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1 
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MAGISTRATURA E MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAIS 
Renato Brasileiro 
Direito Processual Penal 
Aula 14 
 
 
ROTEIRO DE AULA 
 
 
PROCEDIMENTO COMUM II 
 
 
13. Revelia 
 
Questiona-se: Existe revelia no processo penal? Se sim, quando será decretada? Os efeitos são semelhantes 
àqueles do processo civil? 
 
Sim. Existe revelia no processo penal 
 
Lembrar: Acusado citado por edital – suspende processo e suspende prescrição 
 
Requisitos - A revelia ocorre: 
 
- na citação pessoal (necessário não comparecimento do acusado sem motivo justificado) – (Art. 367, CPP). 
- na citação por hora certa (necessário não comparecimento do acusado sem motivo justificado) – (Art. 362, CPP). 
 
Contumácia - acusado que faz pouco caso com relação ao processo (não comparecimento do acusado sem motivo 
justificado). 
 
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer 
ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo 
endereço ao juízo. 
 
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e 
procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 do Código de Processo Civil. 
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado 
defensor dativo. 
 
Efeitos da Revelia no Processo Penal: 
 
Não acarreta a presunção de veracidade dos fatos narrados na inicial acusatória (o fato de o réu não comparecer 
no processo não significa que será culpado, não retira do MP o ônus de provar sua culpa). 
 
 
 
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Não acarreta a presunção de veracidade dos fatos narrados na inicial acusatória devido à presunção de inocência 
que se aplica ao processo penal. 
 
- O processo seguirá sem a presença do acusado – Portando, o efeito prático é a desnecessidade de intimação do 
acusado para os demais atos processuais, salvo em se tratando de sentença condenatória ou absolutória imprópria. 
 
Acusado revel não será intimado – Contudo, seu defensor será intimado, pois não há processo penal sem defesa 
técnica. 
 
Obs. quando o réu não comparece, será nomeado um defensor dativo para ele (parágrafo único do art. 362). 
 
Atenção: Havendo sentença condenatória ou absolutória imprópria (absolve, mas aplica medida de segurança), 
réu, ainda que revel, deverá ser intimado, pois tais sentenças resultam em aplicação de pena privativa de liberdade 
ou medida de segurança (necessário resguardar a capacidade postulatória autônoma do acusado, que é um dos 
desdobramentos de sua autodefesa). 
 
14. Possível oitiva do MP ou do Querelante. 
 
Organograma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O juiz poderia absolver sumariamente com base em documentos apresentados na resposta à acusação. 
 
Exemplo: Acusado apresenta resposta à acusação e junta documentos que comprovam o pagamento do débito 
tributário antes do recebimento da denúncia. A absolvição sumária seria uma decisão definitiva com base em 
documentos apresentados pela defesa, dos quais, possivelmente, o MP jamais tenha tido ciência. 
 
Nesse caso, alguns doutrinadores dizem que o contraditório não é só para defesa, mas também para a acusação. 
 
Sendo assim, esses doutrinadores entendem que antes de chegar na absolvição sumária, seria possível a oitiva da 
acusação. 
 
Juiz tem que verificar se é caso ou não de ouvir o MP ou o querelante. 
 
A oitiva do MP ou do querelante não será sempre obrigatória – acusação só será ouvida quando forem juntadas 
provas novas, das quais a acusação não tinha ciência. 
 
(possível invocar novo CPC e o procedimento do júri). 
 
- Pelo novo CPC, não se pode permitir uma decisão surpresa. 
- No procedimento do júri, Lei dispõe que depois da resposta, juiz ouvirá acusação quando juntados documentos 
novos. 
OFERECIMENTO 
RECEBIMENTO 
CITAÇÃO 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO (Art. 396-A) 
POSSÍVEL ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA 
(Art. 397) 
* Defesa preliminar 
 
AUDIÊNCIA UNA DE 
INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 
POSSÍVEL OITIVA DA ACUSAÇÃO 
 
* Revelia 
 
Possível suspensão 
condicional do processo 
 
MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790
 
 
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15. Possível absolvição sumária. 
 
 Apresentada resposta à acusação pelo acusado e ouvida a acusação (se apresentadas novas provas), O juiz 
analisará possível absolvição sumária. 
 
A absolvição sumária foi introduzida no procedimento comum pela Lei 11.719/2008 (relativa novidade). 
 
Antes de 2008, a absolvição sumária só existia no procedimento do júri. 
 
Alguns doutrinadores chamam a absolvição sumária de julgamento antecipado da lide. 
 
Para outros doutrinadores, a terminologia julgamento antecipado da lide estaria incorreta por entenderem que não 
há lide no processo penal, por dois motivos: 
 
 I – porque não há interesse do MP na condenação de um inocente (lide é conflito de interesses) – não 
necessariamente haverá um conflito no processo penal; 
 
II – resistência é inerente ao processo penal, já que não adianta o acusado concordar, pois terá que ser submetido a 
um processo (lide é conflito de interesse qualificado por uma pretensão resistida). 
 
Mesmo antes da Lei 11.719/2008, já se dizia que o “julgamento antecipado da lide” também estaria previsto em 
algumas Leis Especiais, por exemplo: 
 
- Lei 8.039/90 (Lei que trata dos procedimentos originários dos tribunais) – Art. 6º - Prevê que, após acusação e 
defesa, tribunal já pode julgar improcedente: 
 
Lei 8.039/90 - Art. 6º - A seguir, o relator pedirá dia para que o Tribunal delibere sobre o recebimento, a rejeição 
da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da acusação, se a decisão não depender de outras provas 
 
- CPP, Art. 516 – Prevê que, se juiz entender desnecessárias outras provas, já pode reconhecer a inexistência do 
crime ou a improcedência da ação. 
 
Atenção: Não se admite, em hipótese alguma, uma “condenação” sumária. A Constituição Federal dispõe que 
ninguém será privado de seus bens nem de sua liberdade sem o devido processo legal. 
 
Fundamento da Absolvição sumária (do procedimento comum) – Art. 397, CPP: 
 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver 
sumariamente o acusado quando verificar: 
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; 
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou 
IV - extinta a punibilidade do agente 
- Juízo de certeza: 
A utilização da expressão “existência manifesta” indica que há necessidade de um juízo de certeza. Não se fala em 
in dubio pro reo. 
A dúvida sobre a existência de uma excludente de ilicitude autoriza a absolvição no momento da sentença 
definitiva, mas não no momento da absolvição sumária. MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790
 
 
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Absolvição sumária ocorre raramente, pois é difícil formar o juízo de certeza logo no início do processo. Na dúvida, 
o juiz segue com processo e, se a dúvida persistir, absolve na sentença definitiva. 
 
Causas: 
 
-Excludentes da ilicitude (ex. legítima defesa) 
 
- Excludentes da culpabilidade (ex. coação moral irresistível, inexigibilidade de conduta diversa) – salvo 
inimputabilidade – Art. 397, inc. II, deixa claro que não se admite absolvição sumária imprópria. 
 
Absolvição sumária imprópria – é absolvição do inimputável com a aplicação de medida de segurança (atenção não 
se admite no procedimento comum) – Não se admite porque, para que o indivíduo seja submetido à medida de 
segurança, é preciso verificar se a conduta dele é típica e ilícita. 
 
- fato narrado não constitui crime (atipicidade formal e atipicidade material). 
 
- extinta a punibilidade – Doutrina entende que a decisão que declara a extinção da punibilidadenão tem natureza 
absolutória, porque não se está absolvendo (não entra no mérito, pois crime não é punível). (SÚMULA 18 STJ diz 
que a sentença do perdão judicial é declaratória) – Inciso desnecessário, pois juiz pode declarar a extinção da 
punibilidade a qualquer momento (Art. 61). 
 
Por conta da natureza diversa, alguns doutrinadores entendem que o recurso cabível no caso do inciso IV (extinta a 
punibilidade) não será apelação, como nos demais incisos, mas sim o RESE (recurso em sentido estrito), pois o art. 
581, VIII, do CPP dispõe que será cabível RESE quando o juiz declarar extinta a punibilidade. 
 
15.1. Distinção entre a absolvição sumária do procedimento comum e a absolvição sumária do procedimento do 
júri. 
 
- absolvição sumária do procedimento comum (art. 397) 
 
- absolvição sumária do procedimento do júri (art. 415) 
 
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: 
 I – provada a inexistência do fato; 
 II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
 III – o fato não constituir infração penal; (está previsto no Art. 397, III). 
 IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. (está previsto no art. 397, I e II). 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista 
no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a 
única tese defensiva. 
 
3 diferenças entre absolvição sumária do procedimento comum e absolvição sumária do procedimento do júri : 
 
1ª Diferença: Os fundamentos são diversos: 
 
Pelo menos 3 causas de absolvição sumária no procedimento comum também são causas de absolvição sumária no 
procedimento do júri, quais sejam: 
 
a) Excludente de ilicitude 
b) Excludente da culpabilidade 
MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790
 
 
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- quanto às causas extintivas da punibilidade, apesar de não estarem previstas no art. 415, é possível aplicar 
art. 61 do CPP, o qual dispõe que, quando o juiz verificar causa de extinção da punibilidade, deverá declará-la 
de ofício). 
c) Atípicidade 
 
Apesar disso, os fundamentos previstos no inciso I e II do art. 415 não constam como fundamentos da absolvição 
sumária do procedimento comum (art. 397). Não constam porque, no procedimento comum, a absolvição sumária 
se dá no início do processo (não houve instrução), e os incisos I e II do art. 415 (procedimento do júri) exigem 
provas. 
 
2ª Diferença: Os momentos são diversos 
 
No procedimento comum – Absolvição sumária se dá imediatamente depois da resposta à acusação (ou da oitiva 
da acusação, se houver) e antes da audiência una de instrução e julgamento. 
 
No procedimento do júri, a absolvição sumária se dá ao final da audiência una de instrução e julgamento. 
 
Há doutrinadores que entendem que no procedimento do júri seria possível duas absolvições sumárias (uma após a 
resposta à acusação e outra ao final da audiência) – Não parece ser o entendimento correto, pois o momento é 
previsto nas normas procedimento do júri, ou seja, é norma especial que prevalece sobre a geral. 
 
3ª Diferença: 
 
No procedimento comum, o inimputável não pode ser absolvido sumariamente (art. 397, II). 
 
Só se admite absolvição sumária imprópria no procedimento do júri se a inimputabilidade for a única tese 
defensiva (parágrafo único do art. 415). 
 
No procedimento do júri pode ser absolvido sumariamente e aplicar uma medida de segurança, porque houve 
instrução, houve reconhecimento de uma conduta típica e ilícita. 
 
Obs. 1: (Des) necessidade de motivação complexa da decisão que afastar a absolvição sumária do art. 397 do 
CPP. 
 
Por questão de estratégia, às vezes, o advogado não apresenta todas suas teses na resposta à acusação. Às vezes, o 
advogado apresenta todas as teses na resposta à acusação porque a tese é forte. 
 
Questiona-se: O juiz precisa fazer uma motivação completa e exauriente na decisão de rejeição da absolvição 
sumária? 
 
Alguns doutrinadores entendem que sim. 
 
Porém, se fizer uma motivação muito complexa, pode acabar fazendo um pré-julgamento, o que dificultaria, 
posteriormente, uma análise imparcial daquela demanda no momento da sentença. 
 
Por isso, os tribunais superiores não vêm exigindo motivação complexa quando o juiz rejeita a absolvição sumária: 
 
STJ: “(...) Esta Corte Superior de Justiça firmou o entendimento de que a motivação acerca das teses defensivas 
apresentadas por ocasião da resposta escrita deve ser sucinta, limitando-se à admissibilidade da acusação 
formulada pelo órgão ministerial, evitando-se, assim, o prejulgamento da demanda. Precedentes”. (STJ, 5ª 
Turma, RHC 55.468/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 03/03/2015, Dje 11/03/2015). 
 
16. Possível Proposta de Suspensão Condicional do Processo. 
 
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Se for rejeitada a absolvição sumária, o CPP prevê a designação de audiência una de instrução e julgamento. 
Porém, antes da audiência una de instrução e julgamento, pode ser que o caso comporte a suspensão condicional 
do processo. 
 
A suspensão condicional do processo está prevista no art. 89 da Lei 9.099/95. 
 
Lei 9.099/95. 
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta 
Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro 
anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, 
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). (...) 
 
Qual é o momento da suspensão condicional do processo? 
 
Na prática, alguns promotores fazem proposta de suspensão logo após a citação e outros após a apresentação da 
resposta à acusação. 
 
O mais lógico é considerar como momento correto aquele logo após a manifestação do juiz sobre a absolvição 
sumária, porque o acusado só vai se manifestar sobre a suspensão se ele tiver certeza de que não será absolvido 
sumariamente (é melhor para o acusado a absolvição sumária do que a suspensão condicional do processo). 
 
Deverá ser marcada uma audiência só para a proposta de suspensão condicional do processo. É um erro fazer tudo 
na audiência de instrução, porque o juiz chama testemunhas, réu e representantes para a audiência, porém tem 
proposta de suspensão e o acusado aceita. Nesse caso, o comparecimento de muitos foi desnecessário. 
 
Se não for caso de suspensão condicional do processo ou se o indivíduo não aceitar a suspensão, será designada 
audiência. 
 
17. Designação de Audiência 
 
Se não for caso de suspensão condicional do processo ou se o indivíduo não aceitar a suspensão, será designada 
audiência. 
 
CPP. 
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do 
acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. (Redação dada 
pela Lei nº 11.719, de 2008). (...) 
 
Há uma impropriedade no artigo Art.399, pois o recebimento da denúncia não é feito neste momento, mas no 
momento do art. 396, imediatamente após o oferecimento da peça acusatória. 
 
O art. 399 deve ser lido da seguinte forma: “Se o acusado não for absolvido sumariamente e desde que não tenha 
havido a suspensão condicional do processo, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando (...). 
 
De acordo com o art. 399, juiz ordenará a intimação (tecnicamente é notificação, pois comunica ato futuro) do 
acusado (intimação pessoal) , de seu defensor (intimação pessoal – defensor público ou dativo – defensor 
constituído é intimado através de publicação), do Ministério Público (intimação pessoal) e, se for o caso, do 
querelante e do assistente (erro – na verdade a intimação dos advogados do querelante e do assistente ocorre por 
publicação). 
 
17.1. Prazo para a designação daaudiência. 
 
- Procedimento Ordinário. 
CPP 
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, 
proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e 
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pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos 
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. 
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Prazo máximo de 60 dias. 
 
- Procedimento Sumário. 
CPP 
Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, proceder-
se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e 
pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos 
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e 
procedendo-se, finalmente, ao debate. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Prazo máximo de 30 dias. 
 
Na prática, os juízes acabam dando preferência ao procedimento ordinário, principalmente porque em alguns casos 
tem processo com réu preso (réu preso tem prioridade). Sumário pode até ter prioridade quando for caso de 
prescrição iminente. 
 
Atenção: Existem dispositivos do CPC que podem ser aplicados subsidiariamente. Exemplo: 
 
Novo CPC 
Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 
dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver 
sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte. 
 
Acelerar demais o procedimento pode ser prejudicial, por exemplo, advogado trabalha em outra cidade e réu 
reside em outra comarca, mas o juiz marca a audiência para o dia seguinte. Curto demais o prazo, pode complicar. 
Por isso, mínimo de 5 dias entre data de publicação da pauta e da sessão de julgamento é razoável. 
 
É necessário respeitar os prazos máximos de cada procedimento e o mínimo previsto no CPC, aplicado 
subsidiariamente. 
 
Na audiência: 
 
1º - Tomar as declarações do ofendido 
 
2º - Inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa (primeiro testemunhas de acusação e depois 
testemunha de defesa – em regra, não é possível a inversão dessa ordem – Porém, Tribunais entendem que 
eventual inversão da ordem é causa de nulidade relativa. Em caso de carta precatória (art. 222), também não 
precisa observar essa ordem, pois não há como obrigar o juiz a marcar audiência em determinada data. 
 
3º - esclarecimentos dos peritos 
 
4º - acareações 
 
5º - reconhecimento de pessoas e coisas 
 
6º - interrogatório 
 
Pode-se dizer que a audiência de instrução e julgamento é uma audiência una de instrução e julgamento. 
 
Antes de 2008, eram três audiências (interrogatório, testemunhas de acusação e testemunhas de defesa). A 
reforma da Lei º 11.719/2008 trouxe a audiência una. 
 
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Com a reforma, foi trazido, para o procedimento comum, o princípio da oralidade. 
 
17.2. Princípio da Oralidade. 
 
Deve-se dar preponderância à palavra falada sobre a palavra escrita, sem que esta seja excluída. 
 
18. Subprincípios do Princípio da Oralidade. 
 
4 subprincípios: 
 
- Concentração; - tentativa de redução do procedimento a uma única audiência. Quanto mais concentrado, melhor. 
 
- Imediatismo; - o juiz deve proceder à instrução em contato imediato com prova (contato físico, mas pode ser por 
videoconferência). 
 
- Irrecorribilidade das interlocutórias; - em regra, as decisões interlocutórias proferidas ao longo da audiência são 
irrecorríveis. Ex: juiz indefere prova testemunhal, não pode recorrer com agravo. Poderá apresentar como 
preliminar de apelação, dizendo que houve cerceamento à ampla defesa. Obs. deve fazer constar da ata seu 
protesto para poder arguir na preliminar da apelação. 
 
- Princípio da identidade física do juiz. (art. 399, §2º, do CPP) 
 
19. Princípio da Identidade Física do Juiz. 
 
CPP. Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a 
intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. 
(...) 
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Antigamente, um juiz fazia o interrogatório, outro juiz ouvia a testemunha de acusação e outro a testemunha de 
defesa. Vários juízes para uma única instrução. 
 
Com a reforma da Lei º 11.719/, foi trazido para o código de processo penal o que até então havia no CPC de 1973, 
a identidade física do juiz (O juiz que presidiu a instrução deverá julgar). 
 
A pessoa mais indicada para julgar é aquela que preside a instrução. Nada supera o contato imediato do juiz com a 
prova. O contato com a prova faz com que o juiz tenha uma noção melhor sobre sua veracidade. 
 
- Exceções ao princípio da identidade física do juiz: 
 
O CPP não prevê nenhuma exceção. 
 
Ante o silêncio, aplicava-se o art. 132 do antigo CPC (doutrina e jurisprudência), subsidiariamente. 
 
Revogado CPC 
Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, 
licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu 
sucessor. (Redação dada pela Lei nº 8.637, de 31.3.1993) 
 
Novo CPC 
- Não há previsão legal do princípio da identidade física do juiz; 
 
No novo CPC não há regra semelhante à do art. 132 do revogado CPC. 
 
Mesmo revogado o art. 132, as exceções que nele estavam previstas continuam valendo. 
 
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Possíveis soluções 
 
- Reconhecer a ultratividade do art. 132 do revogado CPC; 
Apesar de ter sido revogado, as regras nele previsto teriam sido incorporadas ao CPP. 
 
- Se o juiz está afastado por qualquer motivo, deixa de ter competência para o julgamento dos feitos por ele 
instruídos; Trata a hipótese à luz do Juiz natural. Semelhante ao caso em que juiz é promovido a 
desembargador. Quando é promovido, cessa competência do juiz. Princípio do juiz natural é de envergadura 
constitucional e, por isso, se sobrepõe ao princípio da identidade física. 
 
20. Fase de Diligências. 
 
O código prevê um momento para ser solicitada alguma diligência sobre um fato que precisa ser melhor 
esclarecido. Pedido deveria ser feito para atender a alguma necessidade que surgiu ao longo da instrução. 
 
Na prática, acontece muito de pedidos de diligências serem feitos para procrastinar. Se surgiu a necessidade, teria 
que fazer o pedido, sob pena de preclusão. Porém, acontece de juízes terem receio de cercear a acusação ou a 
defesa e acabam deferindo. 
 
Exemplo: acusado, réu primário. No interrogatório diz que já foi condenado. Surgiu dúvida. Diligência: juntar folha 
de antecedentes, certidão de objeto e pé para verificar se realmente é primário. 
 
 
ANTES DA LEI 11.719/08 
 
DEPOIS DA LEI 11.719/08 
A fase de diligências estava prevista no revogado art. 
499 do CPP. 
Esta fase foi deslocada para ao art. 402 do CPP 
 
 
Redação do revogado art. 499 do CPP: 
Art. 499. Terminada a inquirição das testemunhas, as partes - primeiramente o Ministério Público ou o 
querelante, dentro de 24 horas, e depois, sem interrupção, dentro de igual prazo, o réu ou réus - poderão 
requerer as diligências, cuja necessidade ou conveniência se origine de circunstâncias ou de fatos apurados na 
instrução, subindo logo os autos conclusos, para o juiz tomar conhecimento do que tiver sido requerido pelas 
partes. 
 
CPP. 
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistentee, a seguir, 
o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na 
instrução. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Diferença: Hoje, o pedido de diligência deve ser feito na própria audiência (ao final da audiência). 
 
21. Alegações Orais (ou memoriais). 
 
Como visto, a reforma da Lei º 11.719/2008 introduziu o princípio da oralidade. 
 
Alegações orais passam a ser a regra. 
 
Alegações orais é a manifestação derradeira das partes tentando convencer o juiz acerca da procedência ou da 
improcedência da ação. Para isso, apontam-se os fatos, as provas e etc. 
 
“Consistem em ato postulatório das partes que precede a sentença final, no qual o Ministério Público, o 
querelante, o advogado do assistente e o defensor devem realizar minuciosa análise dos elementos probatórios 
constantes dos autos (...) com o objetivo de influenciar o convencimento do juiz no sentido da procedência ou 
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improcedência de eventual pedido de condenação do acusado, fornecendo-lhe subsídios para a sua decisão” – 
Manual de Processo Penal, p. 1.301. 
 
ANTES DA LEI 11.719/08 
 
DEPOIS DA LEI 11.719/08 
Alegações finais, previstas no revogado art. 500 do CPP. 
 
Apresentadas oralmente (princípio da oralidade), pelo 
menos em regra. 
 
Obs. Alegações orais não é um ditado, o que acontece muito na prática. Quando se fala em alegações orais, deve 
haver uma exposição (diferente de ditado). Escrivão vai registrar sucintamente o que é mais importante. 
 
Obs. Alegações orais não devem ser transformadas em alegações “pendrivianas” (no momento das alegações, 
acusação ou parte apresenta pendrive com alegações). Na verdade, as alegações no pendrive são alegações 
escritas. 
 
Prazo: 
 
CPP. 
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais 
por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo 
o juiz, a seguir, sentença. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual. (Incluído pela Lei 
nº 11.719, de 2008). (...) 
 
Pelo § 1º, havendo mais de um acusado, o tempo para defesa será de 20 minutos para cada acusado. 
 
Note-se que não dispõe sobre o tempo do MP neste caso. Assim, possível o entendimento de que o referido artigo 
deve ser lido à luz do contraditório e da paridade de armas, dando ao MP também 20 minutos para cada acusado. 
 
Se tem 2 ou 3 acusados, não é lógico exigir que MP individualize a conduta de cada um deles em prazo menor 
(necessária interpretação extensiva). 
 
CPP, art. 403 (…). 
§ 2o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, 
prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
(...) 
 
- Substituição das Alegações por Memoriais Escritos. 
 
A regra é oral, o CPP sabe que nem sempre será possível: 
 
CPP, art. 403 (…). 
§ 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 
5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para 
proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Hipóteses: 
 
- Complexidade do caso – (exemplo: Lava Jato) 
 
- Número de acusados – (exemplo: 5, 8 acusados) 
 
- Acordo entre as partes – (exemplo: Promotor pergunta para advogado: “Dr., que tal apresentarmos por escrito?”) 
(Não está prevista em lei, mas acontece muito na prática, até porque ninguém pode arguir nulidade para a qual 
tenha concorrido). 
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- Quando for deferida a realização de diligência – (exemplo: não conseguiu concluir na audiência, sendo necessária 
diligência). Neste caso, não faz sentido designar uma audiência para alegações orais. Converte-se em memoriais 
escritos – Assim, juiz espera realização de diligência, dá vistas às partes e prazo para apresentação dos memoriais 
escritos. 
 
- Não Apresentação dos Memoriais: Consequências. 
 
MP não apresentou: Doutrina visualiza uma hipótese de sociedade indefesa. Poderia entender que MP estaria 
violando o princípio da indisponibilidade da ação penal pública. Solução: Art. 28, CPP – (remete para procurador 
geral para designar outro promotor). 
 
Querelante não apresentou: Depende da espécie da ação penal privada. 
Ação privada subsidiária da pública – MP reassume o processo como parte principal 
Ação exclusivamente privada – perempção (causa extintiva da punibilidade) 
Ação penal privada personalíssima - perempção (causa extintiva da punibilidade) 
 
CPP. 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: 
(…) 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva 
estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; 
 
Advogado do assistente não apresentou – nenhuma consequência 
Assistente da acusação é parte secundária 
 
Defesa não apresenta memoriais – nulidade absoluta por violação ao princípio da ampla defesa. 
Deve ser equiparada à ausência de defesa 
Vale também para apresentação de memoriais precários (memoriais que servem para qualquer processo – ex: o 
réu é inocente, não há provas nos autos, deve ser absolvido) – Corresponde à ausência de defesa – nulidade 
absoluta - violação ao princípio da ampla defesa. 
 
Súmula 523 do STF: no processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o 
anulará se houver prova de prejuízo para o réu. 
 
CPP. 
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comunicado previamente o 
juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. 
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
STJ: “(...) A falta das alegações finais defensivas torna nula a sentença proferida ante ausência de defesa, 
conforme preceituam os princípios da ampla defesa e do contraditório. Precedentes (...)”. (STJ, 6ª Turma, HC 
120.231/RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. 16/04/2009, Dje 04/05/2009). 
 
Juiz não pode julgar o processo sem os memoriais da defesa. 
 
Questiona-se: E se o advogado constituído não apresentar os memoriais? 
 
É muito comum juiz nomear defensor público para assumir o processo e apresentar os memoriais. 
 
À primeira vista, parece certo. Porém, um dos desdobramentos da ampla defesa é o direito que o próprio acusado 
tem de constituir seu defensor. Assim, o correto seria intimar o acusado para constituir novo advogado e, somente 
em caso de eventual inércia, nomear um defensor dativo ou a Defensoria Pública. 
 
22. Sentença. 
(será abordada posteriormente). 
 
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23. Diferenças entre os Procedimentos Ordinário e Sumário. 
 
 
ORDINÁRIO SUMÁRIO 
Audiência em 60 dias 
 
Audiência em 30 dias 
 
8 testemunhas 
 
5 testemunhas 
 
Há previsão expressa para requerer diligências ao final 
da audiência 
 
Não há previsão legal expressa para requerer 
diligências ao final da audiência (Obs. na prática, é 
comum partes alegarem direito à prova e ampla 
defesa e pedem diligências). 
 
Há previsão expressa para requerer substituição das 
alegações orais por memoriais escritos 
 
Não há previsão legal expressa para requerer 
substituição das alegações orais por memoriais 
escritos (Obs. Na prática, acontece.). 
 
 
 
TRIBUNAL DO JÚRI 
 
 
Conceito: o júri é um órgão especial do Poder Judiciário de 1ª instância, pertencente à Justiça Comum (Estadual 
ou Federal), colegiado e heterogêneo (formado pelo juiz presidente e por 25 jurados), que tem competência 
mínima para julgar os crimes dolosos contraa vida, temporário (porque constituído para sessões periódicas, 
sendo depois dissolvido), dotado de soberania quanto às suas decisões, tomadas de maneira sigilosa e inspiradas 
pela íntima convicção, sem fundamentação, de seus integrantes leigos. 
 
- Órgão especial do Poder Judiciário- 
 
Não encontrado no Art. 92 a 126 da CF (Capítulo Do Poder Judiciário). 
 
Encontrado no artigo 5º da CF 
 
Há quem diga que o Tribunal do Júri não é órgão do Poder Judiciário, porque não está no Capítulo “Do Poder 
Judiciário” (Art. 92 a 126 da CF). 
 
Tal entendimento pode ser considerado um erro, pois o fato de não constar do Capítulo “Do Poder Judiciário” não 
significa que não faça parte do poder judiciário. Tribunal do júri julga crimes dolosos contra vida, por isso não há 
como negar que, ao lado do STF, STJ, Tribunais, Juízes, faz parte do Poder Judiciário. 
 
- Só funciona na Justiça Estadual ou Federal 
 
Grande maioria ocorre na Justiça Estadual. Na Justiça Federal é raro ocorrer (ex. delegado da polícia federal que foi 
assassinado no exercício das funções – crime doloso contra a vida ligado a um funcionário público federal –
competência da justiça federal – tribunal do júri federal) 
 
Não há Tribunal do Júri na justiça militar e nem na justiça eleitoral. 
 
- Colegiado e heterogêneo – formado por juiz presidente e por mais 25 jurados 
 
25 jurados, dos quais 7 irão compor o conselho de sentença. 
 
Ministério público não faz parte do tribunal do júri, ele “atua” no tribunal do júri. 
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- Competência mínima – para julgar os crimes dolosos contra a vida 
 
“Mínima” porque também tem competência para eventuais crimes conexos ou continentes – força atrativa 
 
 - Temporário – porque constituído para sessões periódicas, sendo depois dissolvido. 
Épocas do ano em que o tribunal do júri se reúne. Não confundir com sessão de julgamento. 
 
 - Dotado de soberania – 
Vigora sistema da íntima convicção, pois jurados não são obrigados a fundamentar sua decisão, na medida em que 
não gozam das mesmas garantias dos juízes togados. 
 
1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO JÚRI. 
CF/88, art. 5º (…) 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
1.1. Plenitude de Defesa. 
É assegurada no âmbito do júri. Porém, a CF também faz referência à “ampla defesa”, dizendo que esta é 
assegurada para “todos” os acusados, inclusive no júri. 
 
- Ampla Defesa. 
CF/88, art. 5º (…) 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes 
 
Diferença entre Plenitude de defesa e Ampla defesa: 
 
No âmbito do júri, a defesa não precisa se valer exclusivamente de argumentos técnicos. 
 
No júri, julgamento por pessoas do povo, pelos seus pares, que não necessariamente têm formação jurídica. No 
tribunal do júri, pode se valer de argumentos emocionais, de política criminal, sociológicos... 
 
STF: “(...) Quanto mais grave o crime, deve-se observar, com rigor, as franquias constitucionais e legais, 
viabilizando-se o direito de defesa em plenitude. PROCESSO PENAL - JÚRI - DEFESA. Constatado que a defesa do 
acusado não se mostrou efetiva, impõe-se a declaração de nulidade dos atos praticados no processo, 
proclamando-se insubsistente o veredicto dos jurados. JÚRI - CRIMES CONEXOS. Uma vez afastada a valia do júri 
realizado, a alcançar os crimes conexos, cumpre a realização de novo julgamento com a abrangência do 
primeiro”. (STF, 1ª Turma, HC 85.969/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 04/09/2007, Dje 18 31/01/2008). 
 
1.2. Sigilo das Votações. 
 
A ninguém é dado conhecer o sentido dos votos dos jurados. 
 
Não pode conhecer sentido, pois jurado é uma pessoa do povo, não goza das mesmas garantias de um juiz togado. 
É preciso dar uma garantia de tranquilidade para julgar. 
 
Intima convicção – jurado vota de acordo com seu livre convencimento e não se vê obrigado a fundamentar o 
sentido do seu voto. 
 
Nem juiz presidente pode saber o sentido do voto dos jurados. 
 
- Sala Secreta. 
 
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A reforma pela Lei nº 11.689/2008 passou a adotar a expressão “sala especial”. 
 
CPP. 
Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o 
querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser 
procedida a votação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 
(...) 
 
Acusado e o público em geral não podem ficar na sala especial. A presença do acusado representaria nítida 
intimidação. O público exerceria enorme pressão sobre os jurados. 
 
Acusado pode ser seu próprio defensor se for profissional da área da advocacia. Nesse caso, precisa-se de 
fiscalização da defesa técnica da sala especial, mas, ao mesmo tempo, não se pode permitir que o acusado 
(“travestido de defensor”) participe da votação - O ideal seria nomeação de um dativo para o momento da votação 
na sala especial. Acusado ( ao mesmo tempo defensor) deve ser avisado previamente de que poderá fazer própria 
defesa, mas que não poderá acompanhar a votação. 
 
Obs. a sala especial não viola o princípio da publicidade. A regra é que o público possa assistir a todos os atos 
processuais. Mas a própria Constituição excepciona a regra quando dispõe “salvo quando razões de ordem pública 
recomendarem a restrição”. 
 
- Incomunicabilidade dos Jurados. 
CPP. 
Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os 
impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades constantes dos arts. 448 e 449 deste Código. (Redação dada 
pela Lei nº 11.689, de 2008) 
 
CPP, art. 466 (…) 
§ 1º O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se entre 
si e com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e multa, na 
forma do § 2o do art. 436 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 
§ 2º A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo oficial de justiça. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 
2008) 
 
Sorteados, os jurados ficarão incomunicáveis. Não podem usar celular também. Ficarão em hotel. Em alguns casos, 
ficarão no próprio fórum. 
 
A incomunicabilidade diz respeito ao processo. Podem conversar sobre assuntos não relacionados com processo. 
 
STF: “(...) Não se constitui em quebra da incomunicabilidade dos jurados o fato de que, logo após terem sido 
escolhidos para o Conselho de Sentença, eles puderam usar telefone celular, na presença de todos, para o fim de 
comunicar a terceiros que haviam sido sorteados, sem qualquer alusão a dados do processo. Certidão de 
incomunicabilidade de jurados firmada por oficial de justiça, que goza de presunção de veracidade. 
Desnecessidade da incomunicabilidade absoluta. Precedentes. Nulidade inexistente. (...)”. (STF, Pleno, AO 
1.047/RR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 28/11/2007, Dje 65 10/04/2008). 
 
A incomunicabilidade serve para proteger o sigilo da votação. 
 
A incomunicabilidade existe até a conclusão do julgamento. 
 
CPP, art. 485 (...) 
§ 1o Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire, permanecendo somente as 
pessoas mencionadas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 
§ 2o O juiz presidente advertirá as partes de que não será permitida qualquer intervenção que possa perturbar a 
livre manifestação do Conselho e fará retirar da sala quem se portar inconvenientemente. (Incluído pela Lei nº 
11.689, de 2008 
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- Votação unânime: 
Antes da Lei n.11.689/08; - Ocorria um problema porque votos eram votados até 7 x 0, o que possibilitava dizer 
como cada um dos jurados votou. 
 
Depois da Lei n. 11.689/08 – Legislador corrigiu, dizendo que deve contar votos até o número de 4, ou seja, conta 
votos até chegar a 4, pois quando chegar a 4, atinge maioria necessária de 7. Não coloca mais em risco o sigilo da 
votação. 
 
 
 
 
 
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