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Sociologia Kant e Goethe Questões

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RESPOSTA À PERGUNTA: O QUE É O ILUMINISMO?
1. De que forma a oposição tradição-modernidade é formulada no texto "Resposta à questão...." de Kant?
	Kant define no texto os conceitos de menoridade e maioridade, de acordo com ele maioridade seria a capacidade de raciocinar por conta própria, vencer os próprios preconceitos e iluminar-se. Já a menoridade seria o contrário disso, seria permanecer na própria mediocridade, sem abrir-se para a razão e continuar transmitindo os preconceitos já padronizados na sociedade. A maior parte das pessoas estaria presa na menoridade por dois principais motivos, por faltar o comprometimento necessário para sair dela ou por estar contido em um meio que desfavorece a iluminação pessoal e do grupo.
A partir desses conceitos de menoridade e maioridade a oposição entre tradição e modernidade fica mais clara, principalmente se analisado no contexto das sociedades. Uma sociedade tradicional seria uma comunidade em que a razão é deixada em segundo plano, em alguns casos até ignorada, e que as pessoas se guiariam por preconceitos passados através dos anos sem nunca serem questionados. A origem desses conceitos preconcebidos é diversa, sendo a origem mais comum a religião, mas também, podendo ser criada por governos que não desejam que a população se esclareça. Um exemplo na literatura moderna de como o governo é capaz de forçar uma menoridade aos seus cidadãos é o conhecido livro 1984 de George Orwell, no qual o governo utiliza-se do terror e do ódio para impedir a população de raciocinar por si só.
 	Para Kant, nem mesmo uma revolução mudaria a realidade de corpos sociais onde a razão não é adotada, ao se fazer uma mudança na forma de organização da sociedade os preconceitos só se adaptariam a nova realidade. Utilizando novamente o exemplo de 1984, caso a Oceania, país em que mora o protagonista Winston, fosse derrotada por um dos países inimigos, mas igualmente antirracionais e violentos, os preconceitos e ideias da população apenas se adaptariam as mudanças realizadas pelo novo governo e continuariam sendo, para Kant, e ao que tudo indica para Orwell, irracionais e menores.
	Já uma sociedade moderna seria uma comunidade onde o livre pensar é liberado e estimulado, onde a iluminação não é apenas um direito como uma obrigação moral das pessoas. Em que a população não precisaria da tutela de outros para raciocinar, conseguindo por si só sair da menoridade, seria uma sociedade maior.
2. Qual o papel do Iluminismo e da razão científica na passagem das sociedades tradicionais para as sociedades modernas?
	De acordo com Kant a liberdade de pensamento é um dos pontos fundamentais para a saída da menoridade e consequentemente, também fundamental, para a transição das sociedades tradicionais para as sociedades modernas. Porém apesar de o livre pensar ser fundamental, apenas a liberdade não seria o necessário para a transição para a modernidade se não existisse uma “cultura iluminista” na sociedade, se as pessoas forem liberadas a pensar, mas não tiverem sobre o que pensar, a saída da menoridade fica muito difícil.
	Nesse ponto mostra-se a importância do iluminismo nessa transição, mais especificamente a importância dos eruditos iluministas. Para incentivar a população a se iluminar os eruditos tem uma função extremamente necessária, utilizando-se da sua razão, devem falar ao mundo as suas ideias e convicções acerca da sociedade e as mudanças necessárias. Kant frisa, porém, que os eruditos e cidadãos tem que tomar cuidado com o uso de sua inteligência e focar a exposição das ideias a um âmbito público. Um dos exemplos usados no texto é o de um participante do exército - enquanto oficial ele tem de respeitar as ordens de um superior sem questiona-las, porém, enquanto homem pensante ele tem, não só apenas o direito, como o dever, de utilizar-se da sua razão para mostrar ao mundo, o que pode estar sendo feito de errado dentro das forças armadas, respeitando as regras e hierarquias do exército, porem fazendo uso de sua liberdade intelectual. Essa seria uma sociedade moderna e iluminista na visão de Kant, onde as pessoas têm a liberdade para pensar, mas também tem o dever de obedecer.
	A partir disso entende-se a necessidade da razão e do iluminismo nas sociedades modernas, somente a partir da racionalização que se pode existir uma sociedade verdadeiramente moderna, e para a racionalização geral da população os eruditos iluministas tem a função primordial de incentivar a iluminação, porém respeitando as individualidades de cada um na busca pela sua maioridade.
3. Que dificuldades estão associadas a essa passagem?
Apesar da sociedade proposta por Kant ser alcançável, até hoje pouquíssimas sociedades alcançaram o ideal proposto pelo iluminista. As principais adversidades associadas a iluminação do povo são a dificuldade em atingir a maioridade de maneira individual, principalmente devido a preguiça, a falta de oportunidades e o meio que desincentiva a iluminação, além disso, devido a quantidade rasa de pessoas que encontraram a maioridade, também faltam eruditos que ajudem o caminho da ilustração da população geral a ser menos tortuoso.
Dessa forma, forma-se um círculo vicioso que é muito difícil de ser rompido. Esse círculo se forma pois o povo prefere se fechar na própria menoridade e aceitar as ideias que já estão padronizadas na sociedade; pensar dói, não raciocinar é ficar em sua zona de conforto, e a maioria das pessoas prefere isso a quebrar os padrões preestabelecidos, e por causa disso faltam as pessoas que tem como função diminuir um pouco a dor do pensar, os eruditos . 
O meio em que o indivíduo está inserido também pode atrapalhar muito a busca pela maioridade, existem certas situações, tais como ser um cidadão de um governo autoritário ou ser de uma família muito religiosa que se fecha aos avanços da ciência e da razão, em que apenas a sua própria perseverança e vontade de sair da menoridade não são o necessário.
Sendo assim, pode se dizer que as sociedades modernas são muito mais iluminadas e maiores, no sentido de maioridade, que as sociedades tradicionalistas. Hoje temos uma valorização muito maior da razão e do pensar científico do que na época de Kant, porém é muito difícil apontar alguma sociedade na história que tenha alcançado a iluminação ideal vista pelos filósofos séculos atrás. Kant termina seu texto dizendo que não vive em uma época esclarecida, mas sim em uma época de iluminismo, época essa que creio ainda não termos saído.
	
O FAUSTO DE GOETHE: A TRAGÉDIA DO DESENVOLVIMENTO
1. A partir do texto de Marshall Berman, discuta o que o autor chama de tragédia do desenvolvimento.
	Para Marshall Berman a tragédia do desenvolvimento seria a tendência das pessoas em buscar exageradamente o desenvolvimento e acabar piorando as coisas que buscavam desenvolver.
	O exemplo usado para descrever essa situação é do personagem Fausto de Goethe. Fausto era um intelectual, médico, advogado, teólogo, entre outras coisas. Um verdadeiro erudito. Porém apesar de ter tudo que se espera de um homem dedicado a vida de estudos ele se sentia muito vazio, sentia que tudo que ele tinha conseguido era no mundo interior, da espiritualidade, e que não sabia nada sobre o exterior. O objetivo de Fausto era ser um super-homem, que conhece tanto o mundo interior quanto o exterior. Ele decide se matar, porém no último momento os sinos de páscoa o fazem recordar de sua infância e o impedem de se suicidar.
	Após esse momento, Fausto vai a igreja, e ao voltar para casa e se sente mais próximo de Deus, ironicamente nesse momento Mefistófeles, o diabo, aparece para ele pela primeira vez.
	No começo Mefisto ajuda Fausto a se desenvolver perante a sociedade a partir de coisas mundanas, tais como dinheiro, sexo, fama, porém não era isso que Fausto realmente queria, ele queria ser o mais humano possível. E um importante ponto nesse desenvolvimento é Gretchen.
	Mefistófeles ajudou Fausto a encontrar o amor em Gretchen, ele se tornou um homem que não mais precisa de seus livros, pois agora tempoder social e dinheiro. Gretchen, porém, era uma moça que ainda estava presa na sociedade em que vivia, enquanto Fausto apenas residia na vila, mas não era mais emocionalmente e intelectualmente preso aquele mundo. Ela tinha de esconder de todos o seu relacionamento com Fausto, porém o segredo não foi guardado por muito tempo e o relacionamento foi descoberto pela sociedade. 
	Gretchen foi atacada pela sociedade e ofendida pelo seu irmão Valentino, que atacou Fausto na rua e acabou morto por ele, com ajuda de Mefisto. Fausto foge. Após algum tempo Gretchen tem o filho de Fausto, que morre e ela é presa por assassinato. Fausto tenta salvá-la, porém, ela não quer ir com ele por entender que ele não a ama de verdade e depois morre em sua cela. Fausto entra em depressão profunda e pergunta a Mefistófeles o porquê de esse ser o seu destino, Mefisto responde a ele que o desenvolvimento humano tem custos humanos.
	Após isso Fausto se revolta com o pequeno mundo, o das cidades religiosas e tradicionalistas que matou Gretchen e decide que ele mesmo vai fazer um mundo melhor. Fausto e Mefisto encontram um imperador que está passando por problemas para manter o seu poder, eles oferecem ajuda em troca do direito de desenvolverem a terra. O imperador consegue se manter no poder graças a Fausto e Mefistófeles e cumpre com sua promessa. 
	O desenvolvimento que Fausto buscava para o seu empreendimento encontrou um obstáculo, um casal de velhos que ele considerava como símbolos do pequeno mundo que ele buscava combater. Ele, então mandou que seus subordinados e Mefisto tirassem aquele casal da casa deles. Os homens, porém, mataram os velhos e isso choca muito Fausto que expulsa Mefistófeles e o chama de monstro. 
	Fausto, em agonia e culpa, morre, tanto simbolicamente quanto de maneira física. Mostrando assim que a busca pelo Übermensch (super homem), o afastou de ser um humano digno e apenas piorou a sua condição e seu caráter. O desenvolvimento que Fausto tanto buscou apenas o fez se afastar do que ele realmente queria. Fazendo assim de Fausto o maior exemplo da tragédia do desenvolvimento já escrita.
	No caso de Fausto é utilizado a perda de sua humanidade para exemplificar a tragédia do desenvolvimento, porém ela é aplicável a sociedades e sistemas econômicos também, a busca por uma perfeição e um maior eficiência em muitos casos é a ruína da sociedade. O Grande Salto Adiante de Mao Tse Tung é um exemplo recente de como uma tentativa de desenvolvimento exagerada causou o contrário do que se buscava, ao invés de colocar a China como uma potência mundial causou a fome diversos chineses.
2. Compare os dois textos discutidos em sala de aula (Kant e Goethe) no que tange ao projeto iluminista de modernização.
	Kant em seu texto “Resposta à pergunta: o que é o iluminismo?” defende que a racionalização da sociedade e a consequente saída da menoridade conduziriam a sociedade a uma era de modernidade e de iluminismo, em que os governos seriam melhores e permitiriam que as pessoas exercessem o seu livre pensar e os preconceitos seriam deixados de lado em nome da razão científica. Uma visão mais otimista sobre a possibilidade de um desenvolvimento real da sociedade, e que acreditava que o “mal” gerado pelo uso da razão seria apenas a “dor do saber” e a saída da zona de conforto.
	Já Goethe no livro “O Fausto” mostra uma perspectiva diferente em relação à modernização, ele crê que a busca desenfreada pela racionalização e pelo desenvolvimento poderiam causar problemas inesperados que colocariam tudo a perder, gerando uma situação pior do que a que se encontrava a sociedade antes do processo. Uma visão mais pessimista do processo de racionalização e de desenvolvimento que acreditava que a razão poderia trazer males reais tanto a sociedade quanto ao indivíduo, tais como os causados por Fausto, que além de ter afastado do seu ideal de humanidade, deliberadamente causou mal a outros seres humanos, como o casal de idosos e o irmão de Gretchen.
	É evidente que os dois pensadores tinham opiniões diferentes sobre o desenvolvimento das sociedades. Kant acreditava que os males causados pela razão eram efêmeros se comparados aos bens que traziam para as sociedades e indivíduos, enquanto Goethe já desconfiava que os males poderiam se equiparar ou até serem muitos maiores que os benefícios trazidos pela modernização.

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