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Traumatismo cranioencefálico Objetivos Revisão anatomia Fisiologia – Teoria Monro Kellie Biomecânica do trauma Lesões Crânio – fraturas Parênquima Difusa Focal Como reconhecer – QC, Imagem Avaliação Modalidades terapêuticas Introdução TCE : lesão que envolva anatomicamente desde o couro cabeludo até o parênquima encefálico. Importante causa da morbimortalidade Principalmente entre os adultos jovens Principal causa de mortes em adultos jovens. Sexo masculino mais acometido (3H:1M) 75% trauma leve; 15% moderado; 10% grave Moderado e grave – mortalidade 10-30%; 50-90% - sequela Objetivo principal do tratamento Prevenir lesão cerebral secundária. Anatomia Couro cabeludo Irrigação abundante – perdas sanguíneas significativas Crânio Base é irregular – lesões quando cérebro se desloca – movimentos de aceleração e desaceleração Fossas anterior – lobo frontal; média – temporal; posterior – tronco e cerebelo Região temporoparietal – calota mais fina – maior incidência fraturas Fraturas de base de crânio Meninges Dura-máter: Membrana resistente Aracnoide Pia-máter Espaço epidural Artérias meníngeas – rotura – hematoma epidural Espaço subdural – espaço virtual. Rotura de veias – hematoma subdural Espaço subaracnoide – onde está o LCR. Traumas podem levar à rotura de vasos e hemorragia subaracnóidea Fisiologia Encéfalo consome 20-22% do O2 do organismo Fluxo sanguíneo cerebral – 50ml/100mg/min Perfusão encefálica Pressão de Perfusão Cerebral = Pressão arterial média – Pressão intra craniana PPC = PAM – PIC Pressão intracraniana Depende do volume venoso, volume arterial, encéfalo, líquor Fisiologia – Teoria de Monro-Kellie Crânio – caixa rígida Volume total do conteúdo intracraniano deve permanecer constante Massa – tumor, sangramento Componente “extra” compensação é pela diminuição da quantidade de líquor e sangue venoso Mantém a PIC normal Quando o limite de deslocamento de LCR é atingido, PIC aumenta rapidamente À medida que aumenta a Pressão intracraniana Diminui a Frequencia Cardíaca Aumenta a PAM Altera-se a FR Diminui o nível de consciência Risco de Herniação Pode levar à compressão do tronco encefálico Substância reticular ativiadora – Coma Centro respiratório – Parada respiratória Tríade de Cushing Biomecânica Impacto direto – injúria no local do impacto Contra-golpe – injúria no lado oposto do impacto Biomecânica Forças de aceleração e desaceleração – Cisalhamento Fragmentação de fibras nervosas e vasos perfurantes Morfologia das lesões Fraturas de crânio Calota craniana Base de crânio Lesões intracranianas Difusas Focais Fraturas de crânio Podem ser lineares, deprimidas, cominutivas 80% são lineares Mais frequente em região temporoparietal Pode estar associado à rotura de vasos – artéria meníngea média Deprimidas – um ou mais fragmentos deslocados internamente Cominutivas – vários fragmegntos ósseos Base de crânio Podem estar associadas a lesão de nervos cranianos ou ruptura dural (risco tardio de meningite) Fratura em base de crânio – sinais Sinal do guaxinim – equimose periorbital Sinal de Battle – equimose retroauricular Fístula líquorica Rinorréia Otorréia Disfunção dos nervos Facial ou vestibulococlear Pode comprometer ainda canal carotídeo – dissecção, trombose Fístula Morfologia das lesões Fraturas de crânio Calota craniana Base de crânio Lesões intracranianas Difusas Focais Lesões intracranianas – Difusas Secundário ao movimento de aceleração-desaceleração – forças de cisalhimento – estiramento e rotura axonal Perde a consciência Breve (< 6 horas): concussão cerebral Prolongada (> 6 horas): lesão axonal difusa Regiões mais susceptíveis – estruturas de linha média Ponte Mesencéfalo Corpo caloso Capsula interna Substância branca parassagital Concussão cerebral Desorganização funcional transitória do sistema reticular ativador – por forças de rotação Sem anormalidades no exame de imagem Lesão axonal difusa Transecção de neurônios Acúmulo de materiais do transporte axoplasmático Abertura de canais níveis tóxicos de cálcio Ampla apresentação clínica Leve – Coma 6-24h Moderada a grave: coma > 24 horas Pode durar dias, meses, anos. Os que recuperam – sequela motora, cognitiva grave. Quando pensar Paciente com TC normal e coma > 6 horas Excluindo-se causas metabólicas para o coma. Lesões focais Contusão cerebral Hematoma parenquimatoso Hematoma subdural Hematoma epidural Hemorragia subaracnóidea Contusão Hemorragias focais do parênquima Escarificação do cérebro em seus movimentos contra superfície interna do crânio Mais frequente nos lobos frontal e temporal Podem ou não estar associado a fraturas Podem ocorrer no local do trauma e no lado oposto – golpe e contra golpe Tendem a aumentar de tamanho em 12-24 horas Principalmente se associado a coagulopatia Hematoma intracerebral Coleções focais de coágulos sanguíneos Contusão – tecido cerebral machucado e com sangue Maioria na substância branca profunda Contusões tendem a ser corticais Se não houver LAD, hemorragia secundária – boa recuperação. Se hematoma grande – efeito compressivo – evacuação cirúrgica Hematoma subdural Origina-se geralmente de fonte venosa (raro sangramento artéria pial). Sangue no espaço entre dura e aracnoide. Geralmente na convexidade cerebral lateral TC – coleção em forma de crescente lunar – convexidade hemisférica Mais comum em idosos e alcoolatras Atrofia cerebral – maior susceptibilidade de rotura venosa Hematoma subdural 50% perde a consciência na hora da lesão Hemiparesia - contralateral Alteração pupilar – ipsilateral Cuidado com Sinal de Kernohan – sinal falso localizatório Trato piramidal – Déficit motor contralateral Terceiro par – dilatação pupilar ipsilateral Hematoma epidural Rotura de artéria meníngea média – sangramento espaço epidural (entre calota craniana e dura mater) Tamanho do coágulo aumenta até o vaso rompido ser comprimido ou ocluído pelo hematoma. Geralmente na convexidade do hemisfério na fossa craniana média, mas pode ocorrer na fossa anterior (rutura de artérias meníngeas anteriores) Mais comum em adultos jovens Idosos – dura mater muito aderida à calota craniana Hematoma epidural Intervalo lúcido Na momento do trauma – concussão cerebral – perda da consciência breve Rotura da a. meníngea média Após intervalo variável – pela expansão do hematoma Recidiva do coma – devido aumento da pressão intracraniana Hemiplegia contralateral Hemorragia subaranóidea Causa mais frequente de hemorragia subaracnóidea Traumática Dentre as causas não traumáticas : rotura de aneurisma Sangue nas convexidades Na HSA por rotura de aneurisma – sangue nas cisternas da base. Avaliação primária e reanimação Lesão cerebral é agravada por agressões secundárias TCE + hipotensão: taxa de mortalidade é o dobro de paciente com TCE e normotensos TCE + Hipóxia: aumenta 75% mortalidade Extrema importância estabilização cardiopulmonar Reanimação A – via aérea com controle da coluna cervical B – Respiração (Ventilação e oxigenação) C – Circulação D – Disfunção neurológica E – Exposição Ambiente D – Exame neurológico abreviado Escala de coma de Glasglow 3-15 pontos TCE leve: 13-15 TCE moderado: 9-12 TCE Grave: 3-8 Reação pupilar Avaliar tamanho – miose, midríase (Diferença > 1mm – anisocoria) Resposta a luz Reflexo fotomotor direto e consensual Avaliação secundária Inspeção do crânio, sangramento nasal, otológico Resposta motora Ritmo respiratório Atenção para fatores de confusão: Outras lesões associadas Etilismo Drogas Pós ictal Procedimento diagnóstico Tomografia computadorizada Indicação : TCE grave TCE moderado TCE leve (algumas situações) TCE leve Maioria evolui sem intercorrências 3% - piora inesperada TC alterada e sintomático Internação ECG 13 – 25% TC alterada; 1,3% intervenção cirúrgica ECG – 15 – 10% TC alterada; 0,5% intervenção cirúrgica TC normal e assintomático Alta com orientações de observação em casa por 24 horasTCE moderado ECG 9-12 15% dos TCE 10-20% pioram TC de crânio e internação para observação Se TC anormal nova TC em 24 horas Piora nova TC TCE grave ECG – 3 a 8 10% dos TCE Frequente politrauma associado TC assim que possível UTI Cuidados de neurointensivismo Avaliação neurológica seriada Exame neurológico, avaliação da Pressão intracraniana Piora: rebaixamento NC, pupilas anisocóricas, aumento agudo da PIC Piora – nova TC Evitar injúria cerebral secundária Controle da pressão intracraniana Controle temperatura, glicemia, eletrólitos, evitar crises epilépticas, anemia, alteração da osmolaridade Manter boa PPC (PPC = PAM – PIC) Elevar PAM – evitar hipotensão Controlar PIC Avaliar necessidade de craniotomia descompressiva Controle da pressão intracraniana TCE Grave (paciente entubado) – monitorização em uti e cateter para medir pressão intracraniana; PIC normal – até 15mmHg ou 20 cmH2O No TCE ideal < 20mmHg PPC = PAM – PIC Objetivo PPC > 60mmHg e PIC < 20mmHg PPC baixa – menor perfusão – lesão cerebral secundária Aumento agudo e grave da PIC repetir TC Controle da pressão intracraniana Medidas para diminuir PIC Sedação, controle da PAM (se hipotenso) Manitol ou solução salina hipertônica Hipotensos – solução salina Sobrecarga de volume – manitol Hiperventilação PCO2 entre 28-32mmHg (normal 35-45mmHg) Alcalose cerebral vasoconstrição diminui volume sanguíneo intracraniano diminui PIC PCO2 < 26 isquemia cerebral Hipotermia Pacientes refratários. Protocolo de hipotermia – bloqueador neuromuscular, fentanil. Craniotomia descompressiva Craniotomia descompressiva