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Indaial – 2020 CirCuitos ElétriCos i Prof. Dione Antônio de Souza 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Prof. Dione Antônio de Souza Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: S729c Souza, Dione Antônio de Circuitos elétricos I. / Dione Antônio de Souza. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 307 p.; il. ISBN 978-65-5663-105-9 1. Circuitos elétricos. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 621.3192 III AprEsEntAção Caro acadêmico, apresentamos, a você, o livro de Circuitos Elétricos I, que tem como objetivo proporcionar a base para análise e projeto de cir- cuitos lineares, em nível de graduação. Esses estudos estão relacionados à habilidade do engenheiro em projetar circuitos elétricos e eletrônicos, muitas vezes complexos. O livro é voltado para acadêmicos que tem o contato com os conceitos básicos dos circuitos elétricos pela primeira vez, sendo muito útil o conhecimento prévio de eletricidade e magnetismo. Os cálculos e o de- senvolvimento realizados no livro necessitam dos conhecimentos gerais de matrizes e cálculo diferencial e integral, especialmente das técnicas envolvi- das na resolução de equações com coeficientes constantes. Portanto, os méto- dos, as técnicas e os conceitos descritos neste livro, para a análise de circuitos elétricos, são de grande importância e fundamentais para todo engenheiro. O livro se divide em três unidades e cada unidade está organizada em três tópicos. O livro, em toda a sua extensão, teve como objetivo ser co- nectivo com informações acumulativas, ou seja, os tópicos posteriores de- pendem dos tópicos anteriores, assim como as unidades. Em cada tópico são fornecidos exemplos que destacam os aspectos de cada técnica, para auxiliar na compreensão do texto. No final de cada tópico, vários exercícios de au- toatividade são propostos, com suas respectivas respostas no gabarito, ob- jetivando reforçar a compreensão do estudante do tópico precedente. Além disso, é apresentado um resumo de maneira concisa, que aborda os conceitos mais importantes, proporcionando ao leitor um lembrete das técnicas conti- das no tópico. Para facilitar o entendimento, são destacados no livro equações e con- ceitos fundamentais. O UNI em destaque serve para ajudar o acadêmico a memorizar alguns dos princípios fundamentais de circuitos elétricos e faci- litar a consulta. Finalmente, em cada tópico, é apresentada uma leitura com o intuito de auxiliar na compreensão das técnicas abordadas no decorrer do livro, não esqueça de ler! Prof. Dione Antônio de Souza IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apre- sentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institu- cionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de De- sempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA V VI Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE VII UNIDADE 1 - CONCEITOS E LEIS BÁSICAS ....................................................................................1 TÓPICO 1 - VARIÁVEIS ELÉTRICAS ..................................................................................................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3 2 SISTEMA DE UNIDADES....................................................................................................................3 3 CARGA E CORRENTE ..........................................................................................................................5 4 TENSÃO ...................................................................................................................................................9 5 POTÊNCIA .............................................................................................................................................11 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................13 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................14 TÓPICO 2 - CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES DE CIRCUITOS ELÉTRICOS .......15 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................15 2 FONTE DE TENSÃO INDEPENDENTE .........................................................................................15 3 FONTE DE CORRENTE INDEPENDENTE ....................................................................................16 4 FONTE DE TENSÃO DEPENDENTE .............................................................................................20 5 FONTES DE CORRENTE DEPENDENTE ......................................................................................22 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................27 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................28 TÓPICO 3 - LEIS BÁSICAS ...................................................................................................................31 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................31 2 LEI DE OHM ..........................................................................................................................................31 3 LEI DE KIRCHHOFF ............................................................................................................................38 4 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES .....................................................................................................44 4.1 CIRCUITOS COM ASSOCIAÇÃO SÉRIE DE RESISTORES .....................................................50 4.2 CIRCUITOS COM ASSOCIAÇÃO PARALELA DE RESISTORES ...........................................544.3 CIRCUITOS COM ASSOCIAÇÃO MISTA DE RESISTORES ....................................................58 5 TRANSFORMAÇÃO Y(ESTRELA) PARA ∆ (DELTA) ..................................................................61 5.1 TRANSFORMAÇÃO DELTA ∆ PARA ESTRELA Y ...................................................................62 5.2 TRANSFORMAÇÃO ESTRELA Y PARA DELTA ∆ ...................................................................64 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................68 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................74 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................77 UNIDADE 2 - TÉCNICAS DE ANÁLISE E TEOREMAS DE CIRCUITOS .................................83 TÓPICO 1 - TÉCNICA DE ANÁLISE DE MALHA (LAÇO) ...........................................................85 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................85 2 ANÁLISE DE MALHA .........................................................................................................................85 3 CIRCUITOS CONTENDO FONTES INDEPENDENTES DE CORRENTE ...........................100 3.1 CIRCUITOS CONTENDO FONTES DEPENDENTES .............................................................106 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................112 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................113 sumário VIII TÓPICO 2 - TÉCNICAS DE ANÁLISE NODAL 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................121 2 ANÁLISE NODAL ..............................................................................................................................121 2.1 CIRCUITOS CONTENDO FONTES INDEPENDENTES DE TENSÃO ................................141 2.2 CIRCUITOS CONTENDO FONTES DEPENDENTES DE TENSÃO ....................................148 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................154 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................155 TÓPICO 3 - TEOREMA DE CIRCUITOS .........................................................................................161 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................161 2 PROPRIEDADE DE LINEARIDADE .............................................................................................161 3 SUPERPOSIÇÃO ................................................................................................................................167 4 TEOREMA DE THEVENIN ..............................................................................................................174 5 TEOREMA DE NORTON .................................................................................................................183 6 MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA ............................................................................188 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................196 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................197 UNIDADE 3 - CAPACITORES, INDUTORES E CIRCUITOS RLC ............................................203 TÓPICO 1 - CAPACITORES E INDUTORES .................................................................................205 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................205 2 CAPACITORES ...................................................................................................................................205 3 ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES EM SÉRIE ...........................................................................211 4 ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES EM PARALELO .................................................................214 5 INDUTORES .......................................................................................................................................216 6 ASSOCIAÇÃO DE INDUTORES EM SÉRIE ................................................................................220 7 ASSOCIAÇÃO DE INDUTORES EM PARALELO .....................................................................222 8 CIRCUITOS MAGNÉTICOS E ELETROMAGNÉTICOS..........................................................225 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................231 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................233 TÓPICO 2 - CIRCUITO DE PRIMEIRA ORDEM ...........................................................................237 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................237 2 CIRCUITO RC SEM FONTE ............................................................................................................237 3 CIRCUITOS RL SEM FONTES ........................................................................................................242 4 CIRCUITO RC COM FONTE ...........................................................................................................248 5 CIRCUITO RL COM FONTE ...........................................................................................................251 6 RESPOSTA DE UM CIRCUITO RC AO DEGRAU .....................................................................255 7 RESPOSTA DE UM CIRCUITO RL AO DEGRAU ......................................................................258 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................261 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................263 TÓPICO 3 - CIRCUITOS DE SEGUNDA ORDEM ........................................................................271 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................271 2 CIRCUITOS RLC SÉRIE SEM FONTE...........................................................................................271 3 CIRCUITOS RLC PARALELO SEM FONTE ................................................................................275 4 RESPOSTA DE UM CIRCUITO RLC SERIE AO DEGRAU ......................................................287 5 RESPOSTA DE UM CIRCUITO RLC PARALELO AO DEGRAU ............................................292 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................296 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................302 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................304 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................307 1 UNIDADE 1 CONCEITOS E LEIS BÁSICAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEMPLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • relembrar o sistema de unidades utilizado internacionalmente; • apresentar os conceitos de Tensão, Corrente e Potência elétrica; • reconhecer os principais componentes de um circuito elétrico; • analisar e aplicar o conceito da Lei de Ohm; • analisar e aplicar os conceitos das leis de Kirchhoff; • reconhecer associação de resistores em série e paralelo; • analisar e aplicar o conceito de transformação estrela para delta de resistores; • analisar e aplicar o conceito de transformação delta para estrela de resistores. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO E VARIÁVEIS ELÉTRICAS TÓPICO 2 – CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES DE CIRCUITOS ELÉTRICOS TÓPICO 3 – LEIS BÁSICAS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 VARIÁVEIS ELÉTRICAS 1 INTRODUÇÃO No Tópico 1, apresentaremos uma breve revisão do sistema de unidades que é utilizado internacionalmente por todos os profissionais. Ao final dessa re- visão serão apresentados os conceitos das grandezas utilizadas nas teorias de cir- cuitos elétricos. E, por fim, serão apresentadas as equações para o cálculo de cada grandeza, carga, corrente, tensão e potência. Para cada grandeza serão apresentados exemplos resolvidos e, no final do tópico, o resumo do tema abordado com o objetivo de fixar o assunto apresentado. 2 SISTEMA DE UNIDADES Um sistema de unidade para ser utilizado por todos os engenheiros em qualquer país seguindo um padrão único foi criado em 1960, no 11° encontro da Conferência Geral de Pesos e Medidas, em Paris. Tal sistema é chamado por Sistema Internacional de Unidades (SI), e, conforme apresentado no Quadro 1, verifica-se que ele é composto por seis unidades fundamentais, sendo estas uni- dades: o metro (m), o quilograma (kg), o segundo (s), o Ampére (A), o Kelvin(K) e a candela (cd). A partir da combinação dessas unidades fundamentais podem ser derivadas outras unidades físicas. QUADRO 1 – UNIDADES BÁSICAS NO SI Grandeza Unidade Símbolo Comprimento metro m Massa quilograma kg Tempo segundo s Corrente Elétrica ampère A Temperatura Termodinâmica kelvin k Intensidade Luminosa candela cd FONTE: O autor UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 4 No Quadro 2 são apresentadas as unidades mais utilizadas em circuitos elé- tricos. O sistema internacional padroniza também os prefixos, desta forma, é possí- vel relacionar maiores ou menores por um sistema decimal. No Quadro 3 são apre- sentados os prefixos padronizados utilizados no SI e seus respectivos símbolos. Pelos quadros observa-se que os símbolos que representam nomes pró- prios são com letras maiúsculas, como o Kelvin (K) e o Ampère (A). Os símbolos não são escritos no plural e dispensam qualquer pontuação. QUADRO 2 – UNIDADES MAIS UTILIZADAS EM CIRCUITOS ELÉTRICOS FONTE: O autor FONTE: O autor QUADRO 3 – PREFIXOS DO SI Grandeza Unidade Símbolo Carga Elétrica coulomb C Potencial Elétrico volt V Resistência ohm Ω Condutância siemens S Indutância henry H Capacitância farad F Frequência hetz Hz Força newton N Energia, Trabalho joule J Potência watt W Fluxo Magnético weber Wb Densidade de Fluxo Mag- nético tesla T Fator Nome Símbolo Fator Nome Símbolo 10¹ deca da 10⁻¹ deci d 10² hecto h 10⁻² centi c 10³ quilo k 10⁻³ mili m 10⁶ mega M 10⁻⁶ micro μ 10⁹ giga G 10⁻⁹ nano n 10¹² tera T 10⁻¹² pico p 10¹⁵ peta P 10⁻¹⁵ femto f 10¹⁸ exa E 10⁻¹⁸ atto a 10²¹ zetta Z 10⁻²¹ zepto z 10²⁴ yotta Y 10⁻²⁴ yoeto y TÓPICO 1 | VARIÁVEIS ELÉTRICAS 5 FIGURA 1 – MODELO ATÔMICO DE BOHR FONTE: <https://bit.ly/2zMgpn9>. Acesso em: 4 maio 2020. 3 CARGA E CORRENTE A matéria é constituída por átomos e esses átomos são formados por três partículas, sendo os elétrons, prótons e nêutrons. Os elétrons possuem carga elé- trica negativa, os prótons carga elétrica positiva e os nêutrons cargas eletricamen- te neutras. A magnitude da carga elétrica de um elétron (e) é negativa e igual a 1,602x10-19 C, a de um próton (p) é positiva e igual a 1,602x10-19 C. Os átomos contêm o mesmo número de prótons e elétrons e por isso são considerados ele- tricamente neutros. Define-se carga como característica elétrica do átomo, que compõem a matéria. Essa característica é baseada no conceito das teorias atômicas, em que o núcleo é composto pelos prótons e nêutrons, sendo o núcleo cercado por elétrons que giram em orbitais, conhecidos também como níveis, bem definidos, represen- tando o modelo atômico de Bohr que é apresentado na Figura 1. Carga é a propriedade elétrica das partículas atômicas que compõem a matéria. NOTA UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 6 Os elétrons são atraídos das orbitas em direção ao núcleo pelos prótons, nessa ação, ocorrem movimentos circulares, conforme descrito pelo modelo de Bohr. Aparecem sobre eles forças centrífugas com a mesma intensidade que a força do próton, porém, com sentido contrário, eliminando as forças de atração e fazendo com que os elétrons se mantenham em órbita. A órbita em que se encon- tra o elétron define a quantidade de energia dele, ou seja, quanto mais afastado o elétron está do núcleo maior é a sua energia. Por outro lado, quanto mais afasta- do, mais fraco é a sua ligação com o núcleo, isso diferencia os materiais conduto- res dos materiais isolantes. Os átomos que apresentam os elétrons da última órbita fracamente liga- dos ao núcleo, ficam facilmente susceptíveis a tornarem elétrons livres quando submetidos a uma energia externa, assim, a condução de eletricidade se dá pelo movimento dos elétrons, caracterizando um material condutor. Os átomos que apresentam os elétrons da última órbita fortemente liga- dos ao núcleo precisam de uma energia externa maior para fazer com que os elétrons se tornem livre. A pouca quantidade de elétrons livres diminui, podendo interromper a condução de eletricidade, caracterizando os materiais isolantes. Materiais condutores são aqueles que conduzem facilmente eletricidade. Materiais isolantes são aqueles que não conduzem eletricidade. NOTA NOTA TÓPICO 1 | VARIÁVEIS ELÉTRICAS 7 Os movimentos dos elétrons em materiais condutores, quando colocados sobre uma fonte de energia externa, caracterizam-se pelo movimento de cargas elétricas e resulta em transferência de energia de um ponto a outro. Quando esse movimento acontece em um caminho fechado, facilitando a transferência de ener- gia, diz respeito à formação do circuito elétrico. O movimento das cargas elétricas é chamado de corrente elétrica e ma- tematicamente a corrente elétrica (i) está relacionada à quantidade de carga que passa no caminho fechado, em relação ao tempo. A unidade básica da corrente (i) é o Ampère (A), o qual 1 Ampère corres- ponde a 1 Coulomb por segundo. Encontram-se dois tipos de correntes elétricas, sendo elas: a corrente con- tínua (CC) e a corrente alternada (CA). No Gráfico 1 é apresentada a corrente contínua e, no Gráfico 2, a corrente alternada, ambas em função do tempo. Dessas duas correntes derivam outras correntes que podem ser representadas por dife- rentes funções matemáticas. Corrente elétrica é a taxa de variação no tempo da carga que passa em um determinado ponto. NOTA dqi dt = UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 8 GRÁFICO 1 – CORRENTE CONTINUA CC FONTE: O autor FONTE: O autor GRÁFICO 2 – CORRENTE ALTERNADA CA A corrente contínua é aquela que mantém constante à polaridade com o decorrer do tempo, conservando o sentido. Já a corrente alternada é aquela que alterna a polaridade com o decorrer do tempo, ora um sentido ora outro. Por convenção utiliza-se a letra maiúscula (I) para as correntes contínuas e a letra minúscula (i) para correntes alternadas. É muito importante entender os conceitosda corrente contínua e corrente alternada. Sugiro que consultem o livro: MARKUS, O. Circuitos Elétricos – Teoria e exercí- cios. 9. ed. São Paulo: Editora Érica, 2011. DICAS TÓPICO 1 | VARIÁVEIS ELÉTRICAS 9 Como definido anteriormente, a corrente elétrica é o movimento dos elé- trons, cargas negativas de um ponto para outro, porém, a fim de evitar o uso de valores negativos, é convencionado que o movimento das cargas é positivo de um ponto para outro. Exemplo 1: calcule a quantidade de carga quando representada por 6.800 elétrons. Solução: a magnitude da carga do elétron é de -1,602x10-19 C. Logo, Exemplo 2: calcule a corrente que circula em um elemento por segundo quando a carga que entra nela é de 15 C. Solução: 4 TENSÃO Para que os elétrons consigam movimentar-se é necessário que haja trans- ferência de energia, ou seja, que haja fonte externa capaz de aumentar a energia nos elétrons da última órbita, os transformando em elétrons livres. Essa trans- ferência de energia, ou variação do trabalho realizado, para movimentar uma unidade de carga de um ponto a outro em um circuito é definida como diferença de potencial ou tensão. .qQ e n elétrons= ° 191,602.10 .6800 q CQ elétrons elétrons −= − 1610,894.10 qQ C −= dqi dt = 15 1 i = 15 i A= UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 10 Tensão é a energia necessária para mover uma unidade de carga de um ponto a outro. Energia é a capacidade de realizar trabalho. NOTA NOTA A tensão é definida matematicamente por: ab dwv dq = Em que: W é a energia em Joule (J) e q é a carga dada em Coulomb (C). A unidade básica da tensão é Volts (V) e 1 Volts corresponde 1 Joule por Coulomb. Assim como a corrente elétrica, existe a tensão contínua (CC) e a tensão alternada (CA). A tensão contínua mantém constante a polaridade com o decor- rer do tempo, sendo representada pela letra maiúscula (V). Já a tensão alterada é aquela que altera a polaridade com o decorrer do tempo, ora em um sentido ora em outro. A representação é dada pela letra minúscula (v). Exemplo 3: calcule a tensão entre dois pontos quando um trabalho de 145 Joules é realizado para mover 11,85x1018 elétrons. Solução: 1,898 q C= dwv dt = 18 1911,85.10 .1,602.10q −= TÓPICO 1 | VARIÁVEIS ELÉTRICAS 11 Potência é a taxa de liberação ou absorção de energia no tempo. NOTA 5 POTÊNCIA Todo equipamento quando submetido a uma tensão (diferença de poten- cial) libera ou absorve potência a partir da corrente que circula pelo equipamento, ou seja, a energia fornecida aos elétrons por uma fonte externa faz com que as cargas se movimentem. A qual a quantidade de carga se movimenta por unidade de tempo com a variação de energia e libera ou absorve uma potência. 145 1,898 Jv C = 76,40 v V= dwP dt = Como exemplo, uma lâmpada que tem uma potência de 250 W, tal po- tência é disparada quando sobre seus terminais houver tensão de 220 V, a partir de uma corrente de 1,1367 A. Assim, define-se matematicamente a potência por: Em que: P é a potência dada em Watts (W), W é a energia dada em joules (J) e t é o tempo em segundos (s). Das equações definidas anteriormente para a tensão e a corrente, pode-se reescrever a equação da potência, para uma potência instantânea como: dwP dt = .dw dqP dq dt = .P v i= UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 12 .P V i= 408.0,35P = 142,8 P W= A potência pode ser liberada ou absorvida pelo equipamento. O que de- fine se a potência será liberada ou absorvida é a variação de energia. Pode-se determinar através do uso da convenção da direção da corrente com a polaridade da tensão. Essa convenção é chamada de convenção sinal passivo. Nas Figuras 2a e 2b, verifica-se a convenção. Quando a corrente entra no polo positivo da fonte de tensão a potência é absorvida pelo equipamento e, en- tão, será positiva. Quando a corrente entra no polo negativo da fonte de tensão, a potência será negativa. FIGURA 2 – CONVENÇÃO PASSIVA DE SINAL O conceito de potência liberada ou absorvida é muito importante. Sugiro que consultem o livro: DORF, R. C.; SVOBODA, J. A. Introdução aos Circuitos Elétricos. 9. ed. São Paulo: LTC, 2016. DICAS (a) (b) FONTE: O autor Exemplo 4: uma fonte de tensão mede 408 V e a corrente que circula no circuito é de 0,35 A. Qual a potência do equipamento? Solução: 13 Neste tópico, você aprendeu que: • Os engenheiros utilizam o sistema internacional de unidades, o S.I. Neste sis- tema, são utilizadas seis unidades principais, e a partir destas derivam outras unidades para quantidades físicas. • A carga é uma característica atômica dos átomos, é positiva para os prótons e negativa para os elétrons, com valor de 1,602x10-19 C e medida em Coulombs (C). • O movimento das cargas em um caminho fechado é chamado de corrente elé- trica e a unidade de medida é o Ampère (A), definida pela equação: • A variação do trabalho para movimentar as cargas de ponto ao outro é definida como tensão, ou diferença de potencial, e a unidade de medida é em Volts (V), a qual a equação é dada por: • A variação da energia em função da variação do tempo define a potência em um elemento. Essa potência pode ser absorvida ou liberada por um equipa- mento. A unidade para medir esta potência é o Watt (W) e a equação da potên- cia pode ser obtida por: RESUMO DO TÓPICO 1 dqi dt = dwv dq = dwP dt = 14 1 Qual das cinco tensões, 6 31 2 3 4 585 , 0,045 , 63 , 35.10 22.10 ,v V v mV v nV v V ev Vµ − −= = = = = é a maior? 2 Calcule o valor de carga de 2590 prótons. 3 A energia gasta para mover uma carga de um ponto A para um ponto B é de 35 J e do ponto B para o ponto C é de -20 J. Calcule a queda de tensão ab bcv ev para uma carga de 3 C. 4 Calcule a corrente em um equipamento quando a carga que entra neste é de 25t C. Sendo t o tempo em segundos. 5 Para uma corrente de 8 kA que passa por um equipamento. Calcule o valor da carga que passa através do equipamento no primeiro microssegundo. 6 Calcule a corrente média que passa no equipamento num intervalo de tempo de 8 ms, para uma carga de 65 nC. 7 Para o equipamento ilustrado a seguir, calcule o valor da potência e se esta está sendo absorvida ou liberada: 8 Uma fonte externa com tensão constante de 24 V fornece 18 J de energia em um intervalo de tempo específico. Durante esse período, calcule o quanto de carga foi movimentado. 9 No esquema a seguir, em que dois equipamentos estão conectados em série, o equipamento 1 absorve uma potência de 48 W. O equipamento 2 libera ou absorve potência? Calcule o valor desta potência. 10 Calcule a potência para um circuito em que a tensão de alimentação seja 15 V e a corrente de consumo de 15 A, para os 15 segundos iniciais. AUTOATIVIDADE (a) (b) (c) (d) 15 TÓPICO 2 CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES DE CIRCUITOS ELÉTRICOS UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, os estudos iniciarão com a apresentação dos componentes utilizados em circuitos elétricos. Um circuito elétrico pode ser definido como a interligação dos componentes elétricos ou eletrônicos, fechando caminho para a circulação da corrente elétrica. Essa interligação dos componentes pode ser feita com ligação em série, em paralelo, e ligação mista, sendo a última a utilização das ligações série e paralelo no mesmo circuito. Conforme visto no Tópico 1, as variáveis elétricas como corrente, tensão e potência são as grandezas a serem calculadas nos componentes do circuito elétrico. Os componentes utilizados em circuitos elétricos são classificados em duas cate- gorias, sendo elas: os componentes ativos, que liberam energia, e os componentes passivos, que absorvem energia. Como exemplos dos componentes ativos têm as baterias, pilhas, geradores e modelos de transistor, tais componentes são geradores de energia. Para os componentes passivos são absorvedores de energia os resisto- res, os indutores e os capacitores. Porém, na Unidade 3 serão abordados os indu- tores e capacitores, que são componentes passivoscapazes de armazenar energia. Neste tópico, os componentes ativos mais importantes serão estudados, sendo eles: • Fonte de tensão independente. • Fonte de corrente independente. • Fonte de tensão dependente. • Fonte de corrente dependente. 2 FONTE DE TENSÃO INDEPENDENTE Uma fonte de tensão independente ideal é um componente que mantém a tensão constante em seus terminais, não dependendo de outra variável do circui- to. Assim, para qualquer corrente que seja solicitada da fonte independente a sua tensão permanecerá a mesma. Como exemplo de uma fonte independente tem-se as baterias e a tensão fornecida pela concessionária. UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 16 Fonte de tensão independente é um componente que mantém a tensão em seus terminais independente da corrente solicitada. NOTA O símbolo utilizado para a fonte de tensão independente é apresentado na Figura 3. FIGURA 3 – SIMBOLOGIA DAS FONTES DE TENSÃO INDEPENDENTE FONTE: O autor 3 FONTE DE CORRENTE INDEPENDENTE Uma fonte de corrente independente ideal é um componente que mantém a corrente constante em seus terminais, não dependendo de outra variável do circuito. Assim, para qualquer tensão que seja solicitada da fonte, independente- mente, a sua corrente permanecerá a mesma. O símbolo utilizado para uma fonte de corrente independente é apresen- tado na Figura 4, no qual a seta indica o sentido da corrente. Fonte de corrente independente é um componente que mantém a corrente em seus terminais independente da tensão solicitada. NOTA TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES 17 FONTE: O autor FONTE: O autor FIGURA 4 – SIMBOLOGIA DAS FONTES DE CORRENTE INDEPENDENTE FIGURA 5 – EXEMPLO 1 Exemplo 1: calcule a potência liberada ou absorvida pelos componentes do circuito da Figura 5. Solução: analisando a polaridade da fonte de 36 V e o sentido da corrente I, observa-se que o sentido da corrente sai do terminal positivo, logo, a fonte libera potência. Verificando os componentes 1, 2 e 3 e o sentido da corrente I, nota-se que o sentido da corrente entra no terminal positivo dos componentes, logo os componen- tes 1, 2 e 3 absorvem potência. Para calcular os valores das potências, é necessário o uso das equações apresentadas no Tópico 1. Assim, para a fonte de 36 V, tem-se: .P V I= 36 . 3P = 108 P W= UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 18 Para o componente 1: Para o componente 2: Para o componente 3: FIGURA 6 – EXEMPLO 2 FONTE: O autor Conclui-se que a potência liberada é igual a soma das potências absorvi- das. Exemplo 2: calcule a potência liberada ou absorvida pelos componentes do circuito da Figura 6. .P V I= 12.3P = 36 P W= .P V I= 9.3P = 27 P W= .P V I= 15.3P = 45 P W= TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES 19 Para o componente 1: Para o componente 2: Solução: observando a polaridade da fonte e o sentido da corrente de 2 A, é possível observar que a corrente sai do positivo, logo, a fonte de 2 A libera potência. Verificando a polaridade do componente 1 e o sentido da corrente obser- va-se que a corrente entra no positivo do componente, logo, este componente está absorvendo potência. Através da polaridade do componente 2 e o sentido da correte, observa-se que a corrente entra no negativo do componente, logo, o componente está libe- rando potência. Analisando a polaridade do componente 3 e o sentido da corrente, nota-se que a corrente entra no positivo do componente, logo, o componente está absor- vendo potência. Para o cálculo dos valores das potências será utilizada a equação apresen- tada no Tópico 1. Assim, para a fonte de corrente, tem-se: .P V I= 24.2P = 48 P W= .P V I= 16.2P = 32 P W= .P V I= 4.2P = 8 P W= UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 20 Para o componente 3: Conclui-se que a soma das potências liberadas é igual a soma das potên- cias absorvidas. 4 FONTE DE TENSÃO DEPENDENTE Uma fonte de tensão dependente é um componente o qual seu valor de- pende do valor da tensão ou da corrente de um ponto do circuito. Como exemplo de fonte de tensão dependente tem-se o gerador de energia elétrica, em que a tensão induzida no enrolamento do estator depende da corrente no rotor. O símbolo utilizado para fonte de tensão dependente é apresentado na Figura 7. Nota-se que as fontes dependentes são diferenciadas na representação das fontes independentes, caracterizando-se na forma de um losango. .P V I= 12.2P = 24 P W= Fonte de tensão dependente é um componente onde o valor da tensão em seus terminais depende do valor da corrente ou tensão em um ponto específico do circuito. NOTA FIGURA 7 – SIMBOLOGIA DAS FONTES DE TENSÃO DEPENDENTE FONTE: O autor TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES 21 FONTE: O autor Existem dois tipos de fonte de tensão dependente, são elas: • A fonte de tensão controlada por corrente (FTCC). • A fonte de tensão controlada por tensão (FTCT). A fonte do tipo FTCC o controle é com curto-circuito, como apresentado na Figura 8. FIGURA 8 – SIMBOLOGIA DAS FONTES DE TENSÃO DEPENDENTE (FTCC) A tensão Va é zero, assim: Va = 0V. A corrente ia é o valor da corrente no pon- to do circuito para a fonte de tensão dependente. A fonte de tensão dependente Vb depende do valor da corrente ia. Assim: .b aV g i= Em que a constante g é o ganho da fonte. A fonte do tipo FTCT o controle é com circuito aberto, como mostrado na Figura 9. FIGURA 9 – SIMBOLOGIA DAS FONTES DE TENSÃO DEPENDENTE (FTCT) FONTE: O autor A corrente ia é zero, assim: ia= 0 A. a tensão Va é o valor da tensão no ponto do circuito, para a fonte de tensão dependente. A fonte de tensão Vb depende do valor da tensão Va. Assim: UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 22 .b aV g V= Em que a constante g é o ganho da fonte. 5 FONTES DE CORRENTE DEPENDENTE Uma fonte de corrente dependente é um componente cujo valor depende do valor da tensão ou da corrente de um ponto do circuito. Como exemplo de uma fonte de corrente dependente tem-se o transistor, o qual a corrente no coletor tem valor variável proporcionalmente a da corrente da base. Fonte de corrente dependente é um componente onde o valor da corrente em seus terminais depende do valor da tensão ou corrente em um ponto específico do circuito. NOTA O símbolo utilizado para a fonte de corrente dependente é apresentado na Figura 10. FIGURA 10 – SIMBOLOGIA DAS FONTES DE CORRENTE DEPENDENTE FONTE: O autor Estem dois tipos de fonte de corrente dependente, são elas: • A fonte de corrente controlada por tensão (FCCT). • A fonte de corrente controlada por corrente (FCCC). A do tipo FCCT é controlada com circuito aberto, sendo assim a corrente ia=0A, a tensão Va é o valor da tensão no ponto do circuito para a fonte de corrente dependente, e a corrente ia depende do valor da tensão Va. Conforme pode ser visto na Figura 11. Assim: .b ai g V= TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES 23 FONTE: O autor FONTE: O autor FIGURA 12 – SIMBOLOGIA DAS FONTES DE CORRENTE DEPENDENTE (FCCC) Em que a constante g é o ganho da fonte. FIGURA 11 – SIMBOLOGIA DAS FONTES DE CORRENTE DEPENDENTE (FCCT) A do tipo FCCC é controlada com curto-circuito é apresentada na Figura 12. A tensão Va=0V, a corrente ia é o valor da corrente no ponto do circuito, para a fonte de corrente dependente, e a fonte da corrente ib depende do valor da corrente ia . Assim: .b ai g i= Em que a constante g é o ganho da fonte. Exemplo 1: calcule a potência da fonte dependente do circuito da Figura 13 e determine se ela está sendo absorvida ou fornecida. UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 24 FIGURA 13 – EXEMPLO 1 FONTE: O autor FONTE: O autor Solução: Exemplo 2: calcule a potência da fonte dependente do circuito da Figura 14 e de- termine se ela está sendo absorvida ou fornecida. FIGURA 14 – EXEMPLO 2 2.b aV i= 2.1,25bV = 2,5 bV V= .b bP V i= 2,5.1,75P = 4,375 P W absorvida= TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES 25 FONTE: O autor Solução: Solução: 2.b aV V= 2.2bV = 4 bVV= .b bP V i= 4.1,5P = 6 P W absorvida= Exemplo 3: calcule a potência da fonte dependente do circuito a seguir e determine se ela está sendo absorvida ou fornecida. FIGURA 15 – EXEMPLO 3 4.b ai V= 4.2bi = 8 bi A= .b bP V i= 2,20.8P = 17,6 P W fornecida= − UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 26 Exemplo 4: calcule a potência da fonte dependente do circuito a seguir e determine se ela está sendo absorvida ou fornecida. FIGURA 16 – EXEMPLO 4 FONTE: O autor Solução: 4.b ai i= 4.1,20bi = 4,8 bi A= .b bP V i= 24.4,8P = 115,2 P W fornecida= − 27 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Circuito é um caminho fechado onde circula corrente por componentes que podem estar ligado em serie ou paralelo. • Existem dois tipos de componentes: os ativos, que são os que liberam energia, e os passivos, que absorvem energia. • Os componentes ativos são fontes de energia, como as baterias e pilhas. • Os componentes passivos são as resistências, indutores e capacitores. • As fontes ativas são classificadas em dois tipos: independentes e dependentes. • As fontes de tensão independente ideais são aquelas que mantêm a tensão es- pecificada independente da corrente solicitada de circuito. • As fontes dependentes de tensão são aquelas cujo valor depende da tensão ou da corrente de uma fonte específica do circuito. • As fontes dependentes de corrente são aquelas em que o valor depende da ten- são ou corrente de uma parte específica do circuito. 28 1 Calcule a potência fornecida ou absorvida por cada elemento representado a seguir: 2 Calcule a potência fornecida ou absorvida por cada elemento representado a seguir: 3 Calcule a potência absorvida por cada elemento representado: AUTOATIVIDADE 29 4 Calcule lo no circuito representado a seguir: 5 Calcule Vo para o circuito representado a seguir: 6 A fonte Vs no circuito da representação a seguir está consumindo ou forne- cendo potência? Qual o valor de Vs? 7 Calcule Vs do circuito representado a seguir: 30 8 Calcule a potência que é consumida ou fornecida pelos componentes do circuito representado a seguir: 9 Calcule a potência absorvida ou fornecida pelos componentes representa- dos a seguir: 10 Calcule a potência consumida ou fornecida pelos componentes do circuito da ilustração a seguir. 31 TÓPICO 3 LEIS BÁSICAS UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO No Tópico 3, serão apresentadas as leis fundamentais para análise de cir- cuitos, em que serão calculadas as grandezas apresentadas no Tópico 1. Para dar início aos estudos, neste tópico, as leis serão aplicadas somente para circuitos puramente resistivos, deixando o estudo com circuitos indutivos e capacitivos para a Unidade 3. Os circuitos podem ser compostos por resistores ligados em série, em paralelo ou circuitos mistos, sendo o último com ligações serie e paralelo. Para alguns circuitos em que os resistores não estão nem em série e nem em paralelo, será apresentado uma técnica de transformação de circuitos estrela para delta e de delta para estrela que simplificará os circuitos. Ao final do tópico, estarão disponíveis alguns exercícios para melhor fi- xação do conteúdo. 2 LEI DE OHM Um material pode apresentar facilidade ou dificuldade para a circulação do fluxo de carga elétrica, a corrente elétrica, isso faz com que o material seja clas- sificado como condutor ou isolante. A grandeza utilizada para medir a facilidade de circulação da corrente elétrica é chamada de condutância e é representada pela letra G. A sua unidade de medida pelo SI é o Siemens, representada pela letra S. A grandeza utilizada para medir a dificuldade da circulação da corrente elétrica é chamada de resistência elétrica, sendo representada pela letra R e sua unidade de medida pelo SI é o OHM, representada pela letra grega Ω (ômega). Dessa forma, a condutância é o inverso da resistência, ou seja, quanto maior for a condutância do material, menor será a sua resistência e quanto maior for a resistência, menor será a sua condutância. Assim, pode-se escrever: 32 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 1 1 G ou R R G = = Diante disso, a resistência depende de suas características físicas, do ma- terial que é constituído, sua seção transversal e seu comprimento. Assim, a equa- ção que define matematicamente a resistência é: . lR A r= Em que: r = resistividade do material em Ohm, metro, conforme Tabela 1. l = é o comprimento em metros (m). A = é a seção transversal em metro quadrado (m²). TABELA 1 – RESISTIVIDADES DE ALGUNS MATERIAIS Material Resistividade (Ω.m) Prata 1,64x10-8 Cobre 1,72x10-8 Aluminio 2,8x10-8 Ouro 2,45x10-8 Carbono 4x10-5 Germânio 47x10-2 Silício 6,4x102 Papel 1010 Mica 5x1011 Vidro 1012 Teflon 3x1012 FONTE: O autor O componente ideal usado em circuitos para representar o comportamen- to da resistência é o resistor. Na Figura 17 são apresentados os símbolos utiliza- dos para representar o resistor. TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 33 FONTE: O autor FONTE: O autor TABELA 2 – VALORES DAS CORES DOS ANÉIS DOS RESISTORES FIGURA 17 – SIMBOLOGIA DOS RESISTORES Resistor Fixo Resistor Variável Os resistores normalmente são construídos de ligas metálicas e compo- nentes de carbono. Os fabricantes disponibilizam três parâmetros das caracterís- ticas, sendo elas a resistência ôhmica, a tolerância e a potência. A resistência é o valor específico do resistor, indicada sobre o corpo numericamente ou por anéis coloridos, que tem valores definidos conforme a Tabela 2. 1º anel 2º anel 3º anel Cor do anel 1º algarismo 2º algarismo 3º algarismo Multiplicador Tolerância Preto 0 0 0 1 Marrom 1 1 1 10 ± 1% Vermelho 2 2 2 100 ± 2% Laranja 3 3 3 1000 Amarelo 4 4 4 10000 Verde 5 5 5 100000 Azul 6 6 6 1000000 Violeta 7 7 7 10000000 Cinza 8 8 8 100000000 Branco 9 9 9 1000000000 Ouro x 0,1 ±5% Prata x 0,01 ±10% Sem cor ±20% A tolerância é a diferença que pode ocorrer no valor ôhmico da resistên- cia e essa diferença ocorre devido ao processo de fabricação do resistor. Existem cinco valores de tolerância que são ±1%, ±2%, ±5%, ±10% e ±20%. Os resistores de 1% e 2% são chamados de resistores de precisão, os demais são resistores comuns. A potência determina quanto o resistor suporta de calor sem alterar o seu valor e sem ser danificado. Para que seja possível verificar o valor ôhmico do resistor com os anéis deve ser utilizada a Tabela 2. Os resistores comuns apresen- tam quatro anéis e os resistores de precisão apresentam cinco anéis. Na Figura 18 é apresentado um modelo de resistor com quatro anéis. Os anéis devem ser lidos em determinada sequência, sendo o anel mais próximo da extremidade como o primeiro número. Os três primeiros anéis indicam o valor ôhmico, sendo o terceiro anel o fator de multiplicação. O último anel indica o valor da tolerância. 34 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS FIGURA 18 – RESISTOR DE QUATRO ANÉIS Exemplo: Primeiro anel – Laranja Segundo anel – Branco Terceiro anel – Vermelho Quarto anel – Dourado O valor do resistor será de 3900 Ohms ±5%. Na Figura 19 é apresentado o modelo de resistor com cinco anéis. Da mes- ma maneira que o com 4 anéis, este deve iniciar a leitura pelo anel mais próxi- mo da extremidade. Os quatro primeiros anéis indicam o valor ôhmico, sendo o quarto anel o fator de multiplicação. O último anel indica o valor da tolerância. FONTE: O autor FONTE: O autor FIGURA 19 – RESISTOR DE CINCO ANÉIS Exemplo: Primeiro anel – Vermelho Segundo anel – Violeta Terceiro anel – Azul Quarto anel – Preto Quinto anel – Marrom O valor do resistor será de 276 Ohms ±1%. No Século XIX, o físico alemão chamado Georg Simon OHM encontrou a relação entre a tensão e a corrente sobre um resistor. Ohm montou um circuito, conforme a Figura 20, sendo o resistor um valor fixo e conhecido e a fonte de ten- são variável com valores também conhecidos. TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 35 FONTE: O autor FIGURA 20 – CIRCUITO PARA A FORMULAÇÃO DA LEI DE OHM Com um amperímetro e um voltímetro conectados ao circuito,Ohm va- riou a tensão da fonte e anotava esses valores. Ohm observou que conforme au- mentava a tensão a corrente aumentava linearmente, dessa forma, Ohm conclui que a corrente é diretamente proporcional a variação da tensão. Assim, ele criou a equação que ficou conhecida como a Primeira Lei de Ohm, sendo: .V R I= Em que: V é a tensão em Volts (V). I é a corrente em Ampère (A). R é a resistência em Ohm (Ω). Irwin (2013, p. 18) diz que “a lei de OHM estabelece que a tensão em um resistor é diretamente proporcional à corrente que flui através dele. A resistência, medida em Ohms, é a constante de proporcionalidade entre a tensão e a corrente”. Com a equação da Lei de Ohm pode-se calcular o valor de R, que pela equação é inversamente proporcional a corrente, ou seja, quanto maior a resistên- cia menor será a corrente do circuito e vice e versa. Com tal conclusão observam- -se os dois extremos da Lei de Ohm: • Para uma resistência muito alta, tendendo ao infinito, não existirá corrente no circuito, podendo-se dizer que o resistor está aberto. Resistor aberto é quando a resistência se aproxima do infinito e a corrente é igual a zero. NOTA V A RV 36 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS • Para uma resistência muito baixa, tendendo a zero, a corrente será muito alta, podendo-se dizer que o resistor está em curto-circuito, à tensão sobre o resistor será zero. É possível também pela Lei de Ohm calcular a potência no resistor, utili- zando a equação vista no Tópico 1. Assim, temos: Substituindo a tensão na equação da potência: A Lei de Ohm: Resistor em curto-circuito é quando a resistência é aproximadamente zero, a corrente aproxima-se do infinito. NOTA .P V I= .V R I= 2.P R I= Substituindo a corrente na equação da potência: FONTE: O autor 2 = VP R Exemplo 1: calcule a corrente e a potência absorvida pelo resistor da Fi- gura 21. FURA 21 – EXEMPLO 1 TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 37 Solução: pela Lei de Ohm, temos: Com a equação da potência, temos: FONTE: O autor .V R I= VI R = 2,5 I A= 2.P R I= 25 P W= Exemplo 2: para o circuito apresentado na Figura 22, em que a potência absorvida pelo resistor é de 72 W. Calcule a tensão da fonte e a corrente no resistor. FIGURA 22 – EXEMPLO 2 Solução: com a equação da potência temos: E 2.P R I= 3 I A= 24 V V= Exemplo 3: uma secadora de roupa consome uma corrente de 18 A, quan- do ligada em uma fonte de 200 V. Calcule a resistência desta secadora e o valor da condutância deste resistor. Solução: pela Lei de Ohm, temos: 38 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS A condutância pode ser calculada por: Ou 90 G mS= 3 LEI DE KIRCHHOFF Para circuitos em que os elementos são somente fonte e um resistor, a Lei de Ohm pode ser aplicada para o cálculo de tensão e corrente. Porém, quando são adi- cionados mais elementos, não é possível a utilização diretamente da Lei de Ohm. Em 1847, o cientista e professor da universidade de Berlim, Gustav Robert Kirchhoff, formulou duas equações para a resolução de circuitos com dois ou mais resistores e fontes. Essas equações são chamadas de Leis de Kirchhoff, as quais re- lacionam a tensão e a corrente entre os elementos do circuito. Os diferentes modos que podem ser conectados os elementos de um circui- to faz com que alguns termos devam ser definidos para análise e aplicação das Leis de Kirchhoff: • Primeiro - a definição de nó: um nó é um ponto de conexão de dois ou mais componentes do circuito, na Figura 23 estão destacados os nós do circuito. TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 39 FIGURA 23 – CIRCUITO DESTACANDO OS NÓS FONTE: O autor FONTE: O autor FIGURA 24 – CIRCUITO DESTACANDO OS RAMOS • Segundo - a definição de ramo, ramo é um único elemento conectado entre dois nós, como uma fonte ou um resistor. Na Figura 24 é apresentado um circuito com sete ramos. • Terceiro - a definição de malha ou laço. Malha é qualquer caminho fechado que, partindo de um nó qualquer escolhido, percorra todos os componentes neste caminho fechado retornando ao nó de partida, porém não pode passar pelo nó escolhido. Na Figura 25 é apresentado um circuito com duas malhas. 40 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS FIGURA 25 – CIRCUITO DESTACANDO AS MALHAS OU LAÇOS FIGURA 26 – CIRCUITO COM OS ELEMENTOS EM SÉRIE FONTE: O autor FONTE: O autor • Quarto - à definição de série: é quando os elementos estão conectados sequen- cialmente, o final do primeiro elemento está conectado no início do segundo, o final do segundo está conectado no início do terceiro e assim por diante. Quando os elementos estão conectados em série, a corrente que circulará pelo elemento um é igual à que circulará pelo elemento dois e assim por diante. En- tretanto, a tensão do elemento um será diferente da tensão do elemento dois e assim por diante. Assim, para elementos em série a corrente é igual para todos os elementos, mas a tensão é diferente nos elementos. Na Figura 26 é apresen- tado um circuito em série. • Quinto - a definição de paralelo: paralelo é quando os elementos estão conectados nos mesmos pares de terminais, entre dois nós, o início do primeiro elemento está conectado com o início do segundo elemento que está conectado com o início do terceiro elemento, e assim por diante. O final do primeiro elemento está conecta- do com o final do segundo elemento que está conectado com o final do terceiro elemento, e assim por diante. Quando os elementos estão conectados em paralelo a tensão é igual em todos os elementos. Entretanto, a corrente que circula pelos elementos é diferente. Na Figura 27 é apresentado um circuito em paralelo. TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 41 FIGURA 27 – CIRCUITO COM OS ELEMENTOS EM PARALELO FONTE: O autor Com as definições apresentadas, podemos aplicar as Leis de Kirchhoff para cálculo das tensões e correntes nos circuitos. A primeira Lei de Kirchhoff é para a corrente (LCK), que diz que a soma das correntes que chegam em um nó é igual à soma das correntes que saem do mesmo nó. Convencionalmente, as cor- rentes que chegam em um nó são positivas e as que saem do nó são negativas. A Lei das correntes de Kirchhoff estabelece que a soma algébrica das correntes que chegam em um nó é zero. Lei das correntes de Kirchhoff (LCK): a soma algébrica das correntes que en- tram em um nó é igual a zero. NOTA Matematicamente é escrita como: 1 0 N n n i = =∑ Em que: N é o número de ramos conectados ao nó. iné a n-ésima corrente chegando ou saindo de um nó. Exemplo 1: Para o circuito da Figura 28, calcule o valor das correntes I1, I2 e I3. 42 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS FIGURA 28 – EXEMPLO 1 FONTE: O autor Solução: o circuito está conectado em paralelo, assim a tensão em R1 é igual a tensão em R2 que é igual a tensão da fonte V1. Pela Lei de Ohm é possível calcular as tensões nos resistores R1 e R2: Escrevendo a primeira Lei de Kirchhoff, temos: A segunda Lei de Kirchhoff é para a tensão (LTK), essa lei estabelece que a soma algébrica das tensões em um caminho fechado (malha) é zero. 2 5 I A= 1 0 N n n i = =∑ 1 2 3 0I I I− − = 1 1 3.RV R I= 3 2 I A= 2 2 2.RV R I= 1 2 3I I I= + 1 7 I A= TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 43 FONTE: O autor Matematicamente é escrita como: 1 0 M m m v = =∑ A lei das tensões de Kirchhoff (LTK) a soma algébrica das tensões em um ca- minho fechado é igual a zero. IMPORTANT E Em que: M é o número de tensões na malha. Vmé a m-ésima tensão. Exemplo 2: para o circuito da Figura 29 calcule o valor da fonte V1, consi- derando a corrente I=8 A. FIGURA 29 – EXEMPLO 2 Solução: pela Lei de Ohm é possível calcular a tensão em cada resistor, R1, R2, R3 e R4. Assim: 1 1.RV R I= 1 40 RV V= 2 2.RV R I= 44 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 2 16 RV V= 3 3.RV R I= 3 80 RV V= 4 4.RV R I= 4 120 RV V= Escrevendo a segunda Lei de Kirchhoff temos: 1 0 M m m v = =∑ 1 1 2 3 4 0R R R RV V V V V− + + + + = 1 1 2 3 4R R R RV V V V V= + + + 1 200 V V= 4 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES Os circuitos resistivos podemser reduzidos a partir de associação dos resistores, resultando em um único resistor chamado de resistor equivalente. A técnica de redução de circuitos, pelo método de associação dos resistores, pode transformar um circuito com vários resistores em apenas um resistor. Sadiku, Alexander e Musa (2014, p. 51) afirmam que “a necessidade de combinar resistoreem série ou em paralelo ocorre tão frequentemente que estas conexões merecem uma atenção especial. O processo de combinar resistores é mais fácil se os combinarmos de dois em dois”. Na associação série de resistores, a resistência equivalente é obtida pela soma dos resistores. Este valor da resistência equivalente é o valor visto pela fon- te, independente de quantos resistores estiver em série. TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 45 Resistores em série têm o comportamento como um único resistor, em que a resistência equivalente é igual a soma das resistências dos resistores individuais. IMPORTANT E Exemplo 1: no circuito da Figura 30, calcule o valor da resistência equiva- lente visto pela fonte de entrada. FIGURA 30 – EXEMPLO 1 Solução: aplicando a segunda Lei de Kirchhoff, temos: Pela Lei de Ohm podemos escrever: FONTE: O autor 1 0 M m m v = =∑ 1 1 2 3 4 5 6 7 0R R R R R R RV V V V V V V V− + + + + + + + = 1 1 2 3 4 5 6 7R R R R R R RV V V V V V V V= + + + + + + 1 1 2 3 4 5 6 7. . . . . . .V R I R I R I R I R I R I R I= + + + + + + ( )1 1 2 3 4 5 6 7 .V R R R R R R R I= + + + + + + 46 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS Assim, o valor da resistência que é visto pela fonte é a soma de todos os resistores. Podemos então escrever: Na associação paralela à resistência equivalente é obtida do inverso da soma do inverso das resistências em paralelo. Matematicamente é escrita como: Ou . 1 2 3 4 5 6 7eqR R R R R R R R= + + + + + + . 68 eqR = Ω . 1 2 3 1 1 1 1 1 eq nR R R R R = + + +…+ 1 2 3 1 1 1 1 1eq n R R R R R = + + +…+ Exemplo 2: no circuito da Figura 31, calcule o valor da resistência equiva- lente visto pela fonte de entrada. FIGURA 31 – EXEMPLO 2 Solução: aplicando a primeira Lei de Kirchhoff: FONTE: O autor 1 0 N n n i = =∑ 1 2 3I I I I= + + TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 47 Pela Lei de Ohm, temos: Assim substituindo a equação da Lei de Ohm, na equação da Lei de Kir- chhoff, temos: Dividindo os dois lados da equação por V1, temos: Assim, o valor da resistência visto pela fonte é: Para os circuitos que contiverem os resistores em paralelo é possível apli- car a associação de dois em dois resistores pela equação: 1 ..eqV R I= 1 .eq VI R = 1 1 1 1 . 1 2 3eq V V V V R R R R = + + . 1 2 3 1 1 1 1 eqR R R R = + + 1 2 3 1 1 1 1eqR R R R = + + . 1,19 eqR = Ω 1 2 . 1 2 . eq R RR R R = + Dois resistores em paralelo têm o comportamento como um único resistor, em que a resistência equivalente é igual ao produto das suas resistências dividido pela soma das resistências. NOTA 48 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS Alguns circuitos podem apresentar parte dos resistores conectados em série e outra parte em paralelo, são chamados de circuitos mistos. Para calcular o valor da resistência equivalente, aplica-se a equação da associação em série e da associação em paralelo sucessivas vezes, reduzindo o circuito até que se obtenha o valor da resistência equivalente. Exemplo 3: para o circuito da Figura 32, calcule a resistência equivalente visto pela fonte de tensão. Solução: verificando o circuito os resistores R4 e R5 estão em série, logo iniciaremos por essa associação, o circuito equivalente é apresentado na Figura 33. FIGURA 32 – EXEMPLO 3 FIGURA 33 – CIRCUITO EQUIVALENTE 1 FONTE: O autor FONTE: O autor 1 4 5eqR R R= + 1 10 eqR = Ω TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 49 Pelo circuito da Figura 34 é possível verificar que o resistor R2 está em série com o resistor equivalente Req2 desenhando novamente o circuito temos o circuito da Figura 35: FIGURA 34 – CIRCUITO EQUIVALENTE 2 FIGURA 35 – CIRCUITO EQUIVALENTE 3 FONTE: O autor FONTE: O autor Verificamos que o resistor R3 fica em paralelo com o resistor obtido pela associação, Req1. Assim redesenhando o circuito temos o circuito da Figura 34: .1 3 2 .1 3 .eq eq eq R R R R R = + 2 5 eqR = Ω 3 2 .2eq eqR R R= + 3 25 eqR = Ω 50 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS O resistor R1 está em paralelo com o resistor Req.3, analisando o circuito da Figura 35. O circuito equivalente obtido com associação paralela dos resistores está apresentado na Figura 36, assim o resistor equivalente visto pela fonte fica: .3 1 4 .3 1 .eq eq eq R R R R R = + 2 7,14 eqR = Ω FIGURA 36 – CIRCUITO EQUIVALENTE 4 FONTE: O autor FONTE: O autor Logo, o resistor equivalente 4 é o próprio resistor equivalente visto pela fonte de entrada. 4.1 CIRCUITOS COM ASSOCIAÇÃO SÉRIE DE RESISTORES Com a apresentação das leis e as associações dos resistores é possível cal- cular os valores de corrente e tensão para o circuito série, que é talvez um dos mais simples dos circuitos. Lembrando que para circuitos em série a corrente é igual em todos os resistores e que a tensão é diferente. Exemplo 1: para o circuito da Figura 37, calcule os valores das tensões, as potências e o resistor equivalente visto pela fonte. FIGURA 37 – EXEMPLO 1 TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 51 Solução: calculando a resistência equivalente: O circuito pode ser substituído pelo circuito da Figura 38: Aplicando a segunda Lei de Kirchhoff: FONTE: O autor FIGURA 38 – CIRCUITO EQUIVALENTE . 1 2 3eqR R R R= + + . 90 eqR = Ω 1 0 M m m v = =∑ 1 1 2 3 0R R RV V V V− + + + = 1 1 2 3R R RV V V V= + + 0,4 I A= Aplicando a Lei de Ohm: 1 1.RV R I= 1 4 RV V= 2 2.RV R I= 2 12 RV V= 3 3.RV R I= 1 1,6 RP W= 52 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 2 2 2.RP R I= 2 4,8 RP W= 2 3 3.RP R I= 3 8 RP W= É possível calcular a tensão sobre os resistores em série diretamente pela utilização da equação chamada de divisor de tensão. Com a equação da Lei de Kirchhoff das tensões levantada do circuito temos: Resolvendo a equação para I, obtém-se: 1 0 M m m v = =∑ 1 1 2 3 0R R RV V V V− + + + = 1 1 2 3. . . 0V R I R I R I− + + + = 1 1 2 3 VI R R R = + + Pela Lei de Ohm temos que a tensão sobre qualquer resistor em série é: Assim, substituindo a equação obtida da corrente na equação da Lei de Ohm, temos: Podemos escrever a mesma equação para todos os resistores em série, assim: 1 1.RV R I= 1 1 1 1 1 2 3 .. R R VV R I R R R = → + + 2 1 2 2 1 2 3 .. R R VV R I R R R = → + + 3 1 3 3 1 2 3 .. R R VV R I R R R = → + + TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 53 Dessa forma, podemos escrever uma equação geral para o divisor de ten- são como: Com a equação do divisor de tensão é possível determinar a tensão sobre qualquer resistor em série do circuito. A regra é a resistência do resistor que que- ro saber a tensão, dividida pela soma de todas as resistências que estão em série no circuito, multiplicados pela tensão aplicada aos terminais de entrada. Quando o circuito é composto apenas por dois resistores em série, é possível calcular a tensão com a seguinte equação: Exemplo 3: calcule o valor da tensão sobre o resistor R2 da Figura 40 uti- lizando o método do divisor de tensão. Exemplo 2: calcule o valor da tensão sobre o resistor R3 da Figura 39 uti- lizando o método do divisor de tensão. FIGURA 39 – EXEMPLO 2 Solução: 1 1 2 3 .. nRn n n R VV R I R R R R = → + + +…+ 1 1 1 1 2 .R RV V R R = + 2 2 1 1 2 .R RV V R R = + FONTE: O autor 3 1 3 1 2 3 4 . R R VV R R R R = + + + 3 330.36 120 220 330 180R V = + + + 3 1 3,98 RV V= 54 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS FIGURA 40 – EXEMPLO 3 FONTE: O autor FONTE: O autor Solução: 2 2 1 1 2 .R RV V R R = + 2 56 .24 120 56R V = + 2 7,63 RV V= 4.2 CIRCUITOS COM ASSOCIAÇÃO PARALELA DE RESISTORES Conforme visto anteriormente, para os resistores conectados em paralelo, a tensão nos terminais dos resistores é a mesma da fonte de alimentação. A correnteem cada resistor dependerá do valor da sua resistência, com isto, a corrente será diferente para cada resistor. Exemplo 1: calcule o valor de I, I1, I2 e I3, o valor da resistência equivalente, visto pela fonte V1 e a tensão em cada resistor do circuito apresentado na Figura 41. FIGURA 41 – EXEMPLO 1 TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 55 FONTE: O autor Solução: cálculo da resistência equivalente: 1 2 3 1 1 1 1eqR R R R = + + 6,67 eqR = Ω A Figura 42 apresenta o circuito equivalente visto pela fonte: FIGURA 42 – CIRCUITO EQUIVALENTE Cálculo das correntes pode utilizar a equação de Kirchhoff, assim: Com a Lei de Ohm em cada resistor, temos: A tensão em cada resistor será: É possível verificar que os resultados obtidos são coerentes, pois, resolvendo o circuito, sendo o resistor equivalente calculado, chegamos no mesmo valor, assim: 1 0 N n n i = =∑ 1 2 3 0I I I I− − − = 1 2 3I I I I= + + 1 2 3 30 R R RV V V V= = = 56 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 1 . 4,5 eq VI I A R = = Com a obtenção da resistência equivalente do circuito paralelo temos: Da equação da Lei de Ohm é possível calcular a tensão de entrada, assim: Substituindo a resistência equivalente na equação da Lei de Ohm, temos: 1 2 3 1 1 1 1eqR R R R = + + 1 ..eqV R I= 1 . 1 2 3 1. . 1 1 1eqV R I I R R R = → + + Dessa forma, a corrente em cada um dos resistores pode ser obtida por: Podemos escrever a equação para todos os resistores em paralelo, assim: Dessa forma, é possível escrever uma equação geral para o divisor de cor- rente como: 1 1 1 1 1 2 3 1 . 1 1 1 V II R R R R R = = + + 1 2 2 2 1 2 3 1 . 1 1 1 V II R R R R R = = + + 1 3 3 3 1 2 3 1 . 1 1 1 V II R R R R R = = + + 1 1 2 3 1 . 1 1 1 1n n n n V II R R R R R R = = + + +… Da mesma maneira que a utilizada no subtópico 4.3, é possível calcular a cor- rente diretamente utilizando uma equação chamada de divisor de corrente. TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 57 Com a equação do divisor de corrente é possível determinar a corrente so- bre qualquer resistor em paralelo do circuito. A regra é a corrente de entrada em cada resistor multiplicada pela resistência equivalente e dividida pela resistência na qual deseja-se determinar a corrente. Quando o circuito é composto apenas por dois resistores em paralelo, é possível calcular a corrente com a seguinte equação: Exemplo 2: calcule a corrente no resistor R3, do circuito da Figura 43, uti- lizando o método do divisor de corrente. Exemplo 3: calcule a corrente no resistor R2, do circuito da Figura 44, uti- lizando o método do divisor de corrente. Solução: FIGURA 43 – EXEMPLO 2 1 2 1 2 . RI I R R = + 2 1 1 2 . RI I R R = + FONTE: O autor 3 3 1 2 3 4 1 . 1 1 1 1 II R R R R R = + + + 3 1 15 . 1 1 1 1 33 120 56 33 47 I = + + + 3 5,84 I A= 58 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS FIGURA 44 – EXEMPLO 3 FIGURA 45 – EXEMPLO 1 FONTE: O autor FONTE: O autor Solução: 1 2 1 2 . RI I R R = + 2 1208. 120 56 I = + 2 5, 45 I A= 4.4 CIRCUITOS COM ASSOCIAÇÃO MISTA DE RESISTORES Para os circuitos com associação mista, em que, no mesmo circuito, tere- mos conexões série e conexões em paralelo de resistores. É possível resolver o circuito por partes, fazendo a redução do circuito simplificando os cálculos. Exemplo 1: para o circuito da Figura 45, calcule o valor das correntes I1, I2 e I3 das tensões VR1, VR2 e VR3 e a resistência equivalente vista pela fonte. TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 59 FIGURA 46 – CIRCUITO EQUIVALENTE FONTE: O autor FONTE: O autor FIGURA 47 – EXEMPLO 1 Solução: cálculo da resistência equivalente: Os resistores R2 e R3 estão em paralelo e ficam em serie com R1, assim: O circuito equivalente está apresentado na Figura 46. Cálculo das correntes e tensões, o circuito fica o apresentado na Figura 47: 2 3 . 1 2 3 . eq R RR R R R = + + . 13,08 eqR = Ω Equacionando o circuito: Aplicando a Lei de Ohm podemos escrever: 60 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS Aplicando a lei das correntes de Kirchhoff (LCK), para o nó um, obtemos: Aplicando a lei das tensões de Kirchhoff (LTK), nas malhas um e dois, obtemos: Malha 1: Malha 1: Malha 1: Malha 2: Malha 2: Reescrevendo as equações em função de I2, temos: 1 0 N n n i = =∑ 1 2 3 0I I I− − = 1 0 M m m v = =∑ 1 1 2 0R RV V V− + + = 2 3 0R RV V− + = 2 3R RV V= 1 225 10. 5. 0I I− + + = 2 35 . 8 .I I= 2 1 25 5. 10 II −= Verifica-se que é coerente a equação obtida para a tensão sobre o resistor R2 e R3, pois os resistores estão associados em paralelo, ficando com o mesmo valor de tensão.Substituindo as equações da Lei de Ohm, nas equações da Lei de Kirchhoff: TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 61 Malha 2: 5 TRANSFORMAÇÃO Y(ESTRELA) PARA ∆ (DELTA) Alguns circuitos apresentam os resistores conectados de tal forma que não é possível definir se estão conectados em série ou em paralelo. Sendo identi- ficada essa situação, no circuito, é possível modificar o circuito utilizando a téc- nica de circuito equivalente de três terminais. Chamados de circuitos estrela Y ou conexão T e circuitos delta ∆ ou conexão π, na Figura 48 e 49 são apresentados os dois modelos. Substituindo as equações obtidas das malhas na equação da corrente de Kirchhoff, obtidas do circuito, temos: Com o cálculo de I2 é possível calcular os valores de I1, I2, V1, V2 e V3, substituindo nas equações da Lei de Ohm e de Kirchhoff. Assim: 2 3 5. 8 II = 2 2 2 25 5. 5. 0 10 8 I II− − − = 2 1,18 I A= 2 1 25 5. 10 II −= 1 1,91 I A= 2 3 5. 8 II = 3 0,74 I A= 1 1 1.RV R I= 1 19,10 RV V= 2 2 2.RV R I= 2 5,9 RV V= 3 3 3.RV R I= 3 5,9 RV V= 62 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS FIGURA 48 – CIRCUITO COM A CONEXÃO ESTRELA Y FIGURA 49 – CIRCUITO COM A CONEXÃO DELTA ∆ FONTE: O autor FONTE: O autor 5.1 TRANSFORMAÇÃO DELTA ∆ PARA ESTRELA Y Para o circuito que contenha uma ligação em delta e que na análise a sim- plificação utilizando um circuito Y seja mais conveniente, podemos impor a troca do circuito ∆ calculando os resistores equivalentes para o circuito Y. Observando os circuitos da Figura 50, verificamos que o resistor equivalente visto nos termi- nais 1 e 2 do circuito em Y será: E, para o circuito em delta, o resistor equivalente visto nos terminais 1 e 2 é o paralelo entre Rb e Rc+Ra. Assim: Podemos escrever as equações as equações para os terminais 1 e 3, 3 e 4, fazendo a mesma análise, assim: Circuito em Y 12 1 3R R R= + ( ) ( )12 .b a c b a c R R R R R R R + = + + 13 1 2R R R= + TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 63 Para que a transformação seja válida os valores dos resistores equivalen- tes vista nos terminais 1 e 2, 1 e 3, 3 e 4 devem ser as mesmas nos circuitos estrela e delta. Assim, as equações devem ser igualadas. Portanto, R12 no circuito estrela deve ser igual ao R12 do circuito delta, o resistor R13 no circuito estrela deve ser igual ao R13 do circuito delta e o resistor R34 no circuito estrela deve ser igual ao resistor R34 do circuito delta. Assim, as equações são escritas como: Sadiku, Alexander e Musa (2014, p. 60) dizem que “cada resistor no cir- cuito Y é o produto dos resistores dos dois ramos adjacentes do ∆ dividido pela soma dos três resistores do ∆”. Resolvendo as equações para R1, R2 e R3, tem-se: Circuito em ∆ Circuito em ∆ Circuito em Y ( ) 13 .c a b c a b R R R R R R R + = + + 34 2 3R R R= + ( ) 34 .a b c a b c R R R R R R R + = + + ( ) 12 12 1 3 . b a cY b a c R R R R R R R R R R∆ + = → + = + + ( ) 13 13 1 2 . c a bY c a b R R R R R R R R R R∆ + = → + = + + ( ) 34 34 2 3 . a b cY a b c R R R R R R R R R R∆ + = → + = + + 1 .b c a b c R RR R R R = + + 2 .c a a b c R RR R R R = + + 3 .a b a b c R RR R R R = + + 64 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS 5.2 TRANSFORMAÇÃO ESTRELA Y PARA DELTA ∆ Quando o circuito contém ligação em estrela e que, na análise, a simpli- ficação utilizando um circuito em delta seja mais conveniente, é possívelimpor ao circuito a troca das ligações em estrela para delta. Analisando os circuitos da Figura 50 e as equações levantadas no tópico anterior, têm-se as equações: Resolvendo as equações para Ra, Rb e Rc, tem-se: ( ) 1 3 .b a c b a c R R R R R R R R + + = + + ( ) 1 2 .c a b c a b R R R R R R R R + + = + + ( ) 2 3 .a b c a b c R R R R R R R R + + = + + 1 2 2 3 3 1 1 . . . a R R R R R RR R + + = 1 2 2 3 3 1 2 . . . b R R R R R RR R + + = 1 2 2 3 3 1 3 . . . c R R R R R RR R + + = Uma maneira de fazer a transformação de estrela para delta e de delta para estrela, sem a necessidade de memorizar as equações é sobrepor o circuito estrela sobre o circuito delta, conforme a Figura 49. FIGURA 50 – CIRCUITO COM A CONEXÃO DELTA ∆ E ESTRELA Y SOBREPOSTOS FONTE: O autor TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 65 FONTE: O autor Observando a Figura 50, podemos escrever as equações de transformação de delta para estrela, fazendo a seguinte regra: • O resistor R1 do circuito estrela é obtido pelo produto dos dois resistores adjacentes do circuito delta, dividido pela soma dos resistores do circuito delta. • O resistor R2 do circuito estrela é obtido pelo produto dos dois resistores adjacentes do circuito delta, dividido pela soma dos resistores do circuito delta. • O resistor R3 do circuito estrela é obtido pelo produto dos dois resistores adjacentes do circuito delta, dividido pela soma dos resistores do circuito delta. • Para a transformação do circuito estrela para delta pode ser utilizado a seguinte regra: 0 O resistor Ra do circuito delta é obtido pela soma de todos os possíveis produtos da combinação de dois a dois dos resistores do circuito estrela, dividido pelo resistor oposto ao circuito estrela. 0 O resistor Rb do circuito delta é obtido pela soma de todos os possíveis produtos da combinação de dois a dois dos resistores do circuito estrela, dividido pelo resistor oposto ao circuito estrela. 0 O resistor Rc do circuito delta é obtido pela soma de todos os possíveis produtos da combinação de dois a dois dos resistores do circuito estrela, dividido pelo resistor oposto ao circuito estrela. Sadiku, Alexander e Musa (2014, p. 61) dizem que “cada resistor no cir- cuito ∆ é a soma de todos os possíveis produtos dos resistores de Y dois a dois, dividido pelo resistor oposto do circuito Y”. Exemplo 1: transforme o circuito estrela para delta da Figura 50. Conside- re R1=30 Ω, R2=25 Ω e R3=150 Ω. FIGURA 51 – EXEMPLO 1 Solução: aplicando a regra de sobrepor os circuitos delta e estrela, confor- me a Figura 52, podemos escrever as equações: 66 UNIDADE 1 | CONCEITOS E LEIS BÁSICAS Assim, o circuito delta será o apresentado na Figura 53. FIGURA 53 – CIRCUITO RESULTANTE EM DELTA Exemplo 2: transforme o circuito da Figura 54 de delta para estrela. Con- sidere Ra=80 Ω, Rb=100 Ω e Rc=30 Ω. FONTE: O autor FONTE: O autor FIGURA 52 – EXEMPLO 1 CIRCUITO SOBREPOSTO TÓPICO 3 | LEIS BÁSICAS 67 Solução: aplicando a regra de sobrepor o circuito delta no circuito estrela, conforme a Figura 55, podemos escrever as equações: FONTE: O autor FONTE: O autor FIGURA 56 – CIRCUITO RESULTANTE EM ESTRELA Assim, o circuito estrela será o apresentado na Figura 56. FONTE: O autor FIGURA 55 – EXEMPLO 2: CIRCUITO SOBREPOSTO 1 .b c a b c R RR R R R = + + 1 14,28 R = Ω 2 .c a a b c R RR R R R = + + 2 11,43 R = Ω 3 .a b a b c R RR R R R = + + 3 38,10 R = Ω FIGURA 54 – EXEMPLO 2 68 ELETRICIDADE, MAGNETISMO E CIRCUITOS Jaime E. Villate [...] 2 VOLTAGEM E CORRENTE LEITURA COMPLEMENTAR Uma forma simples de sentir o efeito da corrente elétrica consiste em co- locar uma colher metálica e um pedaço de folha de alumínio em duas partes da língua. Estabelecendo contato entre a colher e a folha de alumínio, enquanto estão também em contato com a língua, sente-se um sabor azedo, produzido pela trans- ferência de cargas elétricas entre os metais e a língua. Este fenômeno, descoberto no fim do Século XVIII, foi aproveitado por Alessandro Volta, para construir as primeiras pilhas químicas, dando origem ao rápido desenvolvimento da tecnologia elétrica. É importante que o metal da folha seja diferente do metal da colher, que é geralmente de aço ou alguma liga metálica. Na língua existem íons positivos e ne- gativos e um dos metais tem maior tendência para atrair os íons negativos e o outro os íons positivos, criando-se fluxo de cargas através dos dois metais. 2.2 PILHAS QUÍMICAS Uma das descobertas mais importantes na história da eletricidade foi a in- venção das pilhas químicas, que permitem fornecer a energia necessária para man- ter um fluxo constante de cargas num condutor, contrariando as forças dissipativas. O biólogo italiano Luigi Galvani (1737-1798) fez várias experiências com cargas eletrostáticas e órgãos de animais. A Figura 2.1 mostra o laboratório de Galvani, com um gerador eletrostático usado para produzir descargas elétricas 69 nas patas posteriores de uma rã. Enquanto fazia as experiências, Galvani desco- briu que quando tocava com uma faca na pata da rã, esta se encolhia bruscamen- te, como se a rã estivesse viva, no instante em que era produzida uma descarga elétrica num gerador eletrostático próximo dele. FIGURA 2.1 – LABORATÓRIO DE LUIGI GALVANI Mais tarde, conseguiu o mesmo efeito sem precisar do gerador eletrostático, espetando dois fios de metais diferentes na pata da rã; quando juntava os dois fios, a pata encolhia-se. Galvani atribuiu o efeito a uma eletricidade de origem animal. O físico italiano Alessandro Volta (1745-1827) demonstrou que a origem da eletricidade observada por Galvani não eram os organismos vivos. Na realidade, o contato entre dois metais diferentes dentro de qualquer solução química produz uma transferência de cargas elétricas, chamada corrente elétrica, que nos seres vi- vos provoca efeitos como a contração muscular ou o sabor azedo na língua. De fato, o sistema nervoso produz transferências de carga (correntes) que permitem controlar os movimentos musculares e a transferência de cargas entre a língua e os alimentos estimulam o sistema nervoso dando origem às sensações de sabor. Em 1800 Volta construiu a primeira pilha, colocando alternadamente discos de zinco e de cobre, sobrepostos e separados entre si por discos de cartão molhado numa solução ácida. Repetindo a mesma sequência de discos várias vezes, conseguiu produzir fluxos de carga mais elevados e sentir os seus efeitos. Por exemplo, colocando as suas mãos dentro de dois recipientes com água salgada, ligados aos dois terminais da pilha, o choque elétrico em suas mãos tornava-se doloroso quando a pilha era formada por mais de 20 grupos de discos de cobre e zinco. A Figura 2.2 mostra uma das pilhas construídas por Volta. 70 FIGURA 2.2 – PILHA DE VOLTA 2.3 FORÇA ELETROMOTRIZ Uma pilha química é constituída por duas barras condutoras, chamadas eletrodos, embebidas numa substância com íons (eletrólito). O eletrólito pode ser líquido ou sólido, desde que tenha íons positivos e negativos; por exemplo, uma solução de água e sal de mesa (cloreto de sódio) em que existem íons de sódio, com carga elétrica positiva, e íons de cloro, com carga elétrica negativa. No metal dos eletrodos da pilha existe uma nuvem de elétrons de condu- ção e quando se liga outro condutor externo entre eles, os elétrons livres podem deslocar-se transportando carga através do condutor externo. O deslocamento da nuvem eletrônica da origem a acumulação de cargas de sinais opostos nos extre- mos dos eletrodos que estão dentro do eletrólito e os íons de cargas opostas no eletrólito deslocam-se em sentidos opostos. Os íons positivos, também chamados cátions, são atraídos pelo eletrodo para o qual a nuvem eletrônica foi deslocada, combinando-se com os elétrons acumulados nesse eletrodo. Os íons negativos, ou ânions, deslocam-se para o outro eletrodo, fornecendo os elétrons que esta- vam em falta devido ao deslocamento da nuvem eletrônica.
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