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Avaliação oftalmopediátrica

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OFTALMOPEDIATRIA 
RN a 6 meses 
• História ocular 
• Avaliação da visão 
• Inspeção externa dos olhões e pálpebras 
• Avaliação da motilidade ocular 
• Exame das pupilas 
• Exame do reflexo vermelho = teste do olhinho 
Buscar por falta de fixação, reflexo vermelho anormal e 
histórico de retinoblastoma na família 
6m a 4 anos 
Além dos itens de RN, avaliar, se possível 
• Teste de acuidade visual 
• Oftalmoscopia 
Procurar por estrabismo, lacrimejamento crônico, falta 
de fixação 
4 a 5 anos: teste de acuidade visual obrigatório. 
Acuidade visual < 20/40 deve ser investigado. 
A partir de 5 anos: retinoscopia, investigar se acuidade 
visual < 20/32 
A acuidade da criança evolui até por volta dos 6/7 anos 
de idade, que é quando o SNC está maduro. Aos 7 anos 
a criança deve apresentar acuidade 20/20. Até essa 
idade é importante que a criança receba o máximo de 
estímulos para desenvolver o córtex visual. 
Quando não recebe os estímulos suficiente, sofre 
alterações anatômicas e funcionais = privação visual. 
Durante o desenvolvimento visual o olho que não 
recebe o estímulo adequado sofre uma ATROFIA 
CORTICAL IRREVERSÍVEL. 
→ Ambliopia = diferença da acuidade visual entre os 
dois olhos devido a um desenvolvimento anormal 
durante a infância. Tem 3 tipos: 
• Por refração: criança com grau alto de 
astigmatismo não desenvolve visão de detalhes 
o Tto: óculos, uso de tampão oftálmico 
por algumas horas por dia no olho bom 
para estimular o outro 
• Por estrabismo: um olho fixa a imagem e no 
outro a imagem fica fora da fóvea. Para evitar a 
visão dupla, o cérebro alterna a fixação entre 
um olho e outro ou suprime a imagem 
proveniente do olho estrábico. Os desvios 
oculares são normais até os 6 meses de idade, 
pois a criança não tem controle adequado da 
acomodação. 
o Tto: óculos, correção cirúrgica, uso de 
tampão oftálmico 
• Por privação: impedimento à entrada da 
imagem no globo ocular (ex.: catarata 
congênita, ptose palpebral) 
o Tto: cirúrgico 
AVALIAÇÃO DA ACUIDADE VISUAL 
• Tabela com figuras ou “E” 
• Se não consegue informar ou < 2 anos: técnica 
do olhar preferencial – Teste de Teller 
o O olho segue automaticamente um 
cartão com listras. São oferecidas listras 
cada vez mais finas. Quando a criança 
para de direcionar o olhar significa que 
parou de enxergar 
• Eletrofisiologia visual = potencial visual 
provocado. Toda vez que a criança percebe que 
há mudança nas listras, o córtex visual emite um 
potencial de ação captado pelo aparelho. 
Quando para de emitir esse potencial, 
determina quando a criança para de enxergar. 
MALFORMAÇÕES PALPEBRAIS E LACRIMAIS 
PTOSE CONGÊNITA: 
• Falha no desenvolvimento do m. elevador da 
pálpebra 
• Ambliopia por privação 
• Se tem atraso no desenvolvimento → cirurgia 
• Se não tiver → expectante 
EPICANTO 
• Prega nasal bilateral com desenvolvimento 
incompleto dos ossos faciais; dá impressão que 
a criança tem estrabismo 
• Geralmente bilateral 
• Incidir luz e verificar alinhamento para 
distinguir do estrabismo 
 
 
COLOBOMA DE PÁLPEBRA 
• Falha ou ausência da pálpebra, geralmente 
superior 
• Associado a fenda palatina 
• Uni ou bilateral 
OBSTRUÇÃO CONGÊNITA DO DUCTO NASOLACRIMAL 
• Afecção mais comum na infância 
• “meu filho chora o tempo todo, lacrimejando, 
com remela” etc. 
• Simula conjuntivite, mas não tem hiperemia. 
Olhos calmos apesar do lacrimejamento 
• Teste com corante de fluoresceína (Zappia-
Milder). O teste é positivo quando há acúmulo 
do corante no olho, mostrando que não há 
drenagem. 
• Tto: limpeza com SF ou água filtrada, massagem 
para ajudar a romper a membrana que está 
obstruindo o ducto. Aguardar até os 12 meses 
de vida para ver se desobstrui 
o Se conjuntivite de repetição: colírio à 
base de tobramicina 
o Se sinal de dacriocistite: cefalexina VO 
o Se obstrução persiste após 12 meses: 
sondagem da via lacrimal para romper 
a membrana 
CAUSAS DE ALTERAÇÃO NO REFLEXO VERMELHO 
Reflexo branco no teste = leucocoria → teste anormal 
 
1) Catarata congênita 
Maioria idiopática, relacionado com infecções 
intrauterinas ou galactosemia 
Tto: sempre cirúrgico + tampão no olho sem catarata + 
óculos pós-cirúrgico 
2) Retinoblastoma: tumor intraocular maligno 
mais comum nas crianças 
✓ 30-40% bilateral 
✓ Maioria diagnosticada até os 3 anos de idade, 
95% chance de cura 
✓ 6% história familiar 
Manifestações clínicas: dependem da evolução. Pode 
ter leucocoria, estrabismo, inflamação ocular, hipópio, 
proptose 
• Retina: massa esbranquiçada sobrelevada 
• RNM: presença de massa intraocular, 
espessamento do nervo óptico 
Diagnóstico: mapeamento de retina, TC e US de globo 
ocular – presença de massa com alta refletividade 
Tratamento 
• Primário: salvar a vida do paciente 
• Secundário: salvar o olho do paciente 
• Depende do tamanho, uni ou bilateral e 
localização do tumor: QT, enucleação, RT, 
Fotocoagulação a laser, crioterapia 
• Comprometimento do n. óptico = pior 
prognóstico 
3) Cicatrizes de mácula por infecções 
a. Toxoplasmose: transmissão 
transplacentária no primeiro trimestre. 
Se manifesta com retinite e coroidite já 
cicatrizadas ao nascimento. Observar, 
não tratar. 
b. Rubéola: microcefalia, catarata 
congênita, alterações cardiovasculares. 
Retinopatia em sal e pimenta 
c. Sífilis: sinais de inflamação ocular em 
qualquer idade, retinopatia em sal e 
pimenta. Deve ser tratada ao 
diagnóstico 
d. CMV: lesões cicatrizadas. Alterações 
hematológicas, surdez e microcefalia. 
e. Toxocaríase: acomete crianças maiores. 
Ingestão de ovos de Toxocara → 
fibrose de retina, granulomas, 
endoftalmite. Tratar com doxaciclina 
4) Retinopatia da prematuridade com 
descolamento de retina: crianças prematuras 
(< 28 semanas), exposição ao oxigênio 
Fisiopatologia: a vascularização retiniana se inicia na 16ª 
semana – em uma situação de hipóxia fisiológica – e só 
termina na 40ª semana, após o nascimento. A exposição 
precoce ao O2 interrompe esse processo → 
neovascularização → retinopatia (parece retinopatia 
diabética proliferativa) 
 
Tratamento: fotocoagulação a laser, cirurgia se 
descolamento 
GLAUCOMA CONGÊNITO 
NÃO causa leucocoria 
Eitiologia: má formação do ângulo da camara anterior, que 
dificulta a drenagem do humor aquoso → aumento da 
pressao intraocular 
Clinica: megalocórnea, aumento do tamanho do olho, 
fotofobia, lacrimejamento, blefaroespasmo, opacificação 
corneana 
 
Tto: cirúrgico- introdução de lâmina para desobstruir o 
trabeculado, permitindo a drenagem do humor aquoso 
e redução da pressão intraocular

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