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Direito Canonico II 2

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EA
D
O Batismo e a Confirmação
2
1. OBJETIVOS
•	 Interpretar	a	normativa	relativa	ao	sacramento	do	batis-
mo	e	da	confirmação.
•	 Propiciar	um	confronto	entre	a	normativa	e	a	práxis	ecle-
sial.
2. CONTEÚDOS
•	 Aspectos	teológicos	e	canônicos	fundamentais.	
•	 A	celebração.	
•	 O	ministro.	
•	 Os	batizandos	e	os	confirmandos.	
•	 A	prova	e	a	anotação	do	batismo	e	da	confirmação.	
© Direito Canônico II
Centro Universitário Claretiano
86
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes	de	 iniciar	o	estudo	desta	unidade,	é	 importante	que	
você	leia	as	orientações	a	seguir:
1)	 Feita	a	introdução	geral	ao	estudo	dos	sacramentos	che-
gou	o	momento	de	iniciar	a	análise	da	normativa	relativa	
a	cada	um	deles.
2)	 Inicialmente	 você	 será	 colocado	 diante	 de	 dois	 sacra-
mentos	muito	conhecidos:	o	batismo	e	a	confirmação.
3)	 Tradicionalmente	a	legislação	sacramental	da	Igreja	se-
gue	o	mesmo	esquema	da	sacramentária,	ou	seja,	gira	
em	torno	daqueles	conceitos	chaves	já	vistos	na	primei-
ra	unidade:	 aspectos	 teológico-jurídicos	 fundamentais;	
a	 celebração	 (matéria	 e	 forma);	 o	 ministro;	 o	 sujeito	
dos	sacramentos	(batizando	e	confirmando);	a	prova	e	a	
anotação	do	sacramento	recebido.
4)	 É	importante	destacar,	logo	de	início,	que	o	batismo	é	a	
"porta"	dos	sacramentos	e,	portanto,	é	absolutamente	
necessário	passar	por	ele	para	ter	acesso	aos	demais	sa-
cramentos.	 Sendo	um	sacramento	 fundamental	para	a	
salvação,	uma	vez	que	nos	insere	em	Cristo	e	na	Igreja,	
você	perceberá	que	a	normativa	está	construída	no	sen-
tido	de	sempre	favorecê-lo,	embora,	obviamente,	exis-
tem	exigências.
5)	 Em	relação	ao	sacramento	da	confirmação,	 tendo	pre-
sente	que	se	trata	de	um	sacramento	que,	na	tradição	
latina,	é	dado	aos	que	possuem	alguma	maturidade	na	
fé	e,	sobretudo,	está	voltado	para	a	missão,	a	normativa	
é	um	pouco	mais	exigente,	embora	nunca	crie	obstácu-
los	 intransponíveis,	pois,	 a	 Igreja	não	 tem	a	pretensão	
de	elitizar	os	sacramentos,	reservando-os	a	poucos	pri-
vilegiados.
6)	 Sugirimos,	 enfim,	que	não	deixe	de	 consultar	 a	biblio-
grafia	 indicada	no	 final	 da	 unidade,	 pois	 este	material	
de	 apoio	 serve,	 apenas,	 para	 indicar	 um	 caminho	que	
caberá	a	você	percorrer.
87© O Batismo e a Confirmação
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE 
Nesta	unidade,	você	será	convidado	a	refletir	sobre	a	norma-
tiva	relativa	ao	sacramento	do	batismo	e	da	confirmação,	permi-
tindo-lhe,	assim,	confrontá-la	com	a	práxis	eclesial	que	conhece.
No	final	desta	unidade	você	terá	em	mãos	um	conjunto	de	
informações	que	poderão	lhe	orientar	em	diversas	situações	rela-
tivas	à	práxis	destes	sacramentos.
Bom	estudo!
5. BATISMO
O	CIC	dedica	29	cânones	ao	sacramento	do	batismo,	distri-
buindo	a	matéria	da	seguinte	forma:
a)	 Princípios	 teológico-canônicos	 sobre	 o	 batismo	 (cân.	
849).	
b)	 A	celebração	do	sacramento	(cânn.	850-860).	
c)	 O	ministro	(cân.	861-863).		
d)	 Os	batizandos	(cânn.	864-871).	
e)	 Os	padrinhos	(cânn.	872-874).	
f)	 Prova	e	anotação	do	batismo	conferido	(cânn.	875-878).	
Este	esquema	irá	se	repetir	para	todos	os	sacramentos,	exce-
tuando-se	o	sacramento	do	matrimônio.
Aspectos teológicos e canônicos fundamentais (cân. 849)
O	cân.	849	resume	a	fé	da	Igreja	sobre	o	batismo.	As	fontes	
do	cânon	são	os	textos	conciliares	(LG	11,	AG	14,	PO	15)	e	os	livros	
litúrgicos.
O	texto	exprime	uma	rica	doutrina	sobre	o	batismo,	subli-
nhando	 tanto	 a	 eficácia	 salvífica	 em	 relação	 ao	 indivíduo	 (liber-
tação	 do	 pecado,	 filiação	 divina)	 quanto	 a	 dimensão	 cristológi-
ca	e	eclesiológica	do	evento	 sacramental	 (configuração	a	Cristo,	
© Direito Canônico II
Centro Universitário Claretiano
88
incorporação	à	 Igreja,	necessidade	do	batismo	para	a	 salvação).	
Encontramos	no	cânon	aspectos	teológicos	e	jurídicos	de	grande	
relevância.		
Vejamos:
Aspectos teológicos fundamentais:
a)	 O	batismo	é	a	porta	dos	 sacramentos,	 isto	é,	nenhum	
sacramento	é	válido	sem	a	recepção	do	batismo.
b)	 O	batismo	liberta	do	pecado	original	e	dos	pecados	pes-
soais	(se	adulto).	
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O Batismo na idade adulta não exige que o batizando se confesse antes de 
recebê-lo, nem adiantaria fazê-lo, porque não poderia receber este sacramento. 
Também não é necessário que após o batismo a pessoa confesse os pecados 
cometidos antes do Batismo. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
c)	 O	batismo	é	o	sacramento	daquela	fé	mediante	a	qual	os	
homens,	iluminados	pelo	Espírito	Santo,	respondem	ao	
Evangelho	de	Cristo.
d)	 Mediante	o	batismo	o	homem	é	unido	a	Cristo	crucifi-
cado	e	glorificado,	sendo	regenerado	para	participar	da	
vida	divina	por	obra	do	Espírito	Santo	(SC	6;	UR	22;	AG	
14).
e)	 Com	o	batismo	o	homem	é	incorporado	à	Igreja,	tornan-
do-se	membro	do	povo	de	Deus	e	participante	da	mis-
são	de	Cristo	mestre,	sacerdote	e	pastor	(LG	10-11;	SC	
14;	AG	6;	PO	5).
f)	 O	batismo	constitui	o	vínculo	sacramental	da	unidade	de	
todos	os	cristãos	que	em	Cristo	formam	um	só	ser.	Por	
isso	o	batismo	é	o	fundamento	da	unidade	da	 Igreja	e	
está	na	base	do	ecumenismo	cristão	(UR	22;	LG	15).	
g)	 Do	batismo	deriva	a	igual	dignidade,	liberdade	e	respon-
sabilidade	de	todos	os	batizados	(LG	9).
h)	 O	 batismo	 produz	 um	 efeito	 permanente	 e	 definitivo	
denominado	caráter	e	empenha	o	cristão	em	uma	vida	
nova	conforme	sua	nova	condição.
89© O Batismo e a Confirmação
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
O caráter sacramental é indelével. O cristão poderá abandonar a sua fé, cair na 
heresia, romper a comunhão com a Igreja ou a Igreja poderá lhe negar a parti-
cipação em determinados bens sociais. Contudo, o batizado sempre carregará 
impressa no mais íntimo do seu ser a imagem de Cristo e da Igreja. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Aspectos canônicos fundamentais
a)	 Pelo	batismo	o	homem	torna-se	fiel	e	é	constituído	pes-
soa	na	Igreja	de	Cristo,	com	deveres	e	direitos	próprios	
dos	cristãos	(cânn.	204	§1	e	96).
b)	 Do	batismo	deriva	a	igualdade	entre	os	fiéis	no	ser	e	no	
agir	(cân	208).
c)	 Pelo	batismo	a	pessoa	é	vinculada	à	Igreja.	Este	vínculo	
funda	o	direito-dever	 da	 comunhão	 com	a	 Igreja	 e	 da	
participação	na	sua	vida	e	missão	(cânn.	209	§1	e	216).	
d)	 O	batismo	funda	a	unidade	de	todos	os	batizados	entre	
si.	Isto	implica	a	superação	de	divisões,	a	recíproca	acei-
tação	na	comunidade	visível	de	todos	aqueles	que	Deus	
chamou	à	salvação	e	os	constituiu	como	o	seu	povo.	
Outros aspectos evidenciados pelo cân. 849
a)	 O	batismo	de	fato	ou,	ao	menos,	de	desejo	é	necessário	
para	a	salvação.	Tal	afirmação	se	fundamenta	nas	pala-
vras	de	Jesus:	"Quem	não	nascer	da	água	e	do	Espírito	
não	poderá	entrar	no	Reino	dos	Céus"	(Jo	3,5).	Este	prin-
cípio	possui	um	notável	influxo	na	disciplina	do	batismo.	
Vejamos	alguns	de	seus	múltiplos	aspectos.	
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Costuma-se distinguir três espécies de batismo: de água, que é o batismo que 
conhecemos e praticamos; de desejo, que seria o caso daqueles que morreram, 
desejando ardentemente o batismo, mas não chegam a recebê-lo; de sangue, 
que é o caso daqueles que foram martirizados antes da recepção do batismo. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
b)	 Afirma-se,	acima	de	tudo,	o	dever	de	conferir	o	batismo	
em	perigo	de	morte	do	batizando	(cânn.	867	§2,	868	§2).	
A	celebração	do	batismo	em	caso	de	necessidade	ou	em	
perigo	de	morte	poderá	sofrer	muitas	mudanças	em	re-
lação	à	celebração	normal.
© Direito Canônico II
Centro Universitário Claretiano
90
Vejamos	algumas	mudanças:
Em	caso	de	necessidade:	
a)	 Pode	ser	usada	água	não	benta	(cân.	853).	
b)	 O	batismo	pode	ser	conferido	fora	do	 lugar	próprio	da	
celebração	(cân.	857	§1,	860	§1).
c)	 Ou	fora	do	território	de	competência	do	ministro	(cân.	
862).	
d)	 Pode	ser	conferido	por	qualquer	um	que	tenha	reta	in-
tenção	(cân.	861	§2).
Em	caso	de	grave	necessidade:
a)	 É	permitido	observar	somente	o	queé	exigido	para	a	va-
lidade	do	sacramento	(cân.	850).	
Em	perigo	de	morte:	
a)	 O	batismo	deve	ser	conferido	sem	demora	(cân.	867	§2).
b)	 A	criança	filha	de	pais	católicos,	e	mesmo	não	católicos,	
é	licitamente	batizada	mesmo	contra	a	vontade	dos	pais	
(cân.	868	§2).	
c)	 O	princípio	da	necessidade	do	batismo	para	a	salvação	
guia	 a	 solução	dos	 casos	 em	que	não	haja	 uma	prova	
certa	do	batismo	e	se	duvide	do	batismo,	ou,	mesmo,	de	
sua	validade	(cânn.	869	§1,	870).
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Esta prescrição recorda outra necessidade: a urgência de preparar pessoas que 
saibam administrar o batismo de emergência: médicos, pessoal de enfermagem, 
catequistas e até, em última análise, os próprios pais. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
d)	 Para	a	validade	do	batismo	exige-se	a	ablução	com	água	
verdadeira,	juntamente	com	a	devida	forma	verbal:	"Eu	
te	batizo	em	nome	do	Pai	e	do	Filho	e	do	Espírito	Santo"	
(cân.	849).	
Sobre a forma a ser utilizada veja o texto: HORTAL, Jesus. Os 
sacramentos da Igreja na sua dimensão canônico-pastoral. São 
Paulo: Loyola, 1987, p. 54-55.
91© O Batismo e a Confirmação
A celebração do batismo (cânn. 850-860)
Esclarecido	 o	 conceito	 de	 adulto	 para	 efeitos	 meramente	
batismais	 (cân.	852	§1),	o	CIC	 regula	a	preparação	para	o	batis-
mo,	tanto	de	adultos	quanto	de	crianças	(cân.	851),	dá	disposições	
sobre	a	fonte	e	sobre	a	água	batismal	(cânn.	853	e	858),	sobre	as	
cerimônias	(cânn.	850	e	854-856)	e	sobre	o	lugar	da	celebração	do	
batismo	(cân.	857	e	859-860).	
Vejamos,	então,	os	principais	aspectos	da	normativa:	
a)	 Batismo	de	adultos	e	de	crianças	-	O	conceito	de	adul-
to	para	efeitos	meramente	batismais	 se	concretiza	em	
dois	requisitos	fundamentais:	ter	saído	da	infância	e	ter	
atingido	o	uso	de	razão	(cân.	852	§1).	O	cân.	97	§2	consi-
dera	"saídos	da	infância"	os	que	completaram	sete	anos	
de	 idade,	 pois	 até	 esta	 idade	 a	 pessoa	 é	 considerada	
criança.	Os	dois	requisitos	devem	estar	simultaneamen-
te	presentes.	Quem	não	é	responsável	pelos	seus	atos	
não	é	considerado	adulto,	sendo	assimilado	às	crianças	
(cân.	852	§2).	Esta	distinção	é	 importante	porque	para	
as	crianças	se	utiliza	o	rito	do	batismo	de	crianças	e	para	
os	adultos	o	rito	da	iniciação	cristã	de	adultos.	
Informação complementar –––––––––––––––––––––––––––––
Os dois ritos possuem várias diferenças. Eis algumas:
1. Em relação aos sujeitos: um rito é para crianças e outro para adultos.
2. Em relação à sequencia ritual: para os adultos são previstas etapas e graus 
e para as crianças se prevê a preparação dos pais ou de quem faz as suas 
vezes e tudo se resolve em uma única celebração.
3. Em relação aos sacramentos conferidos: para os adultos se prevê numa 
mesma celebração a administração do batismo, confirmação e eucaristia. 
Para as crianças se confere, apenas, o batismo. 
4. Em relação ao ministro: para as crianças o ministro normalmente é um pres-
bítero, enquanto para os adultos (acima de 14 anos) normalmente é o bispo 
(cân. 863).
5. Em relação à preparação: para as crianças a preparação é dirigida aos pais 
e para os adultos é dirigida a eles mesmos, segundo as etapas previstas. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Direito Canônico II
Centro Universitário Claretiano
92
b)	 Formas	de	se	conferir	o	batismo	-	O	cân.	854	estabelece	
que	o	batismo	seja	conferido	por	imersão	ou	por	infusão,	
observando-se	as	prescrições	da	Conferência	dos	Bispos.	
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
Na história do batismo encontramos três formas de administrá-lo: infusão, imer-
são e aspersão. A segunda caiu em desuso, por se tornar, normalmente, incô-
moda. A terceira também não é utilizada, pois não é certo o contato da água com 
a pessoa, suscitando dúvidas a respeito da validade. Entre nós é mais comum 
a prática da infusão (derramamento de água). No entanto, permite-se o batismo 
por imersão, onde houver condições adequadas, a critério do Bispo diocesano. 
O CIC atual já não fala do batismo por aspersão e, portanto, não é lícito usá-lo, 
pelas razões já expostas. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
c)	 O	lugar	da	celebração	-	Os	cânones	857-860	tratam	do	
lugar	da	celebração	do	batismo.	Fora	dos	casos	de	ne-
cessidade	o	lugar	próprio	da	celebração	do	batismo	é	a	
igreja	ou	o	oratório	(cân.	857	§1).	A	preferência	é	pela	
igreja	paroquial	(cân.	857	§2)	que	deve	possuir,	por	di-
reito,	uma	pia	batismal	(858	§1).	O	eventual	direito	a	ter	
uma	 pia	 batismal	 adquirido	 por	 uma	 igreja	 não	 paro-
quial	ou	oratório	não	exclui	o	direito	da	paróquia,	mas,	
simplesmente,	torna-se	cumulativo	com	o	dela	(858	§1).	
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
Sob denominação de Igreja, entende-se um edifício sagrado destinado ao culto 
público, ao qual os fiéis têm o direito de ir para praticar o culto divino, especial-
mente público (cân. 1214). Por oratório entende-se um lugar destinado, com li-
cença do Ordinário, ao culto divino em favor de alguma comunidade ou grupo de 
fiéis que aí se reúnem, e ao qual também os outros fiéis podem ter acesso com 
a licença do Superior competente (cân. 1223). Um exemplo típico de oratório 
encontramos nas assim chamadas "capelas dos religiosos", pois servem de lugar 
de culto para a comunidade religiosa e nelas os fiéis podem entrar caso sejam 
admitidos pelo superior da comunidade. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Informação complementar –––––––––––––––––––––––––––––
A preferência dada à igreja paroquial se justifica pelos seguintes motivos: a) pela 
particular fisionomia reconhecida pelo CIC à paróquia, vista como uma comu-
nidade de fé, de culto e de caridade (cânn. 515 §1, 528, 529); b) porque é na 
paróquia que normalmente o fiel continua o seu itinerário sacramental; c) porque 
na paróquia é possível desenvolver uma eficaz pastoral do batismo; d) porque na 
paróquia fica guardado o arquivo com o registro dos batizados (cân. 535). 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
93© O Batismo e a Confirmação
d)	 Quando	o	batizando,	por	causa	da	distância	ou	de	outras	
circunstâncias,	não	puder	ir	ou	ser	levado,	sem	grave	in-
cômodo,	à	igreja	paroquial	ou	a	outra	igreja	ou	oratório	
que	tenha	uma	pia	batismal,	o	batismo	pode	ser	confe-
rido	em	outra	 igreja	ou	oratório	mais	próximo,	ou	em	
outro	lugar	conveniente	(cân.	859).	
Fora	 do	 caso	 de	 necessidade	 o	 batismo	 não	 pode	 ser	
conferido	em	casas	particulares,	a	não	ser	que	o	Ordi-
nário	local,	por	grave	causa,	o	tenha	permitido	(cân.	860	
§1),	e	nem	mesmo	nos	hospitais,	a	não	ser	que,	em	caso	
de	necessidade	ou	por	outra	 razão	pastoral,	o	Bispo	o	
autorize	(cân.	860	§2).
Sobre a noção de Ordinário e de Ordinário local sugerimos que 
você leia: cân. 134 §§ 1 e 2.
e)	 Dia	da	celebração	do	batismo	-	O	batismo	ordinariamen-
te	 deve	 ser	 celebrado	 no	 domingo	 ou,	 se	 possível,	 na	
vigília	pascal,	embora	possa	ser	celebrado	em	qualquer	
dia	 (cân.	 856).	 Trata-se	 de	 uma	norma	que	 coloca	 em	
evidência	o	caráter	pascal	e	eclesial	do	batismo.	Enquan-
to	rito	de	iniciação	na	Igreja,	o	batismo	não	é	um	assunto	
privado,	mas	de	toda	a	Igreja.	Deve	encontrar	o	seu	lugar	
na	comunidade	que	se	reúne	para	celebrar	solenemen-
te	e	publicamente	os	eventos	 fundamentais	de	sua	 fé,	
como	ocorre	de	modo	particular,	na	solene	vigília	pascal	
e	aos	domingos.
O ministro do batismo (cânn. 861-863) 
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Para aprofundar o estudo sobre o ministro do batismo veja: HORTAL, Jesus. Os 
sacramentos da Igreja na sua dimensão canônico-pastoral. São Paulo: Loyola, 
1987, p. 55-59. Ivo Müller acrescenta que no Brasil desde 1970 é permitida a 
nomeação de ministros extraordinários para o batismo. Cf. MÜLLER, I. Direitos e 
deveres do povo de Deus. Petrópolis: Vozes, 2004, p. 137. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Direito Canônico II
Centro Universitário Claretiano
94
O	cân.861	distingue	duas	categorias	de	ministros	do	batismo:
a)	 Os ministros ordinários:	o	Bispo,	o	presbítero	e	o	diácono.	Ad-
ministram	o	batismo	em	virtude	do	ministério	recebido.	Um	
lugar	especial	ocupa	o	pároco,	pois	a	ele	compete	administrar	
o	batismo	de	seus	fiéis	(cân.	530,	1º).	Quando,	porém,	se	tra-
tar	do	batismo	de	adultos,	ao	menos	dos	que	já	completaram	
catorze	anos	de	idade,	é	conveniente	que	se	informe	ao	Bispo	
para	que	ele,	se	o	julgar	conveniente,	o	administre	(cân.	863).	
O	fundamento	desta	norma	há	de	se	procurar	na	relação	que	
existe	entre	a	significação	do	ministério	episcopal	e	a	do	batis-
mo	como	entrada	na	Igreja:	tendo	também	em	conta	de	que	
todo	o	processo	de	iniciação	cristã	dos	adultos	foi	colocado,	de	
modo	particular,	no	âmbito	do	poder	do	Bispo	diocesano,	tal	
como	refletem	as	disposições	do	Ritual	de	Iniciação	Cristã	dos	
Adultos	(RICA).		
b)	 Os	ministros	encarregados	ou	extraordinários:	o	catequista	ou	
outra	pessoa	encarregada	pelo	Ordinário	do	lugar,	ou,	em	ca-
sos	de	necessidade,	qualquer	um,	desde	que	movido	por	reta	
intenção.	Tais	pessoas	agem	de	modo	supletivo	(as	primeiras)	
ou	em	caso	de	necessidade	(cân.	861	§2).
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Há de se entender por necessidade não somente o perigo de morte, mas, tam-
bém, a ausência prolongada de um ministro ordinário. Consideramos ausência 
prolongada do ministro ordinário, em analogia com o quanto estabelece o cân. 
1116 §1, quando se prevê que não é possível acudir a ele sem grave dificuldade 
e se prevê prudentemente que essa situação se vai prolongar durante um mês. 
Desta forma se evitaria que os pais deixassem os filhos sem batizar por longas 
semanas. O Pe. Jesus Hortal, em seu comentário ao cân. 861, oferece-nos a 
seguinte informação: "Por rescrito da Sagrada Congregação dos Sacramentos, 
de 24 de agosto de 1970 (prot. 877/70), a CNBB recebeu a faculdade de permitir 
que as dioceses do Brasil pudessem designar leigos (logo, também religiosas ou 
religiosos não ordenados) como ministros extraordinários do batismo. O mesmo 
rescrito incumbia à CNBB a tarefa de indicar os critérios de julgamento para se 
definir quanto ao caso de ausência física ou moral do ministro ordinário do Ba-
tismo. A CNBB, por decisão da Comissão Central (12 de setembro 1970), deixou 
às Comissões Episcopais Regionais a indicação desses critérios. Agora isso fica 
a cargo do Bispo diocesano". 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Os batizandos (cânn. 864-871)
Somente	o	ser	humano	ainda	não	batizado	é	capaz	de	rece-
ber	o	batismo,	pois	o	sacramento	é	único	e	não	pode	ser	repetido,	
uma	vez	que	imprime	caráter	(cân.	845	§1).	Portanto,	somente	em	
95© O Batismo e a Confirmação
caso	de	dúvida	sobre	a	sua	realização	ou	sobre	a	sua	validade	(in-
tenção	do	ministro,	matéria,	forma	e	intenção	do	sujeito)	é	que	se	
permite	um	batismo	sob	condição	(cân.	845	§2	e	869	§1).
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Os batizados em uma comunidade eclesial não católica não devem ser batizados 
de novo, nem mesmo sob condição. Isto somente poderá ocorrer se examinada 
a matéria e a forma utilizada (cân. 849), como, também, a intenção do batizado 
adulto e do ministro que realizou o batismo, persistir uma séria razão para duvi-
dar da validade do batismo (cân. 869 §2).
Sobre a validade do batismo nas igrejas cristãs não católicas conferir as se-
guintes obras: HORTAL, J. E haverá um só rebanho. História, doutrina e prática 
católica do Ecumenismo. São Paulo: Loyola, 1989, p. 249-253; HORTAL, J. Os 
sacramentos da Igreja na sua dimensão canônico-pastoral. São Paulo: Loyola 
1987, p. 66-70; MÜLLER, I. Direitos e deveres do Povo de Deus. Petrópolis: 
Vozes, 2004, p. 137-139.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Batismo de adultos 
As	disposições	relativas	ao	batismo	de	adultos	se	aplicam	a	
todos	os	que	atingiram	18	anos	de	idade	(cân.	97	§1)	e	a	todos	os	
que,	 saídos	da	 infância,	 atingiram	o	uso	de	 razão	 (cân.	 852	§1).	
Segundo	o	cân.	97	§2	presume-se	o	uso	da	razão	quando	a	criança	
completa	sete	anos	de	idade.	
Para	a	validade	do	batismo	de	um	adulto,	em	qualquer	situ-
ação,	exige-se	que	tenha	a	intenção	atual	ou	virtual	de	receber	o	
batismo;	ninguém	poderá	suprir	tal	intenção	(cân.	865).
Para	a	liceidade	é	preciso	observar	as	seguintes	condições:
Em	situações	normais:	
a)	 que	o	batizando	tenha	manifestado	a	vontade	de	rece-
ber	o	batismo;
b)	 que	 tenha	uma	 instrução	 suficiente	 sobre	as	 verdades	
da	fé	e	sobre	as	obrigações	cristãs;
c)	 que	tenha	sido	provado,	por	meio	de	catecumenato,	na	
vida	cristã;
d)	 que	tenha	sido	admoestado	para	que	se	arrependa	de	
seus	pecados	(cân.	865	§1).	
© Direito Canônico II
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96
Em	perigo	de	morte:
a)	 que	o	adulto	tenha	manifestado	de	algum	modo	sua	in-
tenção	de	receber	o	batismo;
b)	 que	tenha	algum	conhecimento	das	principais	verdades	
da	fé;
c)	 que	prometa	observar	os	mandamentos	da	religião	cris-
tã,	caso	sobreviva	(cân.	865	§2).
Se	não	houver	uma	grave	razão	que	o	impeça,	o	adulto	ba-
tizado	deve	receber	a	confirmação	e	a	Eucaristia	 logo	depois	do	
batismo,	completando,	desta	forma,	a	 iniciação	cristã	(cânn.	866	
e	842	§2).
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A plena iniciação cristã exige, necessariamente, a recepção dos sacramentos do 
batismo, da confirmação e da Eucaristia (cân. 842 §2) e, portanto, todo adulto 
que for receber o batismo deve logo em seguida ser confirmado e receber a 
Eucaristia, a não ser que uma razão grave o impeça (cân. 866). Neste sentido, 
não se compreende certas práticas adotadas em algumas paróquias que esta-
belecem intervalos relativamente longos entre os sacramentos de iniciação cristã 
mesmo quando se trata de adultos não batizados. Parece-nos uma prática abu-
siva e contrária à mente do legislador. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Batismo de crianças
Dele	se	ocupam	os	cânn.	867-868.	A	normativa	inspira-se	e	
depende	da	convicção	de	que	é	plenamente	legítimo	e	até	um	de-
ver	batizar	as	crianças.	Trata-se	de	uma	práxis	constante	da	Igreja	
ao	 longo	dos	 séculos,	 sustentada	 pelos	 Concílios	 e	 pelos	 Papas,	
reafirmada	pela	Congregação	para	a	Doutrina	da	Fé	na	instrução	
sobre	o	batismo	das	crianças	Pastoralis Actio	(28	de	janeiro	1980).	
A	ideia	fundamental	é	que	o	batismo,	necessário	para	a	salvação,	
é	o	sinal	e	o	instrumento	do	amor	de	Deus	que	liberta	do	pecado	
e	comunica	a	participação	à	vida	divina.	Por	isso,	este	dom	e	estes	
bens	não	podem	ser	negados	às	crianças.	
a)	 Requisitos	para	a	liceidade	do	batismo:	Excetuado	o	pe-
rigo	de	morte,	pois	neste	caso	o	batismo	deve	ser	reali-
zado	sem	demora	(cân.	867	§2),	a	Igreja	não	admite	as	
crianças	ao	batismo	sem	o	consentimento	dos	pais,	ou	
97© O Batismo e a Confirmação
de	ao	menos	um	deles	ou	de	quem	 legitimamente	 faz	
as	suas	vezes	e	sem	uma	fundada	esperança	de	que	a	
criança	receberá	uma	educação	católica	(cân.	868	§1).	
Quanto	ao	primeiro requisito,	o	legislador	precisa	que	o	
consentimento	deve	ser	dado	pelos	pais	ou,	ao	menos,	
por	um	deles	ou	por	quem	legitimamente	faz	as	suas	ve-
zes	 (cân.	 868	 §1,	 1º).	Não	 se	 exige	 a	 fé	 dos	 pais,	mas	
simplesmente	que	consintam	o	batismo	do	filho,	pelas	
razões	já	expostas	anteriormente.
Quanto	ao	segundo requisito,	a	exigência	de	uma	funda-
da	esperança	de	que	a	criança	será	educada	na	religião	
católica,	não	pode	ser	confundido	com	certeza,	pois	esta	
ninguém	a	tem.	De	qualquer	forma	podemos	distinguir	
duas	situações:
1)	 Quando	o	pedido	do	batismo	é	 feito	por	 católicos	
praticantes,	o	batismo	deve	ser	realizado	dentro	das	
primeiras	semanas	após	o	nascimento	(cân.	867	§1),	
pois	se	presume	que	tais	pais	educarão	os	filhos	se-
gundo	a	fé	que	possuem.	Portanto,	deverá	ser	asse-
gurada	a	estas	famílias	a	preparação	para	o	batismo	
e	a	presença	e	participação	ativa	na	celebração.	O	
direito	e	dever	de	batizar	os	filhos	logo	nas	primei-
ras	semanas	após	o	nascimentopermanecem	ínte-
gro	neste	caso,	mesmo	que	a	Conferência	Episcopal	
tenha	introduzido	um	intervalo	de	tempo	maior.
2)	 Quando	o	pedido	do	batismo	é	feito	por	famílias	que	
pouco	crêem	e	pouco	participam,	ou,	então,	por	fa-
mílias	não	cristãs,	o	batismo	deve	ser	conferido	so-
mente	se	tais	famílias	oferecerem	a	garantia	de	que,	
uma	vez	batizada,	a	criança	receberá	uma	educação	
católica.	Tal	garantia	poderá	consistir	na	escolha	de	
padrinhos	que	praticam	a	fé,	na	ajuda	que	a	comu-
nidade	de	fiéis	poderá	oferecer	ou	algo	do	gênero.	
Se	tal	garantia	for	suficiente,	o	sacerdote	não	poderá	
negar	o	batismo	e	deverá	realizá-lo	sem	demora.	Se,	
ao	contrário,	a	garantia	não	for	suficiente,	será	pru-
dente	 adiar	 (não negar)	 a	 celebração	 do	 batismo.	
Isto	significa	que	o	pároco	deverá,	no	que	depender	
dele,	manter	um	contato	 com	os	pais	 até	que	 tais	
© Direito Canônico II
Centro Universitário Claretiano
98
garantias	sejam	obtidas.	Trata-se	de	uma	decisão	de	
caráter	pedagógico	e	não	punitivo.	Caso	a	garantia	
oferecida	não	seja	séria,	então	será	possível	adiar	o	
batismo	ou,	até	mesmo,	negá-lo	enquanto	a	falta	de	
seriedade	 persistir.	 Contudo,	 é	 necessário	 evitar	 a	
tentação	de	se	criar	uma	Igreja	elitista	(o	sacramen-
to	seria	reservado	a	poucos	privilegiados)	ou	sacra-
mentalista	 (o	sacramento	deve	ser	dado	a	 todos	e	
sem	qualquer	tipo	de	exigência),	pois	o	que	importa	
é	suscitar	a	fé	e	promover	o	empenho	evangélico.	
b)	 Tempo	para	se	conferir	o	batismo	–	O	batismo	deve	ser	
realizado	 dentro	 das	 primeiras	 semanas	 após	 o	 nasci-
mento	(cân.	867	§1).	Trata-se	de	uma	práxis	que	se	im-
pôs	universalmente	desde	o	século	12.
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Havia em legislações anteriores a prescrição de batizar as crianças dentro de 
oito dias após o seu nascimento. Se o CIC atual apresenta uma norma com 
maior amplitude (dentro das primeiras semanas) é, entre outras razões, para 
que a mãe, principal protagonista no chamamento à vida daquela criança, possa 
recompor-se devidamente do parto, para tomar parte no grande acontecimento 
da vida do filho.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
c)	 O	batismo	de	crianças	em	perigo	de	morte	–	O	cân.	868	
§2	estabelece	que,	em	perigo	de	morte,	a	criança	é	ba-
tizada	licitamente,	mesmo	contra	a	vontade	dos	pais.	O	
fundamento	desta	norma	está	no	princípio	de	que	o	ba-
tismo	é	necessário	para	a	salvação,	sendo	um	bem	abso-
luto.	Portanto,	o	direito	da	criança	à	salvação	prevalece	
sobre	o	direito	que	os	pais	têm	de	determinar	a	educa-
ção	religiosa	a	ser	dada	aos	filhos.	
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Evidentemente que esta norma suscitou dúvidas e certa perplexidade. Além de 
não respeitar o direito dos pais, parece sustentar uma concepção no mínimo 
discutível a respeito da salvação dos não batizados e, além disso, poderia dar 
motivo para a introdução de abusos. São objeções sérias e fundadas. Contudo, é 
importante ter presente que o legislador faz aqui uma referência a uma situação 
excepcional: o perigo de morte. De qualquer forma, o batismo de uma criança 
em perigo de morte contra a vontade dos pais deve ser realizado com muita 
prudência pastoral, dentro dos limites fixados pelo cânon e tendo presente o que 
estabelece o cân. 223 §1. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
99© O Batismo e a Confirmação
d)	 A	 criança	 exposta	 ou	 achada	 e	 os	 fetos	 abortivos	 –	 A	
criança	exposta	ou	achada	deve	ser	batizada	a	não	ser	
que,	após	cuidadosa	 investigação,	conste	de	seu	batis-
mo	(cân.	870).	Isso	porque	é	pouco	provável	que	quem	
abandona	uma	criança	tenha	se	preocupado	com	o	seu	
batismo.	É	por	isso	que	a	lei	presume	que	o	batismo	não	
foi	 realizado.	 Já	os	 fetos	 abortivos,	 se	 ainda	estiverem	
vivos,	devem,	se	possível,	ser	batizados,	(cân.	871).	
Informação complementar –––––––––––––––––––––––––––––
O legislador não faz qualquer distinção entre abortos provocados e abortos es-
pontâneos quando se trata do batismo de fetos abortivos, desde que ainda vivos, 
pois qualquer sacramento somente pode ser dado para pessoas vivas. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Os padrinhos (cânn. 872-874)
O	padrinho	amplia	o	significado	espiritual	da	família	do	ba-
tizado	e	representa	a	 Igreja	na	sua	função	de	mãe.	É	preciso	re-
conhecer	que	nos	encontramos	diante	de	uma	figura	certamente	
não	central,	mas,	nem	por	isso,	privada	de	significado	dentro	da	
iniciação	cristã.
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
É provável que o padrinho tenha a sua origem logo no início do cristianismo. 
Quando um hebreu ou pagão queria ser batizado, era apresentado aos pres-
bíteros por um fiel que garantia as boas intenções do candidato, sobretudo, no 
período das grandes perseguições. A sua missão não se limitava em garantir a 
honradez e a reta intenção daquele que pedia a entrada na Igreja. Devia acom-
panhá-lo durante o catecumenato, principalmente, quando se aproximava a data 
da recepção do batismo. Com o batismo de criança, aos poucos este fiel pas-
sou a ser chamado de patrini (padrinho) diminutivo de pater (paizinho). A partir 
do século 6º as mulheres puderam ser matrinae (madrinha) diminutivo de mater 
(mãezinha). A missão do padrinho foi amplamente desenvolvida por Santo Agos-
tinho, que chega a considerar uma verdadeira paternidade, porque no batismo 
recebemos uma nova vida. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A	função	do	padrinho,	além	de	litúrgica,	é	pedagógica,	prin-
cipalmente,	se	o	batizando	é	um	adulto	(cân.	872).	O	cân.	872	ao	
estabelecer	que	"enquanto	possível	seja	dado	um	padrinho" pare-
ce	que	atenua	a	obrigatoriedade	de	se	ter	um	padrinho,	assumin-
© Direito Canônico II
Centro Universitário Claretiano
100
do	a	norma	um	valor	exortativo.	O	cânon	dá	a	entender	que	po-
dem	existir	situações	nas	quais	não	seja	possível	ter	um	padrinho,	
mas	não	se	trata	aqui	de	uma	questão	meramente	opcional.
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Neste caso o padrinho deve assistir à sua iniciação cristã, ajudando-o ao menos 
na última fase de preparação do sacramento e, depois de batizado, contribuirá 
para a sua perseverança na fé e na vida cristã. Já o padrinho de uma criança 
deve apresentá-la ao batismo, junto com os pais, e depois caberá a ele ajudar 
que o batizado leve uma vida de acordo com o batismo e cumpra com fidelidade 
as obrigações inerentes (cân. 872). 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Admite-se	apenas	um	padrinho	ou	uma	madrinha,	ou,	tam-
bém,	um	padrinho	e	uma	madrinha	(cân.	873).	Os	requisitos	ne-
cessários	para	que	alguém	possa	ser	admitido	para	assumir	o	en-
cargo	de	padrinho	são:	
Os santos não devem ser assumidos como padrinhos e/ou madri-
nhas. O Santo poderá ser o protetor especial do batizado, mas, 
apenas isso. Não se permite como visto dois padrinhos ou duas 
madrinhas.
a)	 deve	ser	designado	pelo	próprio	batizando,	por	seus	pais	
ou	por	quem	lhes	faz	as	vezes,	ou,	na	falta	deles,	pelo	
próprio	pároco	ou	ministro,	e	deve	ter	aptidão	e	inten-
ção	de	cumprir	esse	encargo;
b)	 deve	ter	completado	16	anos	de	idade,	a	não	ser	que	ou-
tra	idade	tenha	sido	determinada	pelo	Bispo	diocesano,	
ou	em	um	caso	concreto	pareça	ao	pároco	ou	ministro	
que	se	deva	admitir	uma	exceção	por	justa	causa;
c)	 deve	ser	católico,	ter	recebido	os	sacramentos	da	inicia-
ção	cristã	e	viver	uma	vida	de	acordo	com	a	fé	e	o	encar-
go	que	vai	assumir;
d)	 não	deve	estar	sob	pena	canônica	legitimamente	impos-
ta	ou	declarada;
e)	 não	deve	ser	o	pai	ou	a	mãe	do	batizando.
101© O Batismo e a Confirmação
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A razão é que pais e padrinhos possuem funções diferentes. Os pais têm a pre-
eminência e os padrinhos têm uma função mais de apoio e, na falta dos pais, 
assumem a responsabilidade pela educação cristã dos afilhados.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Um	batizado	que	pertença	a	uma	comunidadeeclesial	não	
católica	 não	 pode	 ser	 admitido	 como	 padrinho,	 mas,	 apenas,	
como	testemunha	do	batismo,	juntamente	com	um	padrinho	ca-
tólico	(cân.	874	§2).	
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Tal norma não se aplica aos não católicos orientais, pois podem ser admitidos 
como padrinhos, juntamente com um padrinho ou madrinha católica, desde que 
se ateste a idoneidade do padrinho e que seja garantida a educação católica do 
batizado. Não faria sentido um não católico ter de se comprometer com a educa-
ção católica de seu afilhado, por isso é que não pode ser admitido como padrinho 
ou madrinha, mas, apenas, como testemunha. Trata-se de uma medida também 
de caráter ecumênico. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A prova e o registro do batismo (cânn. 875-878)
Os	efeitos	que	derivam	do	batismo,	seja	para	a	pessoa	que	
o	 recebe,	 seja	para	a	 comunidade	que	o	 celebra	e	para	a	 Igreja	
globalmente	considerada,	exigem	que	o	batismo	seja	conferido	de	
modo	correto	e	possa	ser	provado.	Os	cânn.	875-878	satisfazem	
a	estas	fundamentais	exigências	da	vida	eclesial,	estabelecendo	o	
responsável,	o	lugar	e	a	forma	de	anotação	do	batismo	realizado.	
A	prova	escrita	ou	documental,	ou,	caso	falte,	a	prova	por	teste-
munhas,	ou,	o	juramento	do	batizado,	se	adulto	(cân.	876),	são	os	
meios	usuais	de	atestar	o	batismo.
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Podemos nos deparar com alguém que tem certeza de que recebeu o batismo, 
mas não possui documento algum para prová-lo, seja porque tal documento se ex-
traviou, seja porque não foi efetuado o registro. Neste caso, é necessário proceder 
à justificação do batismo. Tratando-se de alguém batizado quando adulto, bastará 
que faça um juramento sobre os Evangelhos. Se o batismo foi realizado em uma 
época em que a pessoa não se recorda dele, é preciso, então, recorrer ao testemu-
nho de uma testemunha que, sob juramento, confirmará a realização do batismo. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Direito Canônico II
Centro Universitário Claretiano
102
O	cumprimento	do	que	estabelecem	os	cânn.	877-878	per-
mite	que	 seja	produzida	a	prova	escrita	ou	documental	que	é	a	
mais	usual.	Particular	atenção	deverá	ter	o	pároco	no	registro	do	
batismo	de	filhos	de	mãe	não	casada.	O	CIC	estabelece	que	deve	
constar	o	nome	da	mãe	no	registro,	se	consta	publicamente	sua	
maternidade	ou	se	ela	o	pede	espontaneamente	por	escrito	pe-
rante	 duas	 testemunhas;	 deve-se	 também	 inscrever	 o	 nome	do	
pai,	 se	 sua	paternidade	 se	 comprova	por	 algum	documento	pú-
blico	ou	por	declaração	dele,	 feita	perante	o	pároco	e	duas	 tes-
temunhas;	nos	outros	casos,	 inscreva-se	o	que	foi	batizado,	sem	
fazer	nenhuma	 indicação	do	nome	do	pai	ou	dos	pais	 (cân.	877	
§2).	Tratando-se	de	filho	adotivo,	registrem-se	os	nomes	dos	ado-
tantes,	como,	também,	ao	menos	se	assim	se	faz	no	registro	civil	
da	região,	os	dos	pais	naturais,	de	acordo	com	os	parágrafos	1	e	2,	
atendo	às	prescrições	da	Conferência	dos	Bispos.	A	natureza	das	
informações	recolhidas	exige	que	o	registro	dos	batizados	e	toda	a	
documentação	sejam	guardados	com	muita	cura	e	diligência	(cân.	
535	§1).	
O	batismo	deve	ser	anotado	pelo	pároco	do	lugar,	atendo-se	
fielmente	ao	quanto	disposto	pelo	cân.	877	§1,	que	assim	estabe-
lece:	
O	pároco	do	lugar	em	que	se	celebra	o	batismo	deve	registrar	no	li-
vro	de	batizados,	cuidadosamente	e	sem	nenhuma	demora,	os	no-
mes	dos	batizados,	fazendo	menção	do	ministro,	pais,	padrinhos,	
bem	como	testemunhas,	se	as	houver,	do	lugar	e	dia	do	batismo,	
indicando	ao	mesmo	tempo	o	dia	e	o	lugar	do	nascimento.	Aquele	
que	conferiu	o	batismo	deve	informar	o	pároco	da	paróquia	na	qual	
foi	conferido	(cân.	878).
Concluímos,	assim,	o	estudo	dos	principais	aspectos	da	nor-
mativa	relativa	ao	sacramento	do	batismo.	Sugerimos	que,	valen-
do-se	da	bibliografia	indicada,	procure	aprofundá-la.
103© O Batismo e a Confirmação
6. A CONFIRMAÇÃO
A	confirmação	é,	juntamente	com	o	batismo	e	a	Eucaristia,	
um	sacramento	de	iniciação,	de	introdução	na	plenitude	do	cristia-
nismo	e	da	plena	incorporação	à	Igreja.
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
O termo "confirmação", hoje em uso, era desconhecido nos primeiros séculos da 
Igreja que utilizava várias outras expressões para se referir a este sacramento, 
tais como: "manus impositio", "divini chrismatis unctio", "misticum unguentum", 
"sacramentum chrismatis", "crisma salutis", "mystikon chrisma", "unguenti mys-
terium", "spiritualis unguenti chrisma", "signaculum frontium", "signaculum domi-
nicum", "signaculum spirituale", "signaculum vitae aeternae", "perfectio baptis-
matis", "complementum baptismatis", etc. O termo confirmação deriva do verbo 
confirmar encontrado em muitos textos antigos. Já o substantivo confirmatio o 
encontramos pela primeira vez no Concílio Arausicano do ano 441. Deste subs-
tantivo se serviu toda a teologia medieval. A confirmação aparece elencada entre 
os sacramentos instituídos por Cristo Senhor logo após o batismo. Embora por 
alguns séculos este sacramento tenha sido conferido junto com o batismo, tanto 
no Oriente quanto no Ocidente, o Papa Bento IV recomendava que não se des-
prezasse o costume aprovado pelos papas de conferir este sacramento mais 
tarde, com o objetivo de usufruir melhor dos efeitos espirituais dele derivantes. 
Portanto, já a partir do século 4º, encontramos entre as Igrejas do Oriente e do 
Ocidente uma disciplina diferente relativa ao sacramento da confirmação.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O	CIC	dedica	os	cânones	879-896	a	este	sacramento.	A	ma-
téria	é	precedida	de	um	cânon	preliminar	(cân.	879),	que	contém	
elementos	 teológicos	 e	 jurídicos	 fundamentais	 sobre	 a	 confir-
mação.	Seguem	os	 capítulos	 sobre	a	 celebração	da	confirmação	
(cânn.	880-881),	sobre	o	ministro	(cânn.	882-888),	sobre	os	confir-
mandos	(cânn.	889-891),	sobre	os	padrinhos	(cânn.	892-893)	e	so-
bre	a	prova	e	anotação	da	confirmação	realizada	(cânn.	894-896).
Como	a	matéria	resulta	distribuída	da	mesma	forma	que	o	
sacramento	 do	 batismo,	 seguiremos,	 então,	 o	mesmo	 esquema	
utilizado	na	apresentação	deste	sacramento.
Aspectos teológicos e canônicos fundamentais (cân. 879)
•	 Aspectos	teológicos	fundamentais	-	A	confirmação	cons-
titui	 um	dos	 sacramentos	da	 iniciação	 cristã.	 	 Por	meio	
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104
dela	os	confirmados	são	enriquecidos	com	o	dom	do	Es-
pírito	Santo,	conformados	de	modo	mais	perfeito	a	Cristo	
e	vinculados	mais	fortemente	à	Igreja,	devendo	ser	teste-
munhas	de	Cristo,	pela	palavra	e	pela	ação,	e	difundir	e	
defender	a	fé	(cân.	879).
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Este cânon tem como fonte o Concílio Vaticano II, que da confirmação se ocu-
pa em algumas passagens. Na Constituição Lumen Gentium, por exemplo, se 
lê: "Pela regeneração e unção do Espírito Santo os batizados são consagrados 
como casa espiritual e sacerdócio santo" (nº 10). Os fiéis "pelo sacramento da 
confirmação são vinculados mais perfeitamente à Igreja, enriquecidos de espe-
cial força do Espírito Santo, e assim mais estritamente obrigados à fé que, como 
verdadeiras testemunhas de Cristo, devem difundir e defender tanto por palavras 
como por obras" (nº 11). 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
•	 	O	 fiel,	por	 força	do	batismo	e	da	confirmação,	 torna-se	
participante	da	missão	profética,	sacerdotal	e	real	de	Cris-
to,	sendo	chamado	a	atuar	a	missão	que	Deus	confiou	à	
Igreja	no	mundo.	Portanto,	o	apostolado	é	um	dever-di-
reito	que	toca	a	todos	os	fiéis	e	decorre	de	uma	exigência	
intrínseca	dos	sacramentos	da	iniciação	cristã	como	bem	
o	reconhece	o	cân.	879.
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
No decreto conciliar Apostolicam Actuositatem o apostolado aparece diretamen-
te vinculado ao sacramento da confirmação: "Pois, inseridos belo batismo no 
Corpo Místico de Cristo, pela confirmação robustecidosna força do Espírito San-
to, recebem do próprio Senhor a delegação ao apostolado" (AA3). Para ulterior 
aprofundamento veja, ainda: HORTAL, J. Op. cit., p. 79-80; MÜLLER, I. Op. cit., 
149-150. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
•	 Aspectos	 jurídicos	 fundamentais	 –	 Este	 novo	 enriqueci-
mento	com	o	dom	do	Espírito	Santo	e	o	fortalecimento	do	
vínculo	que	o	fiel	tem	com	a	Igreja,	além	do	seu	conteú-
do	teológico,	também	possui	um	reflexo	canônico.	Assim,	
em	 diversas	 situações	 da	 vida	 eclesial,	 particularmente	
aquelas	em	que	o	cristão	é	chamado	a	assumir	especiais	
responsabilidades,	 ter	 recebido	o	sacramento	da	confir-
105© O Batismo e a Confirmação
mação	aparece	como	uma	exigência	(nunca	para	a	valida-
de	dos	demais	sacramentos),	pois,	sem	dúvida,	a	fortale-
za	e	a	maturidade	cristã	que	dele	dimanam	favorecem	o	
cumprimento	de	tais	responsabilidades.	Dentre	os	efeitos	
jurídicos	do	sacramento,	em	continuidade	com	o	batismo,	
destacamos	o	aperfeiçoamento	do	vínculo	com	a	Igreja	e,	
especialmente,	o	dever	de	apostolado.	
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
O direito-dever de participar, por parte dos leigos, da missão da Igreja inclui, 
também, aquele de participar, no modo previsto pelo direito, de seu governo; 
de colaborar na elaboração de suas leis e na administração dos seus bens; de 
fazer conhecer, de acordo com a ciência e a competência de cada um, o próprio 
parecer em relação ao que diz respeito ao bem da Igreja. A obediência expressa 
pelos fiéis aos pastores será uma obediência de filhos adultos, fundada no senso 
de responsabilidade, respeito mútuo e comunhão que deve unir os membros do 
povo de Deus. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A celebração da confirmação (cânn. 880-881) 
Ao	indicar	como	se	confere	o	sacramento	da	confirmação	o	
cân.	880	§1	estabelece,	também,	qual	é	a	sua	matéria	e	forma:	"o	
sacramento	da	confirmação	é	conferido	pela	unção	do	crisma	na	
fronte,	a	qual	se	faz	pela	imposição	da	mão	e	pelas	palavras	pres-
critas	nos	livros	litúrgicos	aprovados".
O	 sacramento	 da	 confirmação	 é	 conferido	 pela	 unção	 do	
crisma	na	fronte.	
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Da unção divina ou do Espírito Santo se fala em 2 Cor 1, 21-22 e 1 Jo 2,20-27. 
Portanto, podemos afirmar que a unção era conhecida desde o tempo dos após-
tolos. Não sabemos, porém, qual seria o seu significado preciso, isto é, se era 
referida ao batismo ou parte essencial da confirmação. No início do século 4º 
Isidoro resume a doutrina da Igreja ao afirmar que o grego "crisma" no latim se 
traduz por "unção". É por isso que se diz que Cristo é o "Ungido", como, também, 
todo batizado.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
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106
O	crisma	é	um	óleo	extraído	da	oliveira	ou	de	outras	plantas	
e	misturado	com	bálsamo	ou	outras	ervas	aromáticas,	como	sinal	
do	bom	odor	de	Cristo	que	o	confirmado	deve	espalhar	 com	as	
suas	obras.	O	cân.	880	§2	estabelece	que	este	óleo	deve	ser	consa-
grado	pelo	Bispo,	mesmo	que	o	sacramento	seja	administrado	por	
um	presbítero.	Trata-se	de	uma	norma	fundada	sobre	uma	antiga	
tradição	comum	às	Igrejas	do	ocidente	e	oriente.	Este	óleo	deve	
ser	novo,	isto	é,	consagrado	dentro	do	ano	litúrgico	em	que	será	
utilizado,	embora	isso	não	afete	a	validade	do	sacramento.
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Dos documentos do magistério e da opinião comum dos teólogos se deduz que 
não é permitido usar o crisma que não tenha sido consagrado pelo Bispo. Esta 
consagração é um sacramental que o legislador reserva exclusivamente ao Bis-
po por ser este o ministro originário do sacramento. Todavia, tratando-se de um 
sacramental de instituição eclesiástica (cânn. 1166-1167) seria possível que a 
Santa Sé concedesse a um presbítero a faculdade de consagrar o crisma, mes-
mo que isto não esteja previsto na atual legislação como acontece, por exemplo, 
com o óleo da unção dos enfermos (cân. 999). 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Além	da	unção	do	crisma	na	fronte,	o	cân.	880	estabelece,	
também,	que	tal	unção	é	feita	pela	imposição	das	mãos.	Todavia,	o	
Papa	Paulo	VI,	após	fazer	notar	que,	ao	longo	dos	séculos,	o	rito	do	
sacramento	da	confirmação	sofreu	variações,	 tanto	no	Ocidente	
quanto	no	Oriente,	decidiu	situar	o	rito	essencial	da	confirmação	
na	unção	com	o	óleo	e	não	na	imposição	das	mãos.	Abandonan-
do	 a	 fórmula	 até	 então	 utilizada	 na	 Igreja	 latina,	 Paulo	VI	man-
da	que	também	no	Ocidente	se	faça	uso	da	antiquíssima	fórmula	
do	rito	bizantino	que	destaca	o	valor	do	"selo	do	dom	do	Espírito	
Santo"(Const.	Apost.	Divinae consortium naturae,	15	agosto	1971,	
in	AAS	63	(1971),	p.	657-664).	
	Quanto	à	fórmula	a	ser	utilizada	no	sacramento,	o	legislador	
simplesmente	 nos	 remete	 aos	 livros	 litúrgicos	 aprovados.	 A	 his-
tória	ocupou-se	de	dois	aspectos	desta	fórmula:	as	palavras	pro-
nunciadas	durante	a	primeira	 imposição	das	mãos	e	as	palavras	
pronunciadas	durante	a	unção	e	segunda	imposição	das	mãos.	A	
primeira	fórmula	 jamais	foi	considerada	a	forma	do	sacramento,	
107© O Batismo e a Confirmação
mas,	apenas,	um	elemento	integrativo	do	rito.	Por	isso,	nos	inte-
ressa,	 apenas,	 a	 segunda fórmula,	 ou	 seja,	 aquela	 pronunciada	
durante	a	unção.	O	Papa	Paulo	VI	na	citada	constituição	Divinae 
consortium naturae fixou	 a	 fórmula	 essencial	 deste	 sacramento	
que,	na	verdade,	é	uma	síntese	da	tradição	latina	e	oriental:	"Ac-
cipe signaculum doni Spiritus sancti".	O	 Papa	 acrescenta,	 ainda,	
que	a	imposição	das	mãos	sobre	os	crismandos	realizada	antes	da	
unção,	mesmo	que	não	pertença	à	essência	do	rito	sacramental,	
deve	ser	levada	em	grande	consideração,	pois	ajuda	a	compreen-
der	o	sacramento	e	integra	a	celebração.	
Portanto,	 o	 rito	 essencial	 para	 a	 validade	 da	 confirmação	
consiste,	então,	na	unção	feita	pelo	ministro	na	fronte	do	crisman-
do	com	as	seguintes	palavras	prescritas	pelo	rito:	"N.,	recebe,	por	
este	sinal,	o	dom	do	Espírito	Santo".	Desta	forma,	a	imposição	da	
mão	sobre	a	cabeça	do	confirmando	enquanto	se	faz	a	unção	não	
é	exigida	para	a	validade	do	sacramento,	mas,	apenas,	para	a	sua	
liceidade.
Sobre a matéria e forma da confirmação sugerimos a seguinte 
obra: HORTAL, J. Op. Cit., p. 81-84.
Por	fim,	quanto	ao	tempo	e	ao	lugar	da	celebração,	é	conve-
niente	que	o	sacramento	da	confirmação	seja	celebrado	na	igreja	
e	normalmente	durante	a	missa,	embora,	por	uma	justa	e	razoável	
causa,	possa	ser	celebrado	fora	da	missa	e	em	qualquer	outro	lu-
gar	digno	(cân.	881).	Deste	modo	se	significa	o	itinerário	da	inicia-
ção	do	cristão,	que	culmina	com	a	Eucaristia.	
O ministro da confirmação (cânn. 882-888) 
O	CIC	distingue	entre	o	ministro	ordinário	(o	Bispo)	e	aqueles	
que	possuem,	pelo	próprio	direito,	por	especial	concessão	ou	por	
associação,	a	faculdade	de	confirmar:	
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108
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A qualificação de ministro ordinário feita pelo CIC não contradiz a qualificação 
de ministro originário feita pelo Concílio Vaticano II. Simplesmente houve uma 
adequação da linguagem canônica à situação da Igreja latina como destinatária 
das normas do CIC. Nele se estabelece que o Bispo, além de ministro originá-
rio, é, também, ministro ordinário, isso porque, diferentemente do que ocorre 
nas Igrejas orientais, a confirmação não é ordinariamente administrada por um 
presbítero. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1)	 O ministro ordinário	–	O	cân.	882	estabelece	que	o	mi-
nistro	ordinário	da	confirmação	é	o	Bispo.	Portanto,	no	
que	tange	especificamente	ao	ministro,	a	confirmação	é	
sempre	válida	quando	administrada	por	um	Bispo,	seja	
ele	diocesano	ou	não,	qualquer	que	sejam	os	 fiéis	e	o	
lugar	da	celebração.	A	liceidade,	em	contrapartida,	está	
submetida	a	algumas	circunstâncias	fixadas	pelos	cânn.	
884	§1	e	886.	Assim,na	sua	diocese	o	Bispo	diocesano	
administra	legitimamente	a	confirmação	aos	seus	súdi-
tos	e,	também,	aos	que	não	são	seus	súditos,	a	não	ser	
que	exista	uma	expressa	proibição	do	Ordinário	próprio	
destes	 (cân.	886	§1).	Em	outra	diocese,	a	não	 ser	que	
não	se	trate	de	seus	súditos,	ele	somente	pode	confir-
mar	 com	a	 licença	 razoavelmente	presumida	do	Bispo	
diocesano	do	lugar	(cân.	886	§2).
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Deste modo, a recepção do Espírito Santo pelo ministério do Bispo demonstra 
mais estreitamente o vínculo que une os confirmados à Igreja e o encargo rece-
bido de dar testemunho de Cristo entre os homens. 
Mais dados sobre o ministro ordinário você encontra no texto: HORTAL, Jesus. 
Os sacramentos da Igreja na sua dimensão canônico-pastoral. São Paulo: Loyo-
la, 1987, p. 84-85.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
2)	 Ministros	com	faculdade	para	administrar	a	confirmação	
–	Além	do	Bispo,	administra	validamente	a	confirmação	
todo	presbítero	dotado	de	faculdade	pelo	próprio	direi-
to	(ipso	 iure),	por	uma	especial	concessão	ou,	mesmo,	
por	associação.	Não	basta,	portanto,	ter	sido	ordenado.
•	 Vejamos	as	três	possibilidades	mencionadas:
109© O Batismo e a Confirmação
1)	 Faculdade	ipso	iure	(cân.	883):	têm	esta	faculdade	con-
cedida	pelo	próprio	direito	os	equiparados	ao	Bispo	dio-
cesano	dentro	da	própria	circunscrição;	
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
Segundo o cân. 381 §2 no direito equiparam-se ao Bispo diocesano os que pre-
sidem a outras comunidades de fiéis mencionadas no cân. 368, a não ser que 
outro fato se depreenda pela sua natureza ou por prescrição do direito. Sen-
do assim, são equiparados ao Bispo diocesano: o prelado territorial, o abade 
territorial, o vigário apostólico, o prefeito apostólico, o administrador apostólico, 
como, também, aqueles que estão à frente de outras formas de Igreja particular 
não previstas pelo CIC, como é o caso, por exemplo, do ordinariato militar, das 
missões sui iuris, dos ordinariatos latinos para os fiéis do rito oriental e da admi-
nistração apostólica pessoal.
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 
•	 O	presbítero	que	em	razão	de	seu	ofício	ou	por	man-
dato	do	Bispo	diocesano	batiza	um	adulto	ou	admite	
na	 Igreja	católica	um	batizado	acatólico;	o	pároco	e	
qualquer	presbítero	no	caso	de	perigo	de	morte;
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
No caso do batismo de adultos, a concessão desta faculdade é uma consequên-
cia do quanto estabelece o cân. 866, segundo o qual, a não ser que uma razão 
grave o impeça, o adulto que é batizado deve ser confirmado logo depois do ba-
tismo e participar da celebração eucarística, recebendo, também, a comunhão. 
Lembramos aqui que quando um cristão não católico resolve ingressar na Igreja 
católica, se não houver sérias razões para duvidar da validade do batismo que 
ele recebeu não se permite em hipótese alguma um novo batismo, pois tal sacra-
mento se recebe uma só vez e, se válido, imprime caráter.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
2)	 Por	especial	concessão	(cân.	884	§1):	tem	esta	faculda-
de	um	ou	mais	presbíteros	que,	em	caso	de	necessidade	
(por	exemplo	faltam	bispos	auxiliares,	a	diocese	é	vasta	
etc.)	recebeu		do	bispo	diocesano	tal	concessão.	O	pres-
bítero	dotado	desta	faculdade	administra	validamente	a	
confirmação	a	todos	os	fiéis	que	se	encontram	dentro	do	
território	em	que	possui	esta	faculdade.	Ao	contrário	do	
que	ocorre	com	o	Bispo,	nenhum	presbítero,	 incluídos	
os	que	são	equiparados	ao	Bispo	diocesano,	administra	
validamente	a	confirmação	em	território	alheio	ou	fora	
dos	limites	de	sua	jurisdição	(cân.	887);
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110
3)	 Por	associação:	por	uma	causa	grave,	em	casos	particu-
lares,	o	Bispo	e,	também,	o	presbítero	que,	pelo	direito	
ou	por	 especial	 concessão	da	 autoridade	 competente,	
têm	a	faculdade	de	confirmar,	podem	associar	a	si	pres-
bíteros	para	administrar	o	 sacramento	da	confirmação	
(cân.	884	§2).
Sobre a faculdade de crismar é possível consultar as seguintes 
obras: GHIRLANDA, G. O direito na Igreja: mistério de comunhão. 
Compêndio de Direito Eclesial. Aparecida: Santuário, 2007, p. 322-
323; HORTAL, Jesus. Os sacramentos da Igreja na sua dimensão 
canônico-pastoral. São Paulo: Loyola, 1987, p. 85-87. 
Os confirmandos (cânn. 889-891)
O	cân.	889	§1	assim	estabelece:	"É	capaz	de	receber	a	con-
firmação	todo	o	batizado	ainda	não	confirmado,	e	somente	ele".	
De	fato,	o	batismo	é	a	porta	dos	demais	sacramentos	(cân.	849)	e,	
portanto,	quem	não	recebeu	o	batismo	não	pode	ser	validamen-
te admitido	aos	demais	sacramentos	(cân.	842	§1).	É	importante	
ter	presente	que	a	confirmação	completa	o	caráter	do	batismo	e	
todos	os	seus	efeitos	e,	portanto,	necessariamente	dele	depende.	
Além	disso,	a	confirmação	não	pode	ser	repetida,	pois	é	um	dos	
três	sacramentos	que	imprime	caráter	(cân.	845	§1).
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A teor do quanto estabelecido pelo cân. 889, nem a idade, nem o possuir plena-
mente as faculdades mentais, nem a conveniente preparação constituem exigên-
cias de capacidade. Todo batizado (seja recém-nascido, criança, amente ou sem 
instrução alguma) é sujeito capaz de receber a confirmação e, por sê-lo, cabe a 
ele o direito fundamental de ser crismado, embora o exercício de tal direito esteja 
legal e legitimamente limitado como veremos em seguida. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Fora	do	perigo	de	morte,	para	alguém	receber licitamente	
a	confirmação	se	requer,	caso	tenha	uso	de	razão,	uma	adequada	
preparação,	uma	boa	disposição	 interna	e	a	 renovação	das	pro-
messas	batismais	(cân.	889	§2).	Portanto,	quando	não	se	verificam	
as	circunstâncias	excepcionais	(perigo	de	morte	e	carência	do	uso	
111© O Batismo e a Confirmação
de	razão),	o	candidato	a	receber	a	confirmação	deverá	necessaria-
mente	estar	adequadamente	preparado,	retamente	disposto	e	em	
condições	de	renovar	as	promessas	batismais.
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Não se trata apenas do perigo de morte de uma criança, mas, sim, de qualquer 
fiel. Convém lembrar que, neste caso, o pároco tem a função de administrar o 
sacramento (cân. 530, 2º) e obtém do próprio direito a faculdade de ser o ministro 
da confirmação (cân. 883, 3º). 
Quanto ao uso de razão convém observar que não se trata de uma condição sine 
qua non para a recepção do sacramento, pois o essencial não é aquilo que o 
homem faz, mas que acolha o dom oferecido na medida de suas possibilidades. 
Tal critério vale para os que possuem algum tipo de problema mental, pois não 
podem ser impedidos de receber o sacramento. 
Por fim, a norma universal não determina e muito menos concretiza o que se 
entende por "adequada preparação", "boa disposição" e "capacidade para reno-
var as promessas batismais". Caberá ao legislador particular dar orientações a 
este respeito que sejam flexíveis, evitando-se, assim, tanto o rigorismo quando 
o laxismo. O sacramento não pode ser elitizado ou banalizado. É preciso muito 
equilíbrio! 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O	sacramento	da	 confirmação	deve	 ser	 conferido	aos	 fiéis	
mais	ou	menos	na	idade	da	discrição	(7	anos	completos),	a	não	ser	
que	a	Conferência	dos	Bispos	tenha	determinado	outra	idade	(no	
Brasil	12	anos,	mas	não	de	modo	rígido),	ou	haja	perigo	de	mor-
te,	ou,	a	juízo	do	ministro,	uma	causa	grave	aconselhe	outra	coisa	
(cân.	891).	
A	 confirmação,	 uma	 vez	 recebida,	 não	 pode	 ser	 repetida	
(cânn.	879,	845	§1).	Caso	persista	a	dúvida	sobre	a	sua	celebração	
ou	sua	validade,	o	sacramento	deverá	ser	dado	sob	condição	(cân.	
845	§2).	
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A obrigação de receber a confirmação grava sobre o fiel sempre e não apenas 
em referência à idade estabelecida pelas leis da Igreja. Portanto, também na 
idade adulta, ou até mesmo avançada, não se devedeixar de cumprir tal dever. 
As razões são indicadas pelo cân. 879, já comentado. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Direito Canônico II
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112
Os padrinhos (cânn. 892-893) 
A	normativa	 utilizada	para	os	 padrinhos	 da	 confirmação	é	
quase	a	mesma	fixada	para	os	padrinhos	do	batismo.	A	presença	
de	um	padrinho	não	é	exigida	pela	celebração	enquanto	tal,	mas,	
sim,	 para	 formação	 cristã	 do	 crismando,	 como	o	 recorda	o	 cân.	
892.	A	indicação	do	código	não	nos	permite	afirmar	que	o	padri-
nho	é	 facultativo,	mas	 sim	que,	 fora	de	 casos	extraordinários,	o	
padrinho	deve	existir.	Para	que	alguém	desempenhe	o	encargo	de	
padrinho	é	necessário,	 segundo	o	cân.	893	§1,	que	preencha	as	
condições	mencionadas	no	cân.	874.	Além	disso,	aconselha-se	que	
o	padrinho	da	confirmação	seja	o	mesmo	do	batismo.
Prova e anotação da confirmação realizada (cânn. 894-896) 
Para	a	prova	da	confirmação	realizada	é	preciso	observar	o	
cân.	 876.	 Para	 a	 anotação	da	 confirmação	é	preciso	 se	 ater	 aos	
cânn.	895-896.	
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira,	na	sequência,	as	questões	propostas	para	verificar	
seu	desempenho	no	estudo	desta	unidade:
1)	 Quais	os	principais	aspectos	 teológicos	dos	 sacramentos	do	batismo	e	da	
confirmação	evidenciados	pela	normativa?
2)	 A	 imposição	das	mãos	sobre	o	crismando	é	uma	condição	absolutamente	
necessária	para	a	validade	do	sacramento	da	confirmação?	Justifique.
3)	 Os	padrinhos	do	batismo	e	da	confirmação	são	dispensáveis?	Justifique.
4)	 No	batismo	de	crianças	o	que	a	Igreja	realmente	exige	dos	pais	ou	responsá-
veis	para	permitir	o	batismo?	A	prática	que	você	conhece	está	em	conformi-
dade	com	a	normativa	(o	que	se	exige	dos	pais)?
5)	 Qual	o	procedimento	a	ser	utilizado	no	registro	do	batismo	de	crianças	que	
foram	adotadas?	
113© O Batismo e a Confirmação
8. CONSIDERAÇÕES
Nesta	unidade	você	pôde	compreender	os	principais	aspec-
tos	normativos	da	disciplina	eclesial	acerca	de	dois	dos	três	sacra-
mentos	da	iniciação	cristã:	o	batismo	e	a	confirmação.	Faltou	a	Eu-
caristia	que	veremos	a	seguir,	dedicando	a	ela	toda	uma	unidade.	
Caberá,	agora,	a	você,	tendo	presente	nossas	indicações,	comple-
mentar	o	seu	estudo,	especialmente,	com	uma	leitura	atenta	dos	
cânones	que	tratam	dos	sacramentos	abordados	até	aqui.	
Na	próxima	unidade	você	terá	uma	visão	panorâmica	da	nor-
mativa	eclesial	relativa	ao	sacramento	da	Eucaristia,	tendo	presen-
te	que	se	trata	de	um	sacramento	que	é	o	centro	da	Igreja,	do	seu	
culto	e	da	vida	cristã.		Até	lá!
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GHIRLANDA,	G.	O direito na Igreja, mistério de comunhão.	Compêndio	de	Direito	Eclesial.	
Aparecida:	Santuário,	2003.	
GRINGS,	D.	A ortopráxis da Igreja.	O	Direito	Canônico	a	serviço	da	pastoral.	Aparecida:	
Santuário,	1996.
HORTAL,	J.	E haverá um só rebanho:	história,	doutrina	e	prática	católica	do	Ecumenismo.	
São	Paulo:	Loyola,	1989.
______.	Os sacramentos da Igreja na sua dimensão canônico-pastoral.	São	Paulo:	Loyola,	
1987.	
MÜLLER,	I.	Direitos e deveres do Povo de Deus.	Petrópolis:	Vozes,	2004.
Centro Universitário Claretiano – Anotações

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