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AIS PROVA A1 – LAURA MENEGOTTO RAMOS Aula: Abordagem da dor aguda e crônica na APS (incompleta, usar pdf). Dimensões da dor: Sensorial (nocicepção) - Sinônimo de “NOCICEPÇÃO”, permite identificação têmporo-espacial, assim como perceber sua qualidade e sua intensidade; Subjetiva - Responsável por seus componentes de humor e de afeto; Sintoma não relacionado ao dano tecidual (cognitivo- comportamental)- Ideias, símbolos, representação interna ecomportamentos individuais de cada paciente com ador Classificação da dor: Aguda - Dura até 1 mês após a lesão ser iniciada; Apresenta valor biológico e de proteção; CRÔNICA- Aparece após 3 meses do início da lesão; Sem qualquer função de alarme do corpo. Pode constituir um problema (doença) por si só. Frequentemente desproporcional ao fator que inicia o quadro álgico; Pode ocorrer mesmo que o fator causal tenha sido tratado ou removido. Patogênese da dor: Nociceptiva- Ocorre por ativação fisiológica de receptores de dor, é desencadeada ou exacerbada pelo movimento, aliviada pelo repouso e de localizaçãoprecisaa) SOMÁTICA: Bem delimitada, descrita de forma simples, como “fisgada”, “picada”, “cãimbra”. Subtipos: SUPERFICIAL (pele e mucosas) e PROFUNDA (músculos, ósseos, ligamentos fáscias, vasos sanguíneos). VISCERAL: Receptores viscerais (distensão), difícil de localizar, frequentemente pode irradiar para as correspondentes regiões cutâneas de referência (“dor referida”). Descrita como “cólica”, “aperto”, “coxada”. Ambos os tipos de dor nociceptiva respondem bem a analgésicos opioides e não opioides, com excelente resposta quando a dor é somática, e com boa resposta quando a dor é visceral. Neuropática- Inflamação, lesão ou compressão de estruturas do SNC ou SNP. Dor causada diretamente por lesão ou doença do sistema nervoso (central ou periférico), podendo inclusive ser originária em qualquer lugar do sistema nervoso, desde vias de sensibilidade até vias modulatórias descendentes. Resulta de lesão das fibras nervosas, em que os impulsos dolorosos provêm das próprias estruturas neuronais e não das terminações nervosas estimuladas. Difícil de diagnosticar e de tratar, não desempenhando qualquer função fisiológica. Sensações aberrantes, caráter errático/imprevisível, descrita como “queimação”, “choque”, “ferroada”, “laceração”, “formigamento doloroso”. Mista – DOR ONCOLÓGICA; Radiculopatia compressiva; Cefaleias crônicas persistentes e/ou recorrentes; Vasculites. Etiologia: traumáticas, infecciosas, autoimunes e isquêmicas. Princípios gerais: Educar o doente sobre o tratamento, sobretudo na dor crônica; Explicitar o papel do tratamento farmacológico na síndrome dolorosa em questão; Abordar prognóstico e expectativas no manejo dador; Individualizar o tratamento de acordo com as características clínicas do paciente; Respeitar a farmacodinâmica e a farmacocinética; Utilizar a via de administração MENOS INVASIVA, sempre vinculada às propriedades dos fármacos; Prever e atentar-se aos efeitos adversos; Buscar intervenções de evidências científicas quando ela for disponível (quando não disponível, seguir o tratamento de acordo com cada síndrome dolorosa individualmente). Classes de fármacos: ANALGÉSICOS: AINH/Opioides- Codeína, tramadol, morfina, oxicodona, metadona,fentanil; CORTICOESTEROIDES; ANTIDEPRESSIVOS- Tricíclicos: Amitriptilina, nortriptilina,imipramina- Inibidores de recaptação de serotonina (ISRS): Sertralina, fluoxetina, citalopram,paroxetina- Duais: Venlafaxina, desvenlafaxina, duloxetina e mirtazapina; ANTICONVULSIVANTES: Gabapentina, Carbamazepina; OUTROS: MIORRELAXANTES (Ciclobenzaprina,baclofeno); NEUROLÉPTICOS (Antipsicóticos); BISFOSFONADOS (Dor óssea, comocalcitonina); ANSIOLÍTICOS; ANESTÉSICOS LOCAIS. Aula: Avaliação da tecnologia em Saúde. Aplicação de conhecimentos com objetivo de promover a saúde, prevenir e tratar as doenças e reabilitar as pessoas. São exemplos de tecnologias em saúde: Medicamentos; Produtos para a saúde; Procedimentos; Sistemas organizacionais; Sistemas educacionais; Sistemas de informação; Sistemas de suporte; Programas e protocolos assistenciais. A ATS é um processo baseado em evidências que procura examinar as consequências da utilização de uma tecnologia de cuidados de saúde, considerando a assistência médica, social, questões econômicas e éticas. É um processo multidisciplinar que resume informações sobre as questões clínicas, sociais, econômicas éticas e organizacionais relacionadas ao uso da tecnologia em saúde de uma maneira robusta, imparcial, transparente e sistemática, que segue métodos adequados para a tomada de decisão. A ATS apoia decisões como: O tratamento X deve ser oferecido em um sistema de saúde nacional? Para quais pacientes deve ser fornecido? Por quanto tempo os pacientes devem receber o tratamento? Objetivos da ATS: Informar a tomada de decisão em saúde; Fornecer subsídios científicos, econômicos e éticos para tomada de decisão em saúde; Importante ferramenta para delinear estratégias para sustentabilidade dos sistemas de saúde (gastos e investimentos); Profissionais e pacientes também podem empregar a ATS para tomada de decisão mais consciente –forte participação do controle social. No Brasil, a ATS é usada para subsidiar a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) nas suas recomendações referentes às solicitações de incorporação de tecnologias no sistema público de saúde do Brasil. Saúde baseada em Evidências- É o elo entre a boa pesquisa científica e a prática clínica. Consiste em tentar melhorar a qualidade da informação na qual se baseiam as decisões em cuidados de saúde. Ela ajuda o médico, profissionais de saúde e tomadores de decisão a evitar sobrecarga de informação e, ao mesmo tempo, a encontrar e aplicar a informação mais útil. CONITEC: A CONITEC, criada em 2011 por meio de Lei Federal e regulamentada por Decreto Presidencial, estabeleceu novas regras para incorporação de tecnologias em saúde no SUS. É responsável por assessorar o Ministério da Saúde na incorporação, alteração ou exclusão de novas tecnologias em saúde, bem como na constituição ou alteração de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas. O principal mecanismo de envolvimento do público na CONITEC são as consultas públicas realizadas para cada tema em avaliação. Consulta Pública é um mecanismo de publicidade e transparência utilizado pela administração pública para obter informações, opiniões e críticas da sociedade a respeito de determinado tema. A CONITEC disponibiliza suas recomendações em consulta pública por um prazo de 20 dias. Excepcionalmente, esse prazo pode ser reduzido para 10 dias em situações de urgência e também pode ser aumentado. Competências da CONITEC: Emitir relatórios de recomendação sobre incorporação, exclusão ou alteração pelo SUS de tecnologias em saúde; Emitir relatórios de recomendação sobre constituição ou alteração de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas. Como utilizar a ATS na APS: Parecer técnico científico e Revisão sistemática. Parecer técnico científico (PTC)- É um tipo de estudo de ATS que consiste em uma ferramenta de resposta rápida para dar suporte à gestão e à tomada de decisão em saúde baseada em evidências científicas. Estrutura predeterminada em consenso, destinado a subsidiar o processo de tomada de decisão dos gestores, baseado em uma coletânea das melhores informações possíveis a partir de uma revisão de literatura. Devido a limitação de tempo, essa revisão pode ser menos aprofundada que uma revisão sistemática, mas com semelhante rigor metodológico e transparência Revisão Sistemática- A revisão sistemática é um tipo de estudo secundário no qual se realiza uma síntese de evidências científicas provenientes de estudos primários por meio de uma metodologia abrangente, rigorosa e reprodutível. Metanálise- É o resultado de uma revisãosistemática. Combina os resultados de dois ou mais estudos primários para gerar uma única estimativa de efeito. A metanálise é um tipo de análise estatística que agrupa amostras de diversos estudos propiciando estimativas de efeito com maior precisão, além de contribuir para aumentar a validade externa desses estudos. No entanto, nem sempre é possível ou recomendável realizá-la devido à heterogeneidade dos estudos primários incluídos na revisão sistemática. EVIPnet: Rede para Políticas Informadas por Evidências (Evidence-InformedPolicyNetwork)- É uma iniciativa desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2004. Promove o uso sistemático de evidências de pesquisas científicas em saúde para o desenvolvimento e a implantação de políticas e programas de saúde, por meio de parcerias entre tomadores de decisão, gestores, pesquisadores e sociedade civil organizada. Objetivos: Estabelecer uma rede colaborativa para fomentar e apoiar o desenvolvimento de políticas informadas por evidências científicas; Institucionalizar o uso do conhecimento científico nos processos de tomada de decisão no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); Desenvolver métodos e estratégias inovadoras na gestão da saúde; Fazer tradução do conhecimento; Propiciar cooperação técnica entre os integrantes da rede nacional e internacionalmente; Capacitar e monitorar a produção de sínteses de evidências para políticas em saúde; Fomentar e organizar diálogos deliberativos em saúde; Matriciar os integrantes da rede nacional. Aula: Avaliação dos serviços de saúde CQH, JC, ONA, IC SAP, PROADESS, ANS. IMPORTÂNCIA: Organização permite assistência de qualidade; Necessidade de constantes avaliações e monitoramento. Falhas/Metas. Objetivos: Diagnóstico de saúde do município; Detectar problemas e buscar soluções; Estabelecer prioridades. PÚBLICO/PRIVADO???-Objetivos- Qualidade -Usuários -Funcionários. ACREDITAÇÃO: É o termo que simboliza que uma instituição de saúde segue rígidas normas técnicas que asseguram qualidade e segurança para seus pacientes e profissionais. Tipos de acreditação: Serviços de saúde- Planos de saúde. Serviços de saúde: Atenção hospitalar; Cuidados prolongados; Transporte médico; Atenção Primária; Atenção domiciliar; Atenção ambulatorial. CQH: Controle de qualidade hospitalar- Programa de atenção VOLUNTÁRIA que contribui para a melhoria da qualidade hospitalar. Estimula a autoavaliação e possui componente educacional importante: mudança de atitudes e comportamentos. Entidades Mantenedoras: Associação Paulista de Medicina- Sociedade Paulista de Medicina Preventiva e Administração em Saúde. Entidades Apoiadoras: Programa de Estudos Avançados em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde (PROAHSA -HCFMUSP/EAESP FGV)- Associação Brasileira de Medicina Preventiva e Administração em Saúde (ABRAMPAS)- Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) -European Foundation for Quality Management (EFQM) -Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). O que o hospital ganha com o CQH? Modelo de Gestão para a qualidade- Bench marking com pelo menos 100 hospitais do Estado de São Paulo; Reuniões periódicas de orientação e troca de experiências; Participação em eventos sobre qualidade; Assessoria específica sobre controle da infecção hospitalar; Pesquisa junto aos usuários; Visitas periódicas de avaliação por equipe técnica; Reconhecimento da conformidade; Prêmio Nacional da Gestão em Saúde; PNGS. Joint Comission (JC)- Organização NORTE AMERICANA sem fins lucrativos de acreditação dos serviços de saúde. Maioria dos estados norteamericanos exige a acreditação dessa organização para manutenção dos repasses públicos. JC Internacional: Braço da Joint Commission que atua no Brasil e em outros países. Tem parceiros nacionais para auxilio na avaliação. Apenas 39 hospitais no brasil tiveram essa acreditação. ONA (organização nacional de acreditação)- A Organização Nacional de Acreditação (ONA) é responsável pelo desenvolvimento e gestão dos padrões brasileiros de qualidade e segurança em saúde. Hoje mais de 80% das instituições acreditadas no país adotam os padrões ONA. Além de referência nacional, os padrões ONA são reconhecidos no exterior. A ONA é membro da International Society for Quality in Health Care (ISQua). Ona Nível 1: Acreditado- A organização de saúde cumpre ou supera, em 70% ou mais, os padrões de qualidade e segurança definidos pela ONA. São avaliadas todas as áreas de atividades da instituição, incluindo aspectos estruturais e assistenciais. Certificado válido por dois anos. Nível 2: Acreditado Pleno- A organização precisa atender a dois critérios: cumprir ou superar, em 80% ou mais, os padrões de qualidade e segurança; cumprir ou superar, em 70% ou mais, os padrões ONA de gestão integrada, com processos ocorrendo de maneira fluida e plena comunicação entre as atividades. Certificado válido por dois anos. Nível 3: Acreditado com Excelência- A organização precisa atender a três critérios: cumprir ou superar, em 90% ou mais, os padrões de qualidade e segurança; cumprir ou superar, em 80% ou mais, os padrões de gestão integrada; cumprir ou superar, em 70% ou mais, os padrões ONA de Excelência em Gestão, demonstrando uma cultura organizacional de melhoria contínua com maturidade institucional. Certificado válido por três anos. Os padrões ONA podem ser adotados por: Hospitais, Ambulatórios, Laboratórios, Serviços de Pronto Atendimento, Home Care, Serviços Oncológicos,Serviços de Medicina Hiperbárica, Serviços de Hemoterapia, Serviços de Nefrologia e Terapia Renal Substitutiva, Serviços de Diagnóstico por Imagem, Radioterapia e Medicina Nuclear, Serviços Odontológicos, Serviços de Processamento de Roupas para a Saúde, Serviços de Dietoterapia, Serviços de Manipulação, Serviços de Esterilização e Reprocessamento de Materiais. ICSAP (Internações por Condições sensíveis à Atenção Primária)- INDICADOR de atividade HOSPITALAR que permite avaliar o acesso e a qualidade da ATENÇÃO PRIMÁRIA. Considerando: Política Nacional de Atenção Básica; Estratégia Saúde da Família como prioritária; Avaliação da Atenção Básica no Brasil; Redução de internações; Criação de uma lista nacional. Doenças preveníveis por imunização e condições sensíveis: Gastroenterites Infecciosas e complicações; Anemia; Deficiências Nutricionais; Infecções de ouvido, nariz e garganta; Pneumonias; Asma; Doenças pulmonares; Hipertensão; Angina; Insuficiência Cardíaca; Doenças Cerebrovasculares; Diabetes melittus; Epilepsias; Infecção no Rim e Trato Urinário; Infecção da pele e tecido subcutâneo; Doença Inflamatória órgãos pélvicos femininos; Úlcera gastrointestinal; Doenças relacionadas ao Pré- Natal e Parto. Objetivos: Qualificação do cuidado oferecido pela rede de serviços, buscando a garantia de acesso e continuidade do cuidado, através do estabelecimento de mecanismos de integração entre os serviços; Identificar fragilidades para acesso e gestão do cuidado; Definir e pactuar fluxos e protocolos de atendimento entre unidades; Reduzir internações. PROADESS (Projeto de avaliação do desempenho do sistema de saúde)- Metodologia de avaliação formulada pela ABRASCO entre 2001 e 2003 em parceria com o Ministério de Saúde Mantido pelo Fundo Nacional de Saúde. Avalia Serviços Públicos. 2015– FIOTEC contratada para apoio logístico e gestão financeira para desenvolvimento do projeto; Baseado nos princípios do SUS, considera que o desempenho de saúde brasileiro deve ser analisado em um contexto político, social e econômico. ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar)- Agência reguladora vinculada ao Ministério da Saúde responsável pelo setor de planos de saúde no Brasil. O que é Regulação? De forma simplificada, a regulação pode ser entendida como um conjunto de medidas e ações do Governo que envolvem a criação de normas, o controle e a fiscalização desegmentos de mercado explorados por empresas para assegurar o interesse público. Aula: Avaliação dos serviços de saúde PNASS, PMAQ, PCATool. Starfield(2001) afirma que, para a avaliação da Atenção Primária à Saúde, é necessário identificar se os serviços são orientados por seus atributos, uma vez que a sua presença promove melhores indicadores de saúde, maior satisfação do usuário, menores custos e maior equidade, e, consequentemente, têm impacto positivo no estado de saúde de populações e pessoas. Efeitos da APS: A associação entre esses atributos e os resultados –a efetividade –da atenção sobre a saúde da população. Paralelamente ao aumento da cobertura dos serviços de APS no Brasil, por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF), evidencia se, nacional e internacionalmente, crescente associação entre melhores desfechos de saúde e maior presença e extensão dos atributos da Atenção Primária à Saúde. Quem é o PCATool: Criado por Starfield, Shi& cols( Starfieldet al, 1998) na The Johns Hopkins Populations Care Policy Center for the Underserved Populations, EUA. Mede a presença e a extensão dos quatro atributos essenciais e dos três atributos derivados da APS; Atribui uma nota padronizada de 0 a 10 (“escore”) para cada atributo individual e para a média destes (“escore geral”); Permite por meio de pesquisas em serviços de saúde (e em entrevistas domiciliares), aplicadas por entrevistadores treinados, identificar aspectos de estrutura e processo dos serviços que exigem reafirmação ou reformulação na busca da qualidade tanto para o planejamento como para a execução das ações de APS. Cada atributo essencial identificado no instrumento PCATool-Brasil é formado por um componente relacionado à estrutura e outro ao processo de atenção. Ex.: “acesso de primeiro contato”, formado pelo componente “acessibilidade” (estrutura) e pelo componente “utilização” (processo). Como é organizado: PCATOOL –BRASIL PARA PACIENTES CRIANÇAS VERSÃO EXTENSA; PCATOOL – BRASIL PARA PACIENTES CRIANÇAS VERSÃO REDUZIDA; PCATOOL –BRASIL PARA PACIENTES ADULTOS VERSÃO EXTENSA; PCATOOL –BRASIL PARA PACIENTES ADULTOS VERSÃO REDUZIDA; PCATOOL – BRASIL PARA PROFISSIONAIS MÉDICOS E ENFERMEIROS VERSÃO EXTENSA; PCATOOL –BRASIL SAÚDE BUCAL PARA PACIENTES ADULTOS VERSÃO EXTENSA; PCATOOL –BRASIL SAÚDE BUCAL PARA PROFISSIONAIS DENTISTAS VERSÃO EXTENSA. Onde pode ser usado: Em investigações acadêmicas; Como instrumento de avaliação e monitoramento da qualidade da APS no âmbito rotineiro das equipes de Saúde da Família; Pelos diversos níveis de gestão pública da APS no SUS e até nos serviços privados. Por que utilizar? Pode suprir a ausência de rigor em identificar e diferenciar os distintos modelos de atenção ambulatorial. Compara resultados de uma Unidade com ESF e outra UBS tradicional. Permite também a comparação com a atenção ofertada em outros lugares do mundo. Mais de 20 países já utilizaram o instrumento; No Brasil, dezenas de estudos microrregionais, municipais e intra municipais foram desenvolvidos usando o PCAT-Brasil. Em 2019, o IBGE, com Módulo H do questionário da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS-2019) (IBGE, 2020), inovou, e, pela primeira vez no mundo, um Instituto Nacional de Estatística, responsável por levantamentos censitários de um país, incluiu, em um módulo de perguntas de sua principal pesquisa de base domiciliar na área da saúde, o conjunto de 26 questões da versão adulto reduzida do PCAT- Brasil, validada no país por Oliveira et al (2013). Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ): Objetivos- Avaliar os resultados da política de saúde, em todas as suas dimensões, com destaque para o componente da AB; Induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da atenção básica, com garantia de um padrão de qualidade comparável nacional, regional e localmente de maneira a permitir maior transparência e efetividade das ações governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde; Institucionalização da cultura de avaliação da atenção básica (AB) no Sistema Único de Saúde (SUS). O que é: Modelo de avaliação de desempenho dos sistemas de saúde, nos três níveis de governo; Pretende mensurar os possíveis efeitos da política de saúde com vistas a subsidiar a tomada de decisão, garantir a transparência dos processos de gestão do SUS e dar visibilidade aos resultados alcançados, além de fortalecer o controle social e o foco do sistema de saúde nos usuários. Organização: Está organizado em três fases e um eixo estratégico transversal de desenvolvimento que compõem um ciclo continuo de melhoria do acesso e da qualidade da AB. 1ª Fase: Adesão e Contratualização- Contratualização de compromissos e indicadores a serem firmados entre as Equipes de Atenção Básica (EAB) com os gestores municipais, e desses com o Ministério da Saúde num processo que envolve pactuação local, regional e estadual e a participação do controle social. 2ª Fase: Certificação -avaliação externa; avaliação de desempenho dos indicadores contratualizados; verificação da realização de momento autoavaliativo. Após a Certificação, as equipes serão classificadas em um dos cinco desempenhos: Ótimo; Muito Bom; Bom; Regular e Ruim. 3ª Fase: Recontratualização- Constituída por um processo de repactuação das equipes de atenção básica e dos gestores com o incremento de novos padrões e indicadores de qualidade, estimulando a institucionalização de um processo cíclico e sistemático a partir dos resultados alcançados pelos participantes do programa. Eixo Estratégico Transversal de Desenvolvimento: É transversal a todas as Fases, de maneira a assegurar que as ações de promoção da melhoria da qualidade possam ser desenvolvidas em todas as etapas do ciclo do PMAQ-AB; Composto pelos seguintes elementos (Autoavaliação, Monitoramento dos indicadores, Educação Permanente, Apoio Institucional e Cooperação Horizontal) que deverão ser estruturadas de forma contínua e sistemática. PNASS- Programa Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde. Objetivo Geral: Avaliar a totalidade dos estabelecimentos de atenção especializada em saúde, ambulatoriais e hospitalares, contemplados com recursos financeiros provenientes de programas, políticas e incentivos do Ministério da Saúde, quanto às seguintes dimensões: estrutura, processo, resultado, produção do cuidado, gerenciamento de risco e a satisfação dos usuários em relação ao atendimento recebido. Estrutura: Conjunto de três instrumentos avaliativos distintos: Roteiro de itens de verificação; Questionário dirigido aos usuários; Conjunto de indicadores. Itens avaliados na Pesquisa de Satisfação dos Usuários- Agilidade no agendamento do atendimento; Agilidade no atendimento; Acolhimento; Confiança; Ambiência (conforto, limpeza, sinalização, ruído); Roupas; Alimentação; Marcas da humanização; Expectativa sobre o serviço. Aula: Uso racional de exames na APS e Prevenção Quaternária. Prevenção Primária: Ações voltadas a impedir a ocorrência das doenças antes que elas se desenvolvam no organismo dos pacientes. Refere-se ao período pré-patogênico e diz respeito a ações sobre agentes patógenos e seus vetores. Subdivide-se em dois níveis: a promoção da saúde e a proteção específica. Secundária: Situações nas quais o processo de doença já está instaurado. A intenção é propiciar uma melhor evolução clínica para os indivíduos afetados, impedindo ou retardando a evolução das enfermidades. Além disso. As ações na fase secundária também têm como meta interromper ou reduzir a disseminação da doença em uma população específica. Terciária: Medidas que visam fornecer serviços de apoio e reabilitação para minimizar a morbidade e maximizar a qualidade de vida depois de uma doença ou lesão de longa duração. Quaternária: Ação tomada para identificar um paciente sob o risco de medicalização excessiva, para protegê-lo de novas invasões médicas, e para sugeririntervenções eticamente aceitáveis. Onde o conceito de prevenção quaternária é aplicado? Excesso de rastreamentos e Excesso de solicitação de exames (SOBREDIAGNÓSTICO); Abusos na medicalização de fatores de risco; Criação de novas doenças. RASTREAMENTO- Assintomáticos; Testes ou exames diagnósticos; Diagnóstico precoce ou identificação dos fatores de risco. Objetivo final– Redução da morbi-mortalidade. EXCESSO DE RASTREAMENTO: REALIDADE- Assintomáticos classificados como doentes; Desconforto; Falsos positivos; Sensação de estar doente. EXCESSO DE EXAMES: Cascata de exames; Modismo; Baixo valor diagnóstico. Check-up; -Pré- operatório. CHECK-UP: “Doutor, quero um hemograma completo”; “Doutor, quero saber se tenho tireoide”; “Doutor, quero fazer uma bateria de exames pra saber se estou bem”; “Doutor minha filha nunca fez um exame de sangue”. PRÉ-OPERATÓRIO: Rx de tórax; Hemograma/Coagulograma/Função renal; ECG/Ecocardiograma. Uso de exames na APS: LABORATORIAIS–SANGUE, FEZES, URINA; ECG; RX-TÓRAX; RX– COLUNA/OSTEO-ARTICULAR; USG- ABDOME; USG PARTES MOLES E TIREOIDE; USG MAMAS/MAMOGRAFIA/USG TRANSVAGINAL; USG ARTICULAR; EDA/COLONOSCOPIA; DENSITOMETRIA ÓSSEA; TOMOGRAFIAS E RESSONÂNCIAS; O que fazer? Aceitar que há queixas não explicáveis; Medicina centrada na pessoa; Avaliação Biopsicossocial; Relação médico-paciente; Envolver paciente nas decisões; Longitudinalidade; Acesso; Demora permitida; Empatia; Habilidades de comunicação; Medicina Baseada em evidências. Aula: Redes de atenção à saúde. Para Borzel (1997), as redes são relações não hierárquicas de compartilhamento de objetivos comuns entre vários atores, com troca de recursos entre si, no suposto de que a cooperação é a melhor forma de alcançar esses objetivos. E as redes de saúde? O que são? São arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (Ministério da Saúde, 2010 portaria nº 4.279, de 30/12/2010).As RAS são sistematizadas para responder a condições específicas de saúde, por meio de um ciclo completo de atendimentos, que implica a continuidade e a integralidade da atenção à saúde nos diferentes níveis Atenção Primária, Secundária e Terciária. A Portaria GM/ MS nº 4.279/2010 institui as Redes de Atenção à Saúde no SUS e, é possível identificar seis características importantes e inerentes à sua matriz conceitual: Formar relações horizontais entre os diferentes pontos de atenção; Atenção Primária/ Básica como ordenadora das ações; Planejar e organizar as ações segundo as necessidades de saúde de uma população específica; Ofertar atenção contínua e integral; Cuidado multiprofissional; Compartilhar objetivos e compromissos com os resultados, em termos sanitários e econômicos. Objetivos da RAS: Melhorar a qualidade da atenção; Melhorar a qualidade de vida das pessoas usuárias; Melhorar os resultados sanitários do sistema de atenção à saúde; Melhor eficiência na utilização dos recursos; Melhorar a equidade em saúde. Segundo a Portaria nº 4.279 de 30 de dezembro de 2010, que estabelece as diretrizes da RAS no âmbito do SUS, os atributos essenciais das RAS são: 1. População e território definidos com amplo conhecimento de suas necessidades e preferências que determinam a oferta de serviços de saúde; 2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que prestam diversos serviços; 3. APS como primeiro nível de atenção e coordenadora do cuidado, e atendendo às necessidades de saúde; 4. Prestação de serviços especializados em lugar adequado; 5. Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e integração assistencial por todo o contínuo da atenção; 6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade, tendo em conta a diversidade da população; 7. Sistema de governança único para toda a rede; 8. Participação social ampla; 9. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e logístico; 10. Recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos e com incentivos pelo alcance de metas da rede; 11. Sistema de informação integrado; 12. Financiamento tripartite, garantido e suficiente, alinhado com as metas da rede; 13. Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e da equidade em saúde; 14. Gestão baseada em resultado. Elementos constitutivos da RAS: População e Região de Saúde; Estrutura Operacional -Atenção Básica à Saúde -centro de comunicação, pontos de atenção secundária e terciária, sistemas de apoio, sistemas logísticos, sistema de governança; Modelo de Atenção à Saúde- Para a implantação das RAS, é necessária uma mudança no atual modelo de atenção hegemônico no SUS, ou seja, exige uma intervenção concomitante sobre as condições agudas e crônicas. Redes de Atenção à Saúde das pessoas com Doenças Crônicas: Objetivos -Realizar a atenção integral à saúde das pessoas com doenças crônicas, em todos os pontos de atenção (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde); Fomentar a mudança no modelo de atenção à saúde, por meio da qualificação da atenção integral às pessoas com doenças crônicas e da ampliação das estratégias para promoção da saúde da população e para prevenção do desenvolvimento das doenças crônicas e suas complicações. Rede Cegonha: Objetivos- A Rede Cegonha objetiva: Fomentar a implementação de novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança de 0 aos 24 meses; Organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade; Reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal (BRASIL,2011a). Diretrizes: Garantia do acolhimento com classificação de risco, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do PRÉ-NATAL; Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro; Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao Parto e nascimento; Garantia da atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade; Garantia da ampliação do acesso ao planejamento produtivo. Rede de Atenção Psicossocial (RAPS): A Política Nacional de Saúde Mental propõe uma mudança do modelo de Atenção à Saúde Mental dentro do SUS e está direcionada para a ampliação e qualificação do cuidado nos serviços comunitários, com base no território. A Rede de Atenção Psicossocial é destinada às pessoas em sofrimento psíquico ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no âmbito do Sistema Único de Saúde. Objetivos gerais: A ampliação do acesso à atenção psicossocial da população em geral; A promoção do acesso das pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção; A garantia da articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências. Redes de Atenção às Urgências e Emergências: O Ministério da Saúde, por meio da qual considera que o atendimento aos usuários com quadros agudos deve ser prestado por todas as portas de entrada dos serviços de saúde do SUS, organizado em redes regionais de atenção às urgências enquanto elos de uma rede de manutenção da vida em níveis crescentes de complexidade e responsabilidade. O atendimento aos usuários com quadros agudos deve ser prestado por todas as portas de entrada dos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), possibilitando a resolução integral da demanda ou transferindo-a, responsavelmente, para um serviço de maior complexidade, dentro de umsistema hierarquizado e regulado, organizado em redes regionais de atenção às urgências enquanto elos de uma rede de manutenção da vida em níveis crescentes de complexidade e responsabilidade. Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência: Objetivos- Ampliar o acesso e qualificar atendimento às pessoas com deficiência no SUS, com foco na organização de rede e na atenção integral à saúde, que contemple as áreas de deficiência auditiva, física, visual, intelectual e ostomias; Ampliar a integração e articulação dos serviços de reabilitação com a rede de atenção primária e outros pontos de atenção especializada; Desenvolver ações de prevenção de deficiências na infância e vida adulta. Componentes 1. CER -Centro Especializado em Reabilitação; 2. Oficinas Ortopédicas: local e itinerante; 3. Centros- Dia; 4. Serviços de Atenção Odontológica para Pessoas com Deficiência; 5. Serviço de Atenção Domiciliar no âmbito do SUS; 6. Atenção Hospitalar. Aula: Queixas inespecíficas na APS. TONTURAS: Sensações anormais decorrentes da percepção de relação do corpo com o espaço, ou de instabilidade. Autorrelato do paciente; Senescência (mais comuns na velhice): menor habilidade do SNC em realizar processamento dos sinais vestibulares, visuais e proprioceptivos, além da redução de reflexos adaptativos. Suspeita etiológica de 80% pela anamnese; Em um ano, cerca de 8% dos pacientes com mais de 65 anos comparece em APS por queixa de tontura. Prevalência sobretudo em 70+ anos (47% homens, 61% mulheres). Interrogar sintomas neurológicos concomitantes como cefaleia, diplopia, disartria, parestesia, fraqueza muscular e ataxia. Sintomas neurovegetativos: vômito, sudorese e palpitações. Medicações prescritas de forma inapropriada, com inúmeros efeitos colaterais e consequências deletérias ao paciente. RARAMENTE EXISTE MEDICAÇÃO ESPECÍFICA PARA MANEJO DE TONTURAS!!! ATENÇÃO!!! TIPOS DE TONTURA (IDOSOS: DESEQUILÍBRIO, VPPB E ATORDOAMENTO SÃO AS MAIS COMUNS) VERTIGEM- CONCEITO: SENSAÇÃO DE MOVIMENTO DO PACIENTE EM RELAÇÃO AO AMBIENTE, OU VICE-VERSA. Algumas vezes costuma ser súbita e intensa; Pode ser acompanhada de náuseas, vômitos e sudorese (AUXÍLIO DIAGNÓSTICO). Tipos: PERIFÉRICA (Labirinto e/ou nervos periféricos) ou CENTRAL (Tronco encefálico ou cerebelo). PERIFÉRICAS: VERTIGEM PAROXÍSTICA POSICIONAL BENIGNA (VPPB) –tempo inferior a 1 minuto; Doença de Meniére –HORAS (tempo superior a 30 min); Labirintite aguda –DIAS (hipoacusia, zumbido, plenitude auricular, tontura secundariamente); Neuronite vestibular –DIAS (tontura somente). CENTRAIS: Tumores (neurinoma do acústico); AVE fossa posterior; Sangramentos intracranianos; Abscesso Pós-parada cardíaca. SEMPRE AVERIGUAR: AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA- pares cranianos, função cerebelar (marcha, coordenação, reflexos, teste índex-nariz) e fundoscopia (quando possível), além de sinais de neuropatia periférica.2); OTOSCOPIA: afastar causas inflamatórias, como otorreia, otite média, tampão de cerume e vesículas no pavilhão auricular3); AUDIOMETRIA: Casos com hipoacusia. PESQUISA DE NISTAGMO: representa a função do sistema vestibular sobre a movimentação ocular (reflexo vestíbulo-ocular). Periférico: Unidirecional (horizontal somente), com latência e fatigável; Central: Multidirecional (vertical e/ou horizontal), sem latência e sem fatigabilidade). TESTES DE EQUILÍBRIO: Estático (Romberg) ou dinâmico (Urtenberger ou Babinsky-Weil). Quadros periféricos existe a tendência de queda para o lado do labirinto deficitário (lateral); Quadros centrais predominam a ataxia e movimentos anteroposteriores (retropulsão); MANOBRAS DE DIX-HALLPIKE E EPLEY. TRATAMENTO: Raramente requer medicação, exceto em crises agudas; e raramente requer neuroimagem nas de causa periférica. VPPB: Manobras de Dix-Hallpike e Epley; Neuronite vestibular e labirintite: corticoide; Menière: Diuréticos tiazídicos e redução de sódio (controverso), otorrinolaringologia; Antivertiginoso: uso cauteloso e limitado (máximo 5 dias), NUNCA DE USO CONTÍNUO. PRÉ-SÍNCOPE- CONCEITO: SENSAÇÃO DE DESFALECIMENTO (IMINÊNCIA DE PERDA DOS SENTIDOS)- Escurecimento visual, palidez cutânea-Fraqueza em MMII, zumbidos. Tipos: Baixo fluxo sanguíneo- Síncope neuromediada (vasovagal); Hipotensão ortostática (queda de PAS maior que 20mmHg ou de PAD maior que 10mmHg ao assumir ortostase); Arritmias cardíacas (sem pródromo); Cardiopatias (ex: estenose aórtica) –sintomas em exercícios físicos. Doenças do SNC (neuropsiquiátricas) –podem ser enquadradas como outros tipos de tontura; Psiquiátricas: TrPânico, síndromes conversivas. Doenças metabólicas- DM2 –hipoglicemia; hipotireoidismo. DESEQUILÍBRIO- CONCEITO: PERDA DE EQUILÍBRIO... SEM A SENSAÇÃO DE MOVIMENTO ILUSÓRIO (VERTIGEM), OU... SEM A IMINÊNCIA DE PERDA DE CONSCIÊNCIA (PRÉ-SÍNCOPE). Dica clínica: sintomas presentes na deambulação ou ao levantar de posição sentada para em pé. Integração sensorial: OUVIDO INTERNO –VISÃO –PROPRIOCEPÇÃO. Principal: Déficit sensorial múltiplo. Chave: sistema efetor neuromuscular. Causas: DÉFICIT MULTISSENSORIAL DO IDOSO- fortalecimento musculoarticular, analgesia, dieta hiperproteica, estímulo e correção sensoriais, atividade física, redução da medicação, ajuste de calçado; Fraqueza de MMII; Artropatia como OA joelhos; AVE, Parkinson; Uso do álcool; Medicações diversas (anticolinérgicos!). ATORDOAMENTO- CONCEITO: SENSAÇÃO VAGA QUE NÃO SE ENQUADRA NAS 3 CATEGORIAS ANTERIORES. “Cabeça pesada”, “vazia”, “fora do lugar”. Costuma ser menos intensa. Causas: ansiedade, depressão, estado hipervigilante, efeitos colaterais de medicações, HAS não controlada. CARACTERIZAÇÃO PRECISA DA TONTURA: Enquadrar numa das 4 categorias: vertigem, pré-síncope, desequilíbrio, outros tipos (atordoamento). LABIRINTITE CLÁSSICA É RARA! Porção efetora (musculoesquelética) e integração sensorial (visão –propriocepção) com SNC. ANTIVERTIGINOSO É PARA VERTIGEM. RARAMENTE TONTURA PRECISA DE MEDICAÇÃO CONTÍNUA. PACIENTE PODE TER 1 OU MAIS TIPOS DE TONTURA ASSOCIADOS. NÃO FARMACOLÓGICO: Atordoamento e desequilíbrio. Cansaço ou fadiga: Sensação subjetiva de exaustão, letargia ou perda de energia. Queixa individual de desempenhar alguma atividade que antes não apresentava tais sintomas. Fraqueza =Diminuição da força muscular (weakness) é o sentido correto, mas pode ser ampliada para indisposição. Astenia = (a: sem // sthenos: strenght): Perda de força e de energia, global ou restrita a órgãos ou partes do corpo. Sensação de fadiga sem específica perda de força muscular, presente em doenças crônicas (IRC), depressão, dist. Sono etc. Muitas vezes de caracterização inespecífica e de difícil raciocínio clínico plausível. Prevalência de fadiga em pacientes da APS varia de 32,5 a 59%, mais em mulheres. Primária (funcional) ou secundária, se resultante de uma condição médica subjacente; Duração prolongada, quando dura pelo menos 30 dias, ou crônica, quando persiste por 6 ou mais meses. Fatores psicológicos em 70 a 75% dos casos, e condições físicas em apenas 10 a 20%. ANAMNESE: Duração, instalação abrupta ou gradual, evolução (estável, com melhora ou piora), fatores de alívio ou exacerbação, impacto na vida diária e as adaptações feitas pelo indivíduo para conservar energia. Questionar também sobre estilo de vida (incluindo hábitos alimentares, ambiente familiar, estresse, lazer, atividade física, qualidade do sono), álcool, drogas, medicamentos, e a presença de sinais e sintomas de alerta. EXAME FÍSICO: Direcionamento para os fatores associados à fadiga e para os sinais e sintomas de alerta. Avaliação do estado geral, dos aparelhos cardiorrespiratório e neurológico, da tireoide e dos linfonodos. MEDICAMENTOS- Betabloqueadores Agonistas α2 de ação central; Anticolinérgicos Anti-histamínicos; Antidepressivos; Antipsicóticos; Ansiolíticos; Anticonvulsivantes; Opioides. SINAIS DE ALARME: Perda de motivação ou prazer; Agitação, nervosismo;Febre; Perda de peso involuntária; Dor precordial ou dispneia; Poliúria e polidipsia; Pele seca e intolerância ao frio; Fraqueza; Ronco noturno e sonolência diurna; Artralgias, mialgias ou rash cutâneo. EXAMES COMPLEMENTARES: úteis em apenas 5 a 9% dos casos. Investigação complementar em indivíduos com fadiga de etiologia não identificada após anamnesee exame físico (afastar causa tratável). Exames que podem contribuir na investigação destas pessoas: Hemograma; Ferritina sérica; Glicemia de jejum; Eletrólitos (Na, K, Mg), Ureia, creatinina, Alanina aminotransferase(ALT), aspartato aminotransferase(AST); Hormônio estimulante da tireoide (TSH); Anti-HIV. A depender de outros sinais e sintomas: Creatina fosfoquinase(CK); Cálcio, albumina; Fosfatase alcalina (FA); Bilirrubinas; Fator reumatoide (FR); Fator antinuclear (FAN); Cortisol sérico; Fração beta da gonadotrofina coriônica (β-HCG); Exame comum de urina (Urina I); Radiografia de tórax. SEGUIMENTO E TRATAMENTO: Direcionado à causa de base, quando esta é conhecida, ou para os fatores associados que possam estar contribuindo para sua existência. Medicamentos cujo uso possa causar fadiga devem ser substituídos. Antidepressivo: cansaço e depressão; Reposição de ferro: cansaço e anemia ferropênica. Atividade física aeróbica, metilfenidato, programas de reabilitação: cansaço e neoplasias. Exercício físico de intensidade baixa a moderada: causas idiopáticas; Terapia cognitivo-comportamental (TCC): casos selecionados. Substâncias antioxidantes, como concentrado de suco de melão, parecem reduzir sintomas de fadiga e estresse do dia a dia em indivíduos saudáveis. PROGNÓSTICO: Variável- melhora em um ano de 28 e 67%. Dependente da causa subjacente da fadiga. Melhor prognóstico no paciente com fadiga: jovem, menos consultas de seguimento, fadiga de menor intensidade e com menor impacto em sua vida. SEMPRE ATENTAR AOS SINAIS DE ALARME. Aula: Manejo da Dispneia na APS. Conceito de dispneia: “Experiência subjetiva de desconforto respiratório que consiste de sensações qualitativamente distintas, com variação em sua intensidade” (American ThoracicSociety, 1999). Sensação de desconforto respiratório, incongruente ao nível de esforço desenvolvido. ATENTAR: Curso agudo ou crônico; Início insidioso ou abrupto; Intensidade leve à incapacitante. Pode também estar isolado ou associado a outros sinais e sintomas. ADULTOS: TAQUIPNEIA > 25 irpm! Importância: Queixa presente em até 25% dos pacientes que procuram assistência em APS. Principal causa de procura por atendimento médico em portadores de DPOC e asma. Maior causa de incapacidade e sofrimento relacionados a essas pneumopatias. Importante fator de avaliação da qualidade de vida e da efetividade do tratamento na Insuficiência Cardíaca. Uma ou mais doenças em conjunto podem ocasionar dispneia. Desencadeantes: AUMENTO DO ESFORÇO RESPIRATÓRIO (MECÂNICA): Derrame pleural; Obstrução de vias aéreas; Doença pulmonar restritiva. AUMENTO NA PROPORÇÃO DO USO DA MUSCULATURA: Fraqueza neuromuscular; Caquexia; Desnutrição. AUMENTO DA DEMANDA VENTILATÓRIA: Hipóxia; Hipercapnia; Acidose metabólica; Anemia. Causas da dispneia: PRINCIPAIS: RESPIRATÓRIAS E CARDÍACAS. AMBULATÓRIO- RESPIRATÓRIAS: Asma, DPOC, pneumonia; CARDÍACAS: Insuficiência cardíaca é a principal! 25% dos pacientes terá IC + DPOC juntos! EMERGÊNCIA: IAM, TEP, IC descompensada. Avaliação Clínica: Anamnese adequada: início/duração, fatores de melhora e de piora, intensidade, sintomas respiratórios associados, frequência; Identificar as causas subjacentes; AVALIAR IMPACTO NA FUNCIONALIDADE; AVALIAR COMPONENTE EMOCIONAL SEMPRE! Anamnese bem feita poupa exames complementares desnecessários! Mensurar a intensidade da dispneia. Dispneia aguda: PRIMEIRO PASSO: Afastar um quadro clínico de instabilidade, determinando o grau de urgência. SEGUNDO PASSO: Avaliar caráter agudo x crônico, além de gravidade do sintoma. TERCEIRO PASSO: Estabilizar o paciente. Sinais de alarme: Hipotensão arterial (pressão arterial sistólica [PAS] ≤ 100 mmHg e/ou pressão arterial diastólica [PAD] ≤ 60 mmHg); Alteração ou rebaixamento do nível de consciência (paciente combativo, torporoso, obnubilado ou comatoso); Hipoxemia(saturação periférica da hemoglobina pelo oxigênio [SpO2]< 92% medida por oximetria de pulso, caso disponível); Arritmia instável (pulso radial com frequência < 60 bpmou > 150 bpm associada à hipotensão arterial; PAS ≤ 100 mmHg e/ou PAD ≤ 60 mmHg), alteração do nível de consciência ou com eletrocardiograma (ECG) –se disponível –mostrando arritmias como fibrilação atrial (FA), flutter atrial, taquicardia ventricular sustentada, bloqueios de 2oe 3ograus); Estridor ou cornagem (ruído inspiratório contínuo) com sinais de esforço respiratório (tiragem intercostal e/ou supraclavicular) sem movimento de ar sugere obstrução alta das vias aéreas; Desvio lateral da traqueia de instalação aguda sugere pneumotórax hipertensivo (se associado à ausência de murmúrio vesicular do lado contralateral ao desvio e hipotensão arterial); Frequência respiratória (FR) ≥ 40 incursões por minuto, tiragem, cianose central (lábios, nariz) e hipoxemia. Dispneia crônica: Até 60% dos diagnósticos feitos com boa anamnese! Causas respiratórias; Causas cardíacas; Causas mistas; Causas psicogênicas. Exames Complementares- Rx tórax: considerar em idade ≥ 40 anos, alterações do exame físico do tórax, hemoptise, comorbidades clínicas (IC, DAC, DM), e suspeita de pneumonia. Eletrocardiograma; Prova de função pulmonar (espirometria); Exames laboratoriais (Hemograma, função renal, função tireoidiana etc.); Ecocardiograma transtorácico; Teste ergométrico (Afastar Doença Arterial Coronariana!!); Tomografia computadorizada em casos selecionados (ex: neoplasia pulmonar, dúvidas em Rx tórax). Outros: conforme especialista (ex: broncoscopia). Tratamento: Conforme causa de base. Casos agudos: compensação e referência à emergência caso assim o seja. Casos crônicos: Maioria dos casos pode ser em APS. Casos refratários ao tratamento, sem diagnóstico plausível, dispneia ao repouso (NYHA 4) OU hipoxemia em ar ambiente →especialista! Prognóstico/Segmento: Depende da causa de base. Associação a muitas doenças crônicas. Pode haver comprometimento gradual da autonomia do indivíduo, no entanto pode ter sua progressão interrompida ou retardada com o manejo adequado. EDUCAÇÃO EM SAÚDE! Aula: Queixas musculoesqueléticas na APS. Dor: “Experiência sensitiva e emocional desagradável, associada, ou semelhante à aquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial.” Dor muscular: Uma das queixas mais comum da atenção primária. Atinge homens e mulheres. Anamnese–Caracterizar dor: Duração; Tipo (aperto, choque); Local; Intensidade; Irradiação; Fator de piora ou melhora; Sintomas associados. Anamnese: Ocupação/trabalho, Esporte/sedentarismo, Histórico de trauma, outras doenças. Exame físico: Sinais inflamatórios; ADM ativa e passiva; Força; Pontos gatilhos; Manobras. Síndrome Dolorosa Miofascial: Condição que acomete determinado músculo ou grupo muscular (incluindo fáscia), caracterizada pela presença de áreas de endurecimento muscular (bandas de tensão), que contêm pontos (nódulos) que quando pressionados reproduzem a dor (pontos gatilhos). Pontos gatilhos– Pontos hipersensíveis na banda tensa (feixe de fibra contraída): Ativos, Latentes, Satélites. Twichresponse. Associado a outras doenças. Distensão muscular: Ocorre principalmente no trauma. Área mais susceptível- junção miotendínea. Ao exame: Edema; Equimose; Dor; Depressão no local da ruptura; ADM diminuída. Câimbras: Gerada ou intensificada por estresse físico, ou até mesmo doenças como ELA e hipotireoidismo. Câimbras x espasmos musculares Tratamento da dor muscular – Medicamentos (Deve ser realizado conforme demanda de cada caso!); Inativação de pontos gatilhos e acupuntura; Atividade física (Propriocepção–Condicionamento físico– Fortalecimento–Alongamento–Orientações posturais–Benefício psicológico e social); Meios físicos: métodos terapêuticos utilizados pelos fisioterapeutas que visam analgesia, relaxamento muscular, diminuição do processo inflamatório; efeito ocorre através da transmissão de um meio (calor, frio, eletricidade- –Calor superficial (bolsa térmica)– Calor profundo (ondas curtas, USG, microondas) – Hidroterapia –Crioterapia –Eletroterapia (TENS)); Massoterapia; Imobilização; Tratamento multidisciplinar (Psicologia –Fisioterapia –Terapia ocupacional–Condicionamento físico–Serviço social); Alongamento; Ergonomia. Aula: Lombalgia, Ombralgia e Gonalgia. Lombalgia: dor, com ou sem rigidez, localizada na região inferior do dorso, em uma área situada entre o último arco costal e a prega glútea. Lombociatalgia: dor que se irradia da região lombar, para um ou ambos os MMII. Ciatalgia: dor que se inicia na raiz da coxa, ultrapassando o joelho e por vezes atingindo o pé, acompanhada ou não de déficit motor e/ou sensitivo. Incidência: Repercussões econômicas- questão trabalhista -2,8% dos problemas manejados pelo generalista; 51-84% dos adultos terão lombalgia ao longo da vida. Classificação quanto a duração: Causas: mecânica, não mecânica e referida Anamnese –Alerta vermelho: Febre, calafrios, sudorese noturna, perda de peso inexplicada; Déficit neurológico focal progressivo ou profundo; Trauma / lesão em alta velocidade; Dor refratária a medicamentos e persistente por mais de 4-6 semanas; > 70 anos; Uso prolongado de corticóides; Contusão ou abrasões na coluna vertebral; Imunocomprometimento ou uso de drogas; História de câncer; Incontinência ou retenção urinária. Alerta amarelo: Pensamento catastrófico; Sintomas sem correlação com a lombalgia (sem base anatômica ou fisiológica estabelecida); Elevado comprometimento funcional basal; Baixo estado geral de saúde; Depressão, ansiedade e pessimismo frente a vida. Exame físico: Inspeção –curvaturas da coluna; Palpação; Teste de força; Reflexos patelar e aquileu; ADM, Sensibilidade. Tratamento: Medicamento; Acupuntura; Agulhamento seco / Bloqueio anestésico; Fisioterapia, Alongamento, Orientação postural. Ombralgia: Responde por cerca de 1% dos atendimentos de atenção primária. 50% das pessoas que apresentam dor no ombro irão evoluir para cronicidade; Maior limitação quanto do lado dominante. Causa Intrínseca– Região anterolateral: sddo impacto, tendinopatia do manguito rotador, capsulite adesiva. Região posterior: tendinopatia do manguito rotador, Trauma- fratura ou luxação. Extrínseca– Radiculopatia cervical, IAM, Sd. do desfiladeiro torácico, TEP. Anamnese: História de trauma; Fatores de melhora e piora; Atividade ocupacional. Exame físico: Inspeção; ADM ativa e passiva; Teste de força; Palpação; Manobras. Síndrome do Impacto: Causa mais comum de dor no ombro. Compressão do manguito rotador pela articulação glenoumeral. Classificação: Estágio 1- edema e hemorragia tecidual; Estágio 2- tendinopatia cursando com processo inflamatório maior ou menor intensidade e fibrose; Estágio 3- ruptura dos tendões do manguito rotador ou da cabeça longa do bíceps ou alterações ósseas. Capsulite adesiva: Enrijecimento das estruturas da cápsula da articulação glenoumeral que leva à limitação pronunciada dos movimentos do ombro. 4ª -6ª década, AVC, fratura. Tratamento: Injeção intra-articular; Bloqueio anestésico de nervo supraespinhal. Gonalgia: Responsável por 1/3 dos problemas musculoesqueléticos em atenção primária. Principais patologias: Síndrome dolorosa patelofemoral; Osteoartrite. Pequena a grandes incapacidades. Avaliação da gonalgia: Anamnese (caracterizar a dor); Inspeção –Genuvaro, Genuvalgo e Genurecurvatum; ADM ativa e passiva; Teste de força; Palpação –Patela, Região peripatelar, Tendão patelar, Tuberosidade anterior da tíbia, Ligamentos colaterais e mediais, Pata anserina, Banda iliotibial. Tratamento: Medicamentos (Analgésicos–AINES–Glucosamina e condroitina), Bolsa térmica, Alongamentos, Infiltração intra-articular (Corticóides–Ácido hialurônico), Órteses. Aula: Tratamento não farmacológico da dor.