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Estudo de caso

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
Maria Eduarda Costa Pinto 
 
 
 
Trabalho da disciplina: Proteção do Meio Ambiente 
 Tutora: Profa. Eliana Sgarbi de Carvalho 
 
 
Varginha, MG. 
2020
http://portal.estacio.br/
 
 
 
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RESÍDUOS NO BRASIL: UM GRANDE MERCADO EMERGENTE 
 
Referência: 
JOHN M. ZERIO. MARCO A. CONEJERO. Resíduos no Brasil: Um Grande Mercado 
Emergente. 15 p. 
 
O Brasil é o 5° maior país do mundo e o mais industrializado da América Latina. 
Apesar destes fatores, em 2004 ¼ da população estava abaixo da linha da pobreza; a 
desigualdade de renda era um fator gritante. O país passou por um período de desordem 
financeira e descontrole na inflação, cenário este que mudou a partir do ano de 2005, no qual 
passou a tornar-se um grande mercado emergente, com grandes transformações na economia. 
O desenvolvimento urbano, o aumento no consumo e o acelerado crecimento 
demográfico proporcionam, consequentemente, um aumento de resíduos sólidos em todo o 
mundo, o que representa um desafio para os governos e comunidades, visto que exerce 
impacto direto na economia de um país. De acordo com o Global Waste Management Market 
Report (2004), acredita-se que em 2003 tenham sido geradas quase 1,8 bilhões de toneladas 
de resíduos sólidos. 
A falta de tratamento adequado dos resíduos sólidos contribui para a liberação de gás 
metano e gás estufa na atmosfera, que acarretam grande poluição do solo e água em alguns 
municípios. A gestão de resíduos sólidos é um problema global, mas afeta principalmente 
países emergentes, nos quais prevalecem a falta de recursos. 
No Brasil as classes de baixa renda não tinham suporte adequado nas áreas de serviços 
básicos. As necessidades e a gestão de resíduos sólidos passaram a ser priorizadas na 
administração de Luiz Inácio Lula da Silva, que teve seu governo exaltado pelas populações 
de baixa renda e permaneceu na administração por décadas. Entretanto, o Partido Trabalhista 
não foi tão competente e ficou marcado pela corrupção e baixos padrões éticos. 
 O governo não possuia capital para investir em infraestrutura, além disso, as 
necessidades aumentavam com o passar dos anos. Diante deste cenário foi necessário o 
 
 
 
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pensamento inovador para a criação de soluções e a abertura e compartilhamento de riscos 
para que a gestão de resíduos proporcionasse qualidade a sociedade. 
A concentração de gases na atmosfera causa um fenômeno natural denominado efeito 
estufa, uma “camada” que permite a passagem dos raios solares e realiza a absorção de calor 
que é enviada para a superfície da Terra. Este efeito é necessário para a sobrevivência 
humana, pois, faz com que o planeta se mantenha em temperatura adequada para a 
manutenção da vida. Entretanto, sua intensificação causa efeitos negativos ligados ao 
aumento da poluição, decorrentes da emissão dos gases estufas – GHG, que tem capacidade 
de reter calor, causando grandes danos ambientais e econômicos. A emissão destes gases são 
agravadas por atividades humanas, como a produção agrícola com a utilização de 
fertilizantes; a atividade industrial que causa impactos como a contaminação de água, 
devastação de florestas, etc; o desperdício de alimentos, etc. 
Os principais gases responsáveis pelo efeito estufa são o gás carbônico (CO2) e o gás 
metano (CH4). O CO2 responde por 60% do efeito estufa e permanece por pelo menos 100 
anos na atmosfera. Tem sua emissão decorrente da queima de carvão, petróleo e gás natural 
em atividades industriais, bem como por meio do desflorestamento. Já o CH4, responsável 
por 20% do aumento do fenômeno natural, tem como atividades principais a agricultura, com 
a emissão de gases pelos bovinos, aterros e drenagens de resíduos. O metano mantém-se na 
atmosfera por 12 anos. 
Cientistas do Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas (IPCC) 
consideram que o aquecimento global causa o crescente aumento do nível do mar, 
derretimento das geleiras e placas polares, perda da biodiversidade, escassez de alimentos e 
outras mercadorias, entre outras consequências sociais e econômicas catastróficas. Áreas 
costeiras diretamente afetadas como Bangaldesh, Holanda, Boston e Nova Iorque, estão mais 
suscetíveis a tragédias, pois, vivem com a possibilidade de inundação a médio e longo prazo. 
Promovida em 2007 pela Comissão Mundial para Meio-Ambiente e Desenvolvimento, 
a gestão integrada de resíduos sólidos tem como principal objetivo estimular o 
desenvolvimento sustentável e a reciclagem, transformando os resíduos em energia, e assim 
realizando uma recuperação de recursos valiosos. 
 
 
 
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Esta gestão tem duas linhas de pensamento. Conforme o princípio de hierarquia a 
prevenção e minimização de resíduos devem ter prioridade sobre a reciclagem e tratamento. O 
valor energético dos componentes do lixo irá determinar se o mesmo será reutilizado, 
reciclado, compostado, incinerado ou enterrado. O outro princípio sugere que a gestão 
integrada de resíduos seja tratada com tecnologias específicas, conforme as situações 
ambientais, sociais e econômicas. 
A geração de resíduos sólidos tem se intensificado com o aumento da atividade 
econômica e industrialização, o que consequentemente agrava as emissões de gases estufa. A 
indústria de gestão de resíduos mostraram eficácia na minimização das emissões no setor, de 
16% a 23% entre os anos de 1996 e 2003, mostrando eventuais melhorias futuras. 
Com o passar dos anos e o aumento da conscientização referente aos impactos 
ambientais ocorre uma nova concepção, utilizar os resíduos sólidos como provedores de 
materiais e energia. As tecnologias de processamento de resíduos tiveram avanços nas últimas 
décadas, da coleta até o transporte, e em processos térmicos avançados e aterros. 
Os aterros são utilizados para eliminar o lixo residencial e determinados tipos de 
resíduos comerciais e industriais que produzem biogás pela decomposição da matéria 
orgânica na ausência de oxigênio. Um aterro é vários gases, entre esses compostos o metano é 
o mais prejudicial ao meio ambiente, visto que retém a radiação infravermelha e permanece 
por maior tempo na atmosfera. 
Os resíduos despejados nos aterros são cobertos com plásticos, que posteriormente são 
compactados conforme são depositados mais materiais, assim, formam-se camadas. A 
decomposição destas ocorre e o biogás é produzido. Com a recuperação de gás no aterro o gás 
que seria liberado à atmosfera é capturado, convertido e usado como fonte de energia 
renovável. 
Outra forma positiva de utilização dos resíduos sólidos é a incineração, utilizada 
principalmente em países que não possuem espaço suficiente para aterros. Nos incineradores 
o lixo é queimado a temperaturas acima de 900°C, resultando em gases utilizados para gerar 
eletricidade ou calor. Apesar de ter sido contestada por grupos ambientais a indústria de 
 
 
 
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incineração apresenta eficiência no tratamento térmico de resíduos e recuperação de energia 
de resíduos. 
O tratamento biológico é formado pela compostagem e digestão anaeróbica que 
compreendem a separação dos resíduos, e tratamento mecânico biológico (MBT). O processo 
é realizado com a divisão da matéria orgânica, a coleta e o processamento de resíduos 
orgânicos. Esta tecnologia pode reduzir o volume dos resíduos em aproxidamante 50%. Além 
disso, cumprindo os procedimentos da mesma pode-se produzir o biogás, que é uma mistura 
de CO2 e CH4, que passam por um processo de separação e posteriormente podem ser usados 
para aquecimento e geração de eletricidade. 
Há também o tratamento biológico mecânico que utiliza a mecanização para realizar 
processos de classificação, trituração e esmagamento dos resíduos, separando-os em fluxos 
diferentes de acordo com o destino, podendoser a reciclagem ou compostagem. Assim como 
o tratamento biológico, o MBT também reduz o volume dos resíduos. 
De acordo com dados coletados no ano de 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE), no Brasil dentre os 5.507 municípios somente 13,8% descartam os 
resíduos em aterros sanitários, enquanto mais da metade descarta a céu aberto, que conforme 
a Agência Ambiental do estado de São Paulo (CETESB) são responsáveis por 84% das 
emissões de metano. 
No Brasil os aterros variam entre o campo aberto (lixão), que não fornece nenhum 
tratamento adequado para o lixo; aterros controlados, nos quais os resíduos são controlados e 
recebem cobertura de solos; aterros sanitários, onde o lixo é tratado conforme suas 
necessidades, reduzem o impacto ambiental e a liberação de gases poluentes; e existem 
também recebem o auxílio dos catadores, parceiros na reciclagem. 
Assinado em 1997 o Protocolo de Quioto é um tratado internacional com o objetivo de 
promover a redução dos gases do efeito estufa. Neste Protocolo cada país tem uma meta de 
redução de emissões, quando esta meta não é atingida o país pode comprar reduções de 
emissões certificadas de outros que a atingiram, fazendo assim uma comercialização de 
carbono. O protocolo também sugere mecanismos de desenvolvimento limpo (CDM), de 
forma a reduzir emissões ivestindo em aterros sanitários. 
 
 
 
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O Brasil possui deficiência na infraestrutura, o que influencia na sua economia e torna 
alcançar as Metas de Desenvolvimento do Milênio um desafio. Diante disso, foi realizada 
uma proposta de lei federal para decretar Parcerias Público-Privadas, que permita que o setor 
privado consiga auxiliar de forma relevante na prestação de serviços essenciais. O governo 
brasileiro se beneficiaria com a inclusão de PPP’s, pois, assim haveria a redução das despesas 
orçamentárias, criação de novos postos de trabalho, um governo mais transparente e ético, etc. 
Existem 5 tipos de Parcerias Público Privadas e cada uma destas possui suas 
particularidades, como por exemplo: ser responsável por todos os aspectos da operação ou 
manutenção, ou ser responsável apenas pelo financiamento, design, construção, operação e 
manutenção de um projeto, entre outros. 
Almeja-se que os projetos visionados pelo Brasil necessitem de aproximadamente 
US$ 100 milhões e perdurem por períodos 15 anos ou mais. A princípio, as parcerias devem 
ser analisadas conforme o interesse público, priorizando as empresas que sejam justas e 
apresentem baixos custos. 
Entre as Parcerias Público- Privadas destacam-se as empresas que desempenham 
atividades no campo, pois, com o déficit na gestão de resíduos sólidos no Brasil esta é uma 
ótima oportunidade comercial. 
Com base no estudo exposto, foram levantados temas de extrema importância para o 
desenvolvimento de um país e para a qualidade de vida e sobrevivência da humanidade. A 
falta de tratamento adequado para os resíduos sólidos resulta em poluição do ecossistema, 
danos a saúde humana, animal e vegetal; com isso as emissões dos gases de efeito estufa são 
intensificadas e provocam o aquecimento global. Diante disso, foram apresentadas diversas 
alternativas e mecanismos eficazes para o tratamento e disposição final dos resíduos. 
Considerando ainda a deficiência na infraestrutura brasileira, foram apresentadas 
alternativas para uma estabilidade político-econômica como as Parcerias Público- Privadas, 
que são amplamente utilizadas e que apesar de ainda serem um assunto de discussão 
proporcionam grandes oportunidades e garantias.

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