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AÇAO DE RECONVEÇAO

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AO JUIZO DE DIREITO DA 23ª VARA CIVIL DA COMARCA DE LONDRINA-PR
Processo n. º 134563000000-0
JULIÃO DA SILVA, casado, Agricultor, e portador da Cédula de Identidade 6.563.632-02, inscrito no CPF/MF sob nº 002.369.456-23, residente e domiciliado à Rua das flore, nº 523, Londrina-PR e RUTH LOPES casada, do lar, e portadora da Cédula de Identidade 1.458.632-21, inscrito no CPF/MF sob nº 517.369.321-23, residente e domiciliado à Rua das flore, nº 523, Londrina-PR, representado por sua advogada (procuração anexa) vêm, respeitosamente, perante V. Exa., apresentar
Ao pedido inicial contra eles ajuizado por JOÃO DE SOUZA, brasileiro, União Estável, trabalhador rural, residente e domiciliado à Rua das Bromélias, nº 100, Londrina-PR e portador da Cédula de Identidade 8.589.632-02 , inscrito no CPF/MF sob nº 235.369.456-89 e seu esposo MARCOS DE OLIVEIRA, brasileiro, agricultor, inscrito no CPF/MF nº 258.456.123-02, e portador da Cédula de Identidade 3.569.410-23, união estável, residente e domiciliado à Rua das Bromélias, nº 100, Londrina, Também qualificados nestes autos, nos seguintes termos:
CONSTETAÇÃO C/C RECONVENÇÃO
Nos autos da ação de cobrança de alugueis que lhe move JOÃO DE SOUZA já qualificado nos autos em epígrafe, o que faz com supedâneo no art. 335 e seguintes do Código de Processo Civil e nos argumentos fáticos e jurídicos que a seguir
I – Resumo da inicial 
As partes firmaram contrato verbal de locação de um terreno rural localizado na Rodovia rua das bromélias sob n°100, KM 00, Zona Rural, nesta cidade, com área de 35. Hectares por prazo indeterminado de locação. O valor do aluguel seria R$300.000 (trezentos reais) mensais. E ficou acordado também que os locatários pagariam todos os impostos e as contas de agua e luz. Julião e Ruth espantaram-se com o fato de que João, locatário, busque a usucapião do imóvel locado 
Pelo que foi exposto, pretendem o requerente, também, o julgamento procedente da ação de usucapião, para que lhes seja declarado o domínio sobre o imóvel usucapiendo.
Da inexistência de animus domini
Em que pesem os argumentos abalizados pelos autores, o pleito de usucapião demonstra-se descabido, porquanto, como será aqui exaurido, não há falar, por parte dos requerentes, em legítimo exercício de posse do imóvel objeto da presente demanda, mas sim em mera detenção daquele.
Conforme preleciona o Código Civil:
“Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade” 
Assim, é a literal disposição legal que, para a ocorrência da usucapião rural, dentre outros requisitos, o possuidor deve possuir como seu terreno em imóvel rural, por cinco anos ininterruptos, o que, data vênia, não ocorreu na hipótese, pois os autores não possuíam o imóvel em comento como se donos fossem, ou seja, não
Gozavam de animus domini, mas apenas ali residiam sob a qualidade de “caseiros”, isto é, prestadores de serviços aos réus.
A situação fática acima restará evidenciada de maneira incontroversa ao fim da instrução da presente demanda, quando se provará, por meio de prova testemunhal, a existência de contrato verbal de locação com Joao e Marcos (locatários), por prazo indeterminado, o qual, uma vez reconhecido pelo douto juízo, será apto a afastar o requisito da posse com animus domini, prejudicando, assim, o pleito principal de usucapião.
Isso porque, conforme a doutrina prevalente, aquele que possui sem a intenção de ter a coisa como se fosse o dono, ou seja, desprovido de animus domini, tal como exemplo o empregado (como é o caso na presente lide), não pode exercer sobre a res pretensão de usucapião.
A intenção de possuir o imóvel como um proprietário (animus domini) é (...) requisito indispensável à configuração da posse ad usucapionem. Por ele objetiva a lei (...) descartar a hipótese de usucapião pelo detentor (empregado ou preposto do possuidor) ou por quem tem o uso ou a fruição do imóvel em razão de negócio jurídico celebrado com o proprietário (locatário, usufrutuário, comodatário etc.) (...) O possuidor desprovido de animus domini, que não age como dono da coisa, está disposto a entregá-la ao proprietário tão logo instado a fazê-lo. A situação de fato em que se encontra não se incompatibiliza com o exercício, pelo titular do domínio, do direito de propriedade. 
A cognição acima também é aplicável àquele que possui a coisa em virtude da existência de contrato verbal de locação com Joao e Marcos (locatários), por prazo indeterminado pois tal pacto, objetivamente, obsta o reconhecimento da usucapião, porquanto não subsiste, em tal hipótese, animus domini do possuidor que se vale do imóvel por tal título.
 “AÇÃO DE USUCAPIÃO DE BEM IMÓVEL - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ANIMUS DOMINI (...) O exercício de posse em razão de contrato verbal de locação com Joao e Marcos (locatários), por prazo indeterminado impede o reconhecimento da usucapião, pois inexistente animus domini por parte do possuidor que utiliza do imóvel a este título.
 DA TEMPESTIVIDADE
ART. 335 I e II do CPC
 b) PRELIMINARES
 - Inépcia da inicial por ausência de consentimento do companheiro
ART. 73, caput, do CPC
 - Ilegitimidade ad processum por não observância do art. 595 do CC
ART. 595 do CC
 c) DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
ART. 5º, XXII CF
ART. 1239 CC
ART. 1208 CC
 A posse qualificada (ad usucapionem), não está presente no caso, já que o autor e seu companheiro ingressaram no imóvel por força de um contrato de locação.
 d) DA RECONVENÇÃO
ART. 9º III da lei 8245/91
ART. 62 I da lei 8245/91
 O contrato de locação deve ser rescindido, expedindo-se mandado de despejo. Além disso, o autor deve ser condenado a pagar o valor dos aluguéis em atraso, devidamente corrigidos, de acordo com o cálculo discriminado anexado à presente.
Do pagamento de impostos do imóvel pelos autores
Ademais, cumpre informar que os locatários nunca efetuaram os pagamentos de alugueis e impostos, lógica na alegação de que os requerentes seriam legítimos possuidores do imóvel usucapiendo por terem pago os impostos decorrentes do exercício de propriedade do referido imóvel.
Isso porque, como se apurará, a quantia para o pagamento de tais impostos era repassada aos requerentes diretamente pelos réus, os quais assim o faziam para facilitar o próprio adimplemento dos referidos tributos, pois eram os requerentes que, sendo moradores do local, recebiam, via Correios, as guias para pagamento de IPTU.
A condição acima consta de cláusula do contrato verbal, o qual será, como dito, comprovado por prova testemunhal. Ainda, à esta contestação comprovam que, de fato, os réus nunca repassavam aos requerentes as quantias referentes ao pagamento do aluguel e impostos anual do IPTU. 
Dos pedidos
Ante o exposto, requer:
1. O julgamento improcedente do pedido, condenando os autores ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais;
2. Seja determinado aos autores a entrega dos recibos de pagamento dos impostos decorrentes da propriedade do bem imóvel dos réus (IPTU).
Protesta por todos os meios de direito admitidos para comprovar os fatos alegados, especialmente prova testemunhal e depoimento pessoal das partes.
Pretende o requerente participar de eventual audiência de conciliação/mediação porventura designada por V. Exa.
Termos em que pede deferimento.
Londrina, 04 de abril de 2020
ADVOGADO/OAB

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