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Colégio Assunção - Curso Técnico em Mineração MÓDULO I Geologia Geral Professor: Geologia Geral Página 2 1. A Origem do Planeta Terra O planeta em que vivemos é formado pelo mesmo material que compõem os demais c orpos do Sistema Solar e tudo mais que faz parte do nosso Universo. Assim, a origem da Terra está ligada intrinsecamente à formação do Sol, dos demais planetas do Sistema Solar e de tod as as estrelas a partir de nuvens de gás e de poeira interestelar. Por isso, na investigação e ori gem do nosso planeta, é necessário recorrer à uma análise do espaço exterior mais longínquo, e ao mesmo tempo, às evidências que temos do passado mais remoto. Com base das informaç ões decorrentes dos diversos campos da Ciência (Química, Física, Astronomia, Astrofísica, Co smoquímica), bem como estudado a natureza do material terrestre (composição química, fases minerais, etc.), já foram obtidas respostas para algumas importantes questões que dizem respe ito à nossa existência: Como se formaram os elementos químicos? Como se formaram as estrelas? Como se formaram os planetas do Sistema Solar? Qual é a idade do Universo? Qual o futuro do Sistema Solar e do próprio Universo? Estrutura do Universo A astronomia nos ensina que existem incontáveis estrelas no céu. Ao mesmo tempo ob servamos que elas se dispõem de uma maneira ordenada, seguindo hierarquias. As estrelas se agrupam primeiramente em galáxias, cujas dimensões são da ordem de 100.000 anos-luz (dist ância percorrida pela velocidade da luz, 300 mil km/s). A estrutura interna das galáxias pode co nter mais de 100 bilhões de estrelas de todas as dimensões. A Via Láctea é também uma galáxia do tipo espiral, sendo que o Sol _ a estrela central do nosso Sistema Solar _ está situado num dos seus braços periféricos. A Via Láctea possui ta mbém um núcleo central, onde aparecem agrupamentos de estrelas jovens. As galáxias, por sua vez, se agrupam nos chamados aglomerados, que podem conter a lgumas dezenas a algumas milhares de galáxias. A Via Láctea permanece ao chamado Grupo Local, que inclui também as galáxias de Andrômeda e as Nuvens de Magalhães. Finalmente, o maior nível hierárquico do universo é o de superaglomerados, compostos de até dezenas de mi lhares de galáxias, e com extensões que atingem centenas de milhões de anos-luz. 1.1. Como nasceu o Universo Se nosso Universo for fechado, isto é, se sua densidade média for superior a 6,5 x 10-30 g/cm3, sua velocidade de extensão deverá diminuir até anular-se, e em seguida ele deverá imp lodir sobre si mesmo, daqui há muitas dezenas de anos. Toda a matéria está reunida numa sin gularidade, um espaço muito pequeno, de densidade extremamente alta, virtualmente infinita. Nesta singularidade que foge a qualquer visualização, matéria e energia seriam indistinguíveis, não haveria espaço em seu entorno e o tempo não seria sentido. Esta pode ter sido a situação existente cerca de 15 bilhões de anos atrás, o ponto de p artida de tudo o que nos diz respeito, um ponto reunindo toda a energia e matéria do Universo, que explodiu no evento único e original que os físicos denominaram Grande Explosão, ou Big B ang. Durante os 3 x 10-10 segundos iniciais a temperatura era alta demais para a matéria ser estável, tudo era radiação. Ainda hoje, o espectro da radiação de micro-ondas de fundo que pe rvaga o Universo em todas as direções do espaço, como remanescente da radiação emitida, é uma das maiores evidências para a Teoria do Big Bang e implica que a radiação original partiu para todos os lados com a mesma temperatura. Nesta evolução primitiva, a temperatura e densidade de energia foram decrescendo e f oram criadas as condições para a matéria, no processo denominado nucleogênese: prótons, nê utrons e elétrons e em seguida os átomos dos elementos mais leves. Geologia Geral Página 3 Quando a temperatura decresceu para valores abaixo de alguns milhões de graus, nenhum out ro elemento teve condição de ser criado. As estrelas e as galáxias formaram-se mais tarde, qu ando o resfriamento generalizado permitiu que a matéria viesse a se confinar em imensas nuve ns de gás. Estas, posteriormente, entrariam em colapso gravitacional pela ação da força de gra vidade, e seus núcleos se aqueceriam, levando à formação das primeiras estrelas. As primeira s galáxias surgiram por volta de 13 bilhões de anos atrás. A Via Láctea tem aproximadamente 8 bilhões de anos de idade e dentro dela o nosso Sistema Solar originou-se há cerca de 4,6 bil hões de anos. Figuras 1 e 2: Explosão do Big Bang e a Terra no início da sua formação 1.2. O Sistema Solar O Sistema Solar é formado por planetas, satélites, asteróides, cometas, além de poeira e gás, os quais surgiram ao mesmo tempo que a sua estrela central. Isto confere ao sistema uma organização harmônica no tocante à distribuição de sua massa e às trajetórias orbitais de seus corpos maiores, os planetas e os satélites. 1.3. Meteoritos Meteoritos são fragmentos de matéria sólida provenientes do espaço. A imensa maioria de tamanho diminuto, é destruída e volatilizada pelo atrito, por acaso de seu ingresso na atmosfera da Terra. Alguns, cuja massa alcança diversas toneladas produziram crateras de impactos que vez ou outra são descobertas. Geologia Geral Página 4 Figuras 3 e 4: Impacto meteorítico e marca do impacto de meteoro 1.4. Planetas Internos Terra - O terceiro planeta do Sistema Solar apresenta os seus elementos voláteis na fase de a cresção do Sistema Solar, a Terra apresenta uma atmosfera secundária, formada por emanaçõ es gasosas durante toda a história do planeta, e constituída principalmente por nitrogênio, oxig ênio e argônio. A temperatura de sua superfície é suficientemente baixa para permitir a existên cia de água líquida, bem como de vapor d'água na atmosfera, responsável pelo efeito estufa re gulador da temperatura, que permite a existência da biosfera. Por causa dos envoltórios fluidos que a recobrem, atmosfera e hidrosfera, a Terra quando vista do espaço adquire coloração az ulada. Essa visão magnífica foi relatada por Yuri Gagarin, o primeiro astronauta a participar de uma missão aeroespacial. A característica principal do planeta Terra é seu conjunto de condições únicas e extraor dinárias que favorecem a existência e a estabilidade de muitas formas de vida, sendo que evid ências de vida bacteriana abundantes foram já encontradas em rochas com idade de 3,5 bilhõe s de anos. A Terra possui importantes fontes de calor em seu interior, que fornecem energia para as atividades de sua dinâmica interna e condicionam a formação de magmas e as demais mani festações da assim chamada tectônica global. Esse processo conjuga-se aos movimentos de g randes placas rígidas que constituem a litosfera, a capa mais externa do planeta, que por sua v ez situa-se em todo o globo acima de uma camada mais plástica, a astenosfera. Ao mesmo tempo, a superfície terrestre recebe energia do Sol, através da radiação sol ar incidente, que produz os movimentos na atmosfera e nos oceanos do planeta. Estas últimas atividades são as que provocam profundas transformações na superfície da Terra, modificando -a continuamente. Justificam assim o fato de que quaisquer feições primitivas de sua superfície , como por exemplo crateras de impacto meteorítico, tenham sido fortemente obscurecidas ou t otalmente apagadas ao longo de sua história. A Lua, o satélite da Terra, apresenta 1,35% da massa desse planeta, sendo esse um dos maiores satélites do Sistema Solar. Tem um diâmetro de 3,3 km e densidade de 3,3 g/cm3 , portanto, muito menor do que a da Terra. Não detém atmosfera. Geologia Geral Página 5 Exercícios de Fixação 1) A origem da Terra está relacionada com quaiscorpos do Sistema Solar? 2) Como ocorreu a origem das estrelas? 3) O que teoricamente, levou à explosão do Big Bang? 4) Quais foram as condições para a formação do processo denominado nucleogênese? 5) Como se formaram as galáxias? 6) Qual a idade da Via Láctea e do Sistema Solar? 7) De que é fomado o Sistema solar? 8) O que é meteorito? 9) Quais meteoritos causam impactos sobre a superfície terrestre quando a alcançam? 10) Descreva a atmosfera e a temperatura da Terra. 11) Descreva o processo de tectônica Global. 12) Por que a energia do Sol é importante para a Terra? 13) Descreva sobre o satélite Lua. Geologia Geral Página 6 2. Eras Geológicas 2.1. Eventos Biológicos Figura 5: Esquema dos eventos das eras geológicas Geologia Geral Página 7 2.2. Divisão temporal dos eventos biológicos Figura 6: Esquemas Eras Geológicas com os eventos biológicos 2.3. Eventos Geológicos e mapas Eras Gerais Brasil Cenozóica Quaternário: O Homem Terciário: Dobramentos modernos (Alpes, Himalaia, Rochosas e Andes) Quaternário: Bacias sedimentares (Amazônica). Terciário: bacias sedimentares, vulcanismo e Formação das ilhas oceânicas e Fernando de Noronha Mesozóica Intensa atividade vulcânica. Início da separação dos continentes. Formação de Bacias sedimentares e de petróleo. Atividade vulcânica no Sul (derrame de lavas), formação do petróleo e dos terrenos basálticos (que originaram o solo de terra roxa). Formação de Bacias sedimentares. Paleozóica Desenvolvimento do processo de sedimentação. Formação de jazidas carboníferas. Formação de bacias sedimentares antigas. Soterramento de florestas e formação de jazidas carboníferas no sul do país. Pré-Cambriana (Proterozóica e Arqueana) Formação de Escudos Cristalinos (rochas magmáticas e metamórficas). Formação de minerais metálicos. Formação das rochas magmáticas mais antigas e dos primeiros continentes. Formação dos primeiros Escudos Cristalinos (brasilairo e guiano). Formação das bacias minerais metálicas. Formação das Serras do Mar e da Mantiqueira. Geologia Geral Página 8 Figura 7: Esquema das Eras Geológicas com os eventos Geológicos Figura 8: Mapa geológico do Brasil Exercícios de Fixação 1) Quais períodos compõem a Era Paleozóica? 2) Há quantos milhões de anos surgiram os seres humanos? 3) Em qual Era e Período surgiram as primeiras aves? 4) No Pré-Cambriano quais foram as evoluções no planeta Terra? 5) De acordo com a ilustração no início desse capítulo, qual o evento que antecede o desaparecimento dos dinossauros? 6) Qual o intervalo de tempo foi perdurado o Mezosóico? 7) Coloque os seguintes animais em ordem de surgimento na Terra: aves, algas, dinossauros, outros mamíferos, crustáceos, anfíbios, répteis e insetos. 8) Há quantos milhares de anos surgiram as primeiras plantas terrestres? 9) A desertificação primitiva ocorreu em qual Período? 10) O petróleo surgiu há quantos milhares de anos, em qual Era e Período? 11) Há quantos milhares de anos e em qual Período surgiram os vertebrados? 12) Quando ocorreu a formação da Terra? 13) Qual a importância da Época Pleistoceno? 14) Cite dois eventos marcantes no intervalo 136 - 65 milhões de anos. Geologia Geral Página 9 15) As rochas mais antigas são datadas em 3,5 bilhões de anos. Indique a Era, Período e, se possível a Época em que essa rochas foram formadas. 16) Em qual era e período surgiram as primeiras jazidas carboníferas no Brasil? 17) Sabendo-se que o cobre é um metal, qual a Era e Período de surgimento desse tipo de depósito no Brasil? Em quais estados são mais proprícios de serem encontrados? 18) O vulcanismo, tanto no Brasil quanto no mundo, ocorreu intensamente em qual Era? 19) Quais as mudanças da geologia no planeta se destacam na Era Cenozóica? 20) A extinção dos dinossauros na Era Mesozóica pode estar relacionada a qual evento geológico? Geologia Geral Página 10 3. Minerais e Rochas que constituem a Terra Minerais são elementos ou compostos químicos com composição definida dentro de ce rtos limites, cristalizados e formados naturalmente por meio de processo geológicos inorgânico s, na Terra ou em corpos extraterrestres. A composição química e as propriedades cristalográfi cas bem definidas do mineral fazem com que ele seja o único dentro do reino mineral, e, assim, receba um nome característico. Cada tipo de mineral, tal como o quartzo (SiO2), constitui uma espécie mineral. Sempre que a sua cristalização se der em condições geológicas ideais, a sua organização atômica inte rna se manifestará em uma forma geométrica externa, com o aparecimento de faces, arestas e vértices naturais. Nesta situação, a amostra do mineral será chamada também de cristal. O termo rocha é usada pare descrever uma associação de minerais que, por diferentes motivos geológicos, acabam ficando intimamente unidos. Embora coesa e, muitas vezes, dura, a rocha não é homogênea. Ela não tem a continuidade física de um mineral, e, portanto, pode ser dividida em todos os seus minerais constituintes. Já o temo minério é usado somente quando o mineral ou a rocha apresentar uma impor tância econômica. As rochas são produtos consolidados, resultantes da união natural de minerais. Diferen te dos sedimentos, por exemplo, areia da praia (um conjunto de minerais soltos), as rochas têm os seus cristais ou grãos constituintes muito bem unidos. Dependendo do processo de formaç ão, a força de ligação dos grãos constituintes varia, resultando em rochas "duras" e rochas "bra ndas". Chama-se estrutura da rocha o seu aspecto geral externo, que pode ser maciço, com c avidades, orientado ou não, etc. A textura se revela por meio da observação mais detalhada do tamanho, forma e relacionamento entre os cristais ou grãos constituintes da rocha. Outra informação importante no estudo das rochas é a determinação dos minerais cons tituintes. Na agregação mineralógica constituinte das rochas, reconhecemos os minerais essen ciais e os acessórios. Os essenciais estão sempre presentes e são os mais abundantes numa determinada rocha, e as proporções determinam o nome dado à rocha. Os acessórios podem o u não estar presentes, sem que isso modifique a classificação da rocha em questão. As rochas ígneas resultam do resfriamento do material rochoso fundido, chamado mag ma. As rochas sedimentares são formadas de duas formas: A partir da compactação e/ou cimentação de fragmentos produzidos pela ação dos agentes de intemperismo e pedogênese sobre uma rocha pré-existente (protólito). Trata-se da rocha clástica; Formada a partir de precipitação dos radicais salinos, que foram produzidos pelo intemperismo químico e agora encontram-se dissolvidos nas águas dos rios, lagos e mares. Trata-se da rocha química. As rochas metamórficas resultam da transformação de uma rocha pré-existente (protólito) no estado sólido. O processo geológico de transformação se dá por aumento de pressão e/ou temperatura sobre a rocha preexistente, sem que o ponto de fusão dos seus minerais seja atingido. Os geólogos não consideram transformações metamórficas aquelas que ocorrem durante os processos de intemperismo e litificação. 3.1. O cilco das Rochas Geologia Geral Página 11 As rochas terrestres não constituem massas estáticas. Elas fazem parte de um planeta cheio de energia, que promove, com a sua alta temperatura e pressão interna, todos os proces sos de abalossísmicos, movimentos tectônicos de placas e atividades vulcânicas em uma dinâ mica muito intensa. Da mesma forma, uma atividade intempérica e erosiva externa, envolvendo os fatores atmosféricos como o calor do Sol, chuvas, ventos, geleiras, também atuam sobre es sas rochas, causando constantes alterações. Em suma, a Terra é um planeta vivo em contínua modificação. As atuais rochas ígneas superficiais da Terra estão sofrendo o constante ataque dos ag entes intempéricos _ os componentes atmosféricos O2 e CO2, a água e os organismos _ que le ntamente reduzem-nas a material fragmentar através da superfície, depositando como sedimen tos incoesos no início. Transformam-se em rochas sedimentares, porém, pela compactação do s fragmentos e pela expulsão da água intersticial e pela cimentação dos fragmentos uns aos ou tros. As rochas sedimentares, por sua vez, por aumento de pressão e temperatura, gerarão as rochas metamórficas. Ao aumentar a pressão, e, especialmente a temperatura, em determinad o ponto ocorrerá a fusão parcial e novamente a possibilidade de formação de uma nova rocha í gnea, dando-se início a um novo ciclo. Esta sequência de eventos geológicos é apenas uma das várias alternativas que a natu reza tem para estabelecer um relacionamento genético entre as rochas da nossa crosta. Seguem abaixo dois esquemas do ciclo das rochas: Geologia Geral Página 12 Figuras 9 e 10: Esquema do Ciclo das rochas Exercícios de Fixação 1) Explique o conceito de mineral. 2) Explique o conceito de rocha. 3) Explique a diferença entre mineral e cristal. 4) Qual a diferença entre mineral essencial e mineral acessório? 5) Para qual finalidade é usado o termo minério? 6) O que é estrutura e textura da rocha? 7) Explique detalhadamente o conceito e formação de cada uma das rochas: ígneas, sediment ares e metamórficas. 8) Explique o ciclo das rochas. Geologia Geral Página 13 4. Estrutura da Terra: terremotos e sismos A crosta continental apresenta espessura muito variável, desde cerca de 30 - 40 km nas regiões sismicamente estáveis mais antigas (os crátons) até 60 - 80 km nas cadeias de montanhas, tais como os Himalaias na Ásia e os Andes na América do Sul. A crosta oceânica, situada abaixo da continental, é mais densa comparada à crosta continental, e, essa primeira tem a presença de três camadas de rochas sobre o manto. O manto superior situa-se abaixo da crosta oceânica, e apresenta profundidade de até 400 m e densidade de 3,6 - 3,7 g/cm3 . Ao descer da crosta e do manto superior, passamos por uma parte rígida, acima da zona de baixa velocidade, para uma parte plástica dentro da zona de baixa velocidade. A parte rígida que inclui a crosta e parte do manto é denominada litosfera, enquanto a parte dúctil é denominada astenosfera. Abaixo dessa última, ocorre a mesosfera, onde o manto apresenta mais alta temperatura e pressão, o levando a ser pouco plástico e totalmente sólido. O núcleo externo é líquido e apresenta densidade um pouco menor que 10 g/cm3. Já o núcleo interno é sólido, composto pela liga ferro-níquel, com densidade 11,5 g/cm3 . Devido à anomalias nas velocidades das ondas sísmicas existentes em cada camada, foram estipuladas três descontinuidades dividindo algumas delas: Descontinuidade de Conrad: divide a crosta continental da crosta oceânica. Ocorre nessa um ligeiro aumento das velocidades sísmicas com a profundidade, e separa rochas de densidade menor na crosta superior de rochas de densidade maior na crosta inferior. Descontinuidade de Mohorovic: divide a crosta oceânica do manto superior. Localizada à 400 m de profundidade, as ondas sísmicas sofrem uma ligeira diminuição da velocidade com a profundidade, recebendo a denominação de zona de baixa velocidade. Descontinuidade de Gutenberg: divide o manto do núcleo. Ocorre um aumento muito grande na velocidade e densidade do material mantélico ao passar por essa descontinuidade, modificando a composição do material na transição de manto para núcleo. Figura 11: Camadas da Terra 4.1. Terremotos e sismos Os terremotos, mais do que qualquer fenômeno natural, demonstram o caráter dinâmic o da Terra. O registro de milhares de terremotos em todo o mundo define e emoldura as várias placas que formam a casca rígida da Terra. A seguir veremos a relação dos terremotos com a movimentação dessas placas litosféricas. Geologia Geral Página 14 Com o lento movimento de algumas placas litosféricas, da ordem de alguns centímetro s por ano, tensões vão se acumulando em vários pontos, principalmente perto das suas bordas . As tensões acumuladas podem ser compressivas e distensivas, dependendo da direção de m ovimentação relativa entre as placas. Quando essas tensões atingem o limite de resistência da s rochas, ocorre uma ruptura. O movimento repentino entre os blocos de cada lado da ruptura geram vibrações que se propagam em todas as direções. O plano de ruptura forma o que se ch ama de fratura geológica. Quando esse plano tem movimentação entre os blocos, chama-se fal ha geológica. Os terremotos podem ocorrer no contato entre duas placas litosféricas (caso mai s frequente) ou no interior de uma delas, sem que a ruptura atinja a superfície. O ponto onde se inicia a ruptura e a liberação das tensões acumuladas é chamado de hipocentro ou foco. Sua p rojeção na superfície é o epicentro, e a distância entre o foco à superfície é a profundidade foca l. As ondas sísmicas ocorrem quando são geradas rupturas na litosfera. Dessa forma, sã o geradas vibrações sísmicas que se propagam em todas as direções na forma de ondas. O m esmo ocorre, por exemplo, com uma detonação de explosivos em uma mina, cujas vibrações, t anto nas rochas quanto sonoras, podem ser sentidas a grandes distâncias. São essas "ondas s ísmicas" que causam danos perto do epicentro e podem ser registradas por sismógrafos em to do o mundo. Não é possível ter acesso direto às partes mais profundas da Terra devido às limitaçõe s tecnológicas de enfrentar as altas pressões e temperaturas. O furo de sondagem mais profun do feito até hoje (em Kola, Rússia) atingiu apenas 12 km, uma fração insignificante comparada ao raio da Terra de 6.370 km. Assim, a estrutura interna do planeta só pode ser estudada de m aneira indireta. A análise das ondas sísmicas, registradas na superfície, permite deduzir várias características das partes internas da Terra atravessada pelas ondas. Alguns aspectos básicos de propagação de ondas sísmicas serão abordados agora, mostrando como que as principais camadas da Terra são estudadas. A primeira camada superficial da Terra é a crosta, com espessura variando entre 25 e 5 0km nos continentes e de 5 a 10km nos oceanos. As velocidades das ondas sísmicas variam entre 5,5 km/s na crosta superior e 7 km/s n a crosta inferior. Na região chamada manto, as velocidades vão de 8 km/s abaixo da crosta a 1 3,5 km/s. As velocidades dessas ondas abaixo da crosta aumentam até a profundidade 2.950 k m. Abaixo dessa profundidade, encontra-se o núcleo da Terra. Dentro do núcleo, existe um "car oço" central (núcleo interno), com velocidades um pouco maiores do que o núcleo externo. No núcleo externo, não há propagação de ondas sísmicas, o que mostra que ele deve estar em est ado líquido.Por outro lado, a densidade do núcleo é muito maior do que a do manto. Essas car acterísticas de velocidades sísmicas baixas e densidades altas indicam que o núcleo é compos to predominantemente de ferro. A Intensidade Sísmica é uma classificação dos efeitos que as ondas sísmicas provoca m em determinado lugar. Não é uma medida direta feita com instrumentos, mas simplesmente uma maneira de descrever os efeitos em pessoas (como as pessoas sentiram), em objetos e e m construções (barulho e queda de objetos, trincas ou rachaduras em casas, etc.) e na naturez a (movimento de água, escorregamentos, liquefaçãode solos arenosos, mudanças na topografi a, etc.). A magnitude de um terremoto é medida pela escala Richter. Tremores muito pequenos podem ter magnitudes negativas. Tremores pequenos sentidos num raio de poucos quilômetro s e sem causar danos, tem magnitude da ordem de 3. Sismos moderados, que podem causar a lgum dano (dependendo da profundidade do foco e da região epicentral) têm magnitudes na fai xa de 5 e 6. Os terremotos com grande poder de destruição têm magnitudes acima de 7. As ma Geologia Geral Página 15 iores magnitudes registradas neste século chegaram a 8,5 no Himalaia e no Chile. É important e ressaltar que cada ponto na escala Richter corresponde a uma diferença de 30 vezes a energ ia liberada. Para se ter uma ideia do que seja um terremoto de magnitude 9, imagine uma rach adura cortando toda a crosta entre Rio e São Paulo e cada bloco se movimenta lateralmente 10 metros, um em relação ao outro. A atividade sísmica mundial delimita áreas da superfície terrestre como se fossem as peças de um "quebra-cabeça global". A distribuição dos sismos é uma das melhores evidências dos limites dessas "peças" chamadas placas tectônicas. Cerca de 75% da energia liberada com terremotos ocorre ao longo das estruturas marginais do Oceano Pacífico, caracterizando o "Cinturão de Fogo do Pacífico", por ocorrerem vulcões coincidentes com os sismos. Figura 12: Esquema das ondas sísmicas Figura 13: Efeito de terremotos 4.2. Tsunamis Um dos maiores terremotos já registrados ocorreu na ilha de Chilo é, sul do Chile. Em c erca de 10 a 15 minutos após o terremoto, o mar recua dezenas de metros e recua logo em se guida numa onda gigantesca destruindo todos os barcos. Essa onda, como outras também já r egistradas nas costas de regiões interplacas, são chamadas de Tsunamis. Essas ondas gigant escas e destrutivas (até 10 ou 20 metros de altura) podem atingir regiões costeiras após a ocor rência de um grande terremoto com epicentro no mar. Os tsunamis são gerados por um desloc amento rápido da coluna de água na área epicentral de um terremoto ocorrido em uma falha pr óxima ao fundo do mar. Este deslocamento (raramente superior a um metro de altura) se propa ga com ondas em todas as direções com velocidades que dependem da velocidade do mar. E m alto mar, as ondas viajam na velocidade de um avião, mas tendo amplitude pequena e um c omprimento de onda de centenas de metros, constituem ondulações suaves na superfície do m ar e passam desapercebidas. Chegando próximo ao litoral, onde o mar é mais raso, a velocida de diminui (para 50 - 70 km/h, como um automóvel). Essa diminuição de velocidade faz com a energia da onda se acumular em uma extensão bem menor de água aumentando, consequent emente, a altura da onda (algumas atingem mais de 30 metros); este acúmulo de energia provo ca o transporte de água inundando a região costeira por centenas de metros. O Tsunamis são muito comuns no Pacífico, devido à instabilidade sísmica nessa região e a presença de falhas inversas e zonas de subducção. Geologia Geral Página 16 Figura 14: Sequência de ocorrências na formação do Tsunami Geologia Geral Página 17 Exercícios de Fixação 1) Explique a diferença detalhada entre a crosta continental e a crosta oceânica 2) Descreva em linhas gerais sobre cada uma das camada da Terra. 3) Porque algumas camadas da Terra são dividas em descontinuidades? 4) Descreva cada uma das três descontinuidades existentes nas camadas da Terra. 5) Explique como as tensões influenciam a formação de falhas geológicas e de terremotos. 6) O que é epicentro e hipocentro? 7) Quando são geradas as ondas sísmicas? Explique um exemplo que descreve as vibrações s imilares às ondas sísmicas. 8) Quais as espessuras de cada uma das camadas da Terra? 9) Quais as velocidades das ondas sísmicas em cada uma das camadas da Terra? 10) O que é intensidade sísmica? 11) Qual a escala mede a magnitude de um terremoto? 12) Explique a diferença entre os tremores pequenos, sismos moderados e os sismos mais imt ensos. 13) Qual a relação entre os sismos e as placas tectônicas? 14) O que é "Cinturão de Fogo do Pacífico"? 15) O são tisunamis? Como são formados? Qual a estrutura geológica que resulta a formação do tisunami? 16) Cite um exemplo de tisunami no planeta. 17) Quais as consequências geradas pelo tsunami? 18) Descreva o tipo de ambiente tectônico é mais propício para a formação de tsunami. 19) Porque grande parte dos tsunamis ocorrem no Pacífico? 20) Porque as ondas atingem muitos metros de altura (até 30m)? Geologia Geral Página 18 5. Noções de Geofísica O estudo das propriedades físicas fundamentais do interior da Terra corresponde ao ra mo das Geociências denominado Geofísica. Muitas informações sobre o comportamento dinâm ico do nosso planeta resultam do estudo de suas propriedades físicas, tais como a gravidade e o magnetismo. Através do estudo global do campo da gravidade, obtém-se informações acerca das dimensões, forma e massa da Terra, bem como o modo de como a massa se distribui no i nterior do planeta. Em escala local, a análise das variações de gravidade é o fundamento da pr ospecção gravimétrica. O uso criterioso dessa última, combinado com informações geológicas, permite localizar, identificar e avaliar o potencial econômico de jazidas de minérios diversos, ca rvão, petróleo, sal, matéria-prima para indústria cerâmica e de construção. O campo magnético terrestre origina-se no núcleo terrestre e a observação na superfície da Terra da forma e variações desse campo magnético permite estudar a dinâmica dessa região da Terra. As rochas da superfície terrestre, ao se formarem, registram as informações do campo geomagnético da época, e a recuperação dessas informações permite desvendar a história do magnetismo terrestre no passado geológico.Além disso, através das propriedades magnéticas das rochas, é possível localizar jazidas minerais e traçar os movimentos pretéritos dos blocos litosféricos durante a evolução da Terra. 5.1. Gravidade A gravitação é uma propriedade fundamental da matéria, manifestando-se em qualquer escala de grandeza, desde a atômica até a cósmica. Os fenômenos gravitacionais são descritos pela lei de Newton, na qual duas massas esféricas m1 e m2, com densidades uniformes nos seus interiores, atraem-se na razão direta no produto de suas massas e na razão inversa do quadrado da distância entre os seus centros, conforme escrito abaixo: na qual m1 e m2 são as massas das esferas, r é a distância entre elas, F é a força de atração q ue age sobre cada uma delas e G é a constante da gravitação universal. De acordo com a lei de Newton, se a esfera de massa m1 estiver fixa e a esfera de mas sa m2 puder movimentar-se, ela irá se deslocar em direção à primeira, devido à força F. Nesse caso, sua aceleração ag será igual a F/ m2 ou substituindo-se na equação: Portanto, a aceleração ag depende somente da distância entre as duas esferas e da ma ssa m1 , que cria um campo de aceleração gravitacional ao seu redor, o qual é igual em todas a s direções, ou seja, é isotrópico. Essas características fazem com que um corpo, mesmo possu indo massa elevada, produza um campo menos intenso do que um outro, com massa muito me nor, mais situado mais próximo. Como exemplo podemos citar a queda dos meteoritos sobre a superfície da terrestre. Embora sendo atraídos pelo Sol, muitos deles acabam caindo na Terra, de massa muito menor, ao passarem em órbita próxima. F = G m 1 . m 2 r 2 a g = F = (G.m 1 ) r 2 m 2 Geologia Geral Página 19 Através da medida do campo da gravidade na Terra foram obtidas importantes informa ções sobre o seu interior, determinando-se também diversas de suas características, como sua forma e interações com outros corposdo Sistema Solar. Como vimos anteriormente, o campo da gravidade associa a cada ponto da superfície t errestre um vetor da aceleração da gravidade g. Esse vetor caracteriza-se por sua intensidade, denominada gravidade, e sua direção denominada vertical, sendo essa medida por gravímetros . As anomalias gravimétricas resultam de variações na densidade dos diferentes materiais que constituem o interior da Terra. Os contrastes de densidade entre diferentes tipos de rochas modificam a massa e causam, consequentemente, mudança nos valores da gravidade. 5.2. Isostasia Isostasia, ou movimento isostático, é o termo utilizado em Geologia para se referir ao e stado de equilíbrio gravitacional, e as suas alterações, entre a litosfera e a astenosfera da Terra . Esse processo resulta da flutuação das placas tectônicas e obre o material mais denso da ast enosfera, cujo equilíbrio depende das suas densidades relativas e do peso da placa. Tal equilíb rio implica que um aumento do peso da placa (por espessamento ou por deposição de sedimen tos, água ou gelo sobre a sua superfície) leva ao seu afundamento, ocorrendo, inversamente, u ma subida (em geral chamada re-emergência ou rebound),quando o peso diminui. Há dois modos de compensação isostática na natureza. As montanhas são mais altas, pois se projetam para as partes mais profundas do manto. Por outro lado, os continentes situa m-se acima do nível do mar devido as diferenças de composição e densidade entre a crosta co ntinental e crosta oceânica. Figura 15: Desenho esquemático de Isostasia 5.3. Magnetismo Hoje estamos absolutamente familiarizados com o magnetismo terrestre através do uso da bússola para a orientação. Este instrumento nada mais é do que uma agulha imantada, livr e para girar no plano horizontal, sendo atraída pelos polos magnéticos da Terra. Essa agulha i mantada não permanece na horizontal, ela acompanha as linhas de força do campo magnético, de tal forma que a extremidade norte da agulha inclina-se para baixo no hemisfério norte e par a cima no hemisfério sul. O norte geográfico, portanto, corresponde ao sul magnético e o sul ge Geologia Geral Página 20 ográfico com o norte magnético. Os polos migram a uma velocidade de cerca de 0,2o por ano ao redor do polo geográfic o, em geral sem se afastar por mais de 30o deste último, porém, descrevendo uma trajetória irr egular. Assim é que a declinação magnética de um local muda continuamente, aumentando ou diminuindo. Torna-se então necessário corrigir o valor da declinação conhecido para um deter minado ponto da superfície terrestre a cada cinco anos, aproximadamente. Como se pode ded uzir facilmente, os polos magnéticos levam alguns milhares de anos para percorrer os 360o de t rajetória ao redor dos polos geográficos. A concentração de minerais magnéticos em rochas e algumas correntes elétricas fracas na crosta ou nos oceanos são as principais fontes responsáveis pelos campos localizados. Essas irregularidades de superfície e de anomalias magnéticas podem ter intensidades correspondentes a uma pequena porcentagem do campo normal mas, acima de jazidas de ferro ou depósitos magnéticos próximos à superfície, essas anomalias podem exceder o campo da Terra. É na busca dessas anomalias que se baseia o método magnético de prospecção geofísica. Exercícios de Fixação 1) O que é Geofísica? 1) Quais as aplicações econômicas que a Geofísica apresenta? 2) Cite 2 áreas da Geofísica? 3) Descreva qual a relação entre os polos geográficos e magnéticos? 4) O que indicam as anomalias gravimétricas e magnéticas? 5) Explique o processo de isostasia. 6) Quais sã os dois modos de compensação isostática? 7) Os polos se movimentam periodicamente? De quanto é a variação? 8) Como é a relação entre as anomalias gravimétricas e magnéticas e a prospecção de bens minerais e energéticos? Geologia Geral Página 21 6. Tectônica da Terra A Terra é um planeta dinâmico. Se fosse fotografada do espaço a cada século, desde a sua formação até hoje, e essas fotos compusessem um filme, o que veríamos seria um planet a azul com os continentes ora se colidindo, ora se afastando entre si. Atualmente acreditamos que a crosta terrestre é fragmentada em cerca de uma dúzia de placas, que se movem por raz ões não muito bem compreendidas, mas cujo motor situa-se no manto. Placas são originadas d as dorsais meso-oceânicas e ao se chocarem promovem o mergulho da placa mais densa sobr e a outra e o seu consequente retorno ao manto. A constatação de existência das placas tectôn icas deu uma nova versão das antigas ideias da Deriva Continental, explicando satisfatoriamen te muitas das grandes feições geológicas da Terra, como as grandes cordilheiras de montanha s como os Andes e respondendo a questões, por exemplo, sobre as concentrações dos sismos e dos vulcões atuais ou sobre as rochas que já estiveram nos fundos dos oceanos e estão nos Himalaias. A Tectônica Global e a Tectônica de Placas é a chave da compreensão geológica d a Terra e de como será o futuro do planeta em que vivemos. O cientista Wegener imaginou que os continentes poderiam, um dia, terem estados junt os e, posteriormente teriam sido separados. Poucas ideias no mundo foram tão fantásticas e re volucionárias como essa. Portanto ele denominou esse supercontinente Pangea, Pan significa todo, e Gea, terra, e consi derou que a fragmentação do Pangea teria se iniciado por cerca de 220 milhões de anos, dura nte o Triássico, quando a Terra ainda era habitada por dinossauros, e teria prosseguido até os dias atuais.O Pangea teria se iniciado a sua fragmentação dividindo-se em dois continentes: u m setentrional chamado Laurásia e outro Austral chamado Gondwana. Apesar de não ter sido o primeiro e nem o único de seu tempo a considerar o movimento horizontal entre os continent es, Wegener foi o primeiro a pesquisar seriamente a ideia da deriva continental e a influenciar o utros pesquisadores. Para isso, procurou evidências que comprovassem sua teoria, além da co incidência entre as linhas de costa atuais dos continentes. Wegener enumerou algumas feições geomorfológicas, como a cadeia de montanhas da Serra do Cabo na África do Sul, de direção leste-oeste, que seria a continuação da Sierra de La Ventana, a qual ocorre com a mesma dire ção na Argentina, ou ainda um planalto na Costa do Marfim, na África, que teria continuidade n o Brasil. 6.1. Placas Tecônicas Como visto em capítulos anteriores, o planeta Terra está reologicamente dividido em domínios concêntricos maiores, sendo o externo constituído pela Litosfera. Como observado no capítulo anterior, a parte superior da litosfera é chamada de crosta e a parte inferior, mais interna, é composta por rochas do manto superior, sendo que uma das diferenças principais entre elas é a sua composição química. A composição da crosta continental é predominante por rochas graníticas e a crosta oceânica contém rochas basálticas. As rochas crustais ocorrem sobre o manto superior. A litosfera é composta por falhas e fraturas profundas em placas tectônicas. A distribuição geográfica dessas placas na Terra está representada na figura abaixo. Geologia Geral Página 22 Figura 16: Mapa com a divisão das placas tectônicas Como visto anteriormente, o limite inferior da Litosfera é marcado pela astenosfera na "Zona de Baixa Velocidade", por causa da diminuição da velocidade das ondas sísmicas. O processo de fusão parcial inicia-se produzindo uma fina película líquida em torno dos grãos minerais, suficiente para diminuir a velocidade das ondas sísmicas. Dessa forma, o estado mais plástico desta zona permite que a litosfera rígida deslize sobre a Astenosfera, tornando possível o deslocamento lateral das placas tectônicas.Os limites das placas tectônicas podem ser de três tipos distintos: Limites divergentes: marcados pelas dorsais meso-oceânicas,onde as placas tectônicas afastam-se uma da outra, com a formação de nova crosta oceânica. Limites convergentes: onde as placas tectônicas colidem, com a mais densa mergulhando sobre a outra, gerando uma zona de intenso magmatismo a partir dos processos de fusão parcial da crosta que mergulhou. Limites conservativos: onde as placas deslizam-se lateralmente uma em relação à outra, sem destruição ou geração de crostas, ao longo de fraturas denominadas falhas transcorrentes. Como exemplo de limites conservativos, temos a Falha de Santo André, na América do Norte, onde a placa do Pacífico, contendo a cidade de Los Angeles e a zona da Baixa Califórnia se desloca para o Norte em relação á placa Norte-Americana, que contém a cidade de São Francisco. Geologia Geral Página 23 Figura 17: Tipos de Limites de placas tectônicas A astenosfera e a litosfera estão intrinsecamente relacionadas. Se a astenosfera se mover, a litosfera será movida também. Sabemos ainda que a litosfera possui uma energia cinética cuja a fonte é o fluxo interno da Terra, e que este calor chega à superfície através das correntes de convecção do manto superior. O que não sabemos com certeza é como o manto inicia o movimento das placas. Figura 18: Fluxo da astenosfera A convecção do manto refere-se a um movimento muito lento de rocha, que sob condiç ões apropriadas de temperatura elevada, se comporta como um material plástico-viscoso migra ndo lentamente para cima. Este fenômeno ocorre quando este calor localizado começa a atuar produzindo diferenças de densidade entre o material aquecido e mais leve e o material circund ante mais frio e denso. A massa aquecida se expande e sobe lentamente. Para compensar a a scensão dessas massas de material do manto, as rochas mais frias e densas descem e preenc hem o espaço deixado pelo material que subiu, completando o ciclo de convecção do manto. O movimento de convecção das massas do manto, cuja velocidade é 1018 vezes maior do que a água, ocorre a uma velocidade da ordem de alguns centímetros por ano. Geologia Geral Página 24 Muitos cientistas acreditam que as correntes de convecção do manto por si só não seri am suficientes para movimentar as placas litosféricas, mas constituiriam apenas um dentre outr os fatores em conjunto que produziriam essa movimentação. O processo de subducção teria iní cio quando a parte mais fria e velha da placa (portanto, mais distante da dorsal meso-oceânica) se quebra e começa a mergulhar por debaixo de outra placa menos densa, e a partir daí outro s fatores começariam a atuar em conjunto com as correntes de convecção. Estes outros fatore s incluem: a - Pressão sobre a placa provocada pela criação de nova litosfera nas zonas de dorsais meso- oceânicas, o que praticamente empurraria a placa tectônica para os lados. b - Mergulho da litosfera para o interior do manto em direção à astenosfera puxada pela crosta descendente mais densa e mais fria do que a astenosfera mais quente à sua volta. Portanto, p or causa da sua maior densidade, a parte da placa mais fria e mais antiga mergulharia puxando a parte da placa litosférica para baixo. c - A placa litosférica torna-se mais fria e mais espessa à medida que se afasta da dorsal meso-oceânica onde foi criada. Como consequência, o limite entre a litosfera e astenosfera é uma superfície inclinada. Mesmo com uma inclinação muito baixa, o próprio peso da placa poderia causar uma movimentação de alguns centímetros por ano. Figura 19: Zona de subducção A velocidade medida de placas litosféricas geralmente é relativa, mas a velocidade abs oluta pode ser determinada através da utilização de pontos de referência, como os Hot Spots ou Pontos Quentes. Estes pontos quentes na superfície terrestres registram atividades magm áticas ligadas a porções ascendentes de material quente do manto denominadas Plumas do M anto e originadas em profundidades diversas do manto, a partir do limite entre o núcleo externo e o manto inferior. As marcas que eles deixam nas placas que se movimentam entre eles inclu em vulcões (ilhas vulcânicas, como o Havaí), platôs meso-oceânicos e cordilheiras submarinas . Quando placas oceânicas colidem, a placa mais densa e mais antiga, mais fria e mais espessa mergulha sob a outra placa, em direção ao manto, carregando consigo parte dos sedimentos acumulados sobre ela, que irão se fundir em conjunto com a crosta oceânica em subducção. O processo produz intensa atividade vulcânica de composição andesítica, manifestada sob a forma de arquipélagos, conhecidos como Arcos de Ilhas, de 100 a 400 km atrás da zona de subducção. Na zona de subducção forma-se uma fossa que será mais Geologia Geral Página 25 próxima do arco de ilhas, quanto mais inclinado for o ângulo de mergulho. As ilhas do Japão constituem um exemplo atual de arcos de ilhas. Figura 20: Hot Spots A colisão de uma placa continental e uma oceânica provocará a subducção dessa últim a sob a placa continental, que, a exemplo dos arcos de ilhas, produzirá um arco magmático nas bordas do continente, caracterizado por rochas vulcânicas de composição andesítica e dacític a, e rochas plutônicas de composição diorítica e granodiorítica, acompanhado de deformação e metamorfismo tanto nas rochas continentais pré-existentes como de parte das rochas formada s no processo. As feições fisiográficas geradas nesse processo colisional são as grandes cordil heiras de montanhas continentais como os Andes na América do Sul. O choque entre as placas continentais pode ocorrer após o processo colisional do tipo Andino, onde a continuidade do processo de subducção da crosta oceânica sob a crosta contin ental leva uma massa continental ao choque com o arco magmático formado inicialmente. Qua ndo os dois continentes colidem, a crosta continental levada pela crosta oceânica mais densa mergulha sob a outra. Este processo não gera vulcanismo excessivo como nos outros dois pro cessos anteriores, mas produz intenso metamorfismo de rochas continentais pré-existentes e le va a fusão parcial de porções da crosta continental gerando magmatismo granítico. Os exempl os clássicos de feições geradas por esse processo são as grandes cordilheiras de montanhas do tipo dos Alpes e dos Himalaias, esta última gerada a partir da colisão entre as placas da Índi a e a Asiática, processo este iniciado cerca de 70 milhões de anos atrás que continua até os di as atuais. a - Margens Continentais Ativas, situadas nos limites convergentes de placas tectônicas onde ocorrem zonas de subducção e falhas transformantes; nessas margens estão em desenvolvimento atividades tectônicas importantes, como por exemplo, formação de cordilheiras, no processo chamado orogênese. Na América do Sul, o exemplo de margem continental ativa é a costa do Pacífico, onde a Cadeia Andina encontra-se atualmente em desenvolvimento. Geologia Geral Página 26 Figura 21: Margem continental ativa b - Margens Continentais Passivas: desenvolvem-se durante o processo de formação de novas bacias oceânicas quando há fragmentação de continentes. Este processo é denominado de rifteamento, palavra proveniente do termo geológico em inglês Rift Valley, que significa um vale de grande extensão formado a partir de um movimento distensivo da crosta, que produz falhas subverticais e abatimento de blocos. Figura 22: Exemplo de margem continental passiva _ Rift Valley 6.2. Dança dos Continentes Um processo geológico representando a importância e magnitude da fragmentação do supercontinente Pangea não ocorreu somente nos últimos 200 milhões de anos da história da Terra. As informações geológicas disponíveis, principalmente as geocronológicas, paleomagmáticas e geotectônicas, demonstram que a aglutinação e fragmentação das massas continentais ocorreram diversas vezes no passado geológico e que o Pangea foi apenas a última aglutinaçãode continentes. Antes do Pangea, as massas continentais se juntavam em blocos de dimensões e formatos diferentes dos continentes atuais, pois os primeiros blocos da crosta continental formaram-se há 3,96 bilhões de anos e foram crescendo com o desenvolvimento da nova crosta continental, através de orogêneses, até atingir as dimensões atuais. Há 550 milhões de anos cerca de 95% das áreas continentais atuais já estavam formadas. Geologia Geral Página 27 Exercícios de Fixação 1) Qual a origem das placas tectônicas? 2) Qual o cientista que elaborou a teoria das placas tectônicas? 3) O que é Pangea, Laurásia e Gondwana? Qual a relação desses com a nova teoria da Deriv a Continental? 4) Cite um exemplo de localização geográfica do litoral de continentes que valide a teoria que e xplica as placas tectônicas. 5) Quais rochas compõem a crosta continental. 6) Explique o processo de colisão de placas e a relação da mesma com o vulcanismo e com va les e montanhas. 7) Quais fatores associados às correntes de convecção do manto são responsáveis pelas zona s de subducção? Explique cada um deles. 8) Explique o que são Hot Spots e a relação desses com a formação dos arcos de ilhas. 9) Quais rochas geradas pela zona de subducção? 10) Explique a relação da zona de subducção com a cordilheira dos Alpes, Andes e dos Himal aias. 11) Discorra uma relação entre Margem Continental Ativa e orogênese, e Margem Continental Passiva e a formação de rifts. 12) Qual a relação entre a litosfera, astenosfera e o manto. 13) Explique os limites entre placas: divergentes, convergentes e conservativos. Geologia Geral Página 28 7. Vulcanismo Quando nos deparamos com uma erupção vulcânica, testemunhamos, na verdade, a li beração espetacular do calor interno terrestre acumulado através dos tempos, principalmente p elo decaimento de elementos radioativos. Este fluxo de calor, por sua vez, é o componente ess encial na dinâmica de criação e destruição da crosta, na qual os vulcões, juntamente com os te rremotos, têm papel essencial desde os primórdios da evolução geológica. As rochas vulcânicas originam-se da consolidação das lavas, constituindo porções signi ficativas da crosta terrestre, representadas por montanhas e enormes depósitos rochosos nos c ontinentes e assoalhos oceânicos. As lavas, por outro lado, representam amostragens reais do s materiais das profundezas da Terra, muito embora parte dos elementos voláteis do magma or iginal seja perdida durante o processo de solidificação. Mesmo assim, as lavas podem fornecer informações úteis sobre a composição química e o estado físico do material constituinte do ma nto superior. As lavas representam o material rochoso em estado de fusão que extravasa à superfície, contemporaneamente ao escape dos componentes voláteis do magma. Os vários tipos de lavas são correspondentes extrusivos de magmas félsicos ou máficos. 7.1. Gases e vapores vulcânicos Durante uma erupção ou a partir de sistemas hidrotermais associados às câmaras magmáticas subsuperficiais, os gases e vapores dissolvidos no magma são liberados para a atmosfera. O mais abundante é o vapor d'água. Os compostos gasosos de S, Cl e F, por sua vez, reagem com a água, originando ácidos nocivos para os olhos, pele e sistema respiratório. Mesmo quando em baixas concentrações, podem destruir vegetações e corroer metais. 7.2. Gêiseres, fumarolas e fontes térmicas Estas exalações de gases e vapores se dão através de pequenos condutos e podem c ontinuar por décadas ou mesmo séculos após a erupção vulcânica. Podem ser tanto primárias (gases do próprio magma que pela primeira vez são liberados pela superfície) ou secundárias, quando ocorre a interferência com a água subterrânea. Gêiseres são jatos d'água quente e vapor em rupturas de terrenos vulcânicos. Esses ja tos ocorrem em intervalos regulares e com grande força, frequentemente acompanhados por u m som ruidoso. A formação de um gêiser se dá por águas de chuva num terreno vulcânico, a qual enco ntra uma camada de rochas porosas, onde ocorre o seu armazenamento, como uma esponja, c onstituindo um aquífero. O calor de uma câmara magmática, geralmente situada entre 5 e 7 km de profundidade, causa, por condição térmica, o aquecimento do aquífero. Sob pressão da col una de água e do pacote de rochas sotoposto,a água subterrânea se superaquece sem ferver, tornando-se menos densa do que a água fria que continuamente se infiltra no aquífero. A temp eratura dessa mistura aquosa aumenta pouco a pouco até que, a um dado momento, uma peq uena porcentagem entra em ebulição. Com a expansão do volume, cria-se um jato violento de vapor e água aquecida drenada do aquífero, que alcança a superfície por um conduto qualquer . Após a redução da pressão o processo é interrompido enquanto a recarga do aquífero continu a, reiniciando assim o fenômeno. Quando o processo de formação das fontes térmicas envolve temperaturas maiores, ocorrem as emanações de gases e vapor - as fumarolas. Quando a água superaquecida Geologia Geral Página 29 contendo gases ácidos vulcânicos dissolvidos entra em contato com as rochas encaixantes, ocorre a remoção do material fino que se acumula em "panelas" superficiais de lama quente. Fotos 23 e 24: Geisers 7.3. Morfologia do vulcão O termo cratera significa boca larga. A cratera representa o local de extravasamento d o magma e demais produtos associados. A chaminé, ou conduto magmático, liga a câmara ma gmática em profundidade com a cratera. Com o passar do tempo, as paredes da cratera pode m desmoronar, causando o seu preenchimento parcial. A cratera do monte Etna (Sicília) por ex emplo, está atualmente há 800 metros de profundidade em relação ao topo e possui 300 metro s de diâmetro. Eventuais cones satélites podem aparecer nos flancos do vulcão, por um desvio do conduto ou à medida que a chaminé e/ou a cratera são bloqueados pelo resfriamento da lav a ou soterramento. O termo caldeira é aplicado às enormes depressões circulares, originadas pelo colapso total ou parcial da cratera e do topo do vulcão, por conta da perda de apoio interno, seja pelo escape de gases, seja pela ejeção de grandes volumes de lava. O diâmetro dessa feição pode ser superior à 50 km e ela geralmente se associa a um sistema de fissuras radiais e em forma de anel na rocha encaixante, preenchidas por diques ou que servem de conduto para manifestações explosivas. Geologia Geral Página 30 Figura 25: Morfologia do vulcão 7.4. Pontos Quentes Sabe-se que somente 5% dos vulcões ativos no planeta Terra situa-se no interior das p lacas litosféricas. As ilhas vulcânicas do Havaí, um desses exemplos, integram uma cadeia mo ntanhosa submarina parcialmente submersa com cerca de 6.000 km de extensão da placa Pací fica. O vulcanismo nessas ilhas mostra um padrão de idade peculiar frente ao exibido pelos vul cões localizados em margens de placas; as rochas são progressivamente mais antigas, rumo n oroeste ao longo da cadeia. O foco magmático _ que também leva à ocorrência de numerosos t erremotos _ encontra-se hoje na extremidade sudeste da cadeia na Grande Ilha do Havaí, ond e estão em atividade vários vulcões. O mecanismo de criação desse conjunto de ilhas é explicado pela ação de um ponto qu ente (Hot Spot) ou pluma mantélica. A pluma configura uma coluna de material rochoso supera quecido que ascende lentamente à superfície desde a interface manto inferior _ núcleo externo. Essas plumas representam, portanto, mais um mecanismo eficiente de perda do calor interno t errestre, associado ao movimento das placas litosféricas. Aparentemente a pluma mantélica, com a sua porção superior em estado de fusão, mantém-se estacionária por milhões de anos alimentando um vulcão. À medida que a placa se afasta lentamente da pluma, ela transporta o vulcão,tornando-o inativo e, ao mesmo tempo que continua o movimento, proporciona que um grande cone seja formado pela continuidade de ascenção do material da pluma. A menor densidade do material fundido em relação às rochas encaixantes norteia todo o processo. A ascenção ocorre provavelmente muito mais pela criação de sistema de fissuras do material rochoso do manto do que através de um conduto único, por conta das modificações de pressão e temperatura, que também explicam a incidência de terremotos. Com o decorrer do tempo geológico, um conjunto de vulcões aparece no interior da placa litosférica, aos quais se associam também grande número de vulcões submarinos, conforme observa-se na fisiografia do assoalho oceânico. Geologia Geral Página 31 Exercícios de Fixação 1) Qual o evento geológico que leva à formação de vulcões? 2) Qual a origem das rochas vulcânicas? 3) Qual o material forma a lava? 4) Explique como são gerados os gases e vapores vulcânicos. 5) Como são formados os geiseres? 6) O que é caldeira e cratera? 7) Os hot spots ocorrem em que tipo de placa tectônica? 8)Por qie a ilha do Havaí é tão importante geologicamente? O que ela tem de tão especial? 9) Sabe-se que os hot spots medem a velociade de uma placa tectônica. Explique geologicamente como isso pode ser possível, citando exemplo(s). Geologia Geral Página 32 8. Geologia Estrutural Geologia Estrutural é a disciplina das Ciências da Terra, que estuda os processos defor macionais da litosfera e as estruturas decorrentes dessas deformações. Investiga, de maneira detalhada, as formas geométricas que se desenvolvem em decorrência do dinamismo de noss o planeta, abrangendo da escala microscópica à macroscópica; portanto, deformações desde a escala dos cristais formadores das rochas até a escala continental, neste último caso voltando- se ao exame do deslocamento de blocos de grandes dimensões. O estudo e reconhecimento das estruturas geológicas possuem importância científica e prática. Do ponto de vista científico, os estudos em Geologia Estrutural têm mostrado que o no sso planeta é dinâmico e que vivemos sobre as placas litosféricas de dimensões continentais, q ue se movem de maneira lenta e contínua. Essa movimentação é, em grande parte, responsáv el pela formação de estruturas geológicas. Do ponto de vista prático, Muitas dessas estruturas são responsáveis pelo armazenamento de hidrocarbonetos (petróleo e gás), água, minérios, et c. São importantes também em obras de engenharia civil, onde o levantamento das estruturas geológicas constituem a base para as grandes obras de engenharia, como barragens, pontes, t úneis, estradas, etc. A seguir veremos os tipos de deformação e os processos pelos quais as estruturas são formadas, isto é, como as rochas respondem aos esforços, baseando-se no comportamento d os materiais rochosos e seus mecanismos deformacionais. A segunda parte contém uma descr ição das principais estruturas, formadas pela dinâmica do nosso planeta. Um corpo rígido rochoso, uma vez submetido a ação de esforços, qualquer que seja a causa, pode sofrer modificações em relação à sua posição, por translação e/ou rotação, ou em relação à sua forma e/ou distorção. No conjunto considera-se que o corpo sofreu uma deformação, resposta das rochas su bmetidas a esforços , os quais são gerados por forças. Os conceitos de força e esforço são considerados básicos em Geologia Estrutural, pois estão completamente relacionados com as estruturas geológicas. Para compreender os proce ssos envolvidos na dinâmica do nosso planeta, é necessário conhecermos antes os conceitos de força e esforço. Força é conhecida classicamente como uma entidade física que altera, ou tende a alterar os estado de repouso de um corpo ou seu movimento retilíneo uniforme. Esta definição refere-se à primeira lei de Newton. Em relação à sua segunda lei, Newton observou que a aceleração de um objeto é diretamente proporcional à força resultante que atua sobre o corpo e inversamente proporcional a sua massa _ expresso matematicamente pela fórmula: Newton (N), a unidade básica de força do Sistema Internacional (MKS), é a força neces sária para imprimir a aceleração de 1 m/s2 em um corpo de 1 kg de massa. O exame da influência da pressão hidrostática/litostática, da temperatura e da velociad e de deformação no comportamento dúctil ou rúptil das rochas, durante o processo deformacio nal, permite uma melhor compreensão do processo. F = m . a Geologia Geral Página 33 Pressão Hidrostática/Litostática: é a pressão vertical em um determinado ponto da crosta terrestre, que é igual à pressão exercida pelas rochas sobrejacentes. Rochas submetidas a pressões elevadas, por longos períodos de tempo, não apresentam grandes resistências aos esforços, ao contrário, fluem como se fossem um líquido viscoso. Este é o caso do comportamento do manto terrestre que se movimenta lentamente por estar submetido a pressões litostáticas elevadas, entre outras condições. A pressão litostática no interior da Terra aumenta com a profundidade de acordo com a equação: onde ρ é a densidade, g é a aceleração da gravidade e z a profundidade. Os ensaios em laboratório mostram que o aumento da pressão confinante, que desempenha o papel da pressão litostática, torna asrochas mais resistentes à deforma ção, ou seja, elas precisam de uma pressão de carga maior para se deformar. Se a pr essão litostática for muito elevada, as rochas se deformam, sem no entanto ocorrer a r uptura. Denomina-se deformação dúctil. Conclui-se que o aumento da pressão litostática tem por efeito tornar as rochas mais resistentes ao fraturamento, fazendo com que a deformação ocorra no campo dú ctil. Temperatura: sabemos que a temperatura no interior da Terra aumenta com a profundi dade, o gradiente térmico é da ordem de 20oC/km, podendo entretanto em algumas re giões chega a cerca de 100oC/km. Estudos experimentais, sob pressão confinante constante (σ = 400 MPa) e tem peratura variável, mostram, em geral, que o comportamento mecânico das rochas vari am conforme o gráfico abaixo: Figura 26: Círculo de Morh representando as tensões Com o aumento da temperatura, a rocha se deforma mais facilmente, isto é, um menor esforço é necessário para causar uma deformação, fenômeno este acompanhado pel o abaixamento do limite de plasticidade do material. Com a profundidade há um aumento da pressão litostática e da temperatura, fa zendo com que a rocha se deforme mais plasticamente retardando assim a ruptura. P = ρ.g.z Geologia Geral Página 34 Os fatores físicos descritos acima, em especial a temperatura e pressão hisro stática/litostática, são função da profundidade na crosta terrestre e permitem distinguir os domínios deformacionais distintos: o superficial e o profundo. Esses domínios def ormacionais são caracterizados pela formação de estruturas geológicas distintas. Determinamos níveis estruturais os diferentes domínios da crosta, onde ocorr em os mesmos mecanismos dominantes da deformação. Entende-se aqui como meca nismos da deformação, a deformação rúptil, isto é, a formação de falhas, fendas e frat uras marcadas por planos de descontinuidades, enquanto a deformação dúctil é enten dida como deformação sem perda de continuidade, porém com a rocha sofrendo distor ção. As estruturas rúpteis e dúcteis, características de cada um desses campos defo rmacionais, são descritas a seguir levando em consideração as principais classificaçõe s geométricas existentes na literatura, incorporando exemplos de estruturas brasileiras . 8.1. Dobras As dobras são deformações dúcteis que afetam corpos rochosos da crosta terr estre. Acham-se assim associadas a cadeias de montanhas de diferentes idades e pos suem expressão na paisagem, sendo visíveis em imagensde satélite. São caracteriza das por ondulações de dimensões variáveis e podem ser quantificadas individualment e por parâmetros como amplitude e comprimento de onda. A sua formação se deve à existência de uma estrutura planar anterior, que pode ser o acamamento sedimentar o u a foliação metamórfica (clivagem, xistosidade, bandamento gnáissico). O estudo das dobras pode ser conduzido em três escalas: macroscópica, meso scópica e microscópica. Na escala macroscópica a estrutura é visualizada de modo co ntínuo desde amostras na escala de mão até afloramento, ou maior ainda. Na escala mesoscópica a estrutura observada é produto da integração e reconstrução de afloram entos, sendo, em geral, representadas em perfis ou mapas geológicos. As feições das dobras são adquiridas pela deformação e podem ser reconhec idas por um mesmo grupo de dobras, mesmo em afloramentos diferentes. A observaç ão da feição da dobra deve ser feita em um plano perpendicular ao eixo da dobra. Ess e plano é referido como plano de perfil da dobra. Em qualquer outro plano diferente d este, o estilo da dobra será alterado. O estudo das dobras é importante na pesquisa mineral, em programas de pros pecção mineral, exploração e lavra de jazidas, pesquisa de petróleo e obras de engen haria, como escavação de túneis, construção de estradas, barragens, etc. A superfície dobrada é um elemento fundamental para a classificação das dobr as. Sua definição é baseada na curvatura da superfície, sendo ela referenciada à curv atura de um círculo. A sua determinação em um ponto qualquer do círculo é feita medi ante o traçado de uma tangente e de sua normal a partir do ponto considerado. Essa n ormal corresponde ao próprio raio do círculo de referência. A linha de charneira corresponde à linha que une os pontos de curvatura máxi Geologia Geral Página 35 ma da superfície dobrada. Uma outra linha dessa superfície que une os pontos de curv atura mínima é denominada linha de inflexão da dobra. Essas linhas dividem as dobra s em dois setores: um de convexidade voltada para cima e outro de convexidade volta da para baixo. Estas duas linhas podem ser retas ou curvas, dependendo da geometri a da superfície dobrada. Uma linha de charneira reta é chamada de eixo da dobra. A s ua orientação permite definir a posição espacial da dobra, horizontal, vertical ou inclina da. Ela situa-se na região de uma superfície dobrada conhecida como zona de charne ira da dobra. Essa região corresponde ao segmento de curvatura máxima desta super fície e é definida em relação a um arco de círculo unitário em que ela é inscrita. Dessa forma, obtém-se um parâmetro descritivo útil que expressa a relação entre a curvatura da superfície e do círculo. Linha de crista e linha de quilha são elementos geométricos que unem, respectivamente, os pontos mais alto e mais baixo da superfície dobrada. Estas linhas, em geral, não coincidem com a linha de charneira das dobras, exceto no caso das dobras assimétricas com a superfície axial vertical e eixo horizontal. A superfície axial pode ser curva ou plana, sendo neste caso referida como pla no axial. Ela é definida como uma superfície que contém a linha de charneira da superf ície dobrada. A sua interseção com a topografia resulta em uma linha conhecida como traço axial da dobra, e que aparece representada em mapas geológicos. O espaçame nto e a configuração dessas linhas em mapa, refletem a arquitetura e a posição espaci al das dobras, constituindo, assim, um parâmetro muito útil à sua interpretação. As dobras podem ser classificadas em dois tipos: atectônicas, relacionadas com a din âmica externa do planeta e tectônicas, relacionadas com a dinâmica interna. As prime iras são formadas na superfície ou próximas a ela, em condições muito semelhantes à s condições ambiente, sendo desencadeadas pela força da gravidade e possuem expr essão apenas local. As últimas são formadas sob condições variadas de esforço, temp eratura e pressão (hidrostática e de fluidos) sendo mais relacionadas com processos d e evolução crustal, em particular com a formação de cadeias de montanhas. Figura 27: Morfologia de uma dobra Geologia Geral Página 36 Figura 28: Componentes das dobras: anticlinal e sinclinal Figura 29: Tipos de dobramentos Geologia Geral Página 37 8.2. Falhas As falhas resultam de deformações rúpteis nas rochas da crosta terrestre. São expressas por superfícies descontínuas com desplacamento diferencial de poucos cm a dezenas e centenas de km, sendo essa a origem da grandeza para o deslocamento das grandes falhas. Aparecem como superfícies isoladas e discretas de pequena expr essão, ou no caso mais comum, como uma região deformada de grande magnitude,qu e é a zona de falha que o deslocamento total é a soma dos deslocamentos individuais. A condição básica para a existência de uma falha é que tenha ocorrido deslocamento ao longo da superfície. Contudo, no contrário se não ocorrer o movimento, a estrutura é chamada de fratura. O relevo oriundo de falhas, em geral, é estruturado, bem refleti do em fotos aéreas e imagens de satélites. Em alguns casos, sobretudo quando se te m uma referência estratigráfica (uma camada de carvão, por exemplo), a sua identifica ção é imediata e, em outros, é mais difícil, mesmo para aqueles mais familiarizados co m o assunto. Essa dificuldade é crescentes em regiões com densa cobertura vegetal e espesso manto de alteração, como na Amazônia e boa parte das regiões Sul e Sudes te do Brasil. As falhas são encontradas em vários ambientes tectônicos, sendo associadas em regimes deformacionais compressivos, distensivos e cisalhantes. São feições com uns em cadeias de montanhas modernas e antigas e aparecem em diferentes estágios de sua evolução. Podem ser rasas ou profundas. No primeiro caso afetam camadas s uperficiais da crosta, sendo muitas vezes ligada à dinâmica externa do planeta. A ativi dade sísmica (rasa ou profunda) podem também formar estruturas superficiais. No seg undo caso podem atravessar toda a litosfera, passando a se constituir em limite de pla cas litosféricas, sendo então referidas como falhas transformantes, como a falha San Andreas na costa oeste dos E.U.A. A posição no espaço da superfície de uma falha é fundamental para a sua clas sificação geométrica. Outro parâmetro importante é a estria de atrito desenvolvida no p lano de falha. Ela permite deduzir o movimento ocorrido no mesmo. É comum a falha e xibir uma superfície brilhante, conhecida como espelho de falha ou slinkeside. Em um a falha inclinada, os blocos separados são denominados capa ou teto e lapa ou muro. A capa corresponde ao bloco situado acima do plano de falha, e lapa, ao bloco situad o abaixo. A existência de um nível de referência em ambos os blocos permite classific ar a falha com base no seu movimento relativo, conforme será visto mais adiante. Outros elementos geométricos de uma falha, como a escarpa e o traço (ou lin ha) da falha resulta da interseção do plano de falha com a superfície topográfica. Esca rpa de falha e a parte exposta da falha na topografia. Traço de falha corresponde a um a linha no terreno que, em mapa, e representando por uma simbologia característica. I sto, na realidade, é uma simplificação cartográfica, pois as falhas, na natureza, são for madas por inúmeras superfícies subparalelas, dispostas em um arranjo tabular que, co njuntamente, define a zona de falha. A escarpa de falha original por ser erodia, aparec endo no seu lugar uma escarpa de recuo de falha. O deslocamento entre os dois pont os previamente adjacentes, situados em lados opostos da falha, medindo no plano de falha, corresponde ao seu rejeito, o qual pode ser referido como rejeito total, de mergu lho, direcional, horizontal e vertical. O rejeito total, que é expresso por umalinha, pode ser determinado por meio d e seu valor angular de duas maneiras: (i) medindo-se a projeção desta linha em relaçã o à uma horizontal contida no plano de falha, isto é, em relação à direção da mesma o u (ii) determinando-se sua projeção horizontal segundo o plano vertical que a contenh a. No primeiro caso denomina-se obliquidade (ou rake), no segundo, caimento (ou pl Geologia Geral Página 38 unge). Quando o rejeito da falha é em relação à uma camada ou a um nível mineraliza do, utiliza-se o termo separação. Devido ao seu caráter mais aplicado, este termo é us ado corretamente na geologia do petróleo e na mineração. A separação apresenta os mesmos tipos de componentes do rejeito, sendo, portanto, utilizada de forma similar. As falhas são classificadas com base em elementos geométricos e mecânicos: Classificação geométrica: leva em conta o mergulho do plano de falha, a forma da s uperfície de falha, o movimento relativo entre os blocos e os tipos de rejeito: a - Mergulho da superfície de falha Trata-se de uma classificação muito simples, que divide as falhas em dois grupos: falh as de alto ângulo, quando o mergulho do plano de falha é superior a 45o, e falhas de b aixo ângulo quando é inferior à 45o . b - Forma da superfície de falha Essa classificação permite dividir as falhas planares e curvas. Uma falha é planar, em t ermos estatísticos, quando a variação da direção da superfície encontra-se no interval o de aproximadamente 5o. Essa superfície pode ser vertical ou inclinada. As falhas cur vas são denominadas falhas lístricas, e são relacionadas a regimes distensivos. Em p erfil, varia desde uma falha de alto ângulo até baixo ângulo, podendo mesmo horizonta lizar-se. São conhecidas como falhas em formas de "par" ou "colher". c - Movimento relativo Nesta classificação as falhas são divididas em vários tipos: falhas normais (ou de gra vidade) e falhas reversas (ou de empurrão). Em uma falha de empurrão a capa e o bloco que sobe em relação à lapa ao passo que em uma falha normal ocorre o inverso , ou seja, a capa desce em relação à lapa. Como o movimento ocorrido entre os bloco s é relativo, torna-se difícil saber como ele ocorreu, pois várias combinações são possí veis: os dois blocos podem descer ou subir conjuntamente, porém em velocidades dife rentes, ou ainda, um pode permanecer estacionário, enquanto o outro sobe ou desce. d - Tipos de rejeito Esta classificação leva em conta os componentes geométricos do deslocamento entre dois pontos previamente contínuos, em lados opostos da falha, em que são medidos n o plano de falha. Esses elementos, já definidos anteriormente, apresentam números m áximos de componentes em falhas oblíquas, sendo menor nos demais tipos. Assim, e m falhas normais e reversas (ou inversas), o rejeito total corresponde ao rejeito de mer gulho nas falhas transcorrentes, ao rejeito direcional, enquanto nas falhas oblíquas, o rejeito total. 8.3. Tipos principais de falhas estruturais associadas O três tipos principais de falhas descritos abaixo são encontrados frequenteme Geologia Geral Página 39 nte em sistemas de falhas. Além disso, cada uma delas é caracterizada por orientação , movimento ao longo da superfície de falha e campo de tensão distinto. Falhas Normais ou de Gravidade: são falhas associadas principalmente com tectôni ca extensional. Na escala global, elas ocorrem associadas às cadeias meso-oceânicas e às margens continentais tipo Atlântico. São importantes a formação e evolução de b acias sedimentares, sendo comuns em regiões com deslizamento de encostas e talud es. Associa-se, frequentemente, a arqueamentos regionais, a estruturas dômicas ou a ntiformes, sendo aqui o reflexo da fase de relaxamento que acompanha o soerguiment o desses estruturas. São falhas em geral de alto ângulo, em que a capa desceu em rel ação à lapa. O deslocamento principal é vertical e o componente de movimento é o se gundo o mergulho do plano de falha. Figura 30: Falha Normal Falhas Reversas ou de Empurrão: são falhas inclinadas e com mergulho em geral, i nferior à 45o. Especificamente para as falhas reversas de baixo ângulo emprega-se ta mbém a denominação de falhas de empurrão. No Brasil, usa-se ainda o termo cavalga mento para falhas de empurrão com mergulhos inferiores á 30o. Nesse tipo de falha o esforço principal é horizontal, e o mínimo, vertical. Em ter mos de movimento relativo, a capa sobe em relação à lapa. O rejeito segue o mergulh o do plano de falha, porém o componente principal do deslocamento, se dá na horizon tal. O seu traço em mapa é sinuoso, podendo mesmo acompanhar as curvas de nível. Em falhas, recentes feições geomorfológicas como escarpas de falhas, são comuns. As zonas de falhas são acompanhadas pelo desenvolvimento de rochas catacl ásticas, e podem ter sua instalação favorecida pela ocorrência no terreno de tipos litoló gicos muito constantes (por exemplo: rochas do embasamento versus rochas sedimen tares), ou pela presença de níveis de comportamentos mais plásticos, como o sal (anid rita ou halita), talco, folhelho, ou grafita, que funcionam como camadas lubrificantes fav orecendo o deslocamento. Este tipo de situação é exemplificado pelas montanhas do Jura, no leste da França, onde rochas pelito-carbonáticas, dobras de idade cretássica sofreram deslizamento horizontal ao longo de níveis mais plásticos (folhelho e sal) disp ostos sobre o subtrato rochoso (embasamento de idade paleozóica). A geometria dessas falhas, em perfis ou em plantas, é muitas vezes complexa. Falhas individuais conectam-se vertical e lateralmente entre si, resultando, no mapa, em padrões de falhas subparalelas interligadas, com geometria em forma de fatias ou Geologia Geral Página 40 escamas. Em profundidade, os empurrões lístricos passam para falhas horizontais, onde frequentemente surgem contatos litológicos ou descontinuidades crustais importantes. Figura 31: Falha de empurrão Falhas transcorrentes ou de rejeito direcional: correspondem a uma das feições es truturais mais espetaculares da crosta terrestre. Alguns autores consideram as falhas t ranscorrentes e transformantes como uma divisão das falhas direcionais. As falhas transformantes estão associadas a limites de placas litosféricas. Nos fundos oceânicos estão intimamente ligadas ao desenvolvimento das cadeias meso-o ceânicas que atingem uma extensão superior a 75.000 km, sendo uma das feições mo rfológicas mais notáveis da Terra. As cadeias meso-oceânicas originam-se em conjunt o com o crescimento do assoalho oceânico pela adição contínua de material magmátic os juvenil, processo este contemporâneo ao desenvolvimento das falhas transformante s. As falhas transcorrentes caracterizam-se por ter o componente principal do de slocamento segundo a direção do plano de falha, com a movimentação dos blocos adj acentes sendo essencialmente horizontal. O mergulho do plano de falha é vertical à su bvertical, resultando em mapa os traços retilíneos. As falhas maiores possuem rejeito da ordem de dezenas à centenas de quilômetros. A mudança na direção dessas falha s propricia o aparecimento de ramificações curvas diante do seu traçado. Nesses trec hos, dependendo do tipo de deslocamento (horário, destral, ou anti-horário, sinistral), o corre o desenvolvimento de estruturas compressivas (falhas de empurrão) ou estacion ais (falhas normais, bacias, blocos abatidos). Os termos destral e sinistral são usados em analogia ao movimento observado nos ponteiros do relógio. Para chegar-se a essa conclusão, considere-se como observador fixo situado em um dos blocos de falha e ol hando o sentido de deslocamento do outro bloco. Assim, quando o bloco observado d esloca-se para a direita, diz-se que o deslocamento da falha é destral. Caso contrário, é sinistral. Outra característica das falhas transcorrentes, é a possibilidade de servir de de scontinuidade
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