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aula 7 Segurados Obrigatórios - Trabalhador Avulso

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Segurados Obrigatórios
Trabalhadores Avulsos
(Assista à Videoaula avançada 7) 
Prof. Eduardo Tanaka
O trabalhador avulso, segundo o art. 11, VI, da Lei 8213/91, é definido como:
quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento.
Já, o trabalhador avulso, segundo o art. 9o, VI, do RPS, é definido como:
aquele que, sindicalizado ou não, preste serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, ou equiparados, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos do disposto na Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, ou do sindicato da categoria, assim considerados: (...)
Um clássico exemplo desta categoria é o trabalhador que trabalha no porto como estivador. A Lei citada, 12.815/13, dispõe atividades portuárias. 
O que ocorre quando o navio chega ao porto e precisa ser descarregado? Em regra, existe uma empresa que realiza o serviço de descarga, denominada operador portuário. Sendo assim, esse operador portuário necessita de mão de obra, como, por exemplo, estivador. Nessa situação, o operador portuário será tomador de serviço do trabalhador avulso, arregimentado por outra empresa conhecida como órgão gestor de mão de obra, que é um intermediário entre o operador portuário (tomador de serviço) e o trabalhador avulso.
Portanto, aí está a característica-chave que tipifica e distingue o trabalhador avulso dos outros, que é a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra (OGMO) ou, no caso de trabalhador avulso não portuário, do sindicato da categoria.
Deve haver sempre esta triangulação:
Trabalhador Avulso – OGMO ou Sindicato da categoria – Tomador do Serviço
É importante destacar que o trabalhador avulso nada tem a ver com o autônomo nem com o eventual ou com o temporário nem com o empregado. Isso ocorre por causa da peculiaridade apresentada, que é a intermediação da mão de obra por OGMO ou Sindicato da Categoria. E, somado a isso, a característica de não haver vínculo empregatício. Sendo assim, não há subordinação desse trabalhador nem ao sindicato nem ao OGMO nem às empresas para as quais presta serviço. Conforme Martins:
O sindicato ou OGMO apenas arregimentam a mão de obra e pagam os prestadores de serviço, de acordo com o valor recebido das empresas, que é rateado entre os que prestaram serviço. Não há poder de direção do sindicato ou do órgão gestor de mão de obra sobre o avulso, nem subordinação deste com aqueles.19
Ser sindicalizado não é condição para ser trabalhador avulso, pois a Constituição Federal, em seu art. 8o, V, reza que “ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato”. Quanto à natureza da prestação de serviço, poderá ser tanto urbana como rural. De certo que o trabalho portuário é o exemplo mais típico, mas o trabalhador rural que presta serviço a uma fazenda, mediante intermediação do sindicato, de carga e descarga de produto agropecuário, também se inclui nessa categoria de trabalhador avulso.
Dessa forma, as características do trabalhador avulso, conforme o art. 9o, VI, do RPS, incluído pelo Decreto 10.410/2020, são:
“1. o trabalhador que exerça atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga e vigilância de embarcação e bloco;     
2. o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério;       
3. o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios);      
4. o amarrador de embarcação;    
5. o ensacador de café, cacau, sal e similares;    
6. o trabalhador na indústria de extração de sal;  
b) exerça atividade de movimentação de mercadorias em geral, nos termos do disposto na Lei nº 12.023, de 27 de agosto de 2009, em áreas urbanas ou rurais, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria, por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho, nas atividades de: 
1. cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura, pesagem, embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação, reordenamento, reparação de carga, amostragem, arrumação, remoção, classificação, empilhamento, transporte com empilhadeiras, paletização, ova e desova de vagões, carga e descarga em feiras livres e abastecimento de lenha em secadores e caldeiras;      
2. operação de equipamentos de carga e descarga; e       
3. pré-limpeza e limpeza em locais necessários às operações ou à sua continuidade;   
Ainda, o § 7o do art. 9o do Regulamento da Previdência Social conceitua como:
I – capatazia – a atividade de movimentação de mercadorias nas instalações dentro do porto, compreendidos o recebimento, a conferência, o transporte interno, a abertura de volumes para a conferência aduaneira, a manipulação, a arrumação e a entrega e o carregamento e a descarga de embarcações, quando efetuados por aparelhamento portuário;
II– estiva – a atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos porões das embarcações principais ou auxiliares, incluindo transbordo, arrumação, peação e despeação, bem como o carregamento e a descarga das mesmas, quando realizados com equipamentos de bordo;
III – conferência de carga – a contagem de volumes, anotação de suas características, procedência ou destino, verificação do estado das mercadorias, assistência à pesagem, conferência do manifesto e demais serviços correlatos, nas operações de carregamento e descarga de embarcações;
VI – conserto de carga – o reparo e a restauração das embalagens de mercadoria, nas operações de carregamento e descarga de embarcações, reembalagem, marcação, remarcação, carimbagem, etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e posterior recomposição;
V– vigilância de embarcações – a atividade de fiscalização da entrada e saída de pessoas a bordo das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, bem como da movimentação de mercadorias nos portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e em outros locais da embarcação; e 
VI – bloco – a atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes e de seus tanques, incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparo de pequena monta e serviços correlatos.
A Lei nº 12.023, de 27 de agosto de 2009, disciplina o trabalhador avulso não portuário de carga e descarga de mercadorias.
Conforme o art. 1o da citada Lei, as atividades de movimentação de mercadorias em geral exercidas por trabalhadores avulsos são aquelas desenvolvidas em áreas urbanas ou rurais sem vínculo empregatício, mediante intermediação obrigatória do sindicato da categoria, por meio de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho para execução das atividades.
Já o art. 2º da referida Lei relaciona quais são as atividades de movimentação de mercadorias em geral:
I – cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura, pesagem, embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação, reordenamento, reparação da carga, amostragem, arrumação, remoção, classificação, empilhamento, transporte com empilhadeiras, paletização, ova e desova de vagões, carga e descarga em feiras livres e abastecimento de lenha em secadores e caldeiras; 
II – operações de equipamentos de carga e descarga;
III– pré-limpeza e limpeza em locais necessários à viabilidade das operações ou à sua continuidade.
 Assim, estudamos as características do trabalhador avulso, bem como aprendemos a diferenciá-lo dos demais trabalhadores, o que será de importância para a compreensão dos capítulos que seguirão.
 
DICA! As palavras mágicas para reconhecer um trabalhador avulso são: órgão gestor de mão de obra (OGMO) e sindicato da categoria. Quando aparecerem essas palavras, acenda o farol amarelo, pois se pode estar diante de um trabalhador avulso.
ATENÇÃO! A redação do conceito de trabalhador avulso na Lei no 8.212/1991 não contém as “palavras mágicas” (OGMO e sindicato da categoria), pois o texto remete ao Regulamento (RPS). Veja a redação dada no inc. VI do art. 12 da Lei no 8.212/1991: “como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício,
serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento”. É importante conhecer este inciso, pois há provas em que o examinador apenas copia e cola essa redação e o candidato deverá reconhecer como trabalhador avulso.

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