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Universidade de Vassouras, Curso de Psicologia, Vitória Machado Barbosa Pedro, 201820235. ESTUDO DIRIGIDO PSICOLOGIA ESCOLAR 2020.1 1) De acordo com Guattari e Rolnik (2010) trabalhadores sociais, ou qualquer profissional interessado no discurso do outro, se encontram em uma encruzilhada política e micropolítica fundamental, não havendo espaço, neste campo, para qualquer posição dita neutra. Utilizando os princípios fundamentais do Código de Ética do Profissional Psicólogo vigente e, considerando a educação direito de todos e dever do Estado e da família, conforme previsto na Constituição Federal de 1988, disserte articulando o pensamento da autora e do autor supracitado à prática da Psicologia Escolar. Princípios Fundamentais: I – O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos. II – O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. III – O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural. Constituição Federal de 1988 Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Dessa forma, uma boa educação e de qualidade é de dever do Estado e que seus direitos sejam garantidos. Alinhando-nos a esse pensamento, podemos considerar que o trabalho do psicólogo deve incidir no processo que constrói a realidade das diferentes práticas educacionais e não em seus produtos, por exemplo, o fracasso escolar. A realidade é movente e, portanto, o princípio que orienta nossas práticas precisa “detectar” forças tendenciais, direções e movimentos que escapem ao plano das formas constituídas. Existe aqui uma tensão para uma atuação que contribua para reprodução de subjetividades capitalísticas forjadas a partir de modelos hegemônicos, e a de trabalhar na busca por caminhos que permitam a criação de saídas (ou entradas). Estas despontarão através das possibilidades e agenciamentos que o profissional construir e pôr a funcionar em sua trajetória. 2) O que Guattari e Rolnik (2010) chamam de Subjetividades Capitalísticas? Somos produzidas e produzidos por discursos e práticas que nos atravessam e provém de diversas esferas institucionais (família, escola, mídia, clubes etc.), muitas vezes não havendo espaço para uma construção subjetiva autêntica. Por mais que não seja evidente “a olho nú” as coisas que parecem mais distantes da “esfera pessoal” influenciam nossa forma de pensar, agir e até desejar e sonhar. • Construção de padrões normativos. • MASSA ≠ GRUPO/COLETIVO. 3) O que Heckert e Barros (2007) chamam de “práticas-sintoma”? Prática-sintoma – conceito que crítica ao que se instituiu nas práticas de Psicologia em Educação, como a busca do aluno perfeito, bom, disciplinado, “[...] figura ideal que regularia as experiências concretas. 4) De acordo com Heckert e Barros (2007), qual seria o foco de análise para intervenções “psi” nas escolas e no que isso implica? Foco de análise é no ensino-aprendizagem. Buscam problematizar um lugar ocupado pela Psicologia que padroniza ações e repete modos de funcionamento de “forma sintomática”, o que significa, portanto, tirá-las de um “lugar sintoma”, de um lugar que paralisa e reproduz um sentido já dado. • Prática da transversalização: Pautada numa rede de produção de saberes coletivos que produzem intervenções no que está instituído no âmbito do debate sobre o fracasso escolar e não seu uso para constatar, diagnosticar ou explicar essa realidade; • Multidisciplinaridade: flexibilização das fronteiras disciplinares, que se pode operar por meio de procedimentos que somam disciplinas para dar conta de determinados objetos; • Interdisciplinaridade: produzir um saber específico a partir de uma zona de interseção entre elas; • Transdisciplinaridade: não busca estabilidade, mas interferência entre as disciplinas, visando transformação nos modos instituídos de funcionamento nos diferentes campos disciplinares. 5) De acordo com Heckert e Barros (2007) em que se pautou a Psicologia Tradicional? A Psicologia Tradicional se pautou por abordagens binárias que pegam como aspectos dicotômicos: Indivíduo x sociedade; Escola x fora da escola; Psicologia x educação; Teoria x prática. 6) O que Heckert e Barros (2007) chamam de conceito-ferramenta? Permite “cientificamente” operar no campo da educação nos seus diferentes âmbitos. 7) Para Heckert e Barros (2007) o que seria tranversalizar? Problematização dos processos de produção do fracasso escolar que têm caminhado mais no sentido de individualização-privatização do que na concepção de fracasso como efeito da produção de práticas educacionais e/ou psicológicas. 8) De acordo com Viana e Lima (2010), no que consistiria a “teoria do Capital Humano”? Teoria do capital humano: EUA, meados anos 1950, consiste em que a educação torna as pessoas mais produtivas, aumenta seus salários e influência o progresso econômico. 9) O que Heckert e Barros (2007) concluem acerca da Teoria da Carência Cultural e como esta se relaciona com a questão do Fracasso Escolar? Teoria da Carência Cultural: o pobre não tem condições pessoais para se inserir produtivamente na sociedade e, por isso, é pobre. Seu fracasso escolar e ocupacional decorre de deficiências presentes em seu desenvolvimento psicológico, tal como o provam instrumentos de observação e de medida tradicionalmente usados pela psicologia. 10) De acordo com Heckert e Barros (2007) qual relação entre Produção do Fracasso Escolar e Psicologização do Desempenho Escolar? O que se repete é a naturalização do fracasso escolar como um objeto ‘já dado’, uma verdade a ser descoberta com o apoio de pressupostos científicos que segregam e silenciam outros saberes que escapam as leis universais e transcendentes. Ao avaliar, selecionar e hierarquizar certos comportamentos dissonantes, como distúrbios e dificuldades, como cópias degradadas a serem corrigidas, sua potência desestabilizadora das práticas instituídas é esvaziada, intensificando a tutela do processo de aprendizagem dos alunos. 11) Heckert e Barros (2007), baseadas em Benevides (1997), trazem problematizações acerca do que chamam de “subjetividades repetentes”. O que traz este conceito? Fracasso escolar seria o elemento analisador das redes de culpabilização, infantilização e desqualificação, em meio as quais de produzem subjetividades fracassadas, repetentes. Ao manter as análises acerca do desempenho escolar nessas redes, excluímos os fatores político-sociais que produzem as condições de repetência e fechamos as portas para perguntas. 12) O que é necessário para o desenvolvimento de uma política de qualidade que se pretenda eficaz, segundo Heckert e Barros (2007)? Qualquer política de qualidade, que se pretenda eficaz, deve considerar a realidade diversa e desigual que demarca o sistema de ensino brasileiro. É preciso ouvir com atenção os trabalhadores do ensino para aprender como lidar com essas formulações no cotidiano de trabalho e as modulações que fabricam. 13) De acordo com o pensamento de Heckert e Barros (2007), porque interessa à Psicologia e a Educação problematizar a questão do Fracasso Escolar? Buscam problematizar um lugar ocupado pela Psicologia que padroniza ações e repete modos de funcionamento de “forma sintomática”, o que significa, portanto, tirá-lasde um “lugar sintoma”, de um lugar que paralisa e reproduz um sentido já dado. Ao manter as análises acerca do desempenho escolar nessas redes, excluímos os fatores político-sociais produzem as condições de repetência e fechamos as portas para perguntas. Nas últimas três décadas, as políticas governamentais no campo da educação pública tiveram como propósito transformar o fracasso em sucesso. Programas de correção de fluxo escolar, progressão automática de alunos e classes de reforço etc. Objetivo de elevar a produtividade e a qualidade do sistema público de ensino. O diálogo crítico, baseado na possibilidade de fazer do confronto um motor no processo de aprendizagem, é um elemento importante para que o saber da experiência seja afirmado e se efetive o diálogo com o conhecimento científico. Dialogando, aprendesse a ouvir, entender e discordar, exercitando o debate e a crítica, de modo que, nesse movimento, afirmamos, inventamos e ampliamos conhecimentos e saberes. 14) Em relação aos trabalhos elaborados em escolas por Heckert e Barros (2007), o que as mesmas sugerem enquanto estratégia de intervenção no ambiente escolar? Um diálogo efetivo entre os diferentes saberes no qual os conteúdos, conhecimentos e experiências circulem em espiral, uma forma que visa a ampliar nossa capacidade de escuta compreensiva do outro. 15) Qual a importância da comunicação entre os atores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem? Essa estratégia metodológica busca acompanhar o movimento plástico da subjetividade para produzir um regime de produção de conhecimentos/saberes sobre a temática em tela e coloca-la em movimento. Criar condições que viabilizem o encontro e diálogo entre os atores. Nesta interface é fundamental a construção de estratégias pautadas no diálogo dinâmico entre os polos da ciência e da experiencia prática dos educadores(as). Construir práticas educacionais que sejam condizentes com os princípios de uma política de educação, entendida como o plano coletivo e, portanto, referentes à experiencia concreta dos coletivos, construídos a partir das experiências de cada uma das pessoas. 16) “A produção do fracasso escolar não é um destino inexorável” (Heckert e Barros, 2007, p.120). Comente esta citação articulando com as discussões acerca da parte prática da Psicologia Escolar em sala de aula. A produção do fracasso escolar não é, portanto, um destino inexorável. É importante afirma-lo como produzido através de um modo de existência que define, distribui e fixa competências e incompetências na escola. O desafio para psicologia é problematizar essa maquinaria modelizadora em que, muitas vezes, se constitui o espaço escolar, afirmando-o como usina do conhecimento, de invenção e de novas formas subjetivas. Dessa forma, como abordamos em aula chegamos à conclusão de que cada aluno é um ser único, individual e singular. Devendo evitar estigmas e rótulos (ex: “um aluno é bom” “ou “um aluno ruim”), entender suas particularidades e seu contexto é primordial.
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