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CASAMENTO - UNIÃO ESTÁVEL

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1) Marcela, conheceu Robson em um retiro da Igreja Batista de Corumbá, em 2014. Após pouco tempo de namoro, estando cegamente apaixonados, eles decidiram se casar em janeiro de 2015. Robson era pastor e Marcela após finalizar os estudos tornou-se pastora da mesma igreja. O sonho de Robson sempre foi ter vários filhos, mas não entendia por que Marcela ainda não havia engravidado, após 4 anos de casamento. Em janeiro de 2020, em um jantar simples quando comemoravam o quinto ano de matrimônio, a irmã de Marcela, em estado de embriaguez revela a real situação da irmão. Expondo para todos que ela foi registrada ao nascer como Marcio devido a uma irregularidade genital, sendo corrigida somente quando Marcela completou a maioridade. Com medo da reação do amado e dos membros da comunidade que participava, Marcela jamais teve coragem de contar a verdade. 
	
Conforme a análise da hipótese formulada, é correto afirmar que o casamento de Marcela e Robson é inexistente, uma vez que o mesmo não expressou aceitação adequada, ao feito ante ao erro de pessoa? 
Não. O casamento é válido e ainda poderá ser anulado pela identidade errônea de Marcela, uma vez que se tornará insuportável a vida em comum. 
2) Ainda em relação ao casamento, considere a hipótese de um dos cônjuges, antes do casamento ter cometido crime, devidamente sentenciado na esfera criminal e transitado em julgado, que devido a natureza, a relação do casal ficaria insuportável. Pode o outro cônjuge ao saber do crime propor Ação Anulatória do Casamento? Quais os fundamentos ensejadores da referida Ação ?
Sim. Poderá propor Ação Anulatória do Casamento. Fundamentação legal: art. 1.557, II, c/c 1.556 do CC, por motivo de erro essencial em relação à pessoa do cônjuge, pela prática de crime que torne insuportável a vida conjugal. (0,25 cada um)
3) Diante dos estudos realizados, entendemos que os princípios são imprescindíveis para entender as relações do direito de família. Neste contexto, o ´princípio da afetividade ainda que não positivado na Carta Magna e no Código Civil de 2002,tem atingido cada vez mais importância no ordenamento jurídico brasileiro. Isto posto DEFINA em quais relações familiares a aplicabilidade do princípio da afetividade é mais comum. 
O princípio da afetividade é aplicado em todas as relações familiares , contudo é mais comum a aplicação nas relação paterno-filial. Assim, os reconhecimentos de filiação socioafetiva, bem como de reconhecimento de paternidade é mais comum ser aplicado o princípio da afetividade.
4) Flavio, engenheiro, é casado com Luciana, advogada, sob o regime de comunhão parcial de bens. Luciana almejando tornar-se sócia de uma sociedade empresária do ramo de cosméticos, pretende vender uma casa que comprou antes de seu casamento com Flávio. Flávio está resistente quanto a venda e aos riscos da negociação, contudo, Luciana tem urgência na venda. Diante deste contexto RESPONDA apontando os devidos fundamentos legais: Poderá Luciana realizar a venda da casa independente da vontade de seu marido, uma vez que a casa foi adquirida antes da constância do casamento?
Luciana precisa da autorização de Flávio para a venda da casa, uma vez que o regime de casamento é o da comunhão parcial de bens.
5) Considere a seguinte assertiva: “O pacto antenupcial, também chamado de pacto nupcial, é um contrato pré-nupcial ou convenção matrimonial firmado pelos casais antes da celebração do casamento.” Sendo um contrato entre partes, o pacto antenupcial deverá ser revestido de algumas formalidades. 
Discorra sobre as formalidades imprescindíveis para a realização do pacto antenupcial, apontando eventuais exceções, se houver. 
Deve anteceder o casamento, não existindo um prazo específico para sua pactuação, podendo inclusive ser firmado ou modificado até o dia da cerimônia, sendo obrigatório apenas antecedê-la. Que seja celebrado por escritura pública, registrado em cartório de Imóveis para que produza os efeitos em relação a terceiros, caso contrário só fara efeito entre as partes. Ademais, em face de seu caráter acessório, será ineficaz o pacto nupcial que não seguir-se ao casamento e será invalido se o casamento também for declarado nulo ou anulado, salvo exceções em dispositivo legal.
6) Ainda quando ao pacto antenupcial, ANALISE o caso concreto : Catarina e Antônio firmam pacto antenupcial, preenchendo todos os requisitos legais, necessário para a realização do mesmo, escolheram assim o regime de separação total de bens. No entanto, por motivos alheios á vontade dos dois, o casamento precisou ser cancelado. Com o passar do tempo, os dois passam a conviver como se casados fossem. Decididos a prosperar o casal trabalha incansavelmente, adquirindo considerável patrimônio. Infelizmente após 07 anos de união, o casamento começa a desgastar e Antônio pretende dissolver a relação familiar, aplicando os dispostos no pacto antenupcial. Diante de tais fatos, RESPONDA, apontando os devidos fundamentos 
a) O pacto antenupcial poderá ser considerado válido?
Sim, como o pacto antenupcial respeitou as regras descritas no art. 1653 do CC. ele é considerado valido, mas ineficaz por não ter seguido os ritos necessários, uma vez que tem um caráter acessório e subordinado e a não formalização do casamento, comprometerá o pacto. 
b) E quando a sua eficácia. Estará vigente? 
Não está mais vigente, uma vez que houve mudança da relação quando eles passaram a conviver maritalmente, o pacto nupcial pode ser admitido como contrato de convivência , respeitando a autonomia privada.
c) Caso não houvesse interesse na separação entre as partes, quais os requisitos presentes no caso concreto, que caracterizariam união estável?
No caso concreto, os elementos caracterizadores da união estável são a estabilidade, publicidade, continuidade, intuito de constituir família que se vislumbra pelo pacto antenupcial e convivência duradoura e a ausência de qualquer impedimento. 
7) A base principiológica é um grande sustento para o ordenamento jurídico, pois os princípios são os alicerces que traçam regras ou preceitos para toda a espécie de operação jurídica. Nesse mesmo sentido, Carlos Roberto Gonçalves diz que: “O Direito de Família é o mais humano de todos os ramos do direito e em razão disto, e também pelo sentido ideológico e histórico de exclusões, é necessário pensá-lo atualmente com a ajuda e pelo ângulo dos direitos humanos, cuja base e ingredientes estão diretamente relacionados à noção de cidadania”. Em relação aos princípios do direito de família, CONSIDERE as ASSERTIVAS a seguir e responda se verdadeiro ou falso, justificando as Falsas. 
a) O princípio da não intervenção ou da liberdade, prevê que o Estado ou mesmo um ente privado não pode intervir coativamente nas relações de família, com exceção das medidas de orientação ou prevenção de controle de natalidade e planejamento familiar por meio de políticas públicas VERDADEIRO.
b) Não positivado na Constituição Federal e ordenamento jurídico civilista, o princípio da afetividade foi reconhecido  no enunciado nº 103 na I Jornada de Direito Civil com a seguinte redação: "O Código Civil reconhece, no art. 1.593, outras espécies de parentesco civil além daquele decorrente da adoção, acolhendo, assim, a noção de que há também parentesco civil no vínculo parental proveniente quer das técnicas de reprodução assistida heteróloga relativamente ao pai (ou mãe) que não contribuiu com seu material fecundante, quer da paternidade socioafetiva, fundada na posse do estado de filho". VERDADEIRO
c) Com o princípio da igualdade jurídica dos cônjuges e companheiros, desaparece a figura de autocracia do chefe de família que é substituída por um sistema em que as decisões devem ser tomadas de comum acordo entre conviventes ou entre marido e mulher. VERDADEIRO
d) O principio da igualdade e isonomia entre os filhos surgiu para regular as relações familiares ante a discriminação dos filhos havidos na constância do casamento. FALSO. O princípio da igualdade entre os filhos, positivado no art. 227§6da CF, regula a igualdade entre os filhos havidos dentro e fora do casamento.
e) De acordo com o Código Civil, não podem casar aquele que ainda não atingiu dezesseis anos de idade, salvo com autorização dos pais e a referida autorização poderá pode ser revogada, até o inicio do processo de habilitação para o casamento. FALSO, por força dos arts 1517 e 1518 do CC/02, a autorização poderá ser revogada até a celebração do casamento.
f) Em relação ao casamento, de acordo com o Provimento nº 260/CGJ/2013, é correto afirmar que as causas suspensivas, tratam-se de mero aconselhamento e os nubentes podem casar-se, assumindo as responsabilidade que as causas sobrevierem. FALSO, as causas suspensivas, aconselham a não celebração, salvo se suprirem as causas suspensiva descritas no art.153§único do CC/2002.

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