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Página 1 de 39 Radiologia do SNC Disciplina: PM IV 28/09/2020 – Prof. Maciel Diretor: Ewerton Parte 1 – Maria Isabel RADIOLOGIA DO SNC Para a avaliação do Sistema Nervoso Central (SNC), nós usamos alguns métodos de imagens: RADIOGRAFIA SIMPLES DO CRÂNIO: Atualmente é pouco usado, por ser um método que “enxerga osso”, e o foco é ver o parênquima cerebral, vasos, meninges, líquor, ventrículo, sangramentos de traumas, lesões. Na radiografia do crânio é visualizado apenas a calota craniana, ou seja, seu papel é limitado (por só ver osso). A radiografia mostra fraturas (mas muitas vezes o paciente teve traumas cerebrais grandes e, quando se vai analisar, o paciente tem uma fratura enorme, mas não há repercussão nenhuma no cérebro, também podendo ocorrer o contrário, ou seja, não há uma correlação nítida entre a fratura e a lesão cerebral, por isso, na maioria das vezes não se faz o raio-x). Usada em casos como a cranioestenose (que é quando a criança possui o fechamento precoce de uma das suturas e/ou fontanelas, então o crânio apresentará uma forma mais regular, podendo levar a deformidades), principalmente devido ao fato que a maioria tem menos de um ano de idade, então, se fossem utilizados outros métodos, o bebê, provavelmente, não ficaria quieto e iria se mexer, comprometendo o resultado e a eficácia dos outros métodos. É indicado em casos de tumores OBS.: Também é importante lembrar que o paciente que tem uma metástase óssea, ele também pode ter uma alteração no SN, a qual não iria ser identificada nesse tipo de exame. Página 2 de 39 OBS.: Importante ter em mente que fraturas múltiplas (não só no crânio) estão muitas vezes ligadas a maus tratos, logo, nesses casos, é sempre muito importante que aconteça uma investigação em relação a essa criança, principalmente relacionada ao crânio, além de ser fundamental realizar a denúncia ou procurar a assistente social do hospital para informar sobre a suspeita. OBS: As fraturas com afundamento são lidas como extremamente agressivas, porque a parte do osso que afundou entra em contato com o parênquima cerebral, fazendo com o que este fique comprimido. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM): Pouco usada na emergência, devido ao fato de ser realizada dentro do túnel, então, consequentemente têm-se pouco acesso a esse paciente, o qual, muitas vezes, apresenta- se instável dentro desse túnel, além do risco do paciente ter um quadro de episódios como convulsão, correndo o risco da equipe médica não chegar a tempo TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC): Método mais utilizado, por ser rápido, prático, capaz de revelar as informações necessárias para a procedência médica (em casos de suspeita de AVC, por exemplo, consegue informar se houve, se é recente, o tipo, se foi recente, se transformou numa lesão). • Quando se tem um trauma, a coisa mais importante é ver a área de sangramento, então toda vez que se faz uma tomografia procura-se hemorragias, as quais aparecem facilmente nesse tipo de exame. • Normalmente, em casos de acidentes, se realiza quando o paciente já está estabilizado e antes da ressonância magnética. HEMORRAGIA X TC: O sangue aparece na TC, é visualizado na cor branca, inicialmente Página 3 de 39 * Fase aguda (menos de 3 dias): O sangue é hiperintenso (80-100UH), visualizado na cor branca, com densidade alta, devido a formação de coágulo, e por conta da hemoglobina alta. * Fase subaguda (3 – 14 dias): O sangue passa (aparece na imagem, no caso) de branco, para cinza e depois para preto (ou cinza escuro), pois ele apresenta-se branco quando este é rico em ferro e globina, porém depois ocorre um acúmulo de macrófagos, os quais começam a fagocitar o sangue. * Fase crônica (mais de 2 semanas): Ele é visualizado na cor mais escuro pois a proteína e o ferro foram absorvidos, ficando apenas a parte líquida (com bem menos densidade). RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM): Pouco usada na emergência, devido a ser realizada dentro do túnel, então, consequentemente tem-se pouco acesso a esse paciente, o qual, muitas vezes, apresenta- se instável dentro desse túnel, além do risco do paciente ter um quadro de episódios como convulsão, correndo o risco da equipe médica não chegar a tempo. Parte 2 - Maria Izabel Bezerra Então, o plasma fica cinza escuro, porque é a cor de líquido na TC. Fica para sempre no local, mas se houver alguma sintomatologia relacionada, faz drenagem, mas se não for o caso é só ficar acompanhando. Após o sangramento, já começa a absorver automaticamente, sendo maior no período agudo, total no subagudo e se sobrar alguma coisa, cronicamente é absorvido. Muitas vezes o líquido não sai, apenas acompanhamos. Crônico (> 2 semanas): Hipodenso Página 4 de 39 Exemplo: Então, o sangue é composto pelos elementos figurados (leucócitos, hemácias, plaquetas e plasma) que vão sendo absorvidos aos poucos e a lesão vai deixando de ter a densidade, pois vai deixando de ter seus componentes. Assim, no futuro ela vai ter apenas a parte líquida. Se não causar hipertensão intracraniana, compressão e nenhum tipo de sintomatologia, o líquido fica lá mesmo. Caso cause alguma compressão, o cirurgião vai fazer uma área de trepanação (perfuração regular em qualquer osso) na calota craniana e realizar uma drenagem. Pacientes idosos tem certa atrofia cerebral natural, por isso o líquido acumulado - dependendo da quantidade - não causa tanta compressão. Já em pacientes jovens, o hematoma é até pequeno, mas como ele não tem atrofia cerebral ainda, a sintomatologia tem maior impacto. O cérebro ocupa todo o crânio, qualquer coisa a mais que entre lá, tem que ser drenado, mas existem casos de quando o sangramento não for tão grande e o cérebro já tiver certo grau de atrofia, nesse caso o sangue se acomoda e não causa tanta sintomatologia. Então, depende muito da idade do paciente, da quantidade de sangue e se ele tem sintomatologia ou não relacionada ao sangramento. HEMORRAGIA X RM Professor: “Não precisamos decorar, apenas entender, pois isso é uma amostra do que encontramos na ressonância.” Página 5 de 39 Na ressonância, as hemorragias cerebrais são avaliadas de outra forma. Não é pelo ferro, nem pela proteína e sim pela presença do oxigênio, pois ele, junto com a proteína, vai dar o sinal do sangue. Na fase hiperaguda, ocorreu o trauma e sangrou, quando isso acontece a hemácia está ligada ao oxigênio, chamamos isso de oxi-Hb (oxi-hemoglobina). Só que com o passar do tempo, os macrófagos começam a fagocitar as hemácias e o oxigênio. Então, o oxigênio que estava fixo na hemácia passa a se chamar Deoxi-Hb, porque as ligações de oxigenação das hemácias começam a ficar mais fracas e na ressonância vai mudando de cor no T1 e no T2. Depois de alguns dias, essa ligação, que era chamada de Deoxi-Hb, passa a ser ainda mais fraca e é chamada de Met-Hg (Meta-hemoglobina). Depois de um tempo, essa Met- Hg sai da hemácia, porque os macrófagos conseguem quebrar ela, e passa a ser chamada de Met-Hg extracelular e, por fim, a Met-Hg que está fora da hemácia é totalmente fagocitada pelos macrófagos e é lançado um subproduto a partir dela, chamado de Hemossiderina ou Ferritina. OBS.: No T1 o líquido é preto, no T2 o líquido é branco. Isso tudo é para entender que usamos a tomografia porque temos uma maneira fácil de ver o sangue, já na ressonância temos que ver o tipo de ligação do oxigênio e da hemoglobina e se ela está dentro ou fora da célula. Por isso, raramente usa RM para ver hemorragia. (SANGRAMENTO = TOMOGRAFIA). Página 6 de 39 Exemplo: Na ressonância, o principal átomo que vimos é o hidrogênio. Então, se o paciente teve algum dia um sangramento dentro do cérebro, ele fica marcado para sempre devido a hemossiderina visualizada na RM. Então, quando batemos a cabeça, podemos tersangramento em quatro lugares principais: • Dentro do cérebro: Intra-parenquimatoso; • Fora do cérebro: Entre os espaços meníngeos (3 espaços e 1 espaço virtual). Parte 3 - Maria Luiza Menezes Imagem: Representa os espaços meníngeos que serão citados abaixo; o número 1 é o espaço extradural ou epidural, ou seja, fora do cérebro. Página 7 de 39 Quando temos um trauma craniano, podemos ter sangramento em 4 lugares principais, são eles: DENTRO DO CÉREBRO 1. Intraparenquimatoso, dentro do parênquima cerebral. FORA DO CÉREBRO (entre os espaços meníngeos) OBS.: lembrar que temos 3 espaços meníngeos e um espaço meníngeo virtual, onde o espaço praticamente não e visível 1. Epi ou extradural – Entre a dura-máter e o osso (1 espaço meníngeo); 2. Subdural – Entre a dura-máter e a aracnoide (2 espaços meníngeo); 3. Subaracnóideo – Entre a aracnoide e a pia-máter (3 espaços meníngeo); 4. Subpial – Esse espaço é entre a pia-máter e ao parênquima cerebral, porém, ele é praticamente inexistente pela pia-máter ser muito aderida ao parênquima e com isso, não se consegue ver acúmulo de líquido ou de sangue nesse espaço. (4 espaços meníngeo) HEMORRAGIA SUBARACNÓIDE - O espaço onde ocorre a hemorragia é entre a aracnoide e a pia-máter; - A aracnoide é a camada mais vascularizada, e quando há um sangramento na aracnoide, ele pode ser decorrente de dois motivos, ou trauma ou ruptura de aneurisma, então se o paciente não tiver história de trauma, tem que procurar o aneurisma; - Esse sangramento se for agudo, vai aparecer hiperdenso na TC (branco) - Quando ocorre o sangramento, o sangue vai infiltrando na sulcação cerebral (sulcos do córtex). Página 8 de 39 Na imagem central: onde está circulado era pra ser preto pois é preenchido por liquor e liquor é hipodenso, portanto, cora o branco, devido o sangramento ter invadido o parênquima cortical, o problema está em quando esse liquor circulante entra no ventrículo e faz o hemoventriculo (sangue no interior do ventrículo). O sangramento no espaço subaracnóideo é fluido, tem contato com os sulcos corticais, quando o sangue margeia a sulcação cerebral e tem contato com os ventrículos, acaba que o sangue entra no interior dos ventrículos. Qual o problema disso? O problema é que o epêndima (camada que reveste os ventrículos por dentro formado pelas células ependimarias) presente no ventrículo, responsável por parte da produção de líquor, se irrita com a presença do sangue, o sangue irrita o epêndima, e aí ocorrerão dois problemas: o sangramento com sangue no espaço subaracnóideo, ou seja, há um acréscimo de liquido em um espaço que já tem liquido e ainda estou estimulando o ventrículo a produzir mais liquido e fazer uma hidrocefalia. A tendência é que esse líquido aumente a pressão craniana. Página 9 de 39 Na imagem: localização do epêndima, formado pelas células ependimarias. Na imagem: o normal seria os sulcos estarem preenchidos por liquor (hipodenso – preto). Porém, tudo está preenchido por sangue (hiperdenso – branco); a foice anterior cheia de sangue e todos os sulcos corticais, caracterizando uma hemorragia subaracnóide. Na imagem: 1) Sangue ocupando as cisternas da base (vermelho), ocupando o 4 ventrículo (circulado azul); 2) Sangue ocupando as cisternas da base; 3) Fissura silviana também ocupada com sangue (vermelho), as folias entre os espaços cerebelares com sangue (circulado azul no centro). Página 10 de 39 Na imagem: Sulcos normais com liquor no lado esquerdo; no lado direito uma hemorragia subaracnóidea que ainda está invadindo o parênquima do espaço subaracnóide e os ventrículos cheios de sangue, formando dois volumosos hemoventriculos. HEMORRAGIA SUBDURAL Localizada entre a dura-máter e a aracnoide. Não é formada pelo espaço que entra nos sulcos corticais, não invade todo o parênquima, ela é mais localizada em um determinado local. Normalmente esse tipo de hematoma é composto pela lesão de veias corticais, é “melhor” do que o epidural, porque o epidural ou extradural é um hematoma formado por sangue arterial, e quando se rompe uma artéria, tem muita pressão liberada, já a veia quando é seccionada, ela sangra, porém com menor intensidade Hematoma subdural é uma emergência, mas é mais controlável e/ou não forma hematomas tão grande e tão rápido como o epidural; Página 11 de 39 Tem um aspecto laminar (como uma meia lua), não tem contato com o parênquima, pois ele margeia o parênquima e se espalha entre a dura-máter e a aracnoide, não tendo nenhum tipo de contato com o parênquima, diferente do subaracnoide que entra na sulcacao cerebral. Parte 4 – Paula Ermans HEMATOMA SUBDURAL Classificação e Conceitos: O hematoma epidural ou extradural é um hematoma formado por sangue arterial, o qual quando se rompe uma artéria, existe pressão, tornando o sangramento intenso. No entanto, relacionado a esse quadro, tratando-se de veias, sabe-se que a veia sangra, porém, com menor intensidade. O hematoma subdural é uma emergência. Contudo, por se tratar de rompimentos de veias, é possível conter de uma maneira mais efetiva se comparado aos hematomas epidurais que têm maior pressão. Nesse contexto, de forma esquemática, o hematoma subdural estará entre a dura-máter e aracnoide. O aspecto do hematoma subdural é laminar, semelhante a uma “banana”, ou seja, em um formato de meia-lua, ele tem contato com o parênquima e desce margeando o parênquima, espalhando-se entre a dura-máter e a aracnoide, diferindo do hematoma aracnoide que entra na sulcação cerebral. Página 12 de 39 Na imagem radiológica abaixo é possível visualizar o Hematoma Subdural: A imagem pode ser descrita da seguinte forma: Coleção subdural hiperdensa, ou seja, aguda, frontoparietal do lado direito, ocasionando efeito de massa com desvio da linha média, desvio do sistema ventricular e apagamento da sulcação cerebral. Com isso, tem-se na imagem um Hematoma Subdural hipertensivo, tendo em vista que ocorre uma redução da sulcação cerebral do lado do hematoma, a linha média é empurrada para o outro lado e o ventrículo para o outro lado, forçando todas as estruturas que têm líquido dentro da calota craniana para o lado contralateral. A próxima imagem demonstra um Hematoma Subdural, o qual empurra o ventrículo da linha média, o ventrículo e torna lisa a sulcação cerebral, estrutura essa que confere estabilidade e hemodinâmica aos líquidos que transitam nas meninges. Na imagem podemos afirmar que o paciente sofrerá sintomatologia, devido ao ventrículo está todo comprimido e a redução da sulcação, causando crise convulsiva. Em casos que o paciente “herniar”, ele pode sofrer a herniação das amígdalas cerebelares, as Página 13 de 39 quais comprimem o bulbo ao nível do forame magno, desencadeando parada cardíaca no paciente. OBS.: Conceito Efeito de Massa: Uma lesão que está comprimindo estruturas, exemplos: tumor no olho, o qual está empurrando o olho para o lado, um mioma no útero empurrando o ovário. Pergunta: Dentre as imagens a seguir demarcadas por A e B, qual delas apresenta um hematoma mais recente? Resposta: A imagem B representa um hematoma mais antigo devido toda a parte densa do sangue já foi absorvida, restando apenas o líquor, consequentemente ficando mais escuro, enquanto a imagem A está mais hipodensa contendo ainda os elementos mais densos do sangue. A imagem a seguir evidencia um paciente politraumatizado, percebendo-se um volumoso Hematoma Subdural, o qual está empurrando a linha média, não apresenta sulcação. Página 14 de 39 A próxima imagem mostra um Hematoma Subdural antigo bastante hipodenso com marcas de estilhaço de bala ou cânula no couro cabeludo do paciente. HEMATOMA EPIDURAL Conceito e Classificação: O Hematoma Epiduralpode ser compreendido como um sangramento que acontece fora do parênquima cerebral, irá ocorrer entre o osso e a dura-máter. Pode ser classificado como um hematoma arterial, em que ocasionará em problemas clínicos, haja vista da velocidade sanguínea ao se tratar de artérias, como também apresentará sangramento intenso, e por não conseguir modificar o osso, irá alterar a morfologia da dura-máter, formando uma “bola de sangue”, diferindo do hematoma Subdural que conseguia escorrer. Página 15 de 39 Pergunta: Um Hematoma Subdural hipodenso continua comprimindo a sulcação? Resposta: Sim, enquanto não paralisar o sangramento, irá sim comprimir a sulcação. O Hematoma Epidural acontece frente a uma fratura, em que o sangue ficará entre o osso e a dura-máter (o sangue irá empurrar a dura-máter), abalaudando-se. Nessa perspectiva, quando existe um sangramento subdural visualmente vemos um formato de “banana”, e o epidural uma imagem mais arredondada, pois a dura-máter tem várias ligações com o osso, e quando a dura-máter está ligada ao osso, o sangue não escorre, crescendo e formando uma “bolha”. Paralelamente, entre a dura-máter e a aracnoide, não tem pontos de reparo ou de ligação, sendo assim um espaço aberto, em que o sangue consegue fluir de melhor mais plena. Na imagem seguinte, demonstra-se um paciente politraumatizado com múltiplas fraturas, jogando-se em uma janela de parênquima, percebe-se que a coleção indicada não escorre, formando-se um coágulo, pois é um sangramento arterial. Página 16 de 39 Somando-se à imagem anterior, tem-se o mesmo coágulo com a linha média desviada, ventrículo diminuído, sulcação apagada e tecido cerebral empurrado. A imagem sequente, observa-se uma fixação da dura-máter na calota craniana. Página 17 de 39 O Hematoma Epidural faz uma imagem “biconvexa” e arterial, e o hematoma Subdural escorre e será venoso. REVISANDO: Os três tipos de hemorragia extra-axial, ou seja, fora do parênquima, temos: Subdural, Epidural e Subaracnóidea. Na fase aguda será branco, devido estar cheio de hemácias, leucócitos, plaquetas, gerando densidade, em que com o passar do tempo vai se tornando cinza, pois será absorvido, e posteriormente preto restando apenas com a parte do soro. Subdural: venoso, sem pontos de fixação, escorre entre a dura-máter e aracnoide. Epidural: arterial, apresenta pontos de fixação, relacionado à fratura, vai empurrando formando uma grande “bola” de sangue ou coágulo. Subaracnoide: ocorre entre a aracnoide e a pia-máter (muito aderida ao parênquima), em que irá mergulhar entre toda a sulcação cerebral, ocupando os sulcos, cisternas, podendo ir para o interior do ventrículo, irritando o epêndima, causando o quadro de Hidrocefalia. Página 18 de 39 Parte 05 – Pedro Lucas Gadelha HEMORRAGIA EXTRA-AXIAL: SUBARACNÓIDE (a área circulada em vermelho representa esse tipo de hemorragia) Ele ocorre entre a aracnóide e a pia-máter. Essa última está sempre muito aderida ao parênquima, fazendo com que a hemorragia mergulhe em toda a sulcação cerebral, ocupando sulcos cisternas, chegando a ir para os ventriculos, onde lá ela irrita o epêndima, formando o quadro conhecido como hidrocefalia. Esse quando hidrocefálico se dá porque a irritação do epêndima pelo sangue gera mais líquor. Além disso, é o tipo de hemorragia que é mais vista, uma vez que o subdural e o epidural possuem mais relação com trauma, enquanto o subaracnóide tem relação com trauma e ruptura de aneurisma. Na imagem, embaixo da letra E há uma hemorragia epidural – que se assemelha a um limão. Já a parte que está embaixo da letra S representa uma hemorragia subdural – com forma de banana. Pergunta: Professor, existe alguma possibilidade de alguma hemorragia extra parenquimatosa escorrerem pela meninge e atingirem a medula? Resposta: Às vezes sim e, se isso ocorrer, causa um quadro clínico chamado meningismo, no qual o próprio sangue irrita a meninge, causando dor e irritação neurológica (os sintomas mimetizam uma meningite, como a rigidez do pescoço). Página 19 de 39 HEMATOMAS E CONTUSÕES INTRAPARENQUIMATOSAS Elas ocorrem dentro do cérebro. Ademais, aparecem como áreas arredondadas com sangue – hiperdensas – dentro do parênquima. Ocorrem, também, em locais próximos a estruturas ósseas, uma vez que o cérebro não é completamente fixo dentro do crânio, desse modo, em golpes e contragolpes, o parênquima pode se chocar com proeminências ósseas, principalmente nos ossos frontal, temporal e occipital. São comuns em acidentes automobilísticos. Nessa imagem acima temos um cérebro com um hematoma epidural – localizado na região com a letra E –, uma petéquia – Bolinha branca, que representa um sangramento focal, na região frontal. Esse sangramento, observado na imagem que está circulada, é periférico. Esse tipo de sangramento periférico próximo a estruturas ósseas é importante, pois possuem uma grande probabilidade de serem sangramentos relacionados a trauma. Já sangramento central é mais relacionado a AVC. Página 20 de 39 Na imagem acima, observamos múltiplas áreas de sangramentos – petequeais, algumas até com hematoma subaracnóidea. Essas petéquias estão localizadas na periferia, sendo sugestivas de trauma. Além disso, nota-se que ao redor do sangue – área mais branca – tem-se uma área mais escura (áreas escuras na TC é líquido). Então, nessa área de sangramento, o sangue está mantendo contato com o neurônio e, além de o acúmulo de sangue, também está acontecendo o acúmulo de líquido, ocorrendo edema, pois o sangue faz com que o organismo tenha um aumento da permeabilidade desses neurônios, fazendo edema neles. Já nessa imagem acima, nota-se um edema mais central, circulada em vermelho, longe das extremidades ósseas, está nos núcleos da base, próximo ao putâmen e aos núcleos lentiformes. Assim, quando se tem hemorragias localizadas nas proximidades dessa região, elas são caracterizadas como internas, típicas de hipertensão arterial. Na imagem acima, tem-se áreas de sangramento periférico, contusão hemorrágica. Elas estão circulas. Página 21 de 39 Já na imagem acima, a região que estão embaixo da seta, uma região mais escura, é um edema. Essa situação é ruim, uma vez que está ocorrendo dentro do parênquima e está sendo irritado o epêndima. Então, tem sangue e edema nesse local, aumentando a pressão no crânio. Nota-se também a ausência de sulcação cerebral e a linha média desviada para direita. CURIOSIDADE – FERIMENTO A TIRO Quando um paciente é atingido por uma arma de fogo, o mais necessário a ser visualizado é a trajetória da bala e não ela em si, pois quando se leva um tiro a bala passa lacerando o parênquima cerebral, que possui consistência mole. Nessa imagem, observa-se que o paciente levou um tiro na região fronto-parietal direito, passando no sentido da seta desenhada. Nota-se que o ventrículo, local logo embaixo da letra V, está com sangue e, se a bala passou pelo ventrículo, o paciente possui hemoventriculo. Página 22 de 39 Na imagem acima, tem-se o trajeto da bala composto por sangue, pólvora e estilhaço De acordo com a imagem ao lado, percebe-se que a bala ficou alojada na região da mastoide. Além disso, dependendo do local no qual a bala ficou alojada e do seu trajeto, o paciente pode ou não ter um quadro mais grave. Nota-se, também, uma hemorragia intra parenquimatosa, mas quando se tem um ferimento, a bala ela sai rompendo tudo, podendo ter extra parenquimatoso e intra parenquimatoso. Como consequência desse tiro, o paciente vai perdendo as funções das estruturas nervosas que foram rompidas. Por fim, tiros que atinjam o sistema nervoso, em sua maioria, tem que se retirar a bala do parênquima encefálico. PNEUMOENCÉFALO Pneumoencéfalonada mais é que a entrada de ar dentro do parênquima cerebral. Normalmente, eles ocorrem em traumas que rompem seios da face, principalmente, o frontal ou as mastoides, que tem ar. Assim, ao se visualizar ar no crânio, deve-se investigar a integridade do seio frontal e das mastoides, em seguida ver se o paciente possui histórico de neurocirurgia e, por fim, investigar se o paciente possui abcesso cerebral. Página 23 de 39 Todas essas regiões mais escuras, circuladas em vermelho, representa ar no interior do crânio. Nessa outra imagem temos um pneumoencéfalo hipertensivo, sem sulcação. Nesses casos, o ar comprime tudo. Parte 6 – Rayanna Alves Recém Nascido (RN) – 03 meses – TCE História do Paciente O pai dessa criança de três meses morava em uma comunidade e estava construindo um primeiro andar nessa casa. Em uma noite esse pai chamou a mãe para ver a obra da casa, a mãe subiu no andar de cima com a criança, e por descuido, acabou deixando a criança cair do primeiro andar. Página 24 de 39 Na imagem abaixo temos uma Tomografia Computadorizada com reconstrução 3D. Destacado no círculo vermelho tem-se uma fratura complexa, que abrange a região parieto-occipital, com laceração e com elevação de calota craniana. No momento do exame observava-se a saída de parênquima encefálico no local da lesão. Nesse caso houve uma correlação entre a fratura e o dano cerebral. A criança, infelizmente, veio a óbito. B.K., Mulher, Branca, 78 anos, do lar, Rio de Janeiro História da paciente Um dia essa senhora desceu de casa para comprar pão na padaria, quando parou na calçada e foi atravessar a rua, um carro que vinha de ré na sua direção a assustou, ela deu um passo para trás e acabou acertando um buraco, a senhora caiu e bateu na cabeça na região posterior. Na imagem abaixo é possível observar sangue nas células etmoidais (destacado em vermelho), sangue no seio esfenoidal (destacado em verde), hemorragia intraparenquimatosa no IV Ventrículo (destacado em azul). Página 25 de 39 Na segunda imagem, observa-se: hemorragia intraparenquimatosa frontal (destacado em rosa), destacando-se também áreas de edema Peri-hemorragia (seta branca) e áreas de AVC (destacadas em roxo). Nota-se que linha média está totalmente desviada (seta laranja) e ventrículo completamente apagado. Mais uma vez, na terceira imagem, observa-se: hematoma grande parenquimatoso (destacado em marrom) e múltiplas áreas de sangramento parenquimatoso (seta branca). Infelizmente a paciente veio a óbito no quinto dia de internamento hospitalar. Página 26 de 39 AVC ISQUÊMICO E HEMORRÁGICO Parte mais importante da aula! Entender a fisiopatologia do AVC VISÃO GERAL – ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) • 80% são isquêmicos – é o AVC em que parte do sangue não vai chegar no cérebro e vai gerar as sintomatologias. O cérebro não tem a capacidade de armazenar glicose e energia, e por isso precisa de fluxo constante de sangue para garantir sua oxigenação. Quando esse fluxo é interrompido por algum motivo, aquela área que deixa de ser irrigada vai parar de funcionar e vai gerar uma sintomatologia específica no paciente relacionada a sua função fisiológica; • 20% são hemorrágicos – acontece quando há o rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro e o sangue começa a cair em outras regiões. Nesse caso, o sangue para de chagar na região específica que ele irriga, mas não por isquemia e sim por conta do seu rompimento; • AVC é uma das principais causas de morbi-mortalidade no mundo (segunda causa); • A maior parte acomete a artéria cerebral média (é a que tem mais ramos); • Com a idade o crescimento de casos se torna exponencial, haja vista que o AVC está relacionado a outras comorbidades que se agravam com o avanço da idade: diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia, entre outros. Página 27 de 39 OBS.: A trombose pode causar um AVC, por obstrução de um vaso cerebral por esse trombo solto na corrente sanguínea. OBS.: Aneurisma é diferente de AVS. Aneurisma é quando se tem um vaso que sofre dilatação, no qual a área dilatada é mais frágil e pode causar um sangramento (sangramento por ruptura de aneurisma) • Definição de AVC – É uma lesão vascular isquêmica ou hemorrágica que provoca quadro agudo deficitário em alguma área cerebral; • Terceira causa de morte mais frequente nos EUA; • 400.000 casos/ano com 150.000 óbitos; • Fatores de risco: tabagismo, estresse, DM, dislipidemia, obesidade, hipertensão; • Caracterizado por diminuição no aporte sanguíneo cerebral; • Causas: - Oclusão de grandes vasos (50%); - Oclusão de pequenos vasos (20%); - Embolia (em alguma parte do corpo há geração de um trombo/coágulo e esse acaba sendo lançado contra o cérebro: ▪ Cardíaca (15%) – arritmias, fibrilação atrial, endocardites, aneurismas do VE...; ▪ Não cardíacas – aterosclerose e embolias gordurosas e gasosas. OBS.: A cocaína tem a capacidade de fazer vasoespasmo cerebral, então, pode haver AVC por uso de cocaína. MECANISMOS - O QUE OCORRE NO CÉREBRO QUANDO HÁ UM AVC? Quando ocorre um AVC, a área do cérebro afetada deixa de receber sangue e, por isso, não chega glicose e oxigênio nas células. Assim, a pouquíssima glicose presente no local não consegue ser queimada, pois, para que isso aconteça e para gerar ATP (lembrando que uma molécula de glicose, por meio da respiração celular geral cerca de 36/38 ATPS) são utilizados mecanismos oxidativos. Entretanto, como no vaso não está passando nada por conta da oclusão, todo esse processo torna-se inviável. A célula, então, deixa de quebrar glicose por oxidação, e passa a metabolizá-la em anaerobiose, formando apenas 2 moléculas de ATP por cada glicose. Essas duas únicas moedas energéticas são usadas para manter a vitalidade do núcleo celular, haja vista que Página 28 de 39 não há energia suficiente para manter as outras partes das células (membranas e organelas). Por fim, a bomba de sódio e potássio, que precisa de ATP para funcionar e manter o fluxo de íons constate na célula fica incapacitada e não pode continuar seu trabalho. Assim, há um acúmulo no sódio (Na+) no meio intracelular, o que deixa a célula hipertônica. A célula hipertônica puxa água para o seu interior por osmose e começa a ficar edemaciada, formando cada vezes mais edemas citotóxicos naquela região. Parte 7 – Renato Fonseca A membrana da célula fica cheia e o neurônio começa a inchar até que as estruturas internas param de funcionar pois, a glicose não está presente, como também, a célula se rompe devido ao grande conteúdo interno. A água entra junto com o sódio; não há formação de ATP; tem-se assim, um edema intracelular. OBS.: Presença de Necrose Liquefativa, típica do cérebro, também chamada de Encefalomalácia. Na TC: Se o neurônio era cinza, pois é no cérebro, e começou a juntar água (cinza escuro), na TC, a área do parênquima cerebral vai ficar cinza escura, devido ao edema que está sendo formado graças a presença de líquido. O edema apaga, na TC, a sulcação cerebral e empurra o ventrículo para o lado oposto. Por esses motivos, no AVC Agudo, a área do parênquima fica hipodensa, apaga Página 29 de 39 os sulcos cerebrais, devido ao edema, e desvio do ventículo. • Para que esses eventos apareçam no exame, demora entre 24/36 horas. História: Paciente estudando e percebe que não tem controle da mão, acha que fez um AVC por ser diabético e hipertenso. Ao chegar no Pronto Socorro, o médico percebe que há desvio de comissura labial, alteração visual e perda de movimentação em uma mão, e chega à conclusão que se trata, provavelmente, de um AVC. Ao solicitar uma TC, ela virá normal pois o edema que gera aquelas alterações citadas (substância cinzenta hipodensa, apagamento de sulcação cerebral, compressãosob o ventrículo) só vão aparecer depois de algum tempo. A TC é solicitada para excluir outras causas que possas parecer, ou não, com um AVC. • Caso seja um AVC hemorrágico, o sangramento agudo seria branco, hiperdenso; • Se for um tumor com má formação arteriovenosa que sangrou, é logo percebido. OBS.: Para AVC, não é necessário contraste!!! RESUMINDO: Ao acontecer uma lesão isquêmica, uma área do parênquima fica sem receber sangue, consequentemente, o neurônio começa a trabalhar em anaerobiose, "queimando" um pouco da glicose restante e produzindo pouco ATP. A bomba de sódio e potássio para de funcionar, e com isso, entra sódio e água para dentro da célula, mas não é colocado para fora, ou seja, inversão do fluxo sódio/potássio. Forma-se assim, o edema citotóxico. Página 30 de 39 Na TC, como há bastante água, o parênquima fica mais escuro (hipodenso), apaga- se a sulcação cerebral e há um desvio do ventrículo. O edema aparece depois de 12, 24 horas (RM e TC normais antes desse período, sendo feitas como critério de exclusão de hemorragias, tumores). COMENTÁRIO: Em caso de reperfusões rápidas, tem-se um AIT (acidente isquêmico transitório). Quando um paciente tem uma isquemia, o vaso para de receber sangue apresentando a sintomatologia de AVC. Porém, o organismo dele consegue recanalizar esse vaso com retorno do fluxo e normalização da sintomatologia, também. Formação da placa aterosclerótica: Página 31 de 39 Paciente com AVC e demorou cerca de 4, 6 horas para ir ao hospital, pode ocorrer morte do parênquima, porém ainda é possível salvar muitas áreas, em alguns casos. Porém, devido a essa demora em buscar atendimento médico, tanto a área de necrose, como a área ao redor de baixo fluxo (área de penumbra), vão ser comprometidas. Página 32 de 39 SINAL MAIS PRECOCE DO AVC ISQUÊMICO: Apesar de ser um sinal importante, não é muito comum. A artéria é chamada densa (branca e sem contraste) pelo fato de estar cheia de coágulos.Então, quanto mais coágulos, mais branca ela fica. Página 33 de 39 Nesse caso, a isquemia não foi posterior pois é uma região irrigada por um ramo do sistema vértebro basilar, e não ramo do sistema carotídeo. Página 34 de 39 Paciente que teve AVC, isquemia. Foi feita uma angioressonância nela: Parte 8 – Roseane Matos DIFUSÃO Conceito: Difusão é uma grandeza da ressonância magnética que mostra se a “água” está se movimentando (entrando e saindo do neurônio). OBS.: Toda célula onde entra e sai água, ou seja, onde há aporte de sódio e água, tem difusão. • Neurônio normal: a água entra com o sódio e sai com sódio; Página 35 de 39 • Neurônio isquêmico (restrição a difusão): a água entra bastante e não sai. Chega uma hora que o neurônio está tão edemaciado que a água nem entra nem sai, isto ocorre porque a pressão interna está igual a pressão externa. Quando essas pressões se igualam e não há entrada e saída de água, a difusão (movimentação de água) fica RESTRITA, ou seja, não entra nem sai. A doença que ocorre essa condição é o AVC! OBS.: A difusão restrita pode aparecer de 4h a 6h As áreas circuladas indicam áreas de Difusão Restrita. Então: • Paciente com suspeita de AVC – Realiza-se a Tomografia Computadorizada (TC), pois se tiver sangue, tumor ou má formação, já consegue o diagnóstico. • Caso não tenha AVC na TC, há duas alternativas. A primeira é se o paciente tiver edema citotóxico e, consequentemente, começar a fazer a área de isquemia, a ideia é começar a tratar e esperar 12h a 48h. Ou, se o paciente tiver estável, faz-se a Ressonância Magnética (RM) que irá mostrar a área de isquemia mostrada na difusão, como Restrição a difusão, que é a sequência mais precoce para se ver um AVC na RM. OBS.: “água parada” (restrição a difusão) → sem oxigênio e glicose → isquemia Lembrar! A Restrição a Difusão é a sequência mais precoce para se ver um AVC na RM. Enquanto na TC o sinal mais precoce de AVC é a artéria cerebral hiperdensa. Página 36 de 39 Figura 2: A área demarcada evidencia um AVC considerável ocluindo a Artéria Cerebral Média Na imagem ao lado, a parte branca evidencia Restrição a Difusão Figura 3: Restrição a Difusão pegando um AVC no lobo occipital Página 37 de 39 Figura 4: Isquemia leva a necrose. Os pontos vermelhos mostram Necrose liquefativa (“água”) – morte do parênquima. AVC HEMORRÁGICO • Apesar de dominar apenas 20% dos AVC’s, ele é extremamente importante, pois aquela área que está depois do sangramento não irá receber aporte sanguíneo; • Principais causas: Hipertensão + Aterosclerose; Isto acontece, pois a pressão aumenta em um vaso que portador de aterosclerose em sua parede, até que chega um ponto que esse vaso não aguenta tanta pressão, rompe, e quando rompe, ele sangra. • Ocorre preferencialmente na Artéria Cerebral Média; • Dependendo do local e da quantidade de sangue, a mortalidade é elevada; • Principal localização: Núcleos da base (região central) OBS: Lembrar que quando houver sangramento periférico associar a Traumas. Já quando for sangramento central, associar a AVC. Explicação: os vasos entram no cérebro da periferia em direção ao centro (observar como a substância cinzenta é vascularizada, devido sua importância na motricidade, sensibilidade, inteligência etc.) e apenas poucos vasos vão em direção a substância branca (responsável pelos movimentos “automáticos” da rotina). Se ocorre um pico de pressão e entra pela periferia, onde localiza-se a substância cinzenta, ela consegue se dissipar essa pressão pela quantidade de vasos. Entretanto, os Página 38 de 39 vasos do centro, que são finos e longos que irrigam a substância branca, NÃO aguentam a pressão – AVC hemorrágico. AVC hemorrágico. Área circulada (“branca”) mostra uma área de sangramento na área central. OBS.: um AVC isquêmico seria cinza e se localizaria na periferia. E o trauma de crânio com hematoma seriam “petéquias” ou “bolinhas”, perto de estruturas ósseas. AVC hemorrágico na região central (Putâmen). Página 39 de 39 AVC hemorrágico central próximos ao núcleo da base, pegando o braço anterior e posterior da cápsula interna. Está “branco” porque sangrou. Sangrou quando? Recentemente. Na região periférica? Não, porque a região periférica tem substância cinzenta, bem vascularizada e suporta o aumento de pressão. Sangrou na região central, onde os vasos não suportam tamanho aumento de pressão, ocasionando AVC hemorrágico. RESUMO Raio-x praticamente não se usa mais. A grande maioria dos exames para avaliar o sistema nervoso é Tomografia Computadorizada (TC) e Ressonância Magnética (RM); A TC para avaliação de trauma é um método muito bom, uma vez que consegue visualizar sangue e tem seu procedimento feito de forma rápida, de modo a não colocar o paciente em risco, enquanto na RM demora muito; No AVC (principalmente isquêmico), a primeira coisa que se faz é a TC para ver se realmente é um AVC isquêmico (que muitas vezes vai dar normal) OU se ali tem uma área de sangramento OU uma área de tumor que está mimetizando o AVC; O AVC hemorrágico é localizado na área CENTRAL; A Restrição a Difusão é a sequência mais precoce para se ver um AVC na RM.
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