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CIC 053 – TEORIA NORMATIVA DA CONTABILIDADE Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Ciências Contábeis Profa. Bruna Camargos Avelino bcavelino@gmail.com 3409 7266 Gabinete: 2050 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ❑ Para o FASB, para o IASB e para o CPC: o patrimônio líquido representa “o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.” (Flores, Braunbeck & Carvalho, 2018, p. 189). ❑ “Patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos” (Resolução nº 1.374 do CFC, 2011). 3 DEFINIÇÕES DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO ❑ “parte do patrimônio que efetivamente sobra para seu proprietário após somar bens e direitos e subtrair do total as obrigações; situação líquida; riqueza líquida; medida de riqueza da empresa.” (Marion, 2009, p. 43). ❑ “Definimos Patrimônio Líquido como a diferença entre o valor do Ativo e do Passivo de uma entidade, em determinado momento.” (Iudícibus et al., 2010, p. 19). 4 DEFINIÇÕES DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO ❑ O patrimônio líquido de uma entidade pode ser proveniente das seguintes fontes: ✓ Investimento dos sócios: efetuados pelos proprietários em troca de ações, quotas ou outras participações; ✓ Lucros: Acumulados na entidade e não distribuídos aos sócios como fonte (adicional) de financiamentos. 5 FONTES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (Iudícibus et al, 2009, p. 19). 6 ESTRUTURA DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO NBC TG 26 (2017), adaptado. 7 ESTRUTURA DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ➢ De acordo com a Lei nº 6.404/76, com redação modificada pela Lei nº 11.941/09, o Patrimônio Líquido é dividido em: a) Capital Social: representa valores recebidos dos sócios e também aqueles gerados pela empresa que foram formalmente (juridicamente) incorporados ao Capital (lucros a que os sócios renunciaram e incorporaram como capital); b) Reservas de Capital: representam valores recebidos que não transitaram e não transitarão pelo resultado como receitas, pois derivam de transações de capital com os sócios; 8 ESTRUTURA DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO c) Ajustes de Avaliação Patrimonial: representam as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência; d) Reservas de Lucros: representam lucros obtidos e reconhecidos pela empresa, retidos com finalidade específica; e) Ações em Tesouraria: representam as ações da companhia que são adquiridas pela própria sociedade; 9 ESTRUTURA DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO f) Prejuízos Acumulados: representam resultados negativos gerados pela empresa à espera de absorção futura. 10 ESTRUTURA DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO – CAPITAL SOCIAL CAPITAL REALIZADO ➢ O valor que deve constar do Patrimônio Líquido no subgrupo de Capital Social é o do Capital Realizado, ou seja, o total efetivamente integralizado pelos acionistas. ➢ O art. 182 da Lei nº 6.404/76 estabelece que “a conta do capital social discriminará o montante subscrito, e, por dedução, a parcela ainda não realizada”. Dessa forma, a empresa deve ter a conta de Capital Subscrito e a conta devedora de Capital a Integralizar, sendo que o líquido entre ambas representa o Capital Realizado. 11 SOCIEDADES ANÔNIMAS COM CAPITAL AUTORIZADO ➢ Algumas S.A.s têm Capital Autorizado. ➢ Denomina-se Capital Autorizado o limite estabelecido em valor ou em número de ações, pelo qual o Estatuto autoriza o Conselho de Administração a aumentar o capital social da companhia, independentemente de reforma estatutária, dando mais flexibilidade à empresa, o que é particularmente útil em época de expansão, que periodicamente requer novas injeções de capital. ESTRUTURA DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO – CAPITAL SOCIAL SOCIEDADES ANÔNIMAS COM CAPITAL AUTORIZADO ➢ A informação do valor do Capital Autorizado é útil e deve ser divulgada nas Demonstrações Contábeis, podendo ser no próprio balanço, na descrição da conta Capital, ou ser mencionada no topo das Demonstrações Contábeis. 12 ESTRUTURA DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO – CAPITAL SOCIAL 13 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE CAPITAL ➢ As Reservas de Capital são constituídas de valores recebidos pela companhia e que não transitam pelo Resultado como receitas, por se referirem a valores destinados a reforço de seu capital, sem terem como contrapartidas qualquer esforço da empresa em termos de entrega de bens ou de prestação de serviços. ÁGIO NA EMISSÃO DE AÇÕES ➢ Na conta Capital Social, as ações devem figurar somente por seu valor nominal. O excedente, ou seja, a diferença entre o preço de subscrição das ações pago pelos acionistas à Companhia e o valor nominal dessas ações deve ser registrada em conta de Reserva de Capital (Ágio na Emissão de Ações). 14 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE CAPITAL RESERVA ESPECIAL DE ÁGIO NA INCORPORAÇÃO (INCORPORAÇÃO REVERSA) ➢Essa conta aparece no patrimônio líquido da incorporadora, como contrapartida do montante do ágio (líquido de seu benefício fiscal, quando existente) resultante da aquisição do controle da companhia aberta que incorporar sua controladora. 15 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE CAPITAL ALIENAÇÃO DE PARTES BENEFICIÁRIAS E BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO ➢ As partes beneficiárias e os bônus de subscrição são valores mobiliários que podem ser alienados e, nesse caso, o produto da alienação é contabilizado em Reserva de Capital específica. 16 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE CAPITAL 17 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE CAPITAL ALIENAÇÃO DE PARTES BENEFICIÁRIAS E BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO ➢ A emissão dos bônus de subscrição está condicionada ao limite de capital autorizado previsto no estatuto da empresa. ➢ Ressalta-se que a Lei n. 10.303/01 vedou às companhias abertas emitir partes beneficiárias (parágrafo único do art. 47), persistindo os procedimentos contábeis para as partes beneficiárias existentes. ➢ A conta Ajustes de Avaliação Patrimonial foi introduzida na contabilidade brasileira pela Lei n. 11.638/07 para receber as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência. 18 ESTRUTURA DO PL –AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 19 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE LUCROS ➢ Reservas de lucros são as constituídas pela apropriação de lucros da companhia. ➢ Conforme § 6 do art. 202 da Lei n. 6.404/76, adicionado pela Lei n. 10.303/01, caso ainda existam lucros remanescentes, após a segregação para pagamentos dos dividendos obrigatórios e após a destinação para as diversas reservas de lucros, estes devem ser também distribuídos como dividendos. 20 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE LUCROS ➢ Esse novo parágrafo acaba por determinar que as companhias sempre deem destinação total para os lucros auferidos. 21 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE LUCROS ➢ A sociedade anônima não pode, em hipótese alguma, reter lucros sem total justificativa. ➢ No caso das sociedades limitadas e outras a obrigatoriedade dessa distribuição não existe, já que se trata de assunto exclusivo da alçada dos sócios. 22 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE LUCROS RESERVA LEGAL ➢ Essa reserva, basicamente instituída para dar proteção ao credor, deverá ser constituída com a destinação de 5% do lucro líquido do exercício. ➢ Será constituída obrigatoriamente pela companhia até que seu valor atinja 20% do capital social realizado, quando então deixará de ser acrescida; ou poderá, a critério da companhia, deixar de receber créditos, quando o saldo desta reserva, somado ao montante das Reservas de Capital, atingir 30% do capital social. 23 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE LUCROS RESERVAS ESTATUTÁRIAS ➢ As reservas estatutárias são constituídas por determinação do estatuto da companhia, como destinaçãode uma parcela dos lucros do exercício. 24 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE LUCROS RESERVA PARA CONTINGÊNCIAS ➢ O objetivo da constituição dessa reserva é segregar uma parcela de lucros, inclusive com a finalidade de não distribuí-la como dividendo, correspondente a prováveis perdas extraordinárias futuras, que acarretarão diminuição dos lucros (ou até o surgimento de prejuízos) em exercícios futuros. ➢ Com sua constituição, está-se fortalecendo a posição da Sociedade para fazer frente à situação prevista. 25 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE LUCROS RESERVAS DE LUCROS A REALIZAR ➢ Essa reserva é constituída por meio da destinação de uma parcela dos lucros do exercício, sendo, todavia, optativa sua constituição. ➢ O objetivo de constituí-la é não distribuir dividendos obrigatórios sobre a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente (apesar de contábil e economicamente realizada) pela companhia, quando tais dividendos excederem a parcela financeiramente realizada do lucro líquido do exercício. 26 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE LUCROS RESERVA DE LUCROS PARA EXPANSÃO ➢ Para atender a projeto de investimento, a companhia poderá reter parte dos lucros do exercício, conforme disciplinado pelo art. 196 da Lei n. 6.404/76, que trata da reserva de Retenção de Lucros. ➢ Essa retenção deverá estar justificada com o orçamento de capital da companhia, ser proposta pela administração e aprovada pela assembleia geral. ➢ Essa Reserva também não pode ser constituída em detrimento do pagamento do dividendo obrigatório. 27 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE LUCROS RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS ➢ A Reserva de Incentivos Fiscais foi criada pela Lei n. 11.638/07, que adicionou à Lei n. 6.404/76 o art. 195-A, com a seguinte redação: “A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório. 28 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE LUCROS RESERVA ESPECIAL PARA DIVIDENDO OBRIGATÓRIO NÃO DISTRIBUÍDO ➢ A companhia deverá constituir essa Reserva de Lucros quando tiver dividendo obrigatório a distribuir, mas sem condições financeiras para seu pagamento. ➢ Nesse caso, o dividendo deixa de ser pago naquele exercício e, para tanto, já no balanço, dever-se-á apurar o valor do dividendo obrigatório e apropriá-lo para essa reserva especial de lucros a débito de Lucros Acumulados. 29 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE LUCROS DIVIDENDOS PROPOSTOS ➢ A definição de Passivo obriga à existência de uma obrigação legal ou não formalizada (construtiva) na data do balanço. Com isso, os dividendos propostos a serem pagos que estão fundamentados em obrigação estatutária (dividendo mínimo obrigatório) atendem a essa definição e devem ficar registrados no Passivo Circulante. 30 ESTRUTURA DO PL – RESERVAS DE LUCROS DIVIDENDOS PROPOSTOS ➢ Já os dividendos propostos pela administração excedentes a esse mínimo obrigatório não atendem àquela definição de Passivo e, por isso, não podem mais figurar no Passivo Circulante da companhia. ➢ Como a Lei das S.A. exige a contabilização da proposta da destinação integral do resultado, esse dividendo excedente ao mínimo obrigatório deve ser efetivamente registrado, com débito a Lucros ou Prejuízos Acumulados, mas a crédito de conta especial do Patrimônio Líquido, do tipo “Dividendo Adicional Proposto”. 31 ESTRUTURA DO PL –AÇÕES EM TESOURARIA ➢ As ações da companhia que forem adquiridas pela própria sociedade são denominadas Ações em Tesouraria. ➢ A aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são transações de capital da companhia com seus sócios, não devendo afetar o resultado. 32 ESTRUTURA DO PL – PREJUÍZOS ACUMULADOS ➢ A partir da vigência da Lei n. 11.638/07 foi extinta a possibilidade de manutenção e apresentação de saldos a título de Lucros Acumulados no Balanço Patrimonial, mas apenas para o caso das sociedades por ações, o que não significa que a referida conta deverá ser eliminada dos planos de contas dessas entidades. 33 ESTRUTURA DO PL – PREJUÍZOS ACUMULADOS ➢ No entanto, no balanço patrimonial, só poderá aparecer quando tiver saldo negativo, e será denominada de Prejuízos Acumulados. 34 ➢ Conforme Hendriksen e Van Breda (1999), as teorias dos direitos de propriedade, abordagens do PL, baseiam-se no direito de participação ou direitos de acionistas sob uma entidade. ➢ Essas teorias demonstram e analisam, sob óticas distintas, o relacionamento da empresa e seus proprietários. ABORDAGENS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 35 ABORDAGENS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Teoria da Propriedade Teoria da Entidade Ativo – Passivo = Proprietário Ativo = Obrigações + PL 36 ABORDAGENS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Teoria de Direitos Residuais Teoria Empresarial Ativo – Direitos Específicos = Direitos Residuais Lucro = Valor Adicionado ❑ A escolha de qual o conceito de capital mais apropriado para entidade deve levar em conta as necessidades dos usuários das demonstrações. ❑ “O conceito de capital financeiro deve ser adotado se os usuários das demonstrações contábeis estiverem primariamente interessados na manutenção do capital nominal investido ou no poder de compra do capital investido.” 37 CONCEITOS DE CAPITAL Resolução nº 1.374 do CFC (2011). ❑ Se a principal preocupação dos usuários for com a capacidade operacional da entidade, o conceito a ser adotado é o de capital físico. ❑ “O conceito escolhido indica o objetivo a ser alcançado na determinação do lucro, mesmo que possa haver algumas dificuldades de mensuração ao tornar operacional o conceito.” 38 CONCEITOS DE CAPITAL Resolução nº 1.374 do CFC (2011). ❑ Os conceitos de capital dão origem aos seguintes conceitos de manutenção de capital: ✓ Manutenção do capital financeiro: o lucro é considerado auferido somente se o montante financeiro (ou dinheiro) dos ativos líquidos no fim do período exceder o seu montante financeiro (ou dinheiro) no começo do período, depois de excluídas quaisquer distribuições aos proprietários e seus aportes de capital durante o período. 39 MANUTENÇÃO DE CAPITAL Resolução nº 1.374 do CFC (2011). ❑ Os conceitos de capital dão origem aos seguintes conceitos de manutenção de capital: ✓ Manutenção do capital físico: o lucro é considerado auferido somente se a capacidade física produtiva (ou capacidade operacional) da entidade (ou os recursos ou fundos necessários para atingir essa capacidade) no fim do período exceder a capacidade física produtiva no início do período, depois de excluídas quaisquer distribuições aos proprietários e seus aportes de capital durante o período.” 40 MANUTENÇÃO DE CAPITAL Resolução nº 1.374 do CFC (2011). ❑ “O conceito de manutenção de capital está relacionado com a forma pela qual a entidade define o capital que ela procura manter. ❑ Ele representa um elo entre os conceitos de capital e os conceitos de lucro, pois fornece um ponto de referência para medição do lucro; 41 MANUTENÇÃO DE CAPITAL Resolução nº 1.374 do CFC (2011) ❑ “O conceito de manutenção do capital físico requer a adoção do custo corrente como base de mensuração.” ❑ “O conceito de manutenção do capital financeiro, entretanto, não requer o uso de uma base específica de mensuração.” 42 MANUTENÇÃO DE CAPITAL Resolução nº 1.374 do CFC (2011). 43 QUAL A RELAÇÃO ENTRE OS CONCEITOS DE MANUTENÇÃO DE CAPITAL (FÍSICO X FINANCEIRO) E O PATRIMÔNIO LÍQUIDO? MANUTENÇÃO DE CAPITAL 44 ❑ Na manutenção do capital financeiro o lucro é considerado auferido se a variação do patrimônio líquido (saldo atual menos saldo anterior) for positiva. ❑ Na manutenção do capital físico, quando o capital é definido em termos de capacidade física produtiva, o lucro representa o aumento desse capital ao longo do período.MANUTENÇÃO DE CAPITAL ❑ “A contabilidade tem várias áreas polêmicas. Uma delas ainda é o desenho da linha que separa um instrumento de dívida (passivo) e um instrumento de patrimônio.” (Flores, Braunbeck & Carvalho, 2018, p. 193) ❑ Por exemplo, uma ação deve ser classificada no passivo ou no patrimônio líquido? Resposta: “depende”. Para que possamos concluir, é necessário ler os termos do contrato/instrumento 45 PASSIVO VERSUS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Vamos entender... i. os títulos patrimoniais que se parecem com dívidas; e ii. os títulos de dívidas que se parecem com patrimônio... 46 PASSIVO VERSUS PATRIMÔNIO LÍQUIDO ❑ “Instrumento patrimonial é qualquer contrato que evidencie uma participação nos ativos de uma entidade após a dedução de todos os seus passivos. ” ❑ “Instrumento financeiro é qualquer contrato que dê origem a um ativo financeiro para a entidade e a um passivo financeiro ou instrumento patrimonial para outra entidade.” 47 PASSIVO VERSUS PATRIMÔNIO LÍQUIDO (NBC TG 39, 2017) ❑ “Há casos em que um instrumento financeiro emitido é composto e possui tanto características patrimoniais como de dívida. Nesse caso, deve segregar os dois elementos e apresentá-los separadamente.” (Flores, Braunbeck & Carvalho, 2018, p. 196). 48 INSTRUMENTOS FINANCEIROS COMPOSTOS ❑ “O emitente de instrumento financeiro não derivativo deve avaliar os termos do instrumento financeiro para determinar se ele contém tanto um passivo quanto um componente de patrimônio líquido. Tais componentes devem ser classificados separadamente como passivos financeiros, ativos financeiros ou instrumentos patrimoniais.” (NBC TG 39, 2017, p.15). 49 INSTRUMENTOS FINANCEIROS COMPOSTOS ❑ A entidade deve reconhecer separadamente os componentes de instrumento financeiro que (a) crie um passivo financeiro da entidade e (b) conceda opção ao titular do instrumento de convertê-lo em instrumento patrimonial da entidade. ✓ Por exemplo, um título ou instrumento similar conversível pelo titular em um número fixo de ações ordinárias da entidade é um instrumento financeiro composto. 50 INSTRUMENTOS FINANCEIROS COMPOSTOS (NBC TG 39, 2017) 51 PASSIVO VERSUS PATRIMÔNIO LÍQUIDO ❑ Segundo Hendriksen e Breda (1999): ✓ A grande diferença entre obrigações e patrimônio líquido é que a avaliação dos direitos dos credores pode ser determinada separada ou independentemente de outras avaliações (com bom grau de solvência); ✓ Enquanto os direitos dos acionistas são mensurados pela avaliação dos ativos, originalmente investidos, mais a avaliação dos lucros reinvestidos. 52 PASSIVO VERSUS PATRIMÔNIO LÍQUIDO ❑ Iudícibus (2009), elucida algumas características que diferem patrimônio líquido de exigibilidade, são elas: ✓ Prioridade no recebimento: os credores têm prioridade em relação aos acionistas no recebimento de amortizações e, por consequências juros. ✓ Determinação de montante e recebimento: montantes devidos aos credores quase sempre são de fácil identificação, objetivamente; já acionistas dependem de fatores como lucro, constituição de reservas, condições financeiras da entidade, entre outros. 53 PASSIVO VERSUS PATRIMÔNIO LÍQUIDO ✓ Data de vencimento da dívida: as datas de vencimento das exigibilidades, na maioria das vezes, podem ser determinadas contratualmente; o patrimônio líquido, porém, não é uma obrigação legal para a entidade em continuidade, podendo ser estatutária. 54 PASSIVO VERSUS PATRIMÔNIO LÍQUIDO
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