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Ciências do Solo I (2)

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Problema I – Da rocha ao pó 
Objetivos: 
1. Conceituar o que é solo; 
2. Definir intemperização química, física e biológica; 
3. Entender os diferentes tipos de rochas; 
4. Entender quais fatores influenciam na formação do solo. 
 
 Para alguns, o solo é sinônimo de qualquer parte da superfície da Terra e mesmo de 
outros planetas. Geólogos podem entende-lo como parte de uma sequencia de eventos 
geológicos do chamado “ciclo geológico”. Para o engenheiro de minas, ele é mais um 
material solto que cobre os minérios e que deve ser removido. O lavrador vê como o lugar 
onde ele pode produzir sua lavoura, da qual tira sua subsistência. 
 Com o intemperismo, uma rocha, mesmo das mais endurecidas, pode transformar-
se em um material solto, o saprolito, que permite a vida de plantas e pequenos animais. 
Ao mesmo tempo, alguns dos minerais da rocha, menos resistentes ao intemperismo, 
transforma-se em argila. Assim, pouco a pouco, sob ação de um conjunto de fenômenos 
biológicos, físicos e químicos, um solo começa a se formar: a partir de uma rocha, surge 
uma série de camadas, ou “bandas”, aproximadamente paralelas à superfície e de aspecto 
e constituição diferentes, que chamamos de horizontes. 
 
• Intemperismo físico – ocorre pelos fatores do clima (precipitação, relevo, 
temperatura, ventos, luz); 
• Intemperismo biológico – a partir de restos orgânicos nas rochas; 
• Intemperismo químico – a partir de reações química sobre a rocha. 
 Para entender sobre a influência do material de origem na formação do solo, precisa-
se saber os tipos de rochas, estas são: ígneas, sedimentar e metamórfica. 
• Rochas ígneas – são formadas pela solidificação de magma derretido sobre a 
crosta terrestre, e são a fonte principal de todas as outras rochas. O material pode 
ser liberado explosivamente dos ventos vulcânicos (cinza vulcânica e fluxo 
piroclástico, coletivamente chamados de tefra), ou fluir sobre a superfície da terra 
como correntes de lava que cobrem muitas centenas de quilômetro quadrados 
(formações extrusivas). As rochas ígneas são divididas em intrusivas (ou 
plutônicas) são formadas no interior da Terra, como por exemplo granito, 
feldspato, turmalina, sienito, diorito, gabro, peridotito, basalto, etc; e extrusivas 
(ou vulcânicas), que são formadas na superfície da Terra, são elas as riolito, 
basalto, pedra-pomes, andesito, obsidiana. 
• Rochas sedimentares – são produto de uma cadeia de processos que ocorrem na 
superfície terrestre (chuvas e ventos) e se iniciam pelo intemperismo. As rochas 
sedimentares são dividas em: destríticas (ou clásticas) que resultam da agregação 
de fragmentos de minerais ou de outras rochas, dentre as quais podemos citar os 
arenitos, os sienitos e o diabásio; e as químicas (ou não clásticas) onde resultam 
da agregação de sedimentos provenientes principalmente da dissolução química 
de outras rochas. Segundo sua composição, as rochas químicas podem ser 
classificadas como inorgânicas - formadas pela precipitação de sais a partir de 
soluções aquosas saturadas (como, por exemplo, o evaporito e o laterito) - ou 
orgânicas, como o caso dos calcários, formados de sedimentos provenientes da 
decomposição de organismos em ambientes marinhos (conchas e corais). 
• Rochas metamórficas - assim como as rochas ígneas, as metamórficas podem ser 
levadas, por meio de processos geológicos, a condições diferentes daquelas nas 
quais se formaram. Ou seja, elas se originam das transformações na composição 
e na estrutura de qualquer tipo de rocha. Exemplos de rochas metamórficas: 
ardósia, gnaisse, xisto, mármore, itabirito, etc. 
 Além disso, existe os fatores que irão influenciar diretamente no processo de 
intemperização, estes são: clima, organismos, material de origem, relevo e o tempo. 
 O clima e os organismos são os “fatores ativos” porque, durante um determinado 
tempo, e em certas condições de relevo, agem diretamente sobre o material de origem que 
é um fator de resistência ou “passivo”. Em certos casos, esse fator tem maior influencia 
sobre a formação do solo que os outros. 
 Solo = f(clima, organismos, material de origem, relevo e tempo) 
 Segundo essa equação-modelo, é possível verificar a ação de cada um dos fatores, 
desde que se mantenham todos os demais constantes. Por exemplo, se quisermos estudar, 
separadamente, como elemento do clima (temperatura) controla a formação de um solo, 
teremos de procurar vários lugares onde as temperaturas são diferentes, e o seu matérial 
de origem e tempo de formação são idênticos. 
• Clima – Quanto mais quente e úmido for o clima, mais rápida e intensa será a 
decomposição das rochas. 
• Organismos – os microorganismos tem como função principal o desempenho do 
início da decomposição dos restos dos vegetais e animais, ajudando a formação 
dos júmus que se acumulam principalmente nos horizontes mais superficiais. 
• Material de origem – o material geológico do qual o solo se origina é um fator de 
resistência à sua formação, pois exerce um papel passivo em relação à ação do 
clima e dos organismos. 
• Relevo – este promove no solo umas diferenças facilmente perceptíveis, como as 
variações da cor, que podem ocorrer a distâncias relativamente pequenas, quando 
comparadas com as diferenças só da ação de climas diversos. 
• Tempo – com o passar do tempo, e sem erosão acelerada, suge uma fina camada 
de rocha intemperizada na qual as características de um solo tornam-se cada vez 
mais distintas. 
 Os processos pedogenéticos são estudados em duas vias: 
I. o modelo de processos múltiplos, baseado em quatro processos básicos de 
formação do solo: adições, perdas, transformações e translocações; 
II. o modelo de processos específicos, que considera as características dos diferentes 
tipos de solos, como resultado da atuação de mecanismos específicos na 
integração dos fatores de formação dos solos, como por exemplo: laterização, 
silicificação, ferralitização, gleização, podzolização, salinização, etc. 
Processos 
pedogenéticos 
específicos 
Processos 
múltiplos 
Descrição resumida do 
processo 
Exemplo de 
ocorrência 
Ferralitização Remoção, 
transformação e 
translocação 
Remoção de sílica e 
concentração de óxidos de 
Fe e Al. 
Latossolos, 
Nitossolos, 
caráter ácrico 
Silicificação Transformação e 
translocação 
Migração e acúmulo de 
sílica cimentando estruturas 
ou a matriz do solo 
Latossolos e 
Argissolos 
Amarelos 
coesos 
Plintitização e 
laterização 
Transformação e 
translocação 
Redução e translocação de 
Fe e oxidação e precipitação 
originando mosqueados, 
plintita ou petroplintita 
Plintossolos 
Lessivagem 
ou 
argiluviação 
Translocação Migração vertical de argila 
no solo 
Argissolos, 
Luvissolos, 
horizontes E, 
lamelas 
Podzolização Transformação e 
translocação 
Migração de complexos de 
Fe, Al e matéria orgânica no 
solo com acúmulo em 
Espodossolos, 
Ortstein 
horizonte iluvial, com ou 
sem sílica 
Gleização Remoção, 
transformação e 
translocação 
Redução de Fe em condições 
anaeróbias e translocação 
formando horizontes 
acinzentados com ou sem 
mosqueados 
Gleissolos, 
Planossolos 
Calcificação 
ou 
carbonatação 
Translocação Acumulação de CaCO3 com 
nódulos ou horizonte 
endurecido 
Luvissolos, 
Chernossolos 
Rêndzicos 
Ferrólise Remoção, 
transformação e 
translocação 
Destruição de argila com 
formação de horizonte B 
textural 
Planossolos, 
Argissolos 
Salinização Translocação Acumulação de sais por 
evaporação no horizonte 
superficial ou na superfície 
do solo 
Gleissolos 
sálicos 
Sulfurização 
ou 
tiomorfismo 
Transformação e 
translocação 
Acidificação do solo 
causada pela oxidação de 
compostos de enxofre 
Gleissolos 
Tiomórficos 
Adaptado de Kämpf & Curi (2012). 
 
Problema II – Classificação do solo 
Objetivos: 
1. Estudar e classificar os horizontes diagnósticos;2. Identificar os níveis categóricos e quais parâmetro são utilizados para classificar 
os tipos de solos; 
3. Classificar os diferentes tipos de solo de acordo com o Sistema Brasileiro de 
Classificação de solos. 
 
 O perfil de um solo completo e bem desenvolvido possui cinco tipos de horizontes, 
que costumam ser chamados de horizontes principais e identificados pelas letras 
maiúsculas: O, A, E, B e C. Nem sempre todos esses horizontes estão em um perfil de 
solo; por exemplo, muitos não tem horizonte E e alguns também não tem o B. Nesse 
ultimo caso, considera-se que o solo é “pouco desenvolvido” ou que tem um “perfil 
incompleto”, porque o horizonte B é considerado essencial para que um solo seja bem 
desenvolvido. 
• Horizonte O – horizonte orgânico relativamente delgado, que recobre certos solos 
minerais. Oo: distintos recém-caídos, não decompostos, que repousam sobre 
distintos mais antigos; Od: decompostos ou em estado de fermentação (terra 
vegetal). 
• Horizonte A – é a camada dominantemente mineral mais próxima da superfície. 
Sua característica fundamental é o acúmulo de matéria orgânica, tanto parcial 
como totalmente humificada. Muitos também apresentam perda de materiais 
sólidos translocados (ou eluviados) para o horizonte B, mais profundo. 
• Horizonte E – presente em alguns solos, é mais claro, no qual ocorrem perdas de 
matérias transolocados para o hosrizonte B. 
• Horizonte B - situa-se abaixo do horizonte A ou do E, desde que não tenha sido 
exposto à superfície pela erosão. É definido como aquele que apresenta o máximo 
desenvolvimento de cor, estrutura e/ou que possui acúmulo de matérias 
ttansolcados dos horizontes A e/ou E. 
• Horizonte C – abaixo do B, situa-se o horizonte C, que normalmente corresponde 
ao saprolito, isto é, à rocha pouco alterada pelos processos de formação do solo e, 
portanto, com características mais próximas ao material do qual o solo se formou. 
• R – Rocha não altera. 
• Horizonte diagnósticos – Horizonte hístico, Horizonte A Chernozêmico, 
Horizonte A Proeminente, Horizonte A Húmico, Horizonte A Antrópico, 
Horizonte A Fraco, Horizonte A Moderado, Horizonte B Textural, Horizonte B 
Latossólico, Horizonte B Incipiente, Horizonte B Nítico, Horizonte B Espódico, 
Horizonte B Plânico, Horizonte E Álbico, Horizonte Plíntico, Horizonte 
Concrecionário, Horizonte Litoplíntico, Horizonte Glei, Horzonte Cálcico, 
Horizonte Petrocálcico, Horizonte Sulfúrico, Horizonte Vértico, Fragipã e Duripã, 
 Para classificar-se um solo o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS), 
usa a chave de classificação que é organizada em seis níveis categóricos, denominados 
como a seguir: 
1º nível: ORDENS – Argissolos, Cambissolo, Chernossolo, Espodossolo, Gleissolo, 
Latossolo, Luvissolo, Neossolo, Nitossolo, Organossolo, Planossolo, Plintossolo e 
Vertissolo. 
2º nível: SUBORDENS 
3º nível: GRANDES GRUPOS 
4º nível: SUBGRUPOS 
5º nível: FAMÍLIA 
6º nível: SÉRIES 
 Antes de entrar na chave do Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS), 
é necessário identificar, em primeiro lugar, o horizonte diagnóstico superficial e o 
subsuperficial, pois o primeiro nível categórico é fundamentado na presença ou ausência 
destes horizontes e de atributos ou propriedades adicionais reconhecíveis no campo, mais 
relacionados aos processos pedogenéticos e por serem menos suscetíveis à ação antrópica. 
 
 
• Argissolo 
 
 Solos definidos pelo SiBCS (Embrapa, 2006) pela presença de horizonte diagnóstico 
B textural, apresentando acúmulo de argila em profundidade devido à mobilização e perda 
de argila da parte mais superficial do solo. Apresentam frequentemente, mas não 
exclusivamente, baixa atividade da argila (CTC), podendo ser alíticos (altos teores de 
alumínio), distróficos (baixa saturação de bases) ou eutróficos (alta saturação de bases), 
sendo normalmente ácidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Cambissolo 
 
 
 São solos fortemente, até imperfeitamente, drenados, rasos a profundos, de cor bruna 
ou bruno-amarelada, e de alta a baixa saturação por bases e atividade química da fração 
coloidal. O horizonte B incipiente (Bi) tem textura franco-arenosa ou mais argilosa, e o 
solum, geralmente, apresenta teores uniformes de argila, podendo ocorrer ligeiro 
decréscimo ou um pequeno incremento de argila do horizonte A para o Bi. A estrutura do 
horizonte B pode ser em blocos, granular ou prismática, havendo casos, também, de solos 
com ausência de agregados, com grãos simples ou maciços. 
 
 
 
 
 
• Chernossolo 
 
 Solos de desenvolvimento não muito avançado, originários de rochas ricas em cálcio 
e magnésio e presença de minerais esmectíticos que conferem alta atividade da argila e 
eventual acumulação de carbonato de cálcio, promovendo reação aproximadamente 
neutra ou moderadamente ácidos a fortemente alcalinos, com enriquecimento em matéria 
orgânica. São classificados pela presença de horizonte diagnóstico superficial A 
chernozêmico de alta saturação por bases, teores elevados de carbono orgânico e de 
carbonato de cálcio acima de um horizonte B textural ou com caráter argilúvico e argila 
de atividade alta, segundo critérios definidos pelo SiBCS (Embrapa, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Espodossolo 
 
 No campo, pode ser identificada pela cor do horizonte espódico, que varia desde 
cinzenta, de tonalidade escura ou preta, até avermelhada ou amarelada, e pela nítida 
diferenciação de horizontes. Podem apresentar um horizonte cimentado como fragipã, 
duripã ou “ortstein” subjacente ao horizonte espódico. 
 Verifica-se a atuação do processo de perda de compostos de alumínio com ou sem 
ferro em presença de húmus ácido e consequente acumulação desses constituintes em 
profundidade. 
 
 
 
 
 
 
 
• Gleissolo 
 
 Os Gleissolos (G) são solos minerais, hidromórficos, desenvolvidos de sedimentos 
recentes não consolidados, de constituição argilosa, argilo-arenosa e arenosa, do período 
do Holoceno. Podem ocorrer com algum acúmulo de matéria orgânica, porém, com o 
horizonte glei iniciando dentro de 50 cm da superfície, ou entre 50 e 125 cm, desde que 
precedido por horizontes com presença de mosqueados abundantes e cores de redução. 
Compreende solos mal a muito mal drenados e que possuam características resultantes da 
influência do excesso de umidade permanente ou temporário, devido a presença do lençol 
freático próximo à superfície, durante um determinado período do ano. Apresentam um 
horizonte subsuperficial de coloração acinzentada, cinzenta, com mosqueados 
amarelados ou avermelhados, oriundos da oxidação do ferro na matriz do solo, em 
consequência dos fenômenos de oxi-redução. São solos bastante diversificados em suas 
características físicas, químicas e morfológicas, devido às circunstâncias em que são 
formados, de aporte de sedimentos e sob condição hidromórfica. Podem ser eutróficos, 
distróficos, com argilas de atividade alta ou baixa, acidez moderada a forte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Latossolo 
 
 São solos minerais, não-hidromórficos, profundos (normalmente superiores a 2 m), 
horizontes B muito espesso (> 50 cm) com seqüência de horizontes A, B e C pouco 
diferenciados; as cores variam de vermelhas muito escuras a amareladas, geralmente 
escuras no A, vivas no B e mais claras no C. A sílica (SiO2) e as bases trocáveis (em 
particular Ca, Mg e K) são removidas do sistema, levando ao enriquecimento com óxidos 
de ferro e de alumínio que são agentes agregantes, dando à massa do solo aspecto maciço 
poroso; apresentam estrutura granular muito pequena; são macios quando secos e 
altamente friáveis quando úmidos. 
 
 
 
 
 
• Luvissolo 
 
 São solos rasos a pouco profundos, com horizonte B textural (horizonte resultante 
de acumulação ou concentração absoluta ou relativa de argila decorrentede processos de 
iluviação e/ou formação in situ) de cores vivas e argila de atividade alta, apresentando 
horizonte A fraco, de cor clara, pouco espesso, maciço ou com estrutura fracamente 
desenvolvida. São moderadamente ácidos a neutros, com elevada saturação por bases. 
Apresentam frequentemente revestimento pedregoso na superfície (pavimento desértico) 
ou na massa do solo e normalmente possuem uma crosta superficial de 5 a 10 mm de 
espessura, além de altos teores de silte. São altamente susceptíveis aos processos erosivos, 
em virtude da grande diferença textural entre o horizonte A e o horizonte B. 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Neossolo 
 
 Solos constituídos por material mineral ou por material orgânico pouco espesso, com 
insuficiência de manifestação dos atributos diagnósticos que caracterizam os diversos 
processos de formação dos solos, seja em razão de maior resistência do material de origem 
ou dos demais fatores de formação (clima, relevo ou tempo) que podem impedir ou limitar 
a evolução dos solos. Apresentam predomínio de características herdadas do material 
originário, sendo definido pelo SiBCS (Embrapa, 2006) como solos pouco evoluídos e 
sem a presença de horizonte diagnóstico. 
 Os Neossolos podem apresentar alta (eutróficos) ou baixa (distróficos) saturação por 
bases, acidez e altos teores de alumínio e de sódio. Variam de solos rasos até profundos 
e de baixa a alta permeabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Nitossolo 
 
 Solos constituídos por material mineral, não hidromórfico, sendo definido pelo 
SiBCS (Embrapa, 2006) pela presença de horizonte diagnóstico subsuperficial B nítico 
em sequência a qualquer tipo de horizonte A. Apresentam baixa atividade da argila, 
podendo apresentar caráter alítico imediatamente abaixo do horizonte A ou dentro dos 
primeiros 50 cm do horizonte B. O horizonte diagnóstico B nítico é caracterizado pelo 
desenvolvimento de estrutura e de cerosidade, mas apresenta relação textural (B/A) 
menor que 1,5, o que exclui solos com incremento no teor de argila requerido para a 
maior parte do horizonte B textural. Apresentam textura argilosa ou muito argilosa 
(teores de argila maiores que 350g/kg de solo). 
• Organossolo 
 
 Usualmente são solos fortemente ácidos, apresentando alta capacidade de troca de 
cátions e baixa saturação por bases (distróficos), apresentando, por vezes, teor de 
alumínio elevado. Verificam-se, no entanto, esporádicas ocorrências de saturação média 
ou alta (eutróficos). 
 Podem apresentar horizonte sulfúrico, materiais sulfídricos, caráter sálico, 
propriedade sódica ou solódica, podendo estar recobertos por deposição pouco espessa 
(menor do que 40 cm de espessura) de uma camada de material mineral. 
• Planossolo 
 
 Ocorrem tipicamente em áreas de cotas baixas, planas a suave onduladas. São, 
geralmente, pouco profundos, com horizonte superficial de cores claras e textura arenosa 
ou média (leve), seguido de um horizonte B plânico (horizonte característicos dos 
planossolos), de textura média, argilosa ou muito argilosa, adensado, pouco permeável, 
com cores de redução, decorrente de drenagem imperfeita, e responsável pela formação 
de lençol suspenso temporário. Geralmente, apresentam alta CTC, elevada saturação por 
bases e sorção de Na, com PST (percentagem de saturação total) entre 8 e 20%, nos 
horizontes B ou C. Ocorrem muitas vezes com componentes secundários em muitas áreas 
de Luvissolos. 
 
 
 
 
 
• Plintossolo 
 
 O Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS) define esta classe de solos 
como solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte plíntico, 
litoplíntico ou concrecionário, todos provenientes da segregação localizada de ferro, que 
atua como agente de cimentação (Embrapa, 2006). São fortemente ácidos, podem 
apresentar saturação por bases baixa (distróficos) ou alta (eutróficos), predominando os 
de baixa saturação. Verificam-se também solos com propriedades solódica e sódica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Vertissolo 
 
 São solos minerais não hidromórficos ou com séria restrição temporária à percolação 
de água, com 30% ou mais de argila ao longo do perfil, e que apresentam pronunciada 
mudança de volume de acordo com a variação do teor de umidade. Têm como feições 
morfológicas características a presença de fendas de retração largas e profundas que se 
abrem desde o topo do perfil, nos períodos secos, superfícies de fricção (slickensides) em 
seções mais internas do perfil portadoras de unidades estruturais grandes e inclinadas em 
relação ao prumo do perfil. 
 Os atributos do solo são: 
1. Material orgânico 
2. Material mineral 
3. Atividade da fração argila 
4. Saturação por bases 
5. Mudança textural abrupta 
6. Plintita 
7. Petroplintita 
8. Superfícies de fricção ("slickensides") 
9. Caráter ácrico 
10. Caráter alítico 
11. Caráter alumínico 
12. Caráter argilúvico 
13. Caráter carbonático 
14. Caráter hipocarbonático 
15. Caráter coeso 
16. Caráter concrecionário 
17. Caráter crômico 
18. Caráter dúrico 
19. Caráter ebânico 
20. Caráter espódico 
21. Caráter êutrico 
22. Caráter flúvico 
23. Caráter litoplíntico 
24. Caráter plânico 
25. Caráter plíntico 
26. Caráter redóxico 
27. Caráter retrátil 
28. Caráter rúbrico 
29. Caráter sálico 
30. Caráter salino 
31. Caráter sódico 
32. Caráter solódico 
33. Caráter sômbrico 
34. Caráter vértico 
35. Contato lítico 
36. Contato lítico fragmentário 
37. Materiais sulfídricos 
38. Teor de óxidos de ferro 
39. Grau de decomposição do material orgânico 
 
Problema III – Física do solo 
Objetivos: 
1. Compreender as características físicas do solo; 
2. Compreender os processos de compactação do solo; 
3. Entender os agentes agregados envolvidos na compactação do solo; 
4. Entender as partículas primárias do solo. 
 A física do solo constitui-se no ramo da Ciência do Solo que tem por objetivo a 
caracterização dos atributos físicos de um solo, bem como a medição, predicação e 
controle dos processos físicos que ocorrem dentro e através do solo. 
 A classificação do solo é feita através da descrição do solo, a qual divide-se em 2 
fases: 
1ª fase: descrição do ambiente – localização, vegetação, drenagem, pedregosidade, 
rochosidade, existência de erosão, presença de raízes e fatores biológicos (ação animal no 
perfil do solo). 
2ª fase: descrição do perfil do solo – separação e identificação dos horizontes, 
profundidade e espessura dos horizontes, tipo de transição entre horizontes, cor, textura, 
estrutura, consistência, porosidade, cerosidade, etc. 
 A Textura do Solo constitui-se numa das características físicas mais estáveis e 
representa a distribuição quantitativa das partículas sólidas minerais (menores que 2 mm 
em diâmetro, areia, silte e argila). A proporção dessas frações é estimada pelas sensações 
táteis. Para isso, uma amostra de terra é umedecida e trabalhada na mão até formar uma 
massa homogênea sem excesso de água. Esse material, passado entre o polegar e o 
indicador, pode dar a sensação de aspereza, sedosidade (talco) e pegajosidade, 
normalmente correlacionadas com as proporções de areia, silte e argila, respectivamente. 
 A Estrutura do Solo refere-se ao padrão de arranjamento das partículas primárias do 
solo (areia, silte e argila). Para examinar e descrever a estrutura de um horizonte do solo, 
retira-se de um determinado horizonte um bloco (torrão), com uma faca ou um martelo. 
Depois de separados, verifica se sua forma, tamanho e grau de desenvolvimento (ou de 
coesão) dentro e entre esses agregados. 
✓ Laminar 
✓ Prismática 
✓ Prismática colunar 
✓ Blocos angulares 
✓ Blocos subangulares 
✓ Granular 
 A Consistência do Solo é a resistência do solo a alguma força que tende a rompê-
los. É estimada pressionando-se um agregado ou torrão de determinadohorizonte do solo 
entre os dedos. A consistência é normalmente determinada em três estados de umidade: 
A) Seco: para estimar a dureza. 
 
✓ Solta 
✓ Macia 
✓ Ligeiramente dura 
✓ Dura 
✓ Muito dura 
✓ Extremamente dura 
 
B) Úmido: para estimar a friabilidade. 
 
✓ Solta 
✓ Muito friável 
✓ Friável 
✓ Firme 
✓ Muito firme 
✓ Extremamente firme 
 
C) Molhado: para estimar a plasticidade e a pegajosidade. 
 
 Plasticidade 
• Não-plástica 
• Ligeiramente plástica 
• Plástica 
• Muito plática 
 Pegajosidade 
• Não-pegajosa 
• Ligeiramente pegajosa 
• Pegajosa 
• Muito pegajosa 
 A Cor do Solo, ou dos horizontes, segue uma padronização mundial: “O Sistema 
Musell de Cores”, que contempla o grau de intensidade de três componentes da cor: 
matriz (‘hue’), valor (‘value’) e croma (‘chroma’), conforme especificações constantes 
na Carta de Cores Munsell para Solos (“Munsell Soil Color Charts”). 
 O processo de compactação do solo é o processo de aumento da densidade, onde 
ocorre aumento da resistência, reduz a porosidade, reduz a permeabilidade e a 
disponibilidade de nutrientes e água. 
 A maior tendência a esse processo dar-se nos solos mais argilosos, por terem maior 
quantidade de argila, e como sabem, esta é a menos fração, isto é, se “junta” mais fácil 
do que a areia e o silte. 
 Os agentes agregados são basicamente a união de partículas primárias do solo que 
se juntam através da atuação de micro-organismos do solo, exsudatos de raízes de plantas 
e pela própria matéria orgânica do solo. 
 É importante, no entanto, não confundir os agregados com os chamados torrões, um 
dos principais sintomas de compactação do solo. Nos agregados, facilmente percebemos 
a atuação dos micro-organismos pela rugosidade na superfície, alta porosidade e pela 
grande presença de raízes se desenvolvendo entre eles. Os torrões por sua vez, são 
formados basicamente por pressão exercida pelas máquinas agrícolas, sendo opacos e 
sem vida. 
 
 
Problema IV – O que reagiu? 
Objetivos: 
1. Compreender as propriedades químicas do solo; 
2. Entender as reações químicas do solo; 
3. Estudar como ocorre a CTC no solo. 
 
 A fase sólida é constituída por materiais minerais derivados das rochas ou 
sedimentos associados a compostos orgânicos. Encontrando-se partículas de tamanho e 
formas variáveis. A composição desta fase é relativamente estável num intervalo de 
tempo curto, mudando apenas pelas adições ou remoções por erosão e deposição hídrica 
e/ou eólica e pela atividade biológica. 
 A fase líquida, denominada solução do solo, é formada pela água proveniente da 
atmosfera ou corpos d’água e lençol freático, acrescida de minerais e compostos 
orgânicos dissolvidos. 
 A fase gasosa ou atmosfera do solo é composta pelos gases presentes no espaço 
poroso. Apresenta composição diferente da atmosfera do ar em função dos gases 
produzidos pela atividade biológica (respiração microbiana e respiração de raízes) e 
reações químicas que ocorrem na solução do solo, podendo conter de 10 a 100 vezes mais 
CO2 que na atmosfera livre. A estrutura, textura e a porosidade do solo, assim como a 
presença de água, afetam as taxas de difusão destes gases para a atmosfera. 
 A composição química da fase sólida é em grande medida determinada pelos 
materiais de origem do solo. A fase sólida é proveniente dos materiais derivados das 
rochas e /ou sedimentos, associados aos compostos de origem orgânica. A constituição 
química das rochas ou sedimentos é variável em função de sua origem e natureza, 
afetando as características do solo formado. Esta influência tende a se reduzir na medida 
em que o intemperismo atua, podendo levar solos derivados de materiais de origem 
diferentes a apresentarem feições e composição química similares. 
 Nos solos, em geral, há uma predominância de Si e Al devido a abundância destes 
elementos nas rochas da superfície terrestre. 
 A fração argila é composta por minerais secundários originados do intemperismo 
dos minerais primários. O processo de formação dos minerais secundários se dá pelo 
rompimento da rede cristalina destes e pela remoção dos íons pela água que atravessa as 
fraturas nas rochas. Em condições de intemperismo pouco acentuado, quando a remoção 
de cátions e sílica não é muito drástica, formam-se os minerais de argila silicatados do 
tipo 2:1. O ferro contido nos minerais primários pode se precipitar como óxido/hidróxido. 
O avanço do intemperismo proporciona progressiva perda de cátions e sílica, 
desestabilizando os minerais 2:1 e favorecendo a formação das argilas 1:1. 
 
Capacidade de Troca Catiônica (CTC): 
 O solo é formado por partículas de argila e matéria orgânica, que são os coloides. Os 
cátions estão retidos nos coloides. Argilas apresentam predominantemente cargas 
negativas, podendo apresentar cargas positivas. 
• Quantidade total de cátions que um solo, ou algum de seus constituintes, pode 
adsorver e trocar a um pH específico, em geral pH 7,0. 
• No solo, a CTC é devida à superfície específica e às cargas inerentes ou acidentais 
de colóides eletronegativos, como os minerais de argila, a sílica coloidal e os 
húmus. 
• Fertilidade: > CTC, > adsorção de cátions 
 A capacidade de troca de cátions (CTC) corresponde à soma das cargas negativas 
nas partículas microscópicas do solo (fração argila, e matéria orgânica) retendo os cátions, 
tais como cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+), potássio (K + ), sódio (Na+), alumínio (Al3+) 
e hidrogênio (H+) presentes na solução do solo. 
 
 
Problema V – Mudança de realidade 
Objetivos: 
1. Compreender os componentes da acidez e como ocorre a reação no solo; 
2. Compreender como é feita a calagem e a sua importância; 
3. Entender o que acontece com a CTC após a realização da calagem; 
4. Entender o Poder Tampão do solo; 
5. Comparar Gesso e Calagem. 
 A acidez do solo se dá pelo aumento na presença de H+ na solução do solo, pode 
ocorrer, principalmente em solos muito intemperizados, pois estes tem pouco ou ausência 
do tetraedro do Si, ou seja, terá maior presença de Al3+ (outro fator da acidez). 
 Há duas maneiras principais que provocam a acidificação do solo. A primeira ocorre 
naturalmente pela dissociação do gás carbônico: CO2 + H2O H+ + HCO3-. O H+ 
transfere-se então para a fase sólida do solo e libera um cátion trocável, que será lixiviado 
com o bicarbonato. Esse fenômeno é favorecido por valores de pH elevados, tornando-se 
menos importante em pH baixos, sendo inexpressivo a pH abaixo de 5,2. Portanto, em 
solos muito ácidos não é provável uma grande acidificação através do bicarbonato. 
 Existe tipos diferentes de acidez no solo, a ativa e a potencial. 
 Acidez ativa: são os íons H+ da solução do solo em concentrações baixas quando 
comparados com os íons H+ adsorvidos. É expressa pelo valor do pH do solo. O pH é 
determinado em água: usa-se uma relação solo:água de 1:2,5. Mede-se o pH através da 
imersão de um elétrodo de vidro ligando a um potenciômetro. Podem ser usadas, também, 
soluções salinas, como o KCl e CaCl2. 
 A acidez potencial divide-se em acidez trocável e não trocável. 
• A acidez trocável refere-se aos íons Al3+e H+retidos na superfície dos coloides do 
solo. Esta quantidade de H+ trocável é pequena. Como o H+ representa menos de 
5% da acidez trocável, é admitido apenas o Al3+trocável. 
• A acidez não trocável é o íon H+ de ligação covalente associado aos coloides em 
carga negativa e aos compostos de alumínio. É a acidez que os solos apresentam 
quando em pH menor que 5,5. Acima de pH 5,5 não existe mais Al3+ trocável. 
 A calagem é considerada como uma das práticas que mais contribui para o aumento 
da eficiência dos adubos e correção/neutralização do H+ e Al3+.Benefícios/objetivos da calagem: 
• elevar o pH; 
• fornecer Ca e Mg como nutrientes; 
• diminuir ou eliminar os efeitos tóxicos do Al, Mn e Fe; 
• diminuir a fixação de P; 
• aumentar a disponibilidade de N, P, K, Ca, Mg, S e Mo; 
• aumentar a eficiência dos fertilizantes; 
• aumentar a atividade microbiana; 
• melhorar os atributos físicos do solo. 
CaCO3 + H2O → Ca2+ + CO3-2 + H2O → HCO3- + OHHCO3- + H2O → H2CO3 + 
OH- 
Neutralização da acidez ativa (H+): 
HCO3- + H+ → H2CO3 H2O + CO2 
OH- + H+ H2O 
Neutralização do alumínio: 
Al+3 + 3OH- Al(OH)3 
 Para a determinação da necessidade de calagem (NC), ou seja, a dose de calcário a 
ser recomendada, são usados dois métodos com base em dois conceitos amplamente 
aceitos, para os solos do estado de Minas Gerais: “Método da neutralização da acidez 
trocável e da elevação dos teores de Ca e de Mg trocáveis” e o “Método da Saturação por 
Bases”. 
A NC (em t/há) é assim calculada: 
NC = CA + CD, em que: 
CA = correção da acidez 
CA = Y [Al3+ - (mt . t/100)], em que: 
Al3+ = acidez trocável, em cmolc/dm
3 
mt = máxima saturação por AL tolerada pela cultura, em % 
T = CTC efetiva, em cmolc/dm
3 
Y é um valor variável em função da capacidade tampão da acidez do solo (CTH) e que 
pode ser definido de acordo com a textura do solo 
SOLO ARGILA 
% 
Y 
Arenoso 0 a 15 0,0 a 1,0 
Textura média 15 a 35 1,0 a 2,0 
Argiloso 35 a 60 2,0 a 3,0 
Muito argiloso 60 a 100 3,0 a 4,0 
 
CD = correção da deficiência de Ca e de Mg 
CD = X – (Ca2+ + Mg2+), em que: 
Ca2+ + Mg2+ = teores de Ca e Mg trocáveis 
 E, por último, X é um valor variável em função dos requerimentos de Ca e de Mg 
pelas culturas. 
 
 
 A determinação da quantidade de calcário a ser usada por hectare deve levar em 
consideração: 
1. A porcentagem da superfície do terreno a ser coberta na calagem (SC, em %) 
2. Até que profundidade será incorporado o calcário (PF, em cm) 
3. O poder relativo da neutralização total do calcário a ser utilizado, que depende da 
granulometria do material utilizado (PRNT, em %). 
PRNT = 
PN X RE
100
 
A equação utilizada para a quantidade de calcário a ser utilizada é: 
QC = NC x 
SC
100
 x 
PF
20
 x 
100
PRNT
 
Algumas definições importantes 
a) Soma de bases (SB ou S): SB = K + Ca + Mg (+Na) 
b) CTC efetiva (ao Ph atual do solo): CTC efetiva = SB + Al 
c) CTC total (a Ph 7,0): CTC = SB + (H + Al) 
d) Porcentagem de saturação por bases (V%): V% = SB x 100/CTC (Ph 7,0) 
e) Porcentagem de saturação por Al (m%): m% = Al x 100/CTC efetiva 
 O gesso agrícola, devida a alta solubilidade, consegue penetrar mais facilmente no 
perfil do solo, fornecendo Ca em profundidade reduzir a saturação de Al em sub 
superfície, aprofundando o sistema radicular melhorando a distribuição das raízes e 
aumentando o peso/volume de raízes favorecer a absorção de água. 
CaSO4 sólido Ca2+ + SO2-4 
Solo-Al+3 + Ca+2 Solo-Ca+2 + Al+3solução 
Al+3 + SO-2 4 AlSO+4 (solução) 
 (não tóxico) 
Al+3 + SO-4 4 + H2O AlxOHyH2OzSO4 (K) 
(precipitado - não tóxico) 
Diferenças entre a reação do calcário e do gesso 
 O solo tem cargas dependentes de pH. A reação do calcário aumenta a quantidade 
de OH (> pH), aumenta a CTC (capacidade de troca catiônica), aumenta a quantidade de 
cargas negativas e também aumenta a capacidade do solo em reter bases (K, Na, Mg e 
Ca). 
 No caso do calcário o ânion ou íon acompanhante (CO-23) reage com a água 
transformando-se em CO2, o qual é perdido para a atmosfera. Assim o Ca+2, não tendo 
um ânion acompanhante irá lixiviar/deslocar menos no perfil, ficando mais retido na 
superfície de troca ou adsorvido pelas argilas, enquanto que o gesso um ânion 
acompanhante (SO4) que pode ser carreado juntamente com o Ca até as camadas mais 
profundas do solo. 
 
Problema VI – Grande e essencial, pequeno e indispensável 
Objetivos: 
1. Diferenciar elemento benéfico de nutrientes essenciais; 
2. Entender o conteúdo e formas de ocorrência dos nutrientes no solo; 
3. Entender como ocorre a interação dos elementos entre si dentro e fora da solução.

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