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1 Prof. Renan da Cruz Padilha Soares Leitura e Interpretação de Textos Historiográficos Aula 6 Conversa Inicial Profissionalização da historiografia brasileira Surgimento de novas abordagens para antigas temáticas Novas temáticas A historiografia brasileira – segunda metade do séc. XX A profissionalização da História Primeiro momento: 1930 – 1970 Surgimento dos primeiros cursos de História Surgimento dos primeiros cursos de pós-graduação Resulta na ampliação da produção historiográfica por meio de eventos e revistas Participação de Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Jr. e historiadores franceses Expansão geográfica dos cursos de História A partir da ditadura civil-militar de 1964 Os cursos se expandem para além do Sul e Sudeste Ao mesmo tempo, há uma forte repressão política nas universidades 2 1980 – Grande expansão dos cursos de pós-graduação Avanço na profissionalização da historiografia Surgimento de novas temáticas e renovação de temáticas tradicionais Diversificação das fontes e metodologias Historiografia da colônia A historiografia colonial da segunda metade do século XX concentrou-se em revisitar temas como Conceito de colônia Um conceito amplo para dar conta do período como um todo A revisão de antigas temáticas Questão da escravidão negra Crítica ao mito da democracia racial e a uma suposta benevolência dos senhores Análise sobre o protagonismo negro Formação do Brasil Dificuldades referentes às definições do que é o país 1960 – 1970 (influência marxista): Economicista; análise macro; inserção no sistema capitalista 1980 Viés cultural; surgem novos temas e novos sujeitos 1990 Volta da história política; afastamento das teses marxistas; micropoderes “A casa térrea era a mais comum de norte a sul do Brasil, e o domicílio rural não raro se assemelhava à maloca indígena, espaços indivisos, ausência de portas, o fogo a arder e cozinhar no interior da habitação.” [Vainfas, In Melo e Souza (Org.) 1997, p. 225-226] 3 História da escravidão 1950 – Revisão baseada na crítica à teoria de Gilberto Freyre Novas formas de enxergar a violência da escravidão Desconstrução da tese da democracia racial Escravidão como campo à parte da historiografia brasileira Florestan Fernandes em diálogo com Freyre A miscigenação serviu mais para “aumentar a massa da população escrava e para diferenciar os estratos dependentes intermediários, que para fomentar a igualdade racial” (Fernandes, 2007, p. 44) “Não se entende a situação do negro e do mulato fazendo-se tabula rasa do período escravista e do que ocorreu ao longo da instauração da ordem social competitiva. [...] Do ponto de vista sociológico, o que interessa, nesse pano de fundo, é o fato de que os estoques negro e mulato da população brasileira ainda não atingiram um patamar que favoreça sua rápida integração às estruturas ocupacionais, sociais e culturais do capitalismo” (Fernandes, 2006, p. 272) 1990 – valorização do protagonismo negro Contribuição da micro-história Sidney Chalhoub em Visões da Liberdade Buscará compreender o ponto de vista dos negros e negras a respeito da violência e da liberdade “[...] que estando em casa de José Moreira Veludo para ser vendido foi influído por todos os outros acusados acima mencionados para entrar com eles na combinação que fizeram para esbordoar Veludo e fazer sangue nele, o que, queriam os outros fazer para não seguirem para uma fazenda para onde tinham de ir a mandado de um negociante de escravos por nome Bastos que já os tinha escolhidos [sic]; tendo o interrogado raiva de seu Senhor por dar-lhe palmatoadas entrou na combinação que já estava acertada a mais [sic] de oito dias [A 99].” (Retirado do livro Visões da Liberdade) 4 Historiografia como área A grande renovação na historiografia a partir de 1970 Disciplina com abordagens, teorias e metodologias próprias Um de seus principais temas: Condições da produção historiográfica e como essas afetam a produção do conhecimento Outro tema: os meios de divulgação Podem determinar o sucesso ou fracasso de uma obra Grande variedade de fontes Artigos, teses, dissertações etc. Entender a historicidade de um texto Nota de rodapé do livro Apologia da História, de Marc Bloch “Talvez não seja inútil acrescentar ainda uma palavra de desculpas; as circunstâncias de minha vida atual, a impossibilidade em que me encontro de ter acesso a uma biblioteca, a perda de meus próprios livros fazem com que deva me fiar bastante em minhas notas e em minha memória.” Novos sujeitos 1970 aumento de publicações aumento de novas temáticas recortes temporais mais curtos Valorizam-se sujeitos sociais anteriormente esquecidos pela história Amplia-se a percepção das marcas dos seres humanos na história História das cidades História das ciências e tecnologias 5 Surgimentos de novos sujeitos na historiografia brasileira Inicialmente: influência do marxismo Posteriormente: influência de Michel Foucault e Walter Benjamin Frentes de estudo Operário: cotidiano e condições de vida Mulheres, negros, homossexuais, crianças etc. Forte aspecto cultural História das mulheres Crescimento dos movimentos feministas Crescimento do número de mulheres autoras História da África Deixar o olhar eurocêntrico Dar voz aos sujeitos africanos Importância da legislação e do movimento negro Na Prática É de suma importância manter-se atualizado sobre as produções historiográficas brasileiras Consulte sites, como o portal de Revistas e Periódicos da Capes, ou da Revista de História da Biblioteca Nacional Busque encontrar essas novas temáticas nestas publicações Finalizando O que vimos nesta aula? Como se deu a profissionalização da História no Brasil Intimamente ligada ao crescimento dos cursos de graduação e pós-graduação Novas temáticas e temáticas revisitadas História do Brasil Colônia Novas intepretações: o marxismo e o viés cultural 6 História da escravidão Foco no protagonismo dos seres humanos escravizados Historiografia como área Uma das principais novidades no campo da historiografia Novos sujeitos Aparecimento do estudo sobre sujeitos e grupos sociais tradicionalmente esquecidos Referências FREITAS, M. C. de (Org.). Historiografia brasileira em perspectiva. São Paulo: Contexto, 2014. FREYRE, G. Casa-grande & senzala. São Paulo: Global, 2003. HOLANDA, S. B. de. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995. PRADO JR., C. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1953. REIS, J. C. Identidades do Brasil. São Paulo: FGV, 2008. VARNHAGEN, F. A. História geral do Brasil. Madrid: Imprensa de V. de Dominguez, 1854. VON MARTIUS, K. F. Como se deve escreve a História do Brasil. Revista de História de América, n. 42, p. 433-458, dez. 1956.
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