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FORMAÇÃO ECONOMICA DO BRASIL

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FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL Atividade – “mineração no contexto colonial”
João Veigas
190015365
 De acordo com a aula e a leitura indicada, responda as questões a seguir.
 1) Segundo Celso Furtado as características do fluxo de renda nas economias açucareira e mineratoria do Brasil colonial eram, em boa medida, distintas. Compare a economia açucareira com a economia da mineração, a partir da perspectiva do fluxo da renda apresentado por Furtado.
 2) Discorra sobre as diferenças entre as eventuais possibilidades de um processo de desenvolvimento econômico autopropulsionado nas economias do açúcar e da mineração. (Utilize os argumentos apresentados na questão anterior para viabilizar sua resposta)
1) Furtado apresenta o fluxo de renda da economia açucareira com extremamente restrito e concentrado nas mãos dos senhores de engenho e de financiadores não residentes, como os comerciantes holandeses. Desta maneira, o fluxo de renda era atuante em trocas comerciais limitadas, e quase todas, direcionadas para o mercado externo, de onde vinham artigos de luxo e bens duráveis. 
Além disto, na economia açucareira, o fluxo de renda não provoca um processo de desenvolvimento interno por conta da mão de obra majoritariamente escrava e por não haver outros ramos de produção ou atividade comercial de ganhos relevantes fora o açúcar. 
Em contrapartida, a economia da mineração se distancia da economia açucareira por conta de não ter certas características limitadoras. Tais como o controle externo dos financiadores não residentes assim como por conta do comercio do ouro ter se desenvolvido de forma muito mais rápida e ter interações de divisão de trabalho muito distintas. 
Além de não se desenvolver atrelada exclusivamente ao trabalho escravo, a economia do ouro tem seu desenvolvimento ligado às condições daquele momento da Metrópole, Após o enfraquecimento e baixa do preço e produção do açúcar, Portugal assim como a colônia enfrentam um período de enfraquecimento. A produção de ouro no Brasil desenvolve-se de forma rápida pois nela se vê uma maneira de escape às dificuldades econômicas. Além disto, como enfatiza Furtado, o processo de obtenção do metal no Brasil é diferente do processo de exploração de minas em outros locais (processo este bem mais caro e inacessível). 
Desta maneira, com um processo mais acessível e devido às situações financeiras, a exploração do ouro se desenvolve muito mais rapidamente que a produção do açúcar e tendo como características um intenso fluxo de capital, além da presença de múltiplas companhias e formas de atuação (seja com o homem livre tranalhando solitariamente ou a mando de um coronel, por exemplo). Desta maneira, há criação e circulação intensa de renda, o que contrasta fortemente com a concentração e localização externa das rendas obtidas pelo comercio do açúcar. 
2) Furtado enfatiza a concentração de renda e a posse das rendas relativas à produção do açúcar nas mãos de não residentes e disserta sobre o pouco dinamismo interno de fluxo de renda. Num panorama com poucas atividades de produção e poucos trabalhadores assalariados, somando a isto o controle externo e constantemente monitorado da produção do açúcar, era inviável a autopropulsão e desenvolvimento econômico, afinal de contas, o fluxo gerado internamente era ínfimo e a porcentagem de trabalhadores escravizados era quase que integral. Desta maneira, é possível compreender como a economia do período de exploração de minérios distancia do período do açúcar, devido ao intenso fluxo e circulação de renda presentes que constroem um dinamismo.
Este dinamismo ocorre e é reforçado devido a grande quantidade de trabalhadores assalariados, assim como da criação e propulsão direta e indireta de outros ramos de produção a partir do desenvolvimento da mineração, como Furtado enfatiza, sobre isto, vale destacar o desenvolvimento da indústria de carnes e couros na região sul, próxima às minas gerais.
Acerca deste dinamismo e da existência de um fluxo de renda, vale dizer que tal movimento que surge devido às transformações de capacidade da Metrópole e primeiros sinais de autonomia da colônia, com isto, são percebidos os primeiros sinais de capacidade de ascenção social, algo impensável na Economia do Açúcar.

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