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ÉTICA PROFISSIONAL VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. Capítulo I – Objeto da Ética Capítulo III – A essência da moral 2 CAPÍTULO I - OBJETO DA ÉTICA 3 Problemas Morais e Problemas Éticos Nas situações efetivas e reais que ocorrem no dia-a-dia de todos os indivíduos, surgem problemas quando as decisões e ações deles são objeto de julgamento pelos demais membros do grupo social. 4 Tais problemas não afetam apenas um indivíduo, mas também outras pessoas, e pode até mesmo afetar a comunidade como um todo. 5 Em tais situações, as pessoas pautam seu comportamento por normas que julgam mais adequadas cumprir, e é quando se pode dizer que o homem age moralmente, ou seja, é o resultado de uma decisão refletida – e não espontânea. 6 De um lado temos os atos das pessoas, e do outro temos o juízo dos demais indivíduos sobre tais atos; ambos se pautam por certas normas de conduta. 7 O problema da essência do ato moral remete a outro problema crucial: o da responsabilidade; responsabilidade por ter tomado uma decisão de agir num sentido e não em outro. 8 • Muitas definição determinar fazer ou teorias não do o bom, fazer. que éticas é, na poderemos suposição organizaram-se de saber que, o se em que soubermos torno devemos da • As respostas sobre o que é bom variam: - Felicidade; - Prazer; - Poder; - Etc. 9 Decidir e agir numa situação concreta é um problema prático-moral; mas investigar o modo pelo qual a responsabilidade moral se relaciona com a liberdade e com o determinismo ao qual nossos atos estão sujeitos é um problema teórico, cujo estudo é competência da ética. 10 A ética é explicação daquilo que foi ou é, e não uma simples descrição... • Não lhe cabe formular juízos de valor sobre a prática moral de outras sociedades, ou de outras épocas... • A ética estuda uma forma de comportamento humano que os homens julgam valioso e obrigatório. 11 Definição da Ética • A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. • É ciência de uma forma específica de comportamento humano. 12 A ética procura determinar a essência da moral, e as condições objetivas e subjetivas do ato moral. 13 • A moral não é ciência, mas objeto da ciência; e, nesse sentido, é por ela estudada e investigada. • A ética não é a moral e, portanto, não pode ser reduzida a um conjunto de normas e prescrições. 14 • Moral vem do latim mos ou mores, “costume” ou “costumes”, no sentido de conjunto de normas ou regras adquiridas por hábito. • Ética vem do grego ethos, que significa analogamente “modo de ser” ou “caráter” enquanto forma de vida também adquirida ou conquistada pelo homem. 15 • O comportamento moral pertence somente ao humano na medida em que, sobre a sua própria natureza, cria esta segunda natureza, da qual faz parte a sua atividade moral. 16 A Ética e outras Ciências A ética inegavelmente se relaciona com outras ciências, como por exemplo a psicologia, quando a ética precisa compreender as leis que regem as motivações internas, subjetivas do ato moral – que é o comportamento do indivíduo. 17 • A psicologia presta uma importante contribuição à ética quando esclarece as condições internas, subjetivas, do ato moral. • A explicação psicológica do comportamento humano possibilita a compreensão das condições subjetivas dos atos dos indivíduos e, deste modo, contribui para a compreensão da sua dimensão moral. 18 CAPÍTULO III - A ESSÊNCIA DA MORAL 19 Propõe-se a seguinte definição de moral como ponto de partida: A moral é um conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual e social dos homens. 20 ...as regras que postulam determinado tipo de comportamento: - “ama teu próximo como a ti mesmo”; - “respeita teus pais”; - “não mintas”; - “não te tornes cúmplice de uma injustiça”. - etc. 21 • A função social da moral consiste na regulação das relações entre os homens para contribuir assim no sentido de manter a ordem social. • Os indivíduos aceitam – voluntaria ou involuntariamente – a ordem social que é juridicamente formulada e, desta maneira fiquem submetidos e integrados no estatuto social em vigor. 22 A moral possui um caráter social porque: (a) os estabelecidas; indivíduos se sujeitam a normas social (b) regula consequências somente para os outros; atos e que acarretam (c) cumpre aceitar princípios, a livre função valores e social conscientemente ou interesses. de induzir os determinados indivíduos a 23 O individual e o coletivo na moral • A consciência individual é a esfera em que se operam as decisões de caráter moral, mas por estar condicionada socialmente, não pode deixar de refletir uma situação social concreta; • Diferentes indivíduos que, numa mesma época, pertencem ao mesmo grupo social, reagem de maneira semelhante. 24 A importante podem podemos resultados resultados Intenções intenção salvar boas. isolá-las – maus do em também ato moralmente, outras não moral, dos se palavras: é meios justificam e um elas porque nem meios aspecto não com não dos se e 25 Conclusão Os traços essenciais da moral são os seguintes: 1) A moral é uma forma de comportamento humano que compreende um aspecto normativo (regras de ação) e outro fatual (atos de natureza prática). 2) A moral é um fato social; verifica-se somente em sociedade. 26 3) Embora a moral possua caráter social, o indivíduo nela desempenha papel decisivo, dada a exigência de interiorização das normas e da sua adesão íntima a elas. 4) O ato moral é uma unidade indissolúvel dos seus diversos elementos: motivo, intenção, decisão, meios e resultados. 27 5) O ato moral concreto é parte de um contexto normativo em vigor em uma determinada comunidade que lhe dá sentido. 6) O ato moral, sendo consciente e voluntário, supõe uma participação livre do sujeito em sua realização.28 Prof. Dr. José Raimundo E. da Costa raievan@yahoo.com.br
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