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GLÂNDULAS TIREÓIDE E PARATIREÓIDE UNICID CURSO DE ENFERMAGEM Profa. Arlete Stucchi Glândula Tireóide A glândula tireóide está localizada na região anterior do pescoço, logo abaixo da laringe. A tireóide tem dois lobos que estão conectados entre si pelo istmo. Tireóide Laringe Traquéia ◼ A glândula tireóide é composta por muitas unidades, os folículos, compostos por uma camada de células foliculares que rodeiam uma cavidade. A tireóide secreta os hormônios triiodotironina (T3), tetraiodotironina ou tiroxina (T4) e calcitonina. A calcitonina é secretada pelas células parafoliculares. Sua função é participar da regulação da concentração sanguínea de cálcio, provocando sua redução através do estímulo à deposição de cálcio nos ossos, removendo-o do sangue Glândula Tireóide T3 e T4 são secretados pelas células foliculares. Suas funções são as de regular o metabolismo celular, acelerando-o; além disso, são necessários para maturação do Sistema Nervoso e para o desenvolvimento e crescimento normais. Glândula Tireóide CALCITONINA T3 e T4 Os hormônios T3 e T4 apresentam iodo em sua composição. O T3 (triiodotironina) tem uma menor secreção, porém é o mais utilizado pelas células (maior ação biológica). T4 (tiroxina ou tetraiodotironina) tem uma maior secreção porem é menos ativo que o T3. No interior das células onde atuam, a maior parte do T4 é convertida em T3 pela remoção de um iodeto. Hormônios da Glândula Tireóide Ações fisiológicas Os hormônios tireóideos ativam receptores nucleares, estimulando a síntese protêica. Os hormônios T3 e T4 aumentam o metabolismo celular e com isso estimulam o consumo de oxigênio total da célula. Os hormônios tireóideos aumentam o tamanho das mitocôndrias e também o seu número, o que aumenta o número de ATP produzidos e para isto, estimulam o consumo de glicose e também de gordura. Inibem o sistema nervoso simpático. Estimulam o crescimento linear, o desenvolvimento e a maturação dos ossos. Hormônios da Glândula Tireóide A síntese de T3 e T4 necessita de iodo, proveniente da alimentação. O iodo é absorvido do sangue com auxílio de uma proteína transportadora, a bomba de iodo. O iodo tem que ser oxidado por uma enzima chamada PEROXIDASE, tornando-se iodeto. Os hormônios são produzidos em sua forma inativa, tireoglobulina, e armazenados no interior da cavidade dos folículos. Quando há necessidade dos hormônios ativos, a tireoglobulina, é iodada e hidrolisada em T3 e T4, sendo, nessa forma, liberada no sangue, onde vão se ligar a proteínas plasmáticas, sendo assim transportadas.. Produção de T3 e T4 SANGUE CÉLULA FOLICULAR COLÓIDE BOMBA DE IODO 4- TIREOGLOBULINA + IODO T3 e T4 T3 e T4 2- Peroxidase (oxidação do Iodo) T3 e T4 T3 e T4 5- TIREOGLOBULINA É IODADA E HIDROLISADA, PRODUZINDO T3 E T4 1-CAPTAÇÃO DO IODO DO SANGUE PELA BOMBA DE IODO 3- SÍNTESE DE TIREOGLOBULINA (ARMAZENAMENTO) TIREOGLOBULINA Eixo hipotálamo-hipófise tireóide: o TRH (tireotrofina) é secretado pelo hipotálamo e através do sistema porta hipofisário, chega à adenoipófise onde se liga a um receptor de membrana, o que estimula a secreção do TSH (hormônio tireoestimulante), que através da corrente sanguínea chegara à glândula tireóide onde se liga a receptores de membrana estimulando a secreção do T3 e T4. Estes, por sua vez, vão até as células alvo onde se ligam a receptores no núcleo celular o que estimula o metabolismo celular. Regulação da secreção de T3 e T4 Feedback: o T3 é a principal molécula de feedback e o seu excesso diminui a secreção do TSH, o que por sua vez diminuirá a secreção tanto de T3 quanto de T4. Metabolismo: a maior parte do T3 provém do T4, que perde uma molécula de iodo. Transporte no sangue: ao chegarem no sangue, 99% do T3 e T4 se combinam imediatamente às várias proteínas plasmáticas, sendo a globulina e a albumina as principais. Regulação da secreção de T3 e T4 Regulação da secreção de T3 e T4 Hipotálamo secreta fator liberador de TSH (TRH) Adenohipófise secreta TSH TSH estimula a GLÂNDULA TIREÓIDE a secretar T3 e T4 T3 e T4 estimulam o METABOLISMO Hipótálamo recebe a informação - Regulação da secreção de T3 e T4 Hipotireoidismo Refere-se à ausência ou redução do T3 e T4. As causas de hipotireoidismo podem ser classificadas de acordo com a origem: Hipotireoidismo primário, quando a disfunção tem origem na própria tireoide; Hipotireoidismo Refere-se à ausência ou redução do T3 e T4. As causas de hipotireoidismo podem ser classificadas de acordo com a origem: Hipotireoidismo primário, quando a disfunção tem origem na própria tireoide; Hipotireoidismo secundário, quando a etiologia é hipofisária, levando a uma diminuição na secreção do Hormônio Estimulador da Tireoide ou Tireotrofina (TSH) Hipotireoidismo Refere-se à ausência ou redução do T3 e T4. As causas de hipotireoidismo podem ser classificadas de acordo com a origem: Hipotireoidismo primário, quando a disfunção tem origem na própria tireoide; Hipotireoidismo secundário, quando a etiologia é hipofisária, levando a uma diminuição na secreção do Hormônio Estimulador da Tireoide ou Tireotrofina (TSH) Hipotireoidismo terciário, quando houver qualquer alteração na secreção do Hormônio Liberador de Tireotrofina (TRH) pelo hipotálamo. Hipotireoidismo Refere-se à ausência ou redução do T3 e T4. As causas de hipotireoidismo podem ser classificadas de acordo com a origem: Hipotireoidismo primário, quando a disfunção tem origem na própria tireoide; Hipotireoidismo secundário, quando a etiologia é hipofisária, levando a uma diminuição na secreção do Hormônio Estimulador da Tireoide ou Tireotrofina (TSH) Hipotireoidismo terciário, quando houver qualquer alteração na secreção do Hormônio Liberador de Tireotrofina (TRH) pelo hipotálamo. As duas últimas condições costumam ser agrupadas em hipotireoidismo central e respondem por menos de 5% dos casos. Causas do Hipotireoidismo Hipotireoidismo Primário (95% dos casos) • Bócio endêmico (falta de iodo na alimentação) • Tireoidite de Hashimoto (doença auto-imune que destrói a glândula tireóide • Pós-radioiodoterapia (Doença de Graves) • Pós-cirurgia (tireoidectomia) • Fármacos (p. ex., amiodarona, lítio, interferon) • Tireoidite pós-parto (transitória) • Doenças infiltrativas que destroem a glândula tireóide (p. ex., amiloidose, sarcoidose) Causas do Hipotireoidismo Hipotireoidismo Secundário/Terciário Neoplasias (câncer) do hipotálamo ou hipófise Pós-radioterapia da cabeça Necrose hipofisária (Síndrome de Sheehan) Hipotireoidismo no recém nascido devido a: ausência da glândula (cretinismo congênito); ausência da produção de hormônio por deficiência genética; falta de iodo na dieta (cretinismo endêmico). O desenvolvimento, tanto físico como mental da criança sofrem retardo, podendo resultar em deficiência mental, que apresenta inchaço na face e na língua. Para evitá-lo é feito o teste do pézinho. Tratamento: ingestão oral de tiroxina Hipotireoidismo Neonato Características do Hipotireoidismo Sudorese diminuída Rouquidão Parestesia (insensibilidade) Pele seca Constipação intestinal Diminuição da acuidade auditiva Ganho de peso Sonolência Lentidão muscular Redução da frequência cardíaca Redução do volume sanguíneo Aumento de peso Atividade mental lenta Edemas pelo corpo (mixedema) Tratamento do Hipotireoidismo O tratamento do hipotireoidismo declarado constitui-se na reposição com HT sintético, a levotiroxina sódica. Os termos hipertireoidismo e tireotoxicose são empregados como sinônimos, porém, o primeiro se refere ao aumento da produção de hormônios pela tireoide e o segundo refere-se ao quadro clínico decorrente da exposição dos tecidos-alvo ao excesso deHT, sendo que, em geral, o segundo é consequencia do primeiro. Hipertireoidismo e tireotoxicose A principal causa de hipertireoidismo é a doença de Graves (60 a 80% dos casos), uma disfunção autoimune causada pela existência de anticorpos IgG estimuladores do receptor do TSH, que mimetizam o efeito do TSH produzido pela hipófise, estimulando o aumento de volume e a função da tireoide. Alguns autores relatam a possibilidade de estímulos ambientais (eventos estressantes de vida, infecções virais) poderem desencadear a produção dos anticorpos pelo organismo . Causas da Hipertireoidismo e tireotoxicose O bócio multinodular tóxico é a segunda causa mais comum de hipertireoidismo, manifestando-se pela presença de um ou mais nódulos autônomos hiperfuncionantes. O adenoma tóxico causa hipertireoidismo por mecanismo semelhante ao do bócio multinodular (produção de HT pelas células foliculares independente da regulação do TSH). Outras causas não incomuns de hipertireoidismo são aquelas induzidas por drogas, sendo a de maior importância, pela frequência de seu uso, a amiodarona. (antiarrítmicos e vasodilatador) Causas da Hipertireoidismo e tireotoxicose Alto grau de excitabilidade Intolerância ao calor; Aumento de sudorese; Perda de peso; Graus variáveis de diarréia; Fraqueza muscular; Nervosismo e outros distúrbios psíquicos; Fadiga extrema acompanhada de insônia; Tremor nas mãos; Exolftalmia (protusão dos globos oculares). Características do Hipertireoidismo São utilizados três tipos de tratamento: Drogas antitireoidianas, que agem basicamente bloqueando a oxidação e organificação do iodo na tireoide pela enzima peroxidase Iodo radioativo: promove a destruição celular e atrofia da glândula, a maioria dos pacientes torna-se hipotireoideo ao final de 1 ano da radioiodoterapia Tratamento cirúrgico –remoção total ou parcial Tratamento do Hipertireoidismo Glândula Paratireóide Localizadas atrás da glândula tireóide, são estruturas de forma oval, geralmente em número de 4, secretam o Paratormônio (PTH) que, juntamente com a calcitonina, regula a concentração plasmática de cálcio. paratireóides Glândula tireóide Vista posterior Importância do cálcio nos processos fisiológicos Ca+2 Extracelular Formação dos ossos e dentes, produção de leite Adesão celular (cimento) Processos excitação – secreção Contração da musculatura lisa e miocárdica Excitabilidade dos neurônios Intracelular Hipocalcemia – aumenta a permeabilidade ao Na+ (hiperexcitabilidade neuronal , tetania) Hipercalcemia – atividade neuromuscular deprimida Ca+2 Intracelular Contração muscular Divisão celular, atividades enzimática Vias de segundos mensageiros Funções do Paratormônio A função do paratormônio é a de estimular a liberação de cálcio para o plasma, e, para isso, age principalmente nos ossos, rins e indiretamente no intestino delgado. Funções do Paratormônio Nos ossos estimula a ação osteolítica dos osteoclastos, com conseqüente saída do cálcio para a circulação e hipercalcemia; Nos rins o PTH age diretamente nos túbulos renais aumentando a reabsorção de cálcio e diminuindo a de fósforo. No intestino delgado ocorre um aumento da reabsorção do cálcio por ação indireta do PTH, pois este estimula, nos rins, a conversão do calciferol em uma forma mais ativa, o calcitriol. Regulação do Cálcio plasmático Na homeostase do cálcio, além do calcitriol e do PTH que elevam a sua concentração plasmática, age também um outro hormônio, que é a calcitonina, que tende a diminuí- la. Aumento na concentração de Cálcio plasmático provoca a liberação de calcitonina, PRODUZIDA PELA TIREÓIDE, que estimula a deposição de cálcio e fosfato nos ossos pelos osteoblastos, removendo-o do sangue, reduzindo sua concentração plasmática. (hipocalcemia) Além disto, existe um equilíbrio entre a concentração plasmática de cálcio e de fósforo, de tal forma que quando uma sobe a outra desce , mantendo o produto da solubilidade dos mesmos. RESUMO DA REGULAÇÃO DE CÁLCIO NO PLASMA A redução da concentração de cálcio plasmático estimula a glândula paratireóide a secretar Paratormônio, e inibe a secreção de Calcitonina pelas Tireóide. O PTH age nos rins aumentando a reabsorção de cálcio e diminuindo a de fósforo e aumentando a produção de calcitriol, que aumenta a reabsorção do cálcio no intestino delgado, além de estimular a ação osteolítica dos osteoblastos, resultando em aumento da concentração de cálcio plasmática (hipercalcemia) Aumento da concentração plasmática de cálcio Estimula Tireóide a secretar calcitonina Calcitonina estimula a fixação de cálcio nos ossos Redução da concentração plasmática de cálcio Inibe a secreção de paratormônio pela paratireóide Estimula a secreção de PTH pela paratireóide PTH estimula a reabsorção óssea, e calcitriol e PTH estimulam a absorção de cálcio pelos rins e intestinos PTH estimula procução de calcitriol nos rins. RESUMO DA REGULAÇÃO DE CÁLCIO NO PLASMA Inibe a secreção de calcitonina pela Tireóide C V- + C V-+ Existem três tipos de hiperparatireoidismo: — primário: quando existe produção excessiva autônoma do PTH pela paratireóide. — secundário: quando a alta produção de PTH é devida à hiperplasia das paratireóides em conseqüência de Hipocalcemia (redução do cálcio plasmático) que, geralmente, é devida à insuficiência renal crônica (IRC), que reduz a reabsorção de cálcio. — terciário: produção excessiva do PTH conseqüente à autonomização da hiperplasia (aumento) secundária. DISFUNÇÕES DA GLÂNDULA PARATIREÓIDE A sintomatologia do hiperparatireoidismo é muito vasta, mas grande número de pacientes com HPT são pouco sintomáticos ou mesmo assintomáticos. Os principais sinais e sintomas são: • musculo esqueléticos: dor óssea espontânea, fraturas patológicas, fadiga muscular intensa • genitourinárias: poliúria, cólicas renais de repetição, nefrolitíase • gastrintestinais: náuseas e vômitos, úlcera péptica, pancreatite, constipação, dores abdominais em cólicas • outros sinais e sintomas: anorexia e perda de peso, letargia, sede intensa, hipertensão arterial, distúrbios psiquiátricos; alterações da personalidade; depressão; desidratação, acidose metabólica nas formas mais graves. DISFUNÇÕES DA GLÂNDULA PARATIREÓIDE DISFUNÇÕES DA GLÂNDULA PARATIREÓIDE Reabsorção óssea das falanges Reabsorção óssea dos ossos do crânio Quando a calcemia é muito alta ( > 14) pode ocorrer a “crise calcêmica”, que se caracteriza por: anorexia, náuseas e vômitos, fadiga intensa, confusão mental, estupor e coma. Nestes casos ocorre um aumento da osmolaridade plasmática e há necessidade de atendimento urgente para infusão venosa de soluções glicossalinas, objetivando hidratação e eliminação do excesso do cálcio circulante. Podemos usar também furosemida, para este último objetivo. Tratamento: cirurgico. DISFUNÇÕES DA GLÂNDULA PARATIREÓIDE Hipoparatireoidismo é uma desordem rara causada por secreção insuficiente de paratormônio (PTH), caracteriza-se por hipocalcemia, hiperfosfatemia e níveis circulantes indetectáveis ou inapropriadamente baixos de PTH. O hipoparatireoidismo resulta, mais frequentemente, de complicação cirúrgica envolvendo a região cervical anterior, sendo particularmente comum após tireoidectomia. Doenças auto-imunes, genéticas, infiltrativas, irradiação, drogas e distúrbios do magnésio também podem cursar com hipoparatireoidismo. DISFUNÇÕES DA GLÂNDULA PARATIREÓIDE Os sintomas mais comuns, parestesias, cãibras, fraqueza muscular e mialgia, são causados pela hipocalcemia que acompanha essa desordem. Nos quadros mais graves, pode ocorrer espasmo carpopedal, laringoespasmo, broncoespasmo, tontura e tetania espontânea. O tratamento do hipoparatireoidismo visa normalizar a calcemia, evitando hiperfosfatemia e hipercalciúria.A hipocalcemia aguda sintomática requer uso de cálcio intravenoso, enquanto o tratamento a longo prazo inclui uso de cálcio oral e análogos da vitamina D. DISFUNÇÕES DA GLÂNDULA PARATIREÓIDE Bibliografia GONÇALVES, M e RODRIGUES, A Cirurgia do Hiperparatireoidismo Rev. Col. Bras. Cir.Vol. 29, Nº 3, Mai/Jun 2002 GUYTON, A.C. e HALL, J.E. Fisiologia Humana e mecanismos das doenças. 6ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. HERLIHY, B. e MAEBIUS, N.K. Anatomia e Fisiologia do corpo humano saudável e enfermo. Barueri: Manole, 2000. JACOB, S.W.; FRANCONE, C.A. e LOSSOW, W.J. Anatomia e Fisiologia Humanas. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1990 NETTER, F.H. Atlas de anatomia humana. 2ª. ed.Porto Alegre: Artmed, 2000. SBE-SBCCP Hipoparatireoidismo: Diagnóstico e Tratamento . Disponível em: http://amb.org.br/diretrizes/_DIRETRIZES/hipoparatireoidismo_dia gnostico_e_tratamento/files/assets/common/downloads/public ation.pdf. Acesso em 05/03/2018 SILVA ET AL. Principais distúrbios tireoidianos e suas abordagens na atenção primária à saúde Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 55 (4): 380-388, out.-dez. 2011 http://amb.org.br/diretrizes/_DIRETRIZES/hipoparatireoidismo_diagnostico_e_tratamento/files/assets/common/downloads/publication.pdf
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