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1 OS OBJETIVOS DA AULA SÃO Avaliação do padrão radiológico (temos dois padõrs principais de doença alveolar que são a consolidação [preenchimento alveolar mais extenso onde não conseguimos visualizar a trama vascular) e vidro fosco (preenchimento menos extenso onde conseguimos visualizar a trama vascular), padrão intersticial] Bronquiolites (inflamação do bronquíolo terminal – ocorre bem no centro lobar) Casos típicos em contexto clínico apropriado AVALIAÇÃO DO PADRÃO RADIOLÓGICO Consolidação: podemos separar em 3 casos Lobar: há o comprometimento de apenas um lobo pulmonar, que é o padrão da pneumonia comunitária por S. pneumoniae Difusa: broncopneumonia (S. auerus) Multifocal (S. auereus) DEVE-SE LEMBRAR QUE A CONSOLIDAÇÃO INFECCIOSA É UMA OPACIDADE SEM PERDA DE VOLUME, ENQUANTO A ATELECTASIA É UMA OPACIDADE COM PERDA DE VOLUME. Intersticial: podemos separar em 3 casos Reticular: somente linhas Reticulonodular: linhas e nódulos “malhado” Micronodular: pontilhado fino e isolado (pensar em tuberculose miliar e histoplasmose) NO RX É DIFÍCIL DE VISUALIZAR, É MAIS FÁCIL NA TC. Nódulo e massa se diferenciam apenas pelo tamanho, da seguinte forma: Micronodulo: abaixo de 3 mm Nódulo: entre 3mm e 3 cm Massa: acima de 3 cm CONSOLIDAÇÃO ALVEOLAR Consolidação é um sinal radiológico inespecífico de preenchimento alveolar (podendo ser por transudato, pus, sangue, células, etc). CONSOLIDAÇÃO PULMONAR NÃO É SINÔNIMA DE PNEUMONIA, DEVE-SE VER CLÍNICA, LABORATÓRIO, SABER SE É AGUDA OU CRÔNICA, ETC. No RX teremos: Opacidade homogênea escurecendo a trama vascular (é o que diferencia do vidro fosco) Sinal da silhueta (ausência do contorno normal entre o parênquima e a estrutura adjacente) Broncograma aéreo (como a doença é alveolar, os brônquios estão normais) Extensão à superfície pleural (fissura), sem atravessá-la Ausência de perda de volume (diferencia de atelectasia) PNEUMONIA LOBAR – preenchimento alveolar por exsudato inflamatório composto de edema (líquido) e neutrófilos polimorfonucleares (células inflamatórias), com pouco ou nenhum dano tecidual. 2 A PNEUMONIA LOBAR TENDE A NÃO EVOLUI PRA NECROSE, DIFERENTEMENTE DA BRONCOPNEUMONIA. Tem inicio na periferia junto à pleura visceral. Disseminação pelos poros de Hohn e canais de Lambert (comunicações intra acinares), então a propagação da doença é pelos alvéolos em contiguidade. Na imagem teremos uma condensação alveolar lobar +/- homogênea. 1 lobo comprometido – inicio na periferia Na imagem em PA há uma consolidação alveolar homogênea e para na fissura horizontal, como está em apenas um lobo pulmonar, tem uma pneumonia no lobo superior direito, causada provavelmente por pneumococo. Na TC, vemos bem o broncrograma aéreo tem uns pontinhos pretos que são brônquios preservados e é possível observar uma opacidade homogênea. Na imagem, 1 semana depois o paciente não apresenta melhora radiológica, mas isso não significa que devemos mudar o tratamento. Temos aqui uma dissociação radiológica, onde o paciente apresenta melhora clínica e laboratorial, porém, no pulmão a melhora é um pouco mais tardia. É IMPORTANTE LEMBRAR QUE A RESPOSTA DA IMAGEM DEMORA MAIS QUE A CLÍNICA PARA MEHORAR, MAS ISSO NÃO SIGNIFICA QUE O PACIENTE AINDA ESTÁ DOENTE. TLA COMO, SE TIVER UM PACIENTE COM CLINICA DE PNEUMONIA, MAS NÃO TEM IMAGEM, NÃO DEVE-SE AFASTAR A OPÇÃO DE PNEUMONIA. Olhar a região ao retrocardíaca pois a pneumonia pode se “esconder la” (ponto cego). A densidade/transparência do coração tem que ser igual por um todo. A melhor incidência para ver essa região é perfil. Outro ponto cego é o ápice pulmonar por conta da sobreposição da clavícula. No perfil se observa o gradiente ápico-basal de transparência: a região inferior tem que ser mais transparente (preta) que a superior, porque na parte superior há estruturas musculoesqueléticas da cintura escapular e na parte inferior não há nada para atrapalhar a projeção dos feixes de raio-x. No exame acima, houve uma inversão desse padrão porque em cima a transparência está normal, mas na região inferior está opaco. 3 Na foto acima temos um caso de sinal de silhueta no lobo esquerdo pulmonar, onde não é possível diferenciar o ventrículo esquerdo. Assim, ela é de lobo superior, pois o VE está localizado na língula. No perfil é possível observar que a consolidação está acima da fissura oblíqua, caracterizando sua localização no lobo superior. A TRAQUEIA PODE SER NATURALMENTE DESVIADA PARA A DIREITA, O DESVIO PARA A ESQUERDA QUE É TOTALMENTE PATOLÓGICO. Se tivesse no lobo inferior, especificamente na base pulmonar, esse sinal seria sinal da silhueta com hemicupula frênica (não veríamos a cúpula diafragmática). Se o sinal da silhueta estivesse sobre o VD, a doença estaria no lobo médio. Nessa TC do mesmo paciente acima, fica mais fácil de observar a consolidação alveolar homogênea e o broncograma aéreo. BRONCOPNEUMONIA Na histologia é uma inflamação peribronqueolar (ao redor do bronquíolo terminal) com edema menos abundante, porém com maior dano tecidual. SUA DISSEMINAÇÃO É DE FORMA CANALICULAR Geralmente as pneumonias complicadas são broncopneumonias. Aqui as consolidações são multifocais e bilaterais, levando a um padrão de preenchimento nodular (ácino). Além disso, podemos ter achados de bronquiolite associados, como nódulos centrotubulares que podem se ramificar em árvore de brotamento. No padrão radiológico da imagem acima teremos uma consolidação bilateral e multifocal, causada por Legionella. Vê-se um padrão radiológico de broncopneumonia, vê- se doença em ambos os pulmões. A consolidação do lobo superior direito está mais avançada e há padrão em vidro fosco. QUANTO MAIS OPACO, MAIS PREENCHIDO O ALVÉOLO ESTÁ. 4 Na TC, se observa muito mais facilmente uma consolidação mais heterogênea, padrão em vidro fosco, broncograma aéreo e opacidades acinares (nodulares). No lobo inferior direito também já tem doença (há vidro fosco) e isso não era visualizado no raio x. VIDRO FOSCO SERIA UM PREENCHIMENTO ALVEOLAR INICIAL, QUE CASO NÃO SEJA TRATADO, EVOLUI PARA UMA DOENÇA MAIS GRAVE. Também é um caso de síndrome infecciosa e é possivel observar o padrão central da broncopneumonia, onde a periferia está livre/preservada. A consolidação começa ao redor do bronquíolo terminal e vai progredindo para outros lobos pulmonares através da via respiratória. Por isso há opacidades focais, padrão em “vidro fosco”, padrão nodular/acinar. Aqui temos uma imagem sugestiva de abcesso ou tumor cavitário/necrosado. É uma lesão cavitada com nível hidroaéreo, nesse caso é um abcesso. Forma nível hidroaéreo porque a inflamação erodiu a parede do brônquio, ganhou comunicação com a árvore respiratória e entrou ar e, por isso, esses pacientes podem vomitar pus. ENTÃO, ABCESSO É UMA PNEUMONIA QUE EVOLUIU COM PUS E INVADE A ÁRVORE RESPIRATÓRIA. Após uma semana de ATBterapia o conteúdo líquido aumentou, porém a cavitação diminuiu. 1 mês depois da ATBterapia sumiu o nível hidroaéreo, porém ainda há uma imagem cística hipertransparente. Isso ocorre devido a um fenômeno valvular de cicatrização que forma uma pneumatocele. A pneumatocele desaparece com o tempo e é comum na faixa pediátrica. Caso não desapareça, significa que ainda já uma cavitação residual no parênquima. 5 Na TC o paciente está deitado, então o líquido desce e o ar sobe, por isso o nível hidroaéreo é diferente do raio x, onde o nível fica na parte de cima da lesão porque o paciente está em pé, então o líquido, que é mais denso, fica para baixo e o ar para cima. Se injetarmos contraste, a cápsula vai captáloporque é inflamatória (área mais escurinha), assim, conseguimos delimitar melhor. ASSIM O ABCESSO É FORMADO POR UM LÍQUIDO, GÁS COM NÍVEL E UMA CÁPSULA. Somente para fazermos uma diferenciação de uma pneumonia necrotizante (consolidação cavitada) para um abcesso, a primeira não forma um nível hidroaéreo e a segunda tem um nível hidroaéreo bem delimitado. mulher, 37 anos, dispneia + febre há 3 dias É possivel identificar uma consolidação no pulmao direito e esquerdo atrás da área cardíaca, sendo assim, um padrão de broncopneumonia. Na incidência de perfil é possível obsevar mais facilmente que o gradiente está alterado (as vertebras inferiores estão mais opacas, pela projeção da doença). 1 dia depois fica “óbvio” onde está a doença. Temos uma consolidação pulmonar nas duas bases alveolares. 6 AO ACHAR ALGUMA LESÃO NO PARÊNQUIMA NÃO SE DEVE FECHAR LOGO O DIAGNÓSTICO, É IMPORTANTE ANALISAR TODA A RADIOGRAFIA. Não tem sinal de silhueta pois não há perda de contorno. Após um dia, o paciente teve essa evolução. Não é um caso de broncopneumonia porque não tem febre, aqui temos um caso de edema alveolar com padrão de “asa de borboleta/morcego”. Paciente sem síndrome infecciosa sob tratamento incorreto com ATB, portanto, não houve melhora do quadro clínico. É um caso de carcinoma bronquioalveolar/ adenocarcinoma que apresenta esse padrão pneumônico. Difere de um carcinoma epidermoide, que geralmente se apresenta como massa ou nódulo. Consolidação pode ser edema, tumor, pneumonia, etc. e, por isso, é sempre importante correlacionar com a clínica. Existem consolidações agudas e crônicas, sendo a clínica e a evolução importantes para diagnóstico diferencial. Nessa imagem temps exemplos de diagnósticos diferenciais de consolidação. PADRÃO INTERSTICIAL No padrão intersticial temos os padrões: Reticular Reticulonodular Micronodular A causa mais frequente do padrão reticular agudo é o edema intersticial da insuficiência cardíaca. Tipicamente o padrão intersticial da infecção é o viral/gripal. Olhamos o parênquima e é mais difícil ver aquelas consolidações homogêneas, veremos mais os padrões reticulares (linhas). A pneumocistose e o micoplasma pneumoniae também podem cursar para um quadro de pneumonia intersticial com padrão reticular. 7 Aqui temos um paciente com pneumocistose com padrão reticulonodular grosseiro, com linhas e nódulos. Não conseguimos determinar um padrão. Nessa imagem temos um padrão intersticial mais discreto, com linhas mais finas. Nesse caso, pode ser um quadro de edema intersticial cardiogênico ou uma infecção, temos que olhar o contexto clinico. O padrão linear reticular pode ser bi ou unilateral. BRONQUIOLITE INFECCIOSA É uma inflamação no bronquíolo, mais comum por causa viral (principalmente em crianças). Nos adultos a principal causa também é viral, porem tem uma maior incidência de agentes bacterianos, como mycoplasma. Em pacientes imunossuprimidas podemos ter infecção por germes mais atípicos. Aqui temos uma representação esquemática do lobo pulmonar secundário, onde no centro temos o bronquíolo centrolobular (em preto), a arteríola terminal (em azul) e os vasos linfáricos e veias pulmonares (em amarelo) na periferia. A doença do bronquíolo terminal é uma doença no centro do lóbulo pulmonar secundário, então podemos ter frequentemente a imagem em cacho de uma, indicando a progressão da inflamação desse local. Aqui temos uma representação da doença micronodular. Nessa doença temos 3 padrões diferentes: Aleatório: tem também comprometimento da periferia e da superfície pleural, nesse caso temos um diagnostico de tuberculose miliar/histoplasmose Centrolobular: bronquiolite (não toca a superfície pleural) Perilinfática: compromete os vasos linfáticos, tendo uma disseminação pro septo interaveolar ou pelas reflexões pleurais. A “árvore em brotamento” é sinal patognomônico de doença bronquiolar e na tabela ao lado estão seus diagnósticos diferenciais. A BRONQUIOLITE RARAMENTE É DIFUSA. 8 A imagem superior é um corte tomográfico standard (padrão) em que se observa os micronódulos centrolobulares tanto na base esquerda quanto na direita, sendo que esses micronódulos podem se dicotomizar. As vezes se faz a técnica MIP em que se soma as imagens de alta densidade e se identifica melhor as imagens em cacho de uva (que é o micronódulo se ditocomizando na árvore respiratória). Como o nódulo está localizado no centro, ele não toca a superfície pleural. O micronódulo que toca a superfície pleural tem distribuição hematogênica ou perilinfática, e isso é importante no diagnóstico diferencial das doenças micronodulares. Quando o micronódulo não toca a superfície é provavelmente um quadro de bronquiolite. Aqui temos outro exemplo com vários micronodulos que não tocam a superfície pleural e consolidação cavitada. Nessa imagem temos uma disposição de micronodulos difusos, sugestivo de tuberculose miliar. A tuberculose miliar tem um padrão micronodular, disseminação hematogênica e é difusa. O paciente foi submetido a uma TC onde obsevamos que a superfície pleural está preservada e as fissuras são lineares de aspecto normal, por conta disso, é uma doença centrolobular. Esse paciente tem um caso de panbronquiolite difusa Aqui temos uma bronquiolite que acomete tanto o lobo médio (LM) quanto a língula. Observa-se 9 micronódulos com formação de árvore em brotamento (cachos de uva) e um padrão centrolobular. Nessa localização, é bem tipio de myocbacterium avium. COMPROMETIMENTO DO LM E LÍNGULA COM BRONQUIECTASIA ASSOCIADA -> MAC OU LADY WINDERMERE (CAUSA TOSSE CRÔNICA E FEBRÍCULA). INFECÇÕES COM PADRÃO RADIOLÓGICO TÍPICO EM CONTEXTO CLINICO Vemos um nódulos periféricos cavitados, juntamente com um aspecto de vidro fosco. Os nódulos predominam na parte superior e na periferia. É causado por uma embolia séptica (pulmã é acometido de forma secundaria, o embolo vem de outro lugar). Vemos uma hipotransparência que predomina no terço médio e na parte central do parênquima. Temos uma consolidação pulmonarem asa de borboleta, sugestivo de pneumocistose ASSIM, PACIENTE COM HIV+, RX COM CONSOLIDAÇÃO OU VIDRO FOSCO PERI-HILAR, CENTRAL, POUPANDO PICES EBASE = PNEUMOCISTOSE. HIV +, interrupção recente TRAV, dispneia e tosse seca há 7 dias Aqui, temos um padrão mais atípico, onde a periferia está comprometida, mas pelo contexto clínico se pensa em pnumocistose. Na TC se observa padrão em vidro fosco bilateral, com comprometimento mais central (preservamento relativo da periferia). 10 Aqui, temos o caso clssico de pneumocisose (vidro fosco + cistos) VIDRO FOSCO COM CISTOS É PRATICAMENTE PATOGNOMÔNICO DE PNEUMOCISTOSE. No RX vemos nódulos bilaterais, inespecíficos. Na TC, vemos nódulos brancos e com atenuação em vidro fosco (cinza mais claro) que é o sinal do halo Esse é um caso de aspergilose angioinvasiva. O nódulo é o fungo e o vidro fosco é uma hemorragia. A ASPERGILOSE ANGIOINVASIVA ACOMETE PACIENTE COM IMUNODEPRESSÃO SEVERA, COMO USO PROLONGADO DE CORTICOESTEROIDES, NEUTROPENIA, DOENÇA ENXERTO X HOSPEDEIRO APÓS TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE MEDULA ÓSSEA, SIDA EM ESTÁGIO FINAL. Paciente neutropênica jovem, transplante de MO, febre Paciente que fez transplante deve ser considerado imunodeprimido. A mulher do caso ao lado apareceu com uma consolidação no PE sobre a sombra cardíaca, ou seja, está localizada na língula. Na TC, observa-se consolidação nodular e ao redor há o vidro fosco, que é típico da aspergilose angioinvasiva. Pode haver mais de um tipo de consolidação. É importante lembrar desse diagnóstico porque otratamento é com antifúngico, e não com antibacteriano. 11 Aqui temos um paciente de faixa etária pediátrica e se pode afirmar isso devido às epífises abertas, isto é, não fundidas com a metáfise. O timo também seria uma opção para avaliar a faixa etária, mas nesse caso ele está normal. Há uma massa no lobo superior direito e a fissura está abaulado. Se fosse um adulto, se deveria pensar em tumor de pulmão, mas em criança é pneumonia redonda tipicamente causada por Klebsiella pneumoniae. Também é chamada de pneumonia do lobo pesado porque abaula a fissura. 12 DPOC É constituída por enfisema e bronquite crônica. ASMA Um paciente asmático fez uma TC na janela de pulmão e conseguimos observar: Vidro fosco (colapso alveolar fisiológico por uma expiração forçada) Traqueia diminuída (no paciente asmático quando a gente pede a expiração forçada temos a alteração da traqueia) Áreas hipoatenuantes (áreas patológicas que representam o ar aprisionado) Então, na rotina, temos que fazer a TC normal (inspiração) e uma de expiração forçada (quando houver suspeita de asma). Não tem associação com tabagismo. BRONQUITE CRONICA É uma inflamação da parede do brônquio, por conta do excesso da produção de muco, que ocasiona um espessamento da parede brônquica. Com isso, o achado pulmonar será somente esse espessamento da parede. O fenótipo desse paciente é geralmente é gordinho, azulado, com bastantes achados na ausculta de pulmão (paciente secretivo). ENFISEMA Soprador rosa, paciente magrinho, geralmente rosado, com o tórax “para dentro”, alargamento do diâmetro antero posterior do tórax, não tem secreção. Geralmente associada ao tabagismo. As paredes alveolares são destruídas, por causa da toxicidade do cigarro, sofrem inflamação que causa destruição das membranas alveolares, aumentando o 13 espaço aéreo distal, que não faz troca gasosa (porque não é saudável). Há um aumento do aprisionamento aéreo nas porções aéreas distais. AUMENTO DO ESPAÇO AÉREO DISTAL, SEM FIBROSE. SUBTIPOS DE ENFISEMA PRINCIPAIS Centrolobular: é o que está fortemente relacionado ao tabagismo, está localizado nos lóbulos superiores e nos segmentos apicais dos lóbulos inferiores, comprometendo assim, os bronquíolos respiratórios proximais. As lesões predominam no terço superior dos pulmões, ao redor da arteríola e do bronquíolo terminal. Panlobular: está relacionado à deficiência de alfa-1 antitripsina, que causa uma destruição alveolar uniforme do lóbulo pulmonar secundário, predominando nos lóbulos inferiores. Paciente pode ter inflamação hepática associada. OUTROS Parasseptal: a destruição enfisematosa está localizada na periferia do pulmão adjacente à pleura ou aos septos interlobulares. Pode ocorrer de forma isolada e frequentemente está associada aos enfisemas principais. Quando as lesões são maiores e rompem, pode ocorrer um pneumotórax espontâneo. Paracicatricial: é a destruição do parênquima pulmonar adjacente à área cicatricial. Não possui relevância clínica. ACHADOS DE IMAGEM DO ENFISEMA – RADIOGRAFIA SIMPLES Somente terá achados no RX se o enfisema for mais avançado, no inicio da doença o RX será normal. 14 Entre os sinais de hiperinflação pulmonar teremos os seguintes achados (sinais diretos – relacionados a hiperinsuflação pulmonar): Retificação do diafragma Aumento do espaço claro retroesternal Aumento da transparência pulmonar Aumento do diâmetro AP do tórax (só da pra identificar no perfil) Alargamento do espaço intercostal (hiperinsuflação pulmonar) Traqueia em bainha de sabre QUANDO PENSAMOS EM HIPERINSUFLAÇAO, PENSAMOS EM ENFISEMA. Entre as alterações vasculares teremos (achados secundários – indiretos) Pobreza vascular, arquitetura distorcida. HAP: 1. Perda de visualização do vasos periféricos (vasoconstrição reflexa) 2. Aumento de calibre das artérias centrais (por conta da redistribuição do fluxo sanguíneo pulmonar). 3. Aumento do calibre do VD (tem que trabalhar com mais força devido ao aumento do fluxo nas artérias centrais). NA PRATICA É MUITO DIFICIL DE ACHAR ISSO, GERALMETE SÓ EM PACIENTE QUE JÁ TEM ENFISEMA HÁ MAIS TEMPO. No exame de RX, o tórax em perfil tem uma maior facilidade de observar a retificação das cúpulas. Outro achado importante no perfil é o aumento do espaço claro retroesternal, esse espaço normalmente é pequeno e pode ser até inexistente, mas em enfisematosos estará bem alargado. No PA vemos um enfisema mais avançado, tendo a presença de uma hipertransparência pulmonar de predomínio em lobos superiores, um aumento do espaço intercostal (por conta do aprisionamento aéreo – da pra ver melhor em PE) e pobreza vascular nos lobos superiores. Nesse outro caso, a traqueia está com bainha de sabre (ocorre um afilamento na traqueia). Na TC a traqueia tem um maior diâmetro antero posterior. Na TC é muito mais fácil observar as alterações pulmonares, como vemos nas imagens abaixo: Na primeira coluna temos o exemplo de um enfisema centrolobular. As lesões são císticas e hipoatenuantes. Como a destruição é ao redor do bronquíolo e da arteríola, teremos manchas pretas com pontinhos 15 brancos no meio. (O pontinho branco é a arteríola centrolobular). Na segunda coluna temos o exemplo de um enfisema panlobular, onde ocorre a destruição completa dos alvéolos distais, comprometendo todo o septo interlobular. Então as linhas que tem na imagem são o septo interlobular. Na terceira coluna temo sum enfisema parasseptal. É aquele que ocorre principalmente na periferia, com uma única camada de lesão junto à pleura. Sua relevância clinica é que pode causar um pneumotórax. Nas imagens abaixo, observamos um enfisema centrolobular, uma vez que as lesões predominam nos lobos superiores. Temos essa certeza por causa do predomínio das lesões nos lobos apicais e no ápice dos lobos inferiores. Na imagem abaixo temos um paciente com pneumotórax, bolhas e enfisema centrolobular Nessa imagem abaixo, vemos um enfisema parasseptal associado a um enfisema centrolobular. Num corte um pouco mais inferior repara-se o acometimento tanto da pleura costal tanto da pleura mediastinal, além da presença de uma bolha subpleural e mais lesóes típicas de enfisema centrolobular. 16 Esse é um caso abaixo é de um exuberante de enfisema parasseptal, atente-se para a trajetória das lesões ao redor da periferia dos lobos. Nesse caso abaixo temos lesões de enfisema panlobular (devemos olhar a base). Paciente enfisematoso avançado Aqui temos um RX simples de um paciente enfisematoso No RX quase não visualizamos nada, porém quando olhamos a TC do mesmo paciente, temos achados: Ainda no mesmo paciente em um outro corte na TC vemos 17 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Cistos – paredes bem definida e não tem arteríola centrolobular Enfisema – parede muito fina ou ausência de parede e presença de arteríola centrolobular 18 ANATOMIA CARDÍACA RELAMBRANDO CONCEITOS O mediastino do lado esquerdo tem 3 contornos: Arco aórtico Tronco arterial pulmonar VE Do lado direito teremos: Artéria interlobar AD Quando vamos avaliar uma imagem de tórax temos que avaliar a veia cava superior. Ao observar a traqueia vê-se que na linha paratraqueal direita é bem fina. Quando há ICC causada por estase venosa é possível visualizar a veia cava superior, essa via se mostrar como uma estrutura tubular. Devemos observar também os recessos costofrênicos, já que a retificação destes, indica um derrame pleural inicial. No lobo pulmonar secundário as alterações estarão nosseptos interlobulares e no interstício peribroncovascular, os quais de encontrarão mais espessados. Esse espessamento é causado devido ao edema intersticial pelo aumento da pressão venosa pulmonar por uma insuficiência cardíaca esquerda. Em uma TC normal, visualizam-se apenas as arteríolas terminais. 19 Nessa imagem temos um exame NORMAL. INDICE CARDIOTORÁCICO (ICT) Na pratica pegamos o maior eixo obliquo do coração e vemos se ele está entrando em C/2. Melhor do que isso, é ter um exame anterior do paciente, assim, você consegue comparar um com o outro. INTRODUÇÃO É um baixo débito cardíaco decorrente de falência cardíaca, alta resistência circulatório ou sobrecarga hídrica. A IVE é o mais comum, ela causa um baixo DC e um aumento da pressão venosa pulmonar. Se isso não for resolvido, teremos um aumento da artéria pulmonar. Então na radiografia, veremos principalmente extravasamento de liquido para o interstício e espao pulmonar -> edema pulmonar A IVD geralmente é resultante de falência sustentada de VE ou doença pulmonar. Ela possui 3 estágios: Para avaliar esses e outros achados característicos da ICC é necessário realizar o RX com o paciente em ortostase, seja em pé ou sentado, para que haja ação da gravidade, que é essencial para promover as alterações radiológicas. REDISTRIBUIÇÃO Nos seus achados temos cefalização da trama vascular, aumento do pedículo ventricular (único sinal exclusivo da ICD) e insurgitamento hilar (aumento do calibre das artérias pulmonares na porção próxima ao hilo, não é possível observar nessa radiofgrafia). EDEMA INTERSTICIAL 20 Nesse caso, o paciente passa a ter um extravasamento de líquido para o interstício septal e peribroncovascular. Nessa fase surgem linhas perpendiculares a pleura, melhor observadas nas periferias das bases e de aspecto reticular, essas são as linhas de B de Kerley e sugerem líquido no interstício septal. O edema localizado no interstício peribroncovascular também pode ser visto na radiografia acima. Esse se baseia no espessamento dos vasos gerando um aspecto “borrado” e que torna dificil a observação do caminho percorrido por cada vaso de forma individual, estão todos dilatados Assim, os achados nessa fase são: Linhas de B de Kerley Indefinição das paredes vasculares Nessa imagem podemos ver que nafase descompensada há uma dilatação dos vasos hilares e um espessamento peribroncovascular, o que ocasiona perda da definição do trajeto da trama vascular pulmonar Aqui vemos um RX de uma ICC já que existe visualização da veia cava superior (não aparece numa ICE). Há um evidente aumento da área cardíaca, ingurgitamento hilar (diferentemente da linfonodomegalia onde o aspecto é nodular aqui é algo mais uniforme, os vasos estão “gordos”), cefalização da trama vascular, linhas B de Kerley (mais presentes na base esquerda), amputação dos seios costofrênicos laterais, também maior na base esquerda e indefinição das paredes vasculares. Nessa radiografia o sinal mais evidente é a presença das linhas B de Kerley. É preciso ter cuidado para não automaticamente visualizar os outros achados apenas por ter encontrado as linhas. Aqui não há cefalização das tramas (os vasos apicais estão normalmente menores que os da base). A visualização clara da veia cava superior também não se observa perfeitamente, pode ser que tenha ou não. Não é necessário observar sinais de redistribuição sempre que há achados de edema intersticial, eles podem desaparecer. 21 Na TC é bem mais fácil de visualizar o espessamento septal, devido a estase venolinfática e espessamento peribroncovascular pelo aumento do interstício. EM FUMANTES CRÔNICOS OCORRE ESPESSAMENTO, POREM PELO AUMENTO DA PAREDE DO PRÓPRIO BRÔNQUIO. Nessa mesma TCAR há padrão de vidro fosco bilateral nas bases, isso ocorre muitas vezes em pcts que ficam muito tempo acamados. O que ocorre é uma estase venosa e atelectasia decúbito dependente, é fisiológico. Se o pct voltar a ortostase e se movimentar isso desaparece. Nessa TCAR temos os mesmos achados: espessamento septal e peribroncovascular. Mas esses achados estão retidos apenas ao lobo superior do pulmão esquerdo, não há porquê um edema cardiogênico ser unilateral (a não ser que o pct esteja em decúbito lateral por muito tempo). Por isso é sempre importante relacionar a clínica, esse é um caso de linfangite carcinomatosa por metástase de CA de mama. Visualiza-se não os nódulos mas sim o consequente acometimento linfático. EDEMA ALVEOLAR Ocorre uma consolidação alveolar peri-hilar bilateral com predomíneo do terço médio e tendência a poupar as bases, ápices e periferia. É O MESMO ACHADO DO PCT HIV+ COM PNEUMOCISTOSE. É O SINAL DA ASA DE MORCEGO/BORBOLETA. Nessa imagem també há ingurgitamento hilar, linhas B de Kerley (edema septal) e VCS aparente. O edema alveolar também pode se apresentar dessa forma como opacidades acinares que se confundem com nódulos de metástase (tem que correlacionar com a clínica). Há um maciço ingurgitamento hilar, indefinição completa da parede dos vasos, linhas B de Kerley. Não há sinal da asa de morcego, mas essas opacidades acinares são transudato, é decorrente da ICC também, é edema alveolar. 22 Nessa TC vemos um edema pleral bilateral e edema alvoelar se apresentando como vidro fosco com predomíneo central, preservando a periferia (é o mais comum mas em algns casos pode afetar a periferia também). Para diferenciar o vidro fosco de uma consolidação alveolar é só reparar que o vidro fosco não impede a visualização da trama vascular ao redor da opacidade. Podemos diferenciar tbm de uma pneumonia lobar porque a pneumonia começa na periferia e vai pro centro, ou seja, o caminho é inverso. O PACIENTE PODE APRESENTAR EDEMA ALVEOLAR SEM SINAIS RADIOLÓGICOS DE EDEMA INTERSTICIAL. DEURRAME PLEURAL Na ICC é em 70% dos casos bilateral e o acúmulo tende a ser maior no lado direito devido a uma drenagem linfática menos eficaz do pulmão direito. A radiografia tem que ser feita em ortostase para que haja ação da gravidade, se o pct não for capaz de ficar em pé ou sentado a alternativa é realizar o RX em Laurell no lado suspeito de derrame. É MUITO MAIS SENSÍVEL IDENTIFICAR O DERRAME PLEURAL EM PE (HÁ OBLITERAÇÃO DOS SEIOS COSTOFRÊNICOS) DO QUE EM PA (PARÁBOLA DE DAMOISEAU). Aqui vemos um derrame pleural em perfil, o qual se comporta como uma olbliteração do seio costofrênico posterior e também pode fazer parábola de Damoiseau. Devemos lembrar também do derrame pleural subpulmonar. Ao olhar de primeira pode parecer que os pulmões estão hipoinsuflados e que a hipotransparência inferior 23 é o diafragma, mas não é. Podemos chegar a essa conclusão ao observar a localização da bolha gástrica em perfil, o diafragma se localiza imediatamente acima dela. Assim, esse aumento da hipotransparência entre o diafragma e o pulmão se deve a um edema da pleura retido abaixo do pulmão, elevando as bases pulmonares. Se fosse uma hipoinsuflação pulmonar a bolha gástrica subiria junto com as bases pulmonares. PEDICULO VASCULAR Na ICC ocorre aumento do pediculo vascular, esse tem como limite direito a VCS e limite esquerdo a artéria subclávia esquerda. É patológico quando apresenta largura maior que 85mm (ninguém usa isso na prática). O critério é a visualização da VCS, o que sugere aumeto da pressão venosa central (mas também pode ter aumento da pressão venosa pulmonar). EXISTEM 3 CAUSAS PRINCIPAIS DE EDEMA PULMONAR: Cardíaca. Hipervolemia (insf. Renal crônica). Aumento da permeabilidade capilar (SDRA). Um fator de ajuda para diferenciar a origem do edema é obersar o tamanho do pedículo vascular. Num caso de SDRAele deverá estar normal ou diminuido, já que o pct tá perdendo líquido dos vasos para o interstício não tem como o pedículo estar aumentado. Numa ICE o pedículo tembém deve estar normal. Já no caso de uma hipervolemia ou ICC o pedículo estará aumentado pois ocorre aumento da pressão venosa central. Assim, na prática raciocinaremos da seguinte forma: se o pedículo vascular não está visivel ou se trata de um aumento da permeabilidade vascular ou de uma ICE. Logo, uma ICC e uma hipervolemia cursam com os mesmos achados imagenológicos, já no caso de um aumento da permeabilidade capilar há edema intersticial, edema alveolar, mão não há ingurgitamento hilar, redistribuição de fluxo ou aumento do pedículo vascular. Nessa radiografia temos os mesmos achados do edema alveolar de padrão acinar, nódulos de consolidação. Esse é mais um caso de SDRA, onde temos padrão de edema alveolar do tipo acinar bilateral e derrame pleural bilateral. Aqui o extravasamento de líquido tem cunho inflamatório e não de aumento de pressão venosa. RESUMINDO A INSUFICIENCIA CARDÍACA Aumento do ICT Derrame pleural (maioria bilateral D>E, melhor visualizado em perfil) Redistribuição (cefalização da vascularização, ingurgitamento hilar, aumento do pedículo vascular, aumento do calibre das veias pulmonares) Edema intersticial (espessamento septal e peribroncovascular) 24 Edema alveolar (consolidações alveolares e/ou opacidades com atenuação em VF predominando nas regiões peri-hilares – vidro fosco) 25 EPIDEMIOLOGIA Hoje, no mundo temos uma incidência de 100000 pessoas infectadas por tuberculose no mundo. Nesse mapa podemos analisar como essa doença está distribuída. Quando a prevalência, o brasil é o 14° colocado no quesito prevalência, em relação a novos casos está em 22° lugar e a taxa de incidência é de 41 em 100000. M. TUBERCULOSIS É um bacilo imóvel e aeróbio estrito com um crescimento lento. Causa lesões através da resposta ao hospedeiro e é nisso que se baseia a clínica e a imagem do paciente. OS LINFÓCITOS T SÃO OS PRINCIPAIS PROTAGONISTAS DA RESPOSTA DO HOSPEDEIRO, UMA VEZ QUE ELES GERAM A ATIVAÇÃO DE MACRÓFAGOS QUE IRÃO FAGOCITAR O BACILO PARA TENTAR ISOLÁ-LO, COM ISSO FORMAM O GRANULOMA E PRODUZEM IFN-GAMA. NO HIV HÁ UMA REDUÇÃ DE LINFÓCITOS, PRINCIPALMENTE TCD4 E, POR CONTA DISSO HÁ UMA REDUÇÃO DO IFN-GAMA. Nos tecidos há a formação de granuloma com necrose caseosa, essa é a “marca registrada” da tuberculose. TRANSMISSÃO É através da via inalatória por gotículas. PACIENTE É um paciente tipicamente emagrecido, sudoreico, com febre noturna, tosse e etc. Devemos fazer o teste PPd para verificar se há a tuberculose. DE ACORDO COM O ARTIGO “PULMONARY TUBERCULOSIS: ROLE OF RADIOLOGY IN DIAGNOSIS AND MANAGEMENT”, SE HÁ UM SINTOMA SUSPEITO DE TUBERCULOSE, DEVE-SE FAZER UMA RADIOGRAFIA DE TORAX E TESTAR O PACIENTE PARA HIV, CASO AMBOS SEJAM NEGATIVOS, A INVESTIGAÇÃO DE TUBERCULOSE É FINALIZADA, PORÉM, SE UM DELES FOR POSITIVO DEVE-SE FAZER UM TESTE DE ESCARRO. SE HOUVER UM ACHADO RADIOLÓGICO SUSPEITO DE TUBERCULOSE, O PACIENTE DEVE SER MANTIDO EM ISOLAMENTO ATÉ QUE SE CONFIRME. Após a exposição, a maioria dos pacientes são assintomáticos ou possuem sintomas gripais. Depois de aproximadamente 3 semanas, a imunidade celular é ativada e haverá a formação do granuloma caseoso. 26 Na segunda imagem, temos a visão microscópica desse granuloma. PADRÕES TORÁCICOS PRESENTES NA TUBERCULOSE Os padrões que podemos encontrar no tórax são: Consolidação Padrão intersticial Nódulo Massa Atelectasia QUALQUER UM DESSES, PODE ESTAR PRESENTE NA TUBERCULOSE. FORMAS DA TUBERCULOSE A tuberculose possui 2 formas: Latente: não há doença. Nesse caso houve o contato com o m.tuberculosis, porém o organismo conseguiu controlar a infecção. Isso não significa que o bacilo está morto, ele está apenas contido, caso a imunidade do indivíduo “caia”, essa infecção pode se tornar ativa. A maioria da população possui a forma latente, que na maioria dos casos tem cura espontânea com a formação do granuloma (no RX ou TC vemos uma “bolinha”), esse granuloma recebe o nome de NÓDULO DE GHON. Quando junto do nódulo, também temos adenomegalia hilar ou linfonodo hilar calcificado, passamos a chamar de COMPLEXO DE GHON OU DE RANKE (quando há calcificação). Na macro observamos o nódulo de ghon (granuloma) que nos mostra que era uma infecção latente. No RX 27 há um nódulo na região hilar + um linfonodo calcificado, formando um complexo de Ranke Ativa: temos sintomas e os bacilos estão ativos. Ela ocorre quando por algum motivo, o sitesma imune está debilitado e o bacilo consegue vencer a barreira imunitária. A ativação no pulmão pode acometer: Parede brônquica: nesse caso o material caseosoentra pela árvore brônquica e pode ser eliminado pelo escarro/gotículas, contagiando outras pessoas. Parede do vaso; nesse caso, pode causar o aneurisma de Rasmussen e o sangue que está no vaso entra na lesão e cai no brônquio causando a hemoptise. Além disso pode acontecer a disseminação do bacilo pelo sistema circulatório, podendo ir para qualquer lugar do corpo. A forma ativa pode ser primária ou pós-primária. 28 PRIMÁRIA: Ocorre no paciente com a imunidade fraca, como uma criança. Na imagem da tuberculose primária teremos: Consolidação alveolar sem predileção zonal (lobos superiores não são os principais) Cavitação (raramente) Linfonodomegalia comum (na maioria dos casos é unilateral, com necrose central) Derrame pelural (25% dos casos) Assim, os achados marcantes da TB primária são: Acomete crianças Linfonodomegalia PÓS- PRIMÁRIA/SECUNDÁRIA: Ocorre mais em adultos, podendo ser por uma reativação endógena ou por um novo envento exógeno (principalmente em áreas endêmicas em indivíduos imunocompetentes). Na imagem da tb pós-primária teremos: Opacidades parenquimatoas (consolidações) heterogêneas e esparsas nos lobos superiores e nos segmentos apicais dos lobos inferiores Cavitações Disseminação endobrônquica (árvore em brotamento) Nódulos satélites Linfonodomegalia (raro) Derrame pleural (Raro EM AMBOS OS TIPOS DE TUBERCULOSE, O DERRME PLEURAL OCRRE APENS POR REAÇÃO PLEURAL, NÃO POR ACOMETIMENTO TUBERCULOSO NA PLEURA 29 TUBERCULOSE EM OUTRAS PARTES DO CORPO Sabemos que além de formar o pseudoaneurisma de Rasmussen, o bacilo da tuberculose pode acometer rins, cérebro, coluna e o pulmão (caracterizando a forma miliar da doença) CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR TUBERCULOSE MILIAR COM PÓS PRIMÁRIA. N AMILIAR TEMOS UMA DISSEMINAÇÃO HEMATOÊNICA,, JÁ NA PÓS- PRIMÁRIA TEMOS UMA DISSEMINAÇÃO ENDOBRÔNQUICA (ÁRVORE EM BROTAMENTO). TUBERCULOSE MILIAR Pode acontecer tanto na tuberculose primária quanto na secundária através de uma disseminação hematogênica. Nos achados radiológicos teremos: 30 Padrão micronodular difuso de sistribuição aleatória em ambos os pulmões Opacidades parenquimatosas Pequenas cavidades Linfonomegalia SEGUNDO ARTIGOS RECENTES, O TIPO DE TUBERCULOSE NÃO ESTÁ RELACIONADO COM O TEMPO DE INFECÇÃO, SE É ADULTO OU CRIANÇA, SE TEM GRANULOMA REATIVO, ENTRE OUTROS. TAMBÉM É DITO QUE A LESÃO NO LOBO SUPERIOR NA FORMA PÓS-PRIMÁRIA É A DOENÇA DO HOSPEDEIRO IMUNOCOMPETENTE, UMA VEZ QUE ESSE TIPO DE TUBERCULOSE ESTÁ RELACIONADA COM A FORMA QUE O ORGANISMO RESPONDE, ASSIM, SE O SISTEMA IMUNE RESPONDE MUITO HAVERÁ MUITA REAÇÃO E MUITOS SINTOMAS. BRONQUIO Nesse caso a tuberculose pode causar: Espessamento das paredes brônquicas Dilatação dos calibres (bronquiectasiade tração devido ao caráter fibrocicatricial) Aproximação dos brônquios Estreitamento e fibrose (gera atelectasia segmentar/lobar) 31 PLEURAL ESPONDILITE TUBERCLOSA Conhecida também como doença/mal de Pott É uma osteomielite vertebral com uma discite. O local mais comum é a coluna em um nível torácico baixo/lombar. O paciente pode apresentar: Fraqueza Paraplegia Gibosidade (deformidade cifótica) A inflamação/infecção se dissemina até que os corpos vertebrais se comprimem e fraturam, grando uma destruição da região discal. OCORRE PRATICAMENTE UMA ANQUILOSE E UM CONTATO DIRETO ENTRE DUAS VÉRTEBRAS. 32 MENINGITE TUBERCULOSA O acometimento da meninge é o mais comum da tuberculose no SNC e tem uma maior prevalência na infância. A meningite pode causar hidrocefalia por uma obstrução da saída do líquor e infartos pela inflamação dos vasos que passam no sistema subaracnoide. TUBERCULOSE GANGLIONAR É a forma mais comum da tuberculose extrapulmonar e acomete principalmente crianças e adultos jovens. Em cadeias cervicais altas, é possível observar linfonodos bem feios e necrosados. 33 TUBERCULOSE ADRENAL CONCLUSÃO 34 O QUE É? É uma condição potencialmente grave, em que um êmbolo/coágulo migra para o pulmão. Geralmente este coágulo é formado em alguma veia do corpo, na maioria das vezes nos membros inferiores, se desprende e segue pela circulação venosa até os pulmões, onde obstrui a passagem de sangue por uma artéria. FATORES DE RISCO Entre os fatores de risco teremos: Trombose venosa profunda (é o principal fator etiológico) Imobilidade prolongada Cirurgia Tabagismo Obesidade Gravides Reposição de estrogênio Neoplasia Doença cardíaca Geralmente esses fatores acontecem associados, como cirurgia + imobilidade ou gravidez + alteração hormonal, etc. Para entendermos um pouco melhor como isso ocorre, temos que relembrar a anatomia. Sabemos que temos as veias superficiais, que drenam sangue para as veias profundas, e essas, por sua vez drenam o sangue para o coração. Lembrando que a musculatura das pernas, comprimem as veias, o que ajuda com que o fluxo sanguíneo seja encaminhado para frente (em direção ao coração). Chegando ao coração, o sangue encontra o átrio direito (que recebe sangue tanto da veia cava inferior, quanto da veia cava superior), que é onde todo o fluxo venoso do sangue chega. Esse sangue segue a seguinte ordem no coração: Átrio direito -> ventrículo direito -> artérias pulmonares -> pulmão -> veias pulmonares -> átrio esquerdo -> ventrículo esquerdo -> corpo Uma vez formado um trombo nas veias profundas do membro inferior, esse percorre todo o caminho até o coração, onde chega através da veia cava inferior, passa pelo átrio e ventrículo direito e vai para o pulmão. 35 Esse tronco pode parar no tronco pulmonar, e isso não é bom. Normalmente o sangue percorre esse trajeto e ao chegar nos alvéolos ocorre a troca gasosa (hematose). Quando temos um trombo, ele se instala no meio desse trajeto (sem um local definido) e impede que a hematose ocorra. FATORES QUE LEVAM À TROMBOSE VENOSA PROFUNDA Tríade de virchow Essa tríade é composta por: 1- Fluxo sanguíneo lento – estase: é causadapor um repouso prolongado, viagens longas e gravidez 2- Hipercoagulabilidade: pode ser por fatores genéticos, cirurgia (danos aos vasos – cascata de coagulação) ou medicamentosa (anticoncepcional por exemplo) 3- Injúria endotelial: pode ser causada por uma infecção, inflamação crônica ou toxinas (como o tabaco) Clinicamente temos o escore de wells, que trabalha com uma probabilidade, ao final somamos os pontos e quanto maior esse valor, maior é a probabilidade de existir um TEP. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO TEP São manifestações variáveis que podem incluir: Assintomático Dispneia Taquipneia Dor pleurítica Na urgência o ECG pode ajudar, pois apresenta uma disfunção de VD (S1Q3T3) Em um ECG normal, temos: No ECG do TEP temos: 36 AVALIAÇÃO LABORATORIAL D-dímero: ajuda a avaliar a degradação da fibrina, está intimamente relacionado ao diagnóstico de TEP quando é negativo, pois quando ele for negativo o paciente NÃO tem TEP. É um exame com alta sensibilidade e baixa especificidade e útil para excluir o TEP AVALIAÇÃO POR IMAGEM RX AngioTC (exame de referência) Cintilografia pulmonar AngioRM (baixa disponibilidade) Angiografia pulmonar (desuso pois é um método invasivo) USG MMII (para pesquisa de TVP) RX Possui uma baixa sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de TEP Exclui pneumonia e pneumotórax SINAIS DE TEP: Sinal de westermark (oligoemia “periférica”): tem pouco sangue chegando na periferia Ao compararmos o lado direito com o lado esquerdo do paciente, percebemos uma hipertransparência do lado direito, onde a seta aponta. Na TC conseguimos ver melhor que há uma falha de enchimento que o trombo/êmbolo causou. 37 A mesma coisa acontece nesse caso, onde temos uma hipertransparência no lado esquerdo do pulmão do paciente. Temos que ter em mente que para conseguir enxergar esse sinal no RX, tem que ser uma situação de TEP mais volumosa. Sinal de fleishner (aumento de calibre do tronco da artéria pulmonar) Sinal (corcova) de Hampton: opacidade “triangular” de base pleural (infarto pulmonar) Na imagem, na base direita do pulmão do paciente, temos uma opacidade triangular, que não existe no lado esquerdo, esse achado infere um infarto pulmonar. Esse paciente apresentava uma história clínica de hemoptise e dor pleurítica à esquerda. Na imagem, temos uma opacidade triangular na base do pulmão esquerdo do paciente, também sugestivo de infarto pulmonar. Elevação do hemidiafragma Opacidades parenquimatosas Atelectasia Derrame pleural CINTILOGRAFIA DE VENTILAÇÃO-PERFUSÃO É o principal exame a ser solicitado diante da impossibilidade de realização de uma angioTC de tórax. Nesse exame utiliza-se: Tecnécio 99 (TC-99)/MAA para perfusão (irrigação sanguínea) Xênon-133/DTPA para ventilação (respiração) É um exame demorado (dura aproximadamente 45 minutos) Temos limitações em pacientes acamados, em que pode ocorrer: Contaminação do esôfago e estômago Redução da acurácia do método Nesse caso, o paciente possui uma ventilação preservada, porém o sangue não chega (perfusão debilitada). Chamamos isso de Mismatch (desencontro) Ventilação Perfusão. 38 A ventilação do paciente (primeira foto destacada) está preservada, vemos o pulmão todo pretinho, já a perfusão (segunda imagem destacada) não está ocorrendo na base do pulmão (fica branquinho). ANGIOTC É O EXAME DE ESCOLHA PARA AVALIAÇÃO DO TEP. É um exame com contraste em bomba de infusão (não é uma tomografia de tórax com contraste, é angiotomografia – temos a imagem com o máximo de concentração de contraste na artéria). Ele tem um caráter de triple rule out, que nos permite avaliar 3 tipos de lesões que são causas de dor torácica importante e ameaçadoras a vida: TEP Dissecção de aorta Doença coronariana Além disso, conseguimos fazer uma estratificação de risco, pois é possível avaliar o nível de disfunção do VD. Na imagem acima temos a anatomia normal da angioTC . Na imagem, vemos o embolo como um borrão cinza, isso significa que ele está impedindo a passagem de contraste e consequentemente de sangue. ALÉM DE OBSTRUIR A PASSAGEM, O EMBOLO QUE FICA PRESO ALI, ACABA GERANDO UM AUMENTO DO CALIBRE DO VASO. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO (AVALIAÇÃO DE DISFUNÇÃONO VD) Alto risco: instabilidade hemodinâmica (hipotensão e choque) – trombólise Risco intermediário: insuficiência VD – anticoagulação X trombólise Baixo risco: anticoagulação SINAIS DE DISFUNÇÃO DO VD 39 Na imagem podemos avaliar a disfunção do VD quando: A relação VD:VE >1 Desvio paradoxal do septo interventricular Nas imagens acima, conseguimos ver que o VD do paciente está muito grande e empurrando o septo interventricular. Quando subimos a imagem de corte, vemos um trombo gigante na artéria pulmonar esquerda (pegando todo seu calibre e causando uma amputação vascular) que se estende pra direita (trombo a bailarina?). Assim, podemos concluir que a AngioTC é: Exame de referência para avaliação de TEP (não é o padrão ouro, mas é o mais usado). Confirma o diagnóstico Possibilidade de ddx? Avaliação até o nível subsegmentar (TC multislice) Avaliação de IVD (insuficiência de ventrículo direito) Possibilidade de realizar venografia do abdome e de MMII no mesmo tempo Se esperarmos uns 15 min a mais no exame, podemos obter as imagens de venografia (acima). Na primeira foto temos a imagem da fase de enchimento (de contraste) das artérias, pegando um pedaço do corte à direita (corte axial). Na segunda imagem temos uma imagem da veia ilíaca, vemos a direita preenchida por contraste e a esquerda com uma falha de enchimento (provável trombo). INFARTO PULMONAR Ocorre em 10-15% dos pacientes com TEP Na imagem vemos: - Opacidade “triangular” de base pleural - Bases pulmonares +++ - Vaso “”nutridor” - +/- cavitação/necrose É muito difícil ver esse sinal na prática, veremos apenas em pacientes com um TEP com grande acometimento. ANGIOTC Temos os sinais diretos e as complicações. Sinais diretos: Falha de enchimento arterial Amputação vascular Aumento de calibre do vaso Complicações Disfunção de VD Infarto pulmonar Derrame pleural 40 Caso: A única coisa que conseguimos observar na imagem é o aumento do hemidiafragma esquerdo (elevação), quando comparado com o lado direito. Ao observar o corte, conseguimos identificar uma área de opacidade triangular com base pleural no pulmão esquerdo. Ao passar do corte observamos a mesma coisa. Nessa imagem, podemos observar onde começou a obstrução por um embolo. O primeiro vaso cinza é o vaso nutridor e a massa cinza é o infarto. TRIPLE RULE OUT Aqui vemos a falha de enchimento do TEP (imagem 1), uma doença coronariana (imagem 2) com falhas de enchimento e calcificações, e uma dissecção de aorta (imagem 3). Na dissecção de aorta temos uma lesão que pode ser pequena no endotélio arterial da aorta, por ali o sangue começa a jorrar e começa a dissecar a camada mais interna da camada mais externa, assim, o sangue começa a correr pelo caminho “novo” porque tem menos resistência vascular, isso causa um aumento do calibre da aorta. Esses três fatores são altamente perigosos e que você consegue identificar com a angioTC. 41 ANGIORM É basicamente igual à TC. Alternativa à angio TC Baixa disponibilidade em emergência Tempo de exame prolongado Mais suscetível a artefatos respiratórios Aparelhagem de cTI incompatível com RM Na imagem visualizamos um trombo na artéria pulmonar direita (falha de enchimento). É um exame quase nunca utilizado na avaliação de TEP. ANGIOGRAFIA PULMONAR É M MÉTODO PADRÃO OURO, MAS UM EXAME ALTAMENTE INVASIVO. O exame é realizado através da inserção de um cateter por um acesso venoso profundo até o ponto do êmbolo (artéria pulmonar). É um exame que não possui muito benefício sobre uma AngioTC, por isso, está em desuso. Nessa imagem de angioTc, podemos observar que “não tem nada” que esse exame possa oferecer, que a angiografia pulmonar não ofereça, por isso, hoje ele é o exame de referência par TEP. AVALIAÇÃO POR IMAGEM DE TEP EM EMERGÊNCIA 1- RX de tórax - Descartar pneumotórax e pneumonia 2- AngioTC - principal exame 3- USD +/- Doppler ou TC venografia - Avaliação de MMII TEP EM GESTANTE Estado de hipercoagulabilidade durante a gestação Clínica de TEP inespecífica Necessidade de estudo por imagem: - RX de tórax - Cintilogradia pulmonar ventilação- perfusão (RX normal) - AngioTC tórax (Rx alterado ou cintilografia inconclusiva) TROMBOSE VENOSA PROFUNDA É a causa do TEP É um tromb dentro da veia Sinais e sintomas : - Dor - Unilateral - Edema - Eritema - Aumento da temperatura - Dilatação das veias superficiais 42 - Sinal de Homan (dor à dorsiflexão da panturrilha) AVALIAÇÃO DE TVP Pode ser usado o USG e venografia por TC, eles possuem S e E semelhantes. USG: - Menor custo - Operador dependente - O uso do doppler pode ajudar mas na maioria das vezes não é necessário - Trombo dentro do vaso deixa de ser anecóico (preto e lisinho) - Perda de compressibilidade venosa - Calibre aumentado { - Ausência de fluxo no estudo com Doppler é uma veia gorda e cinza. Nessa imagem temos um aumento de calibre e falta de compressibilidade. Venografia por TC: - Possibilidaade de realização no mesmo tempo que a angioTc de tórax - Desvantagem: radiação ionizante e maior custo - Aquisição em 4-5min após a angioTC de tórax Nessa imagem vemos uma veia e uma artéria, a artéria está completamente contrastada (branca) e a veia está mais acinzentada e com o calibre um pouco maior, indicando uma diminuição de fluxo (à direita). À esquerda vemos uma dupla falha de enchimento nos ramos venosos (estão bem maiores que o normal e cinza-escuro). 43 Quando reconstruímos a imagem, é possível observar que o trombo pega toda a extensão da veia femoral. (é um outro paciente). RESUMINDO TEP Exame de referência AngioTC - Confirmação diagnóstica - DDX (excluir diagnósticos diferenciais) Falha de enchimento endolumial Procurar sinais de disfunção do VD - Trombólise X Anticoagulação Avaliar presença de derrame pleural e procurar infarto pulmonar Pesquisar TVP CASOS CLÍNICOS Caso 1: Temos a presença de um trombo-êmbolo de caráter bailaria e pedaços de trombo nas artérias pulmonares D e E. Ao descer o corte vemos os pedaços de trombos nas artérias pulmonares D e E. 44 Aqui temos uma reconstrução coronal à direita, que nos permite observar o trombo ao longo do vaso. À esquerda também é possível observar a presença do trombo. EMBOLISMO PEQUENO X EMBOLISMO GRANDE X EMBOLO NO TRONCO PULMONAR X EMBOLISMO MÚLTIPLOS E PEQUENOS AO LONGO DO TEMPO DIAGNÓSTICO OBSERVAÇÃO: O TROMBO FOI FEITO PARA PARAR NO PULMÃO, NÃO TEM COMO PARAR NO CORAÇÃO, A MENOS QUE HAJA UM DEFEITO ATIRO-SEPTAL, PORQUE ISSO PODE FAZER COM QUE ESSE ÊMBOLO CAIA NO VE E DALI VÁ PARA QUALQUER LUGAR NO CORPO. 45 TRATAMENTO O corpo tem capacidade de lisar os tromboembolos Os pequenos se resolvem sem necessidade de tratamento Grandes tromboembolos necessitam de intervenção: - Enzimas trombolítica (trombectomia pulmonar – cirúrgico) - Tratamento de longa duação ( medicções anticoagulantes – warfarin/heparina) Filtro de veia cava inferior (para prevenir a embolia pulmonar) 46 TÓPICOS RELEVANTES DA AULA Dissecção aórtica Hematoma intramural Úlcera penetrante aterosclerótica É muito importante que o radiologista domine essas doenças para que seja feito um diagnóstico mais rápido e que o paciente receba o tratamento adequado. SÍNDROME AÓRTICA AGUDA Incidência de 2 a 6 pacientes/100000/ano (EUA/Reino Unido) 2/3 sexo masculino, acima de 63 anos -> é aquele paciente idoso, com hipertensãomal controlada (na maioria dos casos) e que chega no pronto socorro com dor torácica de inicio súbito. Tomografia multislice: sensibilidade 100% e especificidade de 98-99% Dor torácica é o sintoma mais comum, porém sintomas vagos podem simular várias doenças Nessa imagem temos um resumo do que veremos na aula de hoje. Na primeira imagem observamos o ponto de rotura da camada íntima com dissecção do conteúdo da camada média pelo sangue da artéria. Na segunda imagem visualizamos um hematoma intramural, onde reparamos que não há uma descontinuidade da camada íntima, formada pela ruptura da vasavasorium dentro da musculatura. Na terceira imagem, vemos algo que acontece mais raramente: ulcera aórtica penetrante, decorrente da ulceração de uma placa aterosclerótica na parede do vaso onde promove a entrada do sangue da artéria, porém ficando contido na camada média. DISSECÇÃO AÓRTICA É uma rotura/laceração na camada íntima da aorta permitindo a penetração de sangue e rotura na camada médial (flap intimomedia = mais ou menos a formação de uma “banda” - seria o melhor nome). Forma-se um falso lúmen paralelo ao verdadeiro, com o falso apresentando pressão maior ou igual ao verdadeiro, podendo causar repercussão hemodinâmica. A rotura tipicamente é transversa e geralmente não se estende à circunferência da aorta Geralmente tem progressão anterógrada, porém pode também ter curso retrógrado Com a progressão do hematoma a camada externa vai ficando afilada, o que aumenta o risco de rotura O maior fator de risco de degeneração das camadas íntima-média é a hipertensão arterial severa Dor de início súbito (85%) ajuda a diferenciar de síndrome coronariana Dor interescapular (50%) – o paciente descreve a dor como se estivesse algo “rasgando” nesse local 5-15% dos paciente não possuem dor, podendo abrir o quadro com síncope, sintomas de AVC ou ICC 47 Ao exame físico, podemos identificar assimetria de pulso, sintomas neurológicos, sopro aórtico quando acomete a valva, estase jugular secundária ao tamponamento, etc. Nessa imagem vamos destacar a dor torácica e a dor na região dorsal, por serem mais frequentes, mas podemos ver uma série de sintomas relacionados a cada região, de acordo com o tanto que a dissecção acometeu. CAUSAS Temos algumas causas na foto, porem devemos lembrar que a principal é HIPERTENSÃO. TRATAMENTO Nessa imagem conseguimos observar o corte transverso que é o mais comum na aorta. Geralmente é nesse corte que começa a laceração. INFORMAÇÕES RELEVANTES PARA O TRATAMENTO Tipo A ou B Local da rotura (entrada/re-entrada) Ramos envolvidos e se estão saindo da luz falsa ou verdadeira Órgão em risco Complicações (oclusão coronária, ruptura, etc.) Diâmetros da luz falsa e verdadeira TÉCNICA ADEQUADA NA TC A melhor técnica: 48 “gating” = colocamos um sensor cardíaco no paciente para sincronizar a imagem com o ritmo cardíaco se possível AVALIAÇÃO DE FASES PRÉ CONTRASTE Arterial (20-30s) – é melhor usar “bolus track”. Nessa avaliação colocamos um marcador em um pornto da artéria que nos mostra o momento em que deve ser feita a imagem (fase rápida). Venosa (1-2min) – Por quê? Importante para ver enchimento tardio da falsa luz, avaliar a malperfusão de órgão abdominal e extravasamento de rotura aórtica. A fase venosa é uma fase tardia, nessa fase o contraste consegue extravasar e conseguimos identificar o ponto de reentrada É importante sabermos que a aorta tem um calibre maior no inicio do segmento ascendente (crossa ascendente) de aproximadamente 3,5mm. Podemos chamar de anormal ou ectasiada quando essa aorta está com o calibre maior que 3,5mm = aneurisma. CLASSIFICAÇÃO A classificação basicamente separa um paciente cirúrgico imediato de paciente cirúrgico não imediato. Stanford A: é um paciente mais grave, que a dissecção começa na crossa da aorta = cirurgia Stanford B: dissecção apenas do ramo descendete (após a saída dos vasos braquiocefalico). Na maioria das vezes é tratada clinicalmente e não precisa de intervenção imediata. AVALIAÇÃO POR IMAGEM Não conseguimos diferenciar um hematoma intramural de uma dessecção de aorta em uma TC sem contraste. Nesse caso, vemos apenas uma parte cinza claro na imagem e a partir disso começamos a investigar com um exame contrastado. No exame contrastado se a imagem permanecer do mesmo jeito, temos um hematoma intramural, mas se o local ficar contrastado (branco), estamos diante de uma dissecção aótica. Outro sinal importante é quando temos calcificações na imagem. As calcificações são um sinal de aterosclerose, assim, devem acompanhar a camada intima do vaso. Se na imagem temos calcificações no centro do vaso, isso significa que a parede do mesmo está deslocada. 49 CALCIFICAÇÃO = ALGO DESLOCADO NA CAMADA ÍNTIMA, QUE PODE INDICAR HEMATOMA OU DISSECÇÃO. Assim, os 2 sinais na Tc que indicam problema (dissecção ou hematoma) na aorta são: Calcificação no meio do vaso (descolamento de parede) Conteúdo hiperdenso (+ claro) em relação ao conteúdo dentro do vaso (hematoma de padrão mais maciço). Ambos podem indicar hematoma ou dissecção, o que diferencia é somente o CONTRASTE. DISSECÇÃO AÓRTICA CLÁSSICA É o rompimento na parede, com entrada de sangue na camada média e formação de flapping. Temos 2 tipos: Tipo A: linha no meio da crossa da aorta. Tipo b: linha no meio da aorta descendente. É frequente que com o passar do tempo, a luz falsa se torne maior que a verdadeira. EVOLUÇÃO DA DISSECÇÃO DE AORTA Temos a aorta normal, que evolui para uma dissecção “típica” (luz falsa maior que a verdadeira) e esse, tende a evoluir com o tempo até o momento que ocorre o TL 50 colllapse (quando a luz falsa é maior que a verdadeira – quase inexistente). ROTURA CIRCUNFERENCIAL É uma dissecção em 360° em que ocorre o “isolamento” da camada íntima do vaso. DISSECÇÃO SE ESTENDENDO PARA A CARÓTIDA ESQUERDA Nesse caso, podemos classifica-la como stanford A ? Dissecção se estendendo para as artérias braquiocefálicas Follow up de 20 meses de dissecção se estendendo para o tronco celíaco COMPLICAÇÕES FREQUENTES 1- Rotura para dentro do pericárdio 2- Rotura para dentro da cavidade torácica. HEMATOMA INTRAMURAL É uma hemorragia espontânea por rotura da vasa vasotum que pode evoluir para a dissecção clássica Pode ser de 2 tipos: Tipo A Tipo B Diâmetro transverso da aorta ascendente (maior que 5 cm) e espessura do hematoma (maior que 2 cm) são fatores que propiciam a rotura. 51 Se existe associação com úlcera penetrante Através da administração de contraste vemos a seguinte ocorrência: O hematoma fica denso em relação a luz do vaso na fase sem contraste. (Hematoma fica cinza mais claro) Na fase pós contraste os papeis se invertem e vemos o vaso contrastado e o conteúdo da parede menos denso. (Vaso fica mis claro e o hematoma fica escuro) ÚLCERA AÓRTICA PENETRANTE 52 É uma ulceração de placas ateroscleróticas que sugere doença da cada íntima, geralmente em pacientes idosos com diverso fatores de risco. 90% dos casos ocorre na aorta descendente Valores de corte que podem sugerir tratamento: Maior que 2cm de profundidade Maior que 1 cm de abertura Possui 2 tipos: Tipo A Tipo B Pode ser: Única úlcera Múltiplas úlceras Pode estar ou não associada com hematoma, sendo mais comum quando associada com esse. 53 EXAMES DE IMAGEM QUE PODEM SER UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO DAS VIAS BILIARES: USG TC RM/Colangio RM Cintiligrafia CPRE Colangiografia pelo dreno Processos patológicos que acometem as vias biliares: Litíase (+ incidente) Neoplasias LITIASE Colelitíase Colecistite Coledocolitíase Litíase intra-hepática Síndrome de Mirizzi Vesícula em porcelana COLELITÍASE É a existência de cálculo no interior da vesícula Sua visualização por imagem pode ser feita por: USG Na USG veremos a existência de uma imagem ecogênica com sobra acústica posterior no interior da vesícula biliar. De modo geral os cálculos são móveis ao decúbito A parede da vesícula nesse caso está fina, o que indica que não há inflamação. Cintilografia com DISIDA (lembrar que existe porque não é muito usado) COLECISTITE Consiste na inflamação na vesícula biliar. A maior parte das inflamações está relacionada com a presença de cálculo, mas também temos a colecistite alitiásica (vesícula inflamada sem presença de cálculo). Sua visualização por imagem também pode ser feita por: USG Cálculo em imagem ecogênica com sombra acústica posterior. Vesícula reduzida de volume com espessamento d parede. Verificamos a presença de inflamação através da espessura da parede. ESPESSURA DA PAREDA DA VESICULA NORMAL ATÉ 3MM, ACIMA DE 3MM HÁ INFLAMAÇÃO. Outros sinais de inflamação são abcesso perivesicular e líquido livre nas cavidades. Cintilografia com DISIDA (lembrar que existe) COLEDOCOLITÍASE Migração de cálculo da vesícula para o colédoco. Sua visualização por imagem pode ser feita por: 54 USG No USG vemos a presença de cálculos com imagem ecogênica com sombra acústica posterior no interior do colédoco. O problema da USG é que o colédoco terminal fica atrás do pâncreas, o que dificulta a imagem pelo USG. (OU SEJA, NO USG É DE DIFICIL ACESSO). ColangioRM Exame padrão ouro. Através desse exame podmos identificar com propriedade o colédoco com bile e dentro do oclédoco vemos imagens de falha de enchimento = cálculos. Não precisa de contraste. TC Por mais que não seja o principal exame para diagnóstico, a TC pode ser utilizada, mas, para identificarmos o cálculo, é necessário que esse tenha na sua composição sais de cálcio. Como a maior parte dos cálculos biliares são formados por lipídios/colesterol fica difícil à identificação pela TC. 55 CPRE Antigamente esse era o exame mais usado, porém hoje me dia e mais restrito ao tratamento da coledocolitíase. LITÍASE INTRA-HEPÁTICA É a presença de cálculo nas vias biliares intra-hepáticas. Pode ser visualizada através de: USG ColangioRM (melhor) A litíase intra-hepática é mais comum em pacientes com a DOENÇA DE CAROLI. DOENÇA DE CAROLI É uma doença congênita caracterizada pela dilatação cística multifocal dos ductos biliares intra-hepáticos. Está classificada como tipo V da classificação de Todani dos cistos de colédoco. A melhor maneira de fazer sua confirmação é através da ColangioRM. Pode ser classificada como: Segmentar: quando acomete apenas 1 segmento do fígado Lobar: quando acomete 1 lobo do fígado. Difusa: dilatação multifocal de toda a via biliar. Pode ter as seguintes complicações: Cálculos intra hepáticos: por conta da estade biliar Colangite recorrente: pela existência de cálculos Abcessos: pela existência de cálculos Fibrose periportal: pela existência de cálculos Aumenta o risco de colangiocarcinoma SÍNDROME DE MIRIZZI É uma obstrução no ducto hepático comum secundária a um cálculo impactado no infunfíbulo da vesícula ou no ducto cístico. Ou seja, é um cálculo dentro da vesícula que obstrui o ducto hepático comum. 56 O paciente com essa síndrome sente dor e está ictérico. Pode ser visualizada através de: USG (não faz diagnóstico porque a anatomia é difícil) ColangioRM (padrão ouro) CPRE VESÍCULA EM PORCELANA Calcificação da parede vesicular. Os pacientes com essa síndrome geralmente são assintomáticos. É um achado incidental em: RX TC USG (vemos uma grande sombra acústica no local da vesícula) 57 É importante, pois se estima que 22 a 30% dos pacientes com a vesícula de porcelana desenvolverão um adenocarcinoma. Ou seja, vesícula de porcelana é uma lesão PRÉ- MALIGNA. NEOPLASIAS Carcinoma de vesícula biliar Colangiocarcinoma Tumor de Klatskin CARCINOMA DE VESÍCULA BILIAR É o mais frequente Geralmente é assintomático até que alcance um estágio avançado/incurável. Sintomas: Dor Massa palpável Icterícia Fatores de risco: Litíase biliar Pólipo na vesícula maior que 1cm Vesícula em porcelana Geralmente é um achado incidental (em estágios iniciais). Pode ser visto em: USG A USG consegue suspeitar que há a presença do tumor. Vemos uma massa/lesão vegetante no interior da vesícula biliar. O problema da USG é não conseguir fazer estadiamento adequado. TC/RM São os exames que conseguem estadiar adequadamente esse tumor. Identificam se o parênquima hepático está invadido ou não e, além disso, identifica se há linfonodomegalia no ílio hepático. 58 COLANGIOCARCINOMA É o segundo tumor maligno primário hepatobiliar mais comum. 15% dos canceres hepáticos são colangiocarcinomas. Pode ser de 3 tipos: Formador de massa: imagem de massa expansiva Crescimento periductal infiltrante: estenose e dilatação das vias biliares Crescimento intraductal: lesão vegetante na via biliar Pode ser identipicado por: TC/RM Realce por contraste na fase tardia (venoso). TUMOR DE KLATSKIN É um colangiocarcinoma que envolve a união dos ductos hepáticos direito e esquedo. Esxite a classificação de Bismuth-Corlette que é importante para o laudo. Sua identificação é feita por: RM 59 USG No estadiamento dos pacientes com colangiocarcinoma a TC é importante para a avaliação e pesquisa de lesões secundárias no fígado (metástase) e de linfonodos de hilo hepático.
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