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Universidade Federal do ABC Laboratório de Física 3 - Espectrometria Bruno Barbosa de Oliveira, Carlos Alberto da Silva Junior, Luciano Gonsales Caetano, Rodrigo Moura Costa, Wellington Diego de Ascenção Santo André, 27 de Abril de 2018 Resumo Foram feitas medições dos comprimentos de onda, na região do visível, de radiação eletromagnética emitida pelos átomos de hidrogênio, deutério, hélio e mercúrio utilizando-se o espectroscópio da Pasco, modelo SP-9268A . Verificou-se os espectros de todos os átomos citados, também foi checada a validade da série de Balmer para átomos hidrogênicos, determinando-se a constante de Rydberg para o hidrogênio e Deutério. Ademais, compararam-se os dados obtidos com os dados da literatura e outras referências e obteve-se uma boa concordância entre eles. 1 Introdução Os elementos da tabela periódica ao serem expostos a fogo aumentam a energia de seu último elétron, o que o excita, e faz com que ao decair o mesmo emita um fóton. O mesmo fenômeno ocorre por excitação dos elétrons da última camada de um elemento em forma de gás confinado em uma lâmpada sobre uma diferença de potencial [1]. Os comprimentos de onda específicos de cada transição são uma função da energia de transição da partícula em seus estados vigentes. Essas ondas a princípio encontram-se confinadas em um mesmo feixe, o qual pode ser difratado para que sejam vistos separadamente, utilizando-se um espectroscópio. As energias E de estados do átomo de Hidrogênio podem ser obtidas de forma exata a apartir da equação de Schrödinger [2]. Sendo: Ĥ |Ψ〉 = E |Ψ〉 (1) Onde Ĥ, o operador Hamiltoniano, é composto por um termo de partícula livre do elétron em relação ao núcleo, e por um termo de interação de Coulomb [3]. Sendo P̂ o operador de momento linear da partícula. Como o interesse é da relação entre elétron e o núcleo, dada a diferença de massa entre ambos, o interesse é de se estudar especialmente o operador Hamiltoniano do elétron; Ĥ = P̂2 2µe − 1 4π�0 e2 |r| (2) A equação de Schrödinger é uma equação de autovalores, onde esse autovalor do autovetor de estado é a energia. O desenvolvimento da equação resulta no que se segue.Veja Apêndice 4. En = − ( µee 4 8�20h 2 ) 1 n2 (3) Sendo µe a massa reduzida do elétron para o átomo de hidrogênio. E do reconhecimento da relação de Planck, E = hc/λ 1 λn = − ( µee 4 8�20ch 3 ) ︸ ︷︷ ︸ ≡RH 1 n2 (4) 1 Em uma transição a priori não se é possível saber de qual para qual estado ocorreu, entretanto, sabemos como se dá a variação de energia entre quaisquer estados. ∆E = Ef − Ei = − ( µee 4 8�20h 2 )( 1 n2f − 1 n2i ) (5) Tomando novamente a relação de Planck. 1 λ = −RH ( 1 n2f − 1 n2i ) (6) Considerando-se para o átomo de hidrogênio que o estado final é nf = 1 temos a chamada série de Lyman, já se o estado final é nf = 2, temos a série de Balmer. Como se segue abaixo [1]. • Série de Lyman. Espectro ultravioleta; 1 λ = −RH ( 1 12 − 1 n2i ) ; n = 2, 3, 4, · · · (7) • Série de Balmer. Espectro vísível; 1 λ = −RH ( 1 22 − 1 n2i ) ; n = 3, 4, 5, · · · (8) • Série de Paschen. Espectro infravermelho; 1 λ = −RH ( 1 32 − 1 n2i ) ; n = 4, 5, 6, · · · (9) Modelos similares, com valores diferentes de constantes R podem ser aplicados para átomos específicos, como por exemplo, He+, Li2+ e Be3+. Esses átomos apresentam somente um elétron, dessa forma, a equação de Schrödinger ainda pode ser calculada de forma exata, tomando a sepa- ração entre a Hamiltoniana do centro de massa, e do elétron, onde a constante de Rydberg irá se alterar, tomando dependência da massa reduzida do elétron em questão, em relação a massa de seu núcleo. A situação também se repete para o deutério (2H),isótopo do hidrogênio, que apresenta em seu núcleo próton e um nêutron. Dessa maneira, a dedução presente no Apêndice, secção 4, torna-se a mesma para o deutério, diferenciando apenas no valor da constante de Rydberg. R2H = ( µde 4 8�20h 2 ) Onde µd é a massa reduzida do elétron do deutério. Já para átomos não hidrogênicos, expressão usada para se determinar átomos com somente um elétron, a relação já não é válida, uma vez que para a equação de Schödinger deve-se inserir o termo de interação coulumbiana entre os elétrons do átomo. Para o átomo de Hélio, que constitui- se de um átomo com dois elétrons orbitando o núcleo, ) modelo de Hartree-Fock pode ser utilizado para se conseguir seu espectro de energia. O resultado que se obtem, considerando-se a relação de Planck [4]; 1 λ = −RH ( Z2 + (Z + 1)2 n2 ) (10) Para sistemas com mais de dois elétrons tal aproximação não é válida. 2 Descrição Experimental 2.1 Introdução ao kit experimental O experimento consistiu no uso do espectrômetro da Pasco, modelo SP-9268A[5]. Este espectrome- tro constitui-se basicamente de uma mesa rotacionável a qual possui um colimador e um telescópio presos à ela. Entre o telescópio e colimador há uma mesa com um suporte no qual é possível inserir um elemento óptico, tal como um prisma ou uma grade de dispersão. O kit fornecido também 2 possui um soquete especial para serem ligadas as lâmpada especiais que possuem gases dos ele- mentos os quais terão o espectro analisado. Quanto as lâmpadas, estavam disponíveis para uso as lâmpadas de: Hidrogênio, Hélio, Mercúrio e Deutério. Figura 1: Representação gráfica simplificada de um espectrômetro. Obtida de [6] 2.2 Calibragem do espectrômetro Inicialmente é introduzido no soquete a lâmpada com o elemento o qual deseja-se analisar o espectro e após isto a lampada é ligada. O colimador do espectrômetro é então colocado frente a lâmpada e alinhado de forma que o filete de luz da lâmpada esteja centralizado e com a máxima intensidade, conforme a imagem mais à esquerda da Figura 2. Em seguida, é feito o alinhamento do telescópio, ajustando a posição do telescópio de forma que o feixe fique centralizado, também visto na Figura 2, na imagem ao centro. Feito isto, é possível ajustar o foco, tanto do telescópio quanto do colimador, de modo a maximizar a qualidade da imagem observada. Por último, é realizado o alinhamento da mesa entre o colimador e o telescópio, de modo que a grade de difração fique perpendicular ao caminho óptico, como é visto na Figura 2, na imagem à direita. Esta última etapa é importante pois ela torna simples a aplicação da Lei de Difração, descrita pela Equação 11, que será utilizada para a análise das linhas espectrais. Colocada a grade de difração, faz-se a regulagem da graduação do ângulo no leitor do espectrômetro, para que o ângulo na posição de alinhamento seja de zero graus. Figura 2: Alinhamento do kit. Da esquerda para a direita: Alinhamento da luz com o colimador, alinhamento do filete com o telescópio devidamente focalizado, foto superior do kit centralizado. 2.3 Procedimento Experimental Com a calibração, explicada na secção 2.2, realizada, o próximo passo é inserir a grade de difração desejada (foram disponibilizadas as grades de: 300 linhas/mm e 600 linhas/mm) e obter a variação do ângulo entre as duas extremidades do feixe de luz central - i.e. a "espessura"da lâmpada em termos da variação angular do telescópio - esse valor é importante pois é tomado como a incerteza dos ângulos obtidos para todas as linhas espectrais da lâmpada em análise - os valores de incerteza determinados, tal como a justificativa, para cada lâmpada estão disponíveis no Apêndice, na secção Ângulos de dispersão. Talvez seja importante ressaltar que todos os valores de ângulos 3 obtidos foram conseguidos através da movimentação, ou rotação, do telescópio em sentido horário e, ou, em sentido anti-horário - que eventualmente são denominados simplesmente por "esquerda"e movimentação "direita", respectivamente. Também é importante se lembrar que com este aparato somente é verificável o espectro de luz visível de cada elemento. Após obtido a variação angular descrita anteriormente, tomou-se sequência anotando em uma tabela a cor de cada faixa observada e seu ângulo correspondente para ambos os lados, esquerdo e direito.Após a coleta dos ângulos e cores das faixas visíveis das séries do espectro visível, a lâmpada em análise é trocada por outra de interesse e todo o processo, desde a calibração, é repetido, até que todas as lâmpada de interesse fossem analisadas. É importante explicitar que devido às condições experimentais, tal como luz de fundo no ambiente, não é possível verificar todas as faixas disponíveis no espectro visível dos elementos analisados. No entanto, foi feito o máximo de esforço para obter a maior quantidade de faixas possíveis para cada elemento. Abaixo seguem imagens com a superposição da câmera do celular com a grade de difração, obtendo fotos dos espectros dos elementos analisados. Figura 3: Espectro de emissão do Hidrogênio visualizado através de uma grade de difração de 600 linhas/mm. A "linha"no extremo esquerdo da imagem é, na verdade, a fonte de luz (a lâmpada que contém gás hidrogênio). Figura 4: Espectro de emissão do Hélio visualizado através de uma grade de difração de 600 linhas/mm. A "linha"no extremo direito da imagem é, na verdade, a fonte de luz (a lâmpada que contém gás hélio). Figura 5: Espectro de emissão do Mercúrio visualizado através de uma grade de difração de 600 linhas/mm. A "linha"no extremo direito da imagem é, na verdade, a fonte de luz (a lâmpada que contém gás mercúrio). 3 Resultados de medições, cálculos e análise de dados Todos os gráficos gerados nas Subsecções seguintes foram plotados a partir do Software de licença livre SciDavis, um acrônimo para Scientific Data Analysis and Visualization. 4 3.1 Resultados de medições Devido à extensa quantidade de valores obtidos através das medições, todos os valores obtidos experimentalmente, juntos com suas respectivas incertezas, estão disponíveis no Apêndice, na secção Ângulos de dispersão. Para a presente secção foi deixado uma síntese dos valores obtidos: uma tabela, Tabela 1, que mostra a média dos ângulos obtidos experimentalmente para cada faixa (recorde-se de que cada faixa possuía dois ângulos obteníveis, um para a direção "esquerda"e um para a direção "direita") para cada lâmpada, com a incerteza calculada através de métodos de propagação de erro, que estão disponíveis no Apêndice, na secção Propagação de incertezas. Tabela 1: Média dos dois ângulos obtidos para cada linha espectral de cada configuração de lâmpada Linha Espectral Média dos Ângulos, em grausHidrogênio Hélio Mercúrio Deutério 1 7,8 ± 0,2 16,2 ± 0,2 14,4 ± 0,2 15,2 ± 0,2 2 8,3 ± 0,2 16,6 ± 0,2 18,8 ± 0,2 17,2 ± 0,2 3 11,3 ± 0,2 17,1 ± 0,2 19,9 ± 0,2 23,3 ± 0,2 4 14,8 ± 0,2 17,4 ± 0,2 30,8 ± 0,2 31,5 ± 0,2 5 16,8 ± 0,2 21,3 ± 0,2 40,1 ± 0,2 36,3 ± 0,2 6 22,8 ± 0,2 23,4 ± 0,2 - - 7 26,3 ± 0,2 44,5 ± 0,2 - - 8 35,7 ± 0,2 - - - 3.2 Determinação dos comprimentos de onda das faixas espectrais ob- servadas e comparação com os valores obtidos de várias referências Utilizando a Lei da Difração, também conhecida como Lei de Bragg [7], é possível determinar o comprimento de onda da faixa espectral observada pois a equação que descreve o fenômeno estu- dado, Equação 11, depende apenas do ângulo de incidência do raio luminoso, que é o mesmo ângulo obtido experimentalmente, da distância entre as linhas da grade de difração e da ordem de difração. λ = a sin θ m (11) Onde: a : Distância entre as linhas da grade de difração utilizada; m : Ordem de difração. Os comprimentos de onda calculados para cada uma das linhas espectrais observadas para cada uma das lâmpadas estão disponíveis, mais adiante, nas tabelas: Tabela 2, para o Hidrogênio; Ta- bela 3, para o Hélio; Tabela 4, para o Mercúrio; e, Tabela 5, para o Deutério. O comprimento de onda calculado é visto nas tabelas citadas como o valor de λexp. Enfatizamos que foram utilizados a Equação 11 e os valores das médias dos ângulos, disponíveis na Tabela 1, para calcular os com- primentos de ondas. Os cálculos para as incertezas associadas aos comprimentos de onda estão disponíveis no Apêndice, na secção Propagação de incertezas. Ademais à determinação do comprimento de onda, os valores obtidos foram comparados com va- lores obtidos da literatura e de experimentos realizados em equipamentos mais precisos. Todas as referências, de onde os valores comparativos foram obtidos, estão referenciados em cada uma das subsecções adiante. Essa abordagem foi utilizada pois o único elemento que possuí um espectro determinável empirica- mente é o Hidrogênio (vide a secção 1). Para os outros elementos, comparamos os comprimentos de ondas obtidos para cada uma das linhas espectrais, λexp, com os valores, λref , obtidos de outras referências que analisaram o mesmo espectro estudado. Como não é possível saber com exatidão se o valor escolhido para λref pertence a mesma linha espectral a qual pertence λexp, pois os espec- tros analisados pelas referências escolhidas são mais completos e mais precisos e, principalmente, 5 realizados com equipamentos diferentes, limitamos a escolha de valores de λref primeiramente para as linhas espectrais de maior intensidade luminosa e, posteriormente, escolhemos mostrar somente o valor de λref com menor erro relativo quando comparado à λexp. Os valores de λref e do erro relativo estão disponíveis nas mesmas tabelas onde se encontra os valores de λexp para cada linha espectral de cada elemento analisado (Tabela 2, Tabela 3, Tabela 4 e Tabela 5). 3.2.1 Análise do espectro observado do Hidrogênio A seguir, a Tabela 2 mostra os valores de comprimento de onda, λexp, calculados para as médias dos ângulos de cada uma das linhas espectrais observadas e também os valores de λref , obtidos de [8], para as linhas correspondentes, assim como o erro relativo entre os valores de λexp e λref . A Figura 6 mostra o espectro visível completo do Hidrogênio. Tabela 2: Comprimentos de onda, λexp, calculados para as faixas observadas do espectro do hidrogênio e seu erro relativo em relação aos comprimentos de onda, λref , encontrados em [8] Ordem de difração Ângulo Médio, em graus λexp [nm] λref [nm] Erro relativo 1 7,8 ± 0,2 452 ± 12 434,0 ± 0,1 4,1 % 8,3 ± 0,2 481 ± 12 485,8 ± 0,1 1,0 % 11,3 ± 0,2 653 ± 11 656,3 ± 0,1 0,5 % 2 14,8 ± 0,2 426 ± 6 410,1 ± 0,1 3,9 % 16,8 ± 0,2 482 ± 6 485,8 ± 0,1 0,8 % 22,8 ± 0,2 646 ± 5 656,3 ± 0,1 1,6 % 3 26,3 ± 0,2 492 ± 3 485,8 ± 0,1 1,3 %35,7 ± 0,2 648 ± 3 656,3 ± 0,1 1,3 % Figura 6: Espectro visível do Hidrogênio. Obtido de [9] 3.2.2 Análise do espectro observado do Hélio A seguir, a Tabela 3 mostra os valores de comprimento de onda, λexp, calculados para as médias dos ângulos de cada uma das linhas espectrais observadas e também os valores de λref , obtidos de [10] e [11], para as linhas correspondentes, assim como o erro relativo entre os valores de λexp e λref . A Figura 7 mostra o espectro visível completo do Hélio. Tabela 3: Comprimentos de onda, λexp, calculados para as faixas observadas do espectro do hélio e seu erro relativo em relação aos comprimentos de onda, λref , encontrados em [10] e [11] Ordem de difração Ângulo Médio, em graus λexp [nm] λref [nm] Erro relativo 1 16,2 ± 0,2 465 ± 6 447,1 ± 0,1 4,0 % 16,6 ± 0,2 476 ± 6 471,3 ± 0,1 1,0 % 17,1 ± 0,2 490 ± 6 492,2 ± 0,1 0,4 % 17,4 ± 0,2 498 ± 6 501,6 ± 0,1 0,7 % 21,3 ± 0,2 605 ± 5 587,6 ± 0,1 3,0 % 23,4 ± 0,2 662 ± 5 667,8 ± 0,1 0,9 % 2 44,5 ± 0,2 584 ± 2 587,6 ± 0,1 0,6 % 6 Figura 7: Espectro visível do Hélio. Obtido de [9] 3.2.3 Análise do espectro observado do Mercúrio A seguir, a Tabela 4 mostra os valores de comprimento de onda, λexp, calculados para as médias dos ângulos de cada uma das linhas espectrais observadas e também os valores de λref , obtidos de [10] e [12], para as linhas correspondentes, assim como o erro relativo entre os valores de λexp e λref . A Figura 8 mostra o espectro visível completo do Mercúrio. Tabela 4: Comprimentos de onda, λexp, calculados para as faixas observadas do espectro do mercúrio e seu erro relativo em relação aos comprimentos de onda, λref , encontrados em [10] e [12] Ordem de difração Ângulo Médio, em graus λexp [nm] λref [nm] Erro relativo1 14,4 ± 0,2 414 ± 6 435,8 ± 0,1 5,0 % 18,8 ± 0,2 537 ± 6 546,1 ± 0,1 1,7 % 19,9 ± 0,2 567 ± 5 578,0 ± 0,1 1,9 % 2 30,8 ± 0,2 427 ± 2 435,8 ± 0,1 2,0 %40,1 ± 0,2 537 ± 2 546,1 ± 0,1 1,7 % Figura 8: Espectro visível do Mercúrio. Obtido de [9] 3.2.4 Análise do espectro observado do Deutério A seguir, a Tabela 5 mostra os valores de comprimento de onda, λexp, calculados para as médias dos ângulos de cada uma das linhas espectrais observadas e também os valores de λref , obtidos de [13] e [14], para as linhas correspondentes, assim como o erro relativo entre os valores de λexp e λref . Tabela 5: Comprimentos de onda, λexp, calculados para as faixas observadas do espectro do deutério e seu erro relativo em relação aos comprimentos de onda, λref , encontrados em [13] e [14] Ordem de difração Ângulo Médio, em graus λexp [nm] λref [nm] Erro relativo 1 15,2 ± 0,2 437 ± 6 435,8 ± 0,1 0,7 % 17,2 ± 0,2 493 ± 6 546,1 ± 0,1 1,4 % 23,3 ± 0,2 659 ± 5 578,0 ± 0,1 0,5 % 2 31,5 ± 0,2 435 ± 2 435,8 ± 0,1 0,2 %36,3 ± 0,2 493 ± 2 546,1 ± 0,1 1,4 % 7 3.3 Determinação da Constante de Rydberg para o átomo de Hidrogênio O poderio da equação 1 nos faz necessário o conhecimento do valor do comprimento de onda de cada um dos específicos espectros de energia. Tal fato é possível de ser determinado com o conhecimento da relação de incidência de luz sobre uma rede de difração colocada de forma normal ao feixe incidente, cada onda é difratada de forma tal que siga a relação abaixo, a qual detalhes de sua dedução podem ser verificados em [7]. Figura 9: Gráfico para a determinação da constate de Rydberg para a primeira ordem de difração do átomo de Hidrogênio Para o gráfico apresentado acima, a relação linear alcançada é regida pela seguinte equação. 1 λ = [(0, 00936± 0, 00089)x+ (0, 00069± 0, 00017)]× [109Hz] (12) 8 Figura 10: Gráfico para a determinação da constate de Rydberg para a segunda ordem de difração do átomo de Hidrogênio Agora, para o segunda ordem de difração gráfico característico é refido pela equação abaixo. 1 λ = [(0, 01007± 0, 00030)x+ 0, 000155± 0, 000052)]× [109Hz] (13) 9 Figura 11: Gráfico para a determinação da constate de Rydberg para a terceira ordem de difração do átomo de Hidrogênio Para a terceira ordem de difração, segue-se a o equação da reta abaixo; 1 λ = [(0, 00929± 0, 00039)x+ 0, 000287± 0, 000083)]× [109Hz] (14) Os três coeficientes angulares das três retas referentes ao hidrogênio são a constante de Rydberg para o hidrogênio. A média da constante é obtido, e vale. RHm = (9, 57± 0, 53)× [106Hz] (15) O valor teórico para o Átomo de Hidrogênio tem valor RH = 10, 967× 106Hz O desvio obtido do valor teórico foi de ≈ 12% 3.4 Determinação da Constante de Rydberg para o átomo de Deutério Com os dados coletados, o gráfico abaixo foi plotado, de forma que obtivemos uma reta de regressão linear; 10 Figura 12: Gráfico para a determinação da constate de Rydberg para a primeira ordem de difração do átomo de Deutério O gráfico obtido para o Deutério segue a seguinte equação; 1 λ = [(0, 01089± 0, 00024)x+ (−0, 0000015± 0, 000047)]× [109Hz] (16) Dessa forma, a constante de Rydberg para o Deutério é determinada, valendo; R2H = (1, 089± 0, 024)× [107Hz] (17) O valor teórico da Constante de Rydberg para o Deutério vale 10, 9707 × 106Hz. O desvio obtido para o deutério foi de ≈ 0, 75% 4 Discussão final e conclusões Para a primeira etapa da análise, onde foi verificado o espectro dos elementos, foi possível ver que o espectro obtido para os elementos analisados condiz com o espectro esperado para cada um deles, ao menos de acordo com as referências consultadas, pois os erros relativos são pequenos, principal- mente levando em consideração a ordem de grandeza dos valores analisados. Especialmente para o Hidrogênio, foi possível verificar completamente o espectro de emissão visível e compará-lo com os valores disponíveis na literatura, i.e. os valores da Série de Balmer. Foi possível portante se afirmar que o espectro de emissão obtido é o mesmo espectro da Série. Já para a determinação da constante de Rydberg, para o átomo de hidrogênio houve um consi- derável desvio em relação ao seu valor teórico, em torno na ordem de 10%, tal desvio pode ter vindo de alinhamento errado da grade de difração com o colimador, porém para o deutério o valor foi expressivamente mais preciso, com um desvio em relação a literatura de menos de 1%, valores muito satisfatórios. 11 Referências [1] Ralph Llewellyn Paul Tipler. Modern Physics, 6th Edition. 2013. [2] Michel Le Bellac. Quantum physics. Cambridge University Press, 2006. [3] Laloe F. Cohen-Tannoudji C., Diu B. Quantum mechanics, volume 1. 1996. [4] Laloe F. Cohen-Tannoudji C., Diu B. Quantum Mechanics, volume 2. 1996. [5] PASCO. Student spectrometer. https://www.pasco.com/file_downloads/Downloads_ Manuals/Student-Spectrometer-Manual-SP-9268A.pdf. [6] Prof. Frank Ferrone. Overhead view of spectrometer. http://www.pages.drexel.edu/ ~ferronfa/LABWavelengthOfLight.pdf. [7] Hecht E. Optics. AW, 4 edition, 2002. [8] Jearl Walker Robert Resnick, David Halliday. Fundamentos de Física 4. LTC, 5 edition, 2004. [9] Dr. Alan J. Jircitano. Periodic table of elements. http://chemistry.bd.psu.edu/ jircitano/periodic4.html. [10] Prof. Carl Rod Nave. Atomic spectra. http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/ quantum/atspect.html. [11] Gonzaga University. Hydrogen and helium spectra. http://www.phy.gonzaga.edu/ downloads/phys102L/H&HeSpectra.pdf. [12] National Institute of Standards and Technology. Basic atomic spectroscopic data. https: //physics.nist.gov/PhysRefData/Handbook/Tables/mercurytable2.htm. [13] Desconhecido. Calculated values of wavelengths for hydrogen and deuterium in vacuum and air. https://lexieslogofphysics.files.wordpress.com/2013/05/3calculatedd.jpg. [14] Dr. Jeffrey R. Miller. The visible spectrum of hydrogen vs. deuterium. http://myslu.stlawu. edu/~jmil/physics/legacy/student_projects/2001/fiacco.shtml. [15] J B Barcelos. Matemática para Físicos com Aplicações, volume 2. 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Blucher, 2◦ edition, 1996. 12 https://www.pasco.com/file_downloads/Downloads_Manuals/Student-Spectrometer-Manual-SP-9268A.pdf https://www.pasco.com/file_downloads/Downloads_Manuals/Student-Spectrometer-Manual-SP-9268A.pdf http://www.pages.drexel.edu/~ferronfa/LABWavelengthOfLight.pdf http://www.pages.drexel.edu/~ferronfa/LABWavelengthOfLight.pdf http://chemistry.bd.psu.edu/jircitano/periodic4.html http://chemistry.bd.psu.edu/jircitano/periodic4.html http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/quantum/atspect.html http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/quantum/atspect.html http://www.phy.gonzaga.edu/downloads/phys102L/H&HeSpectra.pdf http://www.phy.gonzaga.edu/downloads/phys102L/H&HeSpectra.pdf https://physics.nist.gov/PhysRefData/Handbook/Tables/mercurytable2.htm https://physics.nist.gov/PhysRefData/Handbook/Tables/mercurytable2.htm https://lexieslogofphysics.files.wordpress.com/2013/05/3calculatedd.jpg http://myslu.stlawu.edu/~jmil/physics/legacy/student_projects/2001/fiacco.shtml http://myslu.stlawu.edu/~jmil/physics/legacy/student_projects/2001/fiacco.shtml Apêndice Átomo de hidrogênio A equação de Schrödinger é definida como se segue [2] Ĥ |Ψ〉 = E |Ψ〉 Para o átomo de hidrogênio, o operador Hamiltoniado tem dependência do próton e do elétron, onda a relação obtida é [2]; Ĥ = Ĥp ⊗ Ĥe Sendo a intereção entre o próton e o elétron uma interação de Coulomb. Ĥ = 1 2mp P̂2p + 1 2me P̂2e − 1 4π�0 e2 |rp − re|︸ ︷︷ ︸ ≡|r| Uma boa forma de se continuar os cálculos é mudando as coordenadas de coordenadas do elétron e próton, para coordenadas do centro de massa e coordenadas relativas do elétron em relação a esse centro de massa. Nessa relação, obtemos: Ĥ = 1 2mt P̂2cm + 1 2µe P̂2rel − 1 4π�0 e2 |r| Como o interesse está dentro da interação do elétron com o núcleo o operador Hamiltoniano referente a centro de massa do sistema torna-senão importante. Definindo P̂2rel ≡ P̂2 Ĥ = 1 2µe P̂2 − 1 4π�0 e2 |r| E sendo P̂ = −ih̄∇, o Hamiltoniano pode ser Reescrito. Ĥ = − h̄ 2 2µe ∇2 − 1 4π�0 e2 r E chegamos a seguinte expressão. − h̄ 2 2µe ∇2Ψ− 1 4π�0 e2 r Ψ = EΨ Dada a simetria esférica do problema; − h̄ 2 2µe 1 r2 ∂ ∂r ( r2 ∂Ψ ∂r ) − h̄ 2 2µe 1 r2 [ 1 sin θ ∂ ∂θ ( sin θ ∂ ∂θ ) + 1 sin2 θ ∂2 ∂φ2 ] ︸ ︷︷ ︸ ≡L̂2 Ψ = EΨ Sendo Ψ = Ψ(r) = Ψ(r, θ, φ) e tomando a separação de variáveis de forma a obtermosR(r)Ylm(θ, φ), com o conhecimento de que L̂2Ylm = l(l + 1)Ylm e reorganizando os termos [2]; 1 r2 d dr ( r2 dRnl dr ) + 2µe h̄2 [ Enl − ( h̄2l(l + 1) 2µer2 − 1 4π�0 e2 r )] Rnl A EDP se resume na resolução da seguinte EDO. d2Rnl dr2 + 2 r dR dr + 2µe h2 ( Enl − h̄2l(l + 1) 2µer2 + 1 4π�0 e2 r ) Rnl = 0 Tomando a coordenada ρ, que se relaciona com r pela relação: ρ = αr = √ 8µe|E| h̄2 r 13 A relação acima só é válida para estados ligados do átomo de hidrogênio, onde E = −|E|. Com isso, a EDO pode ser escrita então como; d2Rnl dρ2 + 2 ρ dRnl dρ − l(l + 1)Rnl ρ2 + ( n ρ − 1 4 ) Rnl Sendo n = e 2 4π�0h̄ √ me 2|E| . Essa equação diferencial ordinária pode ser resolvida usando-se o método de frobenius [15]. A análise das condições de recorrência obtemos com isso que n deve ser um inteiro, com a condição que se segue abaixo sendo válida então. n2 = ( e2 4π�0h̄ )2 µe 2|E| ⇒ En = − ( k2µee 4 2h̄2 ) 1 n2 = − ( µee 4 8�20h 2 ) 1 n2 São essas as energias do átomo de Bohr. Conhecendo-se a fórmula de Planck; En = hc λn = − ( µee 4 8�20h 2 ) 1 n2 Chegamos as relações do espectro do átomo de hidrogênio. 1 λn = − ( µee 4 8�20ch 3 ) ︸ ︷︷ ︸ ≡RH 1 n2 Sendo RH a constante de Rydberg para o hidrogênio. Propagação de incertezas Para uma função de forma f = f(x, y, z, ...), com variáveis independentes, a propagação de incer- tezas é dada pela seguinte expressão geral [16] σ = √( ∂f ∂x )2 σ2x + ( ∂f ∂y )2 σ2y + ( ∂f ∂z )2 σ2z + ... (18) Incerteza do valor da média de dois ângulos σθ = √( ∂θ ∂θ1 )2 σ2θ + ( ∂θ ∂θ2 )2 σ2θ = σθ√ 2 Incerteza do valor do comprimento de onda σλ = √( ∂(a/m)× sin θ ∂θ )2 σ2 θ = a m × cos θσθ = a m σsin θ Ângulos de dispersão Nesta secção está disponível os valores de ângulos obtidos experimentalmente para cada linha espectral, para cada direção, de cada lâmpada utilizada - vide tabelas: Tabela 7, Tabela 8, Tabela 9 e Tabela 10. A Tabela 6 mostra a variação angular referente a "espessura"da faixa central de cada lâmpada utilizada. Estes valores, da Tabela 6, foram utilizados como incerteza dos ângulos de cada linha espectral obtida, de forma que a incerteza da linha espectral, i, da lâmpada, X, seja: σXi ≡ ±(θesq + θdir)/2, sendo θesq a variação angular para o lado esquerdo e θdir a variação angular para o lado direito. A incerteza dos valores de θesq e θdir é tomada como a metade do menor valor mensurável pela escala de medição do espectroscópio. 14 Tabela 6: Variação angular da faixa central obtida para cada lâm- pada θesq, em Graus Lâmpada e Grade θdir, em Graus |σXi | 0,217 ± 0,008 Hidrogênio (300 linhas/mm) 0,150 ± 0,008 0,2 0,200 ± 0,008 Hélio (600 linhas/mm) 0,150 ± 0,008 0,2 0,183 ± 0,008 Mercúrio (600 linhas/mm) 0,167 ± 0,008 0,2 0,150 ± 0,008 Deutério (600 linhas/mm) 0,167 ± 0,008 0,2 Tabela 7: Dados experimentais obtidos para a lâmpada de Hidro- gênio utilizando a grade de difração de 300 linhas/mm Lâmpada de Hidrogênio - Grade de 300 linhas/mm Ângulo para o lado esquerdo, em Graus Cor observada Ângulo para o lado direito, em Graus 7,7 ± 0,2 Azul 8,0 ± 0,2 8,2 ± 0,2 Ciano 8,3 ± 0,2 11,4 ± 0,2 Vermelho 11,2 ± 0,2 14,5 ± 0,2 Violeta 15,0 ± 0,2 16,8 ± 0,2 Ciano 16,7 ± 0,2 22,7 ± 0,2 Vermelho 22,8 ± 0,2 26,5 ± 0,2 Ciano 26,1 ± 0,2 35,7 ± 0,2 Vermelho 35,6 ± 0,2 Tabela 8: Dados experimentais obtidos para a lâmpada de Hélio utilizando a grade de difração de 600 linhas/mm Lâmpada de Hélio - Grade de 600 linhas/mm Ângulo para o lado esquerdo, em Graus Cor observada Ângulo para o lado direito, em Graus 16,1 ± 0,2 Azul-Violeta 16,3 ± 0,2 16,2 ± 0,2 Azul 16,9 ± 0,2 17,1 ± 0,2 Ciano 17,1 ± 0,2 17,4 ± 0,2 Ciano 17,3 ± 0,2 21,3 ± 0,2 Amarelo 21,4 ± 0,2 23,5 ± 0,2 Vermelho 23,3 ± 0,2 44,8 ± 0,2 Amarelo 44,2 ± 0,2 Tabela 9: Dados experimentais obtidos para a lâmpada de Mercúrio utilizando a grade de difração de 600 linhas/mm Lâmpada de Mercúrio - Grade de 600 linhas/mm Ângulo para o lado esquerdo, em Graus Cor observada Ângulo para o lado direito, em Graus 14,4 ± 0,2 Violeta 14,5 ± 0,2 18,7 ± 0,2 Verde 18,9 ± 0,2 19,8 ± 0,2 Amarelo 19,9 ± 0,2 30,8 ± 0,2 Violeta 30,9 ± 0,2 40,1 ± 0,2 Verde 40,1 ± 0,2 15 Tabela 10: Dados experimentais obtidos para a lâmpada de Deu- tério utilizando a grade de difração de 600 linhas/mm Lâmpada de Deutério - Grade de 600 linhas/mm Ângulo para o lado esquerdo, em Graus Cor observada Ângulo para o lado direito, em Graus 15,2 ± 0,2 Violeta 15,2 ± 0,2 17,1 ± 0,2 Ciano 17,3 ± 0,2 23,5 ± 0,2 Vermelho 23,2 ± 0,2 31,7 ± 0,2 Violeta 31,3 ± 0,2 36,3 ± 0,2 Ciano 36,4 ± 0,2 16 Introdução Descrição Experimental Introdução ao kit experimental Calibragem do espectrômetro Procedimento Experimental Resultados de medições, cálculos e análise de dados Resultados de medições Determinação dos comprimentos de onda das faixas espectrais observadas e comparação com os valores obtidos de várias referências Análise do espectro observado do Hidrogênio Análise do espectro observado do Hélio Análise do espectro observado do Mercúrio Análise do espectro observado do Deutério Determinação da Constante de Rydberg para o átomo de Hidrogênio Determinação da Constante de Rydberg para o átomo de Deutério Discussão final e conclusões
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