLICIAL MILITAR. AUXÍLIO- MORADIA. VERBA DE NATUREZA INDENIZATÓRIA, 
NÃO SUJEITA À TRIBUTAÇÃO. CÔMPUTO NOS CÁLCULOS DO IMPOSTO DE RENDA. 
IMPOSSIBILIDADE. RESTITUIÇÃO. CABIMENTO. INCONFORMISMO DO RÉU APENAS QUANTO AOS 
CONSECTÁRIOS LEGAIS DA SUCUMBÊNCIA. REGIME DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. 
MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. CARÁTER TRIBUTÁRIO DO INDÉBITO A SER DEVOLVIDO. 
REGRAS ESPECÍFICAS. JUROS DE MORA A PARTIR DO TRÂNSITO EM JULGADO. TAXA SELIC. LEI 
ESTADUAL Nº 6.127/2011. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CORRETAMENTE FIXADOS. 
PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO E REFORMA DE PARTE DA SENTENÇA, DE OFÍCIO. 1. A 
quantia indevidamente retirada do patrimônio jurídico do autor mediante errônea tributação na fonte da 
verba indenizatória, ou seja, auxílio-moradia ostenta caráter tributário. 2. Em se tratando de restituição de 
indébito tributário, são devidos juros de mora a partir do trânsito em julgado, nos termos do art. 167, 
parágrafo único, do CTN e da Súmula 188 do STJ. 3. A correção monetária e os juros de mora são 
matéria de ordem pública, apreciáveis de ofício a qualquer tempo ou grau de jurisdição, não se sujeitando 
ao princípio da proibição da reformatio in pejus. 4. A correção monetária incide até 01/07/2012 segundo a 
variação da Ufir-RJ e, a partir desta data, quando entrou em vigor a Lei Estadual nº 6.127/2011, deve 
prevalecer a taxa Selic como índice único de correção, de forma a englobar juros de mora e correção 
monetária. 5. Juros moratórios conforme a taxa Selic, porquanto ainda não transitou em julgado a 
sentença, e, nos termos da Lei Estadual nº 6.127/2011, a aplicação da Selic não pode ser cumulada com 
qualquer outro método de atualização. 6. Honorários advocatícios corretamente fixados, em observância 
às regras previstas no caput e parágrafos 2º e 3º, I, do art. 85 do CPC. 7. Parcial provimento do recurso 
e, de ofício, reforma parcial da sentença. Grifado. 
 
 
▪ Princípio do duplo grau de jurisdição: significa a possibilidade que o Recorrente tem de 
submeter a outro órgão do Poder Judiciário a revisão da solução da sua demanda. 
 
0075377-11.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Des(a). MARGARET DE OLIVAES VALLE DOS SANTOS - Julgamento: 26/11/2019 - DÉCIMA OITAVA 
CÂMARA CÍVEL 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXTINÇÃO DE CONDOMINIO. RAZÕES RECURSAIS DIVORCIADAS 
DO FUNDAMENTO DA DECISÃO RECORRIDA. PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE. PRESSUPOSTO DE 
ADMISSIBILIDADE RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DO PEDIDO RECURSAL SOB PENA 
DE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA E AFRONTA 
AO PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO ART. 932, INCISO III, DO CÓDIGO DE PROCESSO 
CIVIL EM VIGOR. RECURSO INADMISSÍVEL A QUE SE NEGA CONHECIMENTO. Grifado. 
 
 
0011813-53.2016.8.19.0068 - APELAÇÃO 
Des(a). FERNANDO FERNANDY FERNANDES - Julgamento: 12/02/2020 - DÉCIMA TERCEIRA 
CÂMARA CÍVEL 
EXECUÇÃO FISCAL. APLICABILIDADE DO ART. 34 DA LEI Nº. 6.830/80 (LEF). VALOR INFERIOR A 50 
ORTN. APELAÇÃO. AUSÊNCIA DE REQUISITO INTRÍNSECO DE ADMISSIBILIDADE. CABIMENTO. 
INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DOS RECURSOS. NÃO INCIDÊNCIA 
DO DUPLO GRAU OBRIGATÓRIO DE JURISDIÇÃO. Da sentença proferida em execução fiscal de valor 
igual ou inferior a 50 (cinquenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN não cabe 
 Lilian Pitta 
 
 
apelação. Inteligência do art. 34 da LEF. Não se conhece a apelação, haja vista que o valor da execução, 
corrigido até o dia de hoje pelos índices da Corregedoria de Justiça, não atinge o valor mínimo de alçada. 
Precedentes do STJ. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. Grifado. 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
1 - Em recurso de Apelação interposto apenas pela Ré Ampla Energia e Serviços S/A em face de 
sentença proferida pelo juiz de direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Maricá, que julgou 
procedente o pedido do Autor para condenar a Ré a pagar o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) a 
título de indenização por dano moral, além de juros e correção monetária e a pagar custas e 
honorários advocatícios, vislumbrou o órgão julgador – 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do 
Estado do Rio de Janeiro, diante de várias circunstâncias observadas e contrárias à Apelante, que a 
condenação merecia reforma para majorar o valor do dano moral do Autor para R$ 6.000,00 (seis 
mil reais), quantia que se mostrava mais adequada ao postulado da razoabilidade (0012542-
25.2018.8.19.0031). Diante do caso apresentado e considerando os Princípios 
Recursais, responda: poderá a 2ª Câmara Cível reformar a sentença para majorar o valor da 
indenização por dano moral? Justifique? 
 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________ 
 
2 - Analise a seguinte ementa de acórdão proferido pela Primeira Câmara Cível do Tribunal de 
Justiça do Estado do Rio de Janeiro, in verbis: 
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA SATISFATIVA JÁ 
IMPUGNADA POR MEIO DE PRIMITIVO AGRAVO DE INSTRUMENTO, ORA EM TRÂMITE. 
IMPOSSIBILIDADE DE SE QUESTIONAR A MESMA DECISÃO, NOVAMENTE, POR MEIO DE 
NOVO AGRAVO DE INSTRUMENTO. OFENSA AO PRINCÍPIO ______________________. 
PRECLUSÃO CONSUMATIVA CARACTERIZADA. (...) NÃO CONHECIMENTO DO AGRAVO DE 
INSTRUMENTO”. 
Considerando que aos recursos aplicam-se princípios típicos, tratados em Teoria Geral dos 
Recursos, indique qual o princípio recursal aplicado no julgamento? Justifique. 
 
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 Lilian Pitta 
 
 
1.3 Pressupostos em espécie 
 
 Ao examinar um recurso, o julgador deve, primeiramente, realizar o juízo de 
admissibilidade (= CONHECIMENTO) que é sempre preliminar ao juízo de mérito, e poderá ser 
positivo, quando presentes os pressupostos de admissibilidade recursal, ou negativo, quando 
ausente um dos pressupostos de admissibilidade recursal. 
 
 O atual Código de Processo Civil estabelece que a admissibilidade, em regra, seja realizada 
pelo mesmo órgão que julgará o mérito do recurso. É o que acontece na Apelação, onde é vedado 
ao juiz singular realizar a admissibilidade do recurso, sendo tal atividade verificada pelo Tribunal, 
assim como no Agravo de Instrumento. Entretanto, quanto ao RE e REsp, é realizado um juízo 
“provisório” (bipartido) de admissibilidade pelo Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal 
recorrido (art. 1.010, § 3º, art. 1.016 c/c 932, III e art. 1.030, do CPC). Nesse caso, se presentes os 
pressupostos de admissibilidade, o RE ou REsp serão encaminhados ao STF ou STJ, 
respectivamente, valendo ressaltar que será realizado um novo juízo de admissibilidade, já que o 
STF e o STJ não ficam vinculados ao juízo de admissibilidade realizado pelo Tribunal recorrido. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CONHECIMENTO PELO STJ DE RESP EM PARTE INADMITIDO NA 
ORIGEM. 
 
O recurso especial que foi em parte admitido pelo Tribunal de origem pode ser conhecido pelo STJ na 
totalidade, ainda que à parte inadmitida tenha sido aplicado o art. 543-C, § 7º, I, do CPC e o recorrente não 
tenha interposto agravo regimental na origem para combater essa aplicação. Realmente, consoante 
iterativa jurisprudência do STJ, o agravo regimental é o recurso a ser interposto contra a decisão que nega 
trânsito ao recurso especial com base em aplicação de tese firmada em recurso especial representativo de 
controvérsia repetitiva (QO no Ag 1.154.599-SP, Corte Especial, DJe 12/5/2011). De igual modo, observa-
se que é dever da parte agravante atacar especificamente todos os fundamentos da decisão do Tribunal de 
origem que nega trânsito ao recurso especial, sob pena de não conhecimento da irresignação (art. 544, § 
4º, I, do CPC). Nada obstante, o caso em análise é absolutamente diverso, pois, na origem, foi conferido 
trânsito ao recurso especial, ficando, desse modo, superado o exame da decisão de admissibilidade do 
Tribunal de origem, pois esta não vincula o relator no STJ, que promoverá novo exame do recurso 
especial. Cabe ressaltar que a Súmula 292 do STF, aplicável por analogia ao recurso especial, orienta que, 
interposto o recurso extraordinário por mais de um dos fundamentos, a admissão apenas por um deles não 
prejudica o seu conhecimento por qualquer dos outros. A Súmula 528 do STF, por sua vez, também 
aplicável por analogia ao recurso especial, esclarece que, se a decisão de admissibilidade do recurso 
excepcional contiver partes autônomas, a admissão parcial não limitará a apreciação de todas as demais 
questões pelo Tribunal de superposição. De mais a mais, no novo exame de admissibilidade do 
recurso especial efetuado no âmbito do STJ, todos os pressupostos recursais são reexaminados. 
Assim, em vista da patente ausência do binômio necessidade-utilidade da interposição do agravo 
regimental na origem, não há cogitar em não ser conhecido o recurso especial por esse motivo. AgRg no 
REsp 1.472.853-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/8/2015, DJe 27/8/2015. Grifado. 
 
Atenção!!! Decisão proferida na vigência do CPC de 1973. 
 
 Preliminarmente, o juízo de admissibilidade no Tribunal é realizado pelo Relator e, se 
negativa a decisão (monocrática), poderá ser interposto Agravo Interno (art. 1.021 do CPC) para 
provocar o julgamento pelo órgão colegiado (do qual faz parte o Relator). 
 
 Na análise da admissibilidade recursal, ocasião em que se conhece ou não se conhece o 
recurso, serão verificados os requisitos (pressupostos) intrínsecos e extrínsecos dos recursos. Cada 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1472853
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1472853
 Lilian Pitta 
 
 
doutrinador aponta pressupostos/requisitos referentes a admissibilidade recursal, sendo os mais 
relevantes requisitos intrínsecos: (i) cabimento (= princípio da correspondência), (ii) legitimidade 
(art. 996, do CPC), (iii) interesse e (iv) inexistência de fatos impeditivos ou extintivos (arts. 998, 
999 e 1.000, do CPC). Quanto aos requisitos extrínsecos mais relevantes tem-se: (i) 
tempestividade (art. 1.003, parágrafo 5º, CPC), (ii) regularidade formal (ex. art. 932 do CPC) e (iii) 
preparo (art. 1.007, CPC). 
 
▪ Requisitos Intrínsecos 
 
o Cabimento: deve-se responder a duas perguntas: (i) a decisão é recorrível? Ou seja, 
verificar se a espécie de pronunciamento judicial é atacável por recurso; e (ii) o 
recurso é adequado? Ou seja, o recurso a ser interposto tem que corresponder a 
espécie de decisão a ser atacada. 
 
 
0008963-94.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Des(a). CEZAR AUGUSTO RODRIGUES COSTA - Julgamento: 18/02/2020 - OITAVA CÂMARA CÍVEL 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. DECISÃO QUE 
INDEFERIU REALIZAÇÃO DE NOVA VISTORIA PELO PERITO DO JUÍZO. PRONUNCIAMENTO QUE 
NÃO É RECORRÍVEL POR AGRAVO DE INSTRUMENTO. HIPÓTESE QUE NÃO SE ENCONTRA NO 
ROL DO ARTIGO 1015 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. DESCABIMENTO DO RECURSO. De 
acordo com a nova sistemática, a decisão interlocutória que indefere realização de nova vistoria pelo 
perito do juízo não pode ser atacada por agravo de instrumento, porque não se insere no rol do artigo 
1.015 do atual Código de Processo Civil, faltando-lhe o requisito intrínseco de cabimento. Também não se 
enquadra na hipótese de taxatividade mitigada, estabelecida pelo precedente do Superior Tribunal de 
Justiça, pois não é questão em que se vislumbre inutilidade do julgamento da matéria em sede de 
apelação ou prejuízos para as partes. Frisa-se que as questões resolvidas na fase de conhecimento que 
não podem ser objeto de recurso de agravo de instrumento não são cobertas pela preclusão, podendo ser 
suscitadas preliminarmente quando da interposição do recurso de apelação contra os termos da sentença 
ou em contrarrazões, conforme artigo 1.009, §1°, do Código de Processo Civil. RECURSO NÃO 
CONHECIDO. Grifado. 
 
 
o Legitimidade: o art. 996 do CPC, ao tratar da legitimidade, acaba por confundir com 
interesse recursal, segundo NEVES (2018). Na análise da legitimidade, deve-se 
considerar vencida a parte quando a decisão não lhe tenha proporcionado, pelo 
prisma prático, tudo que ela poderia esperar, como pode acontecer com a Apelação 
(§ 1º do art. 1.009 do CPC). Quanto ao terceiro prejudicado, tem-se uma forma de 
intervenção de terceiro em grau de recurso ou uma assistência na fase recursal, vez 
que, jamais poderá pleitear decisão a seu favor. Por fim, o Ministério Público 
também terá legitimidade para interpor recurso. 
 
0006074-70.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Des(a). CARLOS SANTOS DE OLIVEIRA - Julgamento: 06/02/2020 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA 
CÍVEL 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. HASTA PÚBLICA. COMISSÃO DE LEILOEIRO. 
ARBITRAMENTO. RECURSO INTERPOSTO PELO MESMO. AUSÊNCIA 
DE LEGITIMIDADE RECURSAL. PRECEDENTES. RECURSO INADMISSÍVEL. 1. Pleito de reforma de 
decisão que, ao determinar a realização dos 1º e 2º leilões públicos do imóvel objeto da demanda, fixou 
em 1% (um por cento) a comissão sobre o valor da arrematação, na forma do art. 884, parágrafo único, do 
 Lilian Pitta 
 
 
Código de ProcessoCivil. 2. O Leiloeiro Público não tem legitimidade para interpor o 
presente recurso, posto que não se enquadra no conceito de terceiro prejudicado previsto no 
art. 996, caput e parágrafo único, do Código de Processo Civil. 3. Interesse de fato ou meramente 
econômico que não se confunde com o interesse jurídico capaz de lhe conferir legitimidade para recorrer 
na presente demanda. 4. Ausência de requisito intrínseco de admissibilidade. Precedentes do Superior 
Tribunal de Justiça, e deste Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. NÃO CONHECIMENTO 
DO RECURSO. Grifado. 
 
 
o Interesse recursal: o recurso tem de ser útil e necessário, ou seja, é necessário que 
o recorrente demonstre que aquele recurso pode lhe trazer alguma utilidade 
(melhora na situação fática do recorrente) e que aquele recurso é o meio 
necessário para isso. O recurso inútil é aquele que ataca apenas um dos 
fundamentos da decisão, sendo que ela se sustenta pelo outro (Sum. 126 do STJ). O 
recurso desnecessário é aquele em que tudo o que se pode obter pelo recurso, 
poderia ter obtido pela contestação. 
 
0001097-56.2016.8.19.0006 - APELAÇÃO 
Des(a). JOSÉ ACIR LESSA GIORDANI - Julgamento: 19/02/2020 - DÉCIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO RENOVATÓRIA DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL NÃO RESIDENCIAL. SENTENÇA 
DE IMPROCEDÊNCIA. APELO DO AUTOR/LOCATÁRIO. DESOCUPAÇÃO VOLUNTÁRIA DO IMÓVEL. 
PERDA DE INTERESSE RECURSAL. DESISTÊNCIA MANIFESTADA PELO RECORRENTE. NÃO 
CONHECIMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO, POR PREJUDICADO, EM RAZÃO DA MANIFESTA 
FALTA DE INTERESSE, NA FORMA DO ARTIGO 932, INCISO III, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 
Grifado. 
 
 
o Inexistência de fatos impeditivos ou extintivos: (i) desistência (fato impeditivo – 
art. 988, CPC) – independe de homologação judicial e de anuência da outra parte e 
pode ocorrer até o início da votação e pressupõe recurso já interposto; (ii) renúncia 
(fato extintivo) – é ato anterior a interposição do recurso, em que a parte abre mão 
do direito de recorrer; pressupõe que o recurso não tenha sido interposto; 
independe de homologação judicial e de anuência da outra parte (art. 999, CPC); 
(iii) aceitação da decisão (fato extintivo) que pode ser tácita ou expressa. A 
aceitação tácita é a prática incompatível com a vontade de recorrer (art. 1.000, 
CPC). 
 
0018850-69.2011.8.19.0210 - APELAÇÃO 
Des(a). PETERSON BARROSO SIMÃO - Julgamento: 25/11/2019 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. Relação de Consumo. Cartão de Crédito. Sentença de procedência determina o 
recálculo da dívida pela metade da taxa de juros aplicada. Interposição de recurso pelo banco réu. 
Posterior cumprimento espontâneo da obrigação imposta. Fato extintivo do direito de recorrer 
(aceitação da sentença). Inclusive, o réu informa que cancelou o cartão de crédito e que inexiste 
qualquer dívida a ser cobrada da autora. Preclusão lógica. Ato incompatível com a vontade de 
recorrer. Precedentes desta Câmara e do STJ. RECURSO NÃO CONHECIDO. Grifado. 
 
 
▪ Atenção!!! 
 
o É assegurado à parte, mesmo após a desistência/renúncia, o direito de interpor 
recurso adesivo. 
 Lilian Pitta 
 
 
o Na aceitação, a parte que a praticou, não poderá recorrer, nem adesivamente. 
o Desistência dos recursos em tramitação no STJ e STF: parágrafo único do art. 998 – 
interesse maior que afeta a coletividade. Assim, haverá julgamento, mesmo após a 
desistência, no caso previsto no art. 1.035 e § 1º do art. 1.036. 
 
▪ Requisitos Extrínsecos 
 
o Tempestividade: (o prazo para interpor recurso é peremptório, não cabendo 
dilação (art. 223), embora admita renúncia, nos termos do art. 999; a suspensão e a 
interrupção do prazo para recorrer pode acontecer na forma prevista em lei (arts. 
220, 221, 313 e 1.004); em regra, o prazo para interpor recurso será de quinze dias 
(art. 1.003, § 5º, ressalvado o prazo para oposição dos Embargos de Declaração 
(1.023); prazo em dobro – arts. 180, 183, 186 e 229* § 2º PJE). Recurso 
extemporâneo: § 4º do art. 218, CPC; recurso interposto antes do julgamento dos 
embargos de declaração pendentes (art. 1.024, §§ 4º e 5º). 
 
0012580-25.2017.8.19.0208 - APELAÇÃO 
Des(a). PAULO SÉRGIO PRESTES DOS SANTOS - Julgamento: 19/02/2020 - SEGUNDA CÂMARA 
CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C.C. INDENIZATÓRIA. INTERPOSIÇÃO DE 
APELAÇÃO PELO AUTOR DE FORMA INTEMPESTIVA, CONFORME CERTIDÃO DE FLS. 168. 
OPORTUNIZADA ÀS PARTES A MANIFESTAÇÃO ACERCA DA CERTIDÃO, NA FORMA DO 
DISPOSTO NO AR.T. 10 DO CPC/15. INÉRCIA DA PARTE APELANTE. EXERCÍCIO DO JUÍZO DE 
ADMISSIBILIDADE. FALTA DO REQUISITO EXTRÍNSECO 
DE TEMPESTIVIDADE. RECURSO INADMISSÍVEL. DECISÃO MONOCRÁTICA, NOS TERMOS DO 
DISPOSTO NO CAPUT DO ART. 932, INCISO III, DO CPC/15. Grifado. 
 
 
o Regularidade Formal: presença de fundamentação e pedido; em regra deve ser 
interposto por escrito; capacidade postulatória (vide Sum. 115 do STJ). Sanação na 
forma do art. 76 do CPC. 
 
0016235-41.2017.8.19.0002 - APELAÇÃO 
Des(a). ALCIDES DA FONSECA NETO - Julgamento: 19/02/2020 - VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. SERVIÇOS EDUCACIONAIS. SENTENÇA DE 
IMPROCEDÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO DAS CONSUMIDORAS. RAZÕES DISSOCIADAS DA SENTENÇA. 
INOBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE RECURSAL. NÃO CONHECIMENTO. Sentença 
que julgou improcedentes os pedidos deduzidos no sentido de que o recorrido fosse condenado a 
indenizar as apelantes em razão de serviços educacionais prestados de modo alegadamente defeituoso. A 
fundamentação da sentença recorrida perlustrou de modo preciso e assaz detido as nuances da lide e, por 
isso, afastou a falha do serviço e, consequentemente, também os pleitos de pagamento de auxílio 
alimentação, lucros cessantes, atraso na expedição do diploma e, por fim, os danos morais. As razões 
recursais, no entanto, não fizeram qualquer menção às teses que lastrearam o julgado o que, a 
toda vista, impede a regular apreciação do julgado. Não preenchimento, pois, do requisito 
da regularidade formal do recurso, uma vez que este deve conter os fundamentos de fato e de 
direito que consubstanciam o inconformismo com a sentença impugnada. Não basta, neste 
sentido, o suficiente e genérico requerimento de revisão da matéria. 
Precedentes. Recurso manifestamente inadmissível. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. Grifado. 
 
 
 
 Lilian Pitta 
 
 
o Preparo: é o pagamento das despesas relacionadas ao processamento do recurso 
(custas + porte de remessa e retorno – art. 1.007). Há previsão legal quanto a 
possibilidade de sanar o vício quanto ao preparo, seja em razão da não 
comprovação, quando da interposição (§ 4º do art. 1.007 do CPC), seja em razão do 
recolhimento insuficiente (§ 2º do art. 1.007 do CPC). Recursos que independem de 
preparo: embargos de declaração (art. 1.023, CPC), Agravo em RE/REsp (art. 1.042, 
parágrafo 2º, CPC), além das hipóteses previstas no § 1º do art. 1.007. 
 
0494179-28.2015.8.19.0001 - APELAÇÃO 
Des(a). ELTON MARTINEZ CARVALHO LEME - Julgamento: 05/02/2018 - DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA 
CÍVEL 
APELAÇÃO. INDENIZATÓRIA. AUSÊNCIA DE PREPARO. INTIMAÇÃO PARA REGULARIZAÇÃO. 
INÉRCIA. REQUISITO OBJETIVO DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL. DESERÇÃO. INTELIGÊNCIA DO 
ART. 1.007, §4º, DO CPC. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. 1. O preparo do recurso constitui 
requisito objetivo de admissibilidade recursal e deve ser comprovado no ato da interposição, a teor do 
disposto no art. 1.007, caput, do CPC. 2. Interposto o recurso sem a devida comprovação de recolhimento 
do preparo, o recurso é manifestamente deserto. 3. Apelante que deixou de recolher o valor em dobro 
referente ao preparo, embora regularmente intimada na pessoa de seu advogado, como determina 
o art. 1.007, § 4º do CPC. 4. Inexistindo comprovação de justo impedimento (§ 6º do art. 1.007 do 
CPC), impõe-se a aplicação da pena de deserção do apelo. 5. Recurso não conhecido. Grifado. 
 
 
 
 Ultrapassado o Juízo de Admissibilidade e, em sendo positivo, passa-se ao Juízo de Mérito, 
que poderá ser realizado pelo Relator,monocraticamente (art. 932, CPC), ou pelo órgão colegiado, 
que examinará mérito recursal, ocasião em que se dará ou negará provimento ao recurso. 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
1 - Em Ação de Rescisão Contratual proposta por Izabel Cristina em face de Isaias Carneiro, 
distribuída para a 2ª Vara Cível da Comarca da Capital, o feito foi extinto sem resolução do mérito. 
Inconformada com a sentença, a Autora interpôs recurso de Apelação, sem, contudo, comprovar 
no ato de interposição o recolhimento das custas pertinentes ao preparo. Os autos foram à 
conclusão do magistrado da 2ª Vara Cível que, ao receber a Apelação, inadmitiu o recurso por 
deserção. Diante do caso hipotético, responda: 
 
(i)Agiu corretamente o magistrado da 2ª Vara Cível ao realizar o Juízo de admissibilidade da 
apelação? 
 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________ 
 
(ii) Em se tratando de ausência de comprovação de recolhimento de custas, como deve proceder o 
recorrente para sanar o vício? 
 Lilian Pitta 
 
 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________ 
 
2 - Quando da análise dos pressupostos recursais, deve ser observada a inexistência de fatos 
impeditivos ou extintivos do direito de recorrer. Dentre os fatos extintivos do direito de recorrer 
tem-se a renúncia e a aceitação. Indaga-se: qual a diferença entre renúncia ao direito de recorrer 
e aceitação ao direito de recorrer? É possível, ainda que a parte tenha renunciado ao direito de 
recorrer, interpor recurso? Justifique fundamente as respostas. 
 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________ 
 
 
 
1.4 Nova sistemática de sanabilidade dos vícios relacionados aos pressupostos 
 
 O atual CPC, com a ideia de desformalizar o processo, prevê em seu art. 932, parágrafo 
único, a possibilidade de sanabilidade dos vícios dos recursos, criando uma cláusula geral de 
sanabilidade. O referido dispositivo prevê que cabe ao Relator, antes de decidir pela 
inadmissibilidade do recurso, conceder ao recorrente o prazo de cinco dias para sanar o vício ou 
complementar a documentação exigível. 
 
 Para a doutrina, apenas os requisitos extrínsecos podem ser sanados, pois dizem respeito 
ao modo de recorrer e não ao poder de recorrer. A título de exemplo, o próprio CPC aponta a 
possibilidade de sanar vício relacionado ao preparo, previsto no art. 1.007; em contrapartida, não 
há como sanar vício de legitimidade recursal. O CPC também prevê outras hipóteses de 
sanabilidade, como a do art. 76, que trata sobre a regularização da representação processual, o 
art. 1.017, parágrafo 3º, que trata da instrução do Agravo de Instrumento, assim como os artigos 
1.029, parágrafos 1º e 3º e 1.020, parágrafo 2º, do CPC. 
 
1.5 Efeitos de admissibilidade recursal positiva e negativa e admissibilidade para os recursos 
extraordinários 
 
 A admissibilidade do Recurso Extraordinário pressupõe, além do preenchimento dos 
requisitos genéricos de admissibilidade (intrínsecos e extrínsecos), a existência dos pressupostos 
específicos, quais sejam: 
 Lilian Pitta 
 
 
▪ Julgamento da causa em única ou última instância8. 
▪ Existência de questão federal constitucional (controvérsia em torno da aplicação da 
Constituição da República) – art. 102, III, a, b, c e d, CRFB. 
▪ Demonstração da repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso (art. 
1.035, CPC). 
▪ Existência de prequestionamento, que significa a exigência de que a decisão recorrida 
tenha ventilado a questão constitucional que será objeto de apreciação no recurso 
extraordinário, ou seja, não se admite que se ventile questão inédita, a qual não tenha sido 
apreciada pelo órgão a quo. Omissa a decisão contra a qual se queira opor o recurso 
excepcional, faz-se necessária a interposição de embargos de declaração, com o fim de 
prequestionar a questão constitucional – ver art. 1.025 do CPC e Sumulas 282 e 356 do STF. 
 
 
UNIDADE 2 – MATÉRIA PROCESSUAL AFEITA AOS RECURSOS 
 
 
CONTEÚDOS: 
 
2.1 Efeitos Clássicos. 
2.1.1 Efeito Suspensivo. 
2.1.2 Efeito Devolutivo. 
2.1.3 Efeito Obstativo. 
2.2 Efeitos secundários ou possíveis. 
2.2.1 Efeito translativo. 
2.2.2 Efeito expansivo. 
2.2.3 Efeito substitutivo. 
2.2.4 Efeito regressivo. 
2.3 Recurso Adesivo. 
2.3.1 Conceito. 
2.3.2 Importância para o sistema recursal. 
2.3.3 Cabimento. 
 
 
MATÉRIA PROCESSUAL AFEITA AOS RECURSOS 
 
 Aos recursos são atribuídos efeitos que, de acordo com a doutrina, podem ser classificados 
como efeitos de interposição (produzidos em razão da interposição do recurso) ou efeitos do 
julgamento do mérito do recurso. 
 
2.1 Efeitos Clássicos (efeitos de interposição): 
 
 
8 Verificar a Súmula 735 do STF, assim como a possibilidade de interposição do RE de acórdão proferido por Turma 
Recursal de Juizado Especial (Lei nº 9.099/95) e de decisão proferida na Execução Fiscal (art. 34 da Lei nº 6.830/80). 
 Lilian Pitta 
 
 
 São efeitos de interposição: 
 
▪ Impeditivo (ou obstativo): a interposição tempestiva do recurso faz obstar a formação da coisa 
julgada e da ocorrência da preclusão (art. 505 do CPC). 
▪ Suspensivo: obsta a produção de efeitos da decisão recorrida. O efeito suspensivo pode ser 
ope legis ou ope iudicis. O efeito suspensivo será considerado ope legis quando a interposição 
do recurso suspender automaticamente os efeitos da decisão recorrida, sem a necessidade de 
preenchimento de requisitos para que seja concedido, ou seja, basta a previsão legal. Na 
apelação, por exemplo, o a regra é de atribuição do efeito suspensivo ope legis e devolutivo 
(art. 1.012 do CPC). No agravo de instrumento, entretanto, a regra é a atribuição do efeito 
devolutivo, sendo possível a atribuição do efeito suspensivo, desde que seja verificado pelo 
julgador o preenchimento dos requisitos previstos em lei, motivo pelo qual, nesse caso, o 
efeito suspensivo será ope iudicis (art. 995 c/c art. 1.012 do CPC; art. 987, § 1º do CPC). 
 
0071009-27.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Des(a). JOSÉ CARLOS MALDONADO DE CARVALHO - Julgamento: 02/04/2019 - PRIMEIRA CÂMARA 
CÍVEL 
ACÓRDÃO AGRAVO INTERNO CONTRA ATO DO RELATOR QUE INDEFERIU 
O EFEITO SUSPENSIVO ATIVO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO SACADO CONTRA DECISÃO DE 
PRIMEIRO GRAU QUE, AÇÃO DE OFERECIMENTO DE ALIMENTOS, DEFERE O REQUERIMENTO DE 
PENHORA ON LINE. DECISÃO CORRETA, NA FORMA E NO CONTEÚDO, QUE INTEGRALMENTE SE 
MANTÉM. DESPROVIMENTO DO RECURSO. 
 
 
▪ Devolutivo: com a interposição do recurso, transfere-se para outro órgão do Poder Judiciário 
hierarquicamente superior o conhecimento da matéria impugnada. Para alguns doutrinadores, 
o recurso de Embargos de declaração e embargos infringentes da Lei de Execução Fiscal não 
possuem efeito devolutivo, pois os Embargos serão julgados pelo mesmo órgão que proferiu a 
decisão recorrida. 
 
0036847-35.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Des(a). ALEXANDRE ANTONIO FRANCO FREITAS CÂMARA - Julgamento: 27/01/2020 - SEGUNDA 
CÂMARA CÍVEL 
Direito ProcessualCivil. Decisão do juízo de origem que afastou a prescrição para o cumprimento de 
sentença com base em dois fundamentos: i) considerou ilíquida a obrigação fixada na sentença e ii) 
aplicou o prazo prescricional de 10 anos. Agravo de instrumento que afirma ser de 5 anos o prazo 
prescricional para o início do cumprimento de sentença, que já transcorreu integralmente, devendo ser 
extinta a fase de cumprimento de sentença. Decisões monocráticas deste relator, nas quais não se 
conheceu do agravo de instrumento, por falta de impugnação especificada dos fundamentos da decisão de 
primeiro grau (arts. 932, III, e 1.016, III, do CPC), pois não se manifestou sobre questões prévias e 
necessárias à análise da prescrição: i) a iliquidez da obrigação ou ii) qual o prazo prescricional para 
cobrança de dívidas ilíquidas. Impossibilidade de se analisar a prescrição, tendo em vista que 
o efeito devolutivo somente se produz em relação a recursos admissíveis. Agravo interno que insiste na 
discussão da prescrição, com os mesmos fundamentos iniciais, sendo manifestamente protelatório (art. 
1.021, § 4º, do CPC). Agravo interno a que se nega provimento, fixando-se multa de 5% sobre o valor da 
causa. 
 
 
 
 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
 Lilian Pitta 
 
 
 
1 - A interposição de recurso poderá gerar efeito obstativo (ou impeditivo), devolutivo e/ou 
suspensivo. Assim, considerando os efeitos de interposição, assinale a alternativa correta: 
 
(a) A apelação, em regra, será recebida apenas no efeito devolutivo. 
(b) A atribuição do efeito suspensivo não é a regra, mas o relator poderá atribuir o efeito, 
desde que atendidos os requisitos previstos em lei. 
(c) O Agravo de Instrumento será recebido, em regra, no duplo efeito. 
(d) O efeito devolutivo suspende os efeitos da decisão recorrida, enquanto o efeito obstativo 
impede o trânsito em julgado da decisão recorrida. 
 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________ 
 
 
 
2.2 Efeitos Secundários ou possíveis 
 
 São efeitos do julgamento do mérito do recurso: 
 
▪ Anulação: ocorre quando a decisão do recurso deve ser anulada (error in procedendo). 
▪ Substituição: ocorre quando a decisão do recurso substitui a decisão recorrida (art. 1.008 do 
CPC). 
 
Outros efeitos: 
 
➢ Regressivo ou retratação: é o efeito que alguns recursos têm de permitir o juízo de retratação 
(art. 331, 332, 485, 1.021, 1.041 e 1.042 do CPC). 
➢ Translativo: relaciona-se com a possibilidade do tribunal conhecer as questões de ordem 
pública, de ofício no julgamento do recurso. Caso tais questões sejam ventiladas pelo 
recorrente, elas serão conhecidas por força do efeito devolutivo; caso silente, as questões de 
ordem pública serão conhecidas por força do efeito translativo (art. 485, § 3º e art. 1.013, I a IV 
do CPC). 
 
0015167-24.2018.8.19.0066 - APELAÇÃO 
Des(a). EDSON AGUIAR DE VASCONCELOS - Julgamento: 04/08/2020 - DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA 
CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO DE PARCELAS DE CONTRATO DE 
CRÉDITO BANCÁRIO - FALECIMENTO DO FINANCIADO - DEMANDA PROPOSTA PELA VIÚVA - 
AUSÊNCIA DE ASSUNÇÃO DE DÍVIDA - LEGITIMIDADE DO ESPÓLIO E NÃO DA VIÚVA MEEIRA -- 
RECONHECIMENTO DE OFÍCIO DA ILEGITIMIDADE ATIVA. Extinção do feito sem resolução do mérito, 
tendo em vista a ilegitimidade da autora que postula em nome próprio direito 
alheio. Efeito translativo do recurso que autoriza o exame de matéria de ordem pública. Ninguém pode 
 Lilian Pitta 
 
 
pleitear em nome próprio direito alheio sem autorização legal para tanto, a teor do disposto no art. 18 do 
CPC/2015. Ilegitimidade da demandante que se reconhece. Extinção do processo na forma do artigo 485, 
VI do CPC/2015. Prejudicado o exame do recurso. 
 
 
➢ Expansivo: ocorre sempre que o julgamento do recurso alcançar matéria não impugnada ou 
quando atingir sujeito que não foi parte no recurso, apesar de ser parte no processo (art. 
1.013, § 2º). 
 
0026635-89.1995.8.19.0001 - APELAÇÃO 
Des(a). MARCIA FERREIRA ALVARENGA - Julgamento: 23/10/2019 - DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE QUANTIA CERTA. SENTENÇA DE EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO, 
AMPARADA POR SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTES OS PEDIDOS CONTIDOS NOS 
EMBARGOS À EXECUÇÃO. PRELIMINAR DE NULIDADE. AFASTADA. MÉRITO. PRESCRIÇÃO 
INTERCORRENTE. MATÉRIA AINDA NÃO ANALISADA SOBRE O CRIVO DO CONTRADITÓRIO. 
REFORMA PARCIAL. QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA. LEGITIMIDADE AD 
CAUSAM. EFEITO TRANSLATIVO DOS RECURSOS. CONTRA A SENTENÇA EXARADA NOS 
EMBARGOS À EXECUÇÃO FOI INTERPOSTO RECURSO DE APELAÇÃO, JULGADO PARCIALMENTE 
PROVIDO POR ESTA COLENDA CÂMARA CÍVEL. EFEITO EXPANSIVO. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO, 
SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, APENAS EM RELAÇÃO À PARTE APELANTE (BANCO BRADESCO 
S/A), EIS QUE PARTE ILEGÍTIMA (ART. 485, VI, DO CPC), PROSSEGUINDO-SE A EXECUÇÃO COM 
RELAÇÃO ÀS PARTES LEGÍTIMAS (BANCO BOAVISTA INTERATLÂNTICO S/A E MENDES JÚNIOR 
ENGENHARIA S/A). APELAÇÃO QUE SE CONHECE E SE NEGA PROVIMENTO, REFORMANDO-SE, 
CONTUDO, A SENTENÇA RECORRIDA. 
 
 
 
 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
 
1 - Em Ação de Obrigação de Fazer proposta por Vera Braga em face de Jane da Silva, pleiteou a 
Autora que a Ré fosse compelida ao imediato fechamento do terraço construído à margem de sua 
residência e de duas janelas abertas sobre aquela, irregularidades constatadas após a saída dos 
locatários do imóvel, em abril de 2013. A sentença julgou parcialmente procedente o pedido da 
Autora para determinar que a Ré desfaça a obra que realizou, no prazo de dois meses, a contar da 
publicação da sentença, sob pena de multa diária de R$ 100,00 (cem reais), deixando de condenar 
a Ré ao pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios, diante da gratuidade 
concedida. Irresignada, a Ré interpôs recurso de Apelação, alegando, em síntese, ilegitimidade da 
Autora para propor a demanda, vez que o imóvel objeto da ação não é de sua propriedade, bem 
como afirma que as básculas são regulares e em nada afetam o direito de vizinhança da Autora, 
pugnando pela improcedência total da demanda. A Apelação foi distribuída para a 16ª Câmara 
Cível que, através de acórdão, decidiu conhecer da decadência do direito autoral, pois a ausência 
de oposição à abertura de janelas pelo vizinho, a menos de metro e meio, no prazo de ano e dia 
após a conclusão da obra, resulta na decadência do direito de exigir seu fechamento. 
Considerando o caso hipotético apresentado, responda: agiu corretamente o órgão colegiado ao 
reconhecer a decadência sem expressa manifestação da Ré em sua apelação? Justifique e 
fundamente. 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
 Lilian Pitta 
 
 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________ 
 
 
2.3 Recurso Adesivo 
 
 O Recurso Adesivo não é espécie de recurso, mas forma de interposição de recurso 
(Apelação, Recurso Especial e Recurso Extraordinário – art. 997, parágrafo 2º, II, CPC) que permite 
a parte sucumbente que não recorreu no devido tempo da decisão aderir ao recurso da outra 
parte – art. 997, parágrafo 1º do CPC. 
 
 O prazo de interposição do recurso adesivo é o mesmo que a parte sucumbente tem para 
oferecer as contrarrazões (art. 997, parágrafo 2º, I, CPC). 
 
 Ao recurso adesivo são aplicadas as mesmas regras do recurso principal (Apelação, Recurso 
Especial ou Recurso Extraordinário) quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no 
tribunal (art.997, parágrafo 2º, CPC), ficando subordinado, portanto, ao recurso principal – art. 
997, parágrafo 2º, III, CPC. O processamento do recurso adesivo é o mesmo do principal; tanto 
adesivo quanto principal são julgados na mesma sessão. 
 
0027918-38.2014.8.19.0210 - APELAÇÃO 
Des(a). ALCIDES DA FONSECA NETO - Julgamento: 10/08/2020 - VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CONCESSIONÁRIA 
PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO. TRANSPORTE COLETIVO. COLISÃO COM CAMINHÃO. 
DEMANDA OBJETIVANDO À REPARAÇÃO DOS DANOS MORAIS E MATERIAIS. DESISTÊNCIA 
DO RECURSO PRINCIPAL. HOMOLOGAÇÃO. DESNECESSIDADE DE ANUÊNCIA DA PARTE 
 Lilian Pitta 
 
 
CONTRÁRIA. SUBORDINAÇÃO DO APELO ADESIVO. 
NÃO CONHECIMENTO DOS RECURSOS INTERPOSTOS, NA FORMA DO ARTIGO 932, III, DO 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. 
 
 
 Mas quanto ao mérito do recurso, a decisão é autônoma e independente, podendo, por 
exemplo, negar provimento ao recurso principal e dar provimento ao recurso adesivo. 
 
0006788-27.2016.8.19.0208 - APELAÇÃO 
Des(a). ROGÉRIO DE OLIVEIRA SOUZA - Julgamento: 18/08/2020 - VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA 
CÍVEL 
APELAÇÕES CÍVEIS. RECURSO ADESIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. CONSUMIDORA 
POR EQUIPARAÇÃO. CONTRATO DE EMPRESTIMO CONSIGNADO. DESCONHECIMENTO DO 
NEGÓCIO JURÍDICO PELA SUPOSTA MUTUÁRIA. AÇÃO DE TERCEIRO. FRAUDE. PROVA PERICIAL 
GRAFOTÉCNICA. FALSIDADE DA ASSINATURA APOSTA NO CONTRATO. DEVER DO BANCO DE 
PROMOVER A SEGURANÇA QUE SE ESPERA DO SERVIÇO PRESTADO. DESCONTO INDEVIDO NO 
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL QUE 
DECORRE DO PRÓPRIO FATO. DEVOLUÇÃO EM DOBRO DOS VALORES INDEVIDAMENTE 
DESCONTADOS. MAJORAÇÃO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO DO DANO MORAL. Aplicação do 
CDC. Responsabilidade objetiva do fornecedor pela reparação dos danos causados aos consumidores no 
desenvolvimento de sua atividade econômica. O fornecedor tem o dever de prover o serviço com a 
segurança que dele se espera, assumindo a responsabilidade pelos danos que causar. Configura falha na 
prestação do serviço bancário permitir a utilização dos dados de uma pessoa por terceiro fraudador para a 
contratação de empréstimo consignado em folha de pagamento. Dever de indenizar os danos decorrentes 
do ilícito e devolver em dobro os valores indevidamente descontados. Provimento do recurso adesivo para 
majoração do valor da compensação do dano moral. Incidência de honorários 
recursais. Conhecimento dos recursos, desprovimento do recurso principal (Banco) e provimento 
do recurso adesivo (Angela). 
 
 
0189208-69.2012.8.19.0004 - APELAÇÃO 
Des(a). MARIO GUIMARÃES NETO - Julgamento: 08/10/2019 - DÉCIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL 
EMENTA. APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ATROPELAMENTO DA AUTORA. 
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA CONDENANDO A RÉ AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAIS NO VALOR DE R$5.000,00 (CINCO MIL REAIS). INSURGÊNCIA DO RÉU 
SUSCITANDO EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE. RECURSO ADESIVO DA AUTORA 
OBJETIVANDO A MAJORAÇÃO DA VERBA INDENIZATÓRIA. POSTERIOR DESISTÊNCIA 
DO RECURSO DA RÉ, PREJUDICANDO A ANÁLISE DO RECURSO ADESIVO. ARTIGOS 997, §2º, III, E 
998 DO CPC/2015. MAJORAÇÃO DA VERBA HONORÁRIA NA FORMA PREVISTA NO ART.85, §1º, DO 
CPC POR FORÇA DO PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. RÉU-APELANTE QUE CAUSOU O TRABALHO 
ADICIONAL CONSISTENTE NA APRESENTAÇÃO DE CONTRARRAZÕES NESTA INSTÂNCIA. 
HOMOLOGAÇÃO DA DESISTÊNCIA. NÃO CONHECIMENTO DOS RECURSOS. ART.932, III, DO CPC. 
 
 
0011984-07.2018.8.19.0014 - APELACAO / REMESSA NECESSARIA 
Des(a). JDS RENATO LIMA CHARNAUX SERTA - Julgamento: 04/03/2020 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. DESCONTOS A TÍTULO DE 
FUNDO DE SAÚDE. PLEITO DE RESTITUIÇÃO DE VALORES E MANUTENÇÃO DOS 
ATENDIMENTOS. SENTENÇA QUE SE LIMITOU A DETERMINAR A RESTIUIÇÃO DAS QUANTIAS 
DESCONTADAS. INSURGÊNCIA DO ESTADO QUANTO A UTILIZAÇÃO DO IPCA-E COMO ÍNDICE DE 
CORREÇÃO MONETÁRIA. APELAÇÃO ADESIVA DO AUTOR ALMEJANDO SEJA GARANTIDA A 
MANUTENÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA CORRETAMENTE 
APLICADO, NOS TERMOS DO JULGAMENTO DO RE Nº 870.947. APLICAÇÃO DA SÚMULA 344 DO 
TJ/RJ QUANTO A MANUTENÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE. RECURSO DE APELAÇÃO 
DESPROVIDO, MANTENDO-SE O IPCA-E COMO ÍNDICE DE CORREÇÃO 
MONETÁRIA. RECURSO ADESIVO PARCIALMENTE PROVIDO APENAS PARA GARANTIR AO AUTOR 
 Lilian Pitta 
 
 
E AOS SEUS DEPENDENTES A UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS GRATUITOS ABRANGIDOS PELOS 
ARTIGOS 46 E 79, DA LEI ESTADUAL Nº 279/79. 
 
 
 
 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
 
1 - Tendo sido ajuizada demanda em que se pedia a condenação do réu ao pagamento de 
obrigação contratual no montante de cem mil reais, o juiz da causa, depois de concluída a 
instrução, acolheu em parte o pedido do autor, condenando o demandado a lhe pagar a 
importância de oitenta mil reais. Inconformado, o réu interpôs apelação, pugnando pela reforma 
integral do julgado, ao passo que o demandante não recorreu. Todavia, ao ser intimado para 
ofertar contrarrazões recursais, o autor, no prazo de que dispunha para tanto, optou por também 
aviar a apelação, na modalidade adesiva, em que requeria ao tribunal o acolhimento integral de 
seu pleito, isto é, a condenação do réu ao pagamento do débito de cem mil reais. Levando-se em 
conta que, após a interposição do recurso adesivo pela parte autora, o réu desistiu de seu apelo, e 
que os elementos de prova carreados aos autos demonstravam que o débito do devedor era 
mesmo de cem mil reais, como deverá decidir o Relator: negar provimento a ambos os recursos, 
inadmitir ambos os recursos ou inadmitir o recurso do réu e dar provimento ao recurso adesivo? 
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
UNIDADE 3 – RECURSOS EM ESPÉCIE 
 
 
CONTEÚDOS: 
 
3.1 - Apelação 
3.1.1 – Impugnação parcial e a formação gradual da coisa julgada. 
3.1.2 – Nova Sistemática da Teoria da Causa Madura. 
3.2 - Agravo 
3.3 - Embargos de Declaração. 
3.4 - Recurso Extraordinário e Especial. 
3.5 - Recurso Ordinário Constitucional. 
 
 
 
 
 Lilian Pitta 
 
 
APELAÇÃO 
 
- Previsão legal: Arts. 1.009 / 1.014, do CPC. 
 
- Cabimento: a apelação é o recurso cabível contra a sentença, nos termos do art. 1.009. Sentença, 
por sua vez, é o ato pelo qual o juiz põe fim a um módulo processual (processo sincrético) do 
procedimento de primeiro grau, com ou sem resolução do mérito (arts. 485 e 487), ou a execução 
(art. 924), valendo observar que não importa a espécie de processo (se conhecimento ou 
execução) ou procedimento (comum ou especial), em se tratando de sentença o recurso cabível 
será a apelação, ressalvadas as seguintes exceções: 
 
• Art. 41 da Lei nº. 9.099/95 (recurso inominado) 
• Art. 34 da Lei nº. 6.830/80 (embargos infringentes de alçada) 
• Art. 109, II da CRFB (recurso ordinário constitucional em causas internacionais – art. 37 da 
Lei nº. 8.038/90) c/c art. 1.027, II, b, do CPC. 
 
OBS.: há ainda a possibilidade de se atacar decisões interlocutórias em sede de apelação. Explica-
se: o CPC de 2015 prevê um rol taxativo para a interposição de Agravo de Instrumento, logo, 
algumas decisões interlocutórias não são atacáveis por Agravo de Instrumento e, 
consequentemente, conforme preceitua o § 1º do art. 1.009, contra as decisões interlocutórias 
não agraváveis caberá a interposição da apelação, ainda que não se tenha por objetivo atacar a 
sentença, mas apenas a decisão interlocutória não agravável. Essas decisões poderão ser 
impugnadas também através das contrarrazões à apelação, conforme § 2º do art. 1.009, cujo ato 
terá natureza recursal. 
 
0182214-34.2012.8.19.0001 - APELAÇÃO 
Des(a). MARCIA FERREIRA

Continue navegando