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Psicologia Geral

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Prévia do material em texto

Manual de Tronco Comum 
Psicologia Geral 
 
Código A0006 
 
Universidade Católica de Moçambique (UCM) 
Centro de Ensino à Distância (CED) 
 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique (UCM), Centro de Ensino à 
Distância (CED) e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação e/ou reprodução deste 
manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, 
mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade 
Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é 
passível a processos judiciais. 
 
 
 
Elaborado Por: Farissai Pedro Campira 
Licenciado em Psicologia e Pedagogia pela Universidade Pedagógica, Delegação da Beira- 
Moçambique. 
 
Revisado por: António Domingos Braço 
Mestrado em Educação: Currículo pela Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP-
Brasil) 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Católica de Moçambique (UCM) 
Centro de Ensino à Distância (CED) 
Rua Correia de Brito No 613 – Ponta-Gêa 
Beira – Sofala 
 
Telefone: 23 32 64 05 
Cell: 82 50 18 440 
Moçambique 
 
Fax: 23 32 64 06 
E-mail: ced@ucm.ac.mz 
Website: www.ucm.ac.mz 
 
 
Agradecimentos 
 
A Universidade Católica de Moçambique (UCM) – Centro de Ensino à Distância (CED) e o autor do 
presente manual, Farissai Pedro Campira, agradecem a colaboração de todos que directa ou 
indirectamente participaram na elaboração deste manual. À todos sinceros agradecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Psicologia Geral i 
 
Índice 
Visão geral 1 
Benvindo a Psicologia Geral ............................................................................................. 1 
Objectivos do curso .......................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 2 
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 2 
Ícones de actividade .......................................................................................................... 3 
Acerca dos ícones .......................................................................................... 3 
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 3 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 4 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................. 4 
Avaliação .......................................................................................................................... 5 
Unidade N0 01-A0016 7 
Tema: Introdução a Psicologia ......................................................................................... 7 
Introdução ................................................................................................................ 7 
Sumário ............................................................................................................................. 7 
Exercícios ........................................................................................................................ 12 
Unidade N0 02-A0016 13 
Tema: Inícios da Psicologia Científica ........................................................................... 13 
Introdução .............................................................................................................. 13 
Sumário ........................................................................................................................... 13 
Exercícios ........................................................................................................................ 17 
Unidade N0 03-A0016 18 
Tema: Evolução do objecto de estudo da Psicologia ...................................................... 18 
Introdução .............................................................................................................. 18 
Sumário ........................................................................................................................... 18 
Exercícios ........................................................................................................................ 23 
Unidade N0 04-A0016 24 
Tema: Estrutura e Funcionamento do Sistema Nervoso ................................................. 24 
Introdução .............................................................................................................. 24 
Sumário ........................................................................................................................... 24 
Exercícios ........................................................................................................................ 29 
Unidade N0 05-A0016 30 
Tema: Genética e Comportamento ................................................................................. 30 
Introdução .............................................................................................................. 30 
ii Índice 
 
Sumário ........................................................................................................................... 30 
Exercícios ........................................................................................................................ 33 
Unidade N0 06-A0016 34 
Tema: Processos Sensoriais ............................................................................................ 34 
Introdução .............................................................................................................. 34 
Sumário ........................................................................................................................... 34 
Exercícios ........................................................................................................................ 42 
Unidade N0 07-A0016 43 
Tema: Percepção ............................................................................................................. 43 
Introdução .............................................................................................................. 43 
Sumário ........................................................................................................................... 43 
Exercícios ........................................................................................................................ 47 
Unidade N0 08-A0016 48 
Tema: Consciência .......................................................................................................... 48 
Introdução .............................................................................................................. 48 
Sumário ........................................................................................................................... 48 
Exercícios ........................................................................................................................ 51 
Unidade N0 09-A0016 52 
Tema: Motivação ............................................................................................................ 52 
Introdução .............................................................................................................. 52 
Sumário ........................................................................................................................... 52 
Exercícios ........................................................................................................................ 56 
Unidade N0 10-A0016 57 
Tema: Inteligência .......................................................................................................... 57 
Introdução ..............................................................................................................57 
Sumário ........................................................................................................................... 57 
Exercícios ........................................................................................................................ 60 
Unidade N0 11-A0016 61 
Tema: Processos afectivos: Sentimento e Emoção. ........................................................ 61 
Introdução .............................................................................................................. 61 
Sumário ........................................................................................................................... 61 
Exercícios ........................................................................................................................ 63 
Unidade N0 12-A0016 64 
Tema: Personalidade. ...................................................................................................... 64 
Introdução .............................................................................................................. 64 
Sumário ........................................................................................................................... 64 
Exercícios ........................................................................................................................ 66 
 
 Psicologia Geral 1 
 
Visão geral 
Benvindo a Psicologia Geral 
A vida Humana é essencialmente Social. O homem é produto da história 
da Humanidade, que foi cristalizando ao longo do tempo, nesse processo 
de trocas sociais, foi se ajustando aos símbolos, signos, que são 
elementos da cultura. Com base nesses símbolos, torna-se fácil a 
interação humana, pois permite a compreensão, a comunicação entre os 
diferentes indivíduos na sociedade. É neste contexto da necessidade de 
compreensão e melhoria nas relações humanas que a Psicologia 
configura-se como uma área capaz de providenciar elementos necessários 
para uma melhoria da actividade humana. 
 
Objectivos do curso 
Quando terminar o estudo de Psicologia Geral, o estudante deve ser 
capaz de: 
 
 Explicar o objecto de estudo da Psicologia Geral (o comportamento 
Humano) descrevendo as etapas da sua evolução e sua importância 
para a actualidade. 
 Compreender a importância da Psicologia na vida do homem; 
 
 
 
 
 
 
2 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
Quem deveria estudar este 
módulo 
Este módulo foi concebido para todos aqueles que frequentam os cursos à 
distância, oferecidos pela Universidade Católica de Moçambique (UCM), 
através do seu Centro de Ensino à Distância (CED). 
Como está estruturado este 
módulo 
Todos os módulos dos cursos produzidos por UCM - CED encontram-se 
estruturados da seguinte maneira: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os 
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo. 
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de 
começar o seu estudo. 
Conteúdo do curso / módulo 
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma 
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo 
actividades de aprendizagem, um resumo da unidade e uma ou mais 
actividades para auto-avaliação. 
Outros recursos 
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista 
de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir 
livros, artigos ou sites na internet. 
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação 
Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada 
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para 
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes 
elementos encontram-se no final do módulo. 
Comentários e sugestões 
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários 
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários 
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo. 
 
 
 Psicologia Geral 3 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das 
folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo 
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma 
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
Acerca dos ícones 
Os icones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por 
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África 
Ocidental, datam do século XVII e ainda se usam hoje em dia. 
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada 
um com uma descrição do seu significado e da forma como nós 
interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao 
longo deste módulo. 
 
Habilidades de estudo 
Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões 
nomeadamente: o lado social, profissional e estudante, daí ser importante 
planificar muito bem o seu tempo. 
Procure reservar no mínimo 2(duas) horas de estudo por dia e use ao 
máximo o tempo disponível nos finais de semana. Lembre-se que é 
necessário elaborar um plano de estudo individual, que inclui, a data, o 
dia, a hora, o que estudar, como estudar e com quem estudar (sozinho, 
com colegas, outros). 
Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não produz 
bons resultados, use métodos mais activos, procure desenvolver suas 
competências mediante a resolução de problemas específicos, estudos de 
caso, reflexão, etc. 
O manual contém muita informação, algumas chaves, outras 
complementares, daí ser importante saber filtrar e apresentar a 
informação mais relevante. Use estas informações para a resolução das 
exercícios, problemas e desenvolvimento de actividades. A tomada de 
notas desempenha um papel muito importante. 
Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um plano de 
desenvolvimento pessoal (PDP), onde você reflecte sobre os seus pontos 
fracos e fortes e perspectivas o seu desenvolvimento. 
Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o 
responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a ti planificar, 
organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso. 
4 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza de que por uma ou por outra situação, o 
material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza, 
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de 
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone, 
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor, 
contacte-o pessoalmente. 
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o 
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor, 
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima. 
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de 
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase 
posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for da natureza 
geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440. 
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de 
expediente. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem 
a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode 
apresentar dúvidas, tratar questões administrativas, entre outras. 
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta, busque 
apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me mutuamnte, reflictam 
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu 
próprio saber e desenvolva suas competências. 
Juntos na Educação à Distância, vencedo a distância. 
 
Tarefas (avaliação e auto-
avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividadese auto-
avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante 
que sejam realizadas.As tarefas devem ser entregues antes do período 
presencial. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrga, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega , implica a não classificação do 
estudante. 
As trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser 
dirigidos ao tutor/docentes. 
 
 Psicologia Geral 5 
 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os 
mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do 
autor. 
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito) 
palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade , 
humildade cintífica e o respeito pelos direitos autorais devem marcar a 
realização dos trabalhos. 
 
Avaliação 
Vocé será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o 
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com 
base no chamado regulamento de avaliação. 
Os trabalhos de campo por si desenvolvidos , durante o estudo individual, 
concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira. 
Os testes são realizados durante as sessões presenciais e concorrem para 
os 75% do cálculo da média de frequência da cadeira. 
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões 
presenciais, eles representam 60% , o que adicionado aos 40% da média 
de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a 
cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de: (a) admissão ao exame, 
(b) nota de exame e, (c) conclusão do módulo. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2 (dois) 
testes escritos e 1 (um) exame escrito. 
Não estão previstas quaisquer avaliações orais. 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizadas como 
ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração: a apresentação; a coerência textual; o grau de 
cientificidade; a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a 
indicação das referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, 
entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual. 
Consulte-os. 
Alguns feedbacks imediatos estão apresentados no manual. 
 
 
 Psicologia Geral 7 
 
Unidade N0 01-A0006 
Tema: Introdução a Psicologia 
Introdução 
Antes de começar a falar da Psicologia, como qualquer outra disciplina, é 
importante definir o seu campo de estudo, descrever os procedimentos 
usados na investigação psicológica, é importante também discutir a 
importância da Psicologia na vida. Esta primeira unidade vai centrar-se 
na discussão destes aspectos para uma melhor compreensão das unidades 
seguintes. 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 Explicar o objecto de estudo da Psicologia. 
 Descrever os procedimentos usados na investigação Psicológica. 
 Explicar a importância da Psicologia na vida e na sua futura profissão. 
 
 
 
Sumário 
Para os iniciantes do Curso de Psicologia, a expectativa é maior, a 
prior lhes vem à cabeça que serão capazes de ler a mente dos 
outros. Por esta razão, muitos quando se deparam com cursantes 
desta área científica o receio é maior, pois se acredita que eles 
são capazes de penetrar nos nossos pensamentos, invadindo 
deste modo a privacidade. 
Esta forma de pensar resulta da concepção que desde o início a 
Psicologia se identificou, o estudo dos fenômenos conscientes, 
através da introspecção, método usado pelo alemão Wilhelm 
Wundt no estudo dos processos mentais baseando-se nas 
8 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
sensações. Com o tempo percebe-se que não é necessariamente 
assim, ninguém seria capaz de entrar nos pensamentos dos 
outros, pois assim sendo as nossas acções seriam tão previsíveis. 
A Psicologia enquanto campo Científico constitui preocupação de 
muitos, todos nós gostaríamos de conhecermo-nos, a nós próprios 
e aos outros por forma a melhorar as nossas relações ainda que 
preocupações desta natureza tenham marcado a vida dos nossos 
antepassados. 
Tantas vezes já nos perguntamos: porque a vida é assim, fulano 
tem atitude estranha, por que se comporta deste modo, da mesma 
forma ficamos preocupados em compreender fenômenos de 
natureza macro, como a ideologia de Adolf Hitler, de Savimbi, Bin 
Laden. Essas são preoupações do homem, que foi criando 
pressupostos para uma nova área Científica- a Psicologia. A 
Psicologia trata de estudar o comportamento humano nas suas 
diversas manifestações (observáveis e não observáveis). 
(Confronte com a unidade III). 
Estudar o comportamento humano não é tarefa fácil, psicólogos 
acredita que a Psicologia é tão complexa quanto o próprio 
homem. Não é fácil, sobretudo, quando o objecto de estudo é o 
próprio homem, capaz de se transformar em sujeito da pesquisa. 
Daí todo o cuidado que se tem ao estudar o comportamento 
humano. 
O comportamento humano é também difícil de ser compreendido 
pela natureza da sua realidade, bio-psico-sócio-cultural. A análise 
do seu comportamento requer o cuidado de ter-se em conta essa 
complexa realidade humana. Por esta razão a Psicologia pode e 
deve possuir laços interdisciplinares com outras ciências, como 
por exemplo, as de natureza biológica, sociológica, cultural, etc. 
Nesta ordem de idéias, Cardoso, Frois & Fachada (1993) 
consideram como objectivo final da Psicologia a explicação das 
condutas em função dos factores ou variáveis que as condicionam 
ou determinam, daí a necessidade de se ter em conta as outras 
áreas científicas na abordagem dos fenómenos psicológicos. 
 
 Psicologia Geral 9 
 
Os métodos usados na investigação psicológica. 
Tal como todas as outras áreas científicas, a Psicologia firmou-se 
como ciência quanto elaborou seus próprios caminhos de 
investigação. Normalmente, a construção do conhecimento 
científico parte de um método que se caracteriza por formular 
hipóteses, teorias e organizar observações. Essas hipóteses são 
testadas para confirmar ou refinar a teoria sugerindo aplicações 
práticas. 
Em termos gerais, os métodos usados em Psicologia não são 
muito diferentes dos usados nas pesquisas em áreas sociais e 
humanas, no entanto, os mais aplicados na investigação 
psicológica são: Estudo de caso; Observação; Experimental e 
Clínico. 
Estudo de caso: é um dos mais antigos métodos usado pelos 
psicólogos, e consiste no estudo de um ou mais sujeitos com 
maior profundidade, na intenção de revelar verdades de muitos. 
Os estudos de caso são usados na impossibilidade de se abarcar 
toda a população que se requer pesquisar. Alguns exemplos 
clássicos de estudos de caso realizados na Psicologia são os de 
Jean Piaget, que depois de interrogar e observar suas crianças foi 
capaz de desenvolver a sua teoria de desenvolvimento cognitivo, 
muito usada para a explicação da aprendizagem das crianças do 
mundo inteiro e, ainda, os estudos com chipanzés e de “crianças 
selvagens” que foram importantes na explicação da linguagem em 
todos os seres. 
O cuidado que se deve prestar nestes estudos é que os 
resultados, por resultarem de uma amostra restrita e pequena, 
podem ser enganosos, quando generalizados para um universo 
maior da população. 
 
Observação: Obervar é registar o comportamento de organismos 
em seu ambiente natural, a isso Myers (1999) chama de 
“observação naturalista”. Nesta observação é importante o registo 
10 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
da informação recolhida, como também é importante definir o que 
realmente vai observar. 
Experimentação: Felizes são aqueles que “se mostram capazes 
de perceber as causas das coisas” revelou o Poeta Virgílio citado 
por (Myers 1999). Lembre-se quea Psicologia estuda o 
comportamento humano, mas não o pode compreender sem 
analisar a relação causa-efeito. Os experimentos permitem que 
um pesquisador focalize os possíveis efeitos de uma ou várias 
variáveis. Enfim, para se compreender o porquê as jovens 
solteiras têm filhos, o porquê as pessoas fumam ou fazem algo 
estranho quando bebem, é necessário realizar experiências que 
podem permitir o alcance das respostas desejadas. Em psicologia 
muitos experimentos foram feitos com animais, ver a primeira 
causa do surgimento tardio da Psicologia na unidade II. 
Método clínico: refere-se à observação directa dos pacientes 
com lesão ou doenças cerebrais, o objectivo fundamental é 
procurar relacionar o tipo de lesão ou doença as modificações do 
comportamento. A observação clínica tem suas limitações, 
algumas observações só são possíveis depois da morte do 
indivíduo, explica-se por razões éticas. 
Que Importância tem a psicologia na vida prática? Ou seja, 
porque tanto interesse com o estudo objectivo do 
comportamento? Não basta o conhecimento do senso 
comum? 
No início da unidade deixamos claro que as ciências nascem da 
necessidade do ser humano, em responder ou satisfazer suas 
necessidades. Cada momento da evolução histórica do ser 
humano vai exigindo que se aperfeiçoem os campos científicos; é 
natural, o conhecimento não é algo estático, mas um processo 
complexo de criação do ser humano com o meio envolvente, no 
caso da Psicologia é importante reconhecer que o comportamento 
humano tende a ser mais complexo ao longo da evolução 
histórica, limitando deste modo a explicação do senso comum 
dando lugar a esclarecimento mais conciso, objectivo e científico. 
 
 Psicologia Geral 11 
 
Os psicólogos “além de ajudar, poderão também dedicar-se a 
investigação, exercer funções de planificação e organização em 
diferentes áreas, tanto empresariais como educacionais.” 
(CARDOSO, FROIS & FACHADA, 1993, p. 6). Como ficou claro, 
o comportamento humano passou a exigir explicação mais 
ajustada a sua complexidade de modo a nos adequarmos melhor 
aos contextos, situações e as pessoas com quem nos lidamos. 
São vários os domínios da vida humana, por esta razão ela (a 
Psicologia) tem se multiplicado em várias áreas ou domínios de 
modo a procurar melhor explicar o comportamento humano. 
 
 Quais são esses domínios? Qual a preocupação de cada 
domínio? 
Mencionar esses domínios seria tarefa fatigante, porém podemos 
resumir nas palavras de Myers (1999, p. 5), para este autor, 
“alguns psicólogos realizam pesquisa básica, alguns fazem 
pesquisa aplicada, e alguns prestam serviços profissionais”, ao 
conjunto desses domínios, na idéia deste autor, é que se dá o 
nome de Psicologia, pois a Psicologia é um campo de disciplinas 
nas suas diversas actividades. 
Na área da pesquisa básica há que integrar os psicofisiologistas, 
preocupados com o estudo da relação cérebro e a mente (ver 
Unidade IV), os psicólogos do desenvolvimento que estudam as 
mudanças que ocorrem nas diferentes fases da vida humana. 
Na pesquisa aplicada, por exemplo, constatam-se os psicólogos 
industriais ou organizacionais que tratam de investigar o 
comportamento humano no trabalho ou nas organizações, 
selecionando, recrutando e avaliando os profissionais das 
diferentes áreas de trabalho. Nesta categoria constam também os 
psicólogos clínicos e psiquiatras proporcionando 
acompanhamento clínico e psicoterapia (para psiquiatras) de 
algumas perturbações mentais. 
12 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
Exercícios 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
 
1 – Explique a importância da Psicologia para a sua vida Profissional? 
Resposta: A vida na Sociedade, para uma melhor cooperação, exige 
dos seus intervenientes a compreensão mútua, no contexto educacional 
(nosso lado profissional), essa compreensão é muito necessária para a 
direcção do processo de Ensino Aprendizagem. Ninguém pode ensinar 
melhor se não conhece os seus alunos. 
 
 
 
 
 Psicologia Geral 13 
 
Unidade N0 02-A0006 
Tema: Inícios da Psicologia 
Científica 
Introdução 
O surgimento de um campo científico, traz antecedentes, aliás psicólogos 
acreditam que a Psicologia existia desde a muito tempo. Mas interessa 
compreender quando é que ela assume o estatuto de uma ciência, o que a 
difere, enquanto conhecimento científico, do conhecimento de senso 
comum. 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 Distinguir Psicologia Científica a do Senso Comum; 
 Identificar os objectivos da Psicologia; 
 Explicar os princípios que orientam a Psicologia; e 
 Explicar as razões do surgimento tardio da Psicologia. 
 
 
 
Sumário 
OS INÍCIOS DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA 
Há que destacar que “A psicologia se desenvolveu a partir da 
Biologia e da Filosofia, com objectivo de se tornar uma ciência que 
descreve e explica como pensamos, sentimos e agimos.” 
(MAYERS, 1999, p. 1). Numa primeira manifestação a Psicologia 
foi, simplesmente, uma disciplina descritiva, isto é, tratava de 
descrever as manifestações comportamentais dos indivíduos sem 
com isso explicar a causa ou os porquês dessa manifestação. 
14 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
 
Hoje a psicologia, para além de descrever e explicar o 
comportamento humano, objectiva prever e modificar (dentro das 
possibilidades) o comportamento humano. 
No entanto, é preciso ter em conta que a tentativa de explicar o 
comportamento humano não é um acto recente, em tempos, antes 
do ano 300 a.C., Aristóteles, filósofo grego, preocupou-se com os 
temas relacionados com aprendizagem e memória, vocação e 
emoção, percepção e personalidade Mayers (1999). Mesmo 
pensadores como Platão (427 -347 a.C), Santo Agostinho (354 – 
430 d.C), Descartes (1596-1650) também contribuíram com 
profundas reflexões sobre a natureza do ser humano. E, mais 
tarde Charles Darwin, nas suas viagens descobriu e explicou a lei 
de selecção natural. 
A idéia de Aristóteles recebeu críticas do filósofo empirista John 
Locke (1632-1704), ao rejeitar a noção das idéias inatas, para 
Locke nada existe no homem ao nascer, tudo seria resultado da 
experiência. 
Importa referir-nos às inquietações da Neurociência e dos 
Evolucionistas, duas correntes da Psicologia que se confrontam 
na explicação das características humanas. Na neurociência, as 
preocupações centraram-se na relação entre o corpo e o cérebro 
para explicar as emoções, percepções e sensações, já para os 
evolucionistas ficaram preocupados na influência da evolução 
(genes) no comportamento humano. 
Com tantos antecedentes, a Psicologia como Ciência 
independente (da Biologia e da Filosofia) nasceu em 1879, “data 
em que o alemão Wilhelm Wundt estabeleceu em Lípsia (hoje 
Alemanha do Leste), o primeiro laboratório de Psicologia 
Experimental” (CAPARRÓS, 1999, p.10). 
Os antecedentes apresentados nos parágrafos anteriores 
associados à idéia de que as preocupações com o 
comportamento humano não começaram em 1879, com a criação 
 
 Psicologia Geral 15 
 
do laboratório de Wundt, mas bem antes, quando os provérbios ou 
adágios populares, ainda que partindo de um conhecimento de 
senso comum, eram os alicerces para a compreensão e 
explicação da conduta humana, deixa para a humanidade a 
seguinte questão: onde fica esse todo contributo na história da 
Psicologia? Então porquê 1879? Estas preocupações constituíram 
num desafio colocado a esta Ciência jovem. Porém, a resposta 
vem de Caparrós (1999), que lembra-nos de que se trata da 
Psicologia Científica que é diferente da do senso comum, o que 
caracteriza uma ciência, de entre outros aspectos, é um campo 
delimitado e emprego de certos métodos, técnicas ou 
instrumentos na sua investigação e a possibilidade de verificação 
a partir de testes objectivos.Com efeito, cada um de nós possui conhecimentos da psicologia 
do senso comum, este entendido como o “conjunto de opiniões 
geralmente aceites pelos membros de um grupo social numa 
determinada época (...) é aquela forma de saber vulgar, própria do 
comum das pessoas, que se adquire de modo espontâneo, sem 
esforço e não intencionalmente na experiência do dia a dia” 
(CARDOSO, FROIS & FACHADA, 1993). 
Sendo assim, a Psicologia científica não se limita nesta explicação 
casual, ela, enquanto ciência, procura fundamentar de forma 
objectiva, através de pesquisas cientificamente ajustadas à 
natureza de cada situação do ser humano. E, isso foi possível 
graças ao alemão Wilhelm Wundt em 1879 que criou as condições 
para que a Psicologia configurasse como área científica, o que 
não significa menosprezar o contributo e a importância que o 
conhecimento do senso comum presta a essa jovem ciência. 
Duas razões levaram ao desenvolvimento tardio da Psicologia: A 
primeira, o carácter espiritual, sagrado e transcendental do 
Homem o que fez com que as investigações não fossem feitas 
directamente ao ser humano, por isso grande parte das pesquisas 
psicológicas foram feitas com animais, e, a segunda prende-se 
com a complexidade do ser humano e do seu comportamento, 
isso fez com que os psicólogos levassem mais tempo para 
aperfeiçoar os métodos antes de serem aplicados ao Homem. 
16 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
Princípios Psicológicos 
A psicologia encontra-se, actualmente, no seu auge e num estágio 
de indiscutível desenvolvimento progressivo. Os princípios básicos 
pela qual a Psicologia se fundamenta são: 
1. Princípio do monismo materialista. Estabelece que a 
psique é uma propriedade do cérebro, e por consequência 
os psicólogos devem estudar as leis da actividade nervosa 
superior para compreenderem de forma objectiva a 
natureza dos processos psíquicos e conhecer os 
mecanismos fisiológicos desses processos a fim de 
“sobrepor” os fenómenos psíquicos aos processos 
fisiológicos; 
 
2. Princípio do determinismo. Mediante a qual se 
reconhece a condicionalidade causal dos fenómenos 
psíquicos pelos processos da actividade nervosa superior 
e as influências do meio exterior. 
 
3. Princípio do reflexo. Segundo o qual a consciência é 
reflexo subjectivo do mundo objectivo. A partir deste 
critério os psicólogos devem estudar a psique, a 
consciência, não como algo independente e que se 
desenvolve segundo suas próprias leis imanentes, mas 
como algo condicionado pela existência objectiva do 
mundo que reflecte. 
 
4. Princípio unidade entre a consciência e a acção. 
Pressupõe que a consciência é inseparável da actividade e 
não apenas manifesta-se nela, mas também forma-se 
durante a actividade. Guiando-se por este princípio, os 
psicólogos devem estudar os processos psíquicos não de 
forma abstracta, mas com relação aos tipos concretos de 
actividade. 
 
 
 Psicologia Geral 17 
 
5. Princípio da historicidade. Estabelece que a psique, a 
consciência, desenvolve-se no processo de 
desenvolvimento histórico do homem, por isso é 
necessário, estudar os fenómenos psíquicos no seu 
desenvolvimento, esclarecendo a condicionalidade social 
dos diferentes aspectos da consciência humana e da 
personalidade. 
 
6. Princípio da unidade entre a teoria e a prática. Significa 
que os psicólogos devem estruturar os seus trabalhos de 
investigação científica de tal forma que os ajude a resolver 
tarefas práticas da construção social. 
Exercícios 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
 
1 – Qual seria a importância da Psicologia do Senso Comum para 
actualidade? 
Resposta: Primeiro, a Psicologia existe em cada um de nós de forma 
casual, esse modo de proceder é que organiza maior parte da nossa vida 
que não exige necessariamente uma ciência, porém não dispensa o 
conhecimento científico dada a limitação deste conhecimento 
sensocomunal. Se pararmos para pensar nos problemas que enfrentamos 
no dia a dia veremos que a solução destes não exige necessariamente os 
conhecimentos científicos. A psicologia como ciência tem raízes no senso 
comum, que a partir dai passou a organizar-se como ciência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
 
Unidade N0 03-A0006 
Tema: Evolução do objecto de 
estudo da Psicologia 
Introdução 
O presente texto sustenta e prolonga o estudo anteriormente feito na 
Unidade I sobre o objecto de estudo da Psicologia, nesta Unidade serão 
explicados as diferentes percepções quanto ao objecto de estudo da 
Psicologia, desenvolvidas ao longo da história humana, tomaremos como 
referencias na explicação desta evolução os trabalhos de Wilhelm Wundt, 
Condutistas ou comportamentalista, gestaltistas e os psicanalistas. 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 Explicar a evolução do objecto de estudo da Psicologia. 
 Seleccionar as principais idéias defendidas por diferentes correntes ou 
escolas. 
 
 
Sumário 
Ficou claro na Unidade I que o objecto de estudo da Psicologia é 
o comportamento humano, mas o consenso neste campo não foi 
tão pacífico, resultou de uma “luta interna” entre os pensadores da 
área que culminou com esta visão mais actual e aceite por muitos 
profissionais deste campo científico. Vejamos a seguir a evolução 
do seu objecto de estudo. 
 
 Psicologia Geral 19 
 
 
Visão de Wilhelm Wundt 
Wilhelm Wundt, considerado pai da Psicologia, montou o primeiro 
laboratório de psicologia experimental na Europa (1879) 
influenciado pela Fisiologia, área que já tinha atingido o estatuto 
de uma ciência, a semelhança da Física, Química, mesmo a 
Filosofia; 
Interessado no estudo da experiência consciente, procurava fazê-
lo analisando a consciência nos mais ínfimos componentes. 
Procurava os elementos básicos da psicologia às partes mais 
ínfimas da consciência analisável. “Como a física tinha seus 
elementos, também a psicologia as teria (...) os elementos básicos 
eram unidos por associação” – tese defendida por Wundt 
(SPRINTALL & SPRINTALL, 2000, p. 20). Para este pensador, a 
mente é composta por elementos individuais ou átomos de 
experiência ligados por associação. Para estudar esses elementos 
Wundt utilizou a técnica de introspecção que consistia no 
treinamento de sujeitos a olharem para dentro de si, relatando 
seus sentimentos e sensações. 
Essa forma de olhar para os fenômenos psicológicos não agradou 
os psicólogos gestaltistas. Adiante estão descritos seus 
argumentos. 
Os gestaltistas 
Max Wertheimer, seu expoente principal citado por (SPRINTALL & 
SPRINTALL, 2000) considera Wundt ter levado a Psicologia por 
água abaixo – ao tentar produzir a sua perfeita tabela atômica 
organizada da psicologia, com ela perdera de vista a realidade da 
experiência humana, ao analisar a experiência em suas partes 
ínfimas, tinha de facto destruído a noção da experiência como 
totalidade. Max considera “o todo é maior do que a soma das 
partes” (citado por Wertheimer, apud Sprintal&sprintal, 2001). Por 
isso, é preciso estudar o todo, a totalidade, a configuração inteira, 
a gestalt. 
20 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
 
Os elementos atuam de maneira diferente quando são retirados 
do seu contacto. As sensações são partes integrantes da 
experiência humana e o estudo destas não nos revela essa 
complexa experiência humana. Para estes teóricos, a 
compreensão da experiência humana é irredutível ao estudo das 
sensações, sobretudo na sua forma de estudá-los, por 
associação. 
Os comportamentalistas 
Conhecidos também como behavioristas, de seu representante 
John B. Watson, os comportamentalistas atacam Wundt pelo uso 
do método de introspenção enquanto instrumento científico. Eles 
acreditavamnos elementos, mas não gostavam como Wundt 
tentava os encontrar. 
Watson considera o verdadeiro objecto de estudo, comportamento 
(behavior). A introspenção não tem utilidade para a psicologia, 
como também não tem para a Física e para a Química. 
A única coisa observável, por isso, a única que permite o uso dos 
métodos científicos é o comportamento manifesto pelo sujeito. Se 
a consciência puder apenas ser estudada através da 
introspenção, e não tiver correlatos do comportamento, então a 
psicologia terá de se ver livre dela (SPRINTALL & SPRINTALL, 
2000 p. 26). 
Watson aliou-se ao poderoso Russo Ivan Pavlov, cujo trabalho 
sobre condicionamento era mais conhecido na altura e consegui o 
que queria na altura, demonstrar a existência do – reflexo 
condicionado, algo observável para substituir o não observável de 
Wundt. 
Visão dos psicanalístas 
A preocupação dos psicólogos até esta etapa evolutiva centrou-se 
no estudo da consciência, diferem-se simplesmente na forma 
como estes a estudam-na. A visão psicanalítica ampliou a 
 
 Psicologia Geral 21 
 
compreensão do campo de estudo da psicologia, sua principal 
inovação é o mundo inconsciente, antes por muitos ignorados. 
A consciência para Freud parece determinada por esse mundo 
inconsciente, pois é o reservatório de toda nossa experiência, o 
que realmente sabemos de nós (consciente), não explica a 
experiência (desejos, frustrações, ansiedades, mágoas, glórias 
etc.), por várias razões, reprimimos e, outras, que por força da 
memória esquecemos. 
Freud especulou se alguns distúrbios neurológicos não poderiam 
ter causas psicológicas, em vez de fisiológicas. Para explorar 
esta possibilidade, ele usou a hipnose para tratar de pacientes 
que sofriam desses distúrbios. 
 Enquanto experimentava com a hipnose, Freud descobriu o 
“inconsciente”. Juntando os relatos dos pacientes sobre suas 
vidas, ela conclui que a perda da sensibilidade em umas das 
mãos podia ser causada por um medo de tocar os órgãos 
genitais; a cegueira ou a surdez podiam ser causadas por não 
querer ver ou ver alguma coisa que provocava uma intensa 
ansiedade. 
Diante de capacidades desiguais dos pacientes para a hipnose, 
ele passou a usar a associação livre, em que apenas dizia ao 
paciente para relaxar e falar qualquer coisa que lhe aflorasse a 
mente, por mais trivial ou embaraçosa que pudesse parecer. 
Freud acreditava que a associação livre produzia uma corrente de 
pensamento que levava ao inconsciente do paciente, 
recuperando e acreditando, dessa forma, lembranças 
inconscientes dolorosas, com freqüências oriundas da infância. 
Freud chamou sua teoria e técnicas associadas de psicanálise. 
Subjacente à concepção psicanalítica de Freud havia sua 
convicção de que a mente é como um iceberg- a maior parte 
dela está oculta. Nossa concepção consciente é a parte do 
iceberg que flutua acima da superfície. Por baixo da superfície, 
está a região inconsciente, muito maior, contendo pensamentos, 
desejos, sentimentos e lembranças para os quais, em grande 
22 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
medida, não estamos despertos. Guardamos alguns desses 
pensamentos temporariamente numa área pré-consciente, de 
onde podemos recuperá-los à vontade para a percepção 
consciente. De maior interesse para o Freud eram essas paixões 
e pensamentos inaceitáveis que ele acreditava que reprimimos, 
ou bloqueamos à força, da nossa percepção, porque admiti-los 
seria doloroso demais. 
Freud achava que podíamos não ter percepção consciente 
desses sentimentos e idéias perturbadoras, mas eles nos 
influenciam poderosamente. Em sua opinião, os impulsos não-
reconhecidos expressam-se de formas disfarçadas – o trabalho 
que escolhemos, as convicções a que nos apagamos, os hábitos 
quotidianos os sintomas perturbadores. Dessa maneira, o 
inconsciente se infiltra nos nossos pensamentos e acções. 
Para Freud o determinista, jamais era acidental, ele achava que 
vislumbrava a infiltração do inconsciente não apenas nas 
associações livres, convicções, hábitos e sintomas das pessoas, 
mas também em seus sonhos e lapsos ou actos falhos, enquanto 
liam, escreviam e falavam. 
O aparelho Psíquico 
O aparelho psíquico de Freud é constituído por três elementos 
fundamentais (Id, Ego e Superego); estes elementos estão 
relacionados entre si funcionando assim de forma 
interdependente. Freud citado por Cardoso, Frois & Fachada 
(1993) considera o primeiro elemento ID, que se desenvolve nos 
primeiros momentos da vida, e corresponde ao conjunto de 
desejos instintivos que procura a auto satisfação do sujeito e rege-
se pelo princípio de prazer, é denominada parte biológica ou 
animaléstica. 
Entre os 3 a 5 anos forma-se o segundo elemento que se rege 
pelo princípio normativo ou social, o Super-Eu ou Superego, 
conjunto de normas sociais do próprio meio em que a criança se 
desenvolve. 
 
 Psicologia Geral 23 
 
O terceiro elemento da estrutura psíquica é o Ego, este tende a 
gerir o conflito entre o ID e o Superego, isto é entre os desejos e a 
possibilidade de satisfazê-las de acordo com os princípios ético-
morais vigentes em cada contexto social. É também denominado 
como elemento psíquico que age segundo o princípio da razão. 
Por exemplo, o estudante que sente a necessidade de cabular no 
teste porque quer passar de classe (ID), no entanto, ele 
reconhece que este acto é sancionável e é desonesta a atitude 
que pretende tomar (Superego) pode resolver em não cabular e 
no próximo teste estude o suficiente para cobrir a nota do teste 
anterior (Ego). 
Exercícios 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
1 – Explique porque há divergências entre diferentes escolas ou correntes 
na definição do objecto de estudo da Psicologia. 
Resposta: A visão que cada escola tem da Psicologia, os contextos sócio-
históricos que os pensadores vivenciam, a ideologia defendida sustenteda 
por influencias do contexto de cada pensador, fazem com que haja 
diferenças na forma de pensar no objeto de estudo. 
 
 
 
 
 
 
24 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
Unidade N0 04-A0006 
Tema: Estrutura e Funcionamento 
do Sistema Nervoso 
Introdução 
Nesta Unidade procura-se discutir a Estrutura e Funcionamento do 
Sistema Nervoso para uma melhor compreensão dos processos 
psicológicos, pois a relação entre o biológico e o psicológico 
(fundamentos biológicos do comportamento) é evidente o que torna 
necessária esta abordagem. 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 Explicar a Estrutura do Sistema Nervoso; 
 Explicar o funcionamento das partes constituintes do Sistema 
Nervoso; 
 
 
 
Sumário 
Estamos neste momento em casa, na biblioteca da escola ou no 
café, de livro aberto, a iniciar o estudo do sistema nervoso. Até 
ao momento, o nosso dia decorreu de modo natural, tendo-nos 
comportado como habitualmente nas circunstâncias normais da 
nossa vida. Fizemos a higiene matinal, tomamos o pequeno-
almoço, viemos para a escola, cumprimentamos pessoas, 
discutimos com alguns colegas, sorrimos para os outros, 
assistimos as aulas, lemos o jornal, ouvimos música, etc. 
 
 Psicologia Geral 25 
 
 
Tudo isto exigiu que os nossos músculos e as nossas glândulas 
executassem actos de natureza fisiológica e que determinados 
mecanismos internos se implicassem em actos de natureza 
psicológica. E toda esta actividade foi realizada 
espontaneamente, sem grande esforço e reflexão da nossa parte, 
como se fosse inevitável que as coisas se processassem com 
esta naturalidade e ligeireza. 
Será sempre assim? Estará sempre presente esta naturalidade? E 
em todas as pessoas? Não haverá circunstancia em que uma 
alteração no organismo venha a destruir a tranqüilizadora rotina 
do nosso modo de estar na vida? 
Essas questões evidenciama relação entre as estruturas 
fisiológicas e o comportamento humano, basta uma ligeira 
afecção numa pequena parte do cérebro para a conduta da 
pessoa se alterar significativamente. 
Podemos ver, pois, que percepcionar o mundo e orientamo-nos 
nela, dando conta dos problemas, executar actos ajustados, ser 
amigo das pessoas, gozar o bom tempo e o sol, fazer projectos, 
desejar a ir numa festa viver a vida e apreciar o que ela tem de 
bom, alimentar expectativas relativamente ao futuro, tudo isso 
implica no normal funcionamento de estruturas fisiológicas cujo 
controlo está a cargo do sistema nervoso. 
Constituído por um conjunto de órgãos inter-relacionados, o 
sistema nervoso tem como função geral à coordenação dos 
processos que garantem o equilíbrio interno do organismo e o 
equilíbrio do ser humano no seio exterior. 
 
Na sua actividade, o sistema nervoso dispõe de dois subsistentes 
fisiológicos que se designam por sistema nervoso central (SNC) 
e sistema nervoso periférico (SNP). 
26 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
 O sistema nervoso central desempenha essencialmente 
as tarefas associadas ao processamento e coordenação 
das informações. É constituído por duas estruturas 
nervosas: o cérebro e a espinal-medula. 
 O sistema nervoso periférico desempenha as tarefas 
ligadas à condução e a circulação das informações. 
Nele se inscrevem os nervos sensoriais, os motores e 
os mistos. 
NEURÔNIO 
Desde os órgãos coordenadores aos condutores, todo o sistema 
nervoso é constituído por células nervosas, unidades básicas 
designadas por neurônio. 
Tas como as demais células, o neurônio é formado por um corpo 
celular, em cujo interior se situa o núcleo. Diferencia-se, no 
entanto, das outras células por uma série dos prolongamentos, 
que o constituem, a que se da o nome de dendrites. Um deles 
alonga-se bastante em relação aos outros, chegando a apresentar 
alguns decímetros de comprimento: é o cilindro-eixo ou axônio, 
que termina num conjunto de ramificações parecidas com uma 
raiz, chamadas telodendrites. 
Para (ABRUNHOSA & LEITÃO, 2009, p. 60) os neurônios 
apresentam duas propriedades importantes para compreender a 
circulação de mensagens. 
 Excitabilidade, que lhes permite reagir a estímulos. 
Quando uma fibra nervosa é estimulada, modificam-se as 
suas características elétricas, o que produz uma pequena 
corrente a transmitir a outro neurônio. 
 Condutibilidade, que lhes permite transmitir as 
excitações e outras células nervosas. A direção normal 
das excitações implica a sua passagem das telodendrites 
de um axônio as dendrites do neurônio seguinte. 
SINAPSE 
Uma das funções dos neurônios é a condutibilidade, ou seja, a 
transmissão dos impulsos nervosos que, no seu conjunto, 
 
 Psicologia Geral 27 
 
constituem o influxo nervoso. Os impulsos nervosos transitam das 
telodendrites de um neurônio as dendrites do seguinte, levando 
com elas as informações. 
INFLUXO NERVOSO energia ou impulsos elétricos que 
circulam nos neurônios. 
Não existe contacto físico ou continuidades entre as dendrites de 
um neurônio e as telodendrites do neurônio seguinte, mas uma 
ligação funcional, a que se da o nome da sinapse. 
Entre as telodendrites de um axônio e as dendrites do neurônio 
seguinte existe um pequeno intervalo a que da o nome de fenda 
sinaptica. Nas extremidades do axônio existem pequenas 
vesículas com substâncias químicas, os neurotransmissores ou 
mensageiros químicos. No momento em que o influxo nervoso 
atinge o ponto sináptico, as vesículas laçam essas substâncias na 
fenda, cheia de partículas ionizadas, preenchendo o espaço 
intercelular ou sinóptico. As partículas ionizadas atuam 
quimicamente sobre as paredes das dendrites do neurônio 
seguinte, cujo equilíbrio elétrico fica momentaneamente alterado, 
absorvendo a informação transmitida. De imediato segue-se a 
recaptação dos neurotransmissores para as vesículas, ficando 
assim disponível para novo impulso. 
COMUNICAÇÃO NERVOSA 
Como órgão coordenador, o cérebro tem que “saber” o que se 
passa no organismo. Este conhecimento só é possível mediante a 
circulação da informação através dos nervos, que são um 
conjunto de fibras nervosas formadas por axônios e recobertas 
por uma membrana. 
Os nervos são, pois as vias de circulação das mensagens 
entre o sistema nervoso central, os órgãos sensoriais, os 
músculos e as glândulas. Por exemplo, ao acabar de ler uma 
página, os nervos encarregam-se de levar ao cérebro essa 
informação é trazer aos músculos do braço e da mão as 
instruções para voltar a folha. 
28 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
A informação circula em três tipos de nervos, que fazem parte o 
sistema nervoso periférico: os sensórios, os motores e os 
mistos. 
Nervos sensoriais- O mesmo que nervos aferentes. Transportam 
as informações dos órgãos sensoriais até a espinal-medula e ao 
cérebro, para ai serem processadas. 
Nervos motores- O mesmo que eferentes. Transportam as 
impressões dos órgãos periféricos, isto é, músculos e glândulas. 
Nervos mistos- Transportam a informação da periferia para os 
órgãos centrais (cérebro e espinal-medula), e destes para os 
órgãos periféricos. Sensoriais, motores ou mistos, os nervos são 
constituídos por feixes de dendrites e axônios, que podem ter 
junções sinópticas com muitos outros. Porém, os impulsos 
nervosos não transmitem indiscriminadamente para qualquer 
neurônio. São os órgãos centrais que decidem o trajecto que o 
influxo deve seguir e lhe indicam o percurso, fazendo uma 
espécie de agulhagem. 
CRONAXIA 
Cronaxia é velocidade com que uma célula nervosa pode excitar 
(ABRUNHOSA & LEITÃO, 2009, p. 63). 
Os neurônios não levam o mesmo tempo a reagir estímulos, 
possuindo cronaxias diferentes. Porém, o influxo nervoso só 
transita de células para outras quando possuem a mesma 
cronaxia. 
Compete aos centros nervosos fazer com que as células nervosas 
fiquem com a mesma velocidade de excitação ou com velocidades 
de excitação diferentes. 
 Os neurônios que ficam com a mesma rapidez de 
excitabilidade são aqueles por onde passa o influxo. 
 Os neurônios que ficam com rapidez de excitabilidade 
diferente são aqueles por onde o influxo não pode circular. 
 
 Psicologia Geral 29 
 
Assim, os centros nervosos definem, pelas alterações que 
introduzem nas cronaxias, o trajecto que o influxo deve seguir: da 
periferia aos órgãos centrais, para que as mensagens veiculadas 
sejam descodificadas, ou dos órgãos de comando aos efectores, 
para que o comportamento seja efetuado. 
Exercícios 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
 
1 – Os Laços entre a Psicologia e Biologia não são recentes, desde o 
surgimento da Psicologia a Biologia Exerceu forte influencia a 
Psicologia. Explique a relação mente/corpo. 
Resposta: Com base no texto anterior, foi possível compreender essa 
relação, pois determinadas estimulações nervosas resultam em certas 
reações psicológicas por exemplo a lesão sofrida na área somatomotriz 
pode resultar no bloqueio dos movimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
Unidade N0 05-A0006 
Tema: Genética e Comportamento 
Introdução 
A grande discussão/debate que se levanta nesta Unidade é a influência 
genética no comportamento, em princípio procura-se explicar a influência 
da hereditariedade e do meio no desenvolvimento do Homem, 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 Explicar o papel da Hereditariedade e do meio no Desenvolvimento; 
 Explicar a Importância da Hereditariedade para a Psicologia; e 
 Diferençar o fenótipo do genótipo. 
 
 
Sumário 
Caro estudante, ao entrar nessa unidade esperamos que já tenha 
ouvido falar da hereditariedadena disciplina de Biologia no ensino 
secundário, a área que se ocupa no estudo da transmissão de 
características de pais ou progenitores para os filhos, num 
capítulo chamado genética. O mesmo assunto volta a ser 
discutido em psicologia. Certamente devem estar a se questionar: 
porque o estudo da hereditariedade em Psicologia? Ao longo 
da unidade serão capazes de compreender a introdução deste 
tópico em Psicologia. 
 
 
 Psicologia Geral 31 
 
O interesse pelo estudo da hereditariedade em psicologia em 
parte resulta da discussão do papel que esta tem no 
desenvolvimento da inteligência. Para alguns a inteligência 
depende unicamente dos factores hereditários, para outros 
embora não afastem a hipótese da sua influência, encontram no 
meio social o principal elemento para explicar as diferenças nas 
capacidades dos indivíduos. 
 Hereditariedade, para Myers (1999) refere-se ao conjunto de 
processos biológicos que são responsáveis na transmissão das 
características dos pais aos seus descendentes. 
Cardoso, Frois & Fachada (1993) distinguem aqui dois tipos de 
hereditariedade, a Específica e a Individual, a primeira refere-se 
às características comuns da mesma espécie, essas 
características são as que distinguem os indivíduos das outras 
espécies. Todavia, apesar da existência de características 
comuns nos indivíduos, estes podem apresentar características 
particulares que os distinguem dos outros, ai estaremos a falar de 
Hereditariedade individual. 
Genótipo é constituído por todos caracteres quer morfológicos, 
quer psicológicos quer comportamentais, são características como 
altura, cor dos olhos, cor e tipo de cabelo, etc. Esse conjunto de 
material hereditário responsável pelo fenótipo, constituído pelo 
gene das células denomina-se genótipo. 
Para ser preciso na questão Cardoso, Frois e Fachada (1993, p. 
155) explicam que, 
 “o conhecimento claro dos 
princípios básicos do 
mecanismo da hereditariedade 
permitirá compreender, justificar 
e resolver muitos dos problemas 
dos seres humanos nos mais 
diversos domínios da vida social 
tais como a educação, 
segurança social, o emprego, 
etc.” 
32 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
Os trabalhos sobre o estudo da hereditariedade mais conhecidos 
são os de Gregório Mendel, acredito que o estudante já se lembra 
deste cientista cuja experiência com ervilha é famosa. 
Como ao longo do tempo nos tornamos quem somos? Cada um 
de nós já se questionou e gostaria de obter resposta desta 
inquietação. Mas a resposta para essa questão não é pacífica, 
por um lado as explicações religiosas e por outro as científicas 
podem trazer idéias contrárias a este respeito. Desde as 
descobertas de Abadi Spallanzani (1775), ficou claro que a longa 
marcha do desenvolvimento humano começa com a união do 
espermatozóide com o óvulo (processo denominado por 
fecundação) este desenvolvimento progride numa seqüência 
ordenada, embora frágil. 
Cromossomos sexuais 
Por cromossoma, devemos entender o “elemento integrante do 
núcleo de cada célula transportadores dos genes que são as 
unidades básicas da hereditariedade” (ABRUNHOSA & LEITÃO, 
2009, p. 20). 
Já deixamos claro que o processo de transmissão de caracteres 
de pais à sua descendência designa-se por hereditariedade, esta 
transmissão ou processo que recebe o nome de herança genética 
processa-se através da fecundação, isto é da união do óvulo e 
espermatozóide. O óvulo fecundado é designado por ovo e 
constitui a primeira célula e pelo processo da mitose vai-se 
dividindo até formar outras células que são constituintes do 
organismo. 
Em cada célula existe um núcleo com cromossomas formados 
por genes, que são os agentes portadores e transmissores de 
toda informação hereditária. O número e a disposição de 
cromossomas estão definidos num cariótipo que é o mesmo em 
todos os indivíduos da mesma espécie. Mas importa referir que o 
cariótipo humano apresenta 46 cromossomas dispostos em 
pares: 23 para cada origem (materna e paterna) 
 
 Psicologia Geral 33 
 
Os genes contém moléculas de ácido desoxorribonucleico (ADN, 
também conhecido por DNA), cada molécula de ADN contém 
milhares de nucleótidos formados por associação de ácido 
fosfórico, açúcar e uma das quatro bases: adenina, timina, 
citosina e guanina. A informação hereditária codificada no ADN 
designa-se por genoma. 
 
Exercícios 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
1 – “Nem tudo que é inato é hereditário, mas tudo que é hereditário é 
inato”comente a afirmação. 
Resposta: toda a informação(características) que carregamos ao nascer 
não é toda que é transmitida, porém o que se transmite não são 
características adquiridas mas sim inatas. O herdamos nascemos com ele, 
mas a herança não resumo tudo que trazemos ao nascer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Unidade N0 06-A0006 
Tema: Processos Sensoriais 
Introdução 
A presente Unidade procura abordar aquilo que chamamos de Processos 
Sensoriais, que também são processos cognitivos, como elementos 
importantes na construção do Conhecimento. Para o efeito serão tratados 
alguns sentidos, tais como: Audição, Visão, Olfato, Tacto, etc. 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 Explicar o Papel dos processos Sensoriais na construção do 
Conhecimento. 
 .Descrever os diferentes tipos de Sentidos e o papel que elas 
desempenham. 
 
 
 
Sumário 
A possibilidade de sobrevivência no mundo depende da 
capacidade de utilização do repertório (equipamento) humano, os 
sentidos. A capacidade de descriminar os estímulos ambientais 
depende dos nossos sentidos, Isto é, audição, visão, tacto, 
gustação, olfacto. 
Sensação é para Abrunhosa & Leitão (2009, p. 139) a “captação 
de estímulos realizada pelos órgãos sensoriais” nota-se neste 
conceito que cada sentido é responsável na captação de um 
determinado estímulo. A este conjunto de órgãos e suas funções é 
denominada de processos sensoriais. 
 
 Psicologia Geral 35 
 
A questão mais discutida no estudo dos processos sensoriais é a 
“Origem do Conhecimento” (GLETMAN, FRIDLUND & 
REISBERG, 2009). Os empiristas defendem a posição da 
passividade dos nossos sentidos na construção do conhecimento, 
nesta ordem de idéia tal como a máquina fotográfica, os nossos 
sentidos captam do meio experiências pré-concebidas, exclui-se 
aqui o seu papel selectivo. Locke (ano), um dos representantes 
desta corrente, defendia que nada existia na mente do individuo 
ao nascer, o ser humano era simplesmente uma folha em branco 
ou uma tabua rasa. Hoje acreditamos que os empiristas foram 
reducionistas, o homem é capaz de seleccionar, ordenar os 
estímulos e atribui-lhes o significado, pois o indivíduo percebe-os 
porque guardam sentido para ele. 
Codificação Sensorial 
 Um código é um conjunto de regras através das quais um 
conjunto de símbolos e transformado num outro conjunto de 
símbolos (GLEITMAN, FRIDLUND & REISBERG, 2009). E a 
tentativa de compreender os intervenientes no processamento 
sensorial, ou seja, entre o estímulo físico e a experiência sensorial 
leva-nos a discutir as diferentes formas de codificação sensorial. 
De acordo com os autores acima referenciados, temos três formas 
de explicar a codificação sensorial: 
Código sensorial- através dele o sistema nervoso representa as 
várias experiências sensoriais; 
 Código da intensidade psicológica- mudanças no volume do 
som, do brilho, em geral quanto mais intenso o estímulo mais é a 
probabilidade de activação neuronal e maior será a magnitude 
psicológica. 
Código da Qualidade sensorial- o que distingue uma sensação 
da outra não é apenas o estímulo que causa esta sensação, a 
doutrina da energia específica dos nervos explica que as 
diferenças nas qualidades sensoriais não são causadaspor 
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diferenças dos próprios estímulos, mas pelas diferentes estruturas 
nervosas que esses estímulos excitam. 
Para o melhor esclarecimento das qualidades sensoriais, Myers 
(1999) propõe o conceito Limiar para designar os diferentes 
níveis de estimulação ou de intensidade sensorial, assim temos 
Limiar inferior, absoluto e relativo. 
Limiar Inferior- também chamado de estimulação subliminar, isto 
é abaixo do limiar essas estimulações normalmente não as 
sentimos, mas ela tem poder sobre o mundo sensorial. 
Limiar Absoluto- é o nível em que detectamos o estímulo na 
metade das vezes, se for abaixo destes níveis poucas vezes 
detectaríamos, por isso pode ser considerado como o nível médio 
e não necessariamente absoluto. Por esta razão significa que 
todos os estímulos apresentados a este nível serão percebidos. 
Limiar Relativo- também conhecido por diferença mal 
perceptível. Não é um a quantidade constante, mas certa 
proporção relativamente constante do estímulo, o limiar inferior 
varia com o aumento da magnitude do estímulo, dai a designação 
relativa. 
Os Sentidos 
Não vamos entrar em muitos detalhes sobre aos diferentes tipos 
de sentidos, para mais esclarecimento temos no fim do manual 
uma proposta de obras a consultar. 
O sentido e o mundo; Princípios Básicos; 
Os sistemas sensoriais permitem que os organismos obtenham as 
informações de que precisam. Através das sensações 
conhecemos os pormenores ou aspectos dos objetos e das 
situações. No entanto as condições das sensações são os 
agentes externos ou internos que excitando os receptores 
sensoriais determinam neles modificações que atingem a 
consciência. 
 
 Psicologia Geral 37 
 
No processo das sensações temos que considerar as seguintes 
condições e fases: 
a) O estimulo- que é todo o agente capaz de provocar uma 
resposta de um organismo, podem ser estímulos mecânicos 
(tácteis e sonoros), físicos (térmicos, eléctricos e luminosos) e 
químicos (gustativos e olfactivos). 
b) A excitação- que é a modificação momentânea a que se segue 
uma reação de um organismo a um estímulo. A existência deste 
depende da eficácia do estímulo. 
c) A sensação- que é a apreensão pela consciência da 
mensagem nervosa originada pela consciência. 
Visão 
A tarefa do sentido visual, como a de todos os sentidos, é a de 
receber a estimulação, convertê-la para sinais neuronais e enviar 
estas mensagens neuronais para o cérebro. 
O estímulo da visão é a radiação ou vibrações luminosas. Para 
que o estímulo seja eficaz são necessárias três condições: 
freqüência, intensidade e duração. 
Dispositivo receptor 
O principal dispositivo receptor da vista é a retina que é uma 
membrana de meio milímetro (1/2 mm) de espessura. Cada uma 
das retinas forra a parte do glóbulo ocular e prolonga-se pelo 
nervo óptico até ao cérebro. 
Há dois (2) tipos de retinas – as que terminam em forma de 
bastonetes e as que se apresentam em forma de cones. Estes 
dois tipos de células correspondem a sensibilidades e funções 
diferentes. 
Por exemplo, os bastonetes são extremamente sensíveis à luz e 
não suportam a luminosidade intensa pelo que só entram em 
funcionamento na semi-obscuridade. Por isso, os animais de vida 
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nocturna como (gato, morcego...), têm uma retina rica em 
bastonetes. 
Os cones são essencialmente sensíveis às cores e são menos 
sensíveis à luz. Tem o seu funcionamento de dia ou quando a 
luminosidade é suficientemente intensa. 
Audição 
O estímulo sonoro é constituído por vibrações mecânicas 
transmitidas por um meio elástico geralmente o ar. Para que haja 
o estímulo sonoro deve-se ter em conta as três condições – 
duração, intensidade e freqüência. 
As freqüências audíveis ao homem variam entre 20 e 20 mil 
vibrações por segundo. As freqüências inferiores a 20 (infracções) 
e superiores a 20 mil (ultracções) não excitam o ouvido humano. 
As ultracções são audíveis por certos animais como, por exemplo, 
cães e ratos. Portanto, o dispositivo receptor da audição, situa-se 
no ouvido interno nas chamadas células auditivas onde se gera o 
influxo nervoso, transmitido ao cérebro pelo nervo auditivo. 
Os dados imediatos da audição são os sons e ruídos. Os sons são 
sensações distintas e geralmente agradáveis produzidas por 
vibrações de freqüências regulares. 
Os ruídos são sensações confusas geralmente desagradáveis 
produzidas por vibrações de freqüências irregulares. 
Outros Sentidos 
Acontecimentos extraordinários estão ocultos dentro dos quatro 
outros sentidos comuns: tacto, paladar, olfato e o sentido de 
posição. 
O tacto 
O estímulo táctil é qualquer corpo sólido, liquido ou gasoso com a 
condição de que comprima a pele deformando-a mais ou menos 
ligeiramente. A sua acção é mecânica. 
 
 Psicologia Geral 39 
 
Os dispositivos receptores tácteis distribuem-se pelas diferentes 
regiões da pele. É de realçar a existência de dois tipos de 
receptores: 
a) Superficiais - sensíveis a deformações ligeiras, fornecem 
sensações de contacto. 
b) Profundas- só sensíveis a compressões demoradas, 
fornecem sensações de pressão. 
Portanto, os dados imediatos de tacto são as sensações de 
pressão e de contacto. 
O paladar 
Como o tacto, o sentido do paladar envolve quatro sensações 
básicas, nomeadamente doce, azedo, salgado e amargo. O gosto 
é uma sensação química. 
Os estímulos gustativos são substâncias chamadas sápidas que 
se diluem na saliva, (acção química). O dispositivo receptor é 
constituído por células reunidas em papilas e que com 
ramificações do nervo gustativo se encontram dispostas na 
superfície da língua. 
Para que as células sejam excitadas é necessária a diluição, por 
isso, a introdução na boca de qualquer substância sapida 
determina logo um acréscimo de secreção salivar (reflexo salivar). 
Os elementos do sentido gustativo são os sabores e que se 
dividem em quatro grupos – doce, amargo, acido e salgado. Esta 
distinção de sabores tem uma base fisiológica, porque cada sabor 
fundamental corresponde a grupos de células de estabilidade 
química diferentes. 
As sensações gustativas combinam-se com as outras que as 
enriquecem ou modifica (térmicas ou olfativas). 
As sensações gustativas térmicas, como por exemplo café, 
cerveja, sopa e água sabem de modo diferente conforme se são 
tomadas quentes ou frias. As sensações olfativas, ao exemplo da 
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comida, da bebida entre outras sabem melhor quando cheiram 
bem. 
O olfato 
Como o paladar, o olfato é uma sensação química. Cheiramos 
alguma coisa quando moléculas de uma substância trazidas pelo 
ar alcançam um pequeno agrupamento de 5 milhões de células 
receptoras no alto de cada cavidade nasal. 
Os estímulos olfativos são partículas de substâncias voláteis 
transportadas na corrente respiratória que passam pelas fossas 
nasais. 
O seu dispositivo receptor é constituído por uma camada de 
células extremamente excitante que são ramificações de nervo 
olfativo e que formam um número de muitos milhões da mucosa 
nasal especialmente na sua parte superior. 
Os dados imediatos do sentido olfativo são os odores. Há uma 
grande qualidade de odores muito ricos em qualidades sensíveis. 
Uns agradáveis (flores, frutos), outros desagradáveis (suor) e 
outros ainda repugnantes (carnes podres, excrementos humanos, 
ovos podres, etc). 
A sensibilidade olfativa é varia muito de espécie para espécie e é 
relativamente pouco desenvolvida no homem e extremamente 
desenvolvida nos animais chamados osmóticos, na vida dos quais 
tem um papel primordial. É pelo olfato que os animais geralmente 
distinguem substâncias próprias para a sua alimentação das 
substânciasnocivas. É pelo olfato que os animais caçadores e 
predadores descobrem e perseguem as suas presas. 
O sentido de posição 
O funcionamento eficaz do corpo exige um sentido sinestésico, 
que comunica ao cérebro a posição e o movimento de partes do 
corpo, assim como um sentido de equilíbrio, que monitora a 
posição e o movimento de todo o corpo. 
 
 Psicologia Geral 41 
 
Chama-se sentido de equilíbrio a capacidade que o ser vivo tem 
de assumir quer no estado de repouso quer em movimento, a 
posição somática correspondente às exigências de momento. 
E o sentido de orientação é a capacidade que tem o ser vivo de se 
situar no espaço e de se dirigir para o lugar não directamente 
percebido. 
Os estímulos de orientação e de equilíbrio são de natureza 
mecânica respectivamente a força de gravidade e as forças 
centrípetas produzidas pelos movimentos do nosso corpo. 
O dispositivo receptor dos sentidos de equilíbrio e de orientação 
no homem é o ouvido interno a que se encontram dispositivos 
sobre os quais atuam os estímulos, isto é, os otólitos e a 
endolinfa. 
Os otólitos são corpúsculos calcários (pedrinhas) situados em 
pequenas cavidades do ouvido interno. São sensíveis a acção da 
gravidade, isto é, pesam sob acção de gravidade. Os otólitos 
fazem a pressão sobre as células revestidas de cílios tácteis e que 
por sua vez comunicam com os nervosos sensitivos através dos 
quais a excitação é transmitida ao cérebro. 
Restrições Sensoriais 
Pessoas temporária ou permanentemente privadas de um dos 
sentidos geralmente compensam ao se tornarem mais 
conscientes das informações recebidas dos outros sentidos. 
Experiências de restrição sensorial temporária muitas vezes 
acarretam uma percepção aguçada de todas as formas de 
sensação. Sob supervisão, a restrição sensorial pode proporcionar 
um impulso terapêutico para as pessoas que procuram controlar 
problemas como o tabagismo. 
 
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Exercícios 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
 
1 – Para os empiristas nada existe no homem ao nascer, tudo resulta da 
experiência. Discuta a posição defendida pelos Empiristas na construção 
do conhecimento. 
Resposta: Não há dúvidas que uma das formas de construção do 
conhecimento é a experiência, porém não é a única forma, pois nem todo 
conhecimento que possuímos resulta da experiência, pesquisas 
demonstram que ao nascer o Homem traz consigo uma certa informação 
que o faz reconhecer perigo nas primeiras semanas de vida, que faz 
reconhecer a música que a mãe escutava enquanto grávida, esses são 
apenas alguns exemplos da limitação do posicionamento Empirista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Psicologia Geral 43 
 
Unidade N0 07-A0006 
Tema: Percepção 
Introdução 
Um dos processos cognitivo é a percepção, falamos das sensações na 
Unidade anterior (Unidade VII) como captação específica dos estímulos 
do ambiente. Como são organizados estes estímulos para serem 
significativos? Remete-nos a compreensão da percepção. Sendo assim 
nesta Unidade serão discutidos os seguintes temas: Percepção, atenção 
selectiva, ilusões perceptivas, organização perceptiva, etc. 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 Definir os conceitos de: 
(a) Atenção selectiva 
(b) Percepção 
 Distinguir Percepção da sensação; e 
 Explicar o papel da percepção na construção do conhecimento. 
 
 
Sumário 
Percepção 
Chama-se percepção o processo de organização e interpretação 
dos estímulos sensoriais. Difere da sensação na medida em que é 
uma actividade cognitiva pela qual conferimos sentido e 
significação à informação sensorial. No entanto, a percepção é um 
fenômeno complexo e resultante da interação de vários factores e 
tem sido explicado de diferentes formas em função dos problemas 
que se lhe colocam. 
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Atenção Selectiva 
A qualquer momento, nossa 
consciência focaliza, como um 
facho de luz, um aspecto 
limitado de nossa experiência, 
(MYERS, 1999, p.127). 
As percepções nos chegam a cada momento e nem todas são 
significativas para nós. Daí, haver uma necessidade de discernir 
as informações recebidas, algo facilitado pela atenção. 
De acordo com Pestana e Páscoa (2002, p.25), a atenção 
consiste na focalização da percepção, de modo prolongado, 
sobre um conjunto de estímulos em detrimento de outros. Trata-
se dos aspectos activo e selectivo da percepção. 
A atenção selectiva significa que em qualquer momento 
focalizamos nossa percepção em apenas um aspecto limitado de 
tudo o que somos capazes de experimentar. 
Ilusões perceptivas; 
Segundo Cardoso, Frois & Fachada (1993, p. 288), a ilusão é uma 
deformação da percepção. Diz-se, portanto que há ilusão sempre 
que há um desacordo entre o percepto e o objecto, isto é, entre os 
dados da percepção e a realidade física. A ilusão resulta da 
aplicação de processos perceptivos a certas configurações de 
estímulos. 
Convém distinguir a ilusão de dois fenômenos com que, por vezes 
é confundida: a miragem e a alucinação. 
A miragem é mais um fenômeno físico que psicológico. Portanto 
explica-se pela modificação da direcção dos raios solares 
resultantes de certas condições atmosféricas. Ao passo que a 
alucinação tem uma causa psicológica, mas difere da ilusão pelo 
facto de supor uma percepção sem objecto, mais do que uma 
deformação da percepção. A ilusão pelo contrário implica a 
 
 Psicologia Geral 45 
 
percepção de um objecto, mas uma percepção falseada deste 
objecto cuja causa se situa no processo perceptivo. 
 De acordo com Cardoso, Frois & Fachada (1993 p.290), existem 
hoje várias teorias psicológicas que além de tentarem explicar as 
ilusões, procuram nelas razões para reforçar as suas concepções 
acerca dos processos perceptivos normais. Essas teorias estão de 
acordo nestes pontos: 
- As ilusões implicam os processos perceptivos normais; estudar 
as ilusões é extraordinariamente útil para a compreensão da 
percepção normal. 
-Tal é o caso de Piaget, que elaborou sua teoria geral dos 
mecanismos perceptivos com base essencialmente no estudo 
experimental das ilusões perceptivas. 
Organização perceptiva 
A percepção como um processo mental obedece a certos critérios 
estabelecidos pela própria mente e a ter em conta no agente 
perceptivo. Para clarificar este fenômeno, Myers (1999) 
estabelece um princípio que favorece a transformação de 
informações sensoriais em percepções significativas que a seguir 
se apresenta. 
Para transformar a informação 
sensorial em percepções 
significativas, devemos organizá-la: 
devemos perceber objectos como 
distintos de seu ambiente, vê-los 
como tendo uma forma definida e 
constante e discernir sua distância e 
movimento. As regras do cérebro 
para formular percepções explicam 
algumas ilusões desconcertantes, 
(MYERS, 1999, p.130). 
Os primeiros psicólogos da gestalt de acordo com Myers (1999, 
p.136), se impressionaram com a maneira aparentemente inata 
pela qual organizamos dados sensoriais fragmentados em 
percepções completas. A mente estrutura as informações 
recebidas de várias maneiras demonstráveis: 
46 Erro! Use a guia Página Inicial para aplicar Heading 1 ao texto que deverá aparecer aqui. 
 
 Percepção de forma - Para reconhecermos um 
objecto devemos primeiro percebê-lo (vê-lo como uma 
figura), como distinto dos estímulos ao redor (o fundo). 
Devemos também organizar a figura de uma forma 
significativa. Vários princípios da gestalt – proximidade, 
semelhança, continuidade, fechamento e conexão - 
descrevem esse processo. 
 Percepção de profundidade – Pesquisas com o 
penhasco visual revelam que muitas espécies 
percebem o mundo em três dimensões, ao nascimento, 
ou logo depois.

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