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Técnicas para Diagnóstico Precoce das Infecções por Leveduras do Gênero Candida 3 Claudete Rodrigues Paula • Luciana da Silva Ruiz As peculiaridades apresentadas por dife- rentes espécies de Candida spp., do ponto de vista epidemiológico, justificam a necessidade de identificarem-se as leveduras ao nível de espécie quando tais micro-organismos estão associados a doenças sistêmicas. A identifica- ção de leveduras é etapa fundamental para a monitorização das taxas de infecção hospita- lar, bem como para a identificação precoce de surtos de infecções por Candida. Além disso, certas espécies são comum ente associadas a resistência antifúngica. Resistên- cia a anfotericina B tem sido demonstrada em C. lusitaniae e em outras espécies de Candida tais como C.guilliermondii, C. inconspicua, C. kefyr e C. rugosa. Adicionalmente, resistência a azóis (como por exemplo o fluconazol) tem sido demonstrada repetidamente em C. gla- brata e C. krusei, bem como uma resistência adquirida em C. dubliniensis. Uma suscetibi- lidade reduzida aos novos antifúngicos (como por exemplo as equinocandinas) também tem sido observada em espécies tais como C. guilliermondii e C. parapsilosis. Assim, para assegurar uma terapia rápida e adequada, bem como a descrição e notificação de novos patógenos emergentes, é imperativo que as le- veduras sejam identificadas acuradamente ao nível de espécie. Infecções por Candida spp. estão associadas a altos níveis de morbidade e mortalidade; assim, uma identificação preco- ce pode contribuir para o sucesso terapêutico, resolução da infecção e subsequente redução de possíveis surtos. MÉTODOS CONVENCIONAIS PARA IDENTIFICAÇÃO DE LEVEDURAS DO GÊNERO CANDIDA o diagnóstico convencional das infecções por leveduras do gênero Candida é baseado clas- sicamente na microscopia direta de elementos fúngicos no material biológico, seguida pelo isolamento em cultura, permitindo a realiza- ção da análise micromorfológica (microculti- vo em lâmina), pesquisa de tubo germinativo Técnicas para Diagnóstico Precoce das Infecções por Leveduras do Gênero Candida (efeito de Reynolds-Braude) e testes bioquí- micos. A microscopia direta em material biológico é utilizada para a observação de elementos fúngicos como blastoconídios e pseudo-hifas, onde esfregaços do material analisado são corados pelo método de Gram, permitindo se- parar as leveduras das bactérias e de outros micro-organismos (Fig. 3.1). Estruturas fún- gicas mostram-se Gram-positivas. Quando a pesquisa de fungos é realizada em material de pelo, pele, unha ou secreção respiratória, prefere-se a utilização de reagente digestor e clarificante (potassa) (Fig. 3.2). No entanto, o exame direto não permite a identificação do gênero e espécie da levedura. Fig. 3.1 Candidíase. Coloração pelo Gram. Fig. 3.2 Candidíase. Pseudofilamentação. KOH. 17 Dessa forma, todo material biológico deve ser processado para o isolamento do micro-orga- nismo em cultura, que possui maior sensibili- dade, além de permitir identificação ao nível de espécie a partir de técnicas adequadas. Para o isolamento de leveduras de material biológico, pode-se utilizar o ágar Sabouraud- dextrose com cloranfenicol (Fig. 3.3) (ampla- mente empregado), o Brain Heart Infusion (BHI), e em casos de suspeita de contamina- ção por mais de uma levedura é recomendado o plaqueamento em meio cromogênico especí- fico (CHROMagar Candida'"). O microcultivo em lâmina é empregado para o conhecimento da micromorfologia da levedura. As características do pseudomicélio, pseudo-hifa, hifa verdadeira, forma e dispo- sição dos blastoconídios, presença ou não de clamidoconídios, permitem, quando associa- dos ao comportamento fisiológico, a diferen- ciação das espécies (Fig. 3.4). A produção de tubos germinativos após duas a três horas de incubação, a 37°C, em soro, plasma ou clara de ovo,é um método eficiente na identificação rá- pida de C. albicans e C.dubliniensis (Fig. 3.5). A prova de termotolerância a 42°C e 45°C é empregada para separar as duas espécies. C. albicans cresce a essas temperaturas, porém o mesmo não ocorre para C. dubliniensis. Nos testes bioquímicos para caracterização do perfil metabólico dos isolados fúngicos, são Fig. 3.3 Candidíase. Cultura - ágar Sabouraud-dextrose. Aspecto macroscópico. 18 Técnicaspara Diagnóstico Precoce das Infecções por Leveduras do Gênero Candida observadas a utilização de compostos de car- bono por fermentação (zimograma) e a assi- milação de fontes de carbono e do nitrogênio (auxanograma). A fermentação de açúcares indica a produção de gás, uma vez que no final desse processo metabólico as leveduras pro- duzem álcool e CO2. Essas provas são padro- nizadas pelo uso de tubos coletores (tubos de Durham) de gases (Fig. 3.6). Na assimilação é observado o aumento de células leveduri- formes em meio completo que contenha um determinado composto como única fonte de carbono ou nitrogênio (Fig. 3.7). Fig. 3.4 Candidíase. Microcultivo. Candida a/bicans. Fig. 3.5 Candida a/bicans. Tubo germinativo: levedura + soro fetal bovino (2 horas - 37°C). Ressalta-se que é de extrema importância realizar o controle de qualidade do próprio la- boratório por meio de intercâmbios com cen- tros de referência e empregar cepas padrões em todos os ensaios laboratoriais para ga- rantir a eficiência da metodologia empregada (Fig.3.8). TUBO DE DURHAM ++ Fig. 3.6 Candida spp. Zimograma - fermentação de açú- cares. Fig. 3.7 Candida spp. Auxanograma - prova de assimi- lação. Técnicas para Diagnóstico Precoce das Infecções por Leveduras do Gênero Candida 19 Fluxograma de Identificação de Candida albicans Tubo germinativo Soro fetal bovino 2 horas - 3JOC Microcultivo Ágar-fubá Clamidosporo Auxonograma Assimilação C + N Fermentação de açúcares Fig. 3.8 Candida a/bicans. Fluxograma de identificação. MÉTODOS COMERCIAIS, MEIOS CROMOGÊNICOS E PESQUISA DE ANTíGENOS Os métodos clássicos citados anteriormente para identificação de patógenos levedurifor- mes fazem uso de metodologias complexas e que consomem tempo. O aumento na incidên- cia de infecções leveduriformes tem estimula- do o desenvolvimento de sistemas comerciais automatizados e manuais acurados, facilitan- do a rotina laboratorial. Há inúmeros siste- mas comerciais disponíveis para identificação de leveduras, tais como Auxacolor (Fig. 3.9), Mycotube, Candifast, Microring YT (MYT; Medical Wire & Equipment Co., Victory Gardens, NJ), o ID 32C (BioMérieux, Marcy l'Etoile, França) (Fig. 3.10), mais comumente utilizado em países da Europa, e o API 20C (BioMérieux Vitek, Inc., Hazelwood, Mo.) (Fig. 3.11), um sistema de identificação de le- vedura comumente utilizado nos EUA. Esses produtos devem possuir as seguintes caracte- rísticas: (i) identificação rápida e precisa de leveduras isoladas de todos os tipos de espéci- mes clínicos; (ii) facilidade na manipulação e inoculação, permitindo o processamento rápi- do de mais de um isolado; e (iii) habilidade na identificação de isolados que são menos comu- mente recuperados de espécimes clínicos. Na maioria desses sistemas, o resultado é liberado após 12 a 72 horas de processamento. Podem ser completamente manuais ou semi- automatizados. Os sistemas manuais utilizam baterias de testes bioquímicos, acondiciona- Fig. 3.9 Auxacolor'" (Sanofi Diagnostics-Pasteur) para identificação de leveduras. 20 Técnicaspara Diagnóstico Precoce das Infecções por Leveduras do Gênero Candida Fig. 3.10 AutoMicrobic (BioMérieux-Vitek) - sistema automatizado de identificação de leveduras. Fig. 3.11 Sistema API20C AUX® (BioMérieux) para identi- ficação de leveduras. das em pequenas galerias, onde alíquotas do inóculo padrão são dispensadas manualmen- te, seguindo-se a incubação e a leitura. Os sis- temas automatizados permitem a incubação e a leitura automatizada dos testes, oferecendo um relatório padrão com a leitura final dos testes. De uma maneira geral, apresentam-se efetivos na identificação de leveduras de in- teresse médico, particularmente espécies de Candida; no entanto, suaaplicação é algumas vezes mais limitada na identificação acurada de espécies mais raras. A importância de uma rápida identifica- ção de patógenos, principalmente no contex- to hospitalar, possivelmente tem contribuído para o desenvolvimento de meios diferenciais para a identificação presuntiva de levedu- raso Esses meios baseiam-se na formação de diversas colorações coloniais com diferentes morfologias, as quais resultam da clivagem de . substratos cromogênicos por enzimas espécie- específicas. Diferentes meios cromogênicos para isolamento e identificação de espécies de Candida estão disponíveis, tais como Albi- cans ID (França), Albicans ID2 (BioMérieux), Candida diagnostic agar (PPR Diagnostics Ltd., Londres, RU), CandiSelect (Sanofi Diag- nostic-Pasteur, Marnes-la-Coquette, França), Chromoalbicans (Biolife Italiana Srl, Milão, Itália) e CHROMagar Candida (CHROMagar Microbiology, Paris, França). O meio de cultura CHROMagar Candida tem sido utilizado, com resultados bem-suce- didos, para isolar e identificar presuntivamen- te C.albicans (colônias verde-claras), C.hrusei (colônias rosas), C. tropicalis (colônias cinza- azuladas) (Fig. 3.12). Esse meio baseia-se na utilização do substrato ~-glicosaminidase e diferencia as leveduras de acordo com a mor- fologia e a cor das colônias. A utilização desse meio facilita a detecção e a identificação des- sas leveduras e, também, fornece resultados presuntivos em menor tempo que os obtidos pelos métodos convencionais. Atualmente, Fig. 3.12 CHROMagar Candida'": C. a/bicans (verde) e C. tropicalis (azul). Técnicas para Diagnóstico Precoce das Infecções por Leveduras do Gênero Candida o meio cromogênico CHROMagar Candida também tem sido utilizado por vários pesqui- sadores na Europa e EUA para investigar a colonização oral por C. dubliniensis, uma vez que a coloração verde-escura de colônias so- bre esse meio foi descrita comoum marcador fenotípico dessa espécie. Além da utilização na identificação presun- tiva de espécies de Candida, os meios de culti- vo diferenciais também podem ser utilizados para a pureza e separação de diferentes espé- cies de um mesmo material biológico,porém nunca para uma identificação definitiva. No entanto, o diagnóstico laboratorial de infecções por leveduras, utilizando metodo- logias convencionais, comerciais ou presunti- vas, nem sempre fornece resultados positivos, quer pela falta de sensibilidade dos métodos empregados, por falhas técnicas ou devido a longos períodos exigidos para obtenção dos resultados. Nesses casos, as técnicas soroló- gicas, que detectam anticorpos específicos ou antígenos circulantes são de grande auxílio no diagnóstico dessas patologias, bem como no acompanhamento de pacientes sob trata- mento antifúngico. No entanto, os resultados apresentados pela sorologia devem ser cui- dadosamente avaliados, pois a positividade nem sempre confirma a infecção, e resultados negativos não descartam a possibilidade de infecção pelo fungo. Os testes sorológicos que detectam anti- corpos mostram um valor preditivo relativa- mente baixo, devido principalmente a falta de sensibilidade; valor diagnóstico limitado em pacientes com comprometimento da imunida- de humoral; além disso, esses testes não são capazes de diferenciar pacientes com a doen- ça sistêmica de pacientes colonizados ou com candidemia transitória. Algumas técnicas empregadas para a detecção de anticorpos específicos são imunodifusão dupla, contrai- munoeletroforese e aglutinação de partículas de látex. Nos últimos anos, vários estudos vêm sen- do realizados com o objetivo de desenvolver técnicas para a detecção de antígenos de Candida spp. Os antígenos detectados são a 21 manana, glicoproteínas e antígenos citoplas- máticos. A pesquisa de ~-1,3-glucana é a mais re- comendada para leveduras do gênero Candi- da. A ~-1,3-glucana é constituinte da parede celular de muitos gêneros de fungos, podendo sua presença ser detectada no soro de pacien- tes infectados. O procedimento de detecção é realizado através de sistemas comerciais pro- duzidos nos EUA (Glucatell'") e Japão (Fungi- tec-G Test Mk®). Estudos de validação clínica do uso dessa ferramenta diagnóstica ainda são poucos,mas os resultados iniciais mostram-se pertinen- tes; no entanto, mais estudos são necessários para se determinar a relevância desses testes na clínica, e estudos devem ser continuados no sentido de se melhorar os seus níveis de especificidade. TÉCNICAS MOlECULARES NO DIAGNÓSTICO DAS INFECÇÕES POR lEVEDURAS São várias as deficiências na habilidade de diagnóstico precoce e correto das infecções causadas por leveduras do gênero Candida. Uma caracterização mais acurada dessas le- veduras torna-se fundamental para que se possam estabelecer possíveis elos entre as fontes de infecções,via de transmissão e gêne- se dos processos recorrentes, além de permtir a escolha da terapia adequada, uma vez que novos agentes antifúngicos com diferentes atividades junto a várias espécies de Candida vêm sendo desenvolvidos. Osmétodos clássicosde identificação basea- dos em propriedades fenotípicas têm resolu- ção limitada, pois muitos grupos de leveduras revelam poucas variações morfológicas; além disso, consomem um certo tempo desde o iso- lamento até o diagnóstico definitivo. O adven- to da biologia molecular tem fornecido novos instrumentos para os taxonomistas, ajudan- do-os a solucionar complexos agrupamentos taxonômicos. Métodos moleculares sensíveis e específicos são ferramentas laboratoriais 22 Técnicaspara Diagnóstico Precoce das Infecções por Leveduras do Gênero Candida desejáveis não apenas para o diagnóstico pre- coce de infecções fúngicas mas também para a monitorização da resposta terapêutica. Vários métodos moleculares têm sido de- senvolvidos para a identificação de Candi- da spp., destacando-se o RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism) (Fig. 3.13) e métodos baseados na PCR (polimerase chain reaction) como RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA) (Fig. 3.14), já detalhados no capítulo anterior (Importância das Leve- duras nas Infecções Nosocomiais). Entre eles, aqueles baseados na técnica de PCR emergi- ram como uma tecnologia promissora devido a sua simplicidade, especificidade e sensibili- dade, bem como a sua habilidade para iden- tificar espécies de Candida diretamente em amostra biológica ou cultura. Fig. 3.13 Gel de eletroforese - RFLP,técnica molecular uti- lizada para a identificação de leveduras. Fig. 3.14 Gel de eletroforese - RAPD, técnica molecular utilizada para a identificação de leveduras. A reação em cadeia da polimerase (PCR) é uma técnica altamente sensível por meio da qual diminutas quantidades de sequências de DNA ou RNA específicas podem ser enzimati- camente amplificadas a uma extensão tal que uma quantidade suficiente de material fica disponível para alcançar o limiar do "sinal" para detecção. A técnica pode ser utilizada para detectar quantidades muito pequenas de ácido nucleico específico em amostras bio- lógicas nas quais se considera que micro- organismos têm função de agentes causado- res. A base fundamental dessa tecnologia é que cada agente de uma doença infecciosa possui sequência característica própria, em sua composição de DNA ou RNA, pela qual pode ser identificado. O sucesso da PCR depende da qualidade do DNA fúngico extraído, que deve ser obtido de uma cultura pura. Na detecção do micro-orga- nismo diretamente no material clínico, sem cultura prévia, deve haver uma maior sofis- ticação na extração do DNA para que possam ser removidos os inibi dores de PCR que estão presentes nos tecidos e fluidos corpóreos. Embora a teoria básica da PCR e da am- plificação gênica seja relativamente simples, numerosos problemas técnicos impedem seu uso na rotina de laboratórios clínicos. Um dos principais problemas é a reação falso-positiva causada pela introdução de ácidos nucleicos contaminantes durante o processamento da técnica. Essa contaminação pode ser origina- da por "contaminação cruzada" em uma única amostra contendo um grande númerode mo- léculas-alvo; por contaminação de reagentes; por DNA derivado de amostras previamente analisadas e por acúmulo, no laboratório, de produtos de PCR devido a repetida amplifi- cação do mesmo alvo. Poucos são os laborató- rios que utilizam essa técnica, excetuando-se os seletos laboratórios de pesquisa, equipados com os aparelhos necessários para amplifica- ção por PCR, devido ao custo elevado e à ne- cessidade de espaço e de pessoal especializado para o manuseio. Além disso, para ser usada rotineiramente, a tecnologia de PCR ainda re- quer uma melhor padronização inter- e intra- Técnicas para Diagnóstico Precoce das Infecções por Leveduras do Gênero Candida laboratorial. É preciso que sejam redigidos, adotados e colocados em prática padrões na- cionais para a realização d~ testes, provas de proficiência e controles de qualidade e segu- rança, antes que a técnica de PCR possa ser realmente implantada em grande escala nos laboratórios clínicos. No diagnóstico de candidíase invasiva, há grande variação de desempenho desses testes, dependendo da metodologia utilizada, alvo de amplificação para a reação de PCR, população de pacientes estudada e, sobretudo, critérios estabelecidos para o diagnóstico dessa mico- se. De forma geral, a sensibilidade nos casos de candidíase varia de 60% a 100%. Enquanto os métodos moleculares ainda necessitam ser otimizados antes de seu uso rotineiro em laboratórios clínicos, no presente eles já demonstram benefícios no auxílio da terapia de pacientes e detecção de micro-orga- nismos responsáveis por surtos hospitalares. As ferramentas moleculares são utilizadas com eficiência na diferenciação entre C. du- bliniensis e C. albicans, bem como na identi- ficação de leveduras em infecções da corrente sanguínea. Embora C. dubliniensis possua caracte- rísticas morfológicas e bioquímicas similares a C. albicans, o que torna difícil a distinção fenotípica entre ambas, amostras de C. dubli- niensis diferenciam-se por serem altamente resistentes ao fluconazol, e os isolados sensí- veis têm a capacidade de desenvolver resis- tência à droga in vitro. Como resultado, uma identificação rápida dessa espécie pode au- xiliar na definição de uma terapia mais ade- quada. Nesse contexto, técnicas moleculares, principalmente aquelas baseadas na PCR, vêm sendo úteis na identificação de isolados fazendo o diagnóstico diferencial de infecções por C. albicans. A identificação de leveduras em culturas positivas de sangue pelo uso de métodos feno- típicos convencionais requer de um a vários dias após o isolamento. Métodos moleculares fornecem um grande potencial de redução no tempo do resultado e uma sensibilidade de até 96,9%. 23 Uma identificação rápida e correta de le- veduras patogênicas é de fundamental im- portância no fornecimento de um diagnóstico precoce e eficiência terapêutica, principalmen- te se o isolado estiver relacionado a infecção hospitalar. Tendo em vista as limitações dos métodos fenotípicos em fornecer uma identifi- cação rápida, técnicas moleculares passam a constituir uma ferramenta diagnóstica mais eficaz. BIBLIOGRAFIA Alexander BD, Pfaller MA. Contemporary tools for the diagnosis and management of invasive myco- ses. Clinical Infections Diseases 2006; 43:S15-S27. Araujo CR, Miranda KC, Passos XS et al. Identifi- cação das leveduras do gênero Candida por méto- dos manuais e convencionais e pelo método cromó- geno CHROMagar Candida. Revista de Patologia Tropical 2005; 34:37-42. Chavasco JK, Paula CR, Hirata MH, Aleva NA, MeIo CE, Gambale W, Ruiz LS, Franco MC. 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