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1 Lahyse Oliveira 2021.2 Glaucoma CONCEITO ⧫ Doença ocular complexa multifatorial que leva a lesão do nervo ótico, o qual é responsável pela visão adequada. Como consequência, há a perda de campo ocu.ar. ⧫ A pressão intraocular é o principal fator envolvido na fisiopatologia do glaucoma, pois isso influencia a resistência vascular ocular e no fluxo sanguíneo que vai estar comprometido. o O nutriente, para nutrir a célula, precisa vencer o gradiente de pressão e como ela estaria muito alta, haverá uma resistência maior a sua saída. Assim, haverá a liberação de exocitocinas nessas aéreas e apoptose das fibras nervosas do nervo ótico. EPIDEMIOLOGIA ⧫ 2 maior causa de cegueira do mundo (a primeira é catarata) ⧫ Pelo menos 0,5% da população é cega decorrente de glaucoma – 4,5 mil cegueira bilateral; ⧫ 60 mi doentes em 2010. FISIOLOGIA ⧫ A pressão intraocular mantem o tônus do formato do olho. Essa pressão depende da produção do humor aquoso, o qual é produzido pelos processos ciliares na câmera posteriores e apresenta uma função nutritiva do segmento anterior. Esse humor migra para a câmera anterior por onde será escoado, através da rede trabecular e cai no ducto de shleem. Esse ducto levará até o sistema venoso. ⧫ A diferença entre o que é produzido e o que é escoado, que causa o aumento de pressão e, assim, há a instalação do glaucoma. ⧫ O equilíbrio da pressão fica entre 10-20 mg . SEMIOLOGIA ⧫ É assintomático ⧫ O diagnóstico é baseado pela pressão intraocular elevado, escavação patológica do disco ótico e defeitos do campo de visão. o O que é mais importante no tratamento do glaucoma, é o cuidado precoce, pois a doença não é reversível. ⧫ Exames básicos: tonometria, fundoscopia e capimetria. o A tonometria é a medida da PIO, e isso é diferencia entre o índice de produção aquosa e a resistência ao escoamento. O equilibro é entre 10-20 mmHg. ▪ É realizada pelo tonometro de aplanação: encosta na córnea do paciente e a partir disso, ajusta-se medida . o Fundoscopia: observa-se modificações no disco ótico, que em geral precedem muito as alterações campimétricas. ▪ Sinais pesquisados: • Escavação grande, assimétrica • Perdas na faixa neural • Alterações vasculares no disco • Atrofias teciduais peri-papilares • Ocorrência de hemorragias. 2 Lahyse Oliveira 2021.2 ▪ Sinal de Holt: Defeito na camada da de fibras nervosa, aumento da chanfradura da escavação, decorre de uma perda focal de fibras nervosas o Campo visual: campimetria manual ou computadorizada ▪ Busca por: Escotomas + manchas cegas = leva a uma perda visual progressiva. • Todos nos temos manchas cegas normalmente. ▪ Para os escotomas aparecerem no campo visual, ocorreu a perda de pelo menos 50% de fibras nervosas. ▪ Não é só um exame diagnóstico, ele serve também para acompanhamento dos pacientes ▪ Mancha cega: ponto redondo preto na imagem acima. Está presente em todos as pessoas. ⧫ Métodos auxilias o Gonioscopia: Avaliação de estruturas do ângulo da câmera - serve para diferenciar se é um glaucoma de ângulo fechado e ângulo aberto. ▪ Glaucoma de ângulo fechado: é quando o olho do paciente é pequeno e estreito. Geralmente a noite, quando esses pacientes vao dormir, a pupila dilata um pouco e a íris encosta no orifício de drenagem e isso causa um aumento absurdo de pressão em um curto espaço de tempo. Isso é chamado de fechamento angula e confere a instalação de uma crise de glaucoma agudo no paciente. ▪ Esse exame é bom para avaliar pacientes que irão tomar medicamentos, como antidepressivos, que pode incitar uma crise. o Curva de pressão: realização de várias medidas da pressão intraocular e várias momentos do dia para avaliar se ela está se modificando no decorrer do dia. o Sobrecarga hídrica: pede paciente bebe um litro e meio de água e faz medidas a cada 0, 15, 30, 45 min para avaliar se existe uma alteração de pressão, nessa uma hora seguinte a sobrecarga hídrica. o Tomografia de coerência ótica: utiliza uma tecnologia chamada de OCT, responsável por medir a espessura da camada de fibras nervosas e avaliar se isso está dentro do padrão da população estudada daquela faixa etária. ▪ Se essa linha preta está fora da linha verde, há alguma alteração anatômica ou ele está fora do esperado para sua idade. o Paquimetria: medida da espessura da córnea. Uma córnea grossa ou muito fina altera a pressão. CLASSIFICAÇÃO ⧫ Etiologia: o Primário o Secundário ⧫ Gonioscopia: o Aberto o Fechado ⧫ Instalação: o Agudo o Crônico 90% dos glaucomas são primários, abertos e crônicos. GLAUCOMA CRÔNICO DE ÂNGULO ABERTO ⧫ Frequência: 90% dos casos de glaucoma primário. ⧫ É insidioso, já que o aumento da pressão é gradual e não gerando dor. É progressivo, bilateral, assintomático e isso lega a perda da visão do paciente. ⧫ O paciente só descobre em uma consulta de rotina. ⧫ A partir dos 40 anos deve se fazer uma consulta anual com o oftalmologista. ⧫ Fatores de risco: Negros, maiores de 40 anos, genética, has e DM. ⧫ Fisiopatologia: alteração na drenagem do trabeculado. ⧫ Diagnósticos: exames fundamentais + auxiliares o Sintomas: 3 Lahyse Oliveira 2021.2 ▪ Aumento da escavação ▪ PIO elevada ▪ Defeitos no campo de visão ▪ Ângulo camerular aberto ▪ Ausência de causas secundárias ⧫ Diagnóstico diferencial: o Glaucoma de pressão normal: paciente com as mesmas alterações, porém com a pressão intraocular normal. Muitas vezes esses pacientes tem mais de 70 anos de idade, com alguma doença vascular (HAS) e com uma curva de pressão muito baixa, gerando uma hipoperfusão do nervo ótico, causando um dano glaucomatoso igual de um glaucoma normal. Acompanhamento clinico rigoroso. ⧫ Tratamento: o Clinico (tópico): um dos grandes problemas é o paciente pigar o colírio. ▪ Beta bloqueadores são as mais utilizadas ▪ Análogos de prostaglandina alfa 2 são os mais potentes. o Cirurgico: ▪ Trabeculoplastia a lazer: tem uma plastia pequena, e substitui um dos colírios. Tem um funcionamento limitado por cerca de dois anos, mas é um auxiliar para melhorar a qualidade de vida. ▪ Trabeculectomia: é a cirurgia mais realizada. TRABECULECTOMIA 1. Passa um fio para posicionar o olho. 2. Abrindo uma fistula embaixo da conjuntiva. 3. Disseca a conjuntiva e cauterização da esclera. 4. Flap na esclera e disseca com uma lâmina crescente 5. Aplicação de uma substância para impedir a cicatrização dessa área (mitomicina - é um antimetabolico), deixando agir por 2 a 3 minutos.. 6. Pequenas aberturas na córnea para esconder a sutura 7. Cria uma abertura para infundir liquido no olho do paciente. 8. Depois disso ele faz a abertura da câmera anterior. Ele da uma mordida na esclera e sutura isso. 9. Fechar a conjuntiva ao fim da sutura do flap para que não haja vazamento para o espaço subconjuntival. O objetivo é que o humor aquoso vase sempre por essa fistula. É utilizando quando paciente não utiliza o colírio ou usa e não resolve. GLAUCOMA DE ÂNGULO FECHADO ⧫ Ocorre mais em mulheres entre 50-70 anos de idade. ⧫ Na gonioscopia observa-se uma câmera rasa, estreitra ⧫ Pode ser agudo ou crônico ⧫ Nesse caso, a Íris é bem próximo da córnea AGUDO ⧫ Há um bloqueio do ângulo da câmera anterior e a pressão sobe absurdamente, o que causa dor no paciente. ⧫ Há uma interrupção aguda do escoamento do humor aquoso que causa a elevação da pressão intraocular. ⧫ Sintomas: dor ocular e pericular severa, baixa de acuidade visual, náuseas e vômitos; ⧫ Sinais: congestão ciliar, edema de córnea, câmera anterior rasa, papila paralitica, pio elevada, ângulo camerular fechado ⧫ Tratamento: o Essencialmente cirúrgico o Manitol endovenosos – dois frascos de 250mlem bolos para baixar a pressão intraocular através da desidratação do vítreo. ▪ Sinequias anteriores: adesão entre a íris e a córnea. 4 Lahyse Oliveira 2021.2 IRIDECTOMIA: 1. Deve se ir na periferia da íris do paciente, em busca deum local com uma depressão maior. Naquele ponto se dispara o lazer que irá causar uma fotodirrupção – microexplosão dentro do olho do paciente. Geralmente se faz superior 2. Se abre uma comunicação entre a câmera anterior e a superior, tornando o ângulo aberto. Geralmente isso é feito profilaticamente. CRÔNICO ⧫ O paciente faz pequenas crises que em geral duram menos de uma hora, pois há um fechamento parcial e abrupto do ângulo com reaberturas frequentes. ⧫ Sintomas: brando, dor ocular leve, borramento visual, halos ao redor das luzes. ⧫ Sinais: pio elevada, ângulo camerular estreito. ⧫ Tratamento: mesmo do agudo com restrição ao uso de derivados da epinefrina. o Tem que fazer logo o lazer para evitar pequenas crises GLAUCOMA CONGÊNITOS ⧫ Responsável por 2-15% dos pacientes cegos. Geralmente ocorre no sexo masculino. ⧫ Isso ocorre no 7 mês de vida intrauterina, no momento do desenvolvimento do ângulo – a criança nasce com glaucoma. ⧫ Sintomas: lacrimejamento sem secreção, fotofobia, blefaroespasmo, aumento do globo ocular, turvação corneana. ⧫ Sinais: aumento no diâmetro corneano, escavação patológica (fundoscopia), aumento no diâmetro antero-posterior do globo ocular (ecografia). ⧫ Esse paciente deve ser examinado sob anestesia geral -→ fazer usg, medir a córnea ⧫ Tratamento cirúrgico o mais rápido possível. GONOTOMIA 1. Incisão na córnea (paresente). 2. Injeta-se uma substância para fecha a pupila. 3. Injeção de viscoelástico dentro do olho – protege as estruturas internas do olho. 4. Colocação de lente sobre o olho da criança e enxerga-se o ângulo dele. No lugar do trabeculado se faz uma abertura de 180 graus para criar uma saída para o humor aquoso do paciente, utilizando a via normal. 5. Para essa cirurgia poder ocorrer, a córnea tem que ser transparente. GLAUCOMA SECUNDARIOS 5 Lahyse Oliveira 2021.2 Diabetes na Oftalmologia RETINOPATIA DIABÉTICA EPIDEMIOLOGIA ⧫ 6-10% da poulação geral é diabéticas e 50% desses não sabem; ⧫ 15% desses diabéticos são insulinodependentes (DM1) e 85% não depende de insulina (DM2). ⧫ No global, dos pacientes DM até 30% dos pacientes irão desenvolver algum grau de retinopatia diabética. ⧫ Brasil: existem amis de 20 milhões de pessoas diabéticas, 15 % desses pacientes podem desenvolver a forma mais grave, que é a retinopatia diabética proliferativa. ⧫ Bahia: 5% da população maior de 18 anos de idade já sabe que é DM. ⧫ Dos 20-65 anos, é a maior causa de cegueira irreversível o A maior causa de cegueira→ catarata o Maior causa de cegueira irreversível dos 20-65 anos→ DM o Maior causa de cegueira acima dos 65 anos → glaucoma ⧫ DM é responsável por quase 30% dos pacientes cegos do mundo FATORES DE RISCO PARA RD ⧫ Tempo de doença (+ importante) ⧫ Controle glicêmico ⧫ Raça (negro > braço > japonês) ⧫ Sexo (DM1 - homem) ⧫ Gravidez ⧫ HAS /tabagismo (agrava) ⧫ Tipo de DM (Tipo 1 e insulino dependente → prognostico pior) ⧫ Gentetica ⧫ Nefropatia – quando o paciente tem nefropatia diabética, invariavelmente ele também tem RD TRATAMENTO ⧫ Dois pilares do tratamento: controle da glicemia e exame oftalmológico regular. O primeiro exame: o No DM1 é feito 5 anos após o diagnóstico o DM2 é feito imediatamente ao diagnóstico. ▪ DM1 se torna sintomático imediatamente e o DM2 pode ficar assintomático por anos, sem saber que DM. o O exame do fundo de olho deve ser realizado sobre midríase até média periferia (onde mais ocorrem as alterações do DM) DIABETES NA GESTAÇÃO ⧫ Diabética que engravida: Surgimento e agravamento da retinopatia. O exame deve ser feito a cada trimestre. ⧫ Diabetes gestacional: não tem risco de retinopatia FISIOPATOLOGIA DA RETINOPATIA ⧫ Hiperglicemia crônica causa uma microangiopatia. ⧫ Os capilares da retina e do SNC tem uma permeabilidade seletiva através das barreias hemato-retinianas: externa (EPR/epitélio pigmentar da retina – embaixo da retina em contato com a coroide) e interna (endotélio capilar – alvo da DM) o que serve para manter a retina deturgecida (sem edema). QUEBRA DA BARREIRA ⧫ No arcabouço do vaso sanguíneo, há o endotélio vascular e pericitos. O aumento e diminuição da glicemia causa um estresse oxidativo com a morte do pericitos, o que causa o enfraquecimento da parede, consequentemente há a geração de microaneurismas. o O microaneurisma é uma parede frágil e não tem a capacidade de manter os nutrientes, sais, gorduras dentro do vaso, dessa forma, há o extravasamento dessas substâncias. O paciente então cursará com hemorragias, edema retino e exsudatos duros. ▪ Exsudatos duros são proteínas e sais que saem do vaso sanguíneo e se depositam nos tecidos. Eles deveriam estar dissolvidos no plasma. 6 Lahyse Oliveira 2021.2 ⧫ O vaso percebe está fragilizado e como mecanismo de proteção ele espessa a membrana basal e o endotélio, o que diminui o lúmen. Para o alimento sair desse vaso sanguíneo, ele precisa vencer um determinado gradiente de pressão e perfusão. Assim, se a parede está mais espessada, ele terá mais dificuldade de sair do vaso para nutrir a célula, logo haverá uma diminuição da perfusão e oclusões capilares. Consequentemente, haverá isquemia e as células externas recebem estímulos angiogênico para produzir fatores endoteliais chamados de VEGF. Esse VEGF produzirá um novo vaso sanguíneo para nutrir essa célula, e através disso haverá as alterações chamadas de exsudatos algodonosos, irmãs e neovasos. QUADRO CLÍNICO ⧫ Até 40% do DM1 envolve RD. Depois de 15 anos de DM até 90% tem algum grau de RD. ⧫ Já o DM2 tem 20% de chance de desenvolver RD. ⧫ A avaliação clínica tem dois focos: gravidade da retinopatia e acometimento macular (maculopatia diabética). GRAVIDADE DA RETINOPATIA: A RDP é uma evolução da RDNP, portanto as características da não proliferativas estão presentes na proliferativa também. RETINOPATIA NÃO PROLIFERATIVA: ⧫ Esse é o quadro em que o paciente cursa com haverá microaneurismas (primeiro achado), hemorragias intraretinanas (microhemorragias e hemorragias em blot), exsudatos duros e tortuosidade venosa. Isso tudo causa edema na retina o que borra a visão do paciente ⧫ Sinais de gravidades: ensalsichamento venoso e IRMAs. o A artéria que leva o sangue para a periferia está espessada, causando o aumento da pressão. Contudo, como tentativa de diminui essa pressão, o vaso cria um shunt direto da artéria para veia, o que é justamente a IRMAs. Como o shunt causa o retorno do sangue antes de chegar na periferia, há o aumento da isquemia na periferia da retina. ▪ Devido a essa isquemia, há mais produção de fatores angiogenicos para aumentar a produção de novos vasos sanguíneo. RETINOPATIA PROLIFERATIVA ⧫ Ocorre o surgimento de neovasos, como se fosse uma medusa no nervo ótico e/ou arbustos na retina mais periférica – neovasos “elsewhere”. ⧫ Além disso, a proliferação fibro-glial ocorre da seguinte forma: os neovasos proliferam a partir de nervo ótico e crescem desordenadamente em direção ao vítreo. Como vítreo é gelatinoso, ele fica balançado e o que gera risco de romper esses neovasos, causando hemorragias que podem levar o paciente a perder a visão. O organismo, como mecanismo de proteção, prolifera um tecido fibro-glial que quando tracionado causa o descolamento de retina tracional, comum em paciente com RD. ⧫ Esses quadros podem ocasionar hemorragias que borram a visão do paciente. Elas são classificadas entre: o Pré-retinianas:entre a retina e o vítreo o Retinanas: no próprio vítreo ⧫ Sinais de gravidades/doenças avançadas: presença do descolamento de retina tracional e o surgimento do glaucoma neovascular. o Os neovasos proliferam no seguimento anterior sob a íris do paciente. Nesse percurso, esses vasos passam pelo trabeculado, fechando-o origina esse glaucoma. Ele tem um controle muito difícil. 7 Lahyse Oliveira 2021.2 TRATAMENTO SISTÊMICO ⧫ Controle glicêmico intenso, com glicemia menor que 120mg% - diminui o risco de RD e retarda a progressão. ⧫ Exercícios ⧫ Reduzir HAS ⧫ Controlar dislipidemias ⧫ Diminuir tabagismo OCULAR Opções de tratamento: ⧫ Fotocoagulação a laser da retina ⧫ Cirurgia de vitrectomia posterior ⧫ Injeção intra-vitrea de drogas antiangiogênicas. Até o final dos anos 70, não havia tratamento específico, então iniciaram os estudos: ⧫ Diabetes retinopathy study (DRS): Um deles fotocoagulava a retina do paciente, o que demonstrou a diminuição da progressão da RD. CLASSIFICAÇÕES: ⧫ Para avaliar como esses pacientes estavam, houve uma classificação desses pacientes, o que levava em consideração as caraterísticas de alto risco para cegueira, que são: o Presença de neovasos de disco maior que ¼ da circunferência de disco o Hemorragia pré-retiniana ou vitreia com o neovaso em vítreo ou neovasos em qualquer outro lugar. ⧫ A presença de algum desses indica que o paciente tem chance de ficar cego. ⧫ Classificação da retinopatia diabética não proliferativa: o Leve: quando o paciente tem um microaneurisma em ambos os olhos ou quadro microaneurisma em um olho. ▪ Caso esse paciente não mude, nem tratada nada, esse tem uma chance de 15% de ele retornar ao consultório em 5 anos com as características para cegueira. o Modera: o paciente apresenta mais de um microaneurisma ou micro hemorragias em ambos os olhos. ▪ Caso esse paciente não mude, nem tratada nada, esse tem uma chance de 30% de ele retornar ao consultório em 5 anos com as características para cegueira. o Grave (4:2:1): micro aneurisma em quatro quadrantes (4), ensalsichamento venoso em dois quadrantes (2) ou IRMAs em um quadrante (1). ▪ Caso esse paciente não mude, nem tratada nada, esse tem uma chance de 60% de ele retornar ao consultório em 5 anos com as características para cegueira. o Muito grave: quando o paciente tem mais que um da grave. Ex: 4 e 2, 1 e 2. ▪ Caso esse paciente não mude, nem tratada nada, esse tem uma chance de 75% de ele retornar ao consultório em 5 anos com as características para cegueira. METÓDOS DE TRATAMENTO ⧫ PANTOFOTOCOAGULAÇÃO A LASER DA RETINA: privilegia- se as áreas nobres para aumentar a oxigenação da retina e principalmente da macula. Poupa-se a macula e o nervo ótico e, fotocoagula o restante da retina. o Procedimento: coloca-se uma lente em contato com a superfície ocular e depois dispare-se lazer na periferia da retina do paciente justamente para 8 Lahyse Oliveira 2021.2 atrofias a retina periférica e impedir que ela fique soltando estímulos de produção de neovasos. o Indicação: gravidade do quadro, retinopatia proliferativa, retinopatia não proliferativa de alto risco (casos selecionados: bilateral, presença de RDP no olho adelfo, acompanhamento duvidoso, gravidez e pré-operatorio de facetomia ou capsulotomia) e edema macular. ▪ Edema macular: é o comprometimento da macula, com presença de exsudatos duros que borra a visão do paciente. MACULOPATIA DIABÉTICA ⧫ Apresenta dois tipos: o Edema: é a causa mais frequente de baixa acuidade visual no paciente diabético. Existem dois tipos ainda: ▪ Focal ▪ Difuso o Isquemia EDEMA ⧫ O edema é chamado de clinicamente significativo a presença de edema próximo a região da fóvea do paciente. ANGIOGRAFIA FLUORESCEÍNICA ⧫ Injeção de contraste que irá encher as artérias e veias. o Paciente normal: Esse contraste permanece dentro dos vasos sanguíneos e não extravasa porque sua parede não tem nenhum problema. o Paciente com RD: presença de microaneurismas (pontinhos brilhando), extravasamento de sais, aspecto bem edemasiado. TOMOGRAFIA DE COERÊNCIA ÓTICA (OCT): ⧫ Serve para ver o edema do estroma retiniano de um paciente. ⧫ Podemos seguir isso para ver se o tratamento instituído causado alguma melhora na anatomia da retina ou não. FOTOCOAGULAÇÃO A LASER MACULAR ⧫ Focal: se faz um lazer só no ponto de vazamento ⧫ Difuso: se faz o grid macular, que é um tratamento mais pobre, pouco usado pois a chance de comprometer a retina é muito grande. 9 Lahyse Oliveira 2021.2 ISQUEMICA ⧫ Não tem tratamento ⧫ Comprometimento da irrigação da macula e ele terá uma baixa da acuidade visual considerável, sem edema. TRATAMENTO CIRURGICO ⧫ Em alguns casos, lança-se mão de fazer a vitrectomia. o VITRECTOMIA: insere-se trocateres que retiram o vítreo do paciente de dentro do olho e coloca algum substituto (ar, óleo ou silicone), faz fotocoagulação a lazer r injeção de fatores antiangiogenicos. ⧫ Novos tratamentos: o ANTI-ANTIGIOGENESES INTRA-VITREA: diminui neovasos, diminui edema e melhora a visão. Diminuí a permeabilidade capilar já que o fator de crescimento vascular torna esses vasos mais incompetentes. ▪ Procedimento: limpar, campos esteiris e isolamento dos cílios. Blefoestafio para manter o olho do paciente aberto e injeção de iodo (evitar infecções secundárias) e marca uma distância de 3,5 a 4 mm do limbo do paciente, onde se injeta os fatores antiangiogenicos. ACOMPANHAMENTO ⧫ Sem RD → anual ⧫ RDNP leve ou moderada → a cada 6 meses ⧫ Edema não significativo → 4 meses ⧫ RDNP gave → 3 meses e discutir a possibilidade de tratamento com azer ⧫ Edema macular clinicamente significativo e RDP→ tratar com lazer, cirurgia ou terapia antiangiogenica. MISSÃO DO MÉDICO Concientizar o paciente diabético da necessidade do exame regular e encaminhar para exame oftalmológico quando necessário. AS VASCULOPATIAS E O OLHO RETINOPATIA DA PREMATURIDADE VASCULOGENESE DA RETINA ⧫ Na vida intraurterina, os vasos crescem do nervo ótico a partir do 4 mês de gestação, até a zona 1, a qual é o dobro da distância entre a fóvea e o nervo ótico. À medida que crescemos, nas 36 semanas os vasos chegam a periferia nasal, o que é chamado de zona 2, que não inclui a periferia temporal. No período das 36 a 40 semanas, esses vasos crescem até a periferia temporal o que é chamado de zona 3. o Quando o bebê nasce antes das 40 semanas de vida, tem uma chance maior de desenvolvera retinopatia da prematuridade. FISIOPATOLOGIA ⧫ Quando uma criança nasce prematura, o primeiro passo é colocar sob oxigênio, o qual causará uma vasoconstricção retiniana que estará toda vascularizada. Isso impede o crescimento vascular em direção a periferia retiniana, com isso haverá uma isquemia da periferia e produção de fatores de crescimento vascular (VEGF, ETC) que causará alterações retinianas e neovascularização. A neovascularização originará a proliferação fibroglial que pode causar um descolamento de retina do paciente. ⧫ Em geral, esse ciclo da retinopatia da prematuridade demora em torno de 4 semanas de vida → esse é o tempo que temos para impedir esse processo, através do acompanhamento oftalmológico semanal. 10 Lahyse Oliveira 2021.2 CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA ⧫ Estágio I: linha de demarcação: ⧫ Estágio 2: formação de crista com tecido mais fibroso ⧫ Estágio 3: proliferação de neovasos, com distorção do tecido retiniano. ⧫ Estágio 4: descolamento parcial da retina – e não pior que é o descolamento tracional; ⧫ Estágio 5: descolamento total da retina em funil fechado – baixas chances do pacientes enxergar. TRATAMENTO ⧫ Lazer ⧫ Fazer o mapeamento de retina para evitarque o paciente fique cego. RETINOPATIA FALCIFORME ⧫ As hemácias normais atravessam pelo vaso e as hemácias falcêmicas pode fazer fenômenos vasoclusivos e acabar a perfusão da retina periférica principalmente, o que leva ao sifam - borda como se fosse a margem de arrebentação de ondas do mar. ⧫ Visualização na angiografia: retina isquêmica na periferia com neovascularização. ⧫ Exame feito uma vez por ano para detectar alterações ⧫ Tratamento fotocoagulação para impedir a evolução para um descolamento de retina tracional no longo prazo. 11 Lahyse Oliveira 2021.2 Doenças da Retina Uveítes posteriores ⧫ Sintomas: moscas volantes e bav o É normal tem duas ou três moscas volantes, mas se você acordou e tem muitas, algo está diferente. ⧫ Sinais: turvação vítrea (vitreíte), lesão retina/coroide (coriorretinite) e vasculite associada. o Usg: o vítreo deve ser aneicoica (não gera nenhum eco) e a segunda imagem é de um vítreo hipernecoico que está inflamado → isso demonstra uma vitreite. o Lesão de coriorretinite: inflamação da coroide da retina o Vasculite associada: vaso distorcido com exsudação importante. É o chamado de vaso em cera de vela, típico de tuberculose Toxoplasmose ocular ⧫ Principal causa de uveíte posterior no brasil ⧫ Toxoplasma gondii é parasita intra-celular obrigatório. Tem como hospedeiro definitivo o gato e hospedeiros intermediários à outros animais (homem). ⧫ Contamina: direta por gato → fezes → oocisto → ingestão direta ou indireta por oocisto → boi ingere → cisto no tecido (brazidoíto) → carne mal passada ⧫ A Ingestão causa uma infecção sistêmica, sendo que no paciente imunocompetente costuma ser assintomática (+freq). Quando tem sintomas, são: febre + linfadenopatia raro + meningoencefalite. Em imunodeprimidos, há um risco de doença fatal. ⧫ Na infecção sistêmica, o IgM será + na fase inicial. o Taquizoíto o Imunofluorescência indireta ⧫ Após infecção sistêmica o IgG + IgM – o Cistos depositados pelos tecidos ▪ Imunocompetentes → tropismo pela retina ▪ Imunodeprimidos→ tropismo pelo snc ⧫ após longo tempo de inatividade (10-35 anos), o cisto eclode à taquizoíto causando uma retinocoroidite ⧫ Uveíte posterior ou difusa: dano colateral pelo edema causando alterações anatômicas da fóvea, o que causa uma baixa de visão. TOXOPLASMOSE CONGENITA ⧫ Toxoplasmose congênita: Se gestante → transmissão fetal → toxoplamose congênita no início da gestação → natimorto. o No final tríade de sabin: coriorretinite macular, microftalmia e hidrocefalia (calcificações intra- cranianas o Causa cegueira. 12 Lahyse Oliveira 2021.2 TRATAMENTO ⧫ Duração de 6 semanas ⧫ Clássico: o sulfadiazina 1g 6/6hs + pirimetamina 50mg/dia + ac. Folínico 7,5mg/dia + prednisona oral 1mg/kg/dia desmamando ⧫ Com a sulfadiazina e a predinosona oral, tratar uveíte anterior se presente; OUTRAS CAUSAS DE UVEÍTE POSTERIOR : ⧫ Infecciosas o Tuberculoses o Sífilis o Hiv – atualmente é menos comum no HIV pelo coquetel o Herpes o Cmv o Toxocaríase ⧫ Outras não infeciosas Descolamento de retina ⧫ Ocorre quando o epitélio pigmentar da retina se separada da retina neurossensorial. ⧫ Causas: o Regmatogênico (rotura) mais frequente o Não regmatogênico (tracional): apresenta imagem em tabua de mesa. ▪ Retinopatia diabética ▪ Oclusão vascular ▪ Retinopatia da prematuridade o Exsudativo: há uma inflamação da coroide (coroidite) ou a partir de uma neoplasia que se instalou na coroide ou uma doença autoimune por Vogt- Koyanagi-Harada. DESCOLAMENTO DE RETINA REGMATOGÊNICO ⧫ Ocorre quando o vítreo causa o descolamento de retina: o vítreo é bem aderido na retina através da membrana hialóide (adesão íntima com a MLI). Assim, quando a hialoide se solta por conta da idade, o vítreo que também está se degenerando, tem uma tendencia a se soltar, causando o descolamento total do vítreo. Ao se soltar, ele pode causar uma rotura da retina (1 imagem), a qual começa infiltrar liquido e descolar a retina (2 imagem). É necessária uma intervenção rápida nesses casos para evitar que o descolamento chegue a região da macula do paciente. o Idade → Ac. Hialurônico No Vítreo → Colapso Das Fibras Vítreas → Volume Vítreo + Liquefação → Separação Hialóide / Retina (Descolamento Do Vítreo Posterior) o Esse descolamento é típico de um paciente míope. ⧫ Sintomas: Moscas Volantes, Fotopsias (Flashes Luminosos) ⧫ Imagem de rotura da retina no USG: ⧫ No exame de dilatação da pupila, busca-se áreas de lesões prediponentes ao descolamento de retina, o que é chamado de genereração periférica da retina, sendo a mais comum a degeneração lattice. o A degeneração lattice: é uma área de alta adesividade do vítreo e mais frágil da retina. ▪ Quando a pessoa tem várias áreas lattices, é necessário fazer laser para evitar a evolução para um descolamento de retina. 13 Lahyse Oliveira 2021.2 ⧫ Quando há a rotura da retina, abre-se um buraco e o liquido entra e vai descolando a retina, a medida que ele progride até chegar a macula do paciente. ⧫ O ideal é interromper o descolamento antes de chegar na região da macula do paciente ⧫ USG: imagem de descolamento de retina com alta refletividade e baixa mobilidade. o Todo descolamento de retina termina nervo ótico do paciente, que é onde as fibras da retina migram para o sistema nervoso central. ⧫ Sintomas: escotoma e bav (macula acometida). TRATAMENTO ⧫ Se foi visualizado somente a degeneração predisponente, deve se feito fotocoagulação a laser na região periférica da retina. ⧫ Cirurgia: tamponar a rotura. o 1 -Aproximar parede ocular da retina ▪ Se o paciente tem um pequeno descolamento, pode se fazer uma retinopexia, que consiste em passar uma faixa para encostar a região que rompeu na parede da retina e impedir que o liquido fique infiltrando essa região o 2 - Aproximar retina da parede ocular. ▪ Cirurgia para retirar todo vítreo (vitrectomia) do paciente e infusão de perfluorcarbono pesado • Essa substância pesada empurra o líquido para fora do espaço subretiniano. o 3- Fotocoagulação a laser da retina ▪ Feito na região da rotura para criar adesão entre retina e epr/coróide o 4 - Implante de substituto vítreo que mantenha retina colada até laser totalmente cicatrizado ▪ Será retirada a substância pesada e inserido gás ou óleo de silicone para segurar a retina enquanto ela cicatriza. Maculopatias ⧫ Mácula: cones, detalhes, cores e visão central ⧫ Queixas: escotoma central, metamorfopsia e dificuldade com cores. 14 Lahyse Oliveira 2021.2 Degeneração macular relacionada a idade ⧫ É uma das causas de cegueira mais importantes em maiores de 65 anos de idade, correspondendo em até 8,7% das causas de cegueira. ⧫ Prevalência: à medida que a população envelhece, a expectativa de vida aumenta, menor ingestão de frutas e verduras, raios UV, consumo de álcool e tabaco, dcs cardiovasculares e fatores genético. o Há uma maior presença de agentes oxidantes no corpo que facilitam a degeneração da retina o que pode causar a degeneração macular relacionada a idade. ⧫ Duas formas: o Forma Seca/trófica (85-90%): cursa com drusas e alt. Pigmentares. O risco de ter uma bav severa é de 20%. o Forma Úmida Ou Neovascular (10-15%): haverá um neovaso que pode sangrar e baixar a visão do paciente. ▪ A principal é a membrana neovascular subrretiniana que é um vaso que passa embaixo da retina e pode causar um sangramento nessa porção da retina, com uma baixa de visão severa (80% dos casos) • Esse paciente precisará da aplicação de injeções dentro do olho, várias vezes para impedir sangramentos e o comprometimento da visão.⧫ Censo demográfico 2000 o No brasil: são pessoas com mais de > 55 anos, e estão em torno de 34.ooo.ooo pessoas. o Se 14% desenvolve DMRI, 5.000.000 pessoas pode vir a desenvolver cegueira por conta dessas alterações o 10-15% dessas 5.000.000 → 500.000 a 750.000 pessoas desenvolverão a dmri exsudativa DISTROFIAS ⧫ Doenças hereditárias bilaterais simétricas RETINOSE PIGMENTAR ⧫ Retinose pigmentar (distrofias de bastonetes): haverá uma destruição progressiva dos bastonetes. ⧫ Sintomas: inicialmente o paciente tem uma cegueira noturna (nictalopia), campo visual tubular (só enxerga com a mácula – cones. o Os bastonetes são responsáveis pela visão noturna. ⧫ Transmissão: ad(+frequente), esporádica, ar. ⧫ As manchas escurecidas nas retinas são chamadas de espiculas ósseas, as quais tomam a região da retina do paciente, causam uma atrofia progressiva das camadas da retina e tornam o nervo ótico cada vez mais pálido. Isso gera a perda de visão progressiva. Geralmente os sintomas se iniciam na segunda década de vida, e o paciente fica cego por volta dos 40 anos de idade. o Comprometimento similar ao do glaucoma ⧫ Prognóstico o Início dos sintomas → 1a década o Posteriormente → lesão de cones, atrofia do nervo óptico e cegueira (40`s) 15 Lahyse Oliveira 2021.2 Infecções Orbitárias e Periorbitária CELULITE ORBITÁRIA ⧫ É a inflamação do tecido mole que está ao redor do globo ocular, principalmente a gordura periorbitária. o Um edema grande nessa região, pode empurrar o olho para fora e também haverá uma compressão de vasos sanguíneos, o que aumenta a pressão da orbita e diminui o fluxo de sangue para o globo ocular; o É chamada de celulite orbitaria quando a inflamação da orbita está atrás do septo orbitário – atrás da parte posterior. Quando a inflamação é na parte anterior, é uma celulite pré-septal. ▪ Contudo, uma celulite pré-septal, se não tratada, pode evoluir para uma celulite orbitaria. ⧫ Sintomas: olho vermelho, visão borrada/visão dupla, edema palpebral/secreção, cefaleia/dor dentária/dor supraorbitária/hiperestesia (dor absurda ao toque). ⧫ Sintomas: edema, eritema, calor, febre, quemose conjuntiva e injeção ciliar, proptose, restrição motilidade ocular e dor ao tentar mover, defeito pupilar aferente (casos graves – comum quando há uma sisnusite etmoidal associada) – ao colocar luz, a pupila não dilata. ⧫ Geralmente Tc monstra uma sinusite etmoidal associada o TC: Protrusão do globo ocular formando uma exoftalmia ETIOLOGIA ⧫ Extensão direta sinusite ( etmoidal mais comum, até 90%) ⧫ Dacrioadenite/ panoftamite/ infecção dentária ⧫ Sequela de trauma orbitário ou cirúrgia (orbitária sinusal ou oftalmológica) ⧫ Trauma/ CE intraorbitário retido ⧫ Extensão vascular/ bacteremia ⧫ Trombose séptica do seio cavernoso ORGANISMOS ⧫ Adulto- Staphy/Strep ⧫ Criança- Haemophilus influenzae (raro em crianças vacinadas) ⧫ Pós trauma- bastonetes Gram- (pseudomonas) ⧫ Infecção dentária- Mixto Aérobios e Anaeróbios ⧫ Imunocomprometidos –Fungos ( murcomicose, Aspergillus) CONDUTA ⧫ História - Trauma, infecção vias aéreas? Ouvido? Abcesso dentário? Mudança de estado mental? Diabetes? Imunocomprometimento? ⧫ Exame oftalmológico e físico ⧫ Hemograma e Hemocultura ⧫ TC ⧫ Explorar feridas pra colher material e drenar ⧫ Consulta Neurologista ou neurocirurgião se desconfiar de meningite ( punção) ⧫ Consulta com Otorrino se tiver sinusite DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ⧫ Neoplasia o Linfoma, rabdomiosarcoma – expansão rapida ⧫ Pseudotumor inflamatório ⧫ Orbitopatia Graves TRATAMENTO ⧫ Antibióticos o Cefalotina/gentamicina/metronidazol o Ceftriaxone ou Ceftazidime/Amicacina/metronidazol o Vancomicina: para pacientes resistências a cefalosporina. o Sempre que possível, ser guiado por culturas o Amoxacilino/clavulonato após alta hospitalar ⧫ Cuidados locais ⧫ Cantotomia em casos extremos (orbita tensa-neuropatia): cirurgia para aliviar a pressão da orbita. ⧫ Debridamento em caso de fungos o Anfotericina ⧫ Corticóides???? o Aguardar pelo menos 24-48h antes de iniciar 16 Lahyse Oliveira 2021.2 COMPLICAÇÕES ⧫ Meningite 2% ⧫ Trombose do seio cavernoso 1% o Até 50% mortalidade CANTOTOMIA: 1. Pega-se uma pinça e tesoura e corta o ligamento lateral do paciente para diminuir a pressão orbitaria (deixa o olho sair da orbita). 2. Afasta-se o ligamento do osso 3. Isso dá tempo para o olho se recuperar CELULITE PRÉ-SEPTAL ⧫ Deve ser tratado ⧫ Pode causar blearite, microabsesso, meiobomite... ANEXOS BLEFARITE – HORDEOLUM ⧫ Inflamação da borda da palpebral - um microabscesso no folículo piloso. CANALICULITE ⧫ Inflamação do canalículo lacrimal ⧫ Drenagem e passar ATB ⧫ Encaminhar para o especialista para avaliar ma formações congênitas. DACRIOADENITE ⧫ Autolimitada ⧫ Infecciosa (contiguidade pelos dutos lacrimais) ⧫ É mais comum que seja por doença crônica ⧫ Crônica o Sjogren o Graves o Sarcoidose ⧫ É incomum que seja aguda. DACRICISTITE ⧫ É uma inflamação do saco lacrimal ⧫ Esquerdo mais comum ⧫ 70-80% sexo feminino ⧫ Crianças e adultos >40anos ⧫ Braquicefálicos ⧫ Aguda/Cronica o Baixa mortalidade o Alta morbidade ⧫ Neonatal o Alta mortalidade o Pode evoluir com facilidade para celulite orbitária nessa faixa etaria ⧫ Tratamento ATB oral INFESTAÇÃO ORBITARIA ⧫ Miiase: para remover, idealmente se coloca o paciente sob anestesia geral, usa-se éter/pomada na cavidade, o que sufoca as larvas e faz com quem elas saiam e é nesse momento que o medico retira a larva. 17 Lahyse Oliveira 2021.2 Neuroftalmologia Básica O QUE A NEUROFTALMOLOGIA ESTUDA? ⧫ Doenças do olho e do aparato visual: Nervos cranianos, quiasma optico, cortex ⧫ 60% cortex está ligado de alguma forma a visão ⧫ Aferente: como a informação chega ao SNC, o caminho. Nervo optico, retina, quiasma optico, cortex ⧫ Eferente: o córtex manda as ordens para os músculos executarem. III, IV, VI, músculos oculares e vários centros de conexões cerebrais SINTOMAS NEUROFTALMOLÓGICOS ⧫ Perda visual o Transitória ou constante o Mono ou binocular ⧫ Diplopia ⧫ Ptose – olho caido ⧫ Disturbios visuais ⧫ Irregularidades da pupila ⧫ Espasmos faciais ou palpebrais ABORDAGEM CLÍNICA ⧫ Anamnese é a parte mais importante ⧫ Onde é a lesão? ⧫ O que pode ser a lesão? ⧫ É uma emergência? DOENÇAS DO SISTEMA AFERENTE ⧫ Neurite ótica ⧫ Neuropatia óptica Isquêmica o Arteritica o Não arterítica ⧫ Outras neuropatias ópticas o Compressiva, inflamatória, hereditária, papiledema ⧫ Doenças do quiasma óptico ⧫ AVC causando defeitos campo visual DOENÇAS DO SISTEMA EFERENTE ⧫ Neuropatias Cranianas (III, IV e VI) ⧫ Nistagmo ⧫ Miastenia Ocular ⧫ Blefaroespasmo / Espasmo Hemifacial ⧫ Anormalidades da Pupila O QUE EU POSSO FAZER POR UM PACIENTE COM PERDA VISUAL? ⧫ Antes de encaminhar… vc pode fazer muito! ⧫ Anamnese: Aguda ou crônica? (urgência?) ⧫ Checar a acuidade visual do paciente (tabela de leitura / leitura de perto) ⧫ Checar defeito pupilar aferente ⧫ Fazer um campo visual de confrontação o Campo visual de confrontação: distância de um braço de você na mesma direção que a cavidade ocular do paciente. O paciente cobre um olho e você o olho do mesmo lado e testa o campo do paciente em comparação com o seu campo – faz o “H”, superior e inferior. Testar os dois lados. ⧫ Oftalmoscopia DOENÇAS AFERENTES NEURITE OPTICA ⧫ Perda súbita da visão ⧫ DOR com o movimento ocular ⧫ Mulheres > homens ⧫ Defeito pupilar aferente ⧫ Disco optico normal ⧫ RNM é importante pelo risco de esclerose múltipla 18 Lahyse Oliveira2021.2 RNM NA NEURITE ÓPTICA: ⧫ Lesão na substância branca → Alto risco de desenvolver Esclerose Múltipla. 70% dos casos aos 15 anos NEURITE ÓPTICA ISQUÊMICA ⧫ Idade > 50 anos ⧫ Aguda, SEM DOR, perda visual ⧫ Diabetes, Hipertensão e Dislipidemia ⧫ Defeito pupilar aferente presente ⧫ Oftalmoscopia: Edema do disco e +/- hemorragias NEURITE ÓPTICA ISQUÊMICA ARTERITICA ⧫ Paciente > 60 anos ⧫ Cefaléia, mialgia, perda de peso, febre, dificuldade de movimentar a mandíbula, perda visual transitória. ⧫ VHS bastante elevado ⧫ Necessidade de iniciar esteróides imediatamente e então depois fazer uma biópsia de artéria temporal ⧫ Oftalmoscopia: Edema do disco e +/- hemorragias ⧫ Dd diferencial da neurite optica isquêmica. OCLUSÃO ARTERIAL DA RETINA ⧫ Perda da visão indolor ⧫ Pode ser precedida de amaurose fugaz ⧫ Geralmente a fonte do embolo é usualmente da ponte carotídea ou cardíaca o Causa menos comum Sindrome antifosfolípide ⧫ Pedir doppler de carótida e Ecocardiograma TT o Pode causar oclusão da artéria central da retina o Macula em cereja: retina pálida, mas a macula de coloração normal pois nutrição arterial da fóvea não depende da artéria central e, sim da difusão através do epitélio pigmentar. LESÕES COMPRESSIVAS ⧫ Perda lenta e progressiva da visão ⧫ Pode ser unilateral ou bilateral ⧫ Tumores pituitarios, craniofaringiomas, meningiomas da base do crânio ⧫ Requer RNM para diagnóstico o Edema de papila bilateral o Se for a compressão de um só nervo, como um meningioma pode ser unilateral. DEFEITOS DO CAMPO VISUAL TUMORES PITUITÁRIOS CRANIFARINGIOMA 19 Lahyse Oliveira 2021.2 HEMIANOPSIA HOMONIMA PAPILEDEMA ⧫ Edema do disco secundário ao aumento da PIC ⧫ Cefaléia, visão transitoriamente obscura, diplopia e zumbido ⧫ Acuidade visual normal e campo visual normais nas fases precoces ⧫ Oftalmoscopia: edema de papila bilateral – bordas irregulares, não consegue definir a escavação do nervo optico ⧫ Tomografia de cranio com contraste de urgência HIPERTENSÃO INTRACRANIANA IDIOPÁTICA PSEUDOTUMOR CEREBRAL ⧫ Mulher > homem (9:1) / Idade fértil ⧫ 90% mulheres afetadas tem sobrepeso ⧫ TC, RNM e Fluido Espinhal normal ⧫ Ganho de peso recente (6 meses) ⧫ Medicações associadas o Isotretinoína, contraceptivos, hormônio crescimento, tetraciclinas, retirada abrupta de esteróides ⧫ Tratamento o Diuréticos o Cirurgia ▪ Descompressão da bainha nervo óptico ▪ Shunt (baixar a PIC) ⧫ DD de papiloedema MÚSCULOS EXTRA-OCULARES ⧫ Cada musculo extraocular é inervado por um determinado nervo. A grande maioria pelo III par craniano que corresponde ao reto superior, reto medial, reto inferior e obliquo inferior. ⧫ O obliquo superior é inervado pelo IV par ⧫ O reto lateral é inervado pelo VI par. SISTEMA EFERENTE DIPLOPIA ⧫ Questão chave: Desaparece quando vc cobre cada olho? o Se ao cobrir um, você para de ver imagens múltiplas, se sabe que é o alinhamento dos músculos o Se ao cobrir, continua vendo duas imagens → problema específico do olho ▪ Catarata / Astigmatismo irregular / Cicatrizes o Monocular é sempre refrativa ⧫ Examinar sempre pálpebra e pupilas em adição aos movimentos extraoculares ⧫ Examinar todos os pares cranianos PARALISIA I I I PAR ⧫ Pede-se para o paciente olhar para cima, ele olha com um olho, mas o outro não olhar. ⧫ Se pedir para olhar para baixo, e ele so olha com um olho e outro não olhar. ⧫ Ao pedir para olhar para o lado direto, os dois olhos olharam, pois, quem age para olhar para a esquerda é o VI par. Ao olhar para a esquerda, o sexto par esta funcionando em um outro mas o teceiro não está funcionando ⧫ Ainda tem uma ptose palpebral, pois o elevador da pálpebra é inervado pelo III par craniano. ⧫ O problema da paralisia do III par é quando tem o envolvimento da pupila, pois isso pode ser um aneurisma. ⧫ Ressonânsia /Angiorressonância urgente – Aneurisma? o Aneurisma tem que ser acessado o mais rápido possível, PARALISIA DO IV PAR (TROCLEAR) ⧫ Paciente queixa-se de diplopia vertical ⧫ Pode-se apresentar com a cabeça inclinada ⧫ Congênita ou adquirida 20 Lahyse Oliveira 2021.2 o Trauma, infarto vascular, diabetes, HAS, doença desmielinizante SNC ⧫ Teste da cabeça inclinada: pede o paciente para inclinar a cabeça. A posição que corrigir a diplopia vertical é o lado que o quarto par craniano está acometido. o O IV inerva o oblíquo superior PARALISIA VI PAR (ABDUCENTE) ⧫ Mais comum com HAS, Diabetes e Ateroesclerose, Trauma ⧫ PIC elevada, hidrocefalia, glioma ⧫ Pede se para o paciente olhar para o lado, e ele não consegue com um olho e depois pede para ele olhar para o outro lado e ele não consegue. ⧫ Não consegue fazer o movimento lateral do olho. NEUROPATIAS CRANIANAS ISOLAD AS (I I I, IV E VI) ⧫ Geralmente podem ser eventos isquêmicos causados por: diabetes, hipertensão e dislipidemias (mais comum) ⧫ Doenças desmielinizantes ⧫ Compressivo (Tumor e Aneurisma) ⧫ Trauma ⧫ PIC elevada!!! MÚLTIPLAS NEUROPATIAS CRANIANAS ⧫ Isquêmica geralmente acomete um par isolado ⧫ Suspeitar de lesão posterior da órbita e seio cavernoso o No seio cavernoso que está atrás da orbita, há uma rica vascularização. Assim, qualquer compressão nessa região pode levar um comprometimento de múltiplos pares cranianos ao mesmo tempo. ⧫ Sempre suspeitar de lesão expansiva V PAR (TRIGÊMEO) ⧫ É sensitivo – face. ⧫ É o nervo que tipicamente os herpes vírus ficam adormecidos. o Quando o paciente tem herpes labial (pode comprometer o olho também), ele está geralmente em um desses ramos. o Comprometimento da região da face anterior o O herpes zoster acomete a ponta do nariz, por isso temos que examinar o olho também já que ele pode estar acometido, gerando múltiplas complicações. LESÃO VII PAR (FACIAL) ⧫ É um nervo motor que inerva Orbicular. ⧫ Lagoftalmo: o paciente não consegue fechar o olho. ⧫ Tratamento: propor uma boa lubrificação e ocluir esse olho com pomada oftalmológica para manter esse olho umidificado. o Se não for lubrificado, a córnea será ressecada e isso pode gerar um processo infeccioso. CENTRAL ⧫ Enfraquecimento ou paralisia da musculatura da face inferior ⧫ Fecha a palpebral superior e faz pregas na face superior ⧫ AVC, tumores PERIFÉRICA ⧫ Fraqueza ou paralisia da musculatura superior e inferior da pálpebra ⧫ Massas cerebropontinas, fratura (TCE), Otite, Zoster, Paralisia Bell (Viral), HIV, Metastases, sarcoidose, Lyme, etc. 21 Lahyse Oliveira 2021.2 MIASTENIA OCULAR ⧫ Doença do estudante de medicina ⧫ Sinais de Miastenia restritos aos músculos oculares ⧫ Ptose e diplopia associadas a fadiga ⧫ Teste com gelo ou descansar (dormir): colocar gelo sobre a região depois de dois minutos, e ela melhora. o Avaliar melhora ⧫ Anticorpos para receptores acetilcolina (+ 50% dos casos apenas) ANORMALIDADES DA PUPILA ⧫ Anisocoria - pupilas com tamanhos diferentes ⧫ Pode ser um achado acidental ⧫ Fisiológico em 40% pacientes ⧫ Pode ser isolado ou associado a anormalidades da motilidade ocular e palpebral ⧫ Pode ser iatrogenica ou auto-induzida (farmacológica) EXAME DA PUPILA ⧫ Luz diretamente na pupila ⧫ Testar a resposta à imagem próxima (miose com acomodação) o Importante pedir para o paciente ler alguma coisa: quando pedimos isso, fazemos convergência (os dois olhos de fecham), miose da pipula e a acomodação. ⧫ Checar o tamanho da pupila na luz e baixa luminosidade ⧫ Parassimpático (constricção) ⧫ Simpático (dilatação) ⧫ O reflexo da luz vai até o SNC e volta pela via extrapiraminal fazendo o reflexo pupilar de constricção da pupila, tanto de um lado, quanto de outro. SÍNDROME DE HORNER ⧫ Um defeitooculo simpático ⧫ Pupila não dilata no escuro ⧫ Ptose, miose e pseudoenoftalmia ⧫ Causas: o Dissecção de carótida o Trauma pescoço ou cirurgia o AVC tronco cerebral o Tumor de pulmão apical ⧫ RNM / Angioressonância na fase aguda!!!! TUMOR DE PANCOSAT Representação clássica de literatura, de um tumor apical. PUPILA DE ADIE ⧫ Pupila dilatada com luz, mas miótica quando estimulada para leitura ⧫ Mulher jovem ⧫ Trauma orbitário, cirurgia, zoster (frequente) ⧫ Sifilis precoce, arterite de células gigantes, sindrome paraneoplásica 22 Lahyse Oliveira 2021.2 Tic de aperta o olho. É uma condição benigna mas atrapalha em cirurgias. Diagnóstico diferencial das paralisias faciais. Paciente consegue fechar o olho sem problemas
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