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2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECÔNOMICAS 
LUCAS MIRANDA DE SOUSA 
ALCINDO GOMES DE MORAES NETO
A CIÊNCIA ECONÔMICA: ADAM SMITH
BELÉM-PA
2020 
1- INTRODUÇÃO
 O presente trabalho se propõe a apresentar a matriz das ideias de Adam Smith o que ocorreu para que ele viesse a ser chamado de pai da economia, demonstrando que fatores da época contribuíram em sua formação ideológica e suas ideias. Esta obra é composta por 6 tópicos onde 5 deles irão expressar a ideia a ela proposta, com o segundo falando sobre o contexto histórico das ideias de Smith; o terceiro sobre suas teorias de História e Sociologia; o quarto sobre sua Teoria do Valor; o quinto sobre sua Teoria do Bem-estar Econômico e o sexto sobre a Teoria das Vantagens Absolutas e o Mercado Internacional segundo Smith.
2- O CONTEXTO HISTÓRICO DAS IDÉIAS DE SMITH
O capitalismo que Adam Smith conheceu foi o Capitalismo do início da Revolução Industrial, sendo assim ele pensou em suas ideias a partir dessa observação, podemos ter uma ideia melhor de como se deu esse evento a partir da citação a seguir: 
Entre 1700 e 1770, os mercados estrangeiros disponíveis para os produtos fabricados na Inglaterra cresceram muito mais rapidamente que os mercados domésticos. No período compreendido entre 1700 e 1750 a produção das indústrias que atendiam o mercado doméstico cresceu 7% e a das indústrias de exportação, 76%. No período 1750-1780, esses índices foram de 7% e 80% respectivamente. O rápido crescimento das exportações de produtos manufaturados ingleses foi a causa mais importante de uma transformação decisiva na história do homem: a Revolução Industrial. (HUNT e SHERMAN, 1986, p. 53)
A Inglaterra no século XVIII já havia se desfeito dos preconceitos contra o Capitalismo o que ocasionou no desenvolvimento do seu mercado dado as melhores condições para que isso ocorresse, isto pode ser percebido pelas inovações tecnológicas que surgiram no final do século XVIII e início do século XIX, essas inovações tiveram grande impacto na Inglaterra e posteriormente em boa parte do mundo. 
A indústria têxtil foi um setor bastante dinâmico na economia inglesa devido as importantes contribuições tecnológicas, onde podemos destacar três por serem responsáveis por grandes mudanças nessa indústria que são: a máquina de fiar (spinning jenny) desenvolvida na década de 1760, permitia uma pessoa só fiar vários fios simultaneamente; a máquina de fiar movida a água (water frame), inventada em 1768, aprimorou as operações de fiação ao incorporar ao processo os cilindros e os fusos; e por fim, a fiadeira automática, criada na década de 1780, reunia as características das duas máquinas de fiar anteriores, com a vantagem de permitir a utilização da energia a vapor.
A indústria metalúrgica também teve um papel de destaque na Revolução Industrial com suas evoluções tecnológicas. No início do século XVIII, a indústria metalúrgica inglesa estava começando a dar seus primeiros passos, utilizando o carvão vegetal para fundição, uma prática utilizada desde a pré-história. Devido ao extenso devastamento das florestas ao redor das minas de ferro, a Inglaterra se viu obrigada a importar ferro-gusa de suas colônias, da Suécia, da Alemanha e da Espanha. Em 1709, Abraham Darb desenvolveu um processo para produção de coque de carvão, para ser usado no processo de fundição, no entanto esse processo só se tornou mais generalizado nas indústrias no fim do século XVIII quando a demanda por munições e armamentos aumentaram. Além do desenvolvimento de um processo que eliminava o excesso de carbono deixado pelo coque, uma série de inovações como as laminadoras, o alto-forno, o martelo a vapor e os tornos de trabalhar metais foram realizados. 
Com todo esse desenvolvimento tecnológico a revolução Industrial transformou a Inglaterra em um país com grandes centros industriais e urbanos, fazendo do sistema fabril o dominante. Devido a isso a Inglaterra se tornou a maior potência politica e econômica do século XIX. No entanto para esses sistemas mais modernos serem desenvolvidos, em meados do século XVIII uma parcela substancial da produção chamada de “manufatura”, que era um centro de produção onde o capitalista possuía o prédio, os equipamentos de produção, as matérias-primas e contratava operários assalariados para fazer o trabalho ia se desenvolvendo até dar lugar a sistemas fabris mais complexos, o que diferencia uma manufatura de fábricas de estágios posteriores á Revolução Industrial é o fato de os operários em sua maioria empregarem técnicas artesanais e não técnicas modernas de linha de montagem.
3- AS TEORIAS DE HISTÓRIA E SOCIOLOGIA DE SMITH
Smith fez teorias de história e Sociologia que incluíam uma análise do desenvolvimento da luta de classes buscando uma melhor compreensão do funcionamento da sociedade. A teoria da História de Smith, propõe que a forma como os seres humanos produzem e distribuem as necessidades materiais da vida é a mais importante determinante das instituições sociais de qualquer sociedade.
Segundo Hunt e Lautzenheiser, Smith acreditava que havia quatro estágios distintos de desenvolvimento econômico e social: a caça, o pastoreio, a agricultura e o comércio (HUNT e LAUTZENHEISER, 2012). Apesar de que existam diferenças entre as sociedades sejam elas culturais ou geográficas, na concepção de Smith todas as sociedades estavam basicamente em algum desses estágios, embora possam estar em um momento de transição entre dois deles, seja, quais forem.
Smith define o estágio da caça como um estágio mais baixo e rude nas relações sociais, o comparando com as tribos nativas da América do Norte, nesse estágio as instituições de poder e privilégio não existem, assim como o entendimento do que é privado e do que é comum a todos. 
O terceiro estágio social segundo Smith é o da agricultura, onde as sociedades deixam de ser nômades e se fixam permanentemente em uma área, e a agricultura se torna a atividade econômica mais importante. Com isso, a propriedade da terra passava a ser a relação de propriedade mais significativa na definição de classes, segundo seus privilégios de poder. 
Smith associou o surgimento das cidades europeias como a grande força de estabelecimento do quarto estágio, segundo ele o crescimento das cidades transformou a agricultura rural e criou o estágio comercial da sociedade, o Capitalismo, criando mercados nos quais os senhores feudais podiam trocar seu excedente agrícola por bens manufaturados. 
4- Teoria do Valor de Smith e considerações sobre os elementos naturais da economia
Antes de se pensar discutir a respeito da teoria valor trabalho de Smith, inicialmente devemos construir o contexto das suas ideias, que tem a sua Gênese em seus escritos sobre a divisão do trabalho, quando o autor começa a descrever a relação intima que existe entre o trabalhador e os meios de produção, a industrialização e as técnicas de manejo do trabalho. 
Ademais, Adam Smith amplia a visão a respeito do lucro e discute as reais intenções dos indivíduos, comenta da incessante busca do lucro, e o quanto o espirito individualista e maximizador exerce influência nos meios de produção e nos agentes econômicos. Contudo, existe harmonia de interesses, é no meio desse confronto de empenhos que se estabelece a ordem natural, uma “mão invisível” que estabelece o equilíbrio, e segundo Brue (2006) o segredo para compreender isso é o conceito de competitividade.
Dessa forma, a atitude de um indivíduo que está tentando lucrar é embatida com a de outros indivíduos que estão concorrendo em busca do mesmo interesse. Esse espirito competitivo amortiza o preço dos bens, logo, o lucro. Contudo, existem cenários no qual se tem um único comerciante controlando o comercio de determinado bem, logo, obtém alta lucratividade por ter esse domínio, e esse lucro serve como imã de atração da concorrência e dissolve o lucro. Da mesma forma, os capitalistas concorrem pelos trabalhadores mais bem instruídos e com mais conhecimento técnico, o mesmocom empregado e as oportunidades de emprego, bem como os consumidores querem os melhores produtos com o melhor custo-benefício. 
Assim, essa corrida por vantagens individuais, consolidada pela concorrência, aproxima-se do “bem estar de Smith, a produção máxima e ao crescimento da economia”, afirma Brue (2006).
Em seguida, Adam Smith passa a construir seu pensamento liberal e fazer críticas ao intervencionismo estatal na economia e o quanto ela pode ser prejudicial ao bem estar coletivo, pois muitos males sociais são oriundos dos governos corruptos e esbanjadores, com esse poder de influência no mercado concedem privilégios de monopólio, enquanto a concorrência e a competitividade poderiam trazer benefícios reais. Nas palavras de Smith:
“É evidente que todo indivíduo pode, em sua posição particular, julgar seu próprio interesse econômico muito melhor do que qualquer estadista ou legislador pode fazer por ele. 0 estadista, que deveria tentar direcionar as pessoas na forma como elas deveriam empregar seus capitais, não só se sobrecarregaria com a mais desnecessária atenção, mas também assumiria uma autoridade que seguramente não seria confiável, não só por um indivíduo, mas por nenhum conselho ou assembleia, qualquer que seja, e que em nenhum lugar seria tão perigosa como nas mãos de um homem que fosse insensato e imprudente o suficiente para desejar que ele próprio exercesse essa posição". (Smith, A Riqueza das Nações, 1999)
Adam Smith foi um agente importante na disseminação das ideias do Laissez Faire para o comercio internacional, da harmonia dos interesses individuais, bem como da sua teoria a respeito das vantagens absolutas, ou seja, as instituições representadas pelas nações, indivíduos e suas famílias, precisam focar seus esforços na especialização da produção dos bens os quais eles apresentam vantagem competitiva em relação aos demais, a partir disso obterem os bens que outros apresentam vantagem. Na discussão do mercado internacional, Smith vai afirmar que os países especializados em um produto A, devem infligir esforços na produção desse bem e não gastar seus recursos na produção do produto A e B, pois isso lhe trará desvantagens ao dispersar esforços, contudo, se essas nações usarem o seus melhores recursos (mão de obra e matéria prima) para produção daquele em que mais lhe compete vantagem, ele vai poder comprar o produto B de outro que vende mais barato com o lucro da produção do produto A. 
Em seu livro “Um inquérito sobre a natureza e a causa da riqueza das nações” (1999), Smith comenta em razão do comercio internacional transcende os limites do comercio nacional, e por sua vez promove um desenvolvimento das relações de trabalho e da divisão do mesmo. Logo, com o fluxo de vendas para o mercado externo, ou seja, a transferência de excedentes do mercado nacional por não ter demanda e por sua vez o retorno de bens que não há no mercado interno, mas com forte busca nacional.
Assim, quanto ao papel que o governo deveria exercer na sociedade, Brue (2006) pontuou três funções fundamentais que Smith classificou:
“(1) proteger a sociedade do ataque estrangeiro, (2) estabelecer a administração da justiça e (3) elevar e manter os trabalhos e as instituições públicas a fim de que os empresários privados não possam tentar obter lucros excessivos.” (Smith, A Riqueza das Nações, 1999)
Por conseguinte, Smith monta sua perspectiva acerca da teoria do valor, com o chamado "paradoxo água-diamante", no qual reside dois tipos de valor, o primeiro é o valor de uso, que mais a frente outros teóricos irão discutir a teoria da utilidade marginal, os teóricos marginalistas, e quanto a isto Smith afirma que bens de grande valor de uso tem pouco ou nenhum valor de troca, como no caso da água, porém, outros com muito de valor de troca, o segundo tipo de valor, tem pouco valor de uso, a exemplo disso é o diamante.
Adam Smith direciona seus esforços para discutir mais sobre o valor de troca, que vai estar intrinsicamente conectado com a raridade ou ao custo de produção de certo bem, onde o trabalho é a melhor medida factível para se quantificar o valor de troca de qualquer bem. 
Nesse contexto,
“Smith discutiu três facetas de salários: o nível global de salários, o crescimento de salários sobre o tempo e a estrutura de salário. A respeito das duas primeiras, ele empregou a teoria da reserva dos salários” (Brue, História do Pensamento Econômico, 2016).
Smith constrói seu pensamento sobre salários encima disso, com a ideia de que o valor real dos salários para empregos distintos, ou seja, a forma do salário, mudaria conforme cinco pontos intrínsecos; 1) o quanto ele é agradável 2) custo para se adquirir o conhecimento e as técnicas de execução daquele trabalho; 3) a sua regularidade, ou seja, do quanto se precisa daquele serviço; 4) o grau de confiança e responsabilidade que se exige e por fim; 5) o risco de sucesso ou fracasso da atividade. 
Em certa medida, o lucro conversa e se articula com os salários, pois a resistência dos proprietários dos meios de produção em remunerar melhor os trabalhadores, estava na prerrogativa de suprimir os lucros. Smith, comenta que o lucro, de forma análoga é contraído a medida que os países enriquecem e competem por seu espaço no mercado internacional. 
De tal modo, “(...) Smith via a divisão do trabalho e o acumulo de capital como fatores primários que promovem o crescimento de estoque da riqueza de uma nação.” (Brue,2016) o autor enxergou na divisão do trabalho como a facilitadora da entrada de tecnologias para o efetivo incremento na produtividade dos trabalhadores industriais. Até então, hipoteticamente, um trabalhador fazia 1 bolsa em 1 semana, agora com 5 trabalhadores, a eficiente divisão do trabalho, com o auxílio de máquinas eles produzem 500 bolsas em uma semana.
Com o desenvolvimento das técnicas produtivas e desenvolvimento do trabalho, somado a elevação das reservas de capital, expandem e ampliam a produção nacional dos bens. Com isso, a produção interna de bens atua como facilitadores do nível elevado de consumo da nação, fundamentando e consolidando aquilo que se chama como o valor ou a Riqueza da Nação.
5. Teoria do bem estar econômico e a sua conexão com desenvolvimento econômico e acumulação do capital.
Em Adam Smith, o tema do bem-estar econômico não está separado da discussão a respeito da função correta do Estado perante a sociedade, ainda mais em questões importantes como a administração e distribuição da renda de uma economia. Logo, a maneira que se manipula esses recursos pode ser colocada em pratica por inúmeras formas, políticas fiscais ou programas de transferência de renda, como o programa de “Auxilio Emergencial” que se tem implementado atualmente no Brasil.
A teoria do bem-estar econômico de Smith, está fundamentada na ideia de um equilíbrio geral que se articula com a abstração de se ter uma "mão invisível", e tal princípio, exposto e discutido por Adam Smith, antecede que, em um ambiente de comercio liberal e livre de intervencionismo, a liberdade de escolha individual, tem como consequência o incremento e aumento no bem estar coletivo, um equilíbrio sustentado no conceito da “mão invisível”. (A economia do bem estar, Editora Porto, 2020)
E o caminho a traçar para atingir este cenário, segundo Smith está assentado no:
“sistema óbvio e simples de liberdade natural se estabelece por si mesmo. Todo homem… fica perfeitamente livre para buscar seus próprios interesses, à sua própria maneira, e para concorrer, com seu esforço e com seu capital, com o esforço e o capital de outros homens ou tipos de homem” (Smith, A Riqueza das Nações, 1999)
Nesse momento, seguindo a sequência lógica de Hunt (2004), será concisa a explanação a respeito nível de produção, que estar sujeito, segundo Adam Smith, a quantidade de trabalhadores produtivos e o quanto eles são produtivos. 
Entretanto, tem conexão com a particularização e da abrangência da divisão do trabalho, pois um incremento na produtividade no que diz respeito a qualidade e quantidade, é resultado da divisãodo trabalho, afirma Smith (1999). Logo, o nível com que essa divisão do trabalho está, é denotado por duas conjunturas. (Hunt, 2004)
A princípio, é necessário ter uma estrutura de mercado madura ou uma economia baseada em permutas mercantis, no objetivo de ter uma economia com agentes econômicos especializados nas diversas atividades. Então, havendo uma economia de mercado, como dito no parágrafo anterior, o nível de especialização vai ter profunda relação com a grandeza, a abrangência do mercado.
Seguidamente, “Quando uma sociedade comercial já se desenvolveu a ponto de permitir essa especialização urbano-rural, torna-se mais importante a segunda circunstância que governa a extensão da divisão do trabalho” (História do pensamento econômico, Hunt, 2004).
Então, a segunda conjuntura é a da acumulação de capital, segundo Smith, é a origem basilar do progresso econômico, e os lucros a origem do capital emergente. Após essa discussão sobre a terra, renda, produtividade, capital, e apesar desse protagonismo a respeito dos lucros e da acumulação de capital, o autor focou em assinalar a diferença entre trabalho produtivo e improdutivo. Havia certa preocupação em debater e confrontar a teoria Fisiocrata, onde o trabalho agregado à indústria era improdutivo. Smith observa, o “trabalho improdutivo” como a origem do crescimento de uma economia, por ser algo assentado na ótica de alta lucratividade e da acumulação. 
Tudo que foi dito até então, constrói uma lógica filosófica, mas que além disso, também é sociológica. A começar, com a forte percepção do chamado “Credo Psicológico” em Adam Smith, pessoa que estruturou teorias bem delineadas perante ao liberalismo clássico, sob o olhar e a crença de que todo homem é egoísta por essência, frígido e previdente, imóvel, que tudo está contido nele, suas decisões são tomadas e tem como motivo a cobiça de alcançar o prazer, se aproximando muito aos ideais utilitaristas. (História do pensamento econômico, Hunt, 2004)
Outro credo, de suma importância na construção dos ideais liberais da época é o “Credo Econômico”: O mainstream das ideias liberais clássicas estava assentado nas seguintes hipóteses divergentes, a primeira é a de que, o homem é individualista, caso não houvesse politicas repressivas e de controle ele passaria a lutar sem domínio, assim, a ideologia liberal surgiu com o objetivo de fundamentar a vazão das vontades egoístas.
Seguindo essa lógica, mas retomando ao que foi dito anteriormente, no segundo parágrafo do quarto item no presente trabalho, sobre o espirito individualista, em Adam Smith: “todo individuo esforça-se continuamente para obter vantagem, a concorrência entre homens egoístas, cada qual agindo em seu próprio interesse, criaria ações benéficas” ( A riqueza das nações, Smith, 1999). Portanto, consiste em um comércio operando ao agir de uma “mão invisível”, direcionando os desejos e aspirações egoístas dos indivíduos para coisas das quais no conjunto total, promovem uma conjectura de harmonia e bem-estar social. 
Além do credo psicológico e econômico, o ultimo e não menos importante, o credo político, seguindo a perspectiva da filosofia de Adam Smith, é o oposto e da ética paternalista cristã, mas com a crença de um estado de bem estar social. No âmbito político, como dito no quinto parágrafo do item 4, o estado deve ser mínimo, não interventor, com dever de construir e conservar as instituições e bens públicos, e deve criar mecanismos que permitam maximizar a liberdade dos indivíduos. 
6. Teoria das Vantagens absolutas e comercio internacional
Por fim, ao adentrar no âmbito da economia internacional é inevitável não comentar a teoria das vantagens absolutas, Adam Smith faz uma comparação entre a produtividade de dois países identificando se algum deles apresenta uma vantagem absoluta frente ao outro em determinado produto. Algo já comentado no terceiro item do presente trabalho, mas um outro exemplo, usando uma comparação, entre Brasil e França, e a análise da produtividade em relação a produção de computadores e sapatos. (Carmo, 2010)
Logo, se eu quero saber, quanto tempo leva pra produzir 1000 computadores no Brasil e na França, bem como, o tempo para se produzir 1000 sapatos em ambos. Por conseguinte, se chega à conclusão que o Brasil demora 200 horas para produzir 1000 computadores e 100 horas para produzir a mesma quantidade em sapatos. Por sua vez, na França são necessárias 80 horas para produzir 1000 computadores e 125 horas para produzir 1000 sapatos. Analisando rapidamente, se observa que a França é mais produtiva que o Brasil na questão de computadores e o Brasil consegue ser mais eficiente na produção de sapatos. 
Assim, Smith vai afirmar que os países devem focar seus esforços nos bens em que são mais eficientes, pois eu deixo de colocar no mercado itens dos quais não sou tão bom e coloco outro produto em que eu apresento uma maior e máxima produtividade, ou seja, visando um mercado internacional, expansão das importações e sua parcela nesse mercado, ganha todo mundo de forma igual, havendo incremento em renda, aumento da lucratividade e queda em competitividade, haja vista, com a especialização, o produto em que eu tiver vantagem, vai ser mais requisitado no mercado internacional. (Gontijo, 2004)
7. Conclusão
Em Smith, se observa que a economia tem suas gêneses em uma teoria direcionada para o mercado, no qual o mainstream liberal do período suscitava de uma abordagem técnica e bem fundamentada. Logo, Smith mostra ao mundo sua lógica liberal e o seu pensamento filosófico quanto aos sentimentos morais, naturalidade e espontaneidade das relações de mercado frente ao individualismo. Onde os interesses privados são conduzidos por uma mão invisível que dirige o Estado na direção do bem estar econômico, que acima de tudo, é coletivo. 
Bem como, apresentado no presente trabalho, Smith ergueu seus fundamentos econômicos calcado na filosofia moral da época, no qual a economia não está limitada a apenas relações de troca, mas também está engendrada no âmbito das relações coletivas em geral na sociedade.
Por fim, o autor agrega uma discussão sociedade representada por relações econômicas e de comércio, onde a teoria acerca do valor trabalho dialoga totalmente com diversas esferas, desde a especialização dos meios de produção, divisão do trabalho, até lucro e a estrutura da renda, concluindo, por uma economia internacional em que as vantagens internas e individuais são absolutas.
Referências Bibliográficas
SMITH, Adam. Inquérito sobre a natureza e as causas da riqueza das nações. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1999.
Economia do bem-estar. Porto: Porto Editora, 2003-2020 Disponível em: <https://www.infopedia.pt/$economia-do-bem-estar> Acesso em: 19 out. 2020. 
JUNIOR, Wagner. O liberalismo clássico e o triunfo do capitalismo industrial. Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/o-liberalismo-classico-e-o-triunfo-do-capitalismo-industrial> Acesso em: 21 out. 2020. 
CARMO, Edgar Cândido do; MARIANO, Jefferson. Economia internacional. São Paulo: Saraiva, 2010.
GONTIJO, Cláudio. A Teoria das Vantagens Absolutas de Adam Smith e a Defesa do Livre Comércio. " Contribuir para o desenvolvimento do País e para a construção da cidadania, formando profissionais capacitados e atualizados, promovendo a ciência e a cultura e participando ativamente do processo de melhoria de vida da população", 2004.
HUNT, E. K. , História do Pensamento Econômico, 7a. Ed. RJ , Campus 1989
HUNT, E. K. e SHERMAN, H. J, História do Pensamento Econômico, Petrópolis, Vozes, 1992.

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