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AULA - PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

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AULA - PLANO DE BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
APRESENTAÇÃO DO PLANO DE BENEFÍCIOS
PRESTAÇÕES EM GERAL
São todas as garantias ofertadas pelo sistema de previdência social em favor de seus beneficiários (segurado e dependentes).
Art. 18, Lei 8.213/91.  O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:
I - quanto ao segurado:
a) aposentadoria por invalidez (atual aposentadoria por incapacidade permanente);
Trata-se de benefício que protege incapacidade laborativa permanente do trabalhador, tornando-o insuscetível de exercer atividade diversa para sua subsistência. Trata-se de garantia de natureza previdenciária ou mesmo acidentária.
b) aposentadoria por idade;
É devida ao trabalhador que atingiu idade avançada, fator que acarreta um decréscimo em suas capacidades laborais.
c) aposentadoria por tempo de contribuição;              
Não visa proteger, a princípio, um típico risco social de natureza previdenciária, mas trata-se de garantia concedida pela lei ao trabalhador que ostenta, perante o sistema, número mínimo de contribuições.
ATENÇÃO! Após a EC 103/19, as contingências idade e tempo de contribuição deixaram de ser cobertas pela previdência social, ressalvada a aplicação de regras transitórias em razão de direito adquirido.
Após a reforma da previdência, fala-se em aposentadoria programada, que exige o preenchimento de ambos os requisitos (idade e tempo de contribuição) cumulativamente.
d) aposentadoria especial;
	É concedida aos trabalhadores que laboraram, ao longo de suas vidas, em condições degradantes à saúde. Tais trabalhadores poderão se aposentar em tempo reduzido.
e) auxílio-doença (atual auxílio por incapacidade temporária);
Protege incapacidade temporária do trabalhador. A incapacidade, neste caso, é menos profunda do que aquela amparada pela aposentadoria especial.
f) salário-família;
Trata-se de garantia que visa fomentar a renda do trabalhador. A Constituição delineia, para este benefício, um universo mais restrito de proteção, sendo devida apenas aos segurados de baixa renda.
g) salário-maternidade;
Esta garantia busca atender uma necessidade social de cuidado da genitora para com o filho recém-nascido.
h) auxílio-acidente;
Consiste em benefício de natureza indenizatória ao segurado que, atingido por acidente, tenha sofrido redução em sua capacidade laborativa. A incapacidade, neste caso, é parcial e permanente. Por conta disso, o segurado necessita empregar maior esforço para desempenho de seu trabalho.
II - quanto ao dependente:
a) pensão por morte;
É devida em razão do falecimento do segurado. O evento protegido é tanto a morte real quanto a morte presumida. Com efeito, diante do falecimento do segurado, o empregador estará desobrigado de pagar salário. Assim, o benefício visa suprir as necessidades da família que sofreu a perda da pessoa provedora.
b) auxílio-reclusão;
O risco social protegido é o recolhimento do segurado a estabelecimento prisional. Consigne-se que somente o segurado de baixa renda pode fazer jus a este benefício.
III - quanto ao segurado e dependente:
c) reabilitação profissional.
Os serviços não representam prestação em dinheiro, mas prestações materiais.
NÃO ACUMULAÇÃO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
(...)
§ 2º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado.                  
O aposentado que retornou à atividade deve contribuir para o RGPS. Apesar disso, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto:
· salário-família;
· reabilitação profissional.
§ 3º  O segurado contribuinte individual, que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, e o segurado facultativo que contribuam na forma do § 2º do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, não farão jus à aposentadoria por tempo de contribuição.  
Aula 10 - RGPS - Carência Previdenciária - Prof. Fernando Maciel – Magistratura Federal 2020 - Gran Cursos
CARÊNCIA PREVIDENCIÁRIA
CONCEITO
“(...) é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências” (art. 24, LBPS).
A carência previdenciária, como se vê, consiste em um período que deve ser cumprido pelo segurado a fim de ele que tenha direito à proteção previdenciária. É o período durante o qual o segurado contribui, mas ainda não tem direito a certas prestações.
Saliente-se que o artigo 24 não é aplicável a todas as demais modalidades de segurados obrigatórios, pois em se tratando do trabalhador rural (segurado especial), aquele que atua em regime de economia familiar, em caráter de subsistência, admite-se que ele obtenha os benefícios previdenciários mesmo sem recolher contribuições, bastando para isso que comprove o tempo de exercício de atividade rural, atividade rurícola ou atividade pesqueira.
FINALIDADE
A finalidade do instituto é a de garantir o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema, bem como prevenir a ocorrência de fraudes. Previne-se, por exemplo, que uma pessoa que já seja portadora de alguma incapacidade seja contemplada com a prestação previdenciária sem cumprir o prazo de carência.
A diferença entre equilíbrio financeiro e atuarial considera o elemento tempo: equilíbrio financeiro: menor prazo (1 ano); equilíbrio atuarial: médio e longo prazo.
CARÊNCIA X TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
	Carência
	Tempo de contribuição
	É contada mês a mês
	É contado dia a dia
	Não admite contribuições anteriores à data da inscrição.
	Pode retroagir. 
Ex. O segurado que nunca pagou suas contribuições, desejar comprovar o exercício da atividade nos últimos 5 anos e recolher os valores em atraso, terá cinco anos de contribuição, mas, apenas, uma contribuição de carência, porque esta não admite recolhimentos anteriores à inscrição.
	A contribuição sobre o 13º salário não é considerada para efeito de carência.
	
PRAZOS DE CARÊNCIA (ART. 25 LBPS)
a) 10 contribuições
Salário-maternidade devido à:
· contribuinte individual;
· segurada especial que contribui como contribuinte individual, na forma do art. 39, II, do PBPS; 
· segurada facultativa.
Em caso de parto antecipado o período de carência será reduzido em número de contribuições equivalentes aos meses em que o parto foi antecipado (art. 25, parágrafo único, LBPS).
Observação: se a segurada especial não contribui como contribuinte individual, terá direito ao salário-maternidade com renda mensal no valor de um salário mínimo, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, nos 10 meses imediatamente anteriores ao início do benefício.
b) 12 contribuições: auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença) e aposentadoria por incapacidade permanente (aposentadoria por invalidez).
Essa carência, contudo, é dispensada nos seguintes casos: 
a) acidente de qualquer natureza ou causa, doença profissional ou do trabalho; 
Assim, supondo que alguém, no primeiro dia de trabalho, sofra um atropelamento e fique impossibilitado de trabalhar, fará jus ao auxílio doença, mesmo que não haja qualquer recolhimento de contribuição previdenciária.
b) doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado.
Nos termos do art. 151 da Lei 8.213/91, até que seja elaborada a lista de doenças mencionada no inciso II do art. 26, independe de carência a concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez ao segurado que, apósfiliar-se ao RGPS, for acometido das seguintes doenças:
· tuberculose ativa; 
· hanseníase; 
· alienação mental; 
· neoplasia maligna; 
· cegueira; 
· paralisia irreversível e incapacitante; 
· cardiopatia grave; 
· doença de Parkinson; 
· espondiloartrose anquilosante;
· nefropatia grave; 
· estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);
· síndrome da deficiência imunológica adquirida-Aids; 
· contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada; 
· hepatopatia grave; 
· esclerose múltipla.
c) 24 contribuições: auxílio-reclusão (art. 25, IV, Lei n. 8.213/91).
O auxílio-reclusão não é devido ao segurado e sim aos seus dependentes.
d) 180 contribuições: aposentadoria programada, por idade do trabalhador rural e especial.
Para os segurados inscritos até 24/07/91 deve-se observar a tabela progressiva do art. 142 da Lei n. 8.213:
	Ano de implementação das condições
	Meses de contribuição exigidos
	1991
	60
	(...)
	(...)
	2011
	180
Súmula nº 44, TNU: Para efeito de aposentadoria urbana por idade, a tabela progressiva de carência prevista no art. 142 da Lei n. 8.213/91 deve ser aplicada em função do ano em que o segurado completa a idade mínima para concessão do benefício, ainda que o período de carência só seja preenchido posteriormente.
DISPENSA DE CARÊNCIA (ART. 26, LBPS) 
A carência é dispensada nos seguintes casos:
a) pensão por morte, salário-família e auxílio-acidente
Não é exigida carência para concessão do benefício de pensão por morte. Todavia, para o cônjuge ou companheiro é necessária a observância de alguns requisitos:
 a) 18 contribuições mensais vertidas pelo segurado
É garantido benefício de apenas 4 meses para os cônjuges ou companheiros(as) dos segurados que não cumprirem 18 contribuições mensais. Para os demais dependentes (filhos ou equiparados, pais e irmãos), o número de contribuições vertidas pelo segurado não influencia o prazo de duração da pensão por morte.
b) No mínimo de 2 anos de casamento ou união estável 
Se óbito for decorrente de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho, mesmo que o segurado não tenha cumprido as 18 contribuições necessárias, deixará a pensão por morte por período variável, a depender da idade do cônjuge sobrevivente. 
No caso de cônjuge ou companheiro(a) inválido ou com deficiência, a pensão por morte será concedida até a duração desta condição.
	Idade do Cônjuge ou Companheiro
	Duração do benefício (em anos)
	- 21
	3
	21 até 26
	6
	27 até 29
	10
	30 até 40
	15
	41 até 43
	20
	44 ou +
	Vitalícia
b) auxílio-doença/aposentadoria por invalidez de natureza acidentária, ou decorrente de doenças graves especificadas pelo Ministério da Economia
Exemplo de doenças que dispensam a carência: Tuberculose ativa, hanseníase, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, AIDS etc. O rol das doenças especificadas pelo Ministério da Economia não tem caráter exaustivo, mas sim meramente enunciativo.
c) Salário-maternidade (empregada, avulsa e doméstica)
Estas seguradas têm em seu favor a presunção de que seu ingresso no sistema previdenciário tem ânimo definitivo e não o intuito de cobertura apenas para a contingência maternidade, ficando preservado o equilíbrio financeiro e atuarial do RGPS.
d) Serviços sociais (prótese, órtese, reabilitação etc.);
e) Benefícios concedidos aos segurados especiais, no valor de um salário mínimo (art. 39, I, do PBPS)
Os segurados especiais estão dispensados do cumprimento de carência quando se trata dos benefícios de valor mínimo assegurados no inc. I do art. 39, porque não estão obrigados a contribuir. Porém, para ter direito a esses benefícios, devem comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, pelo período correspondente ao da carência do benefício.
	TABELA RESUMO DA CARÊNCIA
	BENEFÍCIO
	PRAZO DE CARÊNCIA
	Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez
	12 contribuições mensais. 
Essa carência, contudo, é dispensada nos seguintes casos:
a) acidente de qualquer natureza ou causa, doença-profissional ou do trabalho;
b) doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 anos.
	Aposentadoria por idade, por tempo de contribuição e especial
	180 contribuições mensais.
	Salário-maternidade para as seguradas contribuinte individual, especial (que contribui como CI) e facultativa
	10 contribuições mensais.
Em caso de parto antecipado, o período de carência será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o pargo foi antecipado
	Auxílio-reclusão
	24 contribuições mensais.
CONTAGEM: TRATAMENTO DIFERENCIADO (ART. 27, LBPS)
Para os segurados empregado, doméstico, avulso e contribuinte individual que preste serviços a pessoa jurídica por meio de cooperativas, a carência equivale ao período de filiação.
Assim, supondo que o empregado exerça suas atividades mas seu empregador não recolha a respectiva contribuição previdenciária, o período de carência será igual ao período de filiação, uma vez que este empregado não é o responsável tributário por proceder ao recolhimento de suas contribuições, não podendo, por conseguinte, sofrer prejuízo pelo descumprimento da legislação por parte de seu empregador. Há verdadeira presunção de recolhimento.
A seu turno, no caso do contribuinte individual, segurado especial e facultativo, o período de carência coincide com o recolhimento das contribuições previdenciárias em dia.
Saliente-se que para o segurado especial, considera-se período de carência o tempo mínimo de efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, igual ao número de meses necessários à concessão do benefício requerido (art. 26, § 1º, RPS). Além disso, não é computado, para efeito de carência o tempo de atividade do trabalhador rural anterior à competência novembro de 1991 (art. 55, § 2º, LBPS).
O entendimento jurisprudencial do STJ é no sentido de que em se tratando de um empregado rural que trabalha mediante subordinação para um empregador rural, mesmo sendo um tempo anterior a novembro de 1991 e não tendo havido recolhimento das contribuições, este segurado (trabalhador rural) não pode ser prejudicado porque ele não era o responsável por recolher as suas contribuições.
	Segurado
	Contagem do período de carência
	· Empregado
· Doméstico
· Avulso
	data da filiação ao RGPS
	· Contribuinte individual
· Segurado especial que contribui como contribuinte individual
· Segurado facultativo
	data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso
	· Segurado especial que não contribui como contribuinte individual
	da data do efetivo exercício da atividade rural
	· Contribuinte individual 
· Segurado facultativo
Que efetuam recolhimento trimestral
	da data da inscrição, sendo que cada contribuição contará por 3 meses
Cômputo dos períodos de afastamento por incapacidade
Súmula nº 73, TNU: O tempo de gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente de trabalho só pode ser computado como tempo de contribuição ou para fins de carência quando intercalado entre períodos nos quais houve recolhimento de contribuições para a previdência social.
Assim, se o benefício for de natureza acidentária, de acordo com a TNU, não se exige que os períodos sejam intercalados por períodos contributivos. 
Supondo que o segurado iniciou suas atividades em 2010 e trabalhou até o ano de 2015, quando sofreu um acidente e ficou um ano afastado. Neste caso, o período de afastamento será considerado para efeito de carência, ainda que não tenha origem ocupacional, quando intercalado com o desempenho da atividade. Por outro lado, se o segurado, no primeiro dia de trabalho, tenha sido acometido de moléstia que não tenha relação com o trabalho, o afastamento não será considerado para efeito de carência.
RESGATE DA QUALIDADE DE SEGURADO: RECUPERAÇÃO DA CARÊNCIA (ART. 27-A, LEI N. 8.213/91)
Ocorrendo a perda da qualidade de segurado, a regraé a perda do direito a toda e qualquer cobertura previdenciária. Todavia, admite-se o cômputo do período de recolhimento anterior na seguinte forma: a concessão dos benefícios de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, salário-maternidade e auxílio-reclusão, pressupõe o cumprimento de METADE da carência a partir da data da nova filiação à Previdência Social. 
Exemplo: o trabalhador foi contratado no ano de 2000 até 2010. Supondo que ele tenha ficado até 2015 sem trabalhar e, por conseguinte, tenha perdido a qualidade de segurado. Em 2016, ele é contratado novamente, ou seja, configurando-se nova filiação à Previdência Social. Se o segurado vier a adoecer a partir da nova filiação, para valer-se do tempo de carência (de 2000 a 2010), necessitará cumprir a metade do período da carência previsto para o benefício que ele vai requerer. Então, se o auxílio doença pressupõe 12 (doze) contribuições, o empregado teria que cumprir no mínimo a metade do período de carência (6 meses), para recuperar o período anterior ao desligamento, ou seja, anterior a perda da sua condição de segurado.
Atenção! a exigência de cumprimento da carência após a retomada das contribuições não se aplica aos benefícios de aposentadoria por idade, especial e por tempo de contribuição, pois a perda da qualidade de segurado passou a não ser considerada para a concessão destes benefícios. 
Aula 11 - RGPS - Período de Graça e Perda de Qualidade de Segurado - Prof. Fernando Maciel – Magistratura Federal 2020 - Gran Cursos
PERÍODO DE GRAÇA E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO
PERÍODO DE GRAÇA
Conceito
É o período em que, mesmo sem contribuir, o segurado mantém essa qualidade, conservando todos os seus direitos e fazendo jus às prestações sociais (benefícios + serviços). Constitui uma exceção ao caráter contributivo da Previdência Social. O fundamento normativo é o art. 15 da Lei 8.213/91:
Art. 15 Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: (...)
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.
Duração 
Nos termos do art. 15, LBPS:
Art. 15 Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: (...)
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto do auxílio-acidente;
O gozo do auxílio-acidente, que tem natureza acidentária, não confere ao beneficiário a possibilidade de manter a qualidade de segurado.
II - até 12 meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou que estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;
Por exemplo, o empregado que foi demitido mantém a qualidade de segurado por 12 meses, mesmo sem contribuir. Acrescente-se, todavia, que 12 meses é o prazo ordinário, mas pode sofrer prorrogações, na seguinte forma:
a) Mais 12 meses (24 meses): segurado com mais de 120 contribuições sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado (§ 1º); 
b) Mais 12 meses (24 ou 36 meses): segurado em situação de desemprego involuntário, comprovado pelo recebimento do seguro-desemprego, inscrição SINE, etc. (§ 2º).
A jurisprudência de alguns Tribunais Regionais Federais vinha abrandando a exigência do registro oficial do desemprego, no entendimento de que basta a anotação de rescisão do contrato de trabalho na CTPS.
A Súmula 27 da TNU dos Juizados Especiais Federais firmou entendimento no mesmo sentido: 
Súmula 27 do TNU: A ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho não impede a comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito.
O STJ decidiu que a situação de desemprego pode ser comprovada por outros meios de prova, e não apenas pelo registro no Ministério do Trabalho e do Emprego. Entretanto, firmou entendimento de que não basta a simples anotação de rescisão do contrato de trabalho na CTPS do segurado (PET 200900415402).
E se o desemprego foi voluntário? Nesse caso, o TNU entende ser indevida a prorrogação.
III - até 12 meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;
IV - até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;
V - até 3 meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;
Após deixar de prestar o serviço militar, manterá a qualidade de segurado por 3 meses.
VI - até 6 meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
	Manutenção da qualidade de segurado
	Sem limite de prazo
	Segurado em gozo de benefício, exceto auxílio acidente.
	Até 3 meses
	Segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar.
	Até 6 meses
	Segurado facultativo.
	Até 12 meses
	Segurado que deixar de exercer atividade remunerada;
Segurado acometido de doença de segregação compulsória;
Segurado retido ou recluso.
PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO
Transcorrido o período de graça, ocorrerá automaticamente a perda da qualidade de segurado? A resposta é negativa, pois a legislação previdenciária adota metodologia específica para definir o momento da perda da qualidade de segurado, que ocorre “no dia seguinte após o término do prazo de recolhimento da contribuição, referente ao mês posterior ao final do período de graça” (15, § 4º, c/c 102 LBPS):
Exemplo:
· Período de graça se encerra em janeiro/20;
· Mês posterior = fevereiro/20
· Prazo para recolhimento da contribuição (02/20) = março/2020.
DIREITO ADQUIRIDO 
Há situações em que a perda da qualidade de segurado não acarreta a perda do direito à cobertura previdenciária. São hipóteses taxativamente enumeradas na lei:
a) Aposentadorias por tempo de contribuição (regras de transição da EC n. 103/2019) e especial 
O art. 3º da Lei n. 10.666/2003 e o §5º do art. 13 do RPS preveem que a perda da qualidade de segurado não impede a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial.
Se o segurado cumpriu a necessária carência para a obtenção desses benefícios, a posterior perda da qualidade de segurado não pode impedi-lo de usufruir o benefício, sob pena de enriquecimento ilícito do orçamento previdenciário. É o que dispõem os arts. 102, § 1º, do PBPS, e 180, do RPS. O benefício será, então, concedido na forma da legislação em vigor na data em que todos os requisitos foram cumpridos. É a garantia constitucional do direito adquirido, respeitada pela legislação previdenciária.
b) Aposentadoria por idade
O § 1º do art. 3º da Lei n. 10.666/2003 dispõe que: “Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício”.
c) Pensão por morte após a perda da qualidade de segurado
Regra geral, perdida a qualidade de segurado, tanto este quanto seus dependentes deixam de ter direito a toda e qualquer cobertura previdenciária. Há situações, porém, em que a perda da qualidade de segurado ocorre quando já cumpridos, pelo segurado, todos os requisitos para a aposentadoria, em qualquer de suas espécies. Nesses casos, se vivo estivesse, o segurado teria direito adquirido de se aposentar. Então, a morte, nesse caso, após a perda da qualidade de segurado continua sendo contingência geradora de necessidade protegida pelo sistema previdenciário, ficando garantido aos dependentes o benefício de pensão por morte (art. 102, §2º, do PBPS e art. 180, §2º, do RPS).
d) Aposentadoria por invalidez (incapacidade total e permanente) 
Não perde a qualidade de segurado aquele que deixa de contribuir em razão de incapacidade para o trabalho, fazendo jus à aposentadoria por invalidez (incapacidade permanente, na forma da EC n. 103/2019).
Aula 12 - RGPS - Salário de Benefício Aula 10 - RGPS - Carência Previdenciária - Prof. Fernando Maciel – Magistratura Federal 2020 - Gran Cursos
CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS
No cálculo do valor dos benefícios são utilizados os seguintes fatores: salário de benefício, salário de contribuição, Período Básico de Cálculo (PBC) e FatorPrevidenciário (FP).
PERÍODO BÁSICO DE CÁLCULO
É o período contributivo considerado no cálculo do valor do benefício. O art. 26 da EC n. 103/2019 fixou o PBC para todos os benefícios: 100% do período contributivo a partir da competência julho de 1994, ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência. 
FATOR PREVIDENCIÁRIO
Consiste no resultado obtido após a aplicação de uma fórmula, e que se aplica sobre a média dos salários de contribuição.
A fórmula do cálculo do FP é a prevista no art. 32, §11, do RPS:
O §12 do art. 32 do RPS define os componentes da fórmula:
f = fator previdenciário;
Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria;
Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria;
Id = idade no momento da aposentadoria; e
a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.
Aplicação
O FP só se aplica ao cálculo dos benefícios de aposentadoria por idade e aposentadoria por tempo de contribuição conforme regras de transição da EC n. 103/2019.
Para os segurados que ingressarem no RGPS a partir da EC n. 103/2019, idade e tempo de contribuição não serão mais coberturas previdenciárias, mas, sim, serão requisitos cumulativos para a aposentadoria voluntária.
O fator previdenciário não se aplica à:
· Aposentadoria especial;
· Aposentadoria “por pontos” 86/96 (subespécie da aposentaria pode tempo de contribuição, quando a soma da idade e tempo de contribuição resultam em 86 pontos para a mulher e 96 pontos para homem);
· Aposentadoria por invalidez.
Objetivo
FP tem por objetivo estimular a permanência do segurado em atividade formal, retardando a sua aposentadoria para que não tenha um decréscimo no benefício; tenta compensar, de certa forma, o limite de idade que foi rejeitado quando da aprovação da EC n. 20/98. Retardando o número de aposentadorias, as contas do Sistema apresentarão uma “folga”.
Consequências 
São duas as principais consequências da aplicação do FP:
a) diminuição do salário de benefício para quem resolve se aposentar de acordo com as regras anteriores;
b) majoração do valor do benefício para quem retardar a aposentadoria, porque computará um tempo de contribuição maior e receberá a cobertura previdenciária por um período menor;
c) quanto menor a idade, menor será o valor do benefício.
Constitucionalidade
O STF, em decisão datada de 5/6/2020, reafirmou sua jurisprudência dominante sobre a constitucionalidade do fator previdenciário incidente no cálculo dos benefícios de aposentadoria de segurados do RGPS. A questão foi analisada no RE 1221630, que teve repercussão geral reconhecida (Tema 1091), e prevaleceu o entendimento firmado no julgamento da ADI 2111.
SALÁRIO DE BENEFÍCIO
Conceito
Nos termos do RPS, art. 31, salário de benefício é o valor básico utilizado para o cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação continuada, inclusive aqueles regidos por normas especiais. Trata-se de base de cálculo da renda mensal inicial do benefício.
Consigne-se que a importância referente ao salário de benefício é apurada a partir dos salários de contribuição do segurado, corrigidos mês a mês, de acordo com a variação integral do INPC, referente ao período decorrido a partir da primeira competência do salário de contribuição que compõe o período básico de cálculo até o mês anterior ao do início do benefício, de modo a preservar seu valor real (art. 33 do Decreto nº 3.048/99).
Com efeito, a renda mensal, que é o valor que o segurado receberá mensalmente, resulta da aplicação de um percentual sobre o valor do salário de benefício apurado. Todavia, não são calculados com base no salário de benefício os seguintes benefícios:
· Salário-família: é pago em cota fixa, de acordo com o número de dependentes do segurado de baixa renda;
· Pensão por morte: o cálculo do benefício considera a renda da aposentadoria do segurado, ou caso ainda não esteja aposentado, o benefício por incapacidade permanente;
· Salário-maternidade: o cálculo do benefício equivale ao valor da remuneração da segurada;
· Auxílio-reclusão: é concedido nas condições da pensão por morte.
Fundamento Legal
Art. 28, Lei nº 8.213/91 - O valor do benefício de prestação continuada, inclusive o regido por norma especial e o decorrente de acidente do trabalho, exceto o salário-família e o salário-maternidade, será calculado com base no salário-de-benefício.
Nova Sistemática (art. 26, EC 103/19) 
 Até que lei venha a disciplinar o cálculo dos benefícios, será utilizada a média aritmética simples dos salários de contribuição, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% de todo o período contributivo, desde a competência julho/94 (Plano Real) ou desde o início da contribuição, se posterior a essa competência.
Atualmente, salário de benefício não é mais considerado a média de 80% do período contributivo, com a possibilidade de descartar 20% das contribuições, como na sistemática anterior. Deste modo, a regra transitória acima mencionada torna inaplicável a disciplina anterior prevista no art. 29 da Lei 8.213/91.
Apesar disso, o art. 26, § 6º da EC 103/19 admite a exclusão de algumas contribuições prejudiciais, que venham a reduzir o valor do benefício: “Poderão ser excluídas da média as contribuições que resultem em redução do valor do benefício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do tempo excluído para qualquer finalidade, inclusive para o acréscimo a que se referem os §§ 2º e 5º, para a averbação em outro regime previdenciário ou para a obtenção dos proventos de inatividade das atividades de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal”.
Esta regra aplica-se às aposentadorias: programada, especial e por idade do trabalhador rural e as aposentadorias transitórias por idade e por tempo de contribuição, para as quais se exige tempo mínimo de contribuição (art. 32, § 25, RPS, acrescido pelo Decreto nº 10.410/20).
	
BENEFÍCIO
	SALÁRIO DE BENEFÍCIO
	Aposentadoria por invalidez 
(inclusive em razão de acidente do trabalho)
	De 05.04.1991 a 28.11.1999
Média aritmética simples dos últimos 36 salários de contribuição dos meses anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, apurados em período não superior a 48 meses.
A partir de 29.11.1999
Média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo (desde julho/94).
A partir de 13.11.2019
Média aritmética simples dos salários de contribuição correspondentes a 100% do período contributivo a partir de julho/1994.
	Aposentadoria por
idade
	De 05.04.1991 a 28.11.1999
Média aritmética simples dos últimos 36 salários de contribuição dos meses anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, apurados em período não superior a 48 meses.
A partir de 29.11.1999
Média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo (desde julho/94), multiplicada pelo FP (opcional).
A partir de 13.11.2019
Média aritmética simples dos salários de contribuição correspondentes a 100% do período contributivo a partir de julho/1994, com FP em algumas hipóteses.
	Aposentadoria por
tempo de
serviço/contribuição
	De 05.04.1991 a 28.11.1999
Média aritmética simples dos últimos 36 salários de contribuição dos meses anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, apurados em período não superior a 48 meses.
A partir de 29.11.1999
Média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo (desde julho/94), multiplicada pelo fator FP.
A partir de 18.06.2015
Pode optar entre aplicar o FP ou a fórmula 85/95.
A partir de 13.11.2019:
Média aritmética simples dos salários de contribuição correspondentes a 100% do período contributivo a partir de julho/1994, com FP ou fórmula 86/96 em algumas hipóteses.
	Aposentadoria
especial
	De 05.04.1991 a 28.11.1999
Média aritmética simples dos últimos 36 salários de contribuição dos meses anteriores ao do afastamento da atividade ou da data daentrada do requerimento, apurados em período não superior a 48 meses.
A partir de 29.11.1999
Média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo (desde julho/94).
A partir de 13.11.2019
Média aritmética simples dos salários de contribuição correspondentes a 100% do período contributivo a partir de julho/1994
	Auxílio-doença
(inclusive em
razão de acidente
do trabalho)
	De 05.04.1991 a 28.11.1999
Média aritmética simples dos últimos 36 salários de contribuição dos meses anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, apurados em período não superior a 48 meses.
A partir de 29.11.1999
Média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo (desde julho/94).
A partir de 13.11.2019
Média aritmética simples dos salários de contribuição correspondentes a 100% do período contributivo a partir de julho/1994.
	Auxílio-acidente
(inclusive em
razão de acidente
do trabalho)
	De 05.04.1991 a 28.11.1999
Média aritmética simples dos últimos 36 salários de contribuição dos meses anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, apurados em período não superior a 48 meses.
A partir de 29.11.1999
Média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo (desde julho/94).
A partir de 12.11.2019 (MP n. 905/2019)
50% do valor da aposentadoria por invalidez a que o segurado teria direito.
A partir de 13.11.2019
Média aritmética simples dos salários de contribuição correspondentes a 100% do período contributivo a partir de julho/1994.
PARÂMETROS GERAIS
a) O salário de benefício não poderá ser inferior ao valor de 1 (um) salário-mínimo (R$ 1.045,00, de acordo com a Portaria SEPRT n. 36599/2020);
b) O salário de benefício não poderá ser superior ao limite máximo do salário de contribuição, considerado na data do início do benefício, fixado em R$ 6.101,06, em 2020 (art. 26, § 1º, EC 103/19);
§ 1º A média a que se refere o caput será limitada ao valor máximo do salário de contribuição do Regime Geral de Previdência Social para os segurados desse regime (...)
PARÂMETRO ESPECIAL (BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA)
Não pode exceder a média dos últimos 12 salários-de-contribuição, inclusive em caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12, a média dos salários-de-contribuição existentes (29, § 10, Lei 8.213/91).
VALORES CONSIDERADOS NA APURAÇÃO DO SALÁRIO DE BENEFÍCIO
Segurado empregado
Serão considerados os ganhos habituais, a qualquer título, sobre os quais tenha incidido contribuições previdenciárias, exceto o 13º salário (29, § 3º, LBPS). Com efeito, deve-se ter em vista que apesar de incidir contribuição previdenciária sobre o 13º salário, esta verba não é considerada para fins de cálculo do salário de benefício.
De fato, o 13º salário deixou de ser considerado para fins de cálculo do salário de benefício a partir da vigência da Lei n. 8.870/94, mas antes de tal Lei, referida parcela devia ser computada para fins de cálculo do salário de benefício (Tema 904 – STJ). No mesmo sentido, a Súmula 83 da TNU.
SEGURADO ESPECIAL
Para o trabalhador rural em regime de economia familiar, que apenas deve comprovar efetivo tempo de exercício de atividade rural, o salário de benefício consiste no valor do salário-mínimo (renda mínima), salvo se optar pelo recolhimento similar ao contribuinte individual (art. 29, § 6º, LBPS).
BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE DURANTE O PERÍODO DE CÁLCULO (29, § 5º, LBPS)
Se no período de cálculo o segurado receber benefício por incapacidade, sua duração será computada para fins de salário-de-benefício. Assim, supondo que o segurado se acidentou e passou a receber auxílio por incapacidade benefício, não incidirá contribuição sobre este benefício. Este período, contudo, será computado no cálculo do benefício de futura aposentadoria. Neste caso, será considerado como salário-de-contribuição o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal do benefício por incapacidade:
1) Verifica-se a média utilizada para concessão do auxílio por incapacidade temporária;
2) A média apurada será utilizada para concessão da aposentadoria.
 Além disso, o valor será reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário-mínimo.
AUXÍLIO-ACIDENTE
Para o empregado, doméstico, avulso e segurado especial, o valor mensal do auxílio-acidente integra o salário-de-contribuição, para fins de cálculo do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria (art. 31, LBPS).
ATIVIDADES CONCOMITANTES (ART. 32, LEI 8.213/91)
O salário-de-benefício será calculado com base na soma dos salários-de-contribuição das atividades concomitantes exercidas na data do requerimento ou do óbito, ou no período básico de cálculo (Redação Lei 13.846/19). 
Os salários-de-contribuição não serão somados em duas hipóteses: 
a) Quando o segurado já recolher sobre o “Teto do RGPS” em relação a uma das atividades (§ 1º); 
b) Se o segurado já tiver sofrido redução do salário-de-contribuição em uma das atividades concomitantes em respeito ao limite máximo desse salário (§ 2º).
Aula 13 - RGPS - Renda Mensal e Reajustamento dos Benefícios - Prof. Fernando Maciel – Magistratura Federal 2020 - Gran Cursos
RENDA MENSAL
CONCEITO
Calculado o valor do salário de benefício, passa-se à operação seguinte, que é o cálculo do valor da Renda Mensal Inicial do Benefício (RMI).
A RMI é o valor da primeira prestação que o segurado receberá mensalmente. É calculada mediante a aplicação de um coeficiente sobre o valor do salário de benefício. Esse coeficiente varia de acordo com o benefício requerido.
Vale recordar, nos termos do art. 31 do RPS, com redação dada pelo Decreto 10.410/20, “Salário de benefício é o valor básico utilizado para o cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação continuada, inclusive aqueles regidos por normas especiais, exceto: 
I - o salário-família; 
II - a pensão por morte; 
III - o salário-maternidade; 
IV - o auxílio-reclusão; e 
V - os demais benefícios previstos em legislação especial”.
COEFICIENTES DE CÁLCULO
a) Auxílio-acidente: 50% do salário-de-benefício (art. 86, § 1º, Lei 8.213/91); 
b) Auxílio por incapacidade temporária: 91% do salário-de-benefício (art. 61, Lei 8.213/91);
c) Aposentadorias programadas e por incapacidade permanente “comum”: 60% do salário-de-benefício, acrescido de 2% por cada ano de contribuição que superar o tempo de 20 anos (art. 26, § 2º, EC 103/19);
Para as mulheres filiadas ao RGPS e na aposentadoria especial por condições prejudiciais aos 15 anos de contribuição, o acréscimo incidirá a partir desse tempo (15 anos); 
Esta regra se aplica-se tanto às regras permanentes quanto às de transição previstas nos arts. 15, 16 e 18 da EC 103/19. Além disso, o coeficiente de cálculo não está limitado a 100% da média, mas limita-se ao “Teto do RGPS”.
d) Aposentadoria pela regra de transição do art. 17 da EC 103/19 (Pedágio de 50%): 100% do salário-de-benefício, multiplicado pelo fator previdenciário.
e) Aposentadoria por incapacidade permanente “ocupacional”: 100% do salário-de-benefício (art. 26, § 3º, II, EC 103/19);
A incapacidade permanente ocupacional decorre de acidente do trabalho e doenças ocupacionais (profissional e do trabalho).
f) Pensão por morte (art. 23, EC 103/19): 
Cota fixa: de 50% + Cota variável: 10% por dependente, limitado a 100%; 
Base de cálculo: valor da aposentadoria recebida pelo segurado, ou que teria direito se estivesse aposentado por incapacidade permanente (invalidez) na data de seu óbito. 
Dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave (§ 2º): 100% da base de cálculo;
O valor é recalculado quando houver a superação da condição da invalidez do dependente (§ 3º).
g) Auxílio-reclusão: renda mensal limitada a 1 salário-mínimo (art. 27, § 1º, EC 103/19) 
§ 1º Até que lei discipline o valor do auxílio-reclusão, de que trata o inciso IV do art. 201da Constituição Federal, seu cálculo será realizado na forma daquele aplicável à pensão por morte, não podendo exceder o valor de 1 (um) salário-mínimo.
PARÂMETROS 
O benefício que substituir o salário-de-contribuição ou o rendimento do trabalho não terá valor (33, LBPS): 
· Inferior ao salário-mínimo;
· Superior ao “Teto” da Previdência Social;
Exceções
a) Ao piso previdenciário - podem ter valor inferior ao mínimo: 
· auxílio-acidente
· salário-família 
· benefício por incapacidade temporária (atividades concomitantes);
b) Ao teto previdenciário: 
· Adicional de 25% do aposentado por incapacidade permanente (invalidez) que necessitar assistência permanente de um terceiro (45, LBPS); 
· Salário-maternidade da empregada e avulsa, observado o “Teto” do funcionalismo público federal (Ministro do STF); 
· Aposentadorias e pensões especiais pagas à conta do Tesouro Nacional (Anistiados políticos, ex-combatentes da 2ª Guerra Mundial etc.)
REAJUSTE DOS BENEFÍCIOS
PREVISÃO CONSTITUCIONAL 
A CF/88 assegura a irredutibilidade do valor dos benefícios (art. 194, parágrafo único, IV) e o reajustamento periódico dos benefícios para a preservação de seu valor real (art. 201, § 4º).
Art. 201. (...) § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.
PREVISÃO LEGAL (41-A, LBPS) 
O valor dos benefícios deve ser reajustado anualmente, na mesma data de reajuste do salário mínimo, com base no INPC, que reflete o poder de compra dos trabalhadores na faixa de 01 a 08 salários mínimos, maioria dos trabalhadores do RGPS; 
REVISÃO JUDICIAL 
Ocorrendo revisão judicial, STJ e TNU definem que o termo inicial dos efeitos financeiros retroage à data de início do benefício.
BIBLIOGRAFIA
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito previdenciário esquematizado. 10ª ed. Ebook. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

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