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CARTA TESTEMUNHÁVEL (arts 639 a 646) - Processo Penal

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CARTA TESTEMUNHÁVEL (arts. 639 a 646) 
 
Cabimento: 
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável: 
I - da decisão que denegar o recurso; 
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad 
quem 
ATENÇÃO -> existe controvérsia a respeito da: 
• Decisão do juiz que obstar o seguimento da apelação ter sido esta recebida, salvo 
por motivo de deserção: a dúvida neste caso é quando por ex.: apelação é aceita, mas 
for negado o seu seguimento por qualquer outro motivo que não for deserção. Neste 
caso não há previsão legal para RESE, então alguns doutrinadores acreditam que é 
cabível Carta Testemunhável como forma de impugnação, já a doutrina majoritária tem 
entendimento que a decisão que impende o seguimento da RESE cabe Apelação em 
qualquer hipótese, lendo assim o art. 581, XV de forma intensiva. 
• Decisão que não admitir os recursos extraordinários e especial: foi revogado 
tacitamente pelo art. 28 da lei 8.038/90 os arts. 641 e 643 que previa o cabimento da 
Carta Testemunhável em relação à decisão que negar seguimento ao recurso 
extraordinário. Já o referido art. 28 da lei 8.038/90 que previu para tal hipótese o 
cabimento de Agravo de Instrumento foi revogado pelo art. 1.072, IV, CPC/15, 
atualmente a ferramenta para tal situação é o Agravo disciplinado no art. 1.042 do 
CPC/15. 
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão de presidente ou de 
vice-presidente do tribunal que: 
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do 
vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso 
extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na 
aplicação de entendimento firmado em regime de 
repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. 
(Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) 
I - indeferir pedido formulado com base no art. 1.035, § 6º, 
ou no art. 1.036, § 2º, de inadmissão de recurso especial ou 
extraordinário intempestivo; 
I – ( Revogado ); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) 
II - inadmitir, com base no art. 1.040, inciso I, recurso 
especial ou extraordinário sob o fundamento de que o 
acórdão recorrido coincide com a orientação do tribunal 
superior; 
II – ( Revogado ); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 
2016) 
III - inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, 
§ 8º, ou no art. 1.039, parágrafo único, sob o fundamento de 
que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inexistência 
de repercussão geral da questão constitucional discutida. 
• Decisão do Presidente do TJ ou TRF que não admitir ou que negar seguimento ao 
recurso ordinário constitucional para o STJ: não há previsão legislativa federal 
contra esta espécie de decisão. Há entendimento que neste caso é correto a carta, já 
outros entendem que é cabível, por analogia, o mesmo agravo previsto em lei contra a 
decisão que não admite o recurso especial. 
 
Característica: 
• Caráter subsidiário ou residual: Seu cabimento está condicionado ao descabimento 
de qualquer outra impugnação. O não recebimento da apelação não permite a carta 
testemunhável pois há previsão expressa que nesse caso cabe RESE art. 581, XV CPP. 
Também não cabe quando o magistrado receber apelação a julga deserta, pois cabe 
RESE (art. 581, XV CPP). 
• É cabível quando o julgamento do recurso denegado esteja afeto a uma instância 
superior: 
 “Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância 
superior seguirá o processo do recurso denegado”. 
 Logo é inviável o manejo da carta contra sentença denegatória que de recurso que deva 
ser decidido na própria instância em que proferida a decisão. Ex.: embargos de declaração, 
este recurso deve ser julgado pelo o mesmo juIz que prolatou a sentença e não por outro. 
OBS.: não cabe recurso para decisão que denega embargos de declaração, devendo no prazo 
legal ingressar com recurso adequado contra a sentença que deseja modificar. 
• Interposição não é dirigida a um órgão jurisdicional (juiz, desembargador), e sim 
ao escrivão (justiça estadual), diretor de Secretaria (justiça federal) ou secretário 
da presidência do tribunal respectivo, conforme se extrai do art. 640 do CPP: pois 
a carta não passa pelo juízo de admissibilidade no juízo ad quo, mas somente no ad 
quem, somente este juízo que poderá receber ou deixar de receber a carta sem não tiver 
os requisitos. 
• Não possui efeito suspensivo: 
“Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo” 
Com exceção caso a carta seja em face de decisão que não aceitou RESE em face da 
decisão que não aceitou apelação em face da Sentença Condenatória, nesse caso fica 
suspenso o cumprimento da pena porque a sentença não transitou por causa da carta. 
 
Prazo, forma e rito. 
Prazo: quarenta oito horas após a intimação que denegou ou obstou o encaminhamento do 
recurso. Não tendo o horário da intimação, conta-se o prazo como dois dias. 
Ingressada por petição ou termo, deverá ser processada por instrumento, ou seja, deve 
indicar as peças para formação transladada. Devendo estas peças serem translada 
(copiadas) com devida atuação. 
Endereçamento: 
▫ Ao escrivão -> contra decisão denegatória de recurso de juiz estadual; 
▫ Diretor de Secretaria -> contra decisão denegatória de recurso de juiz federal; 
▫ Secretário da Presidência -> contra decisão denegatória de recurso ordinário 
constitucional da Presidência de Tribunal. 
Razões: direcionada ao juízo que tem competência para julgar o recurso denegado. 
Segue o rito do mesmo rito do recurso denegado (art. 643 CPP). 
Possui efeito Regressivo (juízo de retratação) quando direcionada à decisão de RESE ou 
Agravo de Execução, pois estes recursos tem esse efeito. Nessa situação o 
escrivão/secretário fará a Carta concluso ao magistrado a fim de que mantenha ou reforme 
a decisão denegatória dos referidos recursos. Realizada contra decisão que obstativa 
Recurso Ordinário Constitucional, não terá o efeito regressivo, pois este recurso não possui 
efeito. 
Possibilidade, no julgamento da carta, de enfretamento da questão objeto do recurso 
denegado ou obstado. 
Art. 644 CPP “tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta, 
se desta tomar conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se estiver 
suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis.” 
Conhecida, julgada e provida a carta, havendo todos os requisitos, poderá o tribunal 
julgar acerca da matéria que gerou a interposição do recurso não recebido ou trancado. 
 
Referência bibliográfica: AVENA, Noberto. Processo Penal / Noberto Avena – 11. Ed. - 
Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: Método, 2019. 
 
 
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável: 
 I – da decisão que denegar o recurso; 
II – da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem. 
Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas 48 
(quarenta e oito) horas seguintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo 
que deverão ser trasladadas. 
Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à parte e, no prazo máximo de 5 (cinco) 
dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de 60 (sessenta) dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega 
da carta, devidamente conferida e concertada. 
Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o recibo, ou deixar de entregar, sob qualquer 
pretexto, o instrumento, será suspenso por 30 (trinta) dias. O juiz, ou o presidente do Tribunal de Apelação, em 
face de representação do testemunhante, imporá a pena e mandará que seja extraído o instrumento, sob a mesma 
sanção, pelo substituto do escrivão ou do secretário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá 
reclamar ao presidente do tribunal ad quem, que avocará os autos, para o efeito do julgamento do recurso e 
imposição da pena. 
Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-áo disposto nos artigos 588 a 592, no caso de recurso em 
sentido estrito, ou o processo estabelecido para o recurso extraordinário, se deste se tratar. 
Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta, se desta tomar conhecimento, mandará 
processar o recurso, ou, se estiver suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis. 
Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o processo do recurso denegado. 
Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo.

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