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EA D 4 Séculos 19 e 20: A Era do Totalitarismo 1. OBJETIVOS • Analisar e compreender a questão social e suas conse- quências. • Compreender a Doutrina Social da Igreja. • Identificar e analisar os Acordos de Latrão. 2. CONTEÚDOS • Igreja e questão social. • Doutrina Social da Igreja. • Questão Romana. • Acordos de Latrão. © História da Igreja Moderna e Contemporânea106 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) É importante aprofundar seus conhecimentos sobre as estruturas políticas e econômicas do fim do século 19, que conduziram o Catolicismo a elaborar a sua DSI – Doutrina Social da Igreja, com ponto de apoio ao opera- riado e crítica ao Liberalismo excludente. 2) É interessante também conhecer os fatos que levaram à Unificação Italiana em 1870, com o consequente fim do Estado Pontifício. Lembre-se de que o fruto da Uni- ficação Italiana foram os conflitos entre o Vaticano e o novo governo italiano, gerando a Questão Romana, só solucionada por Benito Mussolini em 1929. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE A unidade anterior mostrou-nos o Liberalismo e suas conse- quências, dentre as quais está o surgimento do estado moderno. Juntamente com as mudanças, vieram os desafios, e um de- les foi a questão social. Como resolvê-la? A Igreja também tomou uma posição sobre a questão social, que veremos no decorrer do estudo desta unidade, bem como a questão romana e os tratados de Latrão. Vamos aos estudos? 5. IGREJA E QUESTÃO SOCIAL No decorrer do século 18 e início do século 20, dois fenô- menos complementares caracterizaram a vida técnico-econômico- -social. Por um lado, assistiu-se a um imenso progresso técnico, industrial e comercial nos países europeus inicialmente e, mais tarde, em todos os continentes, com inumeráveis repercussões psicológicas e sociais. O homem venceu, em grande parte, a natu- 107© Séculos 19 e 20: A Era do Totalitarismo reza, superou distâncias e rompeu muitos dos vínculos materiais que, por milênios, o haviam condicionado. Por outro lado, esse fortíssimo incremento, somente depois de vários decênios, trou- xe o bem-estar geral e uma elevação de vida de todas as classes (MARTINA, 1966, p. 26). A indústria nascente em todos os países ocasionou a concen- tração de riquezas nas mãos de um pequeno número de empreen- dedores. Com o tempo, a potência do capital aumentou e poucos homens tinham em suas mãos os destinos do mundo. Em grande parte do século 18 e nos países onde o desenvolvimento veio mais tarde, o proletariado, quase sempre oprimido pela miséria e de- gradado pelo trabalho, vivia em condições desumanas: 1) Horários que, no início, alcançavam 14 a 17 horas, du- rante as quais o operário devia repetir mecanicamente o mesmo gesto. 2) Emprego indiscriminado de mulheres e crianças (às ve- zes, abaixo dos seis anos). 3) Falta de toda segurança diante das doenças e infortú- nios. 4) Salários apenas suficientes para manter o operário, e não a família. 5) Subalimentação e habitações insalubres. Eis as condições habituais de vida do proletariado urbano que Marx, em sua obra Capital, e Charles Dickens, nos seus ro- mances, retratam com muita realidade. Além disso, o raquitismo, a tuberculose e a mortalidade infantil eram largamente difundidos no meio dessas massas indefesas, que facilmente caíam no vício do alcoolismo ou na prostituição. Se a sorte dos operários era dura, a dos camponeses, que ainda não tinham contato com a industrialização, não era diferen- te: a subalimentação multiplicava muitas doenças e o problema da promiscuidade era bastante grande. A esse proletariado industrial ou agrícola, as classes dirigentes não sabiam oferecer outro remé- dio senão a paciência e a resignação. © História da Igreja Moderna e Contemporânea108 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO Dois fatores essenciais da questão social Vejamos, a seguir, os dois fatores essências da questão so- cial: • A Revolução Industrial, que substituiu em grande escala a máquina pelo homem. Atualmente, fala-se de uma se- gunda revolução (a informatização), devido à crescente automatização da indústria, que torna sempre mais su- pérfluo o trabalho do homem. • O Liberalismo econômico com os quatro elementos re- cordados: amoralismo econômico, livre concorrência, absenteísmo estatal e individualismo. Recorda-se, nesse sentido, a Lei Le Chapelier (Código penal francês de 1810, Arts. 414 e 416) e seu significado histórico, isto é, o fim das antigas corporações medievais que se transformaram em castas fechadas, interessadas na defesa dos próprios interesses: a lei rompeu esse fechamento; contudo, ao proibir toda associação operária, acabava por abandonar os operários a si próprios. Recorda-se, ainda, o significado do termo "liberalismo", isto é, "aplicação dos princípios liberais na economia". Este provocou um forte desenvol- vimento da economia e explica-se, assim, o entusiasmo provocado por ele. Todavia, o progresso deu vantagem somente aos capitalistas, e não aos operários. Diante de situação tão desafiadora, surgiram tentativas de solucionar a questão social: o socialismo puro, o sindicalismo e o socialismo científico (comunismo). O socialismo puro não saiu da teoria; o sindicalismo apresentou-se como solução em muitos paí- ses e passou por três fases distintas: a fase de sua clandestinidade; a fase em que foi tolerado e, por último, a em que era reconhecido juridicamente. Já o comunismo (socialismo científico) fora adota- do por alguns países do leste europeu no século 20. Em 1848, Karl Marx e Engels elaboraram o livro Manifesto do partido comunista, que se tornou referência aos movimentos 109© Séculos 19 e 20: A Era do Totalitarismo sociais, uma vez que traz uma síntese da história da humanidade segundo o esquema de luta de classes, que, na Idade Moderna, justamente pelo sucesso da burguesia, com o desenvolvimento in- dustrial e o aumento do proletariado esmagado, tendia a lutar de modo sempre mais organizado contra a burguesia, antes de modo disperso, depois organizando-se em um partido político. Vale dizer, ainda, que o escopo dos comunistas é a formação do proletariado em classe, de modo a destruir o domínio burguês e a conquistar o poder político. É bem conhecido o apelo final do livro: "proletários de todos os países, uni-vos". O acordar dos católicos diante dos problemas sociais Com relação aos problemas sociais, houve, na Igreja, a co- existência de duas tendências. A primeira, caritativa-assistencial, reconheceu justa (isto é, respondeu às exigências objetivas da rea- lidade e da justiça) a situação econômico-social do proletariado do século 18 e pensava poder resolver os inconvenientes até muito vi- síveis e inegáveis com a ajuda dada a título de "caridade", e não de "justiça". Esse posicionamento prevaleceu de modo determinante na primeira metade do século 18, mas não se extinguiu nem mes- mo depois. A segunda tendência propriamente social procurou uma solução superando o plano caritativo, seja evitando sempre a luta sistemática e a revolução, seja respeitando a propriedade. Essa linha se fez sempre mais forte, enquanto a primeira se torna- va mais fraca. Dentro da Igreja, a linha mais conservadora preocupou-se em defender o direito de propriedade, de condenar em bloco o socialismo e o comunismo, sem aprofundar o exame das questões persuadidas de que tudo se resolveria com a generosidade dos ri- cos. Essa mentalidade apareceu em vários documentos pontifícios como: Qui pluribus (1846); Quanta cura e Sillabo (1864), entre ou- tros que recordavam e condenavam, também, o amoralismo eco- nômico. © História da Igreja Moderna e Contemporânea110 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO Vale ressaltar que todos esses documentos tinham como tema principala defesa do direito de propriedade. Já os católicos que estavam inseridos dentro de uma linha propriamente social surgiram como o prolongamento da linha conservadora; concre- tamente, o desenvolvimento da ação caritativa que, num primeiro momento, não foi desvalorizada. Podemos citar, nesse contexto, as Conferências de São Vicente de Paulo, nascidas em 1833 por obra de Frederico Ozanam, morto em 1853 com 40 anos; essas conferências foram o instrumento de formação social de vários futuros dirigentes católicos. Houve, depois, uma larga série de ini- ciativas caritativas de Cotolengo com o seu hospital e as escolas profissionais de Dom Bosco. Sobre o tema do "catolicismo social", Gutierrez (2005, p. 16- 17) afirma que: [...] é impossível compreender a gênese e a evolução da Doutrina social da Igreja sem evocar toda uma geração de católicos sociais, cardeais, bispos, sacerdotes e leigos europeus e norte-americanos. Estes, mediante uma rica reflexão teórica e uma multiforme ação social, iniciaram o processo de reencontro da Igreja com os assa- lariados industriais e tornaram possível a formulação da Doutrina Social da Igreja. É muito provável que sem a sua contribuição não teríamos tido a Rerum Novarum. Sob o plano propriamente social, podemos mencionar, entre os primeiros estudos, as primeiras denúncias e as primeiras inicia- tivas, as pregações do bispo Von Ketteler, em Magonza, em 1848, o qual reivindicava a competência da Igreja na questão social e propunha cooperativas de produção. As intervenções de vários bispos, que apontavam as injustiças do sistema e procuravam as causas últimas, eram o amoralismo econômico, a negação da fun- ção social da propriedade, o absenteísmo estatal e o individualis- mo, que, com a supressão das corporações, privou os operários do meio mais eficaz para se defenderem. Vale ressaltar que a lista das lideranças católicas que inicia- ram a reflexão da questão social é imensa: 111© Séculos 19 e 20: A Era do Totalitarismo [...] Vogelsang na Áustria, La Tour Du Pin e León Harmel na França; Giuseppe Toniolo na Itália; o Cadeal Mermillod na Suíça; Monse- nhor Doutreloux na Bélgica; o Cardeal Arcebispo de Westminster, Henri Manning na Inglaterra, e o Cardeal Gibbons, arcebispo de Baltimore, nos Estados Unidos (GUTIERREZ, 2005, p. 18). Estes e outros personagens constriubuiram para o amadu- recimento da Doutrina Social da Igreja. Mas quais foram os princi- pais temas tratados por eles? Gutierrez (2005, p. 18) esclarece-nos e aprofunda o tema afirmando o seguinte: Em primeiro lugar, a sua denûncia da "miséria imerecida" dos pro- letários. Em seguida, a convicção de que a referida miséria não é produto de um fatalismo histórico nem vontade de Deus, mas pro- duto de um sistema econômico capitalista rígido. E finalmente, à diferença dos socialistas da época, elaboraram a tese de que não é necessário destruir o sistema capitalista mediante a luta de classes e a revolução. É preciso, sim, aproximar as classes sociais e abrir espaços de participação dos trabalhadores por meio de reformas adequadas que humanizariam o sistema. É verdade que a maioria dos católicos sociais tendia para o corporativismo ou corporatismo como solução para os problemas dos trabalhadores. Esta proposta, que não foi acolhida por Leão XIII, emergirá com força na Quadra- gésimo Anno. Questão social – desafios e documentos do magistério Com a questão social, surgiram alguns problemas, os quais veremos a seguir: • Salário: era determinado pela Lei da Oferta e Procura (como queria a economia clássica, liberal, que considera- va o salário uma mercadoria como as outras), ou dirigido por considerações morais, isto é, respondia às necessida- des de satisfazer às exigências mínimas do operário. • Intervenção do Estado: o Estado aparecia, muitas vezes, em vários países, como um "inimigo" a ser combatido. • Sindicatos ou corporações: pergunta-se: por que a ideia de muitos católicos com relação ao sindicato parecia ina- ceitável? A solução corporativa mostrou-se, também, in- suficiente historicamente. © História da Igreja Moderna e Contemporânea112 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO Rerum Novarum e seu significado histórico Para alguns, o Rerum Novarum foi o nascimento do movi- mento social católico. Essa acepção pode ser caracterizada por uma certa ingenuidade, uma vez que se ignoram as tentativas pre- cedentes e, também, porque não se leva em conta que a encíclica e, definitivamente, o magistério pontifício intervêm para orientar discussões da época e que têm uma função de equilíbrio, e não tanto de estímulo. Para outros, tal documento é essencialmente antissocialista e tendeu a reforçar o poder da burguesia à qual a Igreja sempre foi mais ligada. Essa foi a interpretação que fizeram, sobretudo, os marxistas. Outra corrente de historiadores tende, hoje, a redimensio- nar a Rerum Novarum, vendo nela a tentativa de frear as pontas avançadas do movimento católico. Certo é que toda encíclica é uma obra de mediação, e essa primeira grande encíclica social foi promulgada por Leão XIII, em 1891. Nela, examinou-se a condição dos trabalhadores assalariados, particularmente penosa para os operários das indústrias, afligidos pela miséria. A encíclica enumerou os erros que provocavam o mal social, excluiu o socialismo e expôs a doutrina católica acerca do trabalho, do direito de propriedade, do princípio de colaboração contrapos- to à luta de classes como meio fundamental para a mudança social, sobre o direito dos fracos, sobre a dignidade dos pobres, sobre as obrigações dos ricos, sobre o aperfeiçoamento da justiça mediante a caridade e sobre o direito a ter associações profissionais. Tornou- -se, assim, uma espécie de "Carta Magna" da atividade cristã no campo social. A encíclica defendeu, dessa forma, a instauração de uma ordem social justa. É importante sabermos que Gutierrez escreveu sobre o cen- tenário da encíclica, e ele afirmava que: [...] podemos dizer que nem o Papa nem seus sucessores estavam bem informados de alguns temas capitais da encíclica, como o li- 113© Séculos 19 e 20: A Era do Totalitarismo beralismo e sua expressão econômica, o capitalismo do século XIX. Com relação ao socialismo, também não está claro qual de suas vertentes tinham em mente. Um especialista nestas matérias, G. Jarlot, s.j., afirma que o socialismo, ao qual os redatores da encíclica se referem não é o socialismo de Marx, uma vez que não toma em questão a grande propriedade industrial nem dá a ela o maior valor. O ponto de referência seria o socialismo agrário do americano Hen- ry George, autor da obra "Progress and Poverty". É claro, contudo, que o socialismo que a encíclica rejeita por considerar o ´remédio pior que a doença´, é o que propicia a luta de classes e nega o di- reito da propriedade privada. Seguindo a lógica tomista, a encíclica oferece uma concepção de sociedade distinta do liberalismo. Ela´e vista como uma entidade viva,como um organismo humano, com cabeça e membros interligados, cooperando de forma ordenada e pacífica para o bem-estar do conjunto. A sociedade não é, então, o resultado de um ´contrato social´, como afirma o racionalismo do século XVIII. Não são as pessoas que criam a sociedade, é Deus que a cria e a ordena mediante a lei natural. Nesta sociedade existem classes chamadas não para se enfrentar, mas para colaborar. E a igualdade dos seres humanos, pretendida pelos socialistas, é uma utopia. Cada um deve reconhecer o lugar correspondente dentro de uma hierarquia que dever ser respeitada (Cf. GUTIERREZ, 2005, p. 24-25). Os princípios afirmados por Leão XIII foram retomados e aprofundados não só pelas encíclicas sucessivas, mas também ser- viram de inspiração para inúmeros escritos de caráter social. Toda doutrina social da Igreja pode ser entendida como uma atualiza- ção, um aprofundamento e uma expansão do núcleo originalde princípios expostos na Rerum Novarum. Com o texto de Leão XIII, confere-se à Igreja quase um estatuto de cidadania, como lem- brou João Paulo II na carta encíclica Centesimus annus. Quadragesimo anno No início dos anos 1930, logo depois da grave crise econômi- ca de 1929, o papa Pio XI publicou a encíclica Quadragesimo anno, em 1931. Nessa data, comemoravam-se os 40 anos da Rerum no- varum. Nessa encíclica, o papa releu o passado à luz de uma situa- ção econômico-social em que à industrialização se ajuntara a ex- © História da Igreja Moderna e Contemporânea114 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO pansão do poder dos grupos financeiros, em âmbito nacional e internacional. Era o período pós-bélico, em que se iam formando, na Europa, os regimes totalitários, e a luta de classe crescia mais e mais. Além disso, a encíclica advertiu sobre a falta de respeito à liberdade de associação e reafirmou os princípios de solidarieda- de e de colaboração para superar as desigualdades sociais; assim, as relações entre capital e trabalho deviam dar-se sob o signo da colaboração. Indicou, também, vários pontos concretos, como o salário familiar: "[...] ao trabalhador se deve pagar um salário que baste ao seu sustento e de sua família", sendo esse um progres- so nítido com relação à Rerum Novarum. Defendeu, ainda, certa estabilidade quanto ao emprego: "[...] achamos prudente que o contrato de trabalho venha temperado como outros contratos da sociedade" (PIO XI, 1951, n. 63). Foi também Pio XI quem introduziu a Justiça Social como ca- tegoria central da Doutrina Social da Igreja, de modo que praticar a justiça social passou a ser a "conditio sine qua non" de um amor cristão genuíno e sua verificação histórica. Quadragesimo Anno re- fere a ela nos seguintes termos: A justiça social é um princípio regulador de uma justa distribuição (n. 57). É sinônimo de Bem Comum (n. 58). Junto com a caridade social, é um princípio regulador da atividade econômica que não pode ser entregue nem à livre concorrência (livre mercado) nem à ditadura econômica (monopólios) (GUTIER- REZ, 2005, p. 37). Outros documentos sociais Os anos 1960 irromperam promissores, com o reinício no pós-guerra, a descolonização da África e os primeiros e tímidos sinais de um degelo nas relações entre os blocos americano e so- viético. Nesse sentido, João XIII, sensível aos sinais dos tempos, en- tendeu que a questão social estava se universalizando e abarcava 115© Séculos 19 e 20: A Era do Totalitarismo todos os países: ao lado da questão operária e da Revolução Indus- trial, delineavam-se os problemas da agricultura, das áreas em via de desenvolvimento, do incremento demográfico e os referentes à necessidade de cooperação econômica mundial. As desigualda- des, antes advertidas no interior das nações, apareciam no âmbito internacional e faziam emergir, cada vez mais, a situação dramáti- ca em que estava o Terceiro Mundo. Com a encíclica Mater et magistra, João XXIII pretendeu atu- alizar os documentos já conhecidos e avançar no sentido de com- prometer toda a comunidade cristã. As palavras-chave da carta são "comunidade" e "socialização": a Igreja é chamada na verdade, na justiça e no amor a colaborar com todos os homens para construir uma autêntica comunhão. Por tal via, o crescimento econômico não se limitaria somente a satisfazer às necessidades dos homens, mas poderia promover, também, a sua dignidade. No início dos anos 1970, sob um turbulento clima de con- testação ideológica, Paulo VI retomou a mensagem social de Leão XIII e atualizou-a, por ocasião do octogésimo aniversário da Rerum novarum, com a carta apostólica Octogesima adveniens. Nela, o papa refletiu sobre a sociedade pós-industrial com todos os seus complexos problemas, salientando a insuficiência das ideologias para responder a alguns desafios: a urbanização, a condição ju- venil, a condição da mulher, o desemprego, as discriminações, a emigração, o incremento demográfico, o influxo dos meios de co- municação social e o ambiente rural. Já a encíclica Laborem exercens, lançada noventa anos de- pois da Rerum novarum, por João Paulo II, foi dedicada ao traba- lho, que é visto como bem fundamental para a pessoa, fator pri- mário da atividade econômica e chave de toda a questão social. A Laborem exercens delineou uma espiritualidade e uma ética do trabalho no contexto de uma profunda reflexão teológica e filo- sófica. O trabalho não deveria ser entendido, então, somente em sentido objetivo e material, mas também se levando em conta a © História da Igreja Moderna e Contemporânea116 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO sua dimensão subjetiva como atividade, que exprime sempre a pessoa. Além de ser o paradigma decisivo da vida social, o traba- lho tem toda a dignidade de um âmbito no qual deve encontrar realização e vocação natural e sobrenatural da pessoa. Comemorando o vigésimo aniversário da Populorum pro- gressio, João Paulo II, com a encíclica Sollicitudo rei socialis, abor- dou, novamente, o tema do desenvolvimento para sublinhar dois dados fundamentais: Por um lado, a situação dramática do mundo contemporâneo, sob o aspecto do desenvolvimento que falta no Terceiro Mundo e, por outro lado, o sentido, as condições e as exigências de um desen- volvimento digno do homem (CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA, 1988, p. 30). Essa encíclica introduziu, ainda, a diferença entre progresso e desenvolvimento, afirmando que: O verdadeiro desenvolvimento não pode limitar-se à multiplicação dos bens e dos serviços, isto é, àquilo que se possui, mas deve contri- buir para a plenitude do ser do homem. Deste modo pretende-se de- linear com clareza a natureza moral do verdadeiro desenvolvimento (CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA, 1988, p. 30). No centésimo aniversário da Rerum Novarum, João Paulo II promulgou a sua terceira encíclica social, a Centesimus annus, da qual emergiu a continuidade doutrinal de cem anos de magistério social da Igreja. Retomando um dos princípios basilares da concep- ção cristã da organização social e política, que fora o tema central da encíclica precedente, o papa escreveu: O princípio, que hoje designamos de solidariedade [...], várias vezes Leão XIII o enuncia com o nome amizade [...]; desde Pio IX é de- signado pela expressão mais significativa caridade social, enquanto Paulo VI, ampliando o conceito na linha das múltiplas dimensões atuais da questão social, falava de civilização do amor (JOÃO PAULO II, Carta Encíclica Centesimus annus, 10, 1991). João Paulo II realçou, também, como o ensinamento social da Igreja correu ao longo do eixo da reciprocidade entre Deus e o homem: reconhecer a Deus em cada homem e cada homem em Deus é a condição de um autêntico desenvolvimento humano. 117© Séculos 19 e 20: A Era do Totalitarismo Os documentos que aqui foram lembrados constituem as pedras fundamentais do caminho da doutrina social da Igreja des- de Leão XIII até os dias atuais. Na elaboração e no ensinamento dessa doutrina, a Igreja foi e é animada por intentos não teóricos, mas pastorais, quando se encontra diante das repercussões das mutações sociais sobre os seres humanos individualmente toma- dos, sobre multidões de homens e mulheres e sobre a sua pró- pria dignidade humana. A doutrina social da Igreja desenvolveu-se como um corpo doutrinal atualizado, que se articula à medida que a Igreja vai lendo os acontecimentos, enquanto eles se desenro- lam no decurso da história. 6. QUESTÃO ROMANA A questão romana não foi somente uma questão jurisdicio- nal e um problema territorial, mas também um problema religioso. Tal problema se tornou claro a partir do ano de 1848, em que o an- tagonismo entre Cúria Romana e o Reino de Sardenha era devido à política de Vitor Emanuel II, que pretendia "libertar" o país dos velhos privilégios para dar-lhe uma estrutura moderna. Tal intento, ao menos emteoria, terminaria por reduzir, necessariamente, o prestígio e a influência da Igreja; contudo, isso nem passava pelas ideias da Cúria. Você deve estar se perguntando: como surgiram os Estados Pontifícios? O surgimento e o desenvolvimento do Patrimonium Petri, ou seja, a soberania temporal dos romanos pontífices, com o paulatino crescimento de bens e possessões, deveram-se a mui- tos fatores de ordem política, econômica e social no decorrer na história. O Estado Pontifício, do ponto de vista jurídico, apareceu em 754, com o Pacto de Quiercy entre o papa Estevão II (752-757) e o rei dos francos, Pepino, o Breve (714-768), pai de Carlos Magno, quando foram restituídos ao Pontífice os territórios que tinham sido ocupados pelos longobardos, na região centro-norte da pe- © História da Igreja Moderna e Contemporânea118 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO nínsula itálica. Foi dessa maneira que se consolidou, oficialmente, uma evolução em curso há anos: a constituição da Sancta Ecclesiae Respublica, isto é, os Estados Eclesiásticos. O movimento pela unificação da Itália, iniciado em meados do século 19, concluiu-se com a ocupação de Roma em 20 de se- tembro de 1870. No dia 13 de maio de 1871, promulgou-se a fa- mosa Lei das Garantias – o acordo unilateral que Pio IX refutou. Estava aberta, então, a questão romana. Conflitos O primeiro motivo de conflito entre a Igreja e o Estado ita- liano que se formava ocorreu em torno das Leis Siccardi, em feve- reiro de 1850. Siccardi, parlamentar italiano, apresentou à Câmara leis que, em seu conjunto, davam um caráter laico e liberal ao novo Estado Italiano. O rei sancionou-as em abril do mesmo ano. As leis eram: • Abolição do foro eclesiástico, das imunidades dos religio- sos e do direito de asilo nas igrejas e conventos. • Abolição das penalidades aplicadas, no reino saboiano, a quem não observasse as principais festividades religiosas. Essas leis encarregavam o governo de preparar um projeto destinado a regular o contrato de casamento em suas relações com a lei civil, a capacidade dos contraentes, a forma e os efeitos desse contrato. Além disso, tais leis preparavam a laicização do casamento, que veio a ocorrer em 25 de junho de 1865, com a pro- mulgação do Código Civil da Itália Unida, no qual estava previsto o casamento civil obrigatório para todos os cidadãos, tirando, assim, a eficácia e o efeito legal do matrimônio religioso. Posteriormente, outras disposições afastaram os eclesiásticos de cargos e ofícios públicos, tais como os cargos de prefeito, conselheiro municipal e provincial, escrivão, jurado e parlamento. A Santa Sé, interpretan- do essas leis como uma violação unilateral da Concordata de 1841, rompeu, então, as relações diplomáticas. 119© Séculos 19 e 20: A Era do Totalitarismo O segundo motivo de conflito residia nas leis de 1855 con- tra as ordens religiosas, que negavam reconhecimento jurídico às ordens não dedicadas à pregação, à educação dos jovens, e à as- sistência aos enfermos, bem como estabeleciam o sequestro dos seus bens, destinando-os às necessidades do clero secular. A Santa Sé reagiu aplicando a excomunhão ao rei e ao parlamento; isso exasperou, no seio do Reino da Sardenha, o dissenso entre católi- cos e liberais. Se, por um lado, essa legislação repressiva penalizava pesa- damente algumas ordens religiosas tradicionais que estavam se reconstruindo depois das supressões revolucionárias e napoleôni- cas, por outro lado, favoreceu de maneira surpreendente, o nasci- mento e o desenvolvimento de congregações e ordens religiosas e leigas dedicadas a atender às necessidades do povo: cuidado com as crianças, assistência aos doentes, instrução popular, formas no- vas de solidariedade social. Essa legislação antirreligiosa, somada aos problemas territoriais, acarretou uma situação de intenso an- tagonismo entre Estado e Igreja, que duraria muito tempo. Na unificação do Estado Italiano, dois momentos foram sig- nificativos: a proclamação do Reino da República Italiana, no dia 17 de março de 1861, e a tomada de Roma, no dia 20 de setembro de 1870. Isso representou o fim do poder temporal dos papas, dei- xando isolada a Santa Sé no plano internacional. Em vão, Pio IX apelou para outros governos, expondo a in- compatibilidade dos dois poderes em Roma. O papa não reconhe- ceu o Reino da Itália nem aceitou as anexações de 1861 e de 1870. O problema só foi resolvido, da parte do Estado, com a Lei das Ga- rantias, de 13 de maio de 1871. Essa lei, um ato unilateral e irrevo- gável a juízo do Estado, concedia ao papa as honras de soberano, uma renda anual e o direito de legação ativa e passiva. Não ga- rantia, porém, plena liberdade à Igreja; poderia continuar usando os palácios apostólicos, mas sem definir-se como proprietário ou usufrutuário. Pio IX declarou, ainda, nula a lei, recusou a pensão © História da Igreja Moderna e Contemporânea120 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO oferecida e prescreveu aos fiéis que se abstivessem de participar das eleições políticas. O isolamento do ex-Estado Pontifício tornou-se ainda maior quando a capital foi transferida de Florença para Roma com as representações diplomáticas, o que, na prática, era o reconheci- mento da nova situação italiana. Disso também tomou consciência a Santa Sé, quando, na abertura do Parlamento, ao escrever aos núncios Pio IX dizia que se sentia abandonado por todas as potên- cias, confiando atualmente só na misericórdia divina para apressar o triunfo da Igreja e atender aos votos de todos os homens bons. 7. TRATADO DE LATRÃO O Tratado de Latrão foi um acordo entre a Igreja de Roma e o governo italiano que resolveu a questão romana. No dia 6 de fevereiro de 1922, o Cardeal Achille Ratti, arcebispo de Milão, foi eleito papa, concedendo sua primeira benção às Igrejas do mundo inteiro, do balcão exterior de São Pedro. Era a primeira vez, desde 1870, que um papa abençoava a multidão romana; o gesto foi logo interpretado como desejo de reconciliação com o Estado italiano. Pio XI assume o papado disposto a solucionar o problema da Ques- tão Romana. Este difícil assunto vinha se arrastando desde 1870, quando as tro- pas italianas tomaram posse da cidade de Roma. A partir de então, os papas se consideravam prisioneiros do Vaticano e reclamavam ao governo italiano a devolução dos Estados Pontifícios e, em par- ticular, da cidade de Roma. Mediante o Tratado de Latrão, de 1929, e a concordata que o acompanhou, Pio XI e Mussolini colocaram fim a uma inimizade de quase 60 anos. O ideal de Camilo Cavour "Chiesa liberta in Stato libero" (Igreja liberta num Estado livre), tão combatido pela corrente conservadora católica, encontrou na con- cordata uma expressão adequada (GUTIERREZ, 2005, p. 28-29). Longas e penosas discussões aconteceram para que se che- gasse à solução da questão romana. Os personagens importantes nas conversações foram o advogado Francesco Pacelli, irmão do futuro Pio XII, por parte do Vaticano, e o professor Domenico Baro- 121© Séculos 19 e 20: A Era do Totalitarismo ne, Conselheiro de Estado, por parte do Estado. Estabeleceram-se as bases mínimas para um acordo a partir do dia 4 de outubro de 1926, acontecendo entre os dois nada mais, nada menos que 110 conversações. Em 22 de novembro, o rei Vitor Emanuel deu ao Chefe do Governo, Benito Mussolini, os poderes necessários para condu- zir negociações oficiais, tendo em vista uma solução definitiva da questão romana; uma delegação idêntica foi concedida ao Cardeal Gasparri, da parte de Pio XI. No dia 7 de fevereiro de 1929, o Car- deal de Estado fez um histórico pronunciamento, no qual resumiu, em poucas palavras, os dois anos em que representantes da Santa Sé e do Estado Italiano estiveram reunidos para estudos, tratativas e, finalmente, selaram um acordo. O Cardeal do Estado lembrou que a Igreja tinha plena liberdade e independência no governo da Igreja universal e quea concordata regulamenta, suficientemente, as condições da religião e da Igreja na Itália. Disse, ainda, que os governos que quisessem ser representados pela Santa Sé pode- riam fazê-lo quando o Pontífice Romano estivesse no seu pequeno Estado soberano, livre e independente. Após essa histórica comunicação, Magalhães de Azevedo, embaixador do Brasil, na qualidade de decano do Corpo Diplomá- tico, externou, em nome dos presentes, as felicitações e votos de prosperidade à Santa Sé. Vejamos, a seguir, o resumo do conteúdo dos Acordos do Latrão: • Tratado político: compõe-se de um preâmbulo e 27 arti- gos. O tratado afirmava que a religião católica, apostólica e romana era a única religião do Estado. Ainda nesse tra- tado, reconheceram-se a plena propriedade, a autoridade exclusiva e absoluta, bem como a jurisdição soberana da Santa Sé sobre o Vaticano, tal como era então constituído e, com isso, criou-se a Cidade do Vaticano, declarando- -se que, nela, nenhuma ingerência do governo italiano © História da Igreja Moderna e Contemporânea122 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO poderia produzir-se e não haveria, nessa cidade, nenhu- ma outra autoridade, a não ser a da Santa Sé. A Praça de São Pedro continuou normalmente aberta ao público e sujeita aos poderes da polícia italiana. Os "limites" do Estado da Cidade do Vaticano abrangem uma área de 44 hectares. Enumeraram-se todos os serviços públicos de que seria dotado o novo Estado pelos cuidados do Reino da Itália; notadamente, uma linha e estação de estrada de ferro, conexões telegráficas, telefônicas, postais e de rádio. Regulou-se a admissão, no território italiano, dos meios de transporte, por terra e por ar, pertencentes ao Vaticano. Uma cláusula precisou as categorias de pesso- as sujeitas à soberania da Santa Sé, ou seja, pessoas que tinham residência estável na Cidade do Vaticano e outras que, embora não residindo lá, possuíam certas franquias. Foram estabelecidas, também, as imunidades territoriais das basílicas patriarcais e de alguns outros edifícios. Rela- ções diplomáticas foram estabelecidas entre o Reino da Itália e a Santa Sé, e os tesouros artísticos e científicos, existentes na Cidade do Vaticano e no palácio de Latrão, continuaram a ser acessíveis aos estudiosos e aos visitan- tes. A Itália também assegurou, no seu território, a pu- nição dos delitos que, porventura, fossem cometidos na Cidade do Vaticano. Assim, o Vaticano reconheceria o Rei- no da Itália, com Roma por capital, e a Itália reconheceria o Estado do Vaticano sob a soberania do Sumo Pontífice. Foi revogada, ainda, a lei de 13 de maio de 1871 (Lei das Garantias) e qualquer outra disposição contrária ao tra- tado. • Concordata: é mais longa que o tratado, com 45 artigos. O governo italiano teve o cuidado de impedir em Roma tudo o que podia ser contrário ao caráter sagrado da Ci- dade de Roma em razão de a Sé Episcopal e o Sumo Pon- tífice serem o centro do mundo católico. Ela segue cláusu- 123© Séculos 19 e 20: A Era do Totalitarismo las concernentes ao livre exercício do ministério pastoral, ao serviço religioso, com as Forças Armadas e com a re- visão das dioceses. Além disso, nela foram reconhecidas as personalidades jurídicas de Congregações Religiosas e a liberdade de gestão dos bens da Igreja. O artigo relativo ao casamento é particularmente significativo, porque foi reconhecido como sacramento, conforme as tradições ca- tólicas do povo, e disciplinado pelo direito canônico. O Es- tado também admitiu que o ensino religioso, então dado nas escolas oficiais, tivesse um desenvolvimento ulterior nas escolas médias, conforme conteúdos programáticos a serem estabelecidos posteriormente, do acordo feito en- tre a Santa Sé e o Estado. Na concordata, é mencionado, por fim, que, se surgirem dificuldades em relação à sua interpretação no futuro, a Santa Sé e a Itália procurariam, de comum acordo, uma solução amigável. • Convenção financeira: "[...] a Itália comprometeu-se a pagar a soma de 750 milhões de liras em espécie e títulos do Consolidado italiano a 5%, em valor nominal de um milhão de liras, e a Santa Sé declarou aceitar esse valor (No dia 7 de junho de 1930 houve a ratificação dos acordos (MARTINA, 1996, p. 153). Após a assinatura dos acordos, muitas discussões foram le- vantadas, principalmente nos meios católicos. Os principais argumentos aduzidos contra os Pactos Laterenenses eram de que a Igreja aproximara-se de um regime antiliberal que estava em nítida contraposição ao cristianismo, pois o fascismo es- tava comprometido com a violência, o ódio, a estatolatria, o impe- rialismo; de que isso havia levado a uma recíproca instrumentaliza- ção: a igreja queria servir-se do fascismo para ´rebatizar´ a Itália, e o fascismo queria servir-se da Igreja para consolidar o seu prestígio interna e externamente; de que a insistência do ´Estado católico´, na metade do século XX com todas as mudanças que ocorreram e as perspectivas que se abriram, era pelo menos ambígua. Os aspec- tos positivos postos em evidência por numerosos católicos eram de que os Pactos Lateranenses haviam resolvido definitivamente a Questão Romana, de maneira satisfatória para ambos os lados; as- seguravam a plena e visível independência do chefe da Igreja; ofe- receram à Igreja italiana instrumentos de influência social, como © História da Igreja Moderna e Contemporânea124 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO o reconhecimento civil do sacramento do matrimônio, o ensino religioso nas escolas primárias e secundárias (ZAGHENI, 1999, p. 280-281). 8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS Confira, na sequência, as questões propostas para verificar seu desempenho no estudo desta unidade: 1) Que juízo você faz da Doutrina Social da Igreja? 2) Você pensa que a Igreja deve se ingerir nas questões econômicas e políticas? 3) Como você analisa a questão do fim do Estado Pontifício e Unificação Ita- liana? 4) Como você imagina que deve ser a relação entre Igreja e Estado? 9. CONSIDERAÇÕES Nesta unidade, estudamos a era do Totalitarismo, bem como a questão social da Igreja e suas consequências, a Questão Roma- na e os Tratados de Latrão. Em nossa última unidade, estudaremos os fatos do século 20, o pontificado de Pio X e a história do Vaticano II. Até lá! 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZZI, R. O trono unido ao altar. São Paulo: Paulinas, 1992. CECHINATO, L. Os 20 séculos de caminhada da Igreja. Petrópolis: Vozes, 2000. CHATELET, F. Historia da filosofia o iluminismo: século XVIII. Tradução de Guido de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA. Orientações para o estudo e o ensino da Doutrina social da Igreja na formação sacerdotal, 26, Cidade do Vaticano, 1988. FALCON, F. J. C. Iluminismo. São Paulo: Ática, 1986. FORTES, L. R. S. Iluminismo e os reis filosóficos. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1985. 125© Séculos 19 e 20: A Era do Totalitarismo FRÖHLICH, R. Curso básico de História da Igreja. São Paulo: Paulinas, 1978. GALACHE, G. C. Síntese de doutrina social. São Paulo: Loyola, 1967. JOÃO PAULO II. Centesimus annus: carta encíclica de João Paulo II. São Paulo: Paulinas, 1991. GUTIERRREZ, E. R. De Leão XIII a João Paulo II: cem anos de Doutrina Social da Igreja. São Paulo: Paulus, 2005. MARTINA, G. História da Igreja de Lutero a nossos dias IV: a era contemporânea. São Paulo: Loyola, 1996. MATOS, O. C. F. A escola de Frankfurt: luzes e sombras do iluminismo. 3. ed. São Paulo: Moderna, 1993. PIERINI, F. A Idade Média: curso de história da Igreja II. São Paulo: Paulus, 1997. PIO XI. Quadragesimo Anno: Documentos Pontifícios. Petrópolis: Vozes, 1951. PONTIFÍCIO CONSELHO JUSTIÇA E PAZ. Compêndio da doutrina social da Igreja. São Paulo: Paulinas, 2006. RICHARD, P. Morte das cristandades e nascimento da Igreja. São Paulo: Paulinas, 1982. VITO, F. Enciclica mater et magistra e a hodierna: questão social. São Paulo: Paulinas,1962. VV. AA. Nova história da Igreja. Petrópolis: Vozes, 1973. ZAGHENI, G. A Idade Contemporânea: curso de história da Igreja IV. São Paulo: Paulus, 1999. ______. A Idade Moderna: curso de história da Igreja III. São Paulo: Paulus, 1999. Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
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