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5 Avaliação Psicopedagogica Institucional

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A Avaliação 
Psicopedagógica 
Institucional
Brasília-DF, 2007.
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Elaborado por:
Mônica Souza Neves-Pereira
DOCUMENTO DE PROPRIEDADE DO CETEB / GIP
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Nos termos da legislação sobre direitos autorais, é proibida a reprodução total ou parcial 
deste documento, por qualquer forma ou meio – eletrônico ou mecânico, inclusive por 
processos xerográficos de fotocópia e de gravação – sem a permissão expressa e por 
escrito do CETEB.
VErsão 1_2007
Direitos reservados ao CETEB
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Apresentação ..........................................................................................................................................
Organização da Disciplina .....................................................................................................................
Unidade I – A Construção da Identidade do especialista em Psicopedagógica ..................................
 Roteiro de Elaboração de Atividade: Construindo a identidade profissional e fazendo contato com 
 o campo de trabalho da Psicopedagogia Institucional ...................................................................
Unidade II – A Psicopedagogia Institucional ........................................................................................
 Capítulo � – Psicopedagogia Institucional: Conceituação e Dimensões Constitutivas ...................
Unidade III – A Avaliação Psicopedagógica Institucional ...................................................................
 Capítulo � – As Bases Conceituais da Avaliação Psicopedagógica Institucional ...........................
 Capítulo � – A Construção do Instrumental de Avaliação Psicopedagógica Institucional ...............
Referências Bibliográficas ....................................................................................................................
Renumerar
 
Sumário
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Prezado(a) Aluno(a),
Bem vindo(a) à disciplina “Avaliação Psicopedagógica Institucional”!
Este é o nosso “Caderno de Estudos”. A elaboração deste material tem o propósito de contribuir para que você realize 
seus estudos de modo prazeroso e com excelente aproveitamento. Também é nosso objetivo ofertar conteúdos que 
permitam a ampliação de seus conhecimentos teóricos e práticos sobre os processos de avaliação psicopedagógica no 
âmbito institucional. Após � disciplinas de caráter teórico é chegada a hora de nos apropriarmos do “fazer psicopedagógico” 
e esta disciplina vem contribuir neste sentido.
Para que você se situe sobre o que vai estudar nas próximas semanas conheça os objetivos da disciplina, a organização 
dos temas e o número aproximado de horas de estudo que devem ser dedicadas a cada unidade.
A carga horária desta disciplina é de �0 horas, cabendo a você administrar seus momentos de leitura e estudo conforme 
sua disponibilidade. Lembre-se, porém, que há uma data limite para conclusão da disciplina e que você também deverá 
apresentar ao seu tutor os trabalhos avaliativos indicados em folha anexa. Portanto, não perca tempo!
As unidades foram organizadas de forma didática e objetiva. Elas apresentam os textos básicos com questões para 
reflexão e indicam as leituras e pesquisas complementares. 
Esperamos que você aproveite ao máximo o estudo dos temas abordados nesta disciplina.
Bom trabalho!
Apresentação
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Organização da Disciplina
Organização da Disciplina
Objetivos:
• Refletir sobre a formação da identidae do especialista em Psicopedagogia, tanto individual quanto coletiva;
• Investigar o campo da Psicopedagogia Institucional, suas bases teóricas e práticas;
• Compreender as dificuldades de aprendizagem e o fracasso escolar em sua configuração sistêmica e situada 
no espaço escolar;
• Identificar as etapas constitutivas de uma avaliação psicopedagógica institucional;
• Vivenciar a construção de um processo de avaliação institucional, considerando as etapas de elaboração do 
instrumental de avaliação, coleta dos dados, interpretação e devolutiva.
Unidade I – A Construção da Identidade do Especialista em Psicopedagogia
Carga horária: � horas
Conteúdo Capítulo
Uma análise crítica sobre a construção da identidade do especialista em 
Psicopedagogia.
Roteiro de Elaboraçãod e 
Atividade: Construindo a 
identidade profissional e 
fazendo contato com o campo 
de trabalho da Psicopedagogia 
Institucional
Unidade II – A Psicopedagogia Institucional
Carga horária: �� horas
Conteúdo Capítulo
Psicopedagogia Institucional: Conceituação e Dimensões Constitutivas 1
Unidade III – A Avaliação Psicopedagógica Institucional
Carga horária: �0 horas
Conteúdo Capítulo
As Bases Conceituais da Avaliação Psicopedagógica Institucional 2
A Construção do Instrumental de Avaliação Psicopedagógica Institucional 3
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Esta disciplina inaugura um núcleo de conteúdos que mesclam teoria e prática psicopedagógica. Seu objetivo é ofertar 
conhecimentos e saberes que permitam ao psicopedagogo, em formação, construir sua identidade profissional, conhecer 
o campo da Psicopedagogia Institucional e dominar o processo de avaliação psicopedagógica, com ênfase no espaço 
escolar.
Até o presente momento deste curso foram discutidas questões teóricas de grande relevância, como: as bases 
epistemológicas da Psicopedagogia, os processos de construção do conhecimento, as contribuições da Psicanálise para 
a compreensão do saber psicopedagógico e uma análise aprofundada das dificuldades de aprendizagem e do fracasso 
escolar. Como o foco desta formação é a aplicação da Psicopedagogia no âmbito escolar e institucional, necessitamos 
de conhecimentos específicos nesta área de atuação assim como de recursos que permitam a realização de processos 
de avaliação psicopedagógica institucional com segurança e propriedade.
Esta disciplina vai tratar dos saberes psicopedagógicos a serviço das instituições de ensino. Seu objetivo central consiste 
em compreender a escola como o espaço onde se constroem as dificuldades de aprendizagem e o sujeito como aquele 
que delata a dimensão disfuncional de todo um contexto. Pensar a Psicopedagogia Institucional é pensar a instituição 
escolar e todo o sistema que cerca o sujeito que apresenta dificuldades de aprendizagem. Não existe fracasso escolar 
sem um contexto que o produz. A compreensão desta relação dialética é fundamental para a abordagem psicopedagógica 
institucional.
A partir de uma visão sistêmica do fenômeno da aprendizagem e da não-aprendizagem, a Psicopedagogia atua nas 
instituições escolares, em caráter preventivo, construindo saberes, valores, crenças e práticas que funcionam como 
“desconstrutores” das práticas pedagógicas impeditivas do processo de aprendizagem de alguns alunos, criando novos 
caminhos de intervenção e regulação dos déficits evidenciados. O psicopedagogo que trabalha na instituição de ensino 
deve pensar globalmente, o tempo todo, olhar para o aluno como parte de um sistema maior, onde a escola predomina 
como lócus de aprendizagem, mas não como único elemento capaz de propiciá-la.
Além de conceber a aprendizagem como resultante de um sistema complexo em interação, o psicopedagogo institucional 
tem que adquirir ferramentas de trabalho para agir, desenvolver estratégias de trabalho, atuar preventivamente e 
promover reajuste nos sistemas de aprendizagem que apresentam disfunções. Para atuar, este profissional necessita 
dominarconhecimentos específicos que orientam os processos de avaliação, intervenção e atuação psicopedagógica 
na instituição de ensino, considerando que grande parte de seu instrumental de trabalho será produzido por ele mesmo, 
de acordo com a realidade onde está inserido, com as demandas com as quais lida e as características específicas da 
clientela que atende.
Neste Caderno de Estudos vamos discutir a avaliação psicopedagógica institucional em sua dimensão teórica e aplicação 
prática. Consideraremos suas etapas constitutivas assim como a elaboração do instrumental que permitirá sua realização. 
Estes são os passos iniciais que gestarão o especialista em Psicopedagogia em formação. No momento em que o 
estudante de psicopedagogia começa a apropriar-se da dimensão prática do fazer psicopedagógico, ele também nasce 
como profissional, dá início à construção de sua identidade como especialista em uma área, que espera dele competência 
e seriedade, em todos os âmbitos de sua atuação.
Introdução
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A Construção da Identidade do Especialista em Psicopedagogia Unidade I
A Construção da Identidade do especialista 
em Psicopedagogia
Unidade I
Uma Análise Crítica Sobre a Construção da Identidade do Especialista em 
Psicopedagogia
Roteiro de Elaboração de Atividade: Construindo a identidade profissional e fazendo contato com o 
campo de trabalho da Psicopedagogia Institucional
Esta unidade tem início com uma atividade prática, que conta ponto para avaliação da disciplina e que será descrita a 
seguir. É muito importante que o aluno consulte o texto de apoio para realização desta atividade.
ROTEIRO DE ELABORAÇÃO DE ATIVIDADE
ORIENTAÇÕES E TEXTO DE APOIO PARA REALIZAÇÃO DE ATIVIDADE AVALIATIVA DA DISCIPLINA.
“Construindo a identidade profissional e fazendo contato com o campo de trabalho da psicopedagogia 
institucional.”
INSTRUÇÕES PARA REALIZAÇÃO DESTA ATIVIDADE
SEGUNDA ATIVIDADE Ferramenta Descrição da Atividade Prazo de Finalização
A segunda atividade será feita antes da leitura do Caderno de Estudos, com o apoio de um texto complementar.
O objetivo desta atividade é iniciar o processo de construção de identidade do psicopedagogo em formação, uma vez que as 
duas últimas disciplinas são mais práticas do que teóricas e vão levar o aluno para o campo do trabalho psicopedagógico.
Ao final deste documento o aluno vai encontrar o texto de apoio e as orientações para realizar a ATIVIDADE 2
Em caso de dúvida façam contato com a tutoria da disciplina pelo e-mail: prof.monica@posead.com.br 
ESTA ATIVIDADE DEVERÁ SER FEITA NO INÍCIO DA DISCIPLINA, ANTES DA LEITURA DO CADERNO DE ESTUDOS.
Construindo a identidade 
profissional e fazendo contato 
com o campo de trabalho da 
psicopedagogia institucional.
(Deve ser feita antes da 
leitura do Caderno de Estudos 
da Disciplina)
O aluno deve enviar 
esta atividade por 
meio do e-mail do 
tutor ou correio.
Esta atividade deverá ser feita no início da 
disciplina, antes da leitura do Caderno de 
Estudos da Disciplina.
Há um roteiro, ao final deste documento, 
que vai orientar sobre a realização desta 
atividade.
Em caso de dúvida, por favor, contate o tutor 
da disciplina.
Valor da Atividade: 2,5 pontos.
Segunda semana da 
disciplina
Objetivo específico: analisar a construção da identidade do 
especialista em psicopedagogia promovendo reflexões do 
profissional em formação a respeito desta temática.
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A Construção da Identidade do Especialista em Psicopedagogia Unidade I
TEXTO DE APOIO PARA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE
Psicopedagogia – uma identidade em construção
Mônica Hoehne Mendes
COMO CITAR ESTE ARTIGO:
MENDES, Mônica Hoehne. Psicopedagogia –: uma identidade em construção. Constr. psicopedag., dez. �00�, vol.��, 
no.��, p.0-0. ISSN ����-����.
________________________________________________________________________________
RESUMO
Este artigo se propõe a relatar o processo de construção da identidade da Psicopedagogia, que se inicia a partir da 
necessidade de profissionais que buscam respaldo teórico para intervir junto aos indivíduos que apresentavam dificuldades 
em seu processo de aprendizagem. Esta busca nos levou a desenvolver uma formação que possibilitasse articular várias 
áreas de conhecimento, criando assim uma nova área de atuação, a Psicopedagogia. o referencial teórico adotado foi 
a concepção de identidade como metamorfose, concebida por Antonio da Costa Ciampa (����), além do conceito de 
institucionalização na visão de Berger e Luckmann (����). Neste trabalho mostramos a Pedagogia e a Psicologia como as 
principais áreas de referência que subsidiam a prática psicopedagógica, em seguida mostramos os fundamentos teóricos 
que embasam a atuação dos psicopedagogos, adquiridos nos diferentes cursos de formação das décadas de �0 e �0.
Palavras-chave: Identidade, Psicopedagogia, Metamorfose.
________________________________________________________________________________
ABSTRACT
This paper aims to describe the process of building the identity of “Psyco-pedagogy”, which begins with the need of 
professionals seeking to establish the fundamentals to assist individuals with learning difficulties. The research led us 
them to develop the foundation that made possible to establish interdisciplinary knowledge, thus creating a new area 
of study, that of “Psycho-pedagogy”. The theorical reference adopted the concept of identity as a metamorphosis as 
it was conceived by Antonio da Costa Ciampa (����), and also the concept of institutionalization developed by Berger 
and Luckmann (����). In this article we consider Psychology and Pedagogy are the main knowledge areas that give 
theorical support to “Psycho-pedagogy”. The next step was to substantiate the theorical ground that contributed to the 
professional qualification of the “psycopedagogues” that attended professional courses of the �0’s and �0’.
Keywords: Identity, “Psycho-pedagogy”, Metamorphosis.
________________________________________________________________________________
Os estudos sobre identidade levam em conta o processo histórico, os vários personagens/atores que contribuem para a 
construção dos cenários, nos quais a identidade se constrói. Ela se constitui a partir da cotidianidade destes personagens, 
compondo a história de vida de cada um e do grupo do qual fazem parte.
A identidade é analisada levando em conta a visão de metamorfose, de transformação; é movimento e como tal procura a 
articulação entre a subjetividade e a objetividade. Ao lado dos fatos vividos, a emoção vivenciada gera a consciência. 
O psicopedagogo é o profissional oriundo de diferentes graduações: Pedagogia, Psicologia, Fonoaudiologia, Letras, etc., 
que através de sua consciência busca uma transformação de suas concepções e do seu fazer – busca sair da mesmice 
de uma práxis, busca sair da identidade mito, isto é, de uma aparência de não transformação, constituindo sua história 
neste processo.
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A Construção da Identidade do Especialista em Psicopedagogia Unidade I
Ao buscar sair da mesmice de sua formação de origem, busca sair de uma identidade mito, isto é, aquele que sugere que 
tudo está bem, que tudo funciona e por esta razão não precisamos mudar. Esta crença nos aprisiona e nos paralisa.
No processo de construção da identidade há um interjogo que combina igualdade e diferença do sujeito em relação a si 
próprio em seus diferentes personagens e aos demais que o cercam.
A Psicopedagogia recebeu um corpo de conhecimentos provenientes de seus grupos de referência: Pedagogia e Psicologia. 
No histórico deste contexto, seus personagens constroem sua identidade individual, que passa a integrar a identidade 
coletiva.
Aprender um papel/construir um personagem significa um trabalho de várias camadas cognoscitivas e afetivas do sujeito.O desenvolvimento da identidade ocorre num movimento contínuo entre os diferentes personagens do processo histórico 
entrelaçando estas camadas cognoscitivas e afetivas.
A identidade é movimento, pois se constitui no movimento dos personagens em sua história vivida, dando agilidade a 
estes e procurando a articulação entre a subjetividade e a objetividade. Observamos no campo da Psicopedagogia os 
profissionais buscando uma formação que os instrumentalize a lidar com os problemas de aprendizagem; a subjetividade 
provocando uma transformação em um profissional diferente daquele que iniciou este processo, para responder a uma 
necessidade de uma realidade objetiva (fato evidente nas entrevistas com psicopedagogos), reafirmando um fenômeno 
dialético na transformação da identidade. Conforme Ciampa nos diz, sem a unidade da subjetividade com a objetividade, 
a primeira é “desejo que não se concretiza, e a objetividade é finalidade sem realização” (����, p.���).
As histórias dos psicopedagogos mostram bem esta relação entre seus desejos, suas necessidades e as possibilidades 
apresentadas pelo contexto.
Portanto, na medida em que os papéis sociais/profissionais vão sofrendo transformações, observamos o processo contínuo 
de metamorfose da identidade (Ciampa, ����), processo este claramente constatado na história do psicopedagogo. Ele 
é um profissional oriundo de diferentes graduações: Pedagogia, Psicologia, Fonoaudiologia, Letras, Matemática, etc., 
que através de sua consciência busca uma transformação de suas concepções e do seu fazer - busca sair da mesmice 
de uma praxis, busca sair de uma identidade mito, isto é, de uma aparência de não-transformação, constituindo sua 
história neste processo. 
Ciampa afirma que “identidade é história, o que nos permite dizer que não há personagens fora da história, assim como 
não há história sem personagens” (����, p. ���). 
Outra característica do processo de construção de identidade é o interjogo que combina igualdade e diferença do sujeito 
em relação a si próprio em seus diferentes personagens e aos demais que o cercam. Ciampa nos mostra como por meio 
do nosso nome, temos a indicação do singular (indicado pelo �o nome) e do geral (indicado pelo nome de nossa família), 
isto é, o nome nos diferencia dentro do contexto familiar e o sobrenome é o que nos inclui, o que nos reconhece como 
membros desta família. O passo seguinte é a identificação com papéis que correspondem também a uma predicação e 
colocam o sujeito como personagem de uma história. Dentre estas identificações é importante assinalar a identificação 
profissional, que está sendo objeto de análise neste trabalho.
No entender de Berger e Luckmann (����), o indivíduo vai construindo uma estrutura biográfica a partir dos momentos 
sucessivos de sua experiência e o compartilhar com outras pessoas os significados dessas experiências para que ocorra 
a integração biográfica comum, pode gerar um processo de institucionalização. A institucionalização ocorre inicialmente 
num plano pré-teórico, em função de um corpo de conhecimentos que o grupo recebe, os quais fornecem as regras de 
conduta institucionalmente adequadas. Podemos dizer que a Psicopedagogia recebeu um corpo de conhecimentos oriundo 
de seus principais grupos de referência, a Psicologia e a Pedagogia e as experiências posteriores de seus profissionais 
gerou a institucionalização.
Ainda em Berger e Luckmann veremos o conceito de institucionalização, que para eles ocorre quando há uma padronização 
(ou uma tipificação) de ações habituais pelos vários tipos de atores, referindo-se ao “caráter típico dos atores nas 
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A Construção da Identidade do Especialista em Psicopedagogia Unidade I
instituições. As tipificações das ações habituais que constituem as instituições são sempre partilhadas” (����, p. ��), 
estabelecendo pontos em comum nesta ação, nas tomadas de decisão. As tipificações recíprocas são construídas no 
desenrolar de uma história compartilhada e não repentinamente, como é o caso da Psicopedagogia que inicialmente reúne 
um conjunto de profissionais respondendo a uma mesma demanda (as dificuldades encontradas em relação ao processo de 
aprendizagem), reiterando o caráter institucional de uma história compartilhada pelo entrelaçamento dos papéis de seus 
profissionais/personagens, que posteriormente legitimam esta institucionalização pela organização de uma Associação 
formal que os representa - a ABPp.
Segundo Baptista (����), o desenvolvimento da identidade institucional ocorre num movimento contínuo entre os 
diferentes personagens desse processo histórico e destes com seus grupos de referência. A coexistência constante 
dos personagens nesse novo contexto, bem como as alternâncias, que atendem às necessidades surgidas do processo 
histórico deste grupo, dão o caráter dinâmico à identidade institucional (metamorfose).
Ao percorrer o histórico da Psicopedagogia, nos deparamos com os personagens psicopedagogos dessa história construindo 
sua identidade, isto é, a identidade individual de cada profissional e constituindo uma identidade coletiva - do conjunto 
de profissionais inscritos em determinado tempo e lugar, enquanto processos interdependentes. Como diz Agnes Heller 
“o indivíduo (a individualidade) contém tanto a particularidade quanto o humano genérico que funciona consciente e 
inconscientemente no homem” (���0, p. ��). 
Ainda segundo a autora, o homem vai tomando um distanciamento entre o humano genérico (a comunidade) e o próprio indivíduo 
e graças a isto ele pode construir uma relação com sua própria comunidade, assim como com sua particularidade.
Aprender um papel ou construir um personagem significa um trabalho nas várias camadas cognoscitivas e afetivas do 
indivíduo, sobre o corpo de conhecimentos inerentes a este papel.
Este fato nos leva a analisar a questão da identidade do “eu” (singular) e a identidade coletiva (particular e universal), 
conceitos trabalhados por Habermas (����). Para o autor a identidade do “eu” é uma resultante da identificação do 
sujeito com os outros e de seu reconhecimento por estes.
Segundo análise de Baptista: “os ‘outros’ (o grupo de referência) dispõem de identidade coletiva que é o elemento que 
permite ao sujeito se sentir pertencendo ao mesmo, a partir das semelhanças reconhecidas” (����, p. ��).
Na medida em que o sujeito assume papéis sociais/profissionais, adquire uma maior autonomia em relação aos modelos 
oferecidos, e com isto vai adquirindo a identidade do “eu”, vai construindo seu personagem. Paralelamente no processo 
de institucionalização o grupo vai construindo sua identidade, a partir de seus grupos de referência e atribuindo uma 
objetividade e um sentido a sua ação.
Nesse sentido encontramos um argumento interessante em Berger e Luckman: 
O mundo da vida cotidiana não somente é tomado como uma realidade certa pelos membros ordinários da sociedade na 
conduta subjetivamente dotada de sentido que imprimem a suas vidas, mas é um mundo que se origina no pensamento 
e na ação dos homens comuns, sendo afirmado como real por eles (����, p. ��).
Para Heller, é na cotidianidade que o homem age sobre a base da probabilidade, da possibilidade; entre as coisas que faz 
e as conseqüências delas, existe uma relação objetiva de probabilidade. “O pensamento cotidiano implica também em 
comportamento” (���0, p. ��). 
Outro aspecto a ser analisado na construção da identidade da Psicopedagogia, é o fato de seu surgimento representar 
claramente o que Ciampa denominou uma questão política, já que sua existência parece ameaçar o campo de trabalho 
de outros profissionais, principalmente os que pertencem aos grupos de referência. Na prática, o psicopedagogo tem 
como modelo, papéis assumidos tanto pelo psicólogo no que tange a atuação clínica, como do pedagogo, no trabalho com 
aprendizagem. Historicamente é a partir destes modelos que surge a identidade do psicopedagogocom uma especificidade 
que lhe é própria.
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A ação dos profissionais que lidam com os problemas de aprendizagem, a partir da cotidianidade construiu sua práxis, 
estabelecendo novos ideais, dando assim elementos que possibilitam a revisão da atuação educacional.
Uma questão discutida por Heller é o preconceito, como conseqüência do pensamento categorizado e do comportamento 
cotidiano (���0, p. ��), é o resultado de estereótipos, analogias e esquemas já formulados, que dependerão de uma atitude 
crítica, para que possam ser percebidos, enquanto preconceitos para que venham a ser problematizados. A autora define 
o preconceito como um tipo particular de juízo provisório, isto é, passível de refutação pela ciência e por uma experiência 
cuidadosamente analisada, mas que se conservam inalterados contra todos os argumentos da razão.
Creio que podemos afirmar a existência do preconceito em relação a atuação do psicopedagogo, advindo de um de 
seus grupos de referência, pelo fato de que muitas vezes a área de conhecimento com que atuam – a aprendizagem é 
menosprezada socialmente.
Quando o profissional é visto a partir da identidade pessoal (na formação de origem), tende a ocorrer o pré-conceito, como 
categoria do pensamento e do comportamento cotidiano, o que ocorre muitas vezes com o psicopedagogo, cuja formação 
inicial é a Pedagogia. Nesses casos é necessário ficarmos atentos, pois estamos a um passo da estigmatização!
A identidade coletiva surge como conseqüência das identidades pessoais (como dito anteriormente), que podem acrescentar 
novos e bons elementos ou cristalizar aspectos pejorativos.
A identidade social é composta por: 
• Identidade atribuída: o agir dentro das regras básicas que atendam às exigências da posição assumida. 
• Identidade adquirida: o sujeito prova seu mérito para tal, são papéis diferenciados.
Como nos descreve Barone, as profissões surgem por combinação de alguns fatores: 
• Problema - uma demanda social, pela falta de profissionais com recursos para responder a uma necessidade; 
• Fundamentos teóricos - as fontes teóricas que darão subsídios a uma atuação; 
• Prática - como os profissionais passam a organizar seus conhecimentos teóricos e demais recursos. 
Sarbin e Scheibe (����) afirmam que a identidade social de uma pessoa, é conseqüência de suas posições sociais 
validadas, o que ocorre segundo ratificações do papel desempenhado correta e adequadamente. Para estes autores, a 
sobrevivência das pessoas está ligada a habilidade de “localizarem-se devidamente nas várias ecologias” (p.�). O termo 
ecologia, aqui é utilizado para designar a estrutura e o desenvolvimento das comunidades em suas relações com o meio 
ambiente e sua conseqüente adaptação. 
Segundo esses autores, 
(...) entre as várias ecologias nas quais o mundo pode ser diferenciado, é que fica a ecologia social ou 
o sistema de papel desempenhado. As pessoas, constantemente se defrontam com a necessidade de 
localizarem-se em relação com os outros. A má localização do eu no sistema pode trazer conseqüências 
embaraçosas amargas (p. �).
As pessoas em conjunto produzem um ambiente humano, com a totalidade de suas formações sócio-culturais e psicológicas, 
gerando um contexto voltado a uma direção e a uma organização. O psicopedagogo tenta inserir-se nesta ecologia social, 
no sentido de responder a uma demanda surgida em função de um fracasso escolar; inicia seu trabalho estabelecendo 
relações com os demais profissionais das áreas afins, encontrando muitas vezes vários obstáculos. Neste movimento de 
ação e reflexão, vai constituindo sua identidade.
Outro aspecto, que ajuda a entender a construção da identidade profissional dos psicopedagogos, é a questão dos papéis. 
Historicamente muitos dos profissionais que procuraram suprir a demanda das crianças com dificuldades de aprendizagem 
eram, em sua maioria, pedagogos que procuravam formas de resolver os problemas observados em sala de aula, por meio 
de cursos com neurologistas, psiquiatras e psicanalistas, etc. A partir disso, passavam a assumir papel terapêutico junto 
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A Construção da Identidade do Especialista em Psicopedagogia Unidade I
a esta clientela, e consequentemente diferenciavam-se enquanto personagens dessa história. De acordo com Berger e 
Luckmann: “(...) os papéis são tipos de atores neste contexto (...) ao desempenhar papéis, o indivíduo participa de um 
mundo social. Ao interiorizar estes papéis, o mesmo mundo torna-se subjetivamente real para ele” (����, p. �0�).
Desta forma, os personagens/psicopedagogos estão firmando cada vez mais seu espaço de atuação, procurando a 
legitimação de seu agir de forma competente, constituindo o discurso da Psicopedagogia e consequentemente construindo 
a sua identidade.
A grande demanda por Psicopedagogia acontece no final da década de �0 e início de �0 (quando ocorre um índice 
significativo de repetência escolar e evasão).
Os fundamentos teóricos são encontrados em várias áreas do conhecimento: Pedagogia, Psicologia, Psicolingüística, 
Neurologia, Fonoaudiologia, Psicanálise...
Identificamos que os profissionais que mais buscaram respaldo para sua prática foram os educadores, e demais profissionais 
relacionados com a educação.
A construção da História da Psicopedagogia se dá a partir da narrativa de seus personagens, constituindo-se em uma 
nova instituição, que surge como resposta a antigas instituições já cristalizadas. O processo de institucionalização leva 
à legitimação: a partir da práxis no seu cotidiano.
Os diferentes momentos do percurso da Psicopedagogia
A história mostra o desenvolvimento da identidade de uma nova instituição: a Psicopedagogia, que surge dando respostas às 
antigas instituições já cristalizadas, que não conseguiam atender à demanda dos sujeitos com problemas de aprendizagem. 
De acordo com Berger e Luckmann dizer que “um segmento da atividade humana foi institucionalizado é dizer que este 
segmento da atividade humana foi submetido ao controle social.” (����, p.�0)
Os agentes dessa instituição - os psicopedagogos - passaram a constituir uma nova identidade, da mesma forma que a 
Psicopedagogia, já que o seu surgimento vem atender uma demanda.
Segundo Baptista: 
“O desenvolvimento institucional se dá num movimento contínuo de relações entre diferentes 
participantes da instituição e destes participantes com os grupos referenciais” (����, p. �).
No caso da Psicopedagogia ela se articula com a Psicologia e com a Pedagogia, enquanto principais grupos referenciais, 
gerando uma intersecção dos conhecimentos.
Segundo Berger e Luckmann, 
“as instituições como facticidades históricas e objetivas, defrontam-se com o indivíduo na qualidade 
de fatos inegáveis” (����, p. ��) ainda que questionáveis (acrescentaria eu). Os autores afirmam 
que as instituições existindo como realidade exterior, levam o indivíduo a “sair de si” e apreender 
o que elas são. “A objetividade do mundo institucional, por mais maciça que apareça ao indivíduo é 
uma objetividade produzida e construída pelo homem” (ibdem).
A Psicopedagogia em sua concretude assume esta objetividade, se institucionalizando. Ao se dar a institucionalização 
vemos que esta é precedida por um processo de formação de hábitos, o que geralmente torna as ações possíveis de serem 
antecipadas, de se lhe atribuir padrões às alternativas de conduta agilizando-as. A institucionalização, segundo os autores 
citados, ocorre sempre que há uma tipificação (formação de hábitos) recíproca por tipos de atores o que significa que 
determinada instituição pressupõe certas ações em relação a determinados indivíduos. A tipificação recíproca das ações 
acontece no decorrer de uma história compartilhada, como é o caso das pessoas (atores) que constituíram a Psicopedagogia.Direitos reservados ao CETEB
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A Construção da Identidade do Especialista em Psicopedagogia Unidade I
Elas tomaram a iniciativa de procurar uma formação nessa área, como foi o caso das alunas que procuravam o curso do 
Instituto Sedes Sapientiae (na década de �0), ou outros cursos formais e informais; elas criaram um espaço comum de 
interlocução, como é o caso das pessoas que criaram e desenvolveram a Associação Brasileira de Psicopedagogia (na 
década de �0). Como comprovam as entrevistas realizadas, elas tomam estas iniciativas, a partir de significados atribuídos 
à sua práxis e passam a compartilhar de ações que contribuem para corroborar a institucionalização da mesma. 
O processo de institucionalização exige legitimação, isto é, uma forma pela qual pode ser explicado e justificado. 
Legitimação esta que será encontrada no próprio bojo da comunidade que a constitui, a partir da práxis no cotidiano de 
sua história. Podemos perceber o movimento de legitimação desde a criação da Associação Brasileira de Psicopedagogia 
(ABPp), das seções da Associação em outros estados do país, da constituição de seu estatuto, do seu código de ética, 
e da sua atual preocupação com a formação deste profissional. 
A ABPp se instaura, portanto, como a legitimação de uma instituição que tem por objetivo reunir profissionais da área, 
proporcionando-lhes um espaço de discussão, reflexão, atualização e representatividade de seus anseios e ideais. Passa 
a ser o órgão representativo da institucionalização da Psicopedagogia. 
Segundo Berger e Luckmann 
“A necessidade de legitimação surge quando as objetivações da ordem institucional (agora histórica) 
têm que ser transmitidas a uma nova geração” (����, p.���). Para os autores a legitimação “...explica 
a ordem institucional outorgando validade cognoscitiva a seus significados objetivos (...) e justifica a 
ordem institucional dando dignidade normativa a seus imperativos práticos” (ibdem).
A partir da narrativa de profissionais e dos registros pesquisados, levantamos alguns dados importantes para a 
caracterização dos diferentes momentos do percurso da Psicopedagogia.
Um primeiro momento é caracterizado pela indiferenciação da identidade da Psicopedagogia. É quando a Psicopedagogia 
nasceu aqui em São Paulo, voltada principalmente para atender os distúrbios das áreas da leitura, escrita e da 
psicomotricidade. As dificuldades eram entendidas como dificuldades específicas e voltadas para a dislexia específica 
de evolução. A porta de entrada da Psicopedagogia parece ter sido uma visão mais organicista. Os profissionais que 
trabalhavam em clínica nesse período, o faziam ainda com uma visão mais reeducativa e apoiados nesta abordagem 
organicista (em que o orgânico assume grande importância sobre os distúrbios de aprendizagem). 
Nesse momento, a demanda por profissionais que “olhassem” para o processo de aprendizagem, fez com que surgissem 
os primeiros cursos voltados para os problemas de aprendizagem. As publicações voltadas para esta temática, começam 
a tomar vulto. 
A passagem do momento de indiferenciação para o de institucionalização da Psicopedagogia, ocorre a partir dos cursos 
que surgem com propostas mais objetivas, e procuram conhecimentos mais sistematizados para responder aos fatores 
não apenas pedagógicos e orgânicos do desenvolvimento do sujeito, mas também de fatores cognitivos e emocionais. 
A presença dos psicopedagogos argentinos tem um papel marcante nesta etapa. A literatura prolifera e os trabalhos 
acadêmicos passam a se fazer presentes.
É nesse cenário, que podemos visualizar a afirmação de uma nova identidade institucional, porque sem dúvida os fatos 
relatados nos mostram a objetivação de uma realidade evidente, nos apresentam a narrativa da Psicopedagogia, das 
atividades de uma prática, a partir de uma consciência de seus personagens...
O momento da legitimação, que parece ser o mais longo, pois se estende até hoje, se dá principalmente através do trabalho 
realizado pela ABPp, com seus eventos e publicações que garantem a divulgação dos trabalhos da área, de propostas 
teóricas voltadas para a aprendizagem, da elaboração de um código de ética; dos cursos de pós graduação que passam 
a se preocupar com o estágio, como elemento substancial à formação do profissional e de uma literatura profícua em 
sua diversidade de abordagens.
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É neste período que se procura estabelecer um espaço no mercado de trabalho, e que se procura lutar para que a 
Psicopedagogia seja reconhecida como profissão. Neste momento se iniciam as discussões e disputas entre os profissionais 
desta área e os que pertencem aos grupos referenciais.
É quando se instala a preocupação em estabelecer as diferenças entre os grupos referenciais e os subgrupos internos. 
A fala de uma psicopedagoga é muito esclarecedora desta situação. Diz ela:
A Psicopedagogia não é uma extensão da Psicologia, nem da Pedagogia (...) ela tem uma prática específica, ela tem uma 
leitura de teorias que canalizam para o aspecto da aprendizagem (...) a formação universitária do psicólogo, do pedagogo, 
não conduz a exercer a profissão de psicopedagogo (...)
É neste momento, também, que o psicopedagogo mais incisivamente torna pública sua inserção na “ecologia social”, que 
começam a emergir os preconceitos e os estigmas ligados ao grupo como um todo ou a alguns subgrupos. As questões 
políticas se instalam e permanecem até hoje, conferindo um movimento bastante peculiar à Psicopedagogia.
Tentamos aqui compreender os movimentos de identidade dos psicopedagogos, assim como da Psicopedagogia, objetivados 
em personagens que expressam tendências de autonomia na construção de uma identidade adquirida. Percebemos, através 
de depoimentos, que a identidade se afirma por meio dos contatos com outros significativos, e é através da socialização 
dos conhecimentos que podemos almejar um movimento emancipatório. Este trabalho nos permitiu ratificar a importância 
do trabalho psicopedagógico, em todos os contextos em que a aprendizagem seja o fenômeno alvo.
Podemos afirmar ainda, que o psicopedagogo se manterá em posição de refletir sobre sua ação, questioná-la e transformá-
la, numa perspectiva de ampliação da consciência, desde que não assuma um fazer cristalizado quanto a sua identidade 
pessoal, o que refletiria na identidade coletiva.
Minha proposta hoje é para pensarmos de forma mais criteriosa na formação deste profissional, pois a razão dele ser 
tão questionado em sua competência, está na fragilidade de sua formação. Os cursos formais (ou institucionalizados) 
atendem a uma proposta de especialização, com duração de no mínimo ��0 horas/aula, segundo exigências do MEC, 
poucas são as instituições que ultrapassam essa carga horária.
Se nos ativermos ao relato das profissionais da Psicopedagogia, vamos ver que o ponto comum entre elas é a manutenção 
de um movimento que visa a continuidade de sua formação, pois “a formação nunca acaba”. Nossa tarefa, portanto, 
enquanto “formadores” de outros profissionais é possibilitar essa extensão e aprofundamento tanto dos aspectos teóricos 
enquanto práticos no estágio supervisionado. Outro aspecto importante é apontar a esses profissionais em formação, 
as transformações que ocorrem durante seu processo de busca de uma nova área de atuação, porque por trás de uma 
nova alternativa de trabalho, existe a busca de uma metamorfose de seu agir.
Nesse movimento de maior conscientização de um agir psicopedagógico, está inserida uma legitimação da própria 
Psicopedagogia, cada vez mais objetivada em sua cotidianidade. É a formação mais consistente que dará continuidade à 
história desta área de atuação, voltada para o aprender. A ABPp, na gestão ��/��, chegou a propor um modelo de curso 
voltado tanto para a área institucional, quanto clínicacom estágio para as duas áreas; considero pertinente considerarmos 
tal possibilidade, para evitarmos o equívoco em que a maioria das instituições incorrem, que é privilegiar os estudos da 
área clínica, deixando de lado a área institucional.
O processo de institucionalização não pára, já que a ABPp se faz presente em vários estados do Brasil, até mesmo o 
Estado de São Paulo conta com a ABPp – Seção São Paulo desde �00�, que pretende seguir os mesmos passos de sua 
matriz geradora, mas no sentido de descentralização. Promove eventos culturais nas diversas regiões do estado, incluindo 
seus psicopedagogos na discussão e conquista dos interesses de classe.
Portanto, ao falarmos sobre identidade na perspectiva de metamorfose, em relação aos profissionais que construíram 
a História da Psicopedagogia, é um bom momento para iniciarmos uma ação com perspectivas de transformação nesse 
novo campo de atuação que se institui - a Psicopedagogia.
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A Construção da Identidade do Especialista em Psicopedagogia Unidade I
Referências Bibliográficas:
BAPTISTA, Marisa Todescan D. S.. A identidade do professor universitário. Tese de Doutorado - Pontifícia 
Universidade Católica, São Paulo, ����.
_____. Reflexões sobre “Identidade Institucional”. In: Interações: Estudos e Pesquisas em Psicologia.Vol I, no 
�, UNIMARCo EDIToRA, ����.
BARONE, Leda Codeço. Considerações a respeito do estabelecimento da ética do psicopedagogo. In: Psicopedagogia 
– o caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, ����.
BERGER, Peter, LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade. Petrópolis: Vozes, ����.
CIAMPA, Antonio da Costa. A estória do Severino e a história da Severina. São Paulo: Editora Brasiliense, 
����.
GOFFMAN, Erving. Estigma. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, ����.
HABERMAS, Jurgen. Para a reconstrução do materialismo histórico. São Paulo: Brasiliense, ����.
HELLER, Agnes. O Cotidiano e a História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, ����.
MENDES, Mônica Hoehne. Psicopedagogia: uma identidade em construção. ����. Dissertação (Mestrado) 
Universidade São Marcos, São Paulo, ����.
SARBIN, Th. R. & SHEIBE K. E.. A model of social identity. In: Studies in social identity. Nova York: Praegers 
Publishers, ����.
SCOZ, Beatriz e MENDES, Mônica H.. A Psicopedagogia no Brasil: Evolução Histórica. In: Boletim da Associação 
Brasileira de Psicopedagogia (��), ano �, junho de ����.
Evolução Histórica. In: Boletim da Associação Brasileira de Psicopedagogia (��), ano �, junho de ����.
ORIENTAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE AVALIATIVA
“Não há história sem personagens!”
Prezado(a) Aluno(a),
Você vai, a partir de agora, apropriar-se de conhecimentos orientadores e formadores do “saber-fazer” psicopedagógico. 
É hora de começar a mesclar teoria e prática.
Para iniciar esta disciplina, elaboramos uma proposta de trabalho inicial que surge como uma provocação para que cada 
um de vocês comece a pensar em si mesmo como um especialista em psicopedagogia “em formação”, talvez, em parte, 
“já pronto”. 
Nossa idéia é ofertar um texto que os leve a refletir sobre os pontos a seguir:
– Não há história sem personagem, não há curso sem um psicopedagogo em formação. 
– Não há um personagem sem história, ou seja, não há um psicopedagogo sem um corpo institucional.
– Tornar-se um psicopedagogo é algo que ocorre durante, ao final da formação e permanece por toda a vida 
profissional.
– Vocês se apropriaram de alguns conteúdos teóricos relevantes para a formação do psicopedagogo nas disciplinas 
anteriores. Este psicopedagogo já nasceu dentro de cada um de vocês?
– Quem é este profissional que está surgindo? Qual a sua identidade?
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A Construção da Identidade do Especialista em Psicopedagogia Unidade I
É sobre questões como estas que vamos estruturar esta atividade avaliativa.
Não esqueçam: nesta atividade de avaliação não existe resposta correta, existe resposta verdadeira, que de 
fato expresse o processo de construção da identidade profissional de cada um e as reflexões que têm sido 
feitas ao longo da formação.
Muito bem! Prontos para as perguntas? Procurem responder a cada uma delas após muita reflexão, a partir dos conteúdos 
do texto de apoio já apresentado.
É muito importante a leitura do texto de apoio para a realização desta atividade.
1) Você está se tornando um psicopedagogo. Como percebe este processo de formação? Fale sobre 
isto com detalhes, procurando compreender o que está acontecendo com você depois que passou a 
estudar psicopedagogia e fazer esta formação.
2) Como psicopedagogo você vai desenvolver, também uma identidade coletiva, ou seja, vai fazer 
parte de um grupo de especialistas. Esta categoria profissional tem enfrentado sérios preconceitos 
e dificuldades de atuação em decorrência de sua estreita relação com os campos da pedagogia e 
da psicologia. Faça uma reflexão aprofundada sobre estas questões e diga o que você acha, como 
psicopedagogo, desta situação vivenciada por todos os profissionais da psicopedagogia. Quais 
sugestões você tem a dar para o tratamento desta questão delicada?
3) Se você fosse questionado hoje sobre o que pensa da Psicopedagogia como área de especialização 
e atuação profissional, o que você diria? Qual é a sua leitura do discurso psicopedagógico, ou seja, 
do corpo de valores, crenças e atitudes que vem se constituindo em torno desta área?
4) A Psicopedagogia, como área do conhecimento, também se organiza institucionalmente. Vemos 
o surgimento de associações, grupos de pesquisa, estudo, cursos de formação, dentre outros 
movimentos. Você é um especialista em psicopedagogia e está em formação. Você já pensa em 
articular-se ao campo institucionalizado, vinculando-se às associações, grupos etc? Como este 
aspecto profissional está se constituindo em você? Quais suas idéias acerca disto?
Respondam a estas questões e enviem, por e-mail, para o tutor 
da disciplina. 
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A Psicopedagogia Institucional Unidade II
A Psicopedagogia Institucional
Unidade II
Capítulo 1 – Psicopedagogia Institucional: Conceituação e Dimensões 
Constitutivas
A Psicopedagogia enfrenta, na atualidade, muitos desafios. A sociedade moderna traz, cotidianamente, situações novas 
e desagregadoras de seus sistemas obrigando todos – instituições e sujeitos - a realizarem um esforço significativo de 
adaptação permanente às mudanças e novidades. A escola não escapa deste contexto. Acompanhar as transformações 
políticas, sociais e culturais constitui elemento imprescindível de referência para compreender o que acontece nas 
escolas, seus professores e alunos.
Hoje, atuar de modo competente em qualquer espaço social, e aí incluímos a escola, exige dos profissionais uma capacidade 
de antecipação dos problemas vindouros no sentido de pensar e pôr em prática estratégias de adaptação às mudanças 
que acompanham o intenso desenvolvimento científico e tecnológico da humanidade. Agir de modo preventivo não é mais 
uma utopia e sim uma constatação de que devemos aprender a renovar o nosso cotidiano. O psicopedagogo não pode 
fugir a esta realidade, especialmente em decorrência da natureza do seu trabalho na instituição escolar.
Sendo a Psicopedagogia uma área muito nova, em pleno desenvolvimento de seu corpo teórico e prático, cabe ao 
profissional desta seara uma tarefa difícil que é construir sua prática concomitante com seu cabedal teórico, tirando 
coringas da manga todos os dias, quando defrontado com o fracasso escolar e as dificuldades de aprendizagem dos 
alunos, no espaço escolar.
Ao partimos para uma abordagem teórico-prática da Psicopedagogia é importante compreender que o profissional deve, 
antes de tudo, assumir o compromisso de participar da construção deste campo do conhecimento, utilizandoseus 
conhecimentos e experiência profissional adquirida. O psicopedagogo é desafiado a colaborar na construção de um novo 
campo do conhecimento utilizando, para isto, o seu espaço próprio de trabalho e atuação.
Objetivo específico: Investigar o campo da Psicopedagogia 
Institucional como área de atuação preventiva das dificuldades 
de aprendizagem e fracasso escolar.
Diante do novo, o psicopedagogo tem que aprender a dar 
respostas, a sugerir alternativas de ação, tem que saber agir 
eficientemente e eficazmente.
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A Psicopedagogia Institucional Unidade II
O Psicopedagogo que adota uma postura de enfrentamento da modernidade não pode deixar de compreender a escola 
como instituição social que tem seus princípios, regras e valores fundamentos na evolução da sociedade. Esta evolução 
é de difícil previsão, pois se assenta em critérios tais como: (a) a rapidez das transformações sociais, fenômeno difícil 
de antecipar e (b) as tendências que estas transformações trazem e que estão contaminadas por distintas ideologias que 
devem ser compreendidas para serem avaliadas criticamente. Há a necessidade de “decifrar” o novo, o tempo inteiro, 
de compreender suas intenções, seus alvos, suas formas de ação que são retratadas pelas ideologias cambiantes e 
inovadoras que surgem com as demandas de manutenção da nova sociedade. 
A escola e a sociedade não mantêm relações transparentes. Há uma miríade de sentidos e subtextos que não são ditos, 
mas que estão presentes nas relações, dentro da escola, definindo práticas, regras, valores e destinos. Quando um 
psicopedagogo é chamado a atuar no sentido de compreender o que pode gerar impedimentos à aprendizagem no espaço 
escolar, ele também é desafiado a “ler” este corpo de crenças e valores que não são explícitos, não são transparentes, mas 
que estão presentes na escola, muitas vezes construindo o nó que impede a aprendizagem. Sem assumir a complexidade 
do exercício da psicopedagogia fica difícil a ação e a intervenção, por parte do profissional. Não há escapatória.
Por isso a necessidade de reflexão sobre a construção da identidade do psicopedagogo. Todos que estão em formação 
devem questionar-se. Quem sou eu como profissional da Psicopedagogia? Quais são os saberes teóricos que vão orientar 
minha prática? Como vou atuar? O que preciso compreender para lidar com o sistema escolar e o sujeito com impedimentos 
de aprendizagem? Qual instrumental psicopedagógica vou usar para trabalhar? Por meio de quais estratégias vou intervir 
na instituição escolar? De que maneira posso avaliar minha prática? Estou articulado com meus pares para a discussão 
de práticas e novos saberes? Estas questões representam o cardápio diário do especialista em psicopedagogia e não 
podem, jamais, serem abandonadas.
Ao inserir-se no espaço escolar o Psicopedagogo vai deparar-se com as distintas instâncias que atuam no exercício 
educativo, nas instituições de ensino e nas ideologias que as atravessam. Os diversos atores que influenciam o 
desenvolvimento da ação educativa – educadores, professores, economistas, sociólogos, psicólogos, políticos – apresentam 
características peculiares e modos de interferência diferenciados, o que dificulta uma visão global do processo de 
ensino e aprendizagem e seus possíveis entendimentos. Espera-se que a experiência profissional e o treino na prática 
psicopedagógica auxiliem este profissional a apurar seus sentidos para construir leituras complexas e sistêmicas dos 
fenômenos que investiga. Somente desta forma o especialista em psicopedagogia pode contribuir com segurança para 
o enfrentamento das dificuldades de aprendizagem e do fracasso escolar.
O psicopedagogo, como profissional inserido no contexto escolar, também deve estar atento a estes desafios, analisando-
os com propriedade para que suas ações e intervenções sejam adequadas, competentes e eficazes.
A escola que não compreende a complexidade embutida na 
modernidade torna-se mera reprodutora de novos valores e 
saberes sem refletir sobre eles de modo crítico e produtivo. 
Este é um dos papéis do psicopedagogo na escola, ao buscar 
compreendê-la como um subsistema inserido em macrossistemas 
que definem seus objetivos e modos de funcionamento.
A escola encontra-se, na atualidade, diante de muitos desafios 
educativos dos quais não pode mais abrir mão sob pena de ver 
sua função social descaracterizada e sem utilidade.
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A Psicopedagogia Institucional Unidade II
Quais desafios são estes de que tanto falamos?
1) A escola partilha com a família a função socializadora da criança: mesmo que não aceite esta função, a escola 
não pode mais fechar os olhos para esta realidade: a modernidade exige que a escola assuma um papel pró-ativo no 
processo de socialização da criança. Em muitos contextos, especialmente em países pobres e em desenvolvimento, 
a escola tornou-se o único espaço de socialização permitido às crianças. É na escola que estas crianças vão fazer 
contato com regras, valores e comportamentos sociais. Como a escola pode dizer não a esta tarefa, devolvendo esta 
responsabilidade, exclusivamente, para uma família que tem seu desenho alterado com muita rapidez? O modelo de 
família se alterou drasticamente nas últimas décadas e esta realidade é imutável, não há como reverter este quadro. 
Resta-nos tentar processos de adaptação ao novo.
 A escola resiste a assumir funções educacionais que, historicamente, couberam à família. Tal postura mostra a 
dificuldade das instituições de ensino em aceitarem as mudanças sócio-culturais que todos nós vivenciamos. Estas 
transformações mudaram o mundo, a natureza das relações, o desenho dos processos de socialização, o modo de 
viver e conviver das pessoas. Por que a escola tem tanta dificuldade em incorporar o novo? Por que permanece 
apegada a um papel antigo, focado na transmissão de conteúdos e buscando se eximir de responsabilidades que 
estão gritando por atenção? O psicopedagogo, no espaço escolar, deve ser agente de reflexão acerca destes temas 
e propor alternativas de ação que ampliem o papel da escola, situando-a como elemento de constituição de seres 
humanos, não apenas como local de formação de conteúdos e conhecimentos.
 A violência é uma das questões que não pode mais ser ignorada pela escola. A criança violenta não pode, simplesmente, 
ser devolvida aos pais. A escola tem condições de lidar com isto, chamando todas as instâncias a assumirem sua 
responsabilidade diante desta situação, mas orquestrando o processo, como autora de pensamentos e ações que 
possam enfrentar esta situação difícil e comum.
2) A escola tem papel de destaque na promoção da igualdade social e da inclusão: a diversidade sociocultural e 
os processos de inclusão escolar estão nas principais pautas educacionais da atualidade. Entretanto, um tema constar 
em pautas não necessariamente significa compromisso de ação. É importante galgarmos a distância que separa o 
discurso da prática e a escola está completamente comprometida com esta temática.
 Nos tempos atuais, as crianças passam a maior parte do seu tempo no ambiente escolar. Certamente, muitas crianças 
partilham seu tempo, emoções e sentimentos com professores e colegas do que com a sua família. Isto é fato. Não 
há que se julgar. A sociedade atual, que demanda profissionalização de ambos os sexos, jogou pai e mãe no mercado 
de trabalho em tempo integral. A escola é, ainda, a melhor alternativa para as crianças que não contam com outros 
cuidadores de confiança. 
 Na escola, as crianças vão se deparar com os mais diversos tipos de diferenças: pessoas de outra raça, credo, crenças 
e valores; colegas de outros países; crianças com necessidades especiais, dentre uma miríade de características 
típicas e atípicas da nossa espécie. Diante de um quadro tão heterogêneo a única coisa que cabe à instituição escolaré preparar-se para lidar, de modo competente (espera-se) com a diversidade, ensinando seus alunos a respeitarem 
e aceitarem o diferente, transformando idéias de igualdade e inclusão em ações práticas, vivenciadas por todos no 
espaço escolar. Parece fácil falar sobre isto, e de fato é; o difícil é transformar estas idéias em ações, projetos, coisas 
concretas e, neste aspecto, o psicopedagogo tem muito a contribuir.
Ao levantarmos esta discussão não pretendemos defender 
defendendo uma troca de papéis, com a escola assumindo o 
trabalho educativo da família; apenas gostaríamos de lembrar 
que hoje vivemos novos contextos sociais e que muitos 
problemas que antes eram resolvidos na privacidade do lar 
estão expostos, na atualidade, nos pátios escolares.
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A Psicopedagogia Institucional Unidade II
 Há muito que fazer, especialmente quando pensamos em educação de valores. A escola não só pode como deve abordar e 
propor ações concretas que mobilizem os alunos a aprenderem sobre: (a) Direitos Humanos e responsabilidades individuais 
e coletivas; (�) exercício da cidadania, compreensão da democracia e funcionamento da sociedade civil; (�) proteção e 
cuidados especiais para as minorias e (�) busca de solução pacífica e negociação justa para conflitos de toda ordem.
3) A escola deve atuar no sentido de elevar seus padrões de ensino e vincular aprendizagem e mundo do 
trabalho: este desafio fala diretamente ao especialista em Psicopedagogia. Dentre os entraves que identificamos no 
sistema escolar está a baixa qualidade do ensino e a quase inexistência de vinculação entre escola e vida. Os alunos 
do sistema público de ensino, no Brasil, chegam ao final das Séries Iniciais com um desempenho acadêmico sofrível, 
quando comparados aos alunos de escolas particulares e mesmo de países desenvolvidos. A baixa qualidade se estende, 
quase como por movimento contínuo, para as instituições de ensino superior configurando o quadro funesto de ensino 
ruim do início ao fim da vida escolar do indivíduo. Este é o cenário ideal para a construção do fracasso escolar e para 
o surgimento das dificuldades de aprendizagem.
 A experiência clínica tem mostrado que a grande maioria das crianças encaminhadas para tratamento psicológico 
ou psicopedagógico clínico e com queixas de dificuldades de aprendizagem são sujeitos absolutamente normais, sem 
nenhum tipo de dano cognitivo que possa impedir suas aprendizagens. Por que, então, estas crianças não aprendem? 
Talvez porque estejam em espaços escolares com ensino medíocre, pouco interessante, desconectado da realidade 
e da modernidade e com professores que não entenderam, ainda, que aprender é ato que necessita de motivação e 
não excesso de regras.
 A escola, a despeito das responsabilidades governamentais, pode agir para amenizar a mediocridade do ensino, 
na atualidade. O psicopedagogo tem muito a contribuir neste sentido, assim como todos os outros profissionais 
de educação. É possível pensar em ações que promovam ensino de qualidade ao propor: (a) a elaboração de novos 
programas e métodos de ensino que priorizem, antes de tudo, a aprendizagem da fala correta, da leitura, da escrita 
e do raciocínio lógico. Sem estas ferramentas cognitivas azeitadas o aluno não consegue ir adiante na aprendizagem 
dos conteúdos curriculares; (b) o respeito aos diferentes ritmos de aprendizagem buscando o árduo exercício de não 
rotular alunos por suas distintas estratégias de aprendizagem; (c) permitir aos professores mais autonomia na gestão 
de suas aulas, fomentar sua criatividade na construção de estratégias pedagógicas adequadas ao seu grupo de alunos, 
sem amarrá-los a princípios epistemológicos que devem ser atendidos a qualquer preço e (d) envolver toda a equipe 
escolar nos processos de ensino e aprendizagem formando grupos interdisciplinares, que atuarão em conjunto para 
prevenir possíveis problemas e promover novas soluções.
 Não queremos o sujeito que consegue apenas ler o itinerário do ônibus que vai tomar. Queremos indivíduos que leiam 
notícias e matérias de jornais e compreendam o seu sentido e a complexidade envolta nos diferentes temas da vida. 
Queremos alunos que comecem a refletir sobre suas vidas profissionais lá no início de sua escolarização; alunos 
Quando nos damos conta de que o fracasso escolar permanece 
intimamente vinculado às diferenças econômicas torna-se 
notório que a escola que abre mão do tratamento das diferenças 
perde as condições possíveis de lidar com a criança que não 
aprende.
A escola precisa fazer frente ao analfabetismo funcional, que 
termina por diplomar indivíduos que só conseguem utilizar 
seus recursos cognitivos para tratar de questões básicas de 
sobrevivência.
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A Psicopedagogia Institucional Unidade II
preparados para pensar criticamente sobre a situação econômica de seu país e que saibam tomar decisões acertadas 
quando forem escolher a profissão que seguirão. Acima de tudo isto, queremos cidadãos que compreendam que valores 
morais consistentes e comportamento ético se estendem para todas as instâncias da vida humana, especialmente no 
trabalho e exercício de uma profissão.
4) A escola é uma instituição que pertence aos cidadãos, o que significa abrir espaço para receber a família, a 
comunidade e a sociedade: a escola não pertence ao sistema educacional, aos profissionais da educação e aos alunos. 
Ela pertence à sociedade e a ela deve servir, tanto no sentido de mantê-la quanto de transformá-la. A comunidade 
educativa deve abarcar todos os agentes envolvidos com o processo educacional, em uma perspectiva lato e stricto 
sensu. A gestão escolar não pode mais centralizar-se nas mãos de diretores ou secretarias de ensino. Ela deve ser 
partilhada com todos os atores partícipes da ação educativa, sejam eles alunos, pais, agentes da comunidade ou 
representantes da sociedade.
 Historicamente, a escola sempre foi espaço de confluência e conflito e deve permanecer assim. Somente por meio 
da experimentação do consenso e do dissenso é que se constroem conhecimentos, atitudes e valores. O espaço 
escolar é um local de contradições e assim deve ser mantido, pois aí reside sua riqueza para gerar o novo e ajustar 
o velho. Os diferentes atores convivendo no ambiente escolar vão demandar interesses diferenciados que devem ser 
alinhavados a partir do interesse comum, contrariando a alguns grupos e satisfazendo a outros. Esta experiência de 
lidar com o diferente na escola é palco concreto para o exercício da cidadania e da democracia. O aluno que se sente 
parte deste contexto tem mais chances de compreender, em escala proporcional, a natureza intricada da convivência 
democrática em sociedade.
 O psicopedagogo inserido no contexto escolar é mais uma voz presente, com um discurso próprio e com tarefas 
específicas, diferenciadas, que devem, porém, se ajustar às demais. É imprescindível que este profissional desenvolva 
sensibilidade adequada para discernir e compreender a dinâmica complexa do espaço escolar onde vai atuar. Um 
problema de aprendizagem surge do amalgama de todos estes fatores e vozes presentes na escola. Somente 
compreendendo este cenário o psicopedagogo é capaz de atuar com competência e sucesso.
O que um psicopedagogo vai encontrar neste novo espaço 
escolar rico e contraditório?
O psicopedagogo vai encontrar todos os desafios já comentados e muito mais. Vai precisar dar respostas a estes desafios. 
Vai necessitar de excelente formação teórica, prática de qualidade e muita competência pessoal. Terá que desenvolver 
novas habilidades e talentos para lidar com sua tarefa central, que é estruturar espaços educativos capazes de prevenir 
o fracasso escolar. Esta tarefa, por si só, consiste em um dos maiores desafios de qualquer processo educacional. O 
psicopedagogo vai precisar, também, de muita sorte. Abraham Lincoln, presidentenorte-americano, disse uma vez que 
sorte é quando o preparo encontra a oportunidade. Vamos ao preparo, pois oportunidades não faltam.
O trabalho de um psicopedagogo, no âmbito escolar, tem contribuições relevantes a ofertar à escola e aos alunos. Ele 
deve colaborar com a escola de modo participativo, atuando no planejamento, desenvolvimento e revisão das medidas de 
qualidade educativa, o que irá exigir, de sua parte, maior aprofundamento de conteúdos e trabalho interdisciplinar. Seu 
trânsito na instituição escolar deve fluir harmoniosamente e suas ações necessitam integrar-se às dos outros profissionais 
de educação, com destaque para os professores. O psicopedagogo institucional vai trabalhar de modo muito particular 
como os professores e vai fazer parte do sistema que faz a mediação do processo de ensino e aprendizagem. Por tantas 
razões será exigido deste profissional um leque de competências que devem ser constituídas não só no período de sua 
formação, mas também em seu trabalho individual, tanto de estudos como de exercício profissional.
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A ação psicopedagógica extrapola, também, a escola e situa-se em todo e qualquer espaço social onde haja uma relação 
de ensino e aprendizagem estruturada formalmente, a despeito de progressão de séries ou mesmo recorte curricular. 
Por lidar com fenômenos que encerram distintas facetas, a Psicopedagogia Institucional necessita de uma conceituação 
criteriosa, de uma estruturação de princípios epistemológicos norteadores de suas práticas e de uma discussão profícua 
acerca de suas intervenções no âmbito escolar.
O que é, afinal, a Psicopedagogia Institucional?
Distintos autores vêm colaborando no sentido de construir um corpo teórico que abarque a função da psicopedagogia 
na instituição escolar. Há consenso ao considerarem o trabalho psicopedagógico como, principalmente, uma função de 
assessoria e suporte aos demais educadores, pedagogos, orientadores, professores, gestores e, principalmente, alunos. Na 
escola, o psicopedagogo assume a função de trabalhar questões pertinentes às relações vinculares entre todos os atores 
envolvidos com o ensino e a aprendizagem, priorizando, como foco central de análise, os diferentes níveis de implicações 
que decorrem dos processos interativos constantes entre os alunos e os seus contextos. As interações entre alunos e 
os mediadores de seus processos de desenvolvimento e aprendizagem destacam-se como ponto nodal na compreensão 
dos fenômenos que promovem a aprendizagem assim como naqueles que a impede.
O exercício da psicopedagogia institucional tem uma natureza 
complexa, multifacetada e interdisciplinar para atender às 
demandas dos contextos onde ocorre.
A Psicopedagogia Institucional pode ser compreendida como 
um modelo teórico-prático de intervenção que proporciona um 
questionamento aprofundado da situação escolar a ponto de 
gerar a construção de processos de avaliação da aprendizagem 
e seus impedimentos, com vistas à elaboração de recursos de 
intervenção para a solução dos problemas em questão.
Ela surge, historicamente, como uma revisão e uma crítica ao tratamento medicamentoso e terapêutico dispensado aos 
problemas de aprendizagem bastante evidenciados nos EUA e Europa, especialmente, nas últimas décadas.
Salvador (�000) em Monereo & Sole (�000) define o espaço de atuação do profissional de psicopedagogia como:
( )...podemos caracterizar o espaço profissional da psicopedagogia como aquele em que confluem 
um conjunto de profissionais ( ) e cuja atividade fundamental tem a ver com a maneira como 
aprendem e se desenvolvem as pessoas, com as dificuldades e problemas que encontram quando 
realizam aprendizagens, com as intervenções dirigidas a ajudar-lhes a superar estas dificuldades e, 
em geral, com as atividades especialmente pensadas, planejadas e executadas para que aprendam 
mais e melhor (p.��).
Salvador (�000) ainda destaca que o espaço profissional do psicopedagogo não se restringe à escola ou instituição 
educacional. O campo de atuação da psicopedagogia não só pode como deve estender-se a todos os lugares onde ocorram 
processos educativos, seja em empresas, centros de formação e capacitação, associações, centros recreativos, dentre 
outros. O autor também enfatiza diferentes áreas de trabalho dos profissionais de psicopedagogia que optaram por atuar 
em instituições, como as descritas abaixo (p.��):
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Os psicopedagogos que optarem por trabalhar com práticas educativas escolares tem espaço de atuação nos seguintes 
contextos:
• Prestação de serviços especializados de orientação psicopedagógica;
• Prestação de serviços em escolas específicas ou de educação especial;
• Elaboração de materiais didáticos e curriculares;
• Formação de professores;
• Avaliação de programas educacionais e recursos didáticos e metodológicos;
• Planejamento e gestão educacional;
• Pesquisa e produção de conhecimentos.
Os psicopedagogos que optarem por trabalhar com práticas educativas alternativas têm ao seu alcance os seguintes 
espaços profissionais:
• Prestação de serviços de atendimento educativo à infância, à adolescência e à juventude;
• Educação de adultos;
• Programas de formação profissional e formação para o trabalho;
• Programas educativos e recreativos;
• Elaboração de programas educativos com o uso de multimídias;
• Engajamento em campanhas e programas educativos em distintos meios de comunicação.
Na perspectiva de Monereo & Sole (�000), o trabalho psicopedagógico constitui:
( ) um recurso que a escola possui para satisfazer suas necessidades, para cumprir com os objetivos 
que, socialmente, lhe são encomendados. Dessa forma, o psicopedagogo intervém na escola – em 
seus diversos subsistemas e no sistema globalmente entendido – com a finalidade de que essa 
escola consiga potencializar ao máximo a capacidade de ensinar dos profissionais que o integram e 
a capacidade de aprender dos alunos, a quem o ensino é dirigido, em um processo que, além do mais, 
pretende-se emocionalmente gratificantes para todos os envolvidos (p.��).
Para cumprir esta tarefa o profissional da Psicopedagogia ver-se-á diante a desafios que o levarão a buscar soluções para 
promover as capacidades acima detalhadas, em contextos altamente complexos e caracterizados por relações intensas 
e, por vezes, conflituosas. Múltiplos aspectos vão interferir em sua ação, como: a dimensão organizacional e estrutural 
da escola, os modos de funcionamento da instituição, as representações dos atores escolares acerca da aprendizagem (e 
da não-aprendizagem), os recursos disponíveis, dentre outros. Cabe ao psicopedagogo estar pronto para articular estas 
instâncias na tentativa de compreender a dinâmica institucional para nela poder intervir.
Na perspectiva de Bossa (����):
O trabalho psicopedagógico ( ) pode e deve ser pensado a partir da instituição escolar, a qual 
cumpre uma importante função social: a de socializar os conhecimentos disponíveis, promover o 
desenvolvimento cognitivo e a construção de regras de conduta, dentro de um projeto social mais 
amplo (p.��).
A escola tem a função de mediadora no processo de inserção do sujeito no mundo das idéias, do conhecimento, das 
crenças e cultura. Ela é a responsável, por excelência, pelo ingresso do sujeito no seu universo sociocultural e, por isso 
mesmo, é objeto de interesse da Psicopedagogia em seu compromisso de atuar preventivamente e garantir, dentro das 
possibilidades existentes, uma situação de sucesso para a entrada do aluno no mundo do conhecimento.
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A Psicopedagogia Institucional, como ação preventiva das dificuldades de aprendizagem edo fracasso escolar, assume 
uma preocupação especial com a escola e seus atores, incluindo-se como participante do planejamento educacional e 
assessoramento pedagógico. Também procura colaborar com educadores, professores e alunos no sentido de compreender 
a dinâmica escolar, seus pontos fortes e eventuais problemas e intervindo em situações onde se evidenciam problemas 
de aprendizagem.
Dentre as funções de um psicopedagogo que atua no âmbito institucional está a difícil tarefa de decifrar a realidade 
objetiva e subjetiva de uma instituição escolar, as delicadezas expressas nas interações sociais e as ideologias que 
predominam nos documentos oficiais e nas práticas pedagógicas. Mesmo ciente destes aspectos presentes no ambiente 
escolar ainda é necessário estruturar modelos de avaliação e intervenção muito competentes, capazes de auxiliar alunos 
e educadores a romperem dificuldades e preconceitos, evitando comportamentos repetitivos e inúteis que só geram 
fracasso e sentimentos negativos por parte de todos. Bossa (����) complementa:
Pensar a escola à luz da Psicopedagogia significa analisar um processo que inclui questões 
metodológicas, relacionais e socioculturais, englobando o ponto de vista de quem ensina e de quem 
aprende, abrangendo, conforme já dissemos, a participação da família e da sociedade (p.��).
Weiss (����, em Bossa, ����) finaliza dizendo:
Existem diferentes enfoques em relação ao que se entende por Psicopedagogia na escola. Adotarei 
a posição de considerá-la como um trabalho em que se busca a melhoria das relações com a 
aprendizagem, assim como a melhor qualidade na construção da própria aprendizagem de alunos e 
educadores. É dar-se ao professor e ao aluno um nível e autonomia na busca do conhecimento e, ao 
mesmo tempo, possibilitar-se uma postura crítica em relação à estrutura da escola e da sociedade 
que ela representa. Para isto é necessário um posicionamento sobre o que a escola produz (p.��).
Atuar de modo competente na prevenção das dificuldades de aprendizagem e no sentido de minimizar os efeitos nocivos 
do fracasso escolar consiste em tarefa difícil e árdua e que exigirá dos profissionais comprometidos um preparo de 
qualidade e uma prática acompanhada de auto-avaliação sistemática.
Alguns aspectos que se destacam na ação psicopedagógica institucional merecem destaque para posterior reflexão e 
aprofundamento teórico-prático, a saber:
• O psicopedagogo, ao ingressar em uma instituição de ensino, deve ter em mente que toda e qualquer tarefa a 
ser realizada deve ser empreendida e compreendida em função da unidade e totalidade da instituição.
A escola pode ser o paraíso ou o inferno para uma criança. Em 
seu interior encontramos situações que promovem um sujeito 
à condição de cidadão e também contextos detrimentais ao 
desenvolvimento e aprendizagem dos indivíduos.
Pensar a Psicopedagogia a serviço da educação significa 
pensar no contexto escolar como elemento complexo e 
multideterminado, pensar nos atores que interagem no espaço 
escolar e também na família, comunidade e sociedade que 
participam do empreendimento educacional, mesmo quando 
não presentes fisicamente.
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A Psicopedagogia Institucional Unidade II
• O psicopedagogo deve ter clareza da natureza de sua ação no âmbito institucional evitando, a todo custo, qualquer 
tendência a psicologizar sua intervenções. Escola não é lugar para atendimento clínico ou psicoterapêutico.
• O profissional de psicopedagogia, no âmbito institucional também vai desenvolver competências interpessoais 
para atuar na administração de ansiedades e conflitos.
• Deve priorizar o trabalho em grupo, sempre considerando o grupo como uma unidade em funcionamento 
coletivo.
• Assumir sua função de mediador entre os sujeitos envolvidos na relação ensino e aprendizagem, cuidando para 
que as relações ocorram em padrões de harmonia e respeito mútuo.
• Realizar a suprema tarefa de transformar queixas de aprendizagem em “pensamentos autônomos” sobre modos 
diferenciados de aprendizagem, como diz Alicia Fernandéz, psicopedagoga argentina.
• Integrar-se à equipe escolar como co-participante dos processos de gestão, supervisão e orientação educacional, 
dando apoio aos professores e assistências aos alunos e suas famílias, conforme as demandas existentes.
• Não perder a noção de que a formação contínua é uma necessidade e buscar auxílio com profissionais mais 
experientes quando confrontado com situações complexas e de difícil resolução.
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A Avaliação Psicopedagógica Institucional Unidade III
A Avaliação Psicopedagógica Institucional
Unidade III
Capítulo 2 – As Bases Conceituais da Avaliação Psicopedagógica Institucional
A Psicopedagogia no espaço escolar se justifica na medida em que existem contextos que caracterizamos como “queixas 
de aprendizagem”, ou seja, quando existem crianças normais que, por motivos múltiplos, não conseguem se apropriar dos 
conhecimentos do modo como a instituição escolar espera e deseja. Estas crianças não alcançam o mesmo rendimento 
que seus colegas e passam a compor um quadro “problemático” que impede o andamento regular das turmas e que destila 
desconfianças sobre suas integridades física e emocional. 
É certo que algumas crianças apresentam, de fato, comprometimentos de distintas ordens, o que permite categorizá-las 
como portadoras de distúrbios impeditivos à aprendizagem, entretanto, este grupo consiste em uma minoria.
Talvez a escola, os professores, os profissionais de educação, a família e todo o sistema social e econômico tenham algo 
a ver com isto. Esta é a trilha que o psicopedagogo deve percorrer para prevenir o fracasso destes alunos: desconfiar de 
respostas fáceis quando vai tratar de tema difícil. Sucumbir à simples constatação de que o problema é o aluno representa 
uma solução simplista e reducionista a um problema tão complexo, além de ser uma alternativa profundamente injusta. 
Em geral, a criança que não aprende é vítima de um sistema educacional estruturado para a exclusão. Ela cumpre este 
desiderato e, ao fim e ao cabo, termina por ser responsável por sua punição.
A instituição escolar, assim como a sociedade, é marcada pela diversidade e o discurso da modernidade não permite 
mais que se abra mão do respeito ao diferente. A notável ampliação que o conceito de diversidade tem sofrido já atinge 
a escola e não deixa mais espaço para condutas discriminatórias e excludentes, embora elas estejam presentes, ainda, 
com significativa representação. Na escola, entretanto, o que pretende as pedagogias progressistas é a implantação de 
uma escola e um currículo que atenda a todos, sem abrir mão das especificidades contidas neste todo. O psicopedagogo 
afinado com o discurso pedagógico corrente também deve posicionar-se no sentido de intervir na instituição de ensino 
procurando minimizar a discriminação e fortalecer o ensino democrático que não exclui as diferenças individuais.
Objetivo específico: Compreender as bases conceituais 
que sustentam o processo de avaliação psicopedagógica 
institucional.
As crianças que engrossam as estatísticas de fracasso escolar 
e que sofrem com dificuldades para aprender são normais, não 
apresentam patologias impeditivas ou mesmo distúrbios de 
qualquer natureza. Por que, então, elas não aprendem?
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A Avaliação Psicopedagógica Institucional Unidade III
Para além destas tarefas comuns ao psicopedagogo que atua na escola, podemos destacar também sua participação 
efetiva nos distintos âmbitos, a saber: (a) composição das equipes multidisciplinares e de apoio às atividades educacionais 
e escolares para discussão e deliberação

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