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AÇÃO DE ALIMENTOS

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 22° VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE Guaiaqui
ANTÔNIO PEDRO, brasileiro, viuvo, inscrito no CPF sob o nº 129.511.455-00, portador da cédula de identidade de nº 0196520380 SSP/BA, residente e domiciliado na Rua Boa Esperança, n° 62, Macabas, CEP 41770-092 – Daluz/BA, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado devidamente constituída, conforme  instrumento procuratório anexo, propor a presente
AÇÃO DE ALIMENTOS com pedido de fixação initio litis de ALIMENTOS PROVISÓRIOS
Em face Arlindo, brasileiro, solteiro, Empresário, portador da cédula de identidade R.G. nº 14879512-30 e inscrito no CPF/MF nº 054.789.341-30, residente e domiciliado na Rua marte, n° 80, Planeta, CEP 40983-590 cidade Italquise/BA, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
I- PRELIMINARMENTE
I.I - Prioridade na tramitação do processo (CPC, art. 1.048, inc. I c/c EI, art. 71).
 
Conforme dispõe o art. 71 da lei n. 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), a prioridade na tramitação abrange os processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais, em qualquer instância. Portando, idoso aos olhos da Lei – documento comprobatório anexo --, fazendo jus, assim, à prioridade na tramitação do presente processo.
No mesmo sentido, o art. 1.048 do Código de Processo Civil (CPC) irá estabelecer que aqueles em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos possuem prioridade na tramitação dos procedimentos judiciais.
Pelo exposto, nos termos do art. 71 da lei n. 10.741/2003 c/c art. 1.048 do CPC, requer a parte autora que o processo tramite com prioridade. (doc. 01)
I.II - DO SEGREDO DE JUSTIÇA 
Requer, ainda, que a presente ação tramite em segredo de justiça, nos termos do art. 189, II e III do Código de Processo Civil1, visando resguardar o sigilo das informações, bem como preservar a intimidade das partes, sobretudo porque a presente ação versa sobre interesse de infante. 
II- DOS FATOS
O Autor foi casado com a sra. Lourdes (doc. Anexo), fruto desse relacionamento tiveram um único filho, ora Réu (doc. Anexo). Acontece que, já com seus 72 (setenta e dois) anos, o Autor começou a passar por dificuldades financeiras, sobrevivendo com o auxílio de vizinhos e alguns parentes.
O Réu é dono de uma rede de hotelaria, possuindo boa condição econômica, não obstante, não presta nenhum auxílio financeiro ao Autor para sua subsistência mínima. Com os fatos, outra opção não restou, senão a proposição da presente ação, visando o recebimento de suporte financeiro mínimo para o Autor.
III- DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
III.I DO PROCEDIMENTO ESPECIAL - LEI N. 5.478/68
A ação de alimentos é regida por rito especial, consoante art. 1o da lei n. 5.478/68. In verbis:
Art. 1o. A ação de alimentos é de rito especial, independente de prévia distribuição e de anterior concessão do beneficio de gratuidade.
Assim, requer que o procedimento respeite as disposições contidas na respectiva lei.
III.II - DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO - LEI N. 10.741/2003
O autor é pessoa idosa, possuindo mais de 60 (sessenta) anos de idade, fazendo jus a prioridade de tramitação.
Conforme o art. 71 da lei n. 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), a prioridade na tramitação abrange os processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais, em qualquer instância.
No mesmo sentido, o art. 1.048 do Código de Processo Civil (CPC) irá estabelecer que aqueles em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos possuem prioridade na tramitação dos procedimentos judiciais.
Pelo exposto, nos termos do art. 71 da lei n. 10.741/2003 c/c art. 1.048 do CPC, requer a parte autora que o processo tramite com prioridade.
III. III - DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Inicialmente requer os benefícios da assistência judiciária gratuita, nos termos do que dispõe a lei 10.060/50, tendo em vista não poder arcar com as custas e despesas processuais sem prejuízo do seu sustento e da sua família.
Pois bem, a parte autora passa por dificuldades financeiras, idoso e fora do mercado de trabalho. Foi inclusive, sua condição de pobreza que tornou necessária a presente ação.
III. IV - DA INTERVENÇÃO OBRIGATÓRIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO
A presente ação tempo por objetivo fundamental a proteção de direitos inerentes à condição de idoso do Autor, estando albergado por Estatuto próprio.
O art. 75 do Estatuto do Idoso é claro ao estabelecer que "nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos, requerer diligências e produção de outras provas, usando os recursos cabíveis."
Assim, com fundamento legal, requer a participação obrigatória do Ministério Público no presente processo.
VI - DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA NO MÉRITO
O Código Civil em seu Art. 1.694 já estabelece a obrigação alimentar entre os parentes de forma recíproca. A Lei no 10.741/2003, ao tratar especificamente do Estatuto do Idoso dispõe claramente sobre a solidariedade na sua prestação:
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.
Com isso, não obstante a possibilidade de um ou dois dos familiares em garantir alimentos, cabe a cada um, isoladamente, a manutenção do sustento digno de seu familiar idoso.
Assim, considerando a situação degradante do Autor, que não aufere renda suficiente para arcar com suas necessidades, nem para suprir uma subsistência mínima de dignidade, requer a intervenção judicial para não permitir que continue na miserabilidade.
Ao lecionar sobre o tema, Rolf Madaleno destaca:
"A solidariedade convoca cada membro da comunidade familiar e importa na convergência de esforços individuais para responderem pelo bem-estar do outro, tendo como pressuposto que os alimentos do idoso têm caráter de urgente necessidade, e ao permitir que ele possa reclamar integralmente os alimentos de um só dos diversos devedores (um filho dentre os vários existentes), quis o legislador criar uma exceção à norma geral da divisibilidade alimentar ao configurar como solidários os alimentos do idoso." 
MADALENO, Rolf. Maual de Direito de Família. Forense, 2017. Ebook edition. p.9171)
Trata-se, portanto, de direito do idoso que deve ser preservado, respondendo os réus soliadariamente pela prestação de alimentos, conforme precedentes sobre o tema:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. ALIMENTOS. PEDIDO DE ASCENDENTE A DESCENDENTE. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE FAMILIAR - ART. 1.696 DO CCB. TUTELA PROVISÓRIA. REQUISITOS. ALIMENTANDO IDOSO E CURATELADO. NECESSIDADE E URGÊNCIA DEMONSTRADAS. OBRIGAÇÃO CONSTITUÍDA PROVISORIAMENTE. BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE. O princípio da solidariedade familiar autoriza a constituição de obrigação alimentar de ascendente a descendente quando comprovada a necessidade. A fixação provisória de alimentos liminarmente exige cautela a fim de prevenir hipótese de prejuízo, até que + Adicionar Conteúdo melhores elementos de prova acer Adicionar Jurisprudência ao longo da instrução proce Novo campo INSTRUMENTO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJ-RS; Agravo de Instrumento, No 70082666116, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sandra Brisolara Medeiros, Julgado em: 11-12-2019).
ALIMENTOS- Ação ajuizada pelo pai em face da filha - Cabimento - Ascendente idoso, portador de mal de Alzheimer, sem condições de exercer suas atividades diárias com autonomia - Valor da pensão alimentar arbitrado em 02 (dois) salários mínimos mensais - Ausência de comprovação da incapacidade financeira da filha - Observância do binômio necessidade possibilidade - Indeferimento da gratuidade da justiça ao alimentando - Sentença mantida - Recursos desprovidos. (TJSP; Apelação Cível 1044138-36.2017.8.26.0100; Relator (a): Moreira Viegas; Órgão Julgador: 5a Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível- 11a Vara da Família e Sucessões; Data do Julgamento: 25/09/2019; Data de Registro: 25/09/2019)
APELAÇÃO. AÇÃO DE ALIMENTOS PROPOSTA POR ASCENDENTE CONTRA DESCENDENTE. DEVER DE SOLIDARIEDADE E DE MÚTUA ASSISTÊNCIA ENTRE OS FAMILIARES. Os alimentos são cabíveis porque calcados na solidariedade existente entre os ascendentes e descendentes, principalmente quando demonstrado que a alimentanda é idosa, percebendo modesta renda proveniente de aposentadoria e demanda inúmeras despesas médicas. Hipótese em que a apelante não se desincumbiu de comprovar a impossibilidade de cumprir com a obrigação, ônus que lhe cabia, conforme dispõe a Conclusão n. 37 do Centro de Estudos desta Corte. Apelação desprovida. (TJ-RS; Apelação Cível, NO 70083271635, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Afif Jorge Simões Neto, Julgado em: 11-12 2019)
A Constituição da República, em seu art. 229, estabelece o dever de assistência recíproca entre os familiares, este se estende dos pais para os filhos menores e dos filhos maiores para os pais. In verbis:
Art. 229. “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.”
É de se esperar que essa assistência se dê de forma gratuita, motivado unica e exclusivamente pelo vínculo de sangue e/ou afetividade que, em regra, rege uma família.
Não obstante ao fato, hoje o Autor carece de condições econômicas para se sustentar minimamente. Em razão da grande tristeza que lhe causou a morte de sua esposa e de sua idade avançada, não possui condições de trabalhar.
Seu único filho, ora Réu, possui boas condições econômicas, sendo dono de uma rede de hotelarias, possuindo plena capacidade, sem prejuízo do seu próprio sustento, de ajudar financeiramente seu pai.
Para casos em que o auxílio não aconteça de forma voluntária, a lei n. 5.478/68 estabelece o procedimento pelo qual aquele quem passa dificuldades poderá exigir ajuda de seus familiares.
Mas do que um dever ético prestar auxílio aos familiares e, no caso específico, aos idosos da família é um dever legal, sobre isso o art. 3o do Estatuto do Idoso irá dispor:
Art. 30 “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.”
É no próprio Estatuto, inclusive, em seu art. 11, que se prevê a possibilidade de prestação de alimentos aos idosos, sendo estabelecido que "os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil."
Do mesmo modo, o Código Civil (CC) garante o direito de se pedir alimentos aos parentes para que se possam manter suas necessidades de modo compatível com a condição social do Alimentando, sem que ocorram prejuízos ao Alimentante. O art. 1.694, CC, irá dispor:
“Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.”
Dessa forma, requer o Autor que a presente ação seja julgada PROCEDENTE, fixando-se alimentos que permitam a subsistência digna do Alimentando, na medida das condições econômicas do Réu.
V - DOS PEDIDOS
No mérito, requer seja JULGADA TOTALMENTE PRECEDENTE a presente ação.
Ante tudo o exposto, pleiteia a parte autora:
a) A observância do procedimento especial em espécie, seguindo os ditames da lei n. 5-478/60;
b) A concessão do benefício da gratuidade da justiça, com fundamento no art. 1o, par.2° da lei n. 5-478/68;
c) A prioridade na tramitação do processo, com fundamento no art. 71 da lei n. 10.741/2003 c/c art. 1.048, CPC;
d) A intimação do Ministério Público para sua intervenção obrigatória;
e) Em sede antecipada, a concessão initio litis de alimentos provisórios/provisionais;
f) No mérito, a condenação do Réu ao pagamento dos alimentos definitivos;
g) A condenação do Réu em custas e honorários advocatícios;
h) A citação do Réu para, querendo, responder a presente ação, sob pena de revelia.
Dá-se à presente o valor de R$ 100,00 (cem reais). 
Nesses termos, pede deferimento. 
Salvador, 21 de Setembro de 2020. 
(Assinado eletronicamente) 
Jeferson Gabriel Santos Costa
OAB/BA 99.999

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