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A SOCIEDADE CAPITALISTA E SUAS CONTRADIÇÕES

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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ
 Sistema de Ensino Presencial Conectado
 
A SOCIEDADE CAPITALISTA E SUAS CONTRADIÇÕES
 Clécia Soraia Lopes Pereira Costa
CARUARU – PE
Outubro - 2013
CLECIA SORAIA LOPES PEREIRA COSTA
A SOCIEDADE CAPITALISTA E SUAS CONTRADIÇÕES
Trabalho apresentado aos professores Maria Angela Santini, Paulo Aragão e Sergio de Goes Barboza, das disciplinas FHTM do Serviço Social III, Ciência e Economia Política, Oficina de Formação: Questão Social, da turma do Terceiro Semestre, turno Noturno, do curso de Serviço Social.
UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ
GARANHUNS – 2013
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................... p. 04
1. A SOCIEDADE CAPITALISTA E SUAS CONTRADIÇÕES................. p. 05
	
1. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. p. 09 
1. REFERÊNCIAS .................................................................................. p. 11
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1. INTRODUÇÃO
O trabalho a seguir faz um breve resgate histórico acerca do surgimento do capitalismo assim como uma reflexão da sociedade capitalista e suas contradições com base na visão de Marx.
Atualmente, visualiza-se uma crescente busca por análises que busquem identificar e sistematizar as crises cíclicas capitalistas, tanto conjunturais como estruturais. Entretanto, uma visão da reprodução, capacidade de inovação e de conservação do sistema é significativo para a compreensão da crise atual; logo, a teoria social marxista aparece como uma corrente metodológica de profunda significância para que a realidade possa ser compreendida através de análises condizentes com a história de formação do sistema capitalista e com sua presente forma de sustentação, assim como para sua futura superação. A insustentabilidade do sistema capitalista - que possui como base a desigualdade, a concentração e centralização de capital, a dominação – é visível, se fazendo necessária sua mudança.
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1. A SOCIEDADE CAPITALISTA E SUAS CONTRADIÇÕES
A sociedade capitalista teve sua origem na Idade Média com o nascimento da burguesia que não aceitou a sociedade feudal “fixa e fechada”, porque a liberdade de empresa de produzir e comercializar não existia, uma vez que todos os aspectos da vida social eram codificados e controlados pelos senhores feudais.
Esta ideia de uma sociedade construída sobre a base de um “contrato” entre indivíduos livres e iguais (em oposição às desigualdades da sociedade feudal), que instituem o Estado, para serem por ele protegidos no exercício das respectivas liberdades individuais (compatíveis com a convivência social). 
Com a Revolução Francesa marca o nascimento da sociedade capitalista na sua plenitude. As ideias básicas defendidas na Revolução Francesa foram: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Essas três palavras, em particular as duas primeiras, Liberdade e Igualdade, sintetizam a imagem que a sociedade capitalista tem de si mesma e a imagem que ela pretende que todo homem tenha dela.
Marx, numa abordagem crítica pessoal, pegou ao pé da letra os princípios de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, sobre os quais dizia descansar a sociedade capitalista, e fez um questionamento a fundo dessa sociedade a partir dos seus próprios princípios.
Marx mostrou como a suposta igualdade era ilusória no Capitalismo, uma vez que todo homem, ao nascer, encontrava uma sociedade dividida em dois blocos desiguais: de um lado, o bloco dos proprietários dos meios de produção (empresas, terras, máquinas), e do outro lado, os proletários que, pelo fato de não serem proprietários destes, se viam obrigados a vender a sua força de trabalho aos donos das empresas, e desta forma ganhar o necessário para subsistir. 
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Para Marx, o capitalista se enriquece apropriando-se, sem qualquer tipo de retribuição, de uma parte do produto do trabalho realizado pelo operário. O grande dinamismo por trás do sistema capitalista ocorreu no momento em que o valor de troca substituiu o valor de uso. O uso primário de um produto capitalista é a venda, uma vez que você tenha vendido o seu produto, ele cumpriu com o seu objetivo. Não importa para onde ele vá, não importa quantas vezes será utilizado. Isso é totalmente irrelevante.
Marx mostrou, também, que a liberdade individual no Capitalismo estava condicionada pela divisão da sociedade em classes: de um lado, os proprietários dos meios de produção e, do outro lado, os trabalhadores.
Nessas circunstâncias, o filho do operário, vindo ao mundo não tem escolha livre do seu projeto de vida; carente dos meios de produção, ele não tem outro remédio senão vender a sua força de trabalho ao capitalista (este sim tem a “liberdade” de contratá-lo ou não) e perpetuar a estirpe deste novo tipo de escravo moderno, gerado pelo Capitalismo. Escravo, porque uma vez vendida a sua força de trabalho, é o capitalista e não o operário quem decide pela vida deste (o que produzir como produzir, horários, regulamentos da empresa com as devidas sanções e a sempre possível demissão e condenação ao desemprego).
De fato, pensava Marx, o que defendem os capitalistas quando falam de “liberdade”, não é nada mais do que a sua “liberdade de empresa”, isto é, a sua “liberdade” de enriquecerem às custas do trabalho operário não remunerado.
O sistema capitalista, que possui essa dinâmica, atingiu o limite de suas contradições. O principal ponto do capitalismo é ignorar a necessidade real das pessoas. Prova disso é que ainda hoje as pessoas sofrem enormemente. Elementos da necessidade humana não podem ser considerados porque a natureza do nosso sistema é um crescimento sem limites e sem fim. E nesse sentido o céu é o limite. Não é bem assim. Dizer isso é enganar-se a si mesmo. Existe um limite para os seres-humanos e a maneira 
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como nos relacionamos com a natureza. Nossa existência depende da manutenção de uma relação aceitável com a natureza.
Marx alegou que as sociedades democráticas e liberais capitalistas sofrem dois problemas (contradições) que impediriam tanto a harmonia social como uma vida econômica estável. Primeiro que o processo competitivo de um mercado capitalista levaria a uma concentração da propriedade do capital cada vez em menos mãos. Segundo que a organização sócia econômica da sociedade capitalista também apresentaria outra contradição estrutural inerente na dinâmica econômica do capitalismo. Embora o capitalismo gerasse muitas mercadorias a sua estrutura de classe estaria restrita na capacidade de consumir de uma pequena minoria rica da população. Ou seja, a produção em larga escala de mercadorias seria incompatível com a concentração das riquezas em poucas mãos.
Assim como os positivistas, a exemplo de Auguste Comte, Marx enxergava uma diferença muito ampla entre as sociedades do passado – marcadas pelo feudalismo, pela religião e pelo militarismo – e as sociedades modernas, cujas características principais passavam pela industrialização e pelo desenvolvimento científico. Mas, diferentemente dos positivistas, seus estudos não se detiveram em analisar as contradições existentes entre a sociedade de seu tempo e as sociedades do passado. Sua grande preocupação foi, antes de tudo, entender as contradições existentes dentro da própria sociedade capitalista.
Dessa mesma maneira, ao passo que os positivistas enxergavam nos embates existentes entre a classe trabalhadora e os empresários problemas fáceis de serem resolvidos, e que, portanto, merecia atenção secundária, Marx acreditava que esses conflitos eram a questão mais importante das sociedades modernas. O antagonismo e a luta entre o proletariado e a burguesia eram, para ele, a própria essência do capitalismo e o motor da história.
A sociologia apresentada por Marx reflete sua visão crítica da sociedade capitalista. Por isso, ainda hoje ele se constitui num valoroso aliado 
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para quem procura entendera geração de capital e de lucro, bem como as relações de trabalho e de exploração do capitalismo.
Como já previa o velho Marx, o alto desenvolvimento das forças produtivas tendia a acentuar a queda da taxa média de lucro, ou das margens de rentabilidade, obrigando o capitalismo a tentar aplainar o mundo, através da disseminação de seu modo de produção. Isto é, globalizando-se, para aproveitar a força de trabalho barata dos países ainda agrários, e arrancar uma mais-valia que compensasse aquela queda, ao mesmo tempo em que, contraditoriamente, promovia sua desindustrialização relativa.
O sistema capitalista, que possui essa dinâmica, atingiu o limite de suas contradições. O principal ponto do capitalismo é ignorar a necessidade real das pessoas. Fato de pode ser comprovado com a realidade atual de grande desigualdade social, alto índices de corrupção, mal uso do dinheiro público, falta de investimento na educação, saúde, politicas sociais e públicas. Vive-se numa sociedade cada vez mais de espírito individualista, desigual e desumano, consequências de um capitalismo que só aliena as pessoas com auxílio das mídias de comunicação que cada vez mais prega a ideia de consumismo, afinal consumir tornou-se a nova ordem social e econômica da atualidade.
Muito se fala em avanços e desenvolvimento, porém a realidade na maioria dos lares brasileiros é bem outra, pois essa realidade não é interessante se fazer saber, o importante mesmo é PROMOVER. 
 
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1. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É fato dado o qual vivemos numa sociedade dividida em classes, arrogantemente antagônicas e inimigas por natureza. Existem duas cidades dentro de cada cidade. Uma para a burguesia, para os gerentes da crise do capital, uma parte da cidade, os bairros burgueses e megalomaníacos, habitados pelos próprios acionistas e pilhadores da cidade. Já a outra cidade tem como cartão postal as favelas e os bolsões de miséria. São bairros sem esgoto tratado, sem água encanada, sem luz elétrica, ruas sem asfalto ou calçamento. Esta outra metade, não aqui entendida como divisão matemática igual em espaço territorial, mas como metade de classe, pertencente aos trabalhadores em geral, sejam os operários fabris, sejam os trabalhadores informais como os camelos, catadores de lixo e o lupem-proletariado em geral. 
Embora os governos Lula e, na sua sequência, o governo Dilma não tenham revertido essa dupla ofensiva e tampouco suprimido os seus principais resultados, esses governos moderaram os efeitos negativos do modelo capitalista neoliberal no que respeita às condições de vida da população trabalhadora e no que concerne à proteção do capitalismo brasileiro. A economia voltou a crescer, o emprego e o salário cresceram, o programa de privatização foi contido e, como podemos ver no presente momento, o governo Dilma se esforça por proteger a indústria interna da concorrência dos importados barateados pelo câmbio alto. O neodesenvolvimentismo retoma a velha aspiração desenvolvimentista, mas o faz em condições históricas novas e com ambição menor. Porém os problemas sociais ainda continuam muito complexos e profundos.
Programas sociais de transferência de renda, como o Bolsa Família, se por um lado ajuda para que muitas famílias saiam do quadro de extrema miséria, por outro contribuí para o acomodamento dos seus beneficiados, que em sua maioria, já se acostumaram a viver com o pouco que lhe é dado achando conveniente que não se procure sair desse programa.
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As contradições modernas do capitalismo na verdade é as históricas de origem, desigualdade social, alienação da maioria da população, e poder de uma classe sobre outra. O que faz com que muitos estudiosos se questionem sobre essa realidade é que o contexto histórico atual é outro dos de origem do capitalismo, pois hoje são muitos e grandes os direitos sociais conquistados pela sociedade civil, porém estas só existem de fato no papel, muito pouco é cumprido e a realidade é maquiada.
A necessidade de um maior diálogo e construção teórica crítica se faz cada dia mais necessária na atualidade para que os anseios e as mudanças sociais desejadas sejam realizados. Recorrendo a Karl Marx (2011, p.25), “Os homens fazem a sua própria história; contudo, não a fazem de livre e espontânea vontade, pois não são eles quem escolhem as circunstâncias sob as quais ela é feita, mas estas lhes foram transmitidas assim como se encontram.”
Fala-se que para mudar a realidade é necessário a população buscar conhecimento e lutar por seus direitos, mas como buscar algo em que se não consegue acreditar? O diálogo entre o Estado e seus cidadãos pouco tem ocorrido, uma vez que a sociedade política se resulme a corrupção e ao processo eleitoreiro, levando a sociedade desacreditar na política e desconhecer sua verdadeira essência. 
A sociedade esta alienada pelo consumismo e pelo culto beleza deve-se aderir a esses estilos de vida para ser verdadeiramente aceito num determinado grupo social. E assim caminha a humanidade, sendo movida e influenciada pelo o que é conveniente para os detentores domínio do capital, ou seja, manda quem tem dinheiro.
	
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1. REFERÊNCIAS
· BATISTA, Alfredo. Reforma do Estado: uma Prática Histórica de Controle Social. Seviço Social & Sociedade. São Paulo, ano XX, n. 61, p. 63-90, nov. 1999.
· http://www.scielo.br/pdf/pp/v21n1/v21n1a06.pdf
· NETTO, José Paulo. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2005.
· A CONTRADIÇAO DO CAPITALISMO SEGUNDO KARL MARX http://contradicaodekarlmarx.blogspot.com.br/ 
· Reportagem do jornal Nacional: Obras do PAC se Arrastam por Causa de Falha de Planejamento. Apresentada em 05 de Outubro de 2013. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/10/obras-do-pac-se-arrastam-por-causa-de-falha-de-planejamento.html.
· AS CONTRADIÇOES DO CAPITALISMO – CARTA CAPITAL http://www.cartacapital.com.br/politica/as-contradicoes-do-capitalismo

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