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MODELO DE PETICAO INCIAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL (ou) FORO REGIONAL DE DA COMARCA DE SÃO PAULO DO ESTADO DE SÃO PAULO.
STEVE ROGERS, nacionalidade, casado, profissão, portador da cédula de identidade RG n° , e inscrito no CPF sob o n° , usuário do endereço eletrônico (e-mail), e MARGARETH CARTER ROGERS, nacionalidade, casada, profissão, portadora do RG n° , inscrita no CPF sob o n° , usuária do endereço eletrônico (e-mail), ambos domiciliados e residentes em (ENDEREÇO COMPLETO), HIGIENOPOLIS, nessa comarca, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seu(sua) advogado(a) que esta subscreve, com escritório em (ENDEREÇO COMPLETO), com base no artigo 319 do CPC (Código Processual Civil) e demais dispositivos aplicáveis à espécie, propor a presente 
AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL COM PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE VALORES
em face da EMPRESA KANG MVS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [CNPJ DA EMPRESA], com sede na [ENDEREÇO DA EMPRESA], Vila Olímpia, nesta cidade, CEP [CEP DA EMPRESA], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I. DOS FATOS
Nos autos do presente caso, Steve Rogers e Margareth (Peggy) Carter Rogers, doravante denominados "os Requerentes", celebraram no dia 25/04/2023, uma cerimônia de Bodas de Ouro. Entre os diversos fornecedores de serviços contratados para este evento especial, os Requerentes celebraram um contrato com a empresa Kang MVS, com sede na Vila Olímpia, adiante denominada "a Requerida", com o propósito de realizar a cobertura fotográfica do mencionado evento.
O contrato em questão, com um valor total de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), a ser pago em dez parcelas mensais e consecutivas a partir de 15/01/2023, estipulou que a Requerida disponibilizaria dois fotógrafos para a cobertura completa do evento, incluindo a preparação da Sra. Carter Rogers, a cerimônia de renovação dos votos e a festa das Bodas de Ouro, todos ocorrendo na mesma data, 25/04/2023, em uma mansão na cidade.
No entanto, lamentavelmente, na referida data, os fotógrafos contratados pela Requerida apresentaram um atraso substancial, não sendo capazes de registrar os momentos significativos da preparação da Sra. Carter Rogers e da cerimônia de renovação dos votos. As fotos foram apenas capturadas durante a festa subsequente. Os Requerentes, naturalmente, expressaram sua insatisfação com tal situação e imediatamente notificaram a Requerida, que, na época, indicou a intenção de buscar uma solução para o problema. Vale ressaltar que os Requerentes residem no bairro de Higienópolis.
No entanto, quando os Requerentes buscaram as fotos prometidas, eles solicitaram, no mínimo, um desconto proporcional ao preço acordado. Isso se deve ao fato de que momentos preciosos não foram registrados devido ao atraso e à falta de cobertura contratual. Infelizmente, todas as tentativas de negociação resultaram em impasse, pois a Requerida não apenas recusou-se a conceder o desconto solicitado, mas também prosseguiu com a cobrança integral das parcelas.
Diante desse contexto, os Requerentes buscam a intervenção deste Honroso Juízo para buscar uma resolução justa e equitativa dessa disputa contratual.
II. DO DIREITO
2.1. Rescisão Contratual por Inadimplemento por parte da Empresa Kang MVS
O ordenamento jurídico brasileiro, em consonância com o Código Civil, estabelece que as partes contratantes têm o dever de cumprir com as obrigações assumidas no contrato. Quando uma das partes deixa de cumprir com suas obrigações de forma substancial, como ocorreu no presente caso, onde vemos que ocorre o inadimplemento por parte da empresa Kang MVS, a outra parte tem o direito de buscar a rescisão do contrato, de acordo com o que está disposto no artigo 475 do Código Civil: 
"a parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento."
Nesse contexto, o artigo 20 do CDC estabelece a responsabilidade do fornecedor de serviços pela qualidade e adequação dos serviços prestados. Se os serviços de fotografia contratados para as Bodas de Ouro dos Requerentes foram executados de forma inadequada, como descrito no caso, caracterizando uma prestação deficiente e que não atendeu às expectativas, os Requerentes podem invocar o artigo 20 do CDC.vício na prestação do serviçoDescumprimento contratual
Com base nesse artigo, os Requerentes têm o direito de: 
· Exigir a reexecução dos serviços, sem custo adicional, caso seja cabível e desejável.
· Solicitar a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos, como alternativa à reexecução dos serviços.
· Requerer o abatimento proporcional do preço, ou seja, uma redução no valor pago, correspondente à parte do serviço que não foi adequadamente executada.
Portanto, o artigo 20 do CDC fornece uma base legal sólida para os Requerentes fundamentarem sua ação de rescisão contratual e busca por restituição proporcional dos valores pagos à Empresa Kang MVS devido à prestação inadequada dos serviços de fotografia.
• Exceção de contrato não cumprido – excepcio non adimpleti contractus – evitando onerosidade excessiva (arts. 476 e 478, CC c/c art. 51, IV, CDC)
2.2. DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS - Restituição Proporcional dos Valores Pagos
Em virtude do inadimplemento por parte da Empresa Kang MVS, os Requerentes têm o direito de pleitear a restituição proporcional dos valores pagos, de acordo com o princípio da equidade contratual. O Código Civil, no artigo 876, estabelece que "todo aquele que, de acordo com a lei, receber o que não lhe era devido, fica obrigado a restituir." Considerando que mais da metade do serviço contratado não foi prestada, a restituição proporcional dos valores é medida que se impõe.
O direito à restituição proporcional dos valores pagos está previsto no Código Civil, artigo 876, que dispõe que "todo aquele que, de acordo com a lei, receber o que não lhe era devido, fica obrigado a restituir."
· Descumprimento contratual – vício na prestação do serviço e necessidade de abatimento proporcional (70%) – art. 20, CDC
· Danos efetivamente experimentados e a necessidade de repará-los com base nos arts. 6º, VI e 14, CDC
· Devolução daquilo que foi pago a maior, para além dos 70% (*** pedido a ser liquidado)
2.3. Má-Fé Contratual e Dano Moral
A conduta da Empresa Kang MVS em discordar do desconto proposto pelos Requerentes e continuar a realizar as cobranças integrais das parcelas, apesar do inadimplemento contratual, pode caracterizar má-fé contratual. O Código Civil, em seu artigo 422, estabelece que "os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé." A má-fé contratual pode ensejar a obrigação de indenizar, incluindo danos morais, quando há prejuízo à dignidade e ao patrimônio moral dos contratantes.
A referência à má-fé contratual encontra respaldo no Código Civil, no artigo 422, que estabelece que "os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé." A possibilidade de dano moral é reconhecida pelo Código Civil, no artigo 186, que preceitua que "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito."
Direito básico à reparação de danos – art. 6º, VI, CDC 
• Descumprimento contratual – gerou danos extrínsecos – art. 14, CDC 
• Danos morais – art. 5º, CF – caracterizar a ofensa moral 
• Danos morais – indicar o valor pleiteado (critério objetivo) – caráter dúplice: reparador à vítima e ao mesmo pedagógico/sancionatório ao ofensor. Tem que cumprir proporcionalidade, não sendo nem ínfimo ao “bolso” do ofensor e nem constituindo enriquecimento ilícito à vítima. 
• Quantum debeatur – jurisprudência; com base no valor de danos patrimoniais– O PEDIDO TEM QUE INDICAR UM VALOR
2.4. Prejuízo e Dano Moral
Os Requerentes sofreram prejuízo em virtude do inadimplemento contratual da Empresa Kang MVS. A perda irreparável de momentos especiais de sua celebração de Bodas de Ouro causou-lhes abalo emocional e moral, que se traduz em dano moral. O dano moral é reconhecido pela legislação brasileira como passível de reparação, conforme preceitua o artigo 186 do Código Civil, que estabelece que "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito."
O direito à reparação por dano moral está embasado no Código Civil, no artigo 186, conforme mencionado anteriormente, que permite a reparação por dano moral quando há violação de direito e causação de dano moral a outrem.
2.5. Princípio da Boa-fé Objetiva e Revisão Contratual
O princípio da boa-fé objetiva, previsto no artigo 422 do Código Civil, impõe às partes contratantes o dever de agir com lealdade, cooperação e respeito mútuo. No caso em tela, a Empresa Kang MVS, ao não aceitar o abatimento proporcional do preço e continuar a cobrar integralmente, agiu em desacordo com esse princípio. Assim, a revisão contratual se faz necessária para restabelecer a equidade no contrato.
Diante dos fundamentos legais apresentados, emerge o direito dos Requerentes à rescisão do contrato firmado com a Empresa Kang MVS, à restituição proporcional dos valores pagos, à reparação dos danos morais sofridos e à revisão contratual para adequação aos princípios da boa-fé objetiva.
O princípio da boa-fé objetiva está previsto no Código Civil, no artigo 422, que estabelece que "os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé." A revisão contratual em caso de desacordo com a boa-fé objetiva é uma medida fundamentada nos princípios gerais do Código Civil.
III. DA TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA 
• Fumus boni iuris – fundamentos da própria causa de pedir • Periculum in mora – iminência do pagamento/desconto das próximas parcelas • Risco de irreversibilidade da medida – se a ação for julgada improcedente, a parte tem todos os meios para cobrar valores eventualmente faltantes

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