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Matopiba: o império do agronegócio nos limites do Cerrado brasileiro


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Daniel Madregal - SP3000648 
ESAG7 - Estudos dos Impactos Socioambientais Brasileiros - Prof. Jonas 
 
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Matopiba: o império do agronegócio nos limites do Cerrado brasileiro 
Por Letras Ambientais 
terça, 26 de junho de 2018 
 
Matopiba, última fronteira agrícola do país, é uma comunidade nos baixões férteis do 
Cerrado Brasileiro povoada á décadas por agricultores que faziam uso tradicional da terra 
por décadas até a chegada das gigantes do agronegócio de olho numa área que abrange 
73 milhões de hectares distribuídos em 337 municípios pelos estados do Maranhão, 
Tocantins, Piauí e Bahia. 
A região, com cerca de 324 mil estabelecimentos agrícolas, 46 unidades de conservação, 
35 terras indígenas e 781 assentamentos de reforma agrária e áreas quilombolas, num 
total estimado em 14 milhões de hectares de áreas legalmente atribuídas, Matopiba possui 
cerca de 6 milhões de habitantes, segundo o Censo de 2010 (IBGE) e tem ganhado 
destaque mundial, pelo seu potencial na produção de grãos. 
Matopiba: nova fronteira agrícola do País 
 
 
A exploração de Matopiba começou nos anos 70 com a migração de produtores da região 
Sul atraídos pelo preço das terras e a partir de 2005 houve vertiginosa expansão da 
atividade agrícola a partir de fazendas de monocultura com tecnologias e uso de maquinas 
de alta precisão e insumos, agrotóxicos, fertilizantes e transgênicos. 
Em oposição ao estereotipo do Nordeste a região reúne todas as condições favoráveis ao 
agronegócio: vastas porções de terras planas e férteis, mecanizáveis e fartura de água. 
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 Na tabela abaixo, há o percentual de municípios integrantes de Matopiba e a área 
territorial. ocupada por cada estado na região: 
 
Para efeito de comparação, no período entre 2001 a 2013, enquanto a safra de grãos 
cresceu em média, 3,5% no Brasil em Matopiba chegou a atingir 20% ao ano com apenas 
quatro culturas (soja, milho, algodão e arroz) ocupando cerca de 90%, dos mais de 4 
milhões de hectares. Matopiba respondeu por aproximadamente 11% da produção 
nacional de grãos de soja, na safra 2017/2018 de acordo com a Companhia Nacional de 
Abastecimento (Conab).as projeções de crescimento do Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento (Mapa) indicam que a expansão da agricultura continuará 
ocorrendo no bioma Cerrado. 
Estima-se que Matopiba terá, nesse mesmo período, o total de 10 milhões de hectares, 
representando cerca de 16% da área plantada, um aumento médio de 28%. 
Povos tradicionais na fronteira das contradições do desenvolvimento 
 
Comunidades protestam pela preservação do Cerrado. Foto: Cimi. 
Embora o crescimento da produção agropecuária em Matopiba seja positivos à economia 
do País, os números do Produto Interno Bruto mascaram as consequências do projeto para 
a conservação do Cerrado e suas comunidades tradicionais. 
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Matopiba abriga milhares de povos indígenas, quilombolas, 
agricultores familiares e populações que mantêm um modo de vida 
tradicional e projeto desenvolvimentista de Matopiba invisibilizou 
os territórios dessas comunidades. 
 
A chegada das grandes empresas do agronegócio provocou a degradação da vegetação, 
das águas, dos solos e também das condições de vida das comunidades, tudo mascarado 
pelo discurso desenvolvimentista de políticos que “venderam” a ideia de Matopiba, como 
a região das oportunidades, do emprego e da renda, da ascensão de uma nova classe média 
no campo. 
 “Minha filha, a gente já foi muito feliz aqui, retirava da terra, do 
cerrado e dos rios tudo o que a gente precisava, frutas, ervas 
medicinais, criava animais, produzia nos nossos roçados. Hoje, 
tudo mudou, vivemos perseguidos, como fugitivos, em nosso 
próprio chão. O agronegócio devora tudo, devasta a natureza, 
envenena as águas e ainda quer destruir nossa comunidade”. 
O governo brasileiro, respondendo aos interesses de empresários e investidores facilitou 
a institucionalização de Matopiba. O Estado ofereceu todas as condições à expansão do 
agronegócio no bioma Cerrado, como terra, água e leis favoráveis além de políticas de 
financiamento, assessoria técnica, extensão rural, pesquisa agropecuária, infraestrutura 
de escoamento, energia e toda sorte de benesses. Contudo, os pequenos produtores rurais 
instalados na região não foram contemplados por essas facilidades. 
O modelo de desenvolvimento adotado não é sustentável. Todos os incentivos oferecidos 
pelo Estado contribuíram para aumentar a concentração da propriedade da terra excluindo 
a maioria da população local além de devastar biomas e comunidades. 
Um estudo da ONG Inglesa Oxfam, lançado em 2016, concluiu que menos de 1% das 
fazendas brasileiras concentra 45% da área rural do Brasil. Segundo o levantamento, nos 
municípios onde a agricultura é a principal atividade econômica, quanto maior a 
concentração fundiária, mais elevada é a concentração de renda. Isso também se reflete 
nos piores indicadores econômicos e sociais, do restante da população. 
Correntina, campeã estadual de exportação de soja, localizada no Oeste da Bahia, é 
exemplo dessas contradições: os latifúndios ocupam 75% da área agricultável total do 
município. Correntina também ostenta o recorde de pobreza e desigualdade segundo 
estatísticas do IBGE. 
O PIB estimado de Correntina em 2017, com 33 mil pessoas, daria quase R$ 40 mil por 
pessoa. Segundo Informações do Ministério do Desenvolvimento Social, em 2012, a 
pobreza atingiu cerca de 45% da população rural. 
Em Bom Jesus (PI), a realidade não é diferente. O PIB per capita do município é estimado 
em mais de R$ 26 mil. Porém, com uma população de cerca de 24 mil pessoas, mais de 
16 mil são dependentes de programas sociais. 
 
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“Grilagem verde”, conflitos por terra e o impacto dos agrotóxicos 
Pulverização aérea com agrotóxicos. 
 
Cena comum nos meses de colheita por ali é ver pequenas aeronaves pulverizando com 
agrotóxicos as plantações de soja próximo de comunidades locais. Uma cena chocante e 
um risco inaceitável à saúde da população e ao meio ambiente expostos. 
A bancada ruralista tem atuado sistematicamente na flexibilização do uso de "defensivos 
agrícolas", conseguindo em 2018 a aprovação, em comissão da Câmara dos Deputados, 
Relatório sobre o projeto de Lei no 6.299 de 2002 que visa flexibilizar regras referentes 
ao uso e controle de agrotóxicos no País. Do outro lado, organizações sociais e 
ambientalistas e entidades médicas a denominam de "PL do Veneno". 
Raimunda, agricultora local conta que vivia em uma pequena casa 
naquela comunidade, construída com muito trabalho e esforço, 
conta que assustou-se com um grupo de homens, entrando em seu 
quintal e fazendo medições no terreno. “Eu fiquei preocupada e 
pedi para saírem do meu quintal. Os homens vieram, a mando de 
um fazendeiro local, se dizendo dono da terra. Meus pais e avós 
nasceram e sempre moraram aqui. Este chão pertence à minha 
família”. 
Toda ação foi executada a mando de fazendeiros e especuladores de terras, interessados 
em tomar posse das áreas ocupadas pelas comunidades locais. As medições nas terras de 
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dona Raimunda, para georreferenciar sua propriedade, estavam sendo feitas, como se 
aquela fosse a reserva legal, de propriedade de uma empresa agropecuária, a fim de 
registrarem no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Essa prática, qualificada como 
“grilagem verde”, se ampara no Código Florestal que prevê que 20% da propriedade rural 
precisa ter vegetação nativa conservada. Assim, as empresas apropriaram-se dos baixõescomo área de reserva legal depois de desmatarem toda a sua propriedade para a 
monocultura. 
 
Dona Raimunda relata que um dia foi à roça colher arroz com seu 
marido e filhos. Ela ouviu um barulho de um trator e achou que 
estavam fazendo a estrada. Quando voltou, sua casa havia sido 
derrubada e estava em chamas. Foram 3 anos na justiça para reaver 
o lugar de onde fomos expulsos, agora estamos reconstruindo a 
vida, começando do zero”, relatou a agricultora. 
Esse episódio retrata a pressão fundiária das gigantes do agronegócio sobre os modos 
tradicionais de vida, dos povos e comunidades nos brejos férteis do Cerrado. A 
apropriação do território com uso de violência foi o principal meio utilizado para 
formação de grandes latifúndios. 
Especulação de terras e injustiças sociais em Matopiba 
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Conflitos por terra, em Tocantins, em 2016. Fonte: IBGE. 
 
O mapa acima mostra o número de conflitos por terra, em Matopiba, com pessoas 
envolvidas por município. São ações de resistência e enfrentamento pela posse, uso e 
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propriedade da terra, bem como pelo acesso aos recursos naturais na região, em 2016, de 
acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT). 
Matopiba inaugurou uma nova forma de grilagem em os grandes coronéis foram 
substituídos por corporações globais do agronegócio. Se esse não fosse um problema 
suficiente em si, a região atraiu também os especuladores imobiliários, aumentando os 
conflitos por terra na região. 
Um outro aspecto é o combate às pragas da soja, com agrotóxicos, que descem para as 
lavouras dos pequenos produtores rurais e afetam as plantações de feijão, mandioca, 
arroz, milho, fava e abóbora para seu autossustento. A expansão das pragas como moscas 
e lagartas também afeta a produção de alimentos para as comunidades. 
 “Essas empresas contaminaram nossas águas, veja essa garrafa 
com água vermelha, é como está hoje a água do nosso rio, de tanto 
veneno usado na produção da soja”. 
Matopiba: uma ameaça ao Cerrado brasileiro 
 
Desmatamento em Luís Eduardo de Magalhães (BA), em 1990. Foto: Embrapa. 
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Desmatamento em Luís Eduardo de Magalhães (BA), em 2015. Foto: Embrapa. 
 As figuras acima comparam a situação do desmatamento da vegetação de cerrado 
(destacada em vermelho), no município de Luís Eduardo Magalhães (BA), nos anos de 
1990 e 2015. Ali, toda uma biodiversidade associada está sendo extinta, antes mesmo de 
muitas espécies serem identificadas pela ciência. 
De acordo com relatório recente da Agroícone, a área plantada com soja cresceu 253%, 
entre 2000 e 2014. Foi um salto de 1 milhão para 3,5 milhões de hectares. Cerca de 68% 
dessa expansão ocorreu em áreas de vegetação nativa, sobretudo nos estados do Maranhão 
e no Piauí. De 2005 a 2014, a área de expansão agrícola aumentou 86%, enquanto a média 
nacional foi de 29%, no mesmo período. 
Comparado ao arco de desmatamento, área mais vulnerável da Amazônia Legal, o 
desmatamento na região foi de 2 mil km2, quatro vezes maior. Dados recentes do 
Ministério do Meio Ambiente (MMA) mostram o desaparecimento de quase metade da 
cobertura vegetal original do Cerrado. Já foram desmatados mais de 975,7 mil km2 do 
bioma. O bioma Cerrado correspondendo a 24% do território nacional, em quatro décadas 
cerca de 50% das áreas nativas do Cerrado foram devastadas na implantação de 
atividades agropecuárias. 
Associado a isso temos o crescimento de incêndios no Cerrado. De acordo com dados 
Inpe, em 2017 identificou-se o maior registro de área territorial queimada. A área 
compreendeu mais de 252 mil km2, superando a Amazônia. As queimadas estão 
diretamente relacionadas ao desmatamento para expansão do agronegócio, especialmente 
em Matopiba. O processo de devastação ameaça solos, vegetação, atmosfera e toda 
biodiversidade do bioma. 
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Do ponto de vista ambiental, a situação de Matopiba é bastante crítica. A conversão de 
vegetação nativa em terras cultiváveis, já correspondem a quase metade (45%) do total 
de emissões de gás carbônico emitido por todo o bioma Cerrado, que segundo dados do 
Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da UFG, nos últimos 
quinze anos a área queimada em Matopiba atingiu mais de 67 milhões de hectares, 
representando 52% do total de área incendiada no Cerrado. 
Foi o que mostrou um estudo realizado por pesquisadores de instituições dos Estados 
Unidos e do Brasil. As emissões de carbono, na região, já anulam cerca de 5% a 7% da 
aplaudida redução nas taxas de desmatamento, na Amazônia, por ano, durante 2011-2013. 
De acordo com o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC), apenas 8% 
do território do Cerrado está legalmente protegido por unidades de conservação. Desse 
total, são 3% de Proteção Integral e 5% de Uso Sustentável, aspecto a facilitar a grilagem 
das terras e aumentar o risco do bioma. 
O bioma Cerrado possui 11.627 espécies de plantas catalogadas, uma grande variedade 
de aves (837 espécies), de peixes (1.200 espécies), de répteis (180 espécies) e de anfíbios 
(150 espécies). A maior parte de Matopiba pertence ao bioma Cerrado (90,94%), havendo 
também áreas no bioma Amazônia (7,27%) e na Caatinga (1,64%) além dos ecotonos 
presentes nos quatro estados. 
As áreas de transição, presentes em Matopiba, englobam os ecótonos Cerrado-Amazônia, 
Cerrado-Caatinga, Cerrado-Mata de Cocais e Cerrado-Pantanal. Esses ambientes naturais 
singulares são extremamente frágeis às perturbações. As espécies presentes em 
determinado ecótono, normalmente, são adaptadas somente a condições e características 
ambientais, típicas dessas áreas, além do endemismo. 
Impactos do agronegócio no berço das águas 
 
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A região de Matopiba conta com 46 unidades de conservação (12% da área total), um 
percentual considerado muito baixo se considerada sua importância, em termos de 
biodiversidade e de recursos hídricos. O Cerrado é um bioma extremamente importante 
ao equilíbrio hídrico nacional. No “berço das águas” estão as nascentes que abastecem as 
três maiores bacias hidrográficas da América do Sul: a do São Francisco (dependente 
97% das águas nascentes no Cerrado), do Tocantins-Araguaia e do Paraná além dos três 
maiores aquíferos do mundo: Guarani, Urucuia e Bambuí. 
O agronegócio segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), consumiu em 2015 75% 
de recursos hídricos enquanto a pecuária utilizou 9%, quase o mesmo se comparado ao 
consumo humano urbano e rural (10%). 
O aumento da irrigação nos últimos 15 anos tem afetado diretamente o rio São Francisco 
e seus afluentes. Além da contaminação das águas pelos agrotóxicos, o uso insustentável 
dos recursos hídricos também diminui a recarga dos aquíferos e a vazão dos rios. Essa 
poluição afeta comunidades, cidades e a própria continuidade da produção de alimentos 
ou commodities. 
Concluindo, o discurso de que o Cerrado é o “celeiro do mundo” fez com que apenas 4 
décadas fossem suficiente para acabar com metade da sua vegetação nativa. 
O Cerrado é a savana mais rica do mundo, o segundo maior bioma brasileiro. Os povos 
que vivem no bioma - - têm o seu modo de vida tradicional ameaçado pelo desmatamento, 
causado pelo avanço de projetos insustentáveis, em Matopiba. 
Se de um lado temos uma nova fronteira agrícola consolidando-se no País, baseada na 
agricultura empresarial de alta precisão, por outro lado o “desenvolvimento” ocorre às 
custas da biodiversidade e dosrecursos naturais do Cerrado, e dos direitos constitucionais 
dos povos tradicionais, ao seu território e modos de vida. 
 
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PROPOSTA DIDÁTICA 
Introdução 
A proposta visa trabalhar as competências estabelecidas na BNCC utilizando da leitura 
de textos em sala de aula para a construção de um quadro comparativo entre biomas do 
Brasil a partir de diversos elementos, sempre coerente com a BNCC mas propondo uma 
leitura lúdica e ao mesmo tempo crítica que permita a identificação dos diversos 
elementos envolvidos nesses biomas e a relação antrópica nas últimas décadas. 
Será compartilhado com os alunos um resumo dos principais eventos dos últimos 
quarenta anos, da migração de agricultores do sul para as regiões norte e nordeste, dos 
planos desenvolvimentistas dos governos militares até a implantação do agronegócio nos 
moldes atuais. A atividade prevê um total de 4 aulas de 50 minutos, com a ultima aula 
destinada a uma atividade avaliativa que será através de um jogo. 
A avaliação será realizada através de um jogo semelhante aos jogos de tabuleiro como 
BANCO IMOBILIARIO. A sala será dividida em grupos e cada grupo receberá um 
número de cartões contendo instruções. 
O tabuleiro será o quadro comparativo que será construído ao longo da atividade. Esse 
quadro conterá uma sequência de casas identificadas com os cartões de cada grupo que 
conterão datas, fatos e orientações que irão direcionar o aluno ao longo da atividade. 
Utilizando-se de um dado, os alunos farão o lançamento e o numero que sair 
corresponderá a quantidade de casas que o aluno deverá percorrer no tabuleiro. Cada casa 
sorteada corresponderá a um tema que será explanado pelo grupo que passará o dado ao 
próximo grupo e assim sucessivamente. 
Para efetivar o caráter didático da atividade, cada grupo representara um estado e sua 
parcela correspondente ao bioma Cerrado e aos ecótonos que abriga. 
O objetivo do jogo é apresentar a frágil relação entre os biomas e o agronegócio e para 
alcançar o objetivo a atividade seguirá em dupla direção: para cada avanço em uma área 
haverá uma ofensiva ou retrocesso em outra. Exemplo: 
Os grupos representarão os estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O grupo que 
estiver com os dados, ao jogá-lo deverá percorrer um numero de casas que apontara para 
um cartão com datas, fatos e informações relativas ao bioma ou ao agronegócio. O jogo 
será sistematizado para que cada avanço de um grupo represente um retrocesso para o 
outro, ou seja, safra recorde no Piauí implica em desmatamento na Bahia, safra recorde 
na Bahia implica em perda de colheita no Tocantins, aumento da área cultivável no 
Tocantins representa aumento de latifúndio no Maranhão e assim sucessivamente. A 
proposta é que os grupos percebam que não é possível manter o atual modelo sem 
sacrifícios. 
O jogo é apenas um recurso, não haverá grupo vencedor. A cada participação haverá a 
contrapartida dos demais grupos, de modo que se o grupo que representa a Bahia faz um 
movimento, deverá compartilhar as informações de seu cartão que, por sua vez, implica 
em uma contrapartida em outro grupo representando outro estado. Ao final, os grupos 
deverão ter percorrido uma quantidade de posições no tabuleiro que permitam o 
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compartilhamento das diversas informações associadas ao tema, como desmatamento, 
incêndios, expansão de latifúndios, neocolonialismo, populações tradicionais, 
especulação imobiliária, reflorestamento, legislação ambiental etc., sempre explorando 
os temas indicados. 
. Por ser uma atividade em grupo todos integrantes deverão participar, sempre de forma 
subsidiaria, para que o grupo possa esclarecer as lacunas e apresentar o tema em 
linguagem acessível e compatível com a proposta. 
A proposta é que os temas sejam explorados de forma não linear, semelhante ao 
andamento de um jogo em que os cartões determinam o avanço ou retrocesso, e nesse 
caso a cada cartão sorteado o grupo será direcionado para um período/evento e deverá 
explanar sobre o tema. 
Para essa atividade será utilizado uma coletânea de textos trabalhados em sala de aula 
mais material de pesquisa dos alunos. Os textos serão coerentes com a BNCC, sempre 
estimulando uma leitura crítica. Uma das barreiras ao aprendizado é a linguagem, 
vocabulário reduzido e interpretação do texto. Um dos objetivos é permitir que os temas 
sejam abordados e interpretados valendo-se de uma linguagem comum aos alunos, mais 
informal e portanto mais nivelada a todos. 
 
BNCC 
No 7º ano, os objetos de conhecimento abordados partem do sujeito e seu lugar no mundo, 
sua dinâmica sociocultural, econômica e política. Objetiva-se o aprofundamento e a 
compreensão dos conceitos sugeridos pela base e os conceitos trabalhados em sala de aula 
relativos à dinâmica físico-natural, sempre articulados às ações humanas. Espera-se que 
os alunos compreendam e relacionem as possíveis conexões existentes entre os 
componentes físico-naturais e as múltiplas escalas de análise, como também entendam o 
processo socioespacial da ocupação territorial do Brasil e analisem as transformações na 
paisagem brasileira e os usos desiguais do território. Nesse contexto, as discussões 
relativas ao bioma Cerrado contribuem para a aprendizagem a respeito da formação de 
latifúndios num mundo globalizado em que a agricultura deixou de ser uma atividade de 
subsistência e passa a um negócio de escala internacional. 
 
Unidade temática 
Objetivo(s) de aprendizagem 
Habilidade(s) da Base: 
GEOGRAFIA – 7º ANO 
UNIDADES 
TEMÁTICAS 
OBJETOS DE 
CONHECIMENTO 
HABILIDADES 
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O sujeito e seu lugar 
no mundo 
Ideias e concepções sobre a 
formação territorial do 
Brasil 
EF07GE01) Avaliar, por meio de 
exemplos extraídos dos meios de 
comunicação, ideias e 
estereótipos acerca das paisagens 
e da formação territorial do 
Brasil. 
Conexões e escalas 
Formação territorial do 
Brasil 
(EF07GE02) Analisar a 
influência dos fluxos econômicos 
e populacionais na formação 
socioeconômica e territorial do 
Brasil, compreendendo os 
conflitos e as tensões históricas e 
contemporâneas.(EF07GE03) 
Selecionar argumentos que 
reconheçam as territorialidades 
dos povos indígenas originários, 
das comunidades remanescentes 
de quilombos, de povos das 
florestas e do cerrado, de 
ribeirinhos e caiçaras, entre 
outros grupos sociais do campo e 
da cidade, como direitos legais 
dessas comunidades. 
Mundo do trabalho 
Produção, circulação e 
consumo de mercadorias 
(EF07GE05) Analisar fatos e 
situações representativas das 
alterações ocorridas entre o 
período mercantilista e o advento 
do capitalismo.(EF07GE06) 
Discutir em que medida a 
produção, a circulação e o 
consumo de mercadorias 
provocam impactos ambientais, 
assim como influem na 
distribuição de riquezas, em 
diferentes lugares. 
Desigualdade social e o 
trabalho 
(EF07GE07) Analisar a 
influência e o papel das redes de 
transporte e comunicação na 
configuração do território 
brasileiro.(EF07GE08) 
Estabelecer relações entre os 
processos de industrialização e 
inovação tecnológica com as 
transformações socioeconômicas 
do território brasileiro. 
Formas de 
representação e 
pensamento espacial 
Mapas temáticos do Brasil 
(EF07GE09) Interpretar e 
elaborar mapas temáticos e 
históricos, inclusive utilizando 
tecnologias digitais, com 
informações demográficas e 
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econômicas do Brasil 
(cartogramas), identificando 
padrões espaciais, 
regionalizações e analogias 
espaciais.(EF07GE10) Elaborar 
e interpretargráficos de barras, 
gráficos de setores e histogramas, 
com base em dados 
socioeconômicos das regiões 
brasileiras 
Natureza, ambientes 
e qualidade de vida 
Biodiversidade brasileira 
(EF07GE11) Caracterizar 
dinâmicas dos componentes 
físico-naturais no território 
nacional, bem como sua 
distribuição e biodiversidade 
(Florestas Tropicais, Cerrados, 
Caatingas, Campos Sulinos e 
Matas de Araucária). 
(EF07GE12) Comparar unidades 
de conservação existentes no 
Município de residência e em 
outras localidades brasileiras, 
com base na organização do 
Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação (SNUC) 
LITERATURA SUGERIDA 
Matopiba: o império do agronegócio nos limites do cerrado brasileiro, disponível em: 
https://letrasambientais.org.br/posts/matopiba:-o-imperio-do-agronegocio-nos-limites-
do-cerrado-brasileiro 
Geraizeiros: uma história de luta pelo Cerrado brasileiro, disponível em: 
https://www.unbciencia.unb.br/humanidades/50-antropologia/631-geraizeiros-uma-
historia-de-luta-pelo-cerrado-brasileiro 
CERRADO EM QUADRINHOS”: EXPERIÊNCIAS E CONTRIBUIÇÕES 
PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA, disponível em: 
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-
9NZTAZ/1/disserta__o__evandro_alves.pdf 
Impactos da expansão do agronegócio no Matopiba, disponível em: 
http://actionaid.org.br/wp-
content/files_mf/1520603385ACTIONAID_MATOPIBA_PORT_WEB.pdf 
 
BIOMAS E ECOTONOS 
https://www.unbciencia.unb.br/humanidades/50-antropologia/631-geraizeiros-uma-historia-de-luta-pelo-cerrado-brasileiro
https://www.unbciencia.unb.br/humanidades/50-antropologia/631-geraizeiros-uma-historia-de-luta-pelo-cerrado-brasileiro
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9NZTAZ/1/disserta__o__evandro_alves.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9NZTAZ/1/disserta__o__evandro_alves.pdf
http://actionaid.org.br/wp-content/files_mf/1520603385ACTIONAID_MATOPIBA_PORT_WEB.pdf
http://actionaid.org.br/wp-content/files_mf/1520603385ACTIONAID_MATOPIBA_PORT_WEB.pdf
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• Cerrado-Amazônia 
• Cerrado-Caatinga 
• Cerrado-Mata de Cocais 
• Cerrado-Pantanal 
 
OBJETIVOS DIDATICOS 
As aulas serão desenvolvidas em blocos temáticos, abordando períodos cronológicos ou 
temas correlatos. 
Aula 1 – Introdução e analise de mapas 
Identificar a transformação do território brasileiro resultante da dinâmica histórica 
de uso e ocupação 
Aula 2 – Atividades econômicas e expansão do território brasileiro 
Distinguir as diferentes atividades econômicas que promoveram a interiorização 
do território brasileiro 
Analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação 
socioeconômica e territorial compreendendo os conflitos e tensões históricas e 
contemporâneas. 
Identificar e compreender as contribuições econômicas e culturais dos fluxos de 
migração/imigração. 
Aula 3 – Meio ambiente e agronegócio.. 
 Analisar a relação entre preservação ambiental e a expansão do agronegócio. 
 Explorar a relação área cultivada x geração de empregos 
 Explorar a relação PIB x Renda per capta 
 Explorara a relação Impactos ambientais x Expansão do agronegócio 
Aula 4 – Avaliação 
Aplicar os conteúdos vistos em sala de aula. 
 
SUGESTÃO DE MAPAS 
Daniel Madregal - SP3000648 
ESAG7 - Estudos dos Impactos Socioambientais Brasileiros - Prof. Jonas 
 
16 
 
 
http://snif.florestal.gov.br/pt-br/florestas-plantadas/130-florestas-e-recursos-
florestais/dados-complementares-perda-da-cobertura-florestal/240-perda-da-cobertura-
florestal-cerrado-mapas 
 
https://www.icv.org.br/2020/02/desmatamento-do-cerrado-segue-em-ritmo-alarmante-
em-mt/ 
https://www.icv.org.br/2020/02/desmatamento-do-cerrado-segue-em-ritmo-alarmante-em-mt/
https://www.icv.org.br/2020/02/desmatamento-do-cerrado-segue-em-ritmo-alarmante-em-mt/
Daniel Madregal - SP3000648 
ESAG7 - Estudos dos Impactos Socioambientais Brasileiros - Prof. Jonas 
 
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https://www.embrapa.br/busca-de-imagens/-/midia/1779003/mapa-de-cobertura-
vegetal-do-cerrado 
https://www.embrapa.br/busca-de-imagens/-/midia/1779003/mapa-de-cobertura-vegetal-do-cerrado
https://www.embrapa.br/busca-de-imagens/-/midia/1779003/mapa-de-cobertura-vegetal-do-cerrado
Daniel Madregal - SP3000648 
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https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/36552672/cerrado-e-perspectivas-
da-agricultura-sustentavel-sao-discutidos-em-seminario-na-embrapa 
 
 
 
 
 
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/36552672/cerrado-e-perspectivas-da-agricultura-sustentavel-sao-discutidos-em-seminario-na-embrapa
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/36552672/cerrado-e-perspectivas-da-agricultura-sustentavel-sao-discutidos-em-seminario-na-embrapa